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1 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DIREITOS HUMANOS 
Professor Luiz Henrique Menegon Dutra 
 
AULA 1 
 
1. DIREITOS HUMANOS 
 
A) CONCEITO 
 
O conceito de Direitos Humanos varia conforme a nomenclatura adotada, mas 
resumem-se na defesa da dignidade da pessoa humana em suas diversas conformações. 
Norberto Bobbio, afirma que “os direitos humanos nascem como direitos naturais 
universais, desenvolvem-se como direitos positivos particulares (quando cada 
Constituição incorpora Declarações de Direito), para finalmente encontrarem sua plena 
realização como direitos positivos universais”. 
 
 Direitos Humanos: Tem como conceito o direito do ser humano em 
qualquer ponto do planeta e, assim, defendido pela Sociedade Internacional, 
através de tratados internacionais e sistemas de proteção, que incluem 
organismos internacionais de defesa e promoção. 
 
 Direitos Naturais: Entende-se como sendo aqueles identificados na 
natureza humana e que, portanto, devem ser defendidos e promovidos para 
garantir a dignidade da pessoa humana. Não dependem de ordenamentos 
jurídicos para sua existência, bastando ao processo de racionalização a 
compreensão de que determinado direito provém da natureza humana, portanto 
um direito inato. 
 
 Direitos Fundamentais: São direitos humanos reconhecidos no 
ordenamento jurídico de um Estado, através de sua norma fundamental, ou 
melhor dizendo, sua norma constitucional. Em tese são direitos reconhecidos em 
uma hierarquia superior às demais normas internas de um Estado. 
 
B) CARATERÍSTICAS 
 
a) Relatividade: Não são absolutos e podem ser relativizados em situações de 
conflitos. Ex: Pena de morte. 
 
** Para o STF não são absolutos 
** Para a declaração universal de Direitos Humanos são absolutos. 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
b) Universalidade: São criados para todas as pessoas. 
 
c) Complementariedade: Relação de Interdependência, os direitos se complementam. 
 
DIREITOS INDIVIDUAIS + DIREITO SOCIAIS + DIREITOS DIFUSOS 
 
b) Historicidade: Se constroem através do tempo. 
 
c) Indisponibilidade: Ausência de poder econômico dos Direitos Humanos. 
 
d) Essencialidade: São essenciais, prevalecendo à dignidade das pessoas humana. 
 
*** Além de assegurar a vida ela deve ser digna. 
 
e) Imprescritibilidade: Não tem prazo de validade. 
 
f) Irrenunciabilidade: Não se podem renunciar os direitos humanos. 
 
Ex. Renuncia ao direito ao lazer para ganhar mais dinheiro. 
 
g) Inexauribilidade: Nunca se esgotam. 
 
Art. 5º, § 2º da CF - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem 
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
 
h) Vedação ao retrocesso. 
 
Exercícios: 
 (FUNCAB – 2016 – SEGEP-MA – Agente Penitenciário) A característica que consiste 
no reconhecimento de que todos os direitos humanos possuem a mesma proteção 
jurídica, uma vez que são essenciais para uma digna corresponde à: 
a) Indivisibilidade 
b) Universalidade 
c) Indisponibilidade 
d) Inalienabilidade 
e) Imprescritibilidade 
 
(NUCEPE – 2012 - PM-PI – Agente de Polícia – Cabo) – Identifique a sequência que 
apresenta apenas característica dos Direitos Humanos: 
a) Inviolabilidade, universalidade, efetividade e prescritibilidade. 
b) Universalidade, irrenunciabilidade, efetividade e complementariedade. 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
c) Interdependência, alienabilidade, imprescritibilidade e inviolabilidade. 
d) Inalienabilidade, complementaridade, regionalidade e independência. 
e) Regionalidade, independência, universalidade e irrenunciabilidade. 
 
(ESAF – 2012 – CGU – Analista de Finanças e Controle) – “Os direitos humanos não 
devem ser analisados isoladamente, com a prevalência de um conjunto de direitos 
humanos sobre os demais”. Esse conceito representa a seguinte característica dos 
Direitos Humanos: 
a) Indivisibilidade 
b) Indisponibilidade 
c) Generalidade 
d) Efetividade 
e) Essencialidade 
 
Gabarito: 1 – A, 2 – B, 3 - A 
 
C) GERAÇÕES OU DIMENSÕES DE DIREITOS HUMANOS 
 
A recente evolução jurídica sentida pelo estabelecimento do Estado de Direito e, 
principalmente, pelo Estado Democrático de Direito trouxe à tona o reconhecimento pelas 
ordens jurídicas internacionais e internas um conjunto de direitos. 
 
Estes direitos foram gradativamente se ampliando e se aprofundando. Assim, 
houve uma classificação destes direitos quanto a fase em que se estabeleceram e a 
amplitude e profundidade que alcançaram. Destarte há três gerações/dimensões básicas. 
 
As gerações/dimensões são inspiradas na Revolução Francesa: LIBERDADE, 
IGUALDADE e FRATERNIDADE. 
 
NOMENCLATURA: Geração não dá ideia de continuidade, enquanto dimensões 
dão ideia de continuidade. 
 
a) 1ª GERAÇÃO/DIMENSÃO: Estado do Liberalismo (limitação do poder do 
Estado, com base nas Constituições) – LIBERDADE – Estado deveria respeitar os direitos 
dos Cidadãos. 
Ex. Vida, liberdade de locomoção, propriedade privada, voto, etc.. 
 
*** Documentos históricos 
 Internacional: Bill of Rights (1688/99), Declaração Americana de 
Independência do Estado de Virginia (1776) e Declaração da FRANÇA DOS Direitos do 
Homem e do Cidadão (1789). 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 Nacionais: Constituição de 1824 (Império) e Constituição de 1891 
(República). 
 
b) 2ª GERAÇÃO/DIMENSÃO: Estado Social – IGUALDADE – Implantação de 
políticas Públicas – O Estado deve cumprir normas de aproximação entre as classes 
sociais. 
Ex. Moradia, saúde, alimentação, lazer, etc.. 
 
*** Documentos históricos 
 Internacional: Tratado de Versalhes de 1919, Criação da OIT 1919, 
Constituição Mexicana de 1937, Constituição de Weimar de 1919. 
 Nacional: A partir da Constituição de 1934. 
 
c) 3ª GERAÇÃO/DIMENSÃO: FRATERNIDADE – Fim da 2ª Guerra Mundial – 
Direitos Difusos, para todas as pessoas. 
 
***Documentos Históricos 
 Internacionais: Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações 
Unidas de 1948. 
 Nacional: A partir da CF de 1946. 
 
Art. 1º - Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados 
de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de 
fraternidade. 
 
Exercícios: 
(FEPESE – 2013 0 SJC – SC – Agente de Segurança Socioeducativo) Assinale a 
alternativa correta acerca da classificação dos Direitos Humanos em gerações: 
a) Os direitos de liberdade são classificados como de primeira geração. 
b) Os direitos sociais ou de igualdade são classificados como de quarta geração. 
c) A segunda geração de direito compreende os direitos de liberdade. 
d) A terceira geração de direitos é marcada pelos direitos tecnológicos, como a 
bioética. 
e) A segunda geração de direitos envolve aqueles denominados fraternos, como o 
meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
 
(VUNESP – 2013 – PC-SP – Escrivão de Polícia Civil) – Considerando o que a doutrina 
majoritária dispõe sobre o desenvolvimento e conquista dos direitos humanos, pode-se 
afirmar que esse desenvolvimento histórico, classificado por gerações de direitos, pode 
ser, cronologicamente, assim representado: 
a) Direitos individuais; direitos coletivos e direitos sociais. 
b) Direitos individuais, direitos coletivos e liberdades negativas. 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
c) Liberdades positivas, liberdades negativas e direitos sociais. 
d) Direitos sociais; direitos de liberdade e direitos da fraternidade. 
e) Direitos de liberdade; direitos sociais e direitos difusos. 
 
Gabarito: 1 – A, 2 - E 
 
2. O SISTEMA INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS 
 
O reconhecimento dos direitos em âmbito internacional e a defesa através da 
atuação conjunta de Estados é um fenômeno recente. Pode se identificar a metade do 
século XX como um marco da internacionalização dos Direitos Humanos, mas 
especificamente o fim da Segunda Guerra Mundial e a criação da ONU.A Segunda Guerra Mundial expôs uma série absurda de violações dos direitos 
humanos tornando a defesa da dignidade da pessoa humana uma pauta nas negociações 
internacionais. A criação da ONU representou um avanço na medida em que 
institucionalizou a defesa da paz mundial e da promoção de valores que regulam a defesa 
dos direitos humanos. 
 
A) A Carta das Nações Unidas 
 
Este tratado, também chamado de Carta de São Francisco, é o acordo constitutivo 
da Organização das Nações Unidas. A Carta foi assinada em São Francisco em 26 de 
junho de 1945, após o término da Conferência das Nações Unidas sobre Organização 
Internacional, entrando em vigor a 24 de outubro daquele mesmo ano. O Estatuto da Corte 
Internacional de Justiça é parte integrante da Carta. 
 
B) Estrutura da ONU 
 
A Organização das Nações Unidas foi criada em 24 de outubro de 1945 com a 
finalidade de se estabelecer um local de formulação de uma nova ordem mundial, 
buscando a integração dos países em torno da paz e do desenvolvimento humano. 
 
1. Órgãos: 
 
 Assembleia Geral: Órgão responsável pela supervisão do orçamento da ONU, 
nomeação dos membros não-permanentes do Conselho de Segurança, receber relatórios 
de outras instituições da ONU e fazer recomendações sob a forma de resoluções. Este 
órgão reúne todos os membros da ONU e simboliza a plena representatividade dos países 
da Sociedade Internacional. 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 Secretaria Geral: A Secretaria Geral é a chefia administrativa da Organização e 
deve cumprir “outras funções que lhe são confiadas” pelo Conselho de Segurança, 
Assembleia Geral, Conselho Econômico e Social e outros órgãos das Nações Unidas. Faz 
a condução política e administrativa da ONU. 
 
 Conselho de Segurança: É um órgão político com poderes capazes de garantir 
efetividade de suas decisões, inclusive autorizar intervenção militar. É composto por cinco 
membros permanentes e cinco temporários. Os cinco membros permanente são China, 
Estados Unidos, Inglaterra, França e Rússia. No sistema de decisão os membros 
permanentes têm poder de veto. Os dez membros temporários são eleitos pela 
Assembleia Geral para mandatos de dois anos. As resoluções deste órgão são aprovadas 
se alcançar a maioria de 9 dos quinze membros, inclusive os cinco membros permanentes. 
Um voto negativo de um membro permanente configura um veto à resolução. A abstenção 
de um membro permanente não configura veto 
 
 Corte Internacional de Justiça: É o tribunal da ONU com competência para dirimir 
conflitos sobre tratados no âmbito desta organização. 
 
 Conselho Econômico e Social: É o órgão responsável por estabelecer as políticas 
de cooperação internacional para o desenvolvimento econômico e social. Um dos 
principais instrumentos é a coordenação das entidades e organizações internacionais que 
atuam nas áreas econômicas e sociais. 
 
C) A Declaração Universal dos Direitos do Homem 
 
 Carta Internacional dos Direitos do Homem 
 
A Carta Internacional dos Direitos do Homem é constituída pela Declaração 
Universal dos Direitos do Homem, pelo Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos 
Sociais e Culturais e pelo Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos e seu 
Protocolo Facultativo. 
 
 Declaração Universal dos Direitos Humanos 
 
É o principal tratado sobre direitos humanos e marca o trabalho da ONU no sentido 
de criar um ordenamento jurídico internacional. Foi adotada pela Organização das Nações 
Unidas em 10 de dezembro de 1948 e estabelece os princípios fundamentais dos direitos 
humanos na ordem internacional. 
 
Exercícios: 
1) (FCC – 2010 – SJCDH – BA – Agente Penitenciário) – São princípios fundamentais 
proclamados no art. I da Declaração Universal dos Direitos Humanos: 
 
 
7 
 
 
 
 
 
 
a) A igualdade entre homens e mulheres e a liberdade de pensamento e religião. 
b) A presunção de inocência e a inviolabilidade da vida privada. 
c) O amplo acesso à educação e ao trabalho. 
d) A liberdade de ir e vir e o direito de buscar asilo em outros países. 
e) A liberdade, a igualdade e a fraternidade. 
 
2) (VUNESP – 2014 – PC – SP – Investigador de Polícia) O ano de 1948 representou 
um marco histórico mundial no tocante aos direitos humanos, pois foi nesse ano que: 
a) Foi criada a Corte Internacional de Direitos Humanos. 
b) Aconteceu a Independência dos EUA 
c) Eclodiu a Revolução Francesa, trazendo ideais de liberdade, igualdade e 
fraternidade. 
d) Foi outorgada a Carta Magna na Inglaterra. 
e) Foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos do Homem. 
 
3) (Vunesp – Delegado de Polícia – SP/2014) – Segundo o que dispõe a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos da ONU, toda pessoa, vítima de perseguição, tem o 
direito de procurar e de gozar asilo em outros países. No entanto, esse direito não poder 
invocado, entre outros, em caso de perseguição 
A) De militante político que tenha se evadido clandestinamente de seu país de origem 
B) De pessoa que claramente tenha se rebelado contra o regime de governo de seu 
país 
C) Por razões de ordem política 
D) Por motivos religiosos 
E) Legitimamente motivada por crime de direito comum. 
 
Gabarito: 1 – E, 2 – E, 3 - E 
 
 Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos 
 
O PIDCP foi aprovado em 16 de Dezembro de 1966 pela Assembleia Geral das 
Nações Unidas e aberto à adesão dos Estados. Nos termos do seu artigo 49, entrou em 
vigor na ordem jurídica internacional três meses depois do depósito do trigésimo quinto 
instrumento de ratificação, o que aconteceu em 23 de Março de 1976. 
Referente ao Pacto importante destacar alguns artigos: 
 
PARTE I 
ARTIGO 1 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
1. Todos os povos têm direito à autodeterminação. Em virtude desse direito, determinam 
livremente seu estatuto político e asseguram livremente seu desenvolvimento econômico, 
social e cultural. 
2. Para a consecução de seus objetivos, todos os povos podem dispor livremente se suas 
riquezas e de seus recursos naturais, sem prejuízo das obrigações decorrentes da 
cooperação econômica internacional, baseada no princípio do proveito mútuo, e do Direito 
Internacional. Em caso algum, poderá um povo ser privado de seus meios de subsistência. 
3. Os Estados Partes do presente Pacto, inclusive aqueles que tenham a responsabilidade 
de administrar territórios não-autônomos e territórios sob tutela, deverão promover o 
exercício do direito à autodeterminação e respeitar esse direito, em conformidade com as 
disposições da Carta das Nações Unidas 
 
PARTE II 
ARTIGO 2 
1. Os Estados Partes do presente pacto comprometem-se a respeitar e garantir a todos 
os indivíduos que se achem em seu território e que estejam sujeitos a sua jurisdição os 
direitos reconhecidos no presente Pacto, sem discriminação alguma por motivo de raça, 
cor, sexo. língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, 
situação econômica, nascimento ou qualquer condição. 
2. Na ausência de medidas legislativas ou de outra natureza destinadas a tornar efetivos 
os direitos reconhecidos no presente Pacto, os Estados Partes do presente Pacto 
comprometem-se a tomar as providências necessárias com vistas a adotá-las, levando 
em consideração seus respectivos procedimentos constitucionais e as disposições do 
presente Pacto. 
 
ARTIGO 3 
Os Estados Partes no presente Pacto comprometem-se a assegurar a homens e mulheres 
igualdade no gozo de todos os direitos civis e políticos enunciados no presente Pacto. 
 
PARTE III 
ARTIGO 6 
1. O direito à vida é inerente à pessoa humana. Esse direito deverá ser protegido pela lei. 
Ninguém poderá ser arbitrariamente privado de sua vida. 
2. Nos países em que a pena de morte não tenha sido abolida, esta poderá ser imposta 
apenas nos casos de crimes mais graves, em conformidade com legislação vigente na 
época em que o crime foi cometido e que nãoesteja em conflito com as disposições do 
presente Pacto, nem com a Convenção sobra a Prevenção e a Punição do Crime de 
Genocídio. Poder-se-á aplicar essa pena apenas em decorrência de uma sentença 
transitada em julgado e proferida por tribunal competente. 
 
ARTIGO 7 
 
 
 
9 
 
 
 
 
 
 
Ninguém poderá ser submetido à tortura, nem a penas ou tratamento cruéis, desumanos 
ou degradantes. Será proibido sobretudo, submeter uma pessoa, sem seu livre 
consentimento, a experiências médias ou cientificas. 
 
ARTIGO 8 
1. Ninguém poderá ser submetido á escravidão; a escravidão e o tráfico de escravos, em 
todos as suas formas, ficam proibidos. 
2. Ninguém poderá ser submetido à servidão. 
 
 Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais 
 
É um tratado multilateral adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 16 
de dezembro de 1966 e em vigor desde 3 de janeiro de 1976. O acordo diz que seus 
membros devem trabalhar para a concessão de direitos econômicos, sociais e culturais 
(DESC) para pessoas físicas, incluindo os direitos de trabalho e o direito à saúde, além 
do direito à educação e à um padrão de vida adequado. 
 
PRIMEIRA PARTE 
Artigo 1.º 
1. Todos os povos tem o direito a dispor deles mesmos. Em virtude deste direito, eles 
determinam livremente o seu estatuto político e asseguram livremente o seu 
desenvolvimento econômico, social e cultural. 
2. Para atingir os seus fins, todos os povos podem dispor livremente das suas riquezas e 
dos seus recursos naturais, sem prejuízo das obrigações que decorrem da cooperação 
econômica internacional, fundada sobre o princípio do interesse mútuo e do direito 
internacional. Em nenhum caso poderá um povo ser privado dos seus meios de 
subsistência. 
3. Os Estados Partes no presente Pacto, incluindo aqueles que têm responsabilidade pela 
administração dos territórios não autônomos e territórios sob tutela, devem promover a 
realização do direito dos povos a disporem deles mesmos e respeitar esse direito, em 
conformidade com as disposições da Carta das Nações Unidas. 
 
3. SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS 
 
O sistema interamericano foi instituído por meio da Carta da Organização dos 
Estados Americanos – OEA. A Carta leva o nome oficial da Declaração Americana dos 
Direitos e Deveres do Homem. 
Em seu preâmbulo, estão sintetizados seus princípios: 
 
 Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos e, como são 
dotados pela natureza de razão e consciência, devem proceder fraternalmente uns para com 
os outros. 
 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 O cumprimento do dever de cada um é exigência do direito de todos. Direitos 
e deveres integram-se correlativamente em toda a atividade social e política do homem. Se 
os direitos exaltam a liberdade individual, os deveres exprimem a dignidade dessa liberdade. 
 
 Os deveres de ordem jurídica dependem da existência anterior de outros de 
ordem moral, que apóiam os primeiros conceitualmente e os fundamentam. 
 
 É dever do homem servir o espírito com todas as suas faculdades e todos os 
seus recursos, porque o espírito é a finalidade suprema da existência humana e a sua 
máxima categoria. 
 
 É dever do homem exercer, manter e estimular a cultura por todos os meios 
ao seu alcance, porque a cultura é a mais elevada expressão social e histórica do espírito. 
 
 E, visto que a moral e as boas maneiras constituem a mais nobre manifestação 
da cultura, é dever de todo homem acatar-lhes os princípios. 
 
3.1 CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS 
 
O documento mais importante do sistema interamericano é a Convenção 
Americana de Direitos Humanos, que ficou internacionalmente conhecida como PACTO 
DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA. 
O pacto enuncia o chamado desenvolvimento progressivo, ou seja, devem os 
Estados adotar medida que garantam a efetividade dos direitos humanos. 
O pacto estabelece também os deveres das pessoas e indica como foro de 
discussões e arbitragem para eventuais desrespeitos aos seus mandamentos a Comissão 
Interamericana de Direitos Humanos e a Corte Interamericana de Direitos Humanos, 
localizada em São José da Costa Rica. 
Foi internalizado pelo Brasil em 1992, ainda que estivesse em vigor 
internacionalmente desde 1978. 
A Constituição Federal estabelece no seu artigo 5º o direito de manifestação do 
pensamento, bem como a liberdade de expressão, vedando a censura. A norma 
constitucional confere o direito à responsabilização posterior. 
 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o 
anonimato; 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além 
da indenização por dano material, moral ou à imagem; 
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e 
de comunicação, independentemente de censura ou licença; 
 
 
 
11 
 
 
 
 
 
 
O Pacto de São José da Costa Rica estabelece algumas variações dos direitos 
dispostos na Constituição brasileira. 
 
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e de expressão. Esse direito 
compreende a liberdade de buscar, receber e difundir informações e idéias de toda 
natureza, sem consideração de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma 
impressa ou artística, ou por qualquer outro processo de sua escolha. 
 2. O exercício do direito previsto no inciso precedente não pode estar sujeito a censura 
prévia, mas a responsabilidades ulteriores, que devem ser expressamente fixadas pela lei 
e ser necessárias para assegurar: 
a. o respeito aos direitos ou à reputação das demais pessoas; ou 
b. a proteção da segurança nacional, da ordem pública, ou da saúde ou da moral 
públicas. 
[...] 
4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a censura prévia, com o objetivo 
exclusivo de regular o acesso a eles, para proteção moral da infância e da adolescência, 
sem prejuízo do disposto no inciso 2. 
 
A convenção Americana com a função de proteção aos direitos humanos 
estabelece dois mecanismos de monitoramento e implementação de Direitos Humanos: A 
comissão Interamericana de Direitos Humanos e a Corte Interamericana de Direitos 
Humanos. 
 
Exercícios 
 1) (Fundação Aroeira – Delegado de Polícia – TO/2014) – No que se refere à posição 
do Supremo Tribunal Federal acerca da interpretação da Convenção Americana sobre 
Direitos Humanos, 
A) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal afirmou – se no sentido de 
reconhecer que a Convenção Americana sobre Direitos Humanos assegura, de modo 
irrestrito, ao condenado, o direito de sempre recorrer em liberdade. 
B) O Pacto de São José da Costa Rica deixou de prever a possibilidade de cada 
sistema jurídico nacional instituir os casos em que se legitimará, ou não, a privação 
cautelar da liberdade de locomoção física do réu ou do condenado. 
C) O Pacto de São José da Costa Rica admite a possibilidade de cada jurídico nacional 
instituir os casos em que se legitimará, ou não, a privação cautelar da liberdade de 
locomoção física do réu ou do condenado. 
D) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal afirmou-se no sentido de reconhecer 
a possibilidade de execução provisória da pena, considerando ser esse entendimento que 
melhor se amolda à Convenção Americana sobre Direitos Humanos. 
 
Gabarito: 1 - C 
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
 
 COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS 
 
De acordo com o art. 41 do Pacto, a função principal da Comissão é promover a 
observância e defesa da integridade humana. O dispositivo. São atribuições da Comissão: 
 Formular recomendações aos governos dos Estados-membros, para que 
adotem medidas em favor dos direitos humanos. 
 Solicitar aos governos que lhe proporcionem informações sobre medidas que 
adotarem em matérias de direitos humanos. 
 
O art. 44 do Pacto faz referência a legitimidade para peticionar perante a 
Comissão: Não apenas vítimas, mas tambémqualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou, 
ainda, entidade não governamental legalmente reconhecida, podem apresentar a 
Comissão petições que contenham denúncias ou queixa da violação da Convenção por 
um Estado-parte. 
Sobre a denúncia, o art. 46 traz os pressupostos para que a petição seja admitida: 
 Esgotamento dos recursos da jurisdição interna; 
 Apresentação dentro do prazo de seis meses; 
 Exclusividade da via escolhida; 
 No caso de petição subscrita, qualificação da parte; 
 
Recebida a petição a Comissão analisara sua admissibilidade e solicitará ao Estado 
denunciado informações. Passado o prazo a Comissão irá analisar o mérito da denúncia 
ou determinará o seu arquivamento se for o caso. 
Ao decidir sobre a denúncia a Comissão deverá procurar uma solução amistosa 
para o caso, que caso não se tenha êxito irá elaborar um relatório sobre os fatos e suas 
conclusões. 
 
a) CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS 
 
A Corte Interamericana de Direitos Humanos profere sentenças, que a Convenção 
Americana aponta como definitivas e inapeláveis. Havendo violação de direito protegido 
pelo Pacto de São José da Costa Rica, a Corte determina que os direitos desrespeitados 
sejam imediatamente restaurados e, se for o caso, o pagamento de indenização à parte 
lesada. Importante frisar que o Estado denunciado á Corte deve reconhecer a 
competência jurisdicional desta. 
O Brasil reconheceu a competência jurisdicional obrigatória da Corte em 2002, e a 
partir da Emenda Constitucional n. 45 segundo entendimento dominante do Supremo 
Tribunal Federal, o Pacto de São José da Costa Rica, por ser um tratado de direitos 
humanos internacional, passou a ter o patamar de supralegalidade, um status acima das 
leis ordinárias, mas abaixo das emendas constitucionais. 
O conceito da Corte Interamericana de Direitos Humanos encontra-se definido no 
art. 1º do seu estatuto: 
 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 1º - A corte é uma instituição judiciária autônoma cujo objetivo é 
a aplicação e a interpretação da Convenção Americana sobre 
Direitos Humanos e exerce suas funções em conformidade com as 
disposições da citada Convenção e deste Estatuto 
 
A competência da Corte subdivide-se em consultiva e contenciosa. A primeira 
refere-se à interpretação das disposições da Convenção, bem como das disposições de 
tratados concernentes à proteção dos direitos humanos nos Estados americanos. A 
segunda é de caráter jurisdicional, própria para o julgamento de casos concretos, quando 
se alega que algum dos Estados Partes na Convenção Americana, que reconheceu 
expressamente a sua jurisdição, violou algum de seus preceitos. 
Assim, a Corte tem atribuição para julgar os casos de violação dos direitos humanos 
somente em relação aos Estados que reconheceram a Convenção. Sendo assim, 
somente os Estados-partes e a comissão têm legitimidade para apresentar denúncia á 
Corte, os quais serão representados por meio de um agente e um delegado, que poderão 
ser auxiliados por qualquer pessoa de sua confiança. 
 
4. INCIDÊNCIA DO DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA 
 
Instrumento processual que garante o deslocamento da competência para 
processar e julgar graves violações de direitos humanos para os Juízes Federais. Isto 
ocorre através pedido do Procurador-Geral da República ao Superior Tribunal de Justiça. 
O objetivo é assegurar cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais 
de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte. 
 
Art. 109 CF/88. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o 
Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o 
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais 
de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, 
perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito 
ou processo, incidente de deslocamento de competência para a 
Justiça Federal. 
 
5. PRINCIPIO DA PRIMAZIA DOS DIREITOS HUMANOS NAS RELAÇÕES 
INTERNACIONAIS 
 
Art. 4º da CF - A República Federativa do Brasil rege-se nas suas 
relações internacionais pelos seguintes princípios: 
II - prevalência dos direitos humanos; 
 
 
 
14 
 
 
 
 
 
 
Art. 1º da CF - A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-
se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
III - a dignidade da pessoa humana; 
 
Para promover este principio: 
 
 Construção de um sistema Internacional de Proteção; 
 Celebração de Tratados Internacionais; 
 Participação em entidades Internacionais; 
 
A submissão do Brasil a competência dos órgãos internacionais de proteção aos 
Direitos Humanos é verificada nas seguintes ações: 
 
 Aplicação prioritária das normas internacionais; 
 Incorporação de tratados ao ordenamento; 
 Garantia de Direitos para quem vive sob a jurisdição do Estado Brasileiro; 
 
Outros princípios internacionais: 
 
Art. 4º da CF - A República Federativa do Brasil rege-se nas suas 
relações internacionais pelos seguintes princípios: 
I - independência nacional; 
II - prevalência dos direitos humanos; 
III - autodeterminação dos povos; 
IV - não-intervenção; 
V - igualdade entre os Estados; 
VI - defesa da paz; 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
X - concessão de asilo político. 
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a 
integração econômica, política, social e cultural dos povos da 
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações. 
 
