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-Manual de terapia familiar _ A terapia familiar no Brasil

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6
A terapia familiar no Brasil
Helena Centeno Hintz
Marli Olina de Souza
PIONEIROS DA TERAPIA FAMILIAR
Os primeiros fundamentos da terapia fa-
miliar encontram-se no atendimento do Pe-
queno Hans realizado por Freud em 1909.
O processo terapêutico ocorreu através do
pai do menino, criando mudanças signifi-
cativas na dinâmica da família. A partir daí,
encontram-se muitos estudos apontando a
necessidade de haver algum tipo de inter-
venção na família como forma de apoiar a
psicoterapia realizada com as crianças. Ini-
cialmente a intervenção era realizada com
a mãe por estar mais próxima da criança e
por ser a responsável pelos cuidados in-
fantis. A seguir, o pai e os demais mem-
bros da família adquiriram a devida impor-
tância não só com o atendimento infantil,
mas também com qualquer membro da
família que necessitasse de ajuda.
Uma contribuição fundamental para
a terapia de família é o atendimento fami-
liar dos assistentes sociais, os quais desde
o início do século XX tinham como foco de
seu trabalho o grupo familiar. Ao atender
a pessoa em seu próprio ambiente, os assis-
tentes sociais, antecedendo a teoria sistê-
mica, introduziram a perspectiva ecológi-
ca na terapia familiar (Nichols e Schwartz,
2007). Foi fundamental o trabalho de Mary
Richmond, assistente social, que, em 1917,
com seu texto Social Diagnoses indicou tra-
tamento para todo o grupo familiar, ino-
A terapia de família teve início na metade
do século passado. Foi algo que encantou
muitos estudiosos, profissionais ávidos por
formas mais abrangentes de entender o in-
divíduo e poder ajudá-lo em seu contexto
relacional mais próximo: a família. Inicial-
mente, o foco de estudo de maior expres-
são foi nos Estados Unidos e em alguns
países da Europa. Logo após, expandiu-se
para vários outros países.
Ao iniciarmos um estudo sobre o mo-
vimento da terapia familiar no Brasil, não
poderíamos deixar de mencionar a forma
como ela surgiu. Muito já foi escrito sobre
a história da terapia familiar, incluindo di-
ferentes personalidades pioneiras, ideias,
movimentos ou ações. Certamente o per-
curso da história é amplo, tornando-se di-
fícil seu relato sem haver alguma lacuna
em sua descrição no tempo. Neste capítu-
lo, serão nomeados alguns pioneiros que
contribuíram de forma relevante para o de-
senvolvimento da terapia familiar, introdu-
zindo estudos significativos para o atendi-
mento de famílias, desenvolvendo concei-
tos, pesquisas e técnicas que enriqueceram
o tratamento realizado com a família e que
de alguma forma influenciaram o pensa-
mento e a prática dos terapeutas no Brasil.
Antes de descrevermos o movimento da
terapia entre nós, apontaremos alguns des-
ses profissionais, situando de forma sucin-
ta suas contribuições.
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92 | Luiz Carlos Osorio, Maria Elizabeth Pascual do Valle & cols.
vando o olhar terapêutico para a família.
Somente bem mais tarde é que a psiquia-
tria agregou a família nos seus atendimen-
tos (Beels, 2002).
Um fator relevante para a terapia fa-
miliar foi o surgimento do aconselhamento
conjugal nos anos 1930 e, consequente-
mente, da Associação Americana de Con-
selheiros Matrimoniais, fundada em 1942.
Na Inglaterra, ocorreu também um movi-
mento do qual surgiu o Conselho Nacional
de Orientação Matrimonial, difundindo-se
em vários centros de terapia, por várias ci-
dades do país (Souza, 1997, p. 36).
Um dos primeiros pioneiros foi Nathan
Ackerman, psiquiatra e psicanalista infan-
til, que, no final da década de 1930, passou
a observar as famílias junto com o paciente
em sua clínica, em Nova York. Ele afirma-
va que as famílias deveriam ser vistas como
uma “unidade social e emocional”. Descre-
via o atendimento da família como uma
“modalidade de tratamento própria, e não
apenas como uma técnica para tratar de
um indivíduo” (Ackerman, 1958, p. 11).
A terapia de família passou a se de-
senvolver como tal após a Segunda Guer-
ra Mundial. Mesmo que alguns psiquiatras
reconhecessem a importância da família
para seus pacientes, ainda assim, a família
seguidamente era vista como inadequada
para seus pacientes. Ackerman foi um dos
primeiros a apontar a importância da fa-
mília no processo terapêutico, escrevendo
o livro The psychodynamics of family life,
em 1958. O outro foi Christian Midelfort
que, em 1957, publicou o livro The family
in psychotherapy (Barker, 1992).
Na década de 1950, vários grupos es-
tudaram, pesquisaram e trataram esquizo-
frênicos e suas famílias. Grande parte dos
fundamentos da terapia familiar partiu do
interesse que os profissionais mostraram
pelo atendimento de seus pacientes esqui-
zofrênicos nas relações e comunicações
trocadas com suas respectivas famílias.
Em 1952, Gregory Bateson, em Palo
Alto, Califórnia, obteve auxílio financeiro
para estudar comunicação humana. Convi-
dou inicialmente Jay Haley, John Weakland
e William Fry para trabalharem juntos nes-
se projeto. Em 1954, o grupo iniciou o
Project for the Study of Schizophrenia. Don
Jackson passa a fazer parte desse grupo
como consultor e supervisor de psicoterapia
com esquizofrênicos. Esse estudo tornou-
se um dos pilares da teoria sistêmica fami-
liar. Bateson e seus colaboradores introdu-
ziram o conceito de duplovínculo no conhe-
cido estudo “Toward a Theory of Schizo-
phrenia”. O duplo vínculo, inicialmente, era
relacionado com as vivências precoces de
relacionamento do esquizofrênico, mas o
Grupo de Palo Alto chegou ao conhecimen-
to de que é um relacionamento que se apli-
ca também às circunstâncias atuais na vida
do esquizofrênico, pelo tipo de inter-rela-
ção que se passa em sua família.
Em 1959, Don Jackson fundou o Men-
tal Research Institute (MRI), em Palo Alto,
tornando-se seu diretor, no momento em
que o movimento da terapia familiar co-
meça a ganhar um espaço importante no
campo das terapias, despertando o interes-
se de outros profissionais, como Jules
Riskin, Virginia Satir, Jay Haley, John
Weakland, Paul Watzlawick e Janet Beavin.
