Buscar

P1 Direito de Empresas IV

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES – CENTRO
DIREITO DE EMPRESAS IV – 1º semestre de 2022
1ª AVALIAÇÃO - Professor Célio Celli
Nome: Brunna Oliveira Sharp
1. Laranja da Terra Comércio de Frutas Ltda. requereu sua recuperação judicial e o
pedido foi distribuído para a 2ª Vara Empresarial. A decisão de deferimento do pedido
de recuperação produziu como efeito (1.5 pt.)
a) a nomeação pelo juiz do administrador judicial dentre os maiores credores da
sociedade em recuperação judicial;
b) a suspensão de todas as ações e execuções em curso, sem exceção;
c) o afastamento imediato dos administradores e sócios controladores da sociedade
até a deliberação dos credores sobre o plano de recuperação;
d) a impossibilidade de desistência da ação, salvo em caso de deliberação dos credores.
Resposta:
Letra D. Fundamentação: Art. 52 §4º O devedor não poderá desistir do pedido de
recuperação judicial após o deferimento de seu processamento, salvo se obtiver
aprovação da desistência na assembléia-geral de credores.
2. Passa Sete Serviços Médicos S/A apresentou aos seus credores, plano de
recuperação extrajudicial, que obteve a aprovação de mais da metade dos créditos de
cada espécie de classes por ele abrangidas. A companhia consultou o jurídico, que se
pronunciou corretamente sobre o caso, da seguinte forma: (1.5 pt.)
a) o plano não pode estabelecer a produção de efeitos anteriores à homologação,
devendo o juiz indeferir sua homologação, permitindo, contudo, novo pedido, desde
que sanada a irregularidade
b) o plano não pode estabelecer a produção de efeitos anteriores à homologação,
devendo o juiz negar liminarmente sua homologação e decretar a falência
c) é lícito que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à homologação,
desde que exclusivamente em relação à modificação do valor ou da forma de
pagamento dos credores signatários.
d) é lícito que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à homologação,
desde que exclusivamente em relação à supressão da garantia ou sua substituição de
bem objeto de garantia real
Resposta:
Letra C. Fundamentação: Art. 165 §1º É lícito, contudo, que o plano estabeleça a
produção de efeitos anteriores à homologação, desde que exclusivamente em relação à
modificação do valor ou da forma de pagamento dos credores signatários.
3. Considerando a doutrina do Direito Empresarial e da Lei 11.101/2005, como
membro do Ministério Público opine no processo sobre a possibilidade de deferimento
do pedido de recuperação judicial, impetrado por uma associação de ensino sem fins
lucrativos que na prática exerce atividade empresária e que se encontra em grave crise
econômico-financeira. (2,0 pts.)
Resposta:
Sobre a possibilidade de deferimento do pedido de recuperação judicial em
relação a associações de ensino sem fins lucrativos que na prática exercem atividades
empresárias, o disposto no Art. 966 aparenta emaranhar os conceitos econômico e
jurídico, pois o elemento organizativo está no centro da noção de empresa. Dessa
forma, embora haja importantes vozes em contrário, segundo alguns doutrinadores,
seria possível fazer uma leitura ampliativa do artigo 1º da Lei de Recuperação de
Empresas, para estender a aplicação do referido diploma legal para cooperativas e
associações com fins econômicos, que exerçam atividades de produção ou circulação
de bens ou serviços, com notória geração de riquezas.
Isso se justificaria com base numa interpretação sistêmica da Lei de
Recuperação de Empresas, uma vez que seu Art. 47 estabelece os objetivos e princípios
norteadores da recuperação judicial: "viabilizar a superação da situação de crise
econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora,
do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a
preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica".
Note-se que o Art. 47 fala em "fonte produtora" e "empresa" (atividade), não fala em
"sociedade empresária".
Vale lembrar que a empresa cumpre sua função social ao realizar o seu objeto,
quando atende aos interesses difusos e coletivos de todos que são diretamente, ou
indiretamente, afetados por sua atividade, incluindo-se, portanto, fatores como a
criação de empregos, pagamento de tributos, geração de riqueza, contribuição para o
desenvolvimento econômico, adoção de práticas sustentáveis e respeito aos direitos
