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A LIDERANÇA NA GESTÃO DE EQUIPES Autor Luciano Trentin Reitor da UNIASSELVI Prof. Hermínio Kloch Pró-Reitora do EAD Prof.ª Francieli Stano Torres Edição Gráfica e Revisão UNIASSELVI APRESENTAÇÃO Olá, aluno! Seja bem-vindo ao curso livre de A Liderança na Gestão de Equipes. Preparamos este curso para você que está interessado em desenvolvimento profissional e progresso de carreira. Nosso interesse, você sabe, é aprimorar o seu conhecimento. Este curso expressa o porquê de a capacitação e o autoconhecimento do líder serem tão relevantes para conquistar os objetivos e as metas determinados pela organização. O sucesso de uma organização depende essencialmente do comportamento das pessoas e, consequentemente, da eficiência da liderança na gestão de indivíduos e equipes. Você conhecerá as competências do líder, os estilos de liderança e as estratégias para liderar. E, o mais importante, você aprenderá a desenvolver a liderança! A proposição aqui é que você chegue ao final deste curso qualificado com uma melhor compreensão sobre a liderança na gestão de equipes, baseado em inspiração e conhecimento. Enfim, o conhecimento disponível em suas mãos, por intermédio deste curso, servirá como alicerce para iniciar seu aprendizado no extenso campo de conhecimento da liderança na gestão de equipes. Bom estudo! LIDERANÇA: A ARTE DE INFLUENCIAR PESSOAS Esta primeira etapa apresenta os conceitos de líder e de liderança. Você também saberá quais tipos de liderança existem e quais são as vantagens e as desvantagens de cada estilo, além da comunicação como estratégia de liderança. 1 LÍDER E LIDERANÇA Com o processo de integração das economias de mercados, produção, tecnologias e de organizações, a liderança é um dos preceitos fundamentais para os negócios. A conjuntura atual das organizações necessita de profissionais qualificados e preparados que liderem apropriadamente as organizações e suas equipes, a fim de atender às condições mercadológicas impostas de qualidade, produtividade e competitividade nos negócios. Para atender a essas condições mercadologias, você, proprietário, gestor e líder, deve investir e responsabilizar-se pela qualidade das relações no ambiente de trabalho, desenvolver as pessoas que compõem a sua equipe, criar estímulos para elevar a motivação delas e aperfeiçoar o processo de comunicação com e entre elas. E, para constituir todo esse arcabouço de conhecimento, as primeiras etapas de processo evolutivo é compreender o que é ser líder, assimilar o que significa exercer a liderança e saber acertadamente qual é seu papel como líder. O que é ser um líder, afinal? “Liderar pessoas é a nobre missão de conduzi-las e orientá-las para que o grupo possa alcançar seus objetivos” (MARQUES, 2020, s.p.). Fique sabendo! Em geral, a definição de líder é muito facilmente identificada no ambiente corporativo, em que as hierarquias são estabelecidas com pessoas em posição de liderança e outras que seguem as ordens desse indivíduo. No entanto, famílias, projetos sociais, associações informais e até mesmo grupos de amigos podem ter líderes. A liderança é uma característica que floresce de modo natural em algumas pessoas, mas que também pode ser aprendida ao longo da vida (MARQUES, 2020). A liderança “é o fator humano que ajuda um grupo identificar para onde ele está indo e assim motivar-se em direção aos objetivos. A orquestra e todas as outras organizações requerem lideranças para desenvolver ao máximo seus preciosos ativos” (DAVIS; NEWSTROM, 2010, p.150). “Líder é aquele que influencia para suas ideias e ações, o pensamento e as atitudes dos outros” (DRUCKER, 2003, p. 6). Para Senge (2013, p. 6), a liderança “é a tensão criada pelo fosso entre a situação presente e o sonho. Como toda tensão procura resolução, ela é fonte de energia que leva à criação de algo que não existe. E é isso que fazem os líderes”. Para você compreender com maior facilidade o que é ser um líder, confira no Quadro 1 algumas das principais características de pessoas com esse perfil. QUADRO 1 – ALGUMAS DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO PERFIL DE LÍDER Característica Descrição Sabedoria Um líder sábio tem a habilidade de aplicar o conhecimento adquirido na hora certa e na medida exata. Isso exige saber reconhecer o cenário e a estratégia ideal para ele. Além disso, grandes líderes estão sempre estudando sobre a liderança, administração, gestão de pessoas, psicologia, desenvolvimento pessoal, gestão de projetos, enfim, sobre todas as ferramentas e áreas do conhecimento que os tornam líderes melhores a cada dia. Disciplina L íde res p rec i sam se r d i sc ip l inados , po i s têm uma série de obrigações diárias a serem cumpridas e ainda precisam supervisionar as obrigações de seus liderados. A responsabilidade para gerir suas próprias atividades é o primeiro passo para que uma pessoa seja capaz de gerir as atividades de uma equipe, projeto ou departamento. Poder do exemplo É dito popularmente que uma imagem vale mais do que mil palavras, não é mesmo? Por conta disso, a melhor maneira de um líder despertar em sua equipe um comportamento desejado é agindo exatamente da maneira que ele espera que seus liderados ajam. Se houver distância entre discurso e atitude, configura-se uma postura inadequada. O líder deve agir com ética, honestidade, dedicação ao trabalho, alto padrão de qualidade, bom relacionamento interpessoal, pontualidade, criatividade, enfim, tudo aquilo que se espera de um profissional competente. Clareza de comunicação Todo líder precisa comunicar-se com frequência com sua equipe. Isso ocorre em vários momentos, como ao delegar tarefas, ao conduzir reuniões, ao solicitar sugestões, ao explicar um novo projeto, ao tirar dúvidas, ao corrigir erros, ao dar feedbacks, enfim, comunicar-se é rotina para quem lidera. Para que cada pessoa entenda o seu papel na equipe e o que se espera dela, o líder precisa ser extremamente claro e objetivo, tanto na comunicação oral quanto na comunicação escrita. Ninguém pode ficar com dúvidas ao sair de uma reunião, por exemplo, de modo que não haja erros ou desentendimentos. Compreensão das pessoas O líder competente não é aquele que apenas possui grandes conhecimentos em sua área de atuação, mas também que sabe lidar com pessoas. Numa equipe, cada indivíduo possui sua experiência, sua personalidade, seu estilo de trabalho, suas vivências pessoais etc. O bom líder entende que essa diversidade entre indivíduos é o que enriquece o grupo, mas é preciso saber lidar com cada pessoa, respeitando a sua individualidade. Além disso, é conhecendo bem cada membro da equipe que o líder será capaz de atribuir-lhes tarefas compatíveis com seu perfil. Isso exige um grande poder de observação, sensibilidade e empatia. Acessibilidade e visão sistêmica O líder deve ter visão sistêmica sobre sua equipe e sobre o projeto que estiver sob sua responsabilidade. Isso significa que ele deve estar a par de tudo o que acontece. Não cabe a ele lidar com detalhes de cada tarefa – para isso ele delega poderes –, mas deve ter uma noção geral de tudo o que estiver acontecendo. Além disso, todo líder deve ser acessível, ou seja, deve estar disponível para ajudar e tirar dúvidas de seus liderados no andamento de suas atividades. Ele não deve estar sempre ao lado das pessoas, pois isso pode tirar-lhes a autonomia, mas precisa mostrar-lhes que ele está por perto quando necessitarem de algo. Feedback, transparência e tolerância Para que o líder possa de fato ajudar as pessoas a melhorarem continuamente, ele deve oferecer-lhes o feedback, ou seja, uma avaliação sobre seu desempenho. De tempos em tempos, ele deve dar essa resposta aos membros de sua equipe, sempre de forma detalhada e mostrando seus critérios, deixando bem claros os aspectos que já estão bons e também aqueles que ainda devem melhorar. Isso deve ser feito com total respeito, transparência e ética. As correçõesdevem ser feitas em particular, sem alterações nas emoções ou no tom de voz. É preciso ser tolerante (até certo ponto!), reconhecendo que erros acontecem. Elogios, porém, podem ser feitos em público, se os envolvidos assim estiverem de acordo. Coragem de tomar decisões Esta talvez seja a principal função de um líder: a tomada de decisões. Quem está em posição de liderança deve decidir o que deverá ser feito, o que naturalmente envolve correr riscos, especialmente em se tratando de empreendedores. O líder eficaz consegue minimizar os riscos quando estuda, analisa o cenário, elabora estratégias (muitas vezes com plano A, B, C…), delega funções aos membros da equipe e monitora resultados. Quando uma estratégia dá certo, o líder dá o aval para que as atividades continuem como estão. Em contrapartida, quando a estratégia adotada não surte o efeito esperado, ele corrige a rota, sem medo de alterar os planos. Inteligência emocional Para tomar decisões importantes, lidar com as crises e comunicar-se com calma e transparência com todos os membros da equipe, um líder precisa de inteligência emocional. Líderes emocionalmente desequilibrados, que gritam e perdem o controle, ou que estão sempre em passividade, sem conseguirem impor sua autoridade, perdem o respeito de seus colaboradores e, consequentemente, não conseguem progredir. Líderes precisam ser enérgicos para dar ordens, cobrar resultados e motivar seus liderados, mas não podem deixar que essa energia se transforme em estresse e ansiedade. Se isso acontece, tanto o líder quanto as outras pessoas podem até mesmo adoecer. Humildade Por fim, por mais que o líder esteja em posição de destaque e autoridade, ele jamais deve perder a consciência de que não faz nada sozinho. Por isso, ele também precisa de humildade para reconhecer a importância de todos aqueles que trabalham consigo, sem que se torne arrogante ou que se sinta superior aos demais. Um líder humilde confia em seus colegas, não tenta fazer tudo sozinho e sabe admitir quando erra, sem terceirizar a culpa. Isso dá um bom exemplo a todos aqueles que também fazem parte do grupo. FONTE: Adaptado de Marques (2020, s.p.) e Di Stéfano (2017, p. 30-40) Depois de conhecermos algumas das principais características de um líder, você vai ver agora como ser um bom líder ao colocá-las em prática. Podemos destacar as seguintes atitudes de um bom líder: a) Assumir responsabilidades: o posto de líder não se alcança por acaso, assim como manter-se nele exige comprometimento e responsabilidade com o que se espera dele. Na sua rotina, há tarefas delegáveis e não de- legáveis – e essas são intransferíveis. b) Melhorar o ambiente organizacional: garantir o melhor clima de trabalho possível para todos é uma atitude esperada de um líder. Isso implica em conhecer seus colaboradores, o perfil e as necessidades deles. c) Liderar pelo exemplo: um bom gestor precisa entender que funciona como um espelho para os demais. Se ele quer comprometimento, iniciativa e proatividade, precisa demonstrar tais características no dia a dia. d) Reconhecer erros e méritos: a humildade, sobre a qual falamos antes, se manifesta de forma inequívoca aqui. Um líder não está proibido de errar, mas de tentar esconder ou atribuir a outro os seus equívocos. Ao mesmo tempo, deve ter a sabedoria para elogiar quando necessário, contribuindo para a motivação dos colaboradores. e) Dar feedbacks: se você quer aprender como ser um bom líder, deve perse- guir a segurança no ambiente de trabalho. E isso passa, necessariamente, por deixar os colaboradores saberem onde estão acertando e errando, pois isso os torna mais confiantes na execução das tarefas diárias. f) Respeitar limites: não há como ser um bom líder sem respeitar as atri- buições de cada colaborador, assim como a sua privacidade. Ou seja, é preciso estabelecer limites para não ser invasivo, seja no âmbito pessoal e ou profissional. g) Acreditar no trabalho coletivo: não há sucesso possível em uma orga- nização sem acreditar no trabalho coletivo. Aquela velha metáfora que considera cada trabalhador como uma engrenagem fundamental para o funcionamento da máquina faz todo sentido. No dia a dia, isso implica identificar as qualidades dos colaboradores, valorizar talentos e dar a cada um deles a oportunidade de desenvolver melhor suas competências. h) Tomar decisões: há certos momentos em que todas as atenções da or- ganização se voltam ao gestor, esperando dele uma decisão segura e assertiva. É quando a responsabilidade é do líder – e de mais ninguém – que ele precisa fazer valer o seu compromisso com o posto que ocupa, sem transferir ou adiá-la. i) Agir com transparência e gerar confiança: aos colaboradores, o líder deve informar sobre expectativas, visão, valores e também resultados da organização. A falta de confiança leva à instabilidade, pode contaminar o ambiente de modo negativo e prejudicar ainda mais o desempenho da organização (FIA/USP, 2018). 2 COMO SE TORNAR UM LÍDER Você está nesse curso para aprender como ser um bom líder, certo? Todavia, qual estilo de liderança? Agora que você conhece as principais características e atitudes de um líder, precisamos compreender qual o seu estilo de liderança. Em geral, existem diversos líderes na história com comportamentos distintos. Mesmo assim, todos eles podem ser considerados líderes. O que muda, nesse ínterim, é o estilo colocado em prática pelas pessoas ao liderar. Um líder deve ser capaz de estabelecer qual o tipo de liderança que deve ser adotado, saber avaliar o estágio de motivação e de maturidade tanto quanto das equipes como do indivíduo, criando um objetivo comum ao grupo (GOLEMAM; BOYATZIS; MCKEE, 2018). De acordo com Golemam (2015), os executivos utilizam seis principais est i los de l iderança (Quadro 2), mas apenas quatro desses exercem sistematicamente um efeito positivo sobre o clima e os resultados da organização. QUADRO 2 – ESTILO DE LIDERANÇA Estilo de liderança Descrição Impacto no clima Líder direcionador Exige alto padrão de desempenho, o que pode funcionar bem em equipes bastante qualificadas, mas sem prejudicar o clima organizacional. A l t amente positivo Líder coercitivo É um tanto inflexível, restringindo a autonomia e a capacidade criativa e proativa das equipes, o que amplia o distanciamento entre ele e seus liderados. A l t amente negativo Líder autoritário Pode ser exemplar no sentido de conduzir a equipe às mudanças necessárias, mas se perder nos excessos que desmotivam em vez de estimular. Negativo Líder maternal Cria um ambiente de maior autonomia e menos cobranças, o que também se traduz em um menor número de feedbacks, podendo prejudicar o desempenho de forma geral. Positivo Líder instrutor Foca no aperfeiçoamento individual para ganhos coletivos, apresentando bons resultados desde que possua proficiência para ensinar e disposição dos liderados em aprender. A l t amente positivo Líder democrático Prioriza o consenso e valoriza as opiniões de todos, gerando confiança, mas por vezes deixando de tomar as decisões esperadas para o seu posto. Positivo FONTE: Adaptado de Golemam (2015) e FIA/USP (2018) É perfeitamente natural você se identificar parcialmente com mais de um estilo de liderança ou mesmo não ver relação com alguma parte deles. Apesar de constituírem um modelo observado em estudos sobre liderança, são perfis que estão sujeitos a variações e que podem se adequar a determinadas situações. Inclusive, é bastante preconizado que você reúna cada um desses estilos e compreenda como aplicá-los de forma assertiva, dependendo da situação vivenciada e quando forem requeridos. Lück (2014) menciona que a flexibilidade entre os estilos constitui uma das competências essenciais do exercício da liderança, pois, para promover melhores resultados, deve-se ter uma perspectiva aberta e flexível. Contudo, esse processo não acontece repentinamente e de improvisoe, mesmo aqueles que já apresentam certa aptidão e desenvoltura enquanto líderes, necessitam de certo tempo para se aperfeiçoarem, não unicamente para atender às expectativas organizacionais, mas também as de suas equipes e as suas próprias. Você sabe quais são as competências mais importantes e as mais buscadas pelas organizações em seus líderes? Conhecendo-as, com certeza, fica muito mais fácil desenvolvê-las, não é mesmo? No Quadro 3, apresentamos algumas das principais competências mais valorizadas em um líder. QUADRO 3 – ALGUMAS DAS PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS DE UM LÍDER Competência Descrição Drive A função de condutor é uma das ma i s impor tan tes competências, a que faz com que as coisas aconteçam. É a capacidade de conduzir o negócio e a equipe até ao êxito, sabendo guiar, auxiliar e formar um ambiente com gestão de transformação e baixo turnover. Engajamento É a capacidade do líder de estimular o sentimento de perten- cimento das pessoas no desenvolvimento de suas atividades, tornando-os participantes ativos em projetos e da conquista dos objetivos organizacionais. Ou seja, o colaborador desen- volve uma relação de reciprocidade com a organização. Análise Na transformação digital, onde tudo depende de dados e métricas, um bom líder deve ter alta capacidade analítica para interpretar as informações e saber usá-las a seu favor. Na verdade, essa capacidade analítica está em seu DNA e irá considerar diferentes cenários, com foco em detalhes ou fazendo muitas perguntas, a fim de tomar decisões da forma mais precisa possível. Orientação a resultados Um líder orientado a resultados alcança seus objetivos graças à criação de equipes eficientes. Esta orientação não é apenas uma das funções do líder, mas também deve ser uma ferramenta de trabalho baseada em análise, dados e interpretação. Empatia É muito importante se preocupar com todas as pessoas com quem você trabalha. É precisamente nessa empatia e ou in- teligência emocional que você pode demonstrar para as mais distintas pessoas o seu diferencial e onde está a sua vantagem competitiva como líder. Para ser empático, você deve sempre se colocar "no lugar dos outros", a fim de compreendê-los melhor. Comunicação O líder digital deve se comunicar com mensagens claras, diretas e coerentes e deve fazer uso dos canais digitais a sua disposição. Desta forma, a mensagem que querem transmitir não perderá força e poderá atingir a todos. FONTE: Adaptado de MichaelPage (2021) Para Fleury e Fleury (2001, p. 188), competência “é um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobil izar, integrar, transferir conhecimentos, recursos e habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo”. Vamos compreender as três dimensões da competência? As competências são recursos que as pessoas usam para executar suas funções/atividades e apresentar um bom desempenho. É muito importante que você compreenda a diferença desses conceitos, porque eles formarão a principal base de dados para orientar as decisões das principais lideranças. O termo CHA é um acrônimo para conhecimento, habilidade e atitudes. Esse é considerado como o tripé das competências, sendo manifestado na forma de pensar, sentir e agir do indivíduo. 1. Conhecimento: o conhecimento estão as teorias, os conceitos, métodos, processos, políticas, procedimentos, regras. Trata-se do “C” do CHA – também chamada de dimensão do saber. 2. Habilidades: na dimensão das habilidades está o saber fazer. Em outras palavras, é o saber aplicar os conhecimentos e alcançar resultados através dessa aplicação. Aqui está o “H” do CHA. 3. Atitudes e comportamento: a dimensão das atitudes e comportamentos trata do saber ser, do saber relacional, o saber comportamental. Trata também das reações diante dos fatos e situações e do equilíbrio emocional. Aqui está o “A” do CHA. As três dimensões da competência são apresentadas na Figura 1. FIGURA 1 – AS TRÊS DIMENSÕES DA COMPETÊNCIA FONTE: COHROS (2019, s.p.) 3 COMUNICAÇÃO E LIDERANÇA Comunicação e Liderança: por que elas devem caminhar juntas? Um líder de sucesso deve direcionar seus esforços na conjunção das temáticas liderança e comunicação, a fim de gerir efetivamente um indiví- duo, um grupo de indivíduos (equipes) e um negócio para obtenção de bons resultados. Não há liderança sem comunicação. Seja qual for a atividade realizada, somente é possível realizá-la por intermédio da comunicação. A liderança existe porque nas relações humanas, em qualquer tipo de organização, deve haver um componente capaz de direcionar as pessoas. Essa orientação somente é possível por intermédio da comunicação. Para a liderança, co- municação é essencial na motivação individual ou grupos de pessoas para convergir certos padrões de comportamento (TAKAHASHI; PEREIRA, 1991). Para ser líder é preciso ter “a capacidade de agregar pessoas e condu- zi-las na mesma direção, lidando com suas emoções, destacando valores e acenando com sucesso. Esses desafios exigem grande domínio das técnicas de comunicação” (PIMENTA, 2010, p. 167). De acordo com Chiavenato (2021, p. 315), a comunicação é: A transmissão de uma informação de uma pessoa a outra, ou de uma organização a outra. A comunicação é um fenômeno pelo qual um emissor influencia e esclarece um receptor. Mais do que isso, comunicação é um processo pelo qual a informação é intercambiada, compreendida e compartilhada por duas ou mais pessoas, geralmente com a intenção de influenciar o comportamento. Vamos conhecer os elementos no processo de comunicação? Na Figura 2, são demonstrados os elementos que fazem parte do processo básico de comunicação: FIGURA 2 – ELEMENTOS NO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO FONTE: Adaptada de Marcondes (2021, s.p.) Os elementos que compõem o processo de comunicação são constituídos por uma sucessão de acontecimentos que se realiza quando o emissor (ou codificador) envia uma mensagem (ou sinal) ao receptor (ou decodificador), por intermédio de um canal (ou meio). O receptor interpretará a mensagem que no percurso pode ter sofrido algum tipo de interferência (ruído, interrupção, modificação etc.) e, de agora em diante, dar-se-á o feedback (informação que o emissor obtém da reação do receptor a sua mensagem, e que serve para avaliar os resultados da transmissão) finalizando assim o processo de comunicação (BENATTI; BECKER, 2021). Fique atento! Apesar da seriedade dos feedbacks de aperfeiçoamento das pessoas, os líderes costumam sentir alguns inconvenientes para fornecê-los no cotidiano. Para aprimorar o seu desempenho em relação ao feedback, observe as orientações a seguir (Figura 3). FIGURA 3 – ORIENTAÇÕES SOBRE O FEEDBACK FONTE: Adaptada de Heen e Stone (2016, s.p.) Agora que você compreendeu um pouco mais sobre o processo de comu- nicação, você consegue imaginar um ambiente de trabalho em que ninguém se fala? Como as pessoas se entenderiam? Haveria muitos conflitos, certo? A falta de comunicação é um problema crucial que deve ser solucionado o quanto antes para melhorar todas as relações intra e interorganizacionais e evitar possíveis conflitos. Quando mencionamos que comunicação e lide- rança têm de caminhar juntas, queremos dizer que estas competências se harmonizam, uma não existe sem a outra. Compreendida a relevância desses conceitos, daremos algumas orien- tações de como fazer a comunicação e a liderança caminharem juntas. Lem- bre-se disso: comunicação e liderança são competências que se integram e se completam e que juntas fazem a diferença para os negócios. No Quadro 4, disponibilizaremos algumas orientações de como fazer a comunicação e a liderança convergirem. QUADRO 4 – ALGUMAS ORIENTAÇÕES SOBRE COMUNICAÇÃO E LIDERANÇA Orientação Descrição Mantenha um canal aberto de comunicação Um passo importante para alinhar comunicação e liderança é ter um canal aberto de comunicação com os colaboradores. As pessoas devem se sentir seguras para tratar de qualquerassunto, em especial sobre o trabalho, com o seu líder. O líder deve abrir espaço para reuniões individuais e em grupos e ter um canal on-line para conversar com os colaboradores. Dessa forma, você tem uma comunicação aberta com os profissionais de sua equipe, um espaço ideal para se dedicar a todas as questões relativas às pessoas e às atividades desenvolvidas por elas. Um bom líder precisa saber o que é feedback e usá-lo com assertividade. Certifique-se de que não há ruídos de comunicação Para que a comunicação seja efetiva, o líder precisa analisar os processos de trabalho para notar se há algum ruído de co- municação. Nem sempre a mensagem que queremos passar é clara ou está sendo interpretada da forma correta. Isso é essencial para garantir que você está exercendo sua liderança da maneira certa. Quando a mensagem não é clara ou não chega aonde tem que chegar, a organização sofre com des- continuidade nas atividades e possíveis conflitos. Por isso, é essencial monitorar o fluxo de comunicação da organização. Identifique os ruídos de comunicação e encontre maneiras de minimizar os problemas. Tenha a comunicação mais clara possível, feche um acordo de SLA (Service Level Agreement) entre diversos setores, entre outras ações que possam otimizar a comunicação da organização como um todo. Pratique a escuta ativa e demonstre interesse Praticar a escuta ativa é um exercício que deve ser normaliza- do por qualquer líder. É preciso saber ouvir as reivindicações dos colaboradores para melhorar o engajamento. O conceito de escuta ativa prevê uma atenção plena para ouvir o que colaboradores têm a dizer. Dessa maneira, o líder consegue identificar os problemas e planejar soluções. Assim, é possível minimizar os ruídos de comunicação, aumentar o engajamen- to e trabalhar maneiras de dar toda a estrutura necessária para a realização do trabalho. Possuir uma escuta ativa é demons- trar real interesse ao que os colaboradores têm a dizer. FONTE: Adaptado de Huback (2020) A liderança e a comunicação devem sempre estar alinhadas e convergirem para os objetivos organizacionais. Fique atento às orientações de como alinhar a liderança e a comunicação, para que estas façam a diferença na liderança do seu dia a dia e também para o negócio. Lembre-se: líderes que não se comunicam de maneira apropriada prejudicam substancialmente as estratégias organizacionais, sobretudo a retenção de talentos, ampliando os índices de turnover e absenteísmo, e a geração de novas oportunidades de negócios. Quando não há uma comunicação efetiva, não existe uma cultura organizacional consolidada e nem diretrizes para a realização dos processos de trabalho na organização. 4 ESTRATÉGIAS DE LIDERANÇA NA GESTÃO DE EQUIPES As pessoas são os principais componentes de uma organização e cada vez mais faz-se necessário harmonizar os diferentes perfis profissionais exis- tentes com a finalidade de trabalharem conjuntamente para obterem melhores resultados. Entretanto, a gestão de grupos e competências dispares torna-se um verdadeiro desafio para as lideranças constituírem equipes de trabalho mul- tidisciplinar e de alto desempenho em qualquer organização (DUTRA, 2016). Nessa conjuntura, o líder deve observar e constatar as diferentes ca- racterísticas e competências entre os colaboradores e, por intermédio delas, criar oportunidades de melhorar o nível de maturidade de todos os membros da equipe (ROBBINS; JUDGE, 2014). Os colaboradores são indispensáveis para o sucesso de qualquer organi- zação, entretanto, não basta apenas a empresa dispor de pessoas adequadas se as suas competências não forem utilizadas assertivamente. À vista disso que existe a gestão de equipes, uma responsabilidade quase que exclusiva das lideranças e imprescindível para alcançar os objetivos estratégicos de qualquer organização (BRANDÃO, 2017). Afinal, o que é gestão de equipes? O gerenciamento de equipe reúne as boas práticas voltadas para o alcance do máximo desempenho por parte do time. A ideia não é atingir o sucesso individual, mas coletivo, em torno de metas e necessidades. Nor- malmente, a atuação é conduzida por um líder, que fica responsável por um conjunto de liderados. Cada grupo costuma ter funções específicas dentro da organização ou de um projeto específico e, juntas, todas as equipes aju- dam a construir resultados (GROVE; YAMAGAMI, 2020). Vamos conhecer algumas das principais atividades desenvolvidas pelos líderes de equipes: a) Trabalhar e motivar os demais membros da equipe a cumprirem os objetivos da organização. b) Adequar a visão dos colaboradores sobre a organização e vice-versa. c) Equilibrar a produtividade e a qualidade dos serviços prestados. d) Estimular o aprimoramento profissional de cada membro da equipe. e) Incentivar o trabalho em equipe. f) Seguir políticas de desenvolvimento e de retenção de talentos. g) Tornar os colaboradores mais motivados e comprometidos com suas atividades. h) Manter um clima organizacional positivo e harmonioso no ambiente de trabalho. i) Auxiliar a equipe a melhorar os pontos desfavoráveis (XERPAY, 2018). É importante ressaltar que o trabalho de gestão de equipes em uma organização não se trata simplesmente de cargo de gestão. O papel de lide- rança demanda métodos, técnicas, instrumento e conhecimentos específicos para assegurar que as atribuições do indivíduo e das equipes não sejam me- ramente executadas, mas finalizadas em nível de excelência (DUTRA, 2016). Dessa forma, o gestor de equipes exemplar demonstra particularidades elementares de liderança, destacando a prioridade de sua administração, não somente na solução de problemas e na tomada de decisões momentâneas, mas por intermédio de sua percepção e competência(s) de como cada ativi- dade e decisão impactam no negócio a longo prazo (ROBBINS; JUDGE, 2014). Para alcançar esse objetivo, o líder deve direcionar seus esforços, princi- palmente da gestão de pessoas, com o propósito de criar relações convictas e proporcionar que os membros das equipes desempenhem suas atividades efetivamente, direcionados às estratégias e aos objetivos organizacionais (BRANDÃO, 2017). Você sabe quais são os principais desafios de um líder para gerir uma equipe? É importante você entender que essa não é uma função solitária e que o ideal é que o líder também trabalhe em equipe com os demais gestores e áreas específicas de apoio nos processos de gestão de equipes, como é o caso da área de gestão de recursos humanos, para que o aproveitamento das equipes seja completo. A seguir, no Quadro 5, observe quais são os principais desafios e como enfrentá-los! QUADRO 5 – PRINCIPAIS DESAFIOS NA GESTÃO DE EQUIPES Desafios Descrição Seleção adequada de pessoas O gerenciamento começa muito antes da formação de uma equipe. É preciso contar com os talentos certos, que entreguem os resultados esperados e necessários para o negócio. Por isso, um desafio envolve a seleção dos profissionais adequados. Nossa recomendação é traçar corretamente o perfil indicado para cada vaga e equilibrar competências técnicas e comportamentais (hard e soft skills). Montagem estruturada de equipes Apenas ter os profissionais certos não será suficiente, se eles não forem alocados adequadamente. É por isso que outra complicação trata da montagem de equipes que sejam funcionais e eficientes. Atualmente, é comum pensar na formação de equipes diversas, em termos de gerações, competências, dificuldades e assim por diante. Diante da diversidade, é possível obter grandes benefícios — mas nem sempre isso é fácil. Humanização nas relações O contato humanizado das organizações não vale somente para os clientes. Os colaboradores, mais do que nunca, buscam humanização nas relações para que seja possível criar valor agregado. O problema é que negócios muito verticais, por exemplo, têm dificuldade para colocar tudo isso em prática. Além disso, é comum que surjam desafios para encontrar o equilíbrio entreum contato humanizado, mas que seja eficiente, profissional e direcionado para objetivos. Avaliação e fortalecimento do custo- benefício Em algumas situações, o recurso humano é visto como uma fonte de gastos e não de resultados. Com isso, pode ser difícil demonstrar (para a alta diretoria, principalmente) o custo-benefício de investir na gestão de equipes. É preciso ter uma atuação muito consistente para medir resultados e apresentar, de fato, como essas melhorias se consolidam. Sem isso, tal gerenciamento corre o risco de ser incorretamente colocado de lado. FONTE: Adaptado de Huback (2020) O desenvolvimento de atividades em equipe propicia a troca de conhecimentos, habilidades e experiências, constituindo novas concepção a serem analisadas. A participação de um líder na gestão das atividades em equipe aperfeiçoa e potencializa as operações da organização (DOYLE, 2019). Os efeitos de uma efetiva liderança na gestão de equipes demonstram sua importância. Destacamos alguns efeitos: a) A gestão de pessoas promove equipes que sabem trabalhar em conjunto, de forma complementar. Eventuais deficiências de comunicação e habilidade são superadas pela força coletiva. b) A gestão de equipe estimula o aprimoramento profissional de cada colaborador, o que impacta positivamente no desenvolvimento e na retenção de talentos. c) A gestão de equipe eleva a produtividade individual e organizacional, facilitando o cumprimento de metas e a qualidade dos serviços. d) A gestão de equipe contribui para um clima organizacional harmonioso no ambiente de trabalho. e) A gestão de equipe é fundamental para a motivação dos profissionais (DOYLE, 2019, s.p.). Lembre-se, cada equipe é única e a realidade de cada negócio exige uma atuação que contemple as suas necessidades. No entanto, algumas boas práticas direcionam como a gestão de equipes deve ser feita para que seja viável alcançar os resultados. Nessa perspectiva, destacamos algumas práticas essenciais para você fazer a gestão de equipes de forma coesa e acertada. Veja só! Faça um planejamento completo das suas ações; conheça bem sua equipe; prepare e selecione pessoas que futuramente possam assumir posições de lideranças; oriente as equipes sobre a definição de objetivos e metas; estimule e delegue tarefas; fortaleça a cultura do feedback; favoreça o clima organizacional positivo; e tenho apoio especializado quando necessário. 5 ESTRATÉGIAS DE LIDERANÇA PARA OTIMIZAR RESULTADOS A gestão para resultados é cada vez mais praticada nas organizações e investir nesse modelo pode trazer efeitos resolutos para as estratégias. O modelo de gestão para resultados ressalta o estabelecimento interativo de metas tangíveis, verificáveis e mensuráveis através de um planejamento bem-sucedido (HOLSTEIN, 2017). Uma das estratégias para potencializar resultados é o planejamento. Para realizá-lo, faz-se necessário estabelecer objetivos, definir metas e projetar planos/ações para alcançá-los. O planejamento não extingue os riscos, mas propicia que eles sejam calculados e diminutos, além de inibir que improvisos e riscos que não são necessários ocasionem perda de tempo e recursos da organização (ULRICH; ZENGER; SMALLWOOD, 2000). Para a organização ser competitiva, é imprescindível que o líder plane- je e avalie os resultados obtidos e melhore suas estratégias o tempo todo. Portanto, desenvolva uma sequência contínua de melhorias, para assegurar a qualidade e a eficácia do seu papel enquanto líder e desenvolvimento das atividades pela sua equipe (CASHMAN, 2015). Vamos conhecer um método que contribui para as práticas de plane- jamento e gestão estratégica compartilhado pelas lideranças em inúmeras organizações do mundo? Você conhece o Balanced Scorecard (BSC)? Líder, se