Naquele mesmo ano, Virginia Satir muda-
se para a Califórnia e inicia seu trabalho
no MRI. Ela foi um marco dentro da tera-
pia familiar, trazendo muitas contribuições
e técnicas enriquecedoras. Em meados de
1960, Virginia Satir deixa o MRI e torna-se
diretora de uma importante unidade para
atendimento familiar nos Estados Unidos.
Em 1962, Jay Haley vincula-se ao MRI.
Haley e Weakland levaram para o MRI as
ideias cibernéticas de Bateson e as ideias
de Milton Erickson, com quem haviam es-
tudado anteriormente em Phoenix. Esses
profissionais formaram um grupo bastan-
te criativo e interessado em terapia fami-
liar, comunicação e esquizofrenia. Naque-
la época, o Mental Research Institute re-
presentava o centro do movimento da te-
rapia familiar. Este grupo, MRI, iniciou um
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Manual de terapia familiar | 93
dos primeiros programas de treinamento
oficial em terapia familiar, desenvolvendo
algumas das primeiras pesquisas em inte-
ração familiar.
Entre seus membros, esteve os seguin-
tes autores: Virginia Satir (terapia familiar
conjunta); Watzlawick, Beavin e Jackson
(pragmática da comunicação humana); Jay
Haley (estratégias em psicoterapia); Carlos
Sluzki (editor da “Family Process”, nos anos
80); James Coyne (usou o modelo para tra-
tar a depressão); Steve de Shazer (criou a
abordagem sobre a focalização da solução).
Em 1967, o Centro de Terapia Breve
do MRI inicia suas atividades sob a direção
de Richard Fish. Junto a ele, estavam P.
Watzlawick, J. Weakland e Arthur Bodin.
O objetivo de tal Centro era desenvolver
tratamentos breves para doenças psiquiá-
tricas. A terapia breve é focalizada sobre
os sintomas que a família traz e limita-se a
10 sessões (é conhecida como o modelo
MRI). Paul Watzlawick, eminente pesqui-
sador, interessou-se pela comunicação hu-
mana e psicoterapia interacional. Ele e seus
colaboradores escreveram o livro Pragmá-
tica da comunicação humana, importante
obra em que estãodescritos resultados das
pesquisas realizadas por Bateson e sua
equipe.
Theodore Lidz, em 1941, iniciou es-
tudos sobre as famílias de pacientes esqui-
zofrênicos em Johns Hopkins Hospital,
Baltimore. Ele introduziu os conceitos de
cisma conjugal, divisão da família em dois
grupos antagônicos e desvio conjugal, em
que um dos parceiros domina a família de
forma dramática como consequência de
uma patologia séria em um dos cônjuges
(Barker, 1992; Nichols e Schwartz, 2007).
Lyman Wynne iniciou seus estudos
sobre famílias de esquizofrênicos logo após
juntar-se à equipe do National Institute of
Mental Health (NIMH) em 1952. Ele in-
troduziu os conceitos de pseudomutuali-
dade e pseudo-hostilidade. A pseudomu-
tualidade acontece quando um indivíduo
sente a necessidade de um relacionamen-
to com alguém, mascarando conflitos e im-
pedindo a intimidade – talvez por expe-
riências anteriores dolorosas de ansiedade
de separação. Essas famílias não possuem
relacionamentos mais profundos e impe-
dem a independência entre seus membros.
Com a pseudo-hostilidade, o relacionamen-
to emocional aparente, no caso de hostili-
dade, é um substituto para um relaciona-
mento íntimo e verdadeiro, o qual está
ausente. A comunicação e a percepção real
ficam prejudicadas. Wynne introduziu tam-
bém a ideia da “cerca de borracha”. É um
limite psicológico para o movimento fami-
liar, mantendo os indivíduos de uma família
confinados dentro de um sistema (Barker,
1992; Nichols e Schwartz, 2007).
Em 1946, Murray Bowen começou
seu trabalho clínico na Menninger Clinic
estudando as mães e seus filhos esquizo-
frênicos. Na época, desenvolveu o concei-
to de diferenciação do self. Em 1954, Bowen
ingressou no National Institute of Mental
Health (NIMH), onde desenvolveu o con-
ceito de simbiose mãe-criança, incluindo a
figura paterna. Isso o levou ao conceito de
triângulos – envolver uma terceira pessoa
com a finalidade de desviar um conflito
entre dois membros de uma família. Ele
trabalhou sobre o conceito de esquizofrenia
como um processo que requer três gera-
ções para ser desenvolvida. Em 1955, de-
vido à sua forma de atender as famílias,
“tornou-se o primeiro a inventar a terapia
familiar” (Nichols e Schwartz, 2007, p. 48).
Carl Whitaker iniciou a experiência
com o tratamento de grupos familiares,
com um interesse especial por esquizofrê-
nicos e suas famílias, antes de assumir o
Departamento de Psiquiatria de Emory
University, Atlanta, em 1946. Ele foi pio-
neiro em introduzir o uso da co-terapia,
acreditando no apoio que um terapeuta
poderia dar ao outro, deixando-os agirem
espontaneamente sem receio de uma con-
tra-transferência que pudesse não ser per-
cebida (Nichols e Schwartz, 2007). Em
1955, iniciou a prática privada, e ele e seus
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94 | Luiz Carlos Osorio, Maria Elizabeth Pascual do Valle & cols.
colaboradores desenvolveram na Atlanta
Psychiatric Clinic uma forma de psicotera-
pia “experiencial”, com técnicas provoca-
tivas no tratamento de indivíduos, casais,
famílias e grupos. Em seu trabalho,
Whitaker deu grande importância à espon-
taneidade criativa, mas não à teoria, sen-
do a sua forma de trabalhar denominada
terapia do absurdo.
Ivan Boszormenyi-Nagy, psicanalista
que se tornou terapeuta familiar, fundou a
Eastern Pennsylvania Psychiatri Institute,
Philadelphia, em 1957. Junto com seus
colegas, J. Framo, D. Rubenstein, G. Spark
e G. Zuk, desenvolveu uma abordagem de
terapia familiar dando especial atenção a
seu aspecto multi-geracional. Ele propôs o
conceito de lealdades invisíveis, sendo co-
autor do livro que recebeu esse título. Ele
foi um dos inúmeros terapeutas que não
limitou seu trabalho à família nuclear ou
às suas transações atuais. Vínculos multige-
racionais e o sistema da família ampla co-
meçaram a ser cada vez mais considerados.