AULA 2 
 
6. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL - 1998. Cap. 
I - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Art. 5º). 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
 
Os direitos e garantias fundamentais tratam da positivação pelo ordenamento 
jurídico brasileiro de Direitos Humanos. 
Na Constituição Federal eles estão localizados principalmente no art. 5º, ao qual 
destacamos o seguinte: 
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
(...) 
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais 
têm aplicação imediata. 
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não 
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela 
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte. 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional 
a cuja criação tenha manifestado adesão. 
 
 
Ao invés de trabalhar um por um dos incisos do art. 5º, prefiro destacar apenas os 
principais direitos fundamentais: 
 Igualdade: Todas as pessoas são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza. 
 Igualdade de gênero: Homens e mulheres são iguais em direitos e 
obrigação. 
 Princípio da Legalidade: Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer 
algo senão em virtude de lei. 
 Integridade: Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano 
ou degradante. 
 Liberdade de opinião e expressão: É manifestação do pensamento, sendo 
vedado o anonimato. 
 Liberdade e assistência religiosa: É livre manifestação de consciência e 
crença. 
 Direito à intimidade e à inviolabilidade do domicílio: São protegidas a 
intimidade, a vida privada, a honra e imagem das pessoas. A casa é abrigo inviolável do 
indivíduo, ninguém nela podenela penetrar sem o consentimento do morador, salvo em 
caso flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por 
determinação judicial. 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 Sigilo das comunicações: é inviolável o sigilo da correspondência e das 
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último 
caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de 
investigação criminal ou instrução processual penal; 
 Liberdade de Informação: é assegurado a todos o acesso à informação e 
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; 
 Direito de reunião e associação: todos podem reunir-se pacificamente, 
sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que 
não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas 
exigido prévio aviso à autoridade competente; 
 Direito de Propriedade: é garantido o direito de propriedade; a propriedade 
atenderá a sua função social; a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por 
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia 
indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; 
 Direito de informação e petição: todos têm direito a receber dos órgãos 
públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que 
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo 
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
 Habeas Corpus e habeas data: conceder-se-á mandado de segurança para 
proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando 
o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de 
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; 
 Mandado de Segurança: conceder-se-á mandado de segurança para 
proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando 
o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de 
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; 
 Ação Popular: qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que 
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à 
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando 
o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
 
Exercícios: 
1) FUNCAB – Delegado de Polícia – RJ/2012 – Assinale, dentre as opções abaixo, 
aquela que indica uma caraterística INCORRETA dos direitos e garantias tidos como 
fundamentais previsto na CF: 
A) Históricos 
B) Cumuláveis ou concorrentes 
C) Inalienáveis 
D) Absolutos. 
E) Irrenunciáveis. 
 
 
 
 
17 
 
 
 
 
 
 
2) FUNCAB – Delegado de Policia – RO/2014 – Com relação ao tema “direitos individuais 
e coletivos” na Constituição Federal de 1988, assinale a alternativa correta. 
a) É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do 
deposito. 
b) A Constituição prevê que a votação no júri se dê por votação publica. 
c) Ao júri é assegurado a competência para julgamento de todos os crimes contra a 
vida. 
d) Não haverá juízo ou tribunal de exceção, salvo em tempo de guerra. 
e) O exercício de qualquer trabalho depende de autorização da repartição 
competente. 
 
3) Fundação Aroeira – Delegado de Policia – TO/2014 – Dispõe a Constituição Federal, 
no Título dos Direitos e Garantias Fundamentais, que a prisão ilegal será imediatamente: 
a) Revogada pela autoridade policial competente. 
b) Substituída por fiança. 
c) Relaxada pela autoridade judiciaria. 
d) Substituída por monitoração eletrônica. 
 
4) Vunesp – Delegado de Policia – SP/2014 – Quanto às garantias constitucionais e à 
privação da liberdade, assinale a alternativa correta. 
a) Conceder-se-á habeas corpus sempre que a lei admitir a liberdade provisória. 
b) O preso será informado de seus direitos, dentre os quais de permanecer calado, 
sendo-lhe assegurada a remoção para estabelecimento perto da família. 
c) O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu 
interrogatório policial, exceto nos crimes inafiançáveis. 
d) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados no 
primeiro dia útil ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. 
e) Ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade 
provisória, com ou sem fiança. 
 
5) Delegado de Policia – RJ/2009 – O remédio constitucional adequado para postular 
judicialmente a emissão de certidão de antecedentes criminais é: 
a) A ação popular 
b) O Habeas corpus 
c) O Mandado de injunção 
d) O Habeas data 
e) O mandato de segurança 
 
6) FUNCAB – Delegado de Policia – ES/2013 – Dos atos lesivos ao meio ambiente, cabe: 
a) Habeas corpus 
b) Habeas data 
c) Mandato de injunção 
 
 
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d) Mandato de segurança individual 
e) Ação popular 
 
7) Delegado de Policia – RO/2009 – A Constituição Federal prevê remédios 
constitucionais como instrumento para salvaguardar os direitos e garantias fundamentais 
assegurados em seu texto. Acerca do tema, assinale a opção correta. 
a) É admitida a dilação probatória em sede de habeas corpus, diferentemente do 
procedimento do mandato de segurança. 
b) Não é admitida, no ordenamento jurídico brasileiro, a concessão de liminar em sede 
de habeas corpus. 
c) O habeas corpus pode ser ajuizado por qualquer pessoa em favor de terceiros, não 
sendo necessária autorização expressa nesse sentido. 
d) O mandado de segurança pode ser sempre utilizado como sucedâneo do habeas 
data. 
e) Os partidos políticos não têm legitimidade para a propositura de mandado de 
segurança coletivo. 
 
8) Delegado de Polícia – PI/2009 – NUCEPe – A garantia constitucional que prevê a 
existência e o julgamento do habeas corpus, é um remédio judicial que pode ser aplicado 
em situações concretas de: 
A) Violação de direito liquido e certo à permanência em sua moradia, em decorrência 
de ato desapropriatório ilegal. 
B) Aplicação indevida de pena restritiva de direitos em processo criminal. 
C) Pena pecuniária demasiada aplicada em caráter de confisco. 
D) Ato do Ministério da Justiça que não permite a saída de estrangeiro do território 
nacional. 
E) Punição disciplinar de policial militar que importe em sua prisão. 
 
Gabarito: 1 – D, 2 – A, 3 – C, 4 – E, 5 – E, 6 – E, 7 – C, 8 - D 
 
7. SISTEMA ESPECIAL DE PROTEÇÃO 
 
a) Convenção contra tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, 
desumanos ou degradantes. 
 
A ONU celebrou essa Convenção em dezembro de 1984, para preservar indivíduos 
e grupos de danos decorrentes de deliberada inflição de dor ou sofrimentos físicos e 
mentais, ou castigos, intimidações ou coações de qualquer natureza. 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
 
 
 
A convenção veda que sejam invocadas circunstâncias excepcionais, como 
ameaça ou estado de guerra, instabilidade política interna ou qualquer emergência 
pública, como justificação para tortura. 
Veda também a extradição, a expulsão ou a devolução de uma pessoa quando 
houver substanciais razões para crer que no Estado destinatário ela corra perigo de ser 
submetida à tortura. 
Por fim, houve um protocolo facultativo À Convenção contra a tortura, ratificado 
pelo Brasil em 2007, que prevê sistema preventivo de visitas regulares realizadas por 
órgãos nacionais e internacionais a local de detenção. 
A regulamentação da referida Convenção pelo Brasil, se deu através da Lei 
n.12.847/13, ao qual destacamos o seguinte: 
 
Art. 2o - O SNPCT será integrado por órgãos e entidades públicas 
e privadas com atribuições legais ou estatutárias de realizar o 
monitoramento, a supervisão e o controlede estabelecimentos e 
unidades onde se encontrem pessoas privadas de liberdade, ou de 
promover a defesa dos direitos e interesses dessas pessoas. 
 
Sobre a convenção importante destacar os seguintes artigos: 
 
PARTE I 
Artigo 1 
1. Para os fins desta Convenção, o termo "tortura" designa qualquer ato pelo qual uma 
violenta dor ou sofrimento, físico ou mental, é infligido intencionalmente a uma pessoa, 
com o fim de se obter dela ou de uma terceira pessoa informações ou confissão; de puní-
la por um ato que ela ou uma terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter 
cometido; de intimidar ou coagir ela ou uma terceira pessoa; ou por qualquer razão 
baseada em discriminação de qualquer espécie, quando tal dor ou sofrimento é imposto 
por um funcionário público ou por outra pessoa atuando no exercício de funções públicas, 
ou ainda por instigação dele ou com o seu consentimento ou aquiescência. Não se 
considerará como tortura as dores ou sofrimentos que sejam consequência, inerentes ou 
decorrentes de sanções legítimas. 
2. Este artigo não prejudicará qualquer instrumento internacional ou lei nacional que 
contenha ou possa conter disposições de maior alcance. 
 
Artigo 2 
1. Cada Estado Parte tomará medidas legislativas, administrativas, judiciais ou de outra 
natureza com o intuito de impedir atos de tortura no território sob a sua jurisdição. 
2. Nenhum circunstância excepcional, como ameaça ou estado de guerra, instabilidade 
política interna ou qualquer outra emergência pública, poderá ser invocada como 
justificativa para a tortura. 3. Uma ordem de um funcionário superior ou de uma autoridade 
pública não poderá ser invocada como justificativa para a tortura. 
 
 
20 
 
 
 
 
 
 
Artigo 3 
1. Nenhum Estado Parte expulsará, devolverá ou extraditará uma pessoa para outro 
Estado quando houver fundados motivos para se acreditar que, nele, ela poderá ser 
torturada. 
2. Com vistas a se determinar a existência de tais motivos, as autoridades competentes 
levarão em conta todas as considerações pertinentes, inclusive, quando for o caso, a 
existência, no Estado em questão, de um quadro de graves, maciças e sistemáticas 
violações dos direitos humanos. 
 
Artigo 4 
1. Cada Estado Parte assegurará que todos os atos de tortura sejam considerados crimes 
nos termos da sua lei penal. O mesmo aplicar-se-á à tentativa de infligir tortura e a todo 
ato praticado por qualquer pessoa que constitua cumplicidade ou participação em tortura. 
2. Cada Estado Parte penalizará adequadamente tais crimes, levando em consideração 
sua gravidade. 
 
Exercícios: 
1) (CESPE – 2013 – DPE – TO) – Assinale a opção correta acerca da Convenção contra 
Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes: 
a) A referida convenção não pode funcionar como base legal para a extradição, 
quando permitida, de pessoa acusada da tortura. 
b) O Comitê contra Tortura deve ser composto por pessoas de reputação ilibada 
indicados pelos Estados-partes e aprovadas pelo secretário-geral da ONU. 
c) Essa convenção não estabele garantias para o acusado da prática de tortura. 
d) O referido acordo internacional define tortura como qualquer ato por meio do qual 
dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma 
pessoa a fim de castiga-la por ato que ela tenha cometido, mesmo que tais dores ou 
sofrimentos sejam consequência unicamente de sanções legítimas. 
e) Quando o Estado-parte reconhecer a competência do Comitê contra a Tortura para 
recebe e processar petições individuais, devem ser sempre consideradas inadmissíveis 
as petições apócrifas. 
 
2) (MPF 2012) – A expressão “tortura (...) praticada de forma sistemática” no art. 20 da 
convenção da ONU contrata a tortura de 1984: 
a) Remete para definição de tortura como crime contra a humanidade (“ataque 
sistemático ou extenso contra qualquer população civil”). 
b) Remete para tortura como parte de um padrão consistente de grave violação de 
direitos humanos, nos termos das Resoluções ECOSOC n. 1235 e n. 1503. 
c) Remete para a prática de tortura de forma não fortuita, mas habitual, extensa e 
deliberada, ao menos em parte do território do estado em questão. 
d) Remete para a existência de uma clara política governamental que dá sustentação 
à prática de tortura, de forma extensa. 
 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
3) (FCC – 2009 DPE – MA – Defensor Público) – Nos termos da Convenção contra a 
Tortura e outros tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, a tortura é: 
a) Proibida em toda e qualquer circunstância, seja ameaça ou estado de guerra, 
instabilidade política interna ou qualquer outra emergência pública, sendo um crime 
impróprio em que a qualidade de agente público é causa de aumento de pena. 
b) Permitida excepcionalmente em estado de guerra sendo um crime próprio que tem 
como sujeito ativo um agente público. 
c) Permitida excepcionalmente para o combate ao terrorismo, sendo um crime 
impróprio em que a qualidade de agente público e causa de aumento de pena. 
d) Proibida em toda e qualquer circunstância, seja ameaça ou estado de guerra, 
instabilidade política interna ou qualquer outra emergência pública, sendo um crime 
próprio que tem como sujeito ativo um agente público. 
e) Permitida excepcionalmente em estado de guerra, sendo um crime impróprio em 
que a qualidade de agente público é causa de aumento de pena. 
 
4) (FCC – 2006 - DPE – SP – Defensor Público) Segundo a Convenção contra Tortura e 
outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes (ONU, 1984), para a 
caracterização da tortura é relevante: 
a) Sua finalidade e irrelevante a intensidade do sofrimento causado. 
b) Que seja praticada por funcionário público e irrelevante sua finalidade. 
c) A finalidade do ato e irrelevante o local onde ocorre. 
d) Que o sofrimento seja agudo e irrelevante a qualidade de quem pratica. 
e) O local onde ocorre e irrelevante a intensidade do sofrimento causado. 
 
5) (MPF 2013) – O conceito de tortura no direito internacional dos direitos humanos: 
a) Se aplica exclusivamente à tortura perpetrada por agente público ou por sua 
instigação, sua tolerância ou sua aquiescência. 
b) Se aplica À tortura perpetrada direta ou indiretamente por agente público no marco 
das Convenções de 1984 e de 1985, da ONU e do sistema interamericano 
respectivamente; e se aplica, também, à tortura perpetrada por atores não estatais no 
marco da Declaração Universal dos Direitos Humanos, do Pacto Internacional de Direitos 
Civis e Políticos e da Convenção Americana de Direitos Humanos. 
c) Se aplica à tortura perpetrada por agente públicos e por atores não estatais tanto 
no marco das Convenções de 1984 e 1985, da ONU e do sistema interamericano 
respectivamente, quanto no marco da Declaração Universal dos Direitos Humanos, do 
Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e da Convenção Americana de Direitos 
Humanos. 
d) Se aplica exclusivamente À tortura perpetrada por agente público no marco do art. 
7º do Estatuto de Roma e, também, à tortura perpetrada por não combatente civil no marco 
do art. 8º do Estatuto de Roma. 
 
 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
6) (PC SP – 2011 – Delegado de Polícia) De acordo com a Convenção Interamericana 
para Prevenir e Punir a Tortura (1985), podem ser sujeitos ativos do crime de tortura: 
a) Apenas funcionários ou empregados públicos, ou particulares desde que instigados 
pelos dois primeiros. 
b) Apenas funcionários ou empregados público, ainda que em período de estágio 
probatório ou equivalente. 
c) Qualquer pessoa, desde que tenha a intenção de impor grave sofrimento físico ou 
mental. 
d) Exclusivamente empregados ou funcionários públicos, agindo em razão do ofício 
ou função. 
e) Qualquer pessoa, desde que seja penalmente responsável nos termos da lei do 
Estado Parte. 
 
Gabarito: 1 – E, 2 – C, 3 – D, 4 – C, 5 – B, 6 - A8. PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 2, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2010, 
que estabelece Diretrizes Nacionais De Promoção E Defesa Dos Direitos Humanos 
Dos Profissionais De Segurança Pública. Publicado no Diário Oficial da União nº 240 
– Seção 1, em 16 de dezembro de 2010. 
 
 DIREITOS CONSTITUCIONAIS E PARTICIPAÇÃO CIDADÃ 
1) Adequar as leis e regulamentos disciplinares que versam sobre direitos e 
deveres dos profissionais de segurança pública à Constituição Federal de 1988. 
2) Valorizar a participação das instituições e dos profissionais de segurança pública 
nos processos democráticos de debate, divulgação, estudo, reflexão e formulação das 
políticas públicas relacionadas com a área, tais como conferências, conselhos, 
seminários, pesquisas, encontros e fóruns temáticos. 
3) Assegurar o exercício do direito de opinião e a liberdade de expressão dos 
profissionais de segurança pública, especialmente por meio da Internet, blogs, sites e 
fóruns de discussão, à luz da Constituição Federal de 1988. 
4) Garantir escalas de trabalho que contemplem o exercício do direito de voto por 
todos os profissionais de segurança pública. VALORIZAÇÃO DA VIDA 
5) Proporcionar equipamentos de proteção individual e coletiva aos profissionais de 
segurança pública, em quantidade e qualidade adequadas, garantindo sua reposição 
permanente, considerados o desgaste e prazos de validade. 
6) Assegurar que os equipamentos de proteção individual contemplem as 
diferenças de gênero e de compleição física. 
7) Garantir aos profissionais de segurança pública instrução e treinamento 
continuado quanto ao uso correto dos equipamentos de proteção individual. 
 
 
 
 
23 
 
 
 
 
 
 
8) Zelar pela adequação, manutenção e permanente renovação de todos os 
veículos utilizados no exercício profissional, bem como assegurar instalações dignas em 
todas as instituições, com ênfase para as condições de segurança, higiene, saúde e 
ambiente de trabalho. 
9) Considerar, no repasse de verbas federais aos entes federados, a efetiva 
disponibilização de equipamentos de proteção individual aos profissionais de segurança 
pública. 
 
 DIREITO À DIVERSIDADE 
10) Adotar orientações, medidas e práticas concretas voltadas à prevenção, 
identificação e enfrentamento do racismo nas instituições de segurança pública, 
combatendo qualquer modalidade de preconceito. 
11) Garantir respeito integral aos direitos constitucionais das profissionais de 
segurança pública femininas, considerando as especificidades relativas à gestação e à 
amamentação, bem como as exigências permanentes de cuidado com filhos crianças e 
adolescentes, assegurando a elas instalações físicas e equipamentos individuais 
específicos sempre que necessário. 
12) Proporcionar espaços e oportunidades nas instituições de segurança pública 
para organização de eventos de integração familiar entre todos os profissionais, com 
ênfase em atividades recreativas, esportivas e culturais voltadas a crianças, adolescentes 
e jovens. 
13) Fortalecer e disseminar nas instituições a cultura de nãodiscriminação e de 
pleno respeito à liberdade de orientação sexual do profissional de segurança pública, com 
ênfase no combate à homofobia. 
14) Aproveitar o conhecimento e a vivência dos profissionais de segurança pública 
idosos, estimulando a criação de espaços institucionais para transmissão de experiências, 
bem como a formação de equipes de trabalho composta por servidores de diferentes 
faixas etárias para exercitar a integração intergeracional. 
15) Estabelecer práticas e serviços internos que contemplem a preparação do 
profissional de segurança pública para o período de aposentadoria, estimulando o 
prosseguimento em atividades de participação cidadã após a fase de serviço ativo. 
16) Implementar os paradigmas de acessibilidade e empregabilidade das pessoas 
com deficiência em instalações e equipamentos do sistema de segurança pública, 
assegurando a reserva constitucional de vagas nos concursos públicos. 
 
 SAÚDE 
17) Oferecer ao profissional de segurança pública e a seus familiares, serviços 
permanentes e de boa qualidade para acompanhamento e tratamento de saúde. 
18) Assegurar o acesso dos profissionais do sistema de segurança pública ao 
atendimento independente e especializado em saúde mental. 
 
 
 
 
24 
 
 
 
 
 
 
19) Desenvolver programas de acompanhamento e tratamento destinados aos 
profissionais de segurança pública envolvidos em ações com resultado letal ou alto nível 
de estresse. 
20) Implementar políticas de prevenção, apoio e tratamento do alcoolismo, 
tabagismo ou outras formas de drogadição e dependência química entre profissionais de 
segurança pública. 
21) Desenvolver programas de prevenção ao suicídio, disponibilizando 
atendimento psiquiátrico, núcleos terapêuticos de apoio e divulgação de informações 
sobre o assunto. 
22) Criar núcleos terapêuticos de apoio voltados ao enfrentamento da depressão, 
estresse e outras alterações psíquicas. 
23) Possibilitar acesso a exames clínicos e laboratoriais periódicos para 
identificação dos fatores mais comuns de risco à saúde. 
24) Prevenir as consequências do uso continuado de equipamentos de proteção 
individual e outras doenças profissionais ocasionadas por esforço repetitivo, por meio de 
acompanhamento médico especializado. 
25) Estimular a prática regular de exercícios físicos, garantindo a adoção de 
mecanismos que permitam o cômputo de horas de atividade física como parte da jornada 
semanal de trabalho. 
26) Elaborar cartilhas voltadas à reeducação alimentar como forma de diminuição 
de condições de risco à saúde e como fator de bem-estar profissional e auto-estima. 
 
 REABILITAÇÃO E REINTEGRAÇÃO 
27) Promover a reabilitação dos profissionais de segurança pública que adquiram 
lesões, traumas, deficiências ou doenças ocupacionais em decorrência do exercício de 
suas atividades. 
28) Consolidar, como valor institucional, a importância da readaptação e da 
reintegração dos profissionais de segurança pública ao trabalho em casos de lesões, 
traumas, deficiências ou doenças ocupacionais adquiridos em decorrência do exercício 
de suas atividades. 
29) Viabilizar mecanismos de readaptação dos profissionais de segurança pública 
e deslocamento para novas funções ou postos de trabalho como alternativa ao 
afastamento definitivo e à inatividade em decorrência de acidente de trabalho, ferimentos 
ou seqüelas. 
 
 DIGNIDADE E SEGURANÇA NO TRABALHO 
30) Manter política abrangente de prevenção de acidentes e ferimentos, incluindo 
a padronização de métodos e rotinas, atividades de atualização e capacitação, bem como 
a constituição de comissão especializada para coordenar esse trabalho. 
31) Garantir aos profissionais de segurança pública acesso ágil e permanente a 
toda informação necessária para o correto desempenho de suas funções, especialmente 
no tocante à legislação a ser observada. 
 
 
25 
 
 
 
 
 
 
32) Erradicar todas as formas de punição envolvendo maus tratos, tratamento cruel, 
desumano ou degradante contra os profissionais de segurança pública, tanto no cotidiano 
funcional como em atividades de formação e treinamento. 
33) Combater o assédio sexual e moral nas instituições, veiculando campanhas 
internas de educação e garantindo canais para o recebimento e apuração de denúncias. 
34) Garantir que todos os atos decisórios de superiores hierárquicos dispondo 
sobre punições, escalas, lotação e transferências sejam devidamente motivados e 
fundamentados. 
35) Assegurar a regulamentação da jornada de trabalho dos profissionais de 
segurança pública, garantindo o exercício do direito à convivência familiar e comunitária. 
 
 ESTRUTURAS E EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS 
56) Constituir núcleos, divisões e unidades especializadas em Direitos Humanos 
nas academias e na estrutura regular das instituições de segurança pública,incluindo 
entre suas tarefas a elaboração de livros, cartilhas e outras publicações que divulguem 
dados e conhecimentos sobre o tema. 
57) Promover a multiplicação de cursos avançados de Direitos Humanos nas 
instituições, que contemplem o ensino de matérias práticas e teóricas e adotem o Plano 
Nacional de Educação em Direitos Humanos como referência. 
58) Atualizar permanentemente o ensino de Direitos Humanos nas academias, 
reforçando nos cursos a compreensão de que os profissionais de segurança pública 
também são titulares de Direitos Humanos, devem agir como defensores e promotores 
desses direitos e precisam ser vistos desta forma pela comunidade. 
59) Direcionar as atividades de formação no sentido de consolidar a compreensão 
de que a atuação do profissional de segurança pública orientada por padrões 
internacionais de respeito aos Direitos Humanos não dificulta, nem enfraquece a atividade 
das instituições de segurança pública, mas confere-lhes credibilidade, respeito social e 
eficiência superior. 
 
9. PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 4.226, DE 31 DE DEZEMBRO DE 2010 
que estabelece Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de Segurança 
Pública. 
Art. 1º Ficam estabelecidas Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de Segurança 
Pública, na forma do Anexo I desta Portaria. 
Parágrafo único. Aplicam-se às Diretrizes estabelecidas no Anexo I, as definições 
constantes no Anexo II desta Portaria. 
 
Art. 2º A observância das diretrizes mencionadas no artigo anterior passa a ser obrigatória 
pelo Departamento de Polícia Federal, pelo Departamento de Polícia Rodoviária Federal, 
pelo Departamento Penitenciário Nacional e pela Força Nacional de Segurança 
Pública. 
 
 
 
26 
 
 
 
 
 
 
§ 1º As unidades citadas no caput deste artigo terão 90 dias, contados a partir da 
publicação desta portaria, para adequar seus procedimentos operacionais e seu processo 
de formação e treinamento às diretrizes supramencionadas. 
§ 2º As unidades citadas no caput deste artigo terão 60 dias, contados a partir da 
publicação desta portaria, para fixar a normatização mencionada na diretriz No- 9 e para 
criar a comissão mencionada na diretriz No- 23. 
§ 3º As unidades citadas no caput deste artigo terão 60 dias, contados a partir da 
publicação desta portaria, para instituir Comissão responsável por avaliar sua situação 
interna em relação às diretrizes não mencionadas nos parágrafos anteriores e propor 
medidas para assegurar as adequações necessárias. 
 
Art. 3º A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o Ministério da 
Justiça estabelecerão mecanismos para estimular e monitorar iniciativas que visem à 
implementação de ações para efetivação das diretrizes tratadas nesta portaria pelos entes 
federados, respeitada a repartição de competências prevista no art. 144 da Constituição 
Federal. 
 
Art. 4º A Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça levará em 
consideração a observância das diretrizes tratadas nesta portaria no repasse de recursos 
aos entes federados. 
 
10. Decreto n° 48.118 que dispõe sobre o tratamento nominal, inclusão e 
uso do nome social de travestis e transexuais nos registros estaduais relativos a 
serviços públicos prestados no âmbito do Poder Executivo Estadual (Decreto 
publicado no DOE n° 123 de 28 de junho de 2011) 
Art. 1º Nos procedimentos e atos dos Órgãos da Administração Pública Estadual Direta e 
Indireta de atendimento a travestis e transexuais deverá ser assegurado o direito à escolha 
de seu nome social, independentemente de registro civil, nos termos deste Decreto. 
Parágrafo único. Para fins deste Decreto, nome social é aquele pelo qual travestis e 
transexuais se identificam e são identificados pela sociedade. 
 
Art. 2º O nome civil deve ser exigido apenas para uso interno da instituição, acompanhado 
do nome social do usuário, o qual será exteriorizado nos atos e expedientes 
administrativos. 
 
Art. 3º Nos casos em que o interesse público exigir, inclusive para salvaguardar direitos 
de terceiros, será considerado o nome civil da pessoa travesti ou transexual. 
 
Art. 4º A pessoa interessada indicará no momento do preenchimento do cadastro, 
formulário, prontuário e documento congênere, ou ao se apresentar para o atendimento, 
o prenome pelo qual queira ser identificada, na forma como é reconhecida e denominada 
por sua comunidade e em sua inserção social. 
 
 
27 
 
 
 
 
 
 
§ 1º Os servidores públicos deverão tratar a pessoa pelo nome social constante dos atos 
escritos. 
§ 2º O prenome anotado no registro civil deve ser utilizado para os atos que ensejarão a 
emissão de documentos oficiais, acompanhado do prenome escolhido. 
§ 3º Os documentos obrigatórios de identificação e de registro civil serão emitidos nos 
termos da legislação própria. 
 
Art. 5º É assegurado ao servidor público travesti ou transexual a utilização do seu nome 
social mediante requerimento à Administração Pública Estadual direta e indireta, nas 
seguintes situações: 
I – cadastro de dados e informações de uso social; 
 II – comunicações internas de uso social; 
III – endereço de correio eletrônico; 
IV – identificação funcional de uso interno do órgão; 
V – lista de ramais do órgão; e 
VI – nome de usuário em sistemas de informática. 
§ 1º No caso do inciso IV, o nome social deverá ser anotado no anverso e o nome civil no 
verso da identificação funcional. 
§ 2º Nos Sistemas de Recursos Humanos, será implementado campo para a inscrição do 
nome social indicado pelo servidor. 
 
Art. 6º As escolas da rede de ensino público estadual ficam autorizadas a incluir o nome 
social de travestis e transexuais nos registros escolares para garantir o acesso, a 
permanência e o êxito desses cidadãos no processo de escolarização e de aprendizagem. 
 
Art. 7º O descumprimento do disposto neste Decreto por servidor público estadual fica 
sujeito às penalidades previstas na Lei Complementar nº 10.098, de 3 de fevereiro de 
1994. 
 
Art. 8º Caberá à Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos, por meio da 
Coordenadoria de Diversidade Sexual, promover ampla divulgação deste Decreto para 
esclarecimento sobre os direitos e deveres nele assegurados. 
 
Art. 9º Os órgãos públicos estaduais deverão, no prazo de noventa dias, promover as 
necessárias adaptações nas normas e procedimentos internos à aplicação do disposto 
neste Decreto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
 
AULA 03 
 
11. CONVENÇÕES ESPECIAIS 
 
 Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de discriminação contra 
mulher e Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a 
Violência contra a Mulher (1994) 
 
A Convenção é baseada na dupla obrigação de eliminar a discriminação e 
assegurar a igualdade. 
A Convenção sobre a Mulher define no seu art. 1º, a discriminação contra a mulher: 
 
“Para fins da presente Convenção, a expressão ‘discriminação 
contra a mulher’ significará toda distinção, exclusão ou 
restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado 
prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela 
mulher, independentemente de seu estado civil, com base na 
igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e 
liberdades fundamentais nos campos político, econômico, 
social, cultural e civil ou em qualquer outro campo.” 
 
 A Convenção prevê a possibilidade de adoção de “ações afirmativas”, como 
importantes medidas a serem adotadas pelos Estados para tornar mais célere o processo 
de consecução da igualdade. São medidas compensatórias que visam remediar as 
desvantagens históricas de um passado discriminatório. Tais medidas cessarão quando 
alcançado o seu objetivo. 
A pressão dos movimentos feministas, do movimento organizado de mulheres e a 
articulação dos conselhos dos direitos das mulheres no processo constituinte, resultou em 
importantes conquistas na ConstituiçãoFederal, na perspectiva da igualdade de direitos 
entre homens e mulheres, como afirma o inciso I do art. 5º. 
 
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes: 
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos 
termos desta Constituição; 
 
 A Carta de 1988 proclama ainda outros direitos específicos das mulheres, tais 
como: 
 
 
 
29 
 
 
 
 
 
 
a) a igualdade entre homens e mulheres especificamente no âmbito da família (art. 226, § 
5º); 
b) a proibição da discriminação no mercado de trabalho, por motivo de sexo ou estado 
civil (art. 7º, XXX, regulamentado pela Lei 9.029, de 13 de abril de 1995, que proíbe a 
exigência de atestados de gravidez e esterilização e outras práticas discriminatórias para 
efeitos admissionais ou de permanência da relação jurídica de trabalho); 
c) a proteção especial da mulher do mercado de trabalho, mediante incentivos específicos 
(art. 7º, XX, regulamentado pela Lei 9.799, de 26 de maio de 1999, que insere na 
Consolidação das Leis do Trabalho regras sobre o acesso da mulher ao mercado de 
trabalho); 
d) o planejamento familiar como uma livre decisão do casal, devendo o Estado propiciar 
recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito (art. 226, § 7º, 
regulamentado pela Lei 9.263, de 12 de janeiro de 1996, que trata do planejamento 
familiar, no âmbito do atendimento global e integral à saúde); e 
e) o dever do Estado de coibir a violência no âmbito das relações familiares (art. 226, § 
8º). 
 
Exercícios: 
1) (PC-SP – 2011 – DELEGADO DE POLICIA ) A Convenção sobre a Eliminação de 
Todas as Formas de Discriminação conta a Mulher estabelece que os Estados Partes se 
comprometem a: 
a) Fomentar qualquer concepção estereotipada dos papeis masculino e feminino em 
todos os níveis. 
b) Derrogar todas as disposições penais nacionais que constituam discriminação 
contra as mulheres. 
c) Conceder bolsas e acesso aos programas de educação supletiva em maior número 
para compensar as desigualdades passadas. 
d) Desencorajar a educação mista, privilegiando os programas de alfebetização 
funcional para as mulheres. 
e) Proibir a demissão por motivo de gravidez, permanecendo aquelas motivadas pelo 
estado civil. 
 
2 - (OAB 2012.1 – FGV) – A respeito da Convenção sobre Eliminação de Todas as Formas 
de Discriminação contra Mulher, ratificada pelo Brasil, assinale a alternativa correta: 
A) Uma vez que a Convenção tem como objetivo proteger um grupo especifico, não 
pode ser considerada como um documento de proteção internacional dos direitos 
humanos. 
B) A Convenção possui um protocolo facultativo, que permite a apresentação de 
denuncias sobre violação dos direitos por ela consagrados. 
C) A Convenção permite que o Estado-parte adote, de forma definitiva, ações 
afirmativas para garantir a igualdade entre gêneros. 
 
 
 
30 
 
 
 
 
 
 
D) A Convenção traz em seu texto um mecanismo de proteção dos direitos que 
consagra, por meio de petições sobre violações, que podem ser protocoladas por qualquer 
Estado-parte. 
 
3) (PGR – 2015 – PGR – PROCURADOR DA REPUBLICA) Assinale a alternativa correta: 
A) A Convenção interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a 
Mulher permite que os Estados partes e a Comissão interamericana de Mulheres 
requeiram parecer consultivo a Corte Interamericana de Direito Humanos sobre a 
interpretação da Convenção. 
B) Os defensores públicos interamericanos são escolhidos pela Comissão 
Interamericana de Direito Humanos, entre os advogados habilitados da própria comissão. 
C) A violação grave da Carta Democrática interamericana não enseja qualquer sanção 
jurídica internacional ao Estado faltoso, mas permite a adoção de censura publica pela 
Assembleia Geral da OEA. 
D) O Protocolo Facultativo a Convenção sobre os Direitos da Criança referente a 
venda de crianças, a prostituição infantil não prevê, expressamente o dever dos Estados 
partes de criminalizar atos relacionados a venda de crianças, a pornografia e prostituição 
infantis. 
 
4) (VUNESP – 2008 - DPE – MS – Defensor Público) A Convenção que faz parte do 
sistema Interamericano de Direito Humanos e que foi assinada em Belém do Pará é a 
Convenção interamericana: 
A) Para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher. 
B) Para Prevenir e Punir a Tortura. 
C) Contra a corrupção 
D) Sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação racial. 
 
5) (PC-SP – 2011 – DELEGADO DE POLICIA ) A Convenção sobre a Eliminação de 
Todas as Formas de Discriminação conta a Mulher estabelece que os Estados Partes se 
comprometem a: 
A) Fomentar qualquer concepção estereotipada dos papeis masculino e feminino em 
todos os níveis. 
B) Derrogar todas as disposições penais nacionais que constituam discriminação 
contra as mulheres. 
C) Conceder bolsas e acesso aos programas de educação supletiva em maior número 
para compensar as desigualdades passadas. 
D) Desencorajar a educação mista, privilegiando os programas de alfebetização 
funcional para as mulheres. 
E) Proibir a demissão por motivo de gravidez, permanecendo aquelas motivadas pelo 
estado civil. 
 
Gabarito: 1 – B, 2 – B, 3 – A, 4 – A, 5 - B 
 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial 
 
A convenção contra a Discriminação Racial foi adotada pela ONU em 21 de 
dezembro de 1965, trazendo em seu preâmbulo a afirmação de que “qualquer doutrina de 
superioridade baseada em diferenças raciais é cientificamente falsa, moralmente 
condenável, socialmente injusta e perigosa, inexistindo justificativa para a discriminação 
racial, em teoria ou em prática, em algum lugar”. 
A convenção foi ratificada pelo Brasil em 27 de março de 1968 e está dividida em 
três partes: a primeira trata dos direitos ali previstos; a segunda, do sistema de 
monitoramento; a terceira, do processo relativo à sua adoção pelo Estados-partes, bem 
como das reservas e da denúncia. 
O documento define discriminação racial como toda distinção, exclusão, 
restrição ou preferência baseada em raça, cor descendência ou origem nacional ou 
étnica que tenha por objeto ou resultado anular ou restringir o reconhecimento, 
gozo ou exercício em igualdade de condição de direitos humanos e liberdades 
fundamentais nos campo político, econômico, social cultural ou em qualquer outro 
campo da vida pública. 
 
