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SANDERS-Oswaldo-Liderança-E (1)

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Tituio do original em inglés
SPIRITUAL LEADERSHIP
Copyright © 1967, 1980 por
The Moody Bible Institute of Chicago
Tradugfi‘o de Oswaldo Ramos
I? edigaTo brasfleira em maio de 1985
2‘? ediga'o brasileira em janeiro 1987 - _,
Impresso pela Imprensa da Fé, Sé'o Paulo, SP‘ 13‘
Publicado no Brasil com a devida autorizagé'o
e com todos os direitos reservados pela 7 ‘ '
ASSOCIACAO RELIGIOSA EDITORA MUNDO CRISTAO
Caixa Postal 21257 04698— Sao Paulo, SP
7
Luzes de Pedro Sobre Lideranga
Rogo, pois, aos presbt'reros que hd em‘re vos, eu, presbli
tero coma eles, e restemunha dos sofiimentos de Gistoxe
ainda co-participanre dagloria que hd de ser revelada: pastoreaz'
o rebanho de Deus que hd entre vos, mz'o por constrangidos,
mas espontaneamenre, coma Deus quer; nem par so‘rdida
gandncz'a, mas (18 bar: vantade; nem coma dominadores dos
que vos foram confiados, antes tornando-vos modelos do
rebanho. Ora, logo que 0 Supremo q‘tor se mmfestar,
recebereis a imafcescfvel coroa da glérz'a. Rbgo igualmente aos
jovens: Sede submissos mas que szfo mais ve/lhos; outrossim, no
trato de um com os outros, cingi-vos rodos de humildade,
parque .Deus resiste aos soberbos, contudo dos humildes
concede a sua grape. ”
1 PEDRO 521-7
Pedro foi o lfder natural e aceito do grupo apostolico. 0s outros
faziam o que Pedro fazia. Aonde Pedro ia, os outros 1am. “Vou pascal”,
disse Pedro. “Iremos contigo”, disseram seus amigos. Seus erros, decor-
rentesA na maior parte de sua incuravel impetuosidade, foram muitos,
contudo, sua influéncia era grande e sua lideranga algo inquestionév'el.
E, pois, um valioso exercfcio ponderar sobre seu conselho, dado a lideres
espirituais nos anos de s’ua maturidade. Escreveu aos guias de uma igreja ‘
perseguida alguns princfpios etemos que se relacionam a todos os tipos-
de lideranga espiritual.
. 0 veterano pastor relembrou aos lideres sua responsabilidade primor—
dial para com o rebanho confiado a seu cuidado: Vejam que “o rebanho
40 7 Lideranpa Espin'mal
que Deus deu a vooés” esteja ah'mentado adequadamente (5:2). N50 63
diffcil detectar algumas nuangas daquela entrevista inesquecivel deste pas-
tor com o Sumo Pastor, apos o tragico fracasso (1050 21:15-17). Na ver-
dade, nesta passagem ele parece estar revivendo asexperiéncias daqueles pri-
meiros dias. Ele sabia bem que aqueles que estavam passando por provas
difl'ceis, come “0 povo de Deus que vive espalhado” (1 :1), aos quais elev
estava escrevendo, precisavam do melhor cuidado pastoral possfvel. Tendo
isto em vista, eIe escreveu aos lfderes.
-
Deve-se observar que Pedro n50 escreveu como chefe dos apostolos,
mas, como urn “presbr‘tero, como eles”, alguém que estava exercendo
responsabilidades semelhantes. Ele lhes falou, 1150 de cima, mas no mesmo
nfvel — exoelente terreno para o exercfcio da lideranea. Ele os tratOu
como se estivessem no mesmo plano de‘ igualdade com ele. Ele escréveu,
também, como testemunha dos sofrimentos de Cristo, o quaI havia sofrido
-muito pelo fracasso de Pedro, que depois foi quebrado e c‘onqui‘stado
pelo amor encontrado no Calvario. 0 trabalho de um pastor nao pode ser
feito eficientemente sem um coragao de pastor.
Em primeiro lugar, Pedro tratou da motivapfi‘a dos h’deres. O h’der
espiritual deve assumir e desempenhar suas obrigagoes sem coereao,
nunca sob compulsao, s sempre “com excelente disposiga‘o e n50
porque vocé acha que o pode livrar-se da coisa”. As condiofies preva-
lecentes nos dias em que Pedro escreveu eram tais que amedrontariam o
coragao majs intimorato contudo ele encorajou os l1’deres a mac desani-‘
mar por causa disso. Nao deveriam, tampouco, servir ao Senhor meramente
,por urn senso de clever, ou pela pressa'o das circumstancias, mas pela suavi—
dade do constrangimento do amor divine.
O ministério pastoral deveria ser exercido “como Deus quer” (5:2),
nao de acordo com as preferéncias e desejos do pastor.
Diz Pedro aos lfderes: “Sejam pastores do rebanho que Deus den 3
vocés . .. coma Deus quer.” Assim como Israel 6 a porefio especial
de Deus, o povo a quern temos de servir na igreja on em qualquer
outro lugar, é nossa porga‘o especial; nossa atitude para com ele deve
ser a atitude de Deus — devemos pastorea-lo como. Deus o faria.
Que visa‘o se nos abre, assim! Que ideal! E que condenagfio! E nossa
tarefa mostrar a paciéncia de Deus, o perda‘o de Deus, o amor de
Deus que vaj buscar o pecador. o servigo ilimjtado de Deus.
A obra para a qual Deus nos chama na'o deve ser recusada por causa
de algum senso de indignidade ou inadequaga'o. Quem seria de fato digno
de tal incumbéncia? Quanto a inadequagao devemos lembrar—nos de que
Moisés, ao pedir isengao :1 Deus, dando Lhe este motivo, ao inve‘s de
agradar a Deus inflamou—Lhe a ira. (Exodo 4:14).
Luzes de Pedro Sabre Lideranga 41
\0 h’der esgirituaLdevemer-.dgsigtergssgdqwere lug-q emjeulli'ilkflgzm
Faga o seu trabalho, n50 visando o que vocé ganhara com ele, “nem por "'3
sordida ganancia”. Pedro na'o havia esquecido o poder corruptor da cobiga
sabre seu colega Judas, e demonstrava o maximo interesse em que seus .
companheiros presbfteros estivessem inteiramente livres da avareza.
O lider n50 deveria deixar-se afetar em seu trabalho, nem em suas decisfies,
por quaisquer consideragoes de lucro financeiro, ou de outta ordem.
Quando as pessoas ’perceberem que ele esta genuinamente desinteressado
em recompensas materiais suas palavms se tomara‘o mais cheias de auto-
ridade. '
0 Dr. Paulo Rees acha que a cobiga pelo dinheiro n50 é o finicci
pensamento contido nas palavras gregas “sérdida cobiga”. Esta ftase pode
ser aplicada apropriadamente a cobiga pela popularidade ou fama, a quad
também é uma tentaga'o insidiosa. 0 prestigio e o poder freqflentemente
sfio majs cobigados do que o dinheiro.
. “Nae" sei gual 'dos dois' ocupa a esfera mais bar'xa, se aquele que
cobiga dinheiro 011 o que cobiga aplauso”, escreveu 0 Dr. J. H. Jowett.
“Um pregador pode reveStir sua mensagem e enfeité-la de modo a atrair
o aplauso do pfiblico: os obreiros de outras esferas podem procurar a
proeminéncia, a imagem impressionante,‘ que representaré gratificante
reconhecimentof Tudo isto, porém, desqualifica—nos para a tarefa. Estas
coisas destroem a percepgfio das necessidades e perigos que cercam o
‘ rebanho.” ‘ ‘
O lideroristé‘o qwggmmmmgggygm como dominadores dos
que vos foram confiados” (5:3a). Um lider ambicioso pode facflmente
degenerar-se, e transformar-se num tiranete‘com mania de mandar nos
outros. “Até mesmo um pouco de autoridade é capaz de transformar um
andar decente numa pavoneag'a'o impertigada e ofensiva”. Nenhuma outta
atitude poderia ser menos adequada para alguém que firofessa servir ao
Filho de Deus'. que humilhowSe a Si mes'mo.