Salvador Minuchin, em torno de
1965, começa a integrar o movimento de
terapia familiar. Ele pesquisou famílias de
classe social baixa com filhos delinquen-
tes, além de trabalhar com elas. O objetivo
era o de transformar uma clínica para me-
ninos de tipo tradicional em um centro de
treinamento orientado para a família. S.
Minuchin assume a direção do Philadelphia
Child Guidance Clinic, que, sob sua dire-
ção, se torna um dos mais famosos centros
de terapia familiar do mundo. Convida para
integrar sua equipe de trabalho a Braulio
Montalvo e Bernice Rosman.
Minuchin foi o responsável pelo de-
senvolvimento da escola estrutural de fa-
mília. O terapeuta estrutural interessa-se
em como a família está organizada em
subsistemas, nas fronteiras entre estas par-
tes e nas fronteiras entre a família e a co-
munidade.
Em 1967, Jay Haley deixa Palo Alto e
passa a integrar a equipe de S. Minuchin.
Minuchin utilizou conceitos sistêmicos de
Bateson e Jackson e as ideias estratégicas
de Jay Haley.
Em 1976, Jay Haley mudou-se para
Washington, DC, indo trabalhar na Facul-
dade de Medicina da University of Mary-
land, além de fundar o Family Therapy
Institute de Washington, DC, junto com Cloé
Madanes, sua esposa.
Na década de 1970, desenvolvimen-
tos importantes aconteceram na Europa.
Em Roma, Maurizio Andolfi inicia seu tra-
balho com famílias, e, em 1974, é criada a
Sociedade Italiana de Terapia Familiar.
Andolfi em sua primeira fase seguiu o mo-
delo estrutural de Minuchin e Haley; após
sua atenção voltou-se para o enfoque
humanístico existencial de C. Whitacker. A
Academia de Psicoterapia da Família sur-
giu em 1992. Andolfi ali aplica a aborda-
gem da terapia de família intergeracional.
Ele segue o enfoque que a pessoa do tera-
peuta é mais importante do que toda a
instrumentação teórico-técnica do profis-
sional. É o encontro entre dois sistemas que
pensam e se emocionam envolvidos em um
trabalho de investigação comum.
O MRI e o modelo estratégico de
Haley influenciaram os Associados de Mi-
lão: Mara Selvini Palazzoli, Gianfranco
Cecchin, Luigi Boscolo e Giuliana Prata.
Palazzoli foi uma proeminente psicanalis-
ta italiana, que estava frustrada com o tra-
balho de orientação individual sobre os
transtornos alimentares. Ela trabalhou du-
rante muitos anos com crianças anoréxicas.
Palazzoli se interessou em estudar os
escritos da equipe de Palo Alto e começou
a desenvolver sua própria abordagem à fa-
mília.
Em 1967, liderou o trabalho de oito
psiquiatras, que originalmente tentaram
aplicar ideias psicanalíticas para trabalha-
rem com famílias. Mais tarde, aplicaram
as ideias de Bateson, Haley e Watzlawick,
e, em 1971 – Palazzoli, Boscolo, Cecchin e
Prata – fundaram o Centro para Estudos
da Família de Milão, desenvolvendo o Gru-
po de Milão.
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Manual de terapia familiar | 95
Em 1980, dividiram-se em Boscolo e
Cecchin, mudando na direção do treina-
mento, e Palazzoli e Prata, mais interessa-
das em pesquisa. Abriram novos centros,
com outras equipes, e suas abordagens
também divergiram.
Os homens tornaram-se muito menos
estratégicos e mais interessados em mudar o
sistema de crenças familiares, através de um
processo de questionamento circular, e as mu-
lheres seguirem seus interesses em entender
e interromper os jogos destrutivos que elas
acreditavam destruir severamente as famíli-
as que eram capturadas por esses jogos.
O Grupo de Milão, por suas caracte-
rísticas próprias, foi considerado como uma
Escola, com uma abordagem distinta das
demais. Na Europa, identificaram-na como
terapia sistêmica. Atualmente é designada
como sendo a Escola de Milão, uma vez que
a terapia estratégica de J. Haley, a terapia
comunicacional de Virginia Satir, a terapia
estrutural de Salvador Minuchin, a terapia
estratégica breve do Grupo do MRI, todas
são fundamentadas na teoria sistêmica.
Somando-se a este primeiro desenvol-
vimento dos modelos estratégicos e de
Milão, há outras pessoas que contribuíram
também com os estudos sobre terapia fa-
miliar. Lynn Hoffman evoluiu como tera-
peuta paralela desta ramificação sistêmica-estratégica da terapia familiar.
Em 1960, colaborou com Haley e, em
1977, juntou-se ao Ackerman Institute, em
Nova York, que iniciou com o modelo es-
tratégico e, mais tarde, com o modelo de
Milão. Depois deixou o Ackerman Institute
e foi para Amherst, em Massachussets, tro-
cando o modelo de Milão pela terapia de
segunda ordem, baseada no construcio-
nismo social e nos princípios da narrativa.
O Ackerman Institute tem sido um
incubador dos modelos estratégicos e de
Milão: Peggy Papp – força criativa na esco-
la estratégica; Joel Bergman – desenvol-
veu estratégias para manejar com famílias
difíceis; Peggy Penn – elaborou as inova-
ções sobre o Modelo de Milão de questiona-
mentos circulares; Olga Silverstein – co-
nhecida pela maestria clínica.
Nas décadas de 1980 e 1990, Harlene
Anderson e Harry Goolishian, apoiando-se
no construtivismo, introduziram na tera-
pia familiar a ideia de objetividade, isto é,
a ideia de que o que percebemos na famí-
lia é o que a família apresenta. O significa-
do em si passou a ser o principal objetivo.
Eles, juntamente com Lynn Hoffman e ou-
tros colaboradores, buscaram para o te-
rapeuta uma posição de parceria igualitá-
ria com seus clientes. Tom Andersen, psi-
quiatra norueguês, contribuiu muito ao in-
troduzir em seus atendimentos a equipe re-
flexiva, através da qual ele não escondia
nada de seus clientes, mantendo uma rela-
ção de igualdade com eles.
Kenneth Gergen, enfatizando o poder
da interação social, foi o principal propo-
nente do construcionismo social. Ele argu-
mentou que “nossas crenças são fluidas e
flutuam de acordo com mudanças em nos-
so contexto social” (Nichols e Schwartz,
2007, p. 287). Essa visão traz a ideia de
que todas as verdades são construções so-
ciais e que a terapia é um exercício linguís-
tico, devendo ser de colaborativa.
O construcionismo social tornou-se a
base para a nova abordagem dos anos
1990, a terapia narrativa. Michael White
foi seu fundador. É australiano, de Ade-
laide, e trabalha no Dulwich Centre. White
desenvolveu novas ideias
sobre como os problemas afligem os
indivíduos (considerando-os como
algo que opera sobre as pessoas, e não
como algo que elas fazem). (Nichols
e Schwartz, 2007, p. 336)
Outro terapeuta familiar influente foi
David Epston, que, entre as várias contri-
buições realizadas, enfatizava que os clien-
tes, para manter suas novas narrativas, pre-
cisavam de comunidades apoiadoras.
Entre os brasileiros, é reconhecida a
contribuição de Humberto Maturana, Prê-
mio Nacional de Ciências Biológicas em
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96 | Luiz Carlos Osorio, Maria Elizabeth Pascual do Valle & cols.
1994. Representante da Escola Chilena do
pensamento pós-racionalista, seus aportes
são, entre outros, o repúdio ao racionalis-
mo da “verdade objetiva única”, o papel
da auto-organização de toda adaptação e
do conhecimento e o envolvimento do co-
nhecimento do ser integral que desafia a
dualidade cartesiana, na qual a mente e o
corpo são observados separadamente.
O MOVIMENTO DA
TERAPIA NO BRASIL
No Brasil a trajetória não foi diferente. Vá-
rios estudos já foram realizados para identi-
ficar como, quando e onde surgiu a terapia
familiar. Nosso país é imenso, e muitas são
as versões sobre esse questionamento. Cer-
tamente todas são verdadeiras se mantiver-
mos apenas um olhar para determinadas
regiões, talvez as mais conhecidas e/ou
centrais. As pesquisas mostram haver uma
grande diversidade na formação dos tera-
peutas de família. Nos diversos encontros
e congressos sobre terapia familiar, perce-
be-se, através dos trabalhos apresentados
e das discussões estabelecidas, a ampla ga-
ma de teorias e práticas que fundamentam
a formação dos terapeutas. Entretanto, é a
abordagem sistêmica que assume um espa-
ço importante na formação dos terapeutas
de família. Ela começa a se tornar mais vi-
sível quando os profissionais percebem não
ser viável tratar as ciências por partes iso-
ladas. Por conseguinte, a prática clínica
retoma com maior vigor um olhar mais
abrangente, tratando do organismo como
um sistema, e não como causa e efeito.
Ideias semelhantes começaram a sur-
gir em vários Estados brasileiros, mostran-
do que esse era o início de uma nova ten-
dência, necessitando de um certo tempo
para ser aceita, mas importante de ser co-
nhecida e aperfeiçoada. Como aconteceu
nos países onde nossos profissionais estu-
daram, foram sendo fundados centros ou
instituições que se ocuparam com a famí-
lia, e não somente com o indivíduo.
Na década de 1970, houve um impor-
tante movimento que veio proporcionar o
interesse pela terapia de casal e de família
em nosso meio. Segundo Souza (1997), o
cuidado com o grupo familiar e o entendi-
mento de que a patologia individual pode-
ria estar vinculada a causas diferentes da
origem intrapsíquica levaram à criação de
centros de orientação, os quais seguiram o
modelo das Child Guidance, da América do
Norte. A autora relata que a fundação do
Centro de Orientação Juvenil – COJ – per-
tencente, em 1946, ao Departamento Na-
cional da Criança do Ministério da Saúde,
foi uma experiência pioneira. Inicialmente
fazia parte da equipe uma assistente social
psiquiátrica, responsável pelo trabalho com
a família do paciente de psicoterapia indi-
vidual. A equipe era chefiada por uma psi-
cóloga, fazendo parte da equipe uma psi-
canalista. Assim, há seis décadas, já existia
a preocupação de incluir o grupo familiar
no processo de mudança e desenvolver
abordagens diferentes que fossem adequa-
das à nossa cultura.
No final dessa década, surgem artigos
referindo-se à terapia familiar como outra
abordagem a ser considerada nos tratamen-
tos efetuados. Alguns psicanalistas contri-
buíram inicialmente com essa prática. Os
anos 80 aparecem como um momento de
grande expansão da terapia familiar como
método terapêutico, possuidora de teoria e
prática própria. O que era experiência iso-
lada em boa parte do Brasil passa a ter mais
vozes e práxis para tornar-se acessível a um
número maior de profissionais e famílias.
Na década de 1970, a terapia de ca-
sal e família recebeu a influência de vários
grupos religiosos, sob a égide da Pastoral
da Igreja Católica, através dos Encontros
de Noivos e Encontros de Casais em Cristo.
Em 1977, instituiu-se no Brasil a lei do di-
vórcio, contribuindo para o incremento
desses grupos de casais como uma forma
de prevenir a dissolução dos casais e famí-
lias. Aos poucos, a família brasileira come-
çou a procurar atendimento para alcançar
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Manual de terapia familiar | 97
uma melhor qualidade em suas relações
intrafamiliares.
Este movimento da Igreja Católica es-
tendeu-se pelos vários Estados do país, ser-
vindo de estímulo para a abertura de cen-
tros e instituições onde profissionais tera-
peutas e pesquisadores dedicaram-se a am-
pliar o conhecimento da terapia de família,
além de formar terapeutas de família, aten-
dendo famílias com dificuldades de relacio-
namento. Cidades como Rio de Janeiro,
São Paulo, Salvador, Fortaleza, Belo Ho-
rizonte, Curitiba e Porto Alegre foram tes-
temunhas da formação desses centros de
atendimentos, alguns já na década de
1970, outros no início dos anos de 1980. A
maioria desses centros usava a abordagem
sistêmica.
OS PRIMEIROS ENCONTROS
DE TERAPIA FAMILIAR
Seguindo-se a cronologia do desenvolvi-
mento da terapia familiar brasileira, per-
cebe-se um movimento crescente e envol-
vente dos profissionais agregando-se em
grupos afins e/ou buscando a integração
em espaços maiores, onde a sedimentação
e a estrutura da terapia poderiam tornar-
se mais sólidas ou definidas.
A década de 1980 foi muito significa-
tiva para a terapia familiar no Brasil. Sur-
giu a necessidade de os terapeutas forma-
lizarem um espaço de discussão de ideias
e inquietações oriundas de uma prática im-
portante, mas ainda muito precoce no es-
tabelecimento de seus fundamentos entre
nós. Segundo Aun (2005), os primeirosgrupos formados foram:
� 1976, São Paulo – CECAF – Centro de
Estudos do Casal e da Família – orien-
tação psicanalítica;
� 1976, Curitiba – Núcleo de Psicologia
Clínica – terapia familiar sistêmica;
� 1978, Brasília – CEFAM – Centro Brasi-
leiro de Estudos da Família – Atendi-
mento e Pesquisa do Sistema Familiar –
orientação sistêmica e psicodinâmica;
� 1979, Porto Alegre – CEAPIA – Centro
de Estudos, Atendimento e Pesquisa da
Infância e da Adolescência;
� 1980, Salvador – COFAM – Centro de
Orientação Familiar – inicialmente ori-
entação psicodinâmica e psicodramá-
tica, incluindo, gradualmente, a abor-
dagem sistêmica;
� 1982, Fortaleza – CEF – Centro de Es-
tudos da Família de Fortaleza – orien-
tação de etnopsiquiatria e de aborda-
gem sistêmica;
� 1984, Belo Horizonte – INFA – Institu-
to da Família de Belo Horizonte – entre
vários outros serviços, incluía a terapia
familiar sistêmica;
� 1985, Salvador – CEFAC – Centro de
Estudos da Família e Casal – incluía
abordagem sistêmica e psicanalítica;
� 1986, São Paulo – SEFAM – Sociedade
de Estudos da Família – abordagem
sistêmica, com influência especial das
escolas italianas;
� 1987, Rio de Janeiro – ITF-RJ – Institu-
to de Terapia de Família do Rio de Ja-
neiro – abordagem sistêmica (p. 50).
A partir desses grupos, muitos outros
foram se formando pelas diversas cidades
do país, incluindo alguns cursos de terapia
de família em universidades.
� PUCSP – dois cursos de especialização;
� Universidade Federal de São Paulo/Es-
cola Paulista de Medicina, Departamen-
to de Psiquiatria – PROTEF – criação
do Curso de Terapia de Família em
1998.
� Universidade Federal do Rio de Janei-
ro – dois programas de especialização,
um na linha sistêmica e outro na linha
psicanalítica (Aun, 2005, p. 51).
� PUCRS – oferece, em 1978, terapia de
família como opção dentro da cadeira
de Técnicas Psicoterápicas na gradua-
ção da psicologia e, em 1988, o Curso
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98 | Luiz Carlos Osorio, Maria Elizabeth Pascual do Valle & cols.
de Terapia de Família como Curso de
Extensão Universitária, de orientação
sistêmica.
Nessa época, iniciaram-se os Encon-
tros de Terapia Familiar. Durante a década
de 1980, foram realizados em São Paulo
três Encontros pela Psicologia Clínica da
PUCSP, sob a coordenação de Mathilde
Neder e Cléa Palatnik Pilnik. O primeiro
foi em 1982, I Encontro Nacional de Tera-
pia Familiar, considerado o marco do mo-
vimento da terapia familiar entre nós. Logo
em 1984, realizou-se o II Encontro e, em
1986, realizou-se o III Encontro. Neste fi-
cou estabelecido que, em 1988, realizar-
se-ia, em Salvador, o I Encontro Brasileiro
de Terapia Familiar, com a coordenação de
Margarida Rêgo. Esse Encontro foi reali-
zado pelos grupos de Salvador, Fortaleza,
São Paulo, Brasília, Curitiba, Porto Alegre,
Belo Horizonte e Rio de Janeiro, e foram
realizadas atividades práticas com atendi-
mento de famílias ao vivo.
Em fevereiro de 1986, foi realizado
um Encontro de Terapia Familiar em Floria-
nópolis, organizado por Luiz Carlos Osório
e Olga Falceto, com a colaboração de Fran-
cisco Baptista Neto. Os participantes do
encontro puderam assistir a Andolfi aten-
dendo famílias ao vivo. Nesse Encontro
participaram terapeutas de P. Alegre, Rio
de Janeiro, S. Paulo e Florianópolis.
O II Encontro Brasileiro de Terapia Fa-
miliar realizou-se em Belo Horizonte em
1990. Neste foram priorizadas as ativida-
des teóricas. Em 1992, em Brasília, foi re-
alizado o III Encontro Brasileiro de Tera-
pia Familiar, coordenado por Júlia Bucher,
no qual estiveram presentes instituições
formadoras de São Paulo, Porto Alegre,
Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,
Brasília, Paraíba e Fortaleza. Nessa ocasião,
ficou acertado que São Paulo seria a sede
do IV Encontro Brasileiro de Terapia Fami-
liar, ficando decidido que seria fundada a
Associação Brasileira de Terapia Familiar,
proporcionando a criação de uma identi-
dade nacional, agregando semelhanças e
diferenças socioculturais das diversas re-
giões brasileiras.
Durante o ano de 1993, os organiza-
dores desse Encontro sob a coordenação
de Maria Rita D’Angelo Seixas, devido ao
grande interesse demonstrado pelos tera-
peutas de família de todo o país, resolve-
ram transformar o IV Encontro no I Con-
gresso Brasileiro de Terapia Familiar. Este
veio a se realizar em julho de 1994, em
São Paulo, organizado pela Associação
Paulista de Terapia Familiar – APTF, fun-
dada em 02 de julho de 1993 em virtude
da necessidade gerada pelo próprio Con-
gresso, sob a presidência de Maria Rita
D’Angelo Seixas. O tema do I Congresso
foi “Família: Lugar seguro para crescer?”.
Em 31 de julho de 1994, em uma As-
sembleia realizada no pós-Congresso, os
sócios fundadores aclamaram a fundação
da Associação Brasileira de Terapia Fami-
liar – ABRATEF. Nessa ocasião, ficou deci-
dido que os Estados organizariam suas as-
sociações regionais. Estas seriam a sede da
ABRATEF, a qual teria um caráter itine-
rante, localizando-se na regional que pro-
moveria o congresso brasileiro.
A AGATEF, fundada em 01 de outubro
de 1994, foi a primeira sede da ABRATEF,
sendo seu primeiro presidente José Ovídeo
Waldemar. Essa associação realizou o II
Congresso Brasileiro de Terapia Familiar de
01 a 03 de agosto de 1996, em Gramado,
RS. Nesse Congresso não houve um tema
definido.
Em 15 de março de 1995 é fundada
no Rio de Janeiro a Associação de Terapia
de Família – ATF-RIO.
O III Congresso Brasileiro de Terapia
Familiar foi realizado no Rio de Janeiro em
julho de 1998. Nesse Congresso, aconteceu
o I Encontro Latino-Americano, sendo am-
bos promovidos pela ABRATEF e ATF-RJ. O
tema do III Congresso foi “O indivíduo, a fa-
mília e as redes sociais na virada do século”.
A preocupação com a qualificação cien-
tífica dos profissionais foi continuamente
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Manual de terapia familiar | 99
crescendo. A demanda destes em busca de
formação levou os pioneiros brasileiros a
se organizarem em grupos para oferecer
um espaço onde pudessem trocar conheci-
mentos, dirimir dúvidas e propor uma for-
ma mais organizada de estudar as teorias
básicas para tornar-se um terapeuta fami-
liar. Com essa premissa iniciou-se a orga-
nização de Encontros de Formadores Bra-
sileiros, tendo como prioridade estudar, dis-
cutir e estabelecer critérios mínimos para
o perfil do formador e favorecer a forma-
ção continuada e o intercâmbio desses for-
madores para uma maior integração, for-
talecendo o ensino da terapia familiar e o
atendimento das famílias.
Os Encontros de Formadores come-
çaram junto com a realização dos Congres-
sos Brasileiros, sendo que o I Encontro foi
no Rio de Janeiro como Pré-Congresso do
III Congresso Brasileiro em 1998. Inicial-
mente, os Encontros de Formadores acon-
teceram anualmente, passando posterior-
mente a serem realizados a cada dois anos,
intercalando com a realização dos Congres-
sos Brasileiros. Desde o I Encontro de For-
madores sempre esteve presente a ques-
tão sobre qual profissional poderia vir a ser
terapeuta de família. Essa questão sempre
é muito discutida, mas, pela escolha do sis-
tema de redes que privilegia a não-hierar-
quia, não há, até agora, uma definição
clara.
Em julho de 1999, realizou-se em Sal-
vador, BA, o II Encontro de Formadores pro-
movido ABRATEF e pela Associação Regi-
onal de Terapia Familiar – ARTEF-BA. Os
eixos temáticos desse Encontro foram “Cri-
térios Mínimos dos Cursos de Formação de
Terapia de Família”, “Critérios para o For-
mador”, “Quem Pode Ser Terapeuta de Fa-
mília?” e questões para que fosse definido
um Código de Ética para a terapia familiar.
O III Encontro de Formadores acon-
teceu em junho de 2000, em Curitiba, PR,
promovido pela ABRATEF e pela Associa-
ção Paranaense de Terapia Familiar – APrTF,
fundada em dezembro de 1994. O tema
central foi “Programa mínimo e qualifica-
ção mínima do terapeuta de família”,
priorizando a epistemologia e a metodo-logia como aspectos articuladores, dando
assim coerência e consistência entre a teo-
ria e a prática. O resultado foi a proposta
de haver uma articulação em torno de três
eixos: fundamentação articulada com a
prática; identidade profissional e ética;
compromisso com produção de conheci-
mento e pesquisa. Foram definidos critérios
para instituições que desejavam ou que já
vinham oferecendo cursos de terapia fa-
miliar, carga horária, tempo de duração,
qualificação mínima para ser um terapeuta
familiar e para ser um formador.
Nesse mesmo ano, em julho, foram
realizados o IV Congresso Brasileiro de Te-
rapia Familiar e II Encontro Latino-Ameri-
cano de Terapia Familiar em Brasília. Foi
uma promoção da ABRATEF, junto com a
Associação Centro-Oeste de Terapia Fami-
liar – ACOTEF. O tema foi “A família em
tempos de transição: justiça social, ética e
cidadania”. Pela escolha do tema, percebe-
se uma ênfase nos trabalhos sobre respon-
sabilidade social do profissional, uma apro-
ximação com as políticas públicas, amplian-
do a possibilidade do trabalho do terapeuta
familiar para um aspecto mais social.
Em maio de 2001, a ABRATEF, junta-
mente com a Associação Catarinense de Te-
rapia Familiar – ACATEF, criada em 12 de
dezembro de 1998, promoveram, em
Florianópolis, SC, o IV Encontro de For-
madores. Nesse Encontro, o tema conti-
nuou sendo a preocupação em relação à
teoria e ao currículo do curso de forma-
ção, objetivando discutir a pertinência da
definição de um currículo mínimo igual
para todas as formações em detrimento da
teoria básica de formação acadêmica de
cada indivíduo. Outro foco de interesse de
discussão foi a formação e a prática dos
formadores e supervisores e o trabalho de
self dos alunos.
Em 2001, de 14 a 17 de novembro,
Porto Alegre, RS, tornou-se o centro inter-
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100 | Luiz Carlos Osorio, Maria Elizabeth Pascual do Valle & cols.
nacional da terapia familiar. A AGATEF,
juntamente com a International Family
Therapy Association – IFTA, foi sede do XIII
Congresso Internacional de Terapia Fami-
liar. O tema central foi “Desafios à família
no século XXI: teoria, prevenção e terapia”.
Integrou profissionais de vários países, com
experiências diversas e ricas, abrindo a pos-
sibilidade de se conhecer diferentes formas
de lidar com as famílias, tornando eviden-
te também a criatividade, a maturidade e
o conhecimento que o profissional brasi-
leiro já adquiriu no transcorrer dos anos.
Em abril de 2002, em Angra dos Reis,
RJ, transcorreu o V Encontro de Formado-
res, com a proposta de “Vale a pena ver de
novo”. O objetivo foi “o que” de nossa ex-
periência passada poderíamos trazer para
discutir no Encontro. O foco principal fi-
cou sobre “Supervisão e a coerência de cri-
térios”.
Em agosto de 2002, Salvador, BA, foi
a sede do V Congresso Brasileiro de Tera-
pia Familiar e III Encontro Latino-Ameri-
cano de Terapia Familiar, promovidos pela
ABRATEF e ARTEF-BA. O tema foi “Famí-
lia com afeto”. As apresentações e a orga-
nização do Congresso voltaram-se para a
família que busca atendimento, perceben-
do o terapeuta como possuidor de um pa-
pel na evolução da terapia, necessitando
ser valorizado por isso (Prati et al., subm.)
O VI Encontro de Formadores acon-
teceu em maio de 2003, em Alpha-Ville,
Nova Lima, MG. Foi promovido pela
ABRATEF e pela Associação Mineira de
Terapia Familiar – AMITEF, associação re-
gional fundada em 19 de setembro de
1994. Nesse Encontro, todo o foco do tra-
balho foi “Cuidando do cuidador”, ou seja,
o terapeuta de família deixando-se cuidar.