você ou a sua organização necessitam de um método para ajudá-lo no dia a dia da gestão do negócio e de suas equipes, vamos conhe- cer um pouco do BSC. O Balanced Scorecard (BSC) é um sistema que propõe traduzir a estra- tégia organizacional em objetivos, ações e medidas, organizados segundo quatro perspectivas de desempenho (Financeira; Mercado; Processos Inter- nos; e Aprendizado) (KAPLAN; NORTON, 1997), descritas no Quadro 6. QUADRO 6 – PERSPECTIVAS PADRÃO DO BSC Perspectiva Descrição Financeira Indica os resultados econômico-financeiros, normalmente expressos por medidas de lucratividade, rentabilidade e retorno sobre o patrimônio. Mercado Direciona os esforços da organização para a conquista e a manutenção de segmentos de clientes, a partir de indicadores como satisfação do cliente, índice de reclamações, participação no mercado, imagem e reputação da organização. Processos Internos Orienta o aperfeiçoamento de processos críticos para o sucesso da organização, a partir de indicadores como produtividade, qualidade de produtos e serviços, garantia (índices de consertos e devolução de produtos) e outros. Aprendizado Age sobre fatores que a organização deve considerar para gerar crescimento e melhoria no longo prazo, utilizando indicadores como clima organizacional, competências dos funcionários e retenção de funcionários qualificados, entre outros. FONTE: Adaptado de Kaplan e Norton (1997) Para Drucker (2011, p. 115), a performance “que se espera de um líder deve estruturar-se sobre as metas organizacionais de desempenho, e os resultados que obtém devem ser avaliados conforme a contribuição que prestam ao sucesso do negócio. O líder precisa saber e compreender o que as metas organizacionais exigem dele em termos de atuação, e seus líderes superiores precisam saber o que exigir e esperar dele – e julgá-lo de acordo”. No Quadro 7, podemos observar a metodologia utilizada pelas lideran- ças no planejamento e gestão das estratégias organizacionais não apenas como um processo de mensuração, mas sim de uma proposta de mudança que atinge na prática todas as pessoas e estruturas da organização. QUADRO 7 – PRÁTICAS DE PLANEJAMENTO E GESTÃO DE ESTRATÉGIAS Prática Descrição Construção do mapa estratégico para as necessidades da organização O mapa estratégico do Balanced Scorecard possui uma arquitetura genérica para a descrição de estratégia(s), que não é um processo isolado, mas sim um processo contínuo, que deve ser traduzida para que as ações individuais (líderes e liderados) se alinhem a ela. Alinhar a organização à estratégia Para que a organização esteja alinhada à estratégia, é necessária a integração entre os indicadores de desempenho desenvolvidos por cada unidade de negócios/área/equipe da organização. Impõe-se uma conexão entre todas as estruturas dentro de uma única entidade corporativa. Transformar a estratégia em tarefa para todos os envolvidos É necessário gerir alguns processos como: comunicação e educação, desenvolvimento pessoal e de equipe(s), sistema de incentivos e recompensas. Converter a estratégia em um processo contínuo A maioria das organizações desenvolve seu processo gerencial em torno do orçamento e do plano operativo. Através de reuniões gerenciais realizadas mensalmente, concentrar-se-á na avaliação do comportamento físico e financeiro e na aplicação de plano de ação para corrigir distorções. Mobilizar as mudanças por intermédio das lideranças O mais relevante é o senso de propr iedade e o envolvimento e engajamento das lideranças e suas equipes às estratégias e objetivos organizacionais. FONTE: Adaptado de Kaplan e Norton (2019) 6 LIDERANÇA NA ATUALIDADE Em um cenário de caos e insegurança na atualidade, o papel do líder é muito importante nas organizações, transmitindo confiança e entusiasmo para as equipes seguirem sempre em frente. Nesse novo cenário, as lideranças tiveram que lidar com um mundo desconhecido e muito dinâmico, com mudanças imprevisíveis. As pessoas com habilidades de liderança mostraram muita coragem e sabedoria, dois fatores necessários para motivar e engajar as equipes diante de tantas instabilidades. Quais são as característicasde um bom líder na atualidade? Para responder a essa pergunta , destacamos a lguns aspectos indispensáveis que podem caracterizar um bom líder na atualidade (Quadro 8), considerando-se um momento desafiador e novos cenários no mundo organizacional. Vamos conferir: QUADRO 8 – CARACTERIZAR DE UM LÍDER NA ATUALIDADE Característica Descrição Esteja junto da equipe O líder deve ficar mais próximo da equipe para orientar, tirar dúvidas, resolver problemas e até mesmo executar alguma atividade em conjunto com seus liderados. Compartilhe conhecimentos É fundamental que o líder esteja disposto a compartilhar as suas experiências, bem como ter competências para ensinar e transferir seus amplos conhecimentos ao time, e não apenas àqueles que buscam crescimento. Crie novos laços com a equipe Deixe de lado a ideia de que o líder deve permanecer em uma posição acima dos seus colaboradores. A longo prazo, esse comportamento pode gerar um grande problema na organização. Esteja atento às tendências de mercado Com a velocidade das transformações causadas pela realidade global, não só o Brasil mudou – o mundo muda a cada dia. Por isso, é necessário que o líder esteja atento e fique de olho nas novas tendências em seu segmento, afinal de contas, as mudanças estão cada vez mais velozes e inesperadas. Transmita coragem à equipe Um bom líder deve estar preparado para enfrentar os desafios e novas situações que aparecerão na trajetória profissional. Procure sempre demonstrar confiança e coragem para a sua equipe durante as tomadas de decisões. Esteja sempre conectado Segundo especialistas, o período atual e futuro apresenta um cenário de alta competitividade, onde o mercado de trabalho e as oportunidades estarão mais disputadas e a concorrência ainda mais acirrada, por isso, o líder deve sempre se manter atualizado sobre as tendências que o cercam. Equilíbrio e cuidado com a saúde mental Com tanta dedicação diária à equipe, estresse e preocupação ligadas às questões que envolvem o mundo dos negócios, o líder deve buscar alternativas para manter a saúde mental em dia, ter mais autocuidado, conciliar a agenda para ter mais tempo para ficar com a família, para fazer as atividades que gosta e que proporcionem bons momentos, praticar esportes e ter momentos de descanso. Mantenha os estudos sempre em dia Um bom líder não deve viver na ilusão de que o final da carreira é quando chega na cadeira/posição que sempre sonhou em conquistar. Estar preparado para as novas oportunidades é essencial. Seja uma inspiração O líder terá tarefas que irão muito mais do que delegar e acom- panhar. E, ao seguir essas recomendações, os líderes poderão, com maior facilidade, alcançar os resultados esperados. FONTE: Adaptado de IBE (2021, s.p.) Agora que você conheceu as diferentes características de um líder, cabe destacar que não existe nenhuma solução excêntrica em relação às características que faça um líder ter êxito, entretanto faz-se necessário compreender que as diferentes características da liderança devem ser adaptadas e flexibilizadas conforme a condição imposta pelo ambiente. No Quadro 9, apresentamos algumas das principais teorias para ser um bom líder e desta forma harmonizar as diferentes características da liderança com cada situação específica vivenciada. QUADRO 9 – ALGUMAS TEORIAS DE LIDERANÇA Teoria Descrição Traços Observa a liderança como resultado de uma combinação de traços, enfatizando especialmente as qualidades pessoais do líder, em que este deveria possuir certas características de personalidade especiais que seriam facilitadoras no desempenho da liderança. Esta teoria permite concluir que os líderes nascem com tais traços, não havendo a necessidade de posteriormente desenvolvê-los por meio do uso de técnicas de desenvolvimento pessoal. Comportamento Defende que os comportamentos podem ser aprendidos e, portanto, as pessoas treinadas nos comportamentos de liderança apropriados, poderiam liderar eficazmente. Estes comportamentos de liderança poderiam ser apropriados em determinada situação e, em outra, definitivamente não seria o aconselhado, considerando os diversos fatores. Contingencial ou Situacional Procura identificar qual dos fatores situacionais é mais importante e prever o estilo de liderança que será mais eficaz em determinada circunstância. Os teóricos da contingência defendem a noção de que não existem estilos de liderança universalmente adequados. Determinados est i los têm necessar iamente impactos sobre vár ios resultados em algumas situações, porém não em outras, onde aumentaram as variáveis a serem estudadas. Transacional Existe uma troca (seja política, econômica, psicológica) entre o líder e o liderado, enquanto ambos acreditarem que isso irá beneficiá-los. É uma transação pura e simples. Transformacional Uma ou mais pessoas engajam-se com outras a fim de que tanto líderes ou liderados elevem um ao outro a níveis mais altos de motivação e moral. Há uma suposição de que os líderes eficazes possuam uma grande sensibilidade a respeito das necessidades dos liderados, em que estes conheçam as suas próprias a ponto de não as projetar nos liderados. Atribuição Cria-se um rótulo de líder, que parte do princípio de que existe uma pessoa, um grupo ou mesmo uma nação como condição para que lhe possa ser atribuída tal característica de liderança. Sua aplicabilidade reside na perspectiva de que se alguém não pode ser líder, pode, ao menos, parecer um líder, iniciando por prestar atenção ou se colocar na posição dos liderados para que possa enxergar o mundo com os olhos destes. Carismática L igada ao processo d inâmico de atendimento das necessidades dos liderados. A ligação entre líder e liderados no processo carismático é carregada pelo conteúdo moral da missão, fruto de determinada crença que conduz os liderados à participação tendo, exclusivamente como recompensa, a realização da missão ou a tentativa de realizá-la. FONTE: Adaptado de Faccioli (2008, s.p.) e George (2015, p. 68-69) CONSIDERAÇÕES FINAIS Finalizamos o curso livre sobre A Liderança na Gestão de Equipes. Agora que você sabe como exercer bem a liderança na gestão de equipes, utilize seus conhecimentos na sua organização, no seu próprio crescimento e prin- cipalmente no desenvolvimento de sua equipe de trabalho. Lembre-se: todo o conhecimento aqui disposto apresentou conceitos e modelos gerais sobre a liderança na comunicação, na gestão de equipes, na forma de otimizar resultados e a liderança na atualidade, porém, o prin- cipal fundamento deste curso como um todo, está apregoado na leitura, assimilação, compreensão e dedicação que você vivenciou ao longo dessa trajetória de estudos. Para tanto, faz-se importante você ler os conteúdos descritos nesta apostila, e anotar suas dúvidas, pesquisar ainda mais, acessar o roteiro de aprendizagem, assistir às videoaulas e usufruir dos materiais complementares indicados, no intuito de aprimorar seu aprendizado sobre a temática. Esperamos ter ajudado e elucidado o seu saber! Parabéns! Continue estudando.... REFERÊNCIAS BENATTI, C.; BECKER, A. Comunicação assertiva: o que você precisa saber para melhorar suas relações pessoais e profissionais. São Paulo: Editora Literare Books International, 2021. 200 p. BRANDÃO, H. P. Mapeamento de Competências: Ferramentas, Exercícios e Aplicações em Gestão de Pessoas. 2. ed. Curitiba: Editora Atlas, 2017. 196 p. CASHMAN, K. Liderança Estratégica - O Princípio da Pausa. São Paulo: Editora M. Books, 2015. 200 p. CHIAVENATO, I. Comportamento Organizacional - A Dinâmica do Sucesso das Organizações. 4. ed. Curitiba: Editora Atlas, 2021. 384 p. COHROS. 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