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TEORIA GERAL DOS 
CONTRATOS
DISCIPLINA: TEORIA GERAL DOS CONTRATOS/ 4º PERÍODO
DOCENTE: VANESSA SOARES
NECESSIDADES INTERESSES 
(SATISFAÇÃO)
MEIOS OBRIGAÇÃO
LEI
FAMÍLIA
CONTRATO
NEGÓCIO
RECEPTÍCIO: 
QUANDO O NEGÓCIO 
PARA GERAR EFEITO 
DEPENDE DA VONTADE DE 
TODOS OS ENVOLVIDOS.
NÃO RECEPTÍCIO: 
INDEPENDE DA VONTADE 
DE AMBAS AS PARTES, 
BASTA A VONTADE 
UNILATERAL.
EX.: TESTAMENTO.
TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
ØA teoria geral dos contratos é um ramo do Direito 
Civil que estuda os princípios e fundamentos comuns a 
todos os contratos. Ela abrange os elementos essenciais 
dos contratos, sua formação, interpretação, eficácia, 
extinção e os direitos e obrigações das partes envolvidas.
ØSedimentada na lei para estabelecer parâmetros 
gerais e aplicáveis aos contratos como um todo. 
Serve como forma de condensar, tecnicamente, 
os elementos básicos e os princípios atinentes aos 
contratos.
O QUE É CONTRATO? 
CONCEITOS
Ø O contrato é um ato jurídico bilateral, dependente de pelo menos
duas declarações de vontade, cujo objetivo é a criação, a alteração 
ou até mesmo a extinção de direitos e deveres de conteúdo
patrimonial (TARTUCE, 2023). 
Ø Contrato é o acordo de vontades que tem por fim criar, modificar ou 
extinguir direitos (GONÇALVES, 2020).
Ø Contrato é um negócio jurídico por meio do qual as partes 
declarantes, limitadas pelos princípios da função social e da boa-fé 
objetiva, autodisciplinam os efeitos patrimoniais que pretendem 
atingir, segundo a autonomia das suas próprias vontades (GAGLIANO; 
PAMPLONA FILHO, 2022).
Ø O contrato é um acordo de vontades, na conformidade da lei, e com a 
finalidade de adquirir, resguardar, transferir, conservar, modificar ou 
extinguir direitos (PEREIRA, 2022).
O QUE É CONTRATO? 
CONCEITOS
Ø O que difere o contrato de outros tipos de troca de promessas é 
que ele tem o que chamamos de EFEITO JURÍDICO, pois em um 
contrato descumprido tem a figura do ESTADO/JUDICIÁRIO, assim 
será possível fazer cumprimento forçado e aplicar punição pelo não 
cumprimento.
Ø O contrato é uma FONTE DE OBRIGAÇÃO, que nasce das partes 
e o efeito dessa vontade é balizado pelo desejo das partes.
NATUREZA JURÍDICA
ØEntende-se que a natureza jurídica dos 
contratos é uma espécie de negócio jurídico, 
uma vez que quando não há negócio, não há 
contrato.
ELEMENTOS DOS CONTRATOS
u O QUE É ELEMENTO?
É UMA PEÇA ESSENCIAL, AQUILO QUE INTEGRA A 
CONSTITUIÇÃO DO TODO.
ü NO CONTRATO, EXISTE A PARTE QUE É INERENTE AO 
PRÓPRIO CONTRATO E QUANDO RETIRADO DESQUALIFICA A 
NATUREZA DO NEGÓCIO.
ü OS ELEMENTOS DOS CONTRATOS SÃO DIVIDIDOS EM:
1. ELEMENTOS SUBJETIVOS;
2. ELEMENTOS OBJETIVOS;
3. ELEMENTOS FORMAIS.
ELEMENTOS SUBJETIVOS
u Os requisitos subjetivos de um contrato dizem respeito às partes e 
sua manifestação de vontade.
u Basicamente, são 4 características que você deve analisar no aspecto 
subjetivo:
• Pluralidade das partes: Os contratos devem envolver duas ou mais 
pessoas;
• Capacidade das partes: As partes devem possuir capacidade para 
praticar os atos civis; (ART.3º ao 5º, CC)
• Aptidão das partes: As partes devem possuir aptidão e autonomia 
para decidir;
• Consenso: As partes devem agir em consenso, de forma livre e 
espontânea.