Em julho de 2004, realizou-se em
Florianópolis, SC, o VI Congresso Brasilei-
ro de Terapia Familiar, promovido pela
ABRATEF e pela ACATEF. O tema escolhi-
do foi “O que tu fazes por aí? Diversidades
e abordagens da família brasileira”. Perce-
beu-se um movimento de integração dos
profissionais e apresentações de trabalhos
junto à população menos favorecida so-
cialmente. Observa-se cada vez mais o te-
rapeuta de família direcionando-se para
um trabalho de âmbito social, não se res-
tringindo apenas em atender a família em
seu núcleo mais restrito. Junto a esse even-
to, realizou-se o I Encontro de Pesquisado-
res, com a finalidade de ser criado um es-
paço para que os profissionais pudessem
conversar sobre pesquisa fora do âmbito
acadêmico e apresentar pesquisas realiza-
das em instituições privadas.
Em abril de 2005, realizou-se o VII
Encontro de Formadores promovido pela
ABRATEF e pela AGATEF, em Gramado, RS.
O tema escolhido foi “Desafios atuais na
formação e prática do terapeuta familiar”.
Foram discutidas as intervenções clínicas
nos diversos contextos terapêuticos, o
terapeuta de família em sua formação teó-
rica e a supervisão na terapia de família.
Em julho de 2006, ocorreu o VII Con-
gresso Brasileiro de Terapia Familiar, em
São Paulo, promovido pela ABRATEF e pela
APTF. O tema central foi “Tecendo redes e
construindo pontes entre teorias, práticas
e contextos”. A escolha do tema aponta
para a busca dos fundamentos teóricos que
estão sendo utilizados atualmente na tera-
pia familiar. Traz a ideia de amplitude de
conhecimentos, mas todos estando interli-
gados, funcionando como uma rede, flexí-
vel, mas que não deixa se perder, pois ser-
ve como apoio norteando o caminho a ser
trilhado. Devido ao interesse demonstra-
do, deu-se continuidade à realização dos
Encontros de Pesquisadores e nessa oca-
sião, junto ao VII Congresso, ocorreu o II
Encontro de Pesquisadores.
Em agosto de 2007, aconteceu o VIII
Encontro de Formadores, em Itaipava, RJ,
sendo promovido pela ABRATEF e pela
ATF-RIO. O tema centralizou-se em “Os
impasses dos formadores em ação – ques-
tões éticas e difíceis no contexto da forma-
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Manual de terapia familiar | 101
ção em terapia de família”. Nesse Encon-
tro, foram discutidos os preconceitos dos
terapeutas de família e as questões éticas e
difíceis que o terapeuta pode encontrar no
seu dia a dia de trabalho.
Em agosto de 2008, o VIII Congresso
Brasileiro de Terapia de Família, em Gra-
mado, RS, promovido pela ABRATEF e pela
AGATEF, dá continuidade ao que vem se
realizando, Encontro de Formadores bia-
nuais e Congressos Brasileiros também
bianuais. Neste Congresso o tema propos-
to é “Diferentes famílias, contextos diver-
sos, múltiplos olhares”, buscando-se as vá-
rias formas de olhar as diversidades das
pessoas e grupos inseridos em ambientes
diferentes, proporcionando uma riqueza de
sentimentos e possibilidades.
Esses Congressos e Encontros têm a
finalidade de proporcionar aos profissio-
nais um espaço de troca de experiências
onde cada um possa se enriquecer e con-
tribuir para o enriquecimento o outro.
Entre Congressos e Encontros de For-
madores, outras associações regionais fo-
ram sendo criadas. São elas: Associação
Pernambucana de Terapia Familiar – APETEF,
Associação Paraense de Terapia Familiar –
APATEF e Associação de Terapia Familiar
do Espírito Santo – ATEFES, fundada em
29 de novembro de 2002.
Em uma pesquisa realizada, Ponciano
e Féres-Carneiro (2005) apresentam o le-
vantamento sobre as teorias que os parti-
cipantes dos Congressos Brasileiros de Te-
rapia Familiar referem em seus resumos.
Os Congressos relatados foram o I; II; III e
V, (o IV não foi levantado), todos organi-
zados pela Associação Brasileira de Tera-
pia Familiar. No I Congresso há um predo-
mínio da teoria sistêmica (33,23%). Apre-
sentam-se várias combinações da teoria
sistêmica com outras teorias, como constru-
tivismo, psicanálise, psicodrama, junguia-
na, construcionismo social. No II Congres-
so, uma significativa parte dos resumos não
descreve as referências teóricas, mas as au-
toras constatam a continuidade da predo-
minância da teoria sistêmica (28,25%) e sua
combinação também com outras teorias.
Aparece o termo “integração”. No III Con-
gresso, a teoria sistêmica predomina
(31,06%). As outras teorias são psicodra-
ma, psicanálise,narrativa, construcionismo
social e as combinações da sistêmica com
construtivismo, psicodrama, psicanálise,
existencialismo, cognitiva, junguiana e
construtivismo e construcionismo social.
Aparece, nessa ocasião, a narrativa e a
cognitiva separada do construcionismo so-
cial e do construtivismo. No V Congresso,
a teoria sistêmica continua predominando
(24,93%), aparecendo a psicanálise, psico-
drama, construcionismo social, junguiana,
bioenergética, e as combinações com a sis-
têmica: construtivismo, psicanálise, psico-
drama, cognitiva e construtivismo e cons-
trucionismo social (p. 258-259).
Observa-se que vários trabalhos de-
vem propor uma forma de entendimento
e/ou atendimento da família em que utili-
zem a integração entre teorias. Por esse
levantamento realizado através dos Con-
gressos até 2005, vemos a diversidade te-
órica existente entre os terapeutas de fa-
mília, levando-nos a crer que a base teóri-
ca em suas formações também foi bastan-
te diversificada.
Muito pensamos e discutimos como
dar continuidade aos dados que gostaría-
mos de ressaltar aqui. Todo movimento
sempre tem um início para depois correr
seguindo seu próprio curso. O seu início
foi proporcionado por várias pessoas que,
unidas ou sozinhas, foram ao encontro de
novos conhecimentos e de formas diferen-
tes de trabalhar e atender às pessoas que
buscavam ajuda para enfrentar seus con-
flitos e suas dificuldades. Muitos foram os
pioneiros distribuídos pelas diferentes ci-
dades de nosso imenso país. Como citar
alguns nomes sem deixar de citar outros,
talvez de igual importância. Tarefa impos-
sível! Entretanto, concluímos que será re-
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102 | Luiz Carlos Osorio, Maria Elizabeth Pascual do Valle & cols.
levante nomearmos alguns profissionais
terapeutas de família que foram para lon-
ge aprender com profissionais mais expe-
rientes ou que de longe convidaram pio-
neiros para aprimorar as sementes da
cientificidade, plantando-as em terra fér-
til. Certamente ficarão lacunas de tempo e
nomes, mas outros virão que, estando mais
distantes desse momento, poderão comple-
tar essa história.
Foi em algumas cidades do Brasil que
a terapia familiar despontou. Iniciando pela
cidade de Rio de Janeiro, destacamos Ale-
xandre Lins Keusen, Berenice Fialho
Moreira, Cynthia Ladvocat, Cynthia Lira,
Gilda Maria D´Orsi Archer, Gladis Brum,
Laurice Levy, Lia Baptista Carvalho, Lia
Ganc, Lúcia Ferrara, M. Cecilia V. D.
Baptista, M. Helena L. Bartholo, Miriam
Felzenszwalb, Miriam Schenker, Moisés
Groisman, Mônica Corrêa Meyer, Naiara G.
Wiethaeuper, Paulo João Raad, Rosana
Rapizo, Tania Luchi, Teresa Cristina C.
Diniz, Therezinha Féres-Carneiro (ATF-RIO).
Em São Paulo, temos como pioneiros
Ada Pellegrini Lemos, Adriana Mattos
Fráguas, Almira Rossetti, Amélia Vascon-
celos, Ana Maria Fonseca Zampiere,
Ceneide Cerveny, Denise Mendes Gomes,
Dílson César Marum Gusmão, Eliete Belfort
Mattos, Fiorangela Desderio, Flávia
Stockler, Gilda Maria Franco Montoro,
Helena Maffei Cruz, Jandira Mansur, Janice
Rechulsky, Lia Lagrota, Lia Raquel Agpel,
Lorival Campos Novo, Marcos Naime Pon-
tes, Maria Amália Vitale, Maria Auxiliadora
Cori, Maria Elizabeth Mathias, Maria Rita
D’Angelo Seixas, Marilene Grandesso, Mô-
nica Galano, Maroli Bonoldi, Mathilde
Neder, Regina França, Rosa Maria Macedo,
Ruy de Mathis, Sandra Fedullo Colombo,
Silvia Farah, Silvia Rechulsky, Tai Castilho.
(Seixas, M. R., com. ps.).
No Paraná, são pioneiros Mariza
Bregola de Carvalho, Rosana Comazzi,
Rosicler Bahr, Silvia Maria Grassano, So-
lange Maria Rosset, Telma Zugman, Tere-
za Christina B. Paulus, Zélia Nascimento
(Rosset, S., 2005, com. ps.).
Em Santa Catarina temos Dalmo
Silveira de Souza, Denise Duque, Francis-
co Baptista Neto, Maria Cristina d’Avila de
Castro, Maria Elizabeth Pascual Valle, Luiz
Carlos Osório (ACATEF).
No Rio Grande do Sul são pioneiros
Alberto Stein, Ana Ibraíma da Cunha, Ana
Néri Nascimento, Cláudia Deitos Giongo,
Helena Centeno Hintz, Janecy Lopes, José
Ovídeo Waldemar, Lea Peres Day, Leila
Suslik, Luiz Carlos Osório, Luiz Carlos Pra-
do, Maria Fátima Galarza Rosa, Maria He-
loisa Fernandes, Maria Inês Santos Rosa,
Maria Theresa Ritter, Marilene Marodin,
Marli Kath Sattler, Marli Olina de Souza,
Nair Terezinha Gonçalves, Nira Lopes
Acquaviva, Olga G. Falceto, Olga Tarta-
kowsky, Rosa Lúcia Severino, Sueli Bruns-
tein, Suely Teitelbaum, Zelda Svirski Wal-
demar (Wagner, A., 1996, com. ps.).
Em Minas Gerais são pioneiros Carlos
Arturo Loza-Molina, Maria Beatriz Couti-
nho Lourenço de Lima, Maria Beatriz Rios
Ricci, Maria José Esteves de Vasconcellos,
Sônia Maria Cerqueira Machado (Ricci, M.
B., 2008, com. ps.).
Na Bahia são pioneiros Ana Maria Cu-
nha, Margarida Maria de Carvalho Rêgo,
Maria Joaquina Moura Pinto, Vânia Cas-
tilho. Depois vieram Ângela Teixeira, Célia
Nunes, Gleine Costa, Elda Elbachar, Gisele
Falcão, Nina Vasconcelos Guimarães, Vera
Minho (Santos, A. N., 2008, com. ps.).
No Ceará encontramos como pionei-
ros Adalberto Barreto, Carlos Arturo Loza-
Molina, Mourão Cavalcante (Barreto, A.,
2008, com. ps.).
Em Pernambuco são pioneiros Cristi-
na Brito Dias e Roberto Faustino de Paula
(Paula, R. F., 2008, com.ps.).
Em Brasília são pioneiros Gláucia
Diniz, Ileno Izídio da Costa, Júlia Bucher,
Marcel Nunes de Carvalho, Maria Apareci-
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Manual de terapia familiar | 103
da Penso, Maria do Socorro Pereira Gonçal-
ves, Maria Inês Padrão Lira, Marília Couri,
Silvia de Oliveira Magalhães, Sueli de Cas-
tro Amorim e Terezinha Lamounier. Após
vieram Joana D’Arc Cardoso dos Santos
e Denise de Mendonça Rodrigues (ACOTEF;
Gonçalves, M. S. P., 2008, com. ps.).
Em Goiás são pioneiros Angela
Baiocchi, Célia Ferreira, Elias Miguel
Thomé, Madalena Pompeu de Pina, Silvana
Silvestre Vianna, Vanuzia Leal Peres e Vera
Lúcia Morselli (Baiocchi, A., 2008, com. ps.).
No Espírito Santo destacam-se Leila
Maria Vello de Magalhães, Marlene Simo-
netti e Roberta Giovannotti (Silva, D. R.,
2008, com. ps.).
Por falar em história, sabemos que ela
não termina, posto que se renova e se mul-
tiplica em outros personagens e em novas
gerações. Atualmente os descendentes da
geração de pioneiros em terapia familiar,
brasileiros ou estrangeiros, oferecem essa
herança para seus múltiplos e diversos her-
deiros. A história prossegue, e não se pode
impedir o crescimento de qualquer fenô-
meno da natureza após seu nascimento.
REFERÊNCIAS
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Disponível em: <http://www.acatef.com.br>.
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www.atfrj.org.br>. Acesso em: 8 mar. 2008.
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