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Necessidades Digestivas Profa. Dra. Christiane Chofakian Sistema Digestório • O sistema digestório humano é formado por um longo tubo musculoso, ao qual estão associados órgãos e glândulas que participam da digestão. • Apresenta as seguintes regiões: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. • Órgãos anexos: glândulas paróotidas, glândulas submandibulares, glândulas sublinguais, fígado, pâncreas. Sistema Digestório • Comprimento: ~ 10 metros de comprimento desde a extremidade cefálica (cavidade oral) até a caudal (ânus). • A parede do tubo digestivo, do esôfago ao intestino, é formada por quatro camadas: mucosa, submucosa, muscular e adventícia. Adaptações do organismo materno na gravidez • A mudança do pH da cavidade oral (pH diminuído - ácido) faz com que os dentes se degradem, as gengivas se tornam mais vermelhas podendo sangrar facilmente. • Epulis da gravidez: aumento da vascularização gengival. • Deslocamento do estômago pelo útero • Esofagite de refluxo; • Pirose; Adaptações do organismo materno na gravidez • Aumento da progesterona: diminui a motilidade do esôfago, estômago, intestino e biliar, bem como a tonicidade dos esfincters; • Dessa forma, o esvaziamento gástrico torna-se prolongado; • O trânsito de alimentos fica lento/prolongado, fazendo com que o organismo absorva mais água que o normal. As fezes tornam-se menos volumosas, por menor concentração de água, contribuindo para a constipação (ressecamento). • O ácido clorídrico presente no estômago é exagerado, principalmente no primeiro trimestre. Adaptações do organismo materno na gravidez • Fígado: • O metabolismo hepático pouco se altera; • Doenças hepáticas próprias da gravidez; • Colestase intra-hepática; • Esteatose aguda da gravidez; • Vesícula Biliar: diminui sua função durante a gravidez devido a hipotonia do músculo liso.; • Aumento da formação de cálculos; • aumento do colesterol circulante, devido a ação do estrogênio;; • diminuição do fluxo da bile; Adaptações do organismo materno na gravidez AUMENTO DO ÚTERO • Estômago deslocado para cima e para esquerda horizontalizando-se no 3o trimestre; • Intestino grosso e o ceco (porção inicial do intestino grosso) deslocados para cima; • Intestino delgado e cólon deslocam-se para cima e lateralmente; • Idade; • Peso e altura; • Estado de saúde; • Cultura e religião • Condições socioeconômicas (dieta fracionada x realidade); • Preferência pessoal; • Fatores psicológicos; • Desinformação e estilo de vida; Fatores que influenciam os hábitos alimentares • Estilo de vida • Hábitos alimentares e dietas (vegetariana, Ramadan, vegana, hipercalórica, etc); • Horas de sono por dia • Atividades físicas e hobbies • Tóxicos • Bebidas alcoólicas (quais e qual o consumo diário) • Medicações (qual, desde quando, quem prescreveu e dosagem) • Cigarro (quantos por dia e de que tipo) • Drogas (qual, desde quando, e frequência de uso) • Intoxicações relacionadas ao trabalho (laboratórios, processos de fabricação, exposição a agentes tóxicos) Fatores que influenciam os hábitos alimentares Fatores que interferem nos hábitos alimentares • Preferências alimentares adquiridas durante a infância; • Padrões estