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Israel e Palestina: o surgimento do conflito Giovanna Larissa B. e Silva Resumo Neste artigo propomos apresentar como foi desenvolvida a guerra, que permanece até hoje, entre Israel e Palestina. Para isto, foi feita uma análise bibliográfica da história das religiões e como esta história originou os conflitos entre as nações. Entretanto, percebe-se que por serem povos inimigos desde muito tempo, não foi possível, até o momento, obter paz nesta região. Introdução O presente trabalho tem o objetivo de apresentar informações acerca da origem dos conflitos que vem ocorrendo desde muitos anos entre Israel e a Palestina, mais concretamente abordaremos acerca da origem das religiões que geraram conflitos e geraram também a origem do povo judeu e a do povo muçulmano. A partir de dados históricos, faz-se a apresentação do trabalho, com a intenção de explicar o processo histórico que deu origem a uns dos muitos conflitos existentes no oriente médio, de forma que questões como religião, cultura, história dos povos serão expostas e analisadas para o desenvolvimento do trabalho. Quando houve a diáspora, o povo de Israel perdeu a sua nação, a partir disto, vários povos tiveram posse e lutaram para permanecer no território, até então, israelense, sendo assim, houve hostilidades entre os povos do Oriente Médio, pois tanto os árabes quanto os judeus acreditam que a Terra Santa pertence a eles, desta forma há uma disputa entre os países. Com isto, tem-se a finalidade de analisar como ocorre a luta entre Israel e Palestina, não só mostrando os lados destes países, mas também expondo a posição de determinados países em relação à este confronto. A questão da Palestina no atual panorama será abordada e examinada para obter melhor entendimento das razões pela qual esta pátria não é considerada um Estado oficial por diversos países, de forma que não recebe apoio e não possui uma real aliança com alguma potência, sendo assim, até hoje não foi possível para os países Israel e Palestina encontrarem uma forma de manter a paz a partir de um acordo, visto que Israel possui apoio de diversas nações e se tornou um Estado oficial da ONU, enquanto a Palestina é apenas um Estado observador não-membro. 1 Além disso, vemos que os Estados Unidos possuem grande influência no panorama mundial, como a grande potência, e esta influência dificulta a conquista da liberdade para os palestinos. 1. Origem das religiões O Oriente Médio é uma região que possui diversas nações que vivem como inimigas, por conta de desacordos em relação à religião, orientações políticas, culturas e sua posição geográfica. Desde muitos anos há conflitos entre israelenses e palestinos, há disputas pelos territórios, pois ambos os povos acreditam que Jerusalém é um lugar sagrado e sendo assim, ambos possuem o direito de posse do território. Existem três religiões que consideram e disputam o lugares sagrado: islamismo, cristianismo e judaísmo, Os judeus são os descendentes dos antigos povos hebreus (Angela Omati Aguiar Vaz, 2016, p. 3): Tudo começou com Abraão que deveria conduzir os hebreus de Ur para a terra prometida chamada de Canaã, atual Palestina. Segundo a tradição religiosa, Abraão era esposo de Sara, que era estéril e por isso ofereceu sua escrava egípcia chamada Agar e com ela, Abraão teria tido um filho chamado de Ismael, que deu origem aos povos árabes. Após alguns anos Sara teve Isaac cuja descendência seria o povo judeu/hebreu. Durante o domínio romano, os judeus organizaram diversas rebeliões, que foram duramente reprimidas. Em 70 d.C., após mais revoltas, os romanos expulsaram os judeus da Palestina, dispersando esse povo pelo mundo. Tal acontecimento ficou conhecido como Diáspora. Espalhados pelo mundo, mantiveram-se como nação, mesmo sem território, preservando a cultura, principalmente devido a fé. O cristianismo surgiu a partir do judaísmo. Quando Jesus Cristo nasceu, parte dos hebreus criam que ele era O Salvador enviado por Deus, seu Pai, para morrer pelos pecados da humanidade. Porém outra parte dos hebreus não cria e ainda não creem, eles ainda esperam a volta do Messias. O islamismo surgiu no século 6, na Arábia, fundada por Maomé, que possuía influência cristã (Caleb Mubarak, 2014, p. 8): 2 O ambiente da cidade de Meca era tolerante e seus habitantes tinham suas mentes religiosas bem formadas, mas muito do conhecimento sobre o Judaísmo e o Cristianismo tinham como base fontes talmúdicas e apócrifas. Estudiosos de Missiologia acreditam que a infidelidade cristã e judaica colaborou para dar autoridade às ideias de Mohammed. O dito profeta condenava qualquer tipo de idolatria, reivindicava o monoteísmo como fundamento básico para a nova crença. O interesse dessas duas comunidades estava muito mais no comércio na Meca e na cidade de Medina. Além disso, os cristãos eram acusados por menosprezar o nome e o caráter do único e verdadeiro Deus ao atribuir ao Eterno um filho (Jesus). 2. Os conflitos entre as nações Judeus e muçulmanos vivem em guerra constantemente pois ambos acreditam que possuem o direito à Terra Santa. “De acordo com a Bíblia, a história de Israel começou com migração dos patriarcas hebreus da Mesopotâmia para a sua nova pátria na Palestina” (BRIGHT, 1985, p. 15). Após serem dominados e expulsos de Israel - movimento que ficou conhecido como diáspora -, os judeus se espalharam pelo resto do mundo, até que com o fim da Segunda Guerra Mundial, os mesmos fizeram um movimento de retorno à terra dos seus antepassados (movimento sionista) e criaram o Estado de Israel. “E na realidade, a criação do Estado de Israel não se fez tanto contra os Árabes na Palestina, mas contra um Ocidente que rejeitava os judeus” (Massoulié, 1994, p. 45). Por ser uma região que era habitada por muçulmanos, houve um conflito sobre como seria dividido o território entre judeus sionistas e palestinos, que durante a Primeira Guerra Mundial era de posse do Império Otomano. Após a criação oficial de Israel, este país foi invadido, e então surgiram as tensões entre os povos, tanto os palestinos como os Estados árabes vizinhos recusaram-se a acatar a partilha proposta pela ONU (CHACRA, 2012): Havia então, duas propostas em discussão. O “plano da maioria”, que correspondia ao ponto de vista sionista, propunha a partilha da Palestina em um Estado árabe e outro judeu. O “plano da minoria” encaminhou a criação de um Estado federal com duas unidades políticas, uma árabe e outra judia. Durante essas sessões, convocadas pela Inglaterra, aprovou-se a Resolução n.181[...] segui-se a criação do Estado de Israel [...] O conflito iniciou logo no dia 3 seguinte quando, ao se retirarem os ingleses, tropas dos países árabes vizinhos invadiram a área. Os palestinos são um povo descendente do islamismo - religião que mais cresce no mundo. Em busca de expandir a bandeira do Islã, os árabes invadiram a Palestina, no século VII e a dominaram até meados do século XX. “No século XVI os otomanos turcos originários da Ásia central e convertidos ao islamismo, reunificaram sob sua liderança o mundo muçulmano” (Massoulié, 1994, p. 11). Há conflitos internos entre os próprios muçulmanos, pois existem duas seitas: os xiitas e os sunitas. Os xiitas acreditam que o califado - líder do islamismo - deveria ser um descendente de Maomé, então após a sua morte, quem deveria conduzir o islamismo era Ali, seu primo e genro. Os sunitas creem que o sucessor de Maomé deveria ser eleito pelos próprios muçulmanos, sendo que eles representam cerca de 80% do mundo muçulmano. Quando na Primeira Guerra Mundial a Inglaterra tomou o controle da Palestina e a governou até o ano de 1948, apesar de serem a grande maioria da população, os árabes foram expulsos, então foi criado o Estado de Israel, de forma que isso resultou em uma revolta ( Hortêncio de Aguiar, 2006, p. 233): O estado de tensão, desde a oficialização do Estado de Israel, vinha aumentando muito, traduzido em provocações mútuas entre árabes e judeus. Esse clima de hostilidademútua terminou com a Guerra de 1967 (mais conhecida como Guerra dos Seis Dias), em que Israel, numa ação vertiginosa e de surpresa, conquistou o Sinai, unificou a Grande Jerusalém, tomando a Cidade Velha da Jordânia, e ainda conquistou grande parte das Colinas de Golan, na Síria, por motivo de segurança. Paralelamente, assumiu o controle total da Margem Ocidental (Cisjordânia) e da Faixa de Gaza. 3. Dificuldades de um acordo de paz Após a Guerra de 1967, alguns grupos deram início à movimentos que buscavam tomar de volta o seu país, atacando o povo de Israel. Os governos israelense e palestino já tentaram entrar em acordo que solucionasse o problema de