Ele deve‘ser urn gggmpfilgngggwpara“senvrebanhg. “Tornando-vos
modeIo’s‘“d‘0“‘fél§a}iHGI'(S‘f3bT—{ palavras qfie lemfii'ammE—"Eiortagio de Paulo
a Timoteof “Torna-te padra'o dos fiéis, na palavra, no procedirnento, no
amortna fé, na pureza.” (1 Tim. 4:12). Pedro lembra aos presbiteros o
espfrito em que seu ministén'o deveria ser 'exercido —— espirito de pastor.
A palavra “alimentar” indica a tarefa completa do pastor. Antes que
assumissem prerrogativas que na'o fossem legalmente deles, Pedro lhes
lembra que o rebanho é de Deus, na'o deles, e que é a Deus que deverio
prestar contas no fim. file é o Sumo pastor; os presbfteros sa‘o pastores
auxiliares. Se 0 ministério for “como Deus quer” havera de incluir, certa-
mente, a intercessao. 0 piedoso bispo'Azarias, da India, observou, certa
vez, a0 bispo Stephen Neill que ele encontrava tempo, todos os dias, para
orar nominalmente por todas as pessoas que exeroessem lideranga em sua
diocese, N50 é de admirar-se, entfio, que durante seus trinta anos de
42 Lideranga Espifimal
offcio a diocese triplicou em nfirnero de mernbros, e aumentou grande-
mente sua eficiéncia espin‘tual.
0 lfder deg: ‘jl‘revestir13eji derhonfifildagg — “cingi-vos todos de humil-dad?‘fi A palas'raahgir-se'ooorre apenas aqui e refere—se a0 avental
branco usado peloescravo. 0 lfder deve vestir0 avental do escravo. Estaria'Pedro relembrando aquela trégica noite em que ele recusou-se a tomar a
'toalha, cingir-se e lavar os pés de seu Mestre? Ele deve resguardar os
vpresbfteros de tragédia semelhante. 0 orgulho sempre se oculta no calca-
nhar do poder, mas Deus nunca encoraja os orgulhosos, em Seu tribalho.
A0 contrériogoporuse-a a eles, com grandes obstaculos. Contudo, para o
pastor ajudante que ,é humflde e simples dc coragao, EIe multiplicara ‘Sua
graga. No vevrsr'culo 5, ‘Pedro .exorta o h’der a agir humildemente em seu
' relacionamento com os outros. Mas‘ no versr'culo 6 ele nos desafia areagir -humildemente a ‘ discipline. de Deus: “Humflhai-vos, portanto, sob a
poderosa mac de Deus.” O verbo, no original, esta na voz passiva: “Per-miti que sejais humilhados” sen'a uma tradug'a'o correta.
Como prémio a um tipo superior dc Iideranga, Pedro apresenta outroincentive: “Logo que 0 Supreme Pastor se manifestar, recebereis a imar-cescfvel coroa da gloria” (5:4). “Imarcescfvel”, aqui, significa “que n50
murcha”. A cobigada coroa de louros, on salsa, logo fenece e murcha, mas
n50 a gn'nalda de am'aranto,'o prémio do 11'der fiel.
O pastor auxiliar fica confortado, também, com o fato de que ele nae
seré abandonado pelo Supreme Pastor, de modo a suportar sua carga
sozinho. Ele experimentaré uma transferéncia de ansiedade'. “Langando
sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tern cuidado de v6s” (5:7).Pedro se refere a ansiedade inerente a lideranga. Ansiedczde implica em
“distraga’o da mente e do coraea'o em vista de emogfies conflitantes.”
Contudo, o pastor auxiliar n50 precisa temer que a ansiedade derivada do
rebanho de Deus venha a ser demasiado pesada para ele. Mediante um
ato defmido da vontade e da mente, eIe pode transferir o peso esmagador
da carga espirituaI que vem carregando para os bragos poderosos de umDeus que tem cuidado de nos.

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