dos consumidores. Por tal razão, ao se falar em função social da empresa no Art. 47 da
Lei de Recuperação de Empresas, estamos, em verdade, referindo-nos à atividade em
si, exercida através dos bens de produção da empresa, do que propriamente da
entidade jurídica que a reveste ou mesmo da pessoa do empresário.
4. Sociedade empresária teve sua recuperação judicial concedida em 10.11.2020 em
decisão que homologou o plano de recuperação judicial aprovado em assembleia de
credores. O plano previa basicamente: (a) repactuação dos créditos quirografários, com
um deságio de 40% (quarenta por cento) sobre o valor principal; (b) remissão dos juros
e multas; e (c) pagamento em 240 (duzentas e quarenta) parcelas mensais, iguais e
sucessivas, vencendo a primeira delas 30 (trinta) dias após a concessão da recuperação
judicial. Em 15.05.2021, sob a alegação de que tinha cumprido regularmente as
obrigações decorrentes do plano de recuperação judicial vencidas até então, a
devedora requereu ao Juízo da Recuperação que profira sentença de encerramento da
recuperação judicial. A respeito do processo de recuperação judicial, indaga-se: (2,5
pts.)
a) Considerando-se as datas da concessão da recuperação e a do pedido de
encerramento, pode o Juízo proferir sentença de encerramento?
Resposta:
Não, em razão da necessidade de cumprimento de todas as obrigações previstas no
plano que vencerem em até dois anos após a concessão da recuperação, com
fundamento no Art. 61 ou 63, da Lei n. 11.101/2005. O juiz somente poderá decretar o
encerramento da recuperação judicial por sentença após o cumprimento de todas as
obrigações previstas no plano que se vencerem até dois anos depois da concessão da
recuperação (Art. 61, caput, c/c Art. 63, da Lei n. 11.101/2005). No caso em tela, como
o plano prevê o pagamento de obrigações em 240 parcelas, mensais e sucessivas, após
a concessão da recuperação e que, ao tempo do pedido de encerramento da
recuperação, passaram-se apenas seis meses da data de concessão, embora o devedor
tenha cumprido todas as suas obrigações até a data do pedido. Contudo, restam ainda
obrigações pendentes a vencer no interregno de dois anos entre a concessão e o
encerramento legal.
b) Caso a devedora venha, no mês seguinte, a descumprir alguma obrigação prevista
no plano, qual o efeito do inadimplemento em relação à recuperação judicial e aos
créditos incluídos no plano?
Resposta:
Podemos determinar que os efeitos do inadimplemento são a convolação da
recuperação em falência, com base no art. 61, § 1º ou art. 73, IV, da Lei n.
11.101/2005; e a reconstituição dos direitos e garantias nas condições originalmente
contratadas, com base no art. 61, § 2º da Lei n. 11.101/2005.
Tendo em vista que não houve o decurso de dois anos da concessão da recuperação
judicial, a recuperação judicial será modificado em falência (art. 61, § 1º c/c art. 73, IV,
da Lei n. 11.101/2005). Com a decretação da falência, os credores terão reconstituídos
seus direitos e garantias, nas condições originalmente contratadas, deduzidos os
valores eventualmente pagos durante a recuperação judicial (art. 61, § 2º da Lei n.
11.101/2005).
5. Usina de Asfalto Graccho Ltda. EPP, requereu sua recuperação judicial e indicou, na
petição inicial, que se utilizará do plano especial de recuperação judicial para
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. No prazo legal, foi apresentado o
referido plano, que previu, além do parcelamento dos débitos em 30 (trinta) meses,
com parcelas iguais e sucessivas, o abatimento de 15% (quinze por cento) no valor das
dívidas. Aberto prazo para objeções, um credor quirografário, titular de 23% (vinte e
três por cento) dos créditosdessa classe, manifestou-se contra a aprovação do plano
por discordar do abatimento proposto. Com base na hipótese apresentada, responda
aos itens a seguir. (2,5 pts.)
a) Diante da objeção do credor quirografário, a proposta de abatimento apresentada
pela sociedade deverá ser apreciada pela assembleia geral de credores?
Resposta:
Não, porque o plano especial de recuperação judicial para Microempresas e Empresas
de Pequeno Porte não se submete à assembleia de credores, com base no Art. 72 ,
caput , da Lei nº 11.101/2005.
b) Procede a objeção de abatimento do valor?
Resposta:
A objeção não procede, porque o plano especial de recuperação pode conter proposta
de abatimento do valor das dívidas, nos termos do Art. 71, II, da Lei nº 11.101/2005.

Continue navegando