suas 4 nações, porém nada foi realmente eficaz, e, apesar de tentarem solucionar este conflito, os ataques continuam. Uma das dificuldades para se ter paz é a questão de não existir um Estado oficial da Palestina. Apesar de terem parte da terra, a Palestina não é Estado, ainda que muitos países a considerarem um país, porém a onu diz que a Palestina é um Estado observador não-membro, isto significa que apesar de não ser reconhecida como integrante da ONU ela não é simplesmente uma entidade mais, de forma que é o maior avanço de uma possível solução para os conflitos entre judeus e islâmicos (CHACRA, 2012). Parte da luta da Palestina em se tornar um Estado membro ser fracassada é por conta da falta de aliança com grandes potências, como é o caso de Israel que possui um acordo com os Estados Unidos, de forma que recebe ajuda militar, assistencial e econômica. esta aliança dificulta a luta da Palestina pois o Estados Unidos não a considera um Estado, como os Estados Unidos possuem interesse de ter domínio sobre o território do Oriente Médio, com o objetivo de conquistar a sua supremacia como grande potência mundial, o fato do islamismo ser a religião que mais cresce, se torna uma ameaça ao ocidente. se a Palestina conquistar os seus objetivos de ser um Estado, os Estados Unidos perdem a possibilidade de ter a influência sobre o Oriente Médio, e apesar de muitos países apoiarem a criação do Estado da Palestina, esta não possui nenhuma aliança que a ajude nesta luta. Conclusão Este trabalho possibilitou entender qual foi o processo histórico para o início das guerras entre os países Israel e Palestina e como eles estão no cenário atual. Com isso pode-se perceber que apesar de ser um conflito atual, ele possui razões milenares. para se chegar à uma compreensão desta realidade, analisamos as religiões dos povos que habitam na região abordada, o islamismo, o judaísmo e o cristianismo. o cristianismo apresenta a fé daqueles que creem que Jesus veio e morreu para 5 salvar a humanidade, o judaísmo diz que Jesus ainda não veio, mas virá. o islamismo foi fundado por Maomé, que possui influências cristãs e com o objetivo de expandir o islamismo pelo mundo, os muçulmanos invadiram a região da atual Palestina e habitaram ali, até que com o movimento sionista, foram expulsos, e foi oficializado o Estado de Israel. Mesmo com a divisão do território entre estes povos, não houve paz, pois são inimigos e querem o território todo para si, e com a criação do Estado de Israel, os conflitos se intensificaram e tornou-se cada vez mais difícil de obter um acordo de paz, ainda mais com a influência que certos países possuem em relação à Israel. Referências Bibliográficas AGUIAR, Hugo Hortêncio. Estado Palestino: perspectivas. 2006. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/92826/Aguiar%20Hugo.pdf?sequence= 5. CHACRA, Gustavo. Assembleia-Geral da ONU reconhece Palestina como Estado observador. Estadão, Nova York, 29 de nov. de 2012. Disponível em: https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,assembleia-geral-da-onu-reconhece-pale stina-como-estado-observador-imp-,967164 DUPAS, Gilberto; VIGEVANI, Tullo. Israel-Palestina: A construção da paz vista de uma perspectiva global. São Paulo: Editora UNESP, 2002. MASSOULIÉ, François. Os conflitos do Oriente Médio. São Paulo, Editora Ática, 1997. MUBARAK, Caleb. Introdução ao Islamismo. Missões Mundiais, 2014. Disponível em: https://www.missoesmundiais.com.br/attachments/article/15/Introducao-ao-Islamismo.pdf. VAZ, Angela O. M. PROCURANDO ENTENDER O ORIENTE MÉDIO. UNIDON, 2016. Disponível em: http://faculdadedondomenico.edu.br/revista_don/artigos8edicao/10ed8.pdf. 6 https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/92826/Aguiar%20Hugo.pdf?sequence=5 https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/92826/Aguiar%20Hugo.pdf?sequence=5 https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,assembleia-geral-da-onu-reconhece-palestina-como-estado-observador-imp-,967164 https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,assembleia-geral-da-onu-reconhece-palestina-como-estado-observador-imp-,967164 https://www.missoesmundiais.com.br/attachments/article/15/Introducao-ao-Islamismo.pdf http://faculdadedondomenico.edu.br/revista_don/artigos8edicao/10ed8.pdf
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