PARTE I 
Artigo I 
1. Nesta Convenção, a expressão “discriminação racial” significará qualquer distinção, 
exclusão restrição ou preferência baseadas em raça, cor, descendência ou origem 
nacional ou etnica que tem por objetivo ou efeito anular ou restringir o reconhecimento, 
gozo ou exercício num mesmo plano,( em igualdade de condição), de direitos humanos e 
liberdades fundamentais no domínio político econômico, social, cultural ou em qualquer 
outro dominio de vida pública. 
2. Esta Convenção não se aplicará ás distinções, exclusões, restrições e preferências 
feitas por um Estado Parte nesta Convenção entre cidadãos e não cidadãos. 
3. Nada nesta Convenção poderá ser interpretado como afetando as disposições legais 
dos Estados Partes, relativas a nacionalidade, cidadania e naturalização, desde que tais 
disposições não discriminem contra qualquer nacionalidade particular. 
4. Não serão consideradas discriminação racial as medidas especiais tomadas com o 
único objetivo de assegurar progresso adequado de certos grupos raciais ou étnicos ou 
de indivíduos que necessitem da proteção que possa ser necessária para proporcionar a 
tais grupos ou indivíduos igual gozo ou exercício de direitos humanos e liberdades 
fundamentais, contando que, tais medidas não conduzam, em consequência, à 
manutenção de direitosseparados para diferentes grupos raciais e não prossigam após 
terem sidos alcançados os seus objetivos. 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
 
Exercícios: 
1) (VUNESP – 2014 - DPE – MS – Defensor Público) “Direito à segurança da pessoa ou 
à proteção do Estado contra violência ou lesão corporal cometida, que por funcionários de 
Governo, quer por qualquer indivíduo, grupo ou instituição” é um compromisso dos 
Estados partes que consta da: 
A) Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. 
B) Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação 
Racial. 
C) Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação 
contra a Mulher. 
D) Convenção sobre os Direitos da Criança. 
 
2) (FCC – 2009 –DPE-MA – Defensor Público) À luz da Convenção Internacional sobre 
a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial, as ações afirmativas são: 
A) Proibidas, porque constituem uma forma de discriminação direta positiva, nos 
termos da Convenção. 
B) Permitidas, cabendo aos Estados-partes adotá-las para fomentar a promoção da 
igualdade étnico-racial. 
C) Obrigatórias, devendo os Estados-Partes adotá-las no prazo de até cinco anos a 
contar da data da ratificação da Convenção. 
D) Proibidas porque constituem uma forma de discriminação indireta negativa, nos 
termos da Convenção. 
E) Obrigatória, devendo os Estados-partes adotá-las no prazo de até dois anos a 
contar da data da ratificação da Convenção. 
 
Gabarito: 1 – B, 2 - B 
 
 Convenção sobre os Direitos da Criança 
 
CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA1 
 
PARTE I 
Artigo 1 
Nos termos da presente Convenção, criança é todo o ser humano menor de 18 anos, salvo 
se, nos termos da lei que lhe for aplicável, atingir a maioridade mais cedo. 
 
Artigo 2 
1. Os Estados Partes comprometem-se a respeitar e a garantir os direitos previstos na 
presente Convenção a todas as crianças que se encontrem sujeitas à sua jurisdição, sem 
discriminação alguma, independentemente de qualquer consideração de raça, cor, sexo, 
 
1 A Convenção é composto por 54 artigos, tendo disponibilidade de tempo, importante a leitura de toda a 
Convenção. 
 
 
33 
 
 
 
 
 
 
língua, religião, opinião política ou outra da criança, de seus pais ou representantes legais, 
ou da sua origem nacional, étnica ou social, fortuna, incapacidade, nascimento ou de 
qualquer outra situação. 
2. Os Estados Partes tomam todas as medidas adequadas para que a criança seja 
efetivamente protegida contra todas as formas de discriminação ou de sanção decorrentes 
da situação jurídica, de atividades, opiniões expressas ou convicções de seus pais, 
representantes legais ou outros membros da sua família. 
 
Artigo 3 
1. Todas as decisões relativas a crianças, adoptadas por instituições públicas ou privadas 
de proteção social, por tribunais, autoridades administrativas ou órgãos legislativos, terão 
primacialmente em conta o interesse superior da criança. 
2. Os Estados Partes comprometem-se a garantir à criança a proteção e os cuidados 
necessários ao seu bem-estar, tendo em conta os direitos e deveres dos pais, 
representantes legais ou outras pessoas que a tenham legalmente a seu cargo e, para 
este efeito, tomam todas as medidas legislativas e administrativas adequadas. 
3. Os Estados Partes garantem que o funcionamento de instituições, serviços e 
estabelecimentos que têm crianças a seu cargo e asseguram que a sua proteção seja 
conforme às normas fixadas pelas autoridades competentes, nomeadamente nos 
domínios da segurança e saúde, relativamente ao número e qualificação do seu pessoal, 
bem como quanto à existência de uma adequada fiscalização. 
 
Artigo 4 
Os Estados Partes comprometem-se a tomar todas as medidas legislativas, 
administrativas e outras necessárias à realização dos direitos reconhecidos pela presente 
Convenção. No caso de direitos económicos, sociais e culturais, tomam essas medidas 
no limite máximo dos seus recursos disponíveis e, se necessário, no quadro da 
cooperação internacional. 
 
Artigo 5 
Os Estados Partes respeitam as responsabilidades, direitos e deveres dos pais e, sendo 
caso disso, dos membros da família alargada ou da comunidade nos termos dos costumes 
locais, dos representantes legais ou de outras pessoas que tenham a criança legalmente 
a seu cargo, de assegurar à criança, de forma compatível com o desenvolvimento das 
suas capacidades, a orientação e os conselhos adequados ao exercício dos direitos que 
lhe são reconhecidos pela presente Convenção. 
 
Artigo 6 
1. Os Estados Partes reconhecem à criança o direito inerente à vida. 
2. Os Estados Partes asseguram na máxima medida possível a sobrevivência e o 
desenvolvimento da criança. 
 
 
 
34 
 
 
 
 
 
 
Artigo 7 
1. A criança é registada imediatamente após o nascimento e tem desde o nascimento o 
direito a um nome, o direito a adquirir uma nacionalidade e, sempre que possível, o direito 
de conhecer os seus pais e de ser educada por eles. 
2. Os Estados Partes garantem a realização destes direitos de harmonia com a legislação 
nacional e as obrigações decorrentes dos instrumentos jurídicos internacionais relevantes 
neste domínio, nomeadamente nos casos em que, de outro modo, a criança ficasse 
apátrida. 
 
Artigo 8 
1. Os Estados Partes comprometem-se a respeitar o direito da criança e a preservar a sua 
identidade, incluindo a nacionalidade, o nome e relações familiares, nos termos da lei, 
sem ingerência ilegal. 
2. No caso de uma criança ser ilegalmente privada de todos os elementos constitutivos da 
sua identidade ou de alguns deles, os Estados Partes devem assegurar-lhe assistência e 
proteção adequadas, de forma que a sua identidade seja restabelecida o mais 
rapidamente possível. 
 
Exercícios: 
1) (CESP – 2012 – DPE-SE – Defensor Público) Considerando o que dispõe a 
Convenção sobre os Direitos da Criança, assinale a opção correta: 
a) A liberdade de associação não é prevista no texto do acordo em apreço. 
b) Toda criança deve ser sempre pessoalmente ouvida em processo judicial que lhe 
diga respeito. 
c) Considera-se criança, em regra, o ser humano como menos de dezoito anos. 
d) A toda criança é garantido o direito a um nome, embora não haja menção a registro 
de nascimento. 
e) A guarda compartilhada de criança filha de pais separados não encontra respaldo 
na referida convenção. 
 
2) (MPT – 16ª Concurso – 2009 – 1ª Fase) Assinale a alternativa incorreta quanto à 
convenção sobre os Direitos da Criança: 
A) Os Estados-partes devem adotar as medidas necessárias para impedir a 
exploração de crianças em espetáculos ou materiais pornográficos. 
B) Os Estados-partes reconhecem o direito da criança de estar protegida contra 
exploração econômica e contra o desempenho de qualquer trabalho que possa ser 
perigoso ou interferir em sua educação, ou que seja nocivo para sua saúde ou para seu 
desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral ou social. 
C) Fica limitada a jornada de trabalho ao mínimo de oito horas diárias, com uma hora 
de intervalo, salvo legislação nacional mais benéfica. 
 
 
 
 
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D) Considera-se como criança todo ser humano com menos de dezoito anos de idade, 
a não ser que, em conformidade com a lei aplicável à criança, a maioridade seja alcançada 
antes. 
E) Não respondida. 
 
3) (CESPE – 2014 – MPE-AC) Com referência à Declaração Universal sobre os Direitos 
da Criança de 1959 (DUDC), assinale a opção correta: 
A) Embora incorporada ao direito brasileiro à época de sua elaboração, a DUDC foi 
parcialmente derrogada com o advento do ECA. 
B) Eventuais emendas à DUDC promovidas em âmbito internacional gerarão efeitos 
do direito interno brasileiro somente após nova apreciação do Congresso Nacional. 
C) Dada sua natureza jurídica, a DUDC não teve de ser incorporada

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