ELEMENTOS OBJETIVOS
u Enquanto os elementos subjetivos estão associados às partes de um 
contrato, os elementos objetivos estão ligados ao seu objeto.
u Portanto, são 4 os requisitos que compõem o aspecto objetivo dos 
contratos:
• Licitude: O objeto deve ser lícito;
• Possibilidade: o objeto do contrato deve ser possível física ou 
juridicamente.
• Determinação: O objeto deve ser determinado ou passível de 
determinação em quantidade e gênero;
• Patrimonialidade: o objeto deve envolver o patrimônio das partes, 
seja em forma de bens ou dinheiro.
ELEMENTOS FORMAIS
u Os elementos formais de um contrato se referem à forma do
instrumento.
u Neste caso, o Código Civil em seu artigo 104, inciso III, prevê que o 
negócio jurídico deve ter uma forma prescrita em lei, ou não proibida 
por ela.
u Se a lei não exigir a observação de nenhuma formalidade
específica, a declaração de vontade das partes poderá ser livre.
u A regra da legislação civil é, portanto, a liberalidade da forma dos 
contratos.
u Ex.: escritura pública na compra e venda imóvel obrigatória para 
imóveis com valor superior a 30 vezes o salário mínimo vigente no 
país. (ART. 108, CC)
PRINCÍPIOS NORTEADORES DOS CONTRATOS
u Os princípios são espécies de normas cujo objetivo é o de direcionar o trabalho 
dos juristas na interpretação e validação das regras. Tais princípios possuem 
conteúdos subjetivos, diferentes das regras que expressam comandos ou 
abstenções.
u O direito contratual é regido por inúmeros princípios, sejam tradicionais, sejam 
modernos. Aqueles que têm mais relevância para o tema são:
• AUTONOMIA DA VONTADE;
• FORÇA OBRIGATÓRIA;
• RELATIVIDADE;
• FUNÇÃO SOCIAL;
• BOA-FÉ OBJETIVA;
• PARIDADE;
• SIMETRIA;
• INTERVENÇÃO MÍNIMA.
AFoRFuBPSI
AUTONOMIA DA VONTADE (ART.421,CC)
u Também conhecido como princípio da liberdade das partes/liberdade de contratar, a 
autonomia da vontade está ligada à ampla liberdade e poder dos contratantes de 
disciplinar e regular seus interesses, conforme vontade e consenso de ambos.
u Desta forma, a lei dá às partes a possibilidade de dispor, entre si, sem intervenção do 
Estado, sobre as obrigações, interesses e contratações que bem entenderem.
u Entretanto, destacamos que a autonomia das partes não é ilimitada, pois possui 
limitações legais. 
§ LIMITAÇÃO GERAL: ART. 5º, II, CRFB/88;
§ LIMITAÇÃO DO OBJETO: ART. 104, II, CC;
§ LIMITAÇÃO ESPECIAL(CONTRATO TÍPICO): EX.: ART. 426, CC.
u Isso quer dizer que os elementos essenciais de um contrato devem ser atendidos para 
que o instrumento seja considerado válido.
u Respeitados tais elementos, as partes podem prosseguir com autonomia e liberdade 
nas disposições contratuais.
FORÇA OBRIGATÓRIA
u Um dos princípios regentes do direito contratual é da força obrigatória OU 
obrigatoriedade, segundo o qual, uma vez celebrado, o contrato deve ser cumprido 
nos exatos termos definidos pelo exercício da vontade livre dos contratantes.
u Em caso de descumprimento o Estado pode obrigar o cumprimento do contrato. (art. 
5º, XXXV, CRFB/88)
u Existem diversos meios que possibilitam o cumprimento de uma obrigação pactuada, 
a responsabilidade para cumprimento via de regra é patrimonial, conforme 
inteligência do art.391, CC, sendo possível utilizar todos os mecanismos prescritos em 
lei, como por exemplo, aplicação de multa diária, multa única, juros, atualização 
monetária, perdas e danos, indenização, busca e apreensão, etc..
u Tal princípio é cristalizado no brocardo pacta sunt servanda, cunhado no liberalismo 
do século XIX, que em tradução literal significa dizer que “o pactuado é para ser 
cumprido”.
u Exceção à regra de cumprimento obrigatório: EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO 
CUMPRIDO e TEORIA DA IMPREVISÃO.
FORÇA OBRIGATÓRIA – EXCEÇÃO DO CONTRATO 
NÃO CUMPRIDO (ARTS.476 E 477, CC)
u É UMA DAS SITUAÇÕES ONDE HÁ PERMISSÃO LEGAL PARA NÃO 
CUMPRIR O CONTRATO OU CUMPRI-LO SOMENTE DE FORMA 
PARCIAL. 
u É O PODER QUE UMA PARTE TEM DE DESCUMPRIR O CONTRATO 
SE O OUTRO CONTRATANTE DEIXOU DE CUMPRIR O QUE LHE 
CABE.
u SÓ É VÁLIDO ALEGAR ESSA MODALIDADE DE EXCEÇÃO EM 
CONTRATOS BILATERAIS. 
u É PERMITIDO EXIGIR GARANTIAS. (ART.477,CC)
FORÇA OBRIGATÓRIA – TEORIA DA IMPREVISÃO (rebus 
sic stantibus)
u A teoria da imprevisão mitiga o princípio da obrigatoriedade dos 
contratos, pois trata da possibilidade de alterar o que foi pactuado entre 
as partes, quando verificada uma circunstância imprevisível ou 
extraordinária que não existia no momento da celebração contratual. 
u Há o reconhecimento de que determinados eventos supervenientes,
imprevisíveis e extraordinários podem representar alteração na vontade 
daquilo que foi pactuado contratualmente e, eventualmente, pode 
ocasionar onerosidade excessiva a uma das partes contratantes, deste 
modorefletindo sobre as mudanças sociais, econômicas e tecnológicas, 
se autoriza a mitigação da obrigatoriedade do contrato possibilitando a 
revisão contratual, com o objetivo de restabelecer o equilíbrio das 
obrigações contratadas inicialmente.
FORÇA OBRIGATÓRIA – TEORIA DA IMPREVISÃO
u SE TIVER UMA CAUSA EXTERNA E SUPERVENIENTE, SURGEM 3 DIREITOS 
PARA AQUELE QUE TEVE MUDANÇA NA REALIDADE ECONÔMICA OU SOCIAL:
*317, 478 E 479, CC.
ü RESOLUÇÃO DO CONTRATO: DESCUMPRIR SEM CULPA, SEM PAGAR PERDAS 
E DANOS, ENCERRA O CONTRATO.
ü DIMINUIÇÃO DO OBJETO: CUMPRIR A MENOR/PAGAR UM VALOR 
MENOR/ENTREGAR MENOS BEM OU SERVIÇO.
ü MODIFICAÇÃO: ALTERAR PRAZO/DIMINUIR JUROS/DIMINUIR 
ENCARGO/FACILITAR A FORMA DE CUMPRIMENTO.
EX.: ENCHENTES NO RIO GRANDE DO SUL/PLANTAÇÕES DE SOJA.
Ø SE A PARTE CONTRÁRIA NÃO ACEITAR DE LIVRE ACORDO, A DEMNADA SERÁ 
SOLUCIONADA NA VIA JUDICIAL.
RELATIVIDADE/RELATIVIDADE CONTRATUAL
u Como visto até então, o contrato é um acordo de vontades estipulado de forma 
consensual entre os envolvidos. Desta forma, as obrigações constantes no 
instrumento contratual devem ser cumpridas pela parte que lhes couber.
u A relatividade dos efeitos do contrato, por sua vez, diz respeito ao 
cumprimento exclusivo de tais obrigações somente por aqueles que fazem 
parte do acordo, não envolvendo terceiros, nem seu patrimônio. Qualquer 
pessoa que não tenha participado e manifestado sua vontade para integrar o 
contrato, não será atingida pelos efeitos do mesmo.
u Essa relatividade não se aplica aos sucessores das partes, os quais, embora não 
tenham participado do contrato, deverão assumi-lo e dar continuidade ao seu 
cumprimento, exceto se for uma obrigação personalíssima.
u Além disso, existe uma exceção para esse princípio. Quando existe um terceiro 
beneficiário do pacto, não sendo a figura do contratante, mas está ligado 
diretamente com o contrato, nessa hipótese, os efeitos desses contratos podem 
recair sobre o interessado. (ART. 436, §único)
RELATIVIDADE/RELATIVIDADE CONTRATUAL
Exceções
u ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO. EX.: CONTRATO DE SEGURO DE VIDA
O conceito de terceiros possui diversas interpretações. A mais relevante para o caso são as pessoas que não 
estão envolvidas na relação contratual. Nesse sentido, é possível que haja um contrato que objetive 
favorecer terceira pessoa, não envolvida diretamente na relação. Está previsto nos arts. 436 a 438 do 
Código Civil. Aquele que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação, pois o 
beneficiário torna-se credor do promitente.
u PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO. EX. PROMESSA DE ATRAÇÃO MUSICAL SEM 
CONHECIMENTO DO ARTISTA
Também é possível que se celebre um contrato no qual uma das partes assuma a obrigação de que uma terceira 
pessoa cumpra determinada ação. Está previsto nos arts. 439 e 440 do Código Civil.
u CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR. EX. PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE BEM 
IMÓVEL (ARTISTA FAMOSO)
É um contrato nos qual uma das partes se compromete, em prazo determinado, a indicar um terceiro para 
cumprir determinada obrigação. O contrato é eficaz desde o início, com responsabilização caso não haja 
indicação da pessoa. Ele está previsto nos arts. 467 a 471 do Código Civil.
Importante Frisar que os efeitos recaem sobre as partes contratantes, independente da condição jurídica do 
terceiro. A aceitação do terceiro deve seguir a mesma forma que as partes utilizaram no contrato.
FUNÇÃO SOCIAL (ART.421,CC)
uA função social do contrato refere-se à uma limitação na 
liberdade contratual. Todos os contratos devem ser realizados 
dentro dos limites da função social. Isso quer dizer que, se a 
autonomia da vontade estiver em conflito com o interesse 
social, ela não deverá predominar e o contrato não deverá ser 
formalizado.
uO princípio da função social do contrato, portanto, orienta que 
os contratos devem buscar diminuir as desigualdades 
substanciais entre as partes, almejando-se uma justiça 
comutativa.
BOA-FÉ OBJETIVA (ART. 422,CC)
u Este princípio trata da lealdade e da cooperação entre as partes envolvidas 
na celebração de um contrato, sendo assim, esse é regido por 
comportamentos e atitudes valorizados de acordo com a lealdade, a 
probidade e a honestidade, as quais estipulam parâmetros mínimos de 
ética.
u Esse princípio também é definido no Artigo 422 do Código Civil, em que 
“Os contratantes são obrigados a guardar assim na conclusão do contrato, 
como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé”.
u O princípio da boa-fé pode ser dividido em duas espécies: a boa-fé objetiva e 
a subjetiva. A objetiva estipula uma norma de conduta dirigida a todos por 
uma determinação legal, sendo este positivado, ou seja, permite que o 
magistrado decida da maneira como entender.
u Já a boa-fé subjetiva é a intenção do agente ao assumir e assinar um 
contrato. Alguns juristas entendem esse princípio como aquele que está na
consciência do agente.
PARIDADE/SIMETRIA E INTERVENÇÃO MÍNIMA
uSIMETRIA: com base nesse princípio presume-se que os 
contratantes estão em igualdade de poder de negociação, estão 
no mesmo nível técnico, jurídico e econômico. Guarda relação 
com pessoas.
uPARIDADE: presume-se que o conteúdo do contrato foi 
determinado por todos os contratantes, todos tiveram acesso ao 
inteiro teor e construção do contrato. Guarda relação com o 
conteúdo do contrato.
u INTERVENÇÃO MÍNIMA: o diligismo contratual do Estado será 
mínimo, os particulares terão suas vontades privadas respeitadas sem a 
intervenção estatal, suas vontades estarão acima de quase tudo, porém, 
quando algum direito for violado, caberá atuação do Estado.
REFERÊNCIAS 
GAGLIANO, Pablo S.; FILHO, Rodolfo P. Manual de direito civil: 
volume único. São Paulo: Editora Saraiva, 2022. 
GONÇALVES, Carlos R. Direito civil brasileiro - volume 3. São 
Paulo: Editora Saraiva, 2022. 
GONÇALVES, Carlos R.; LENZA, Pedro. Direito civil: parte geral, 
obrigações, contratos (Parte Geral). Saraiva: Editora Saraiva, 
2023. 
VALENTE, Rubem. Direito civil facilitado. Rio de Janeiro: Método, 
2022. 
VENOSA, Sílvio de S. Direito civil: contratos. v.3. Barueri: Atlas, 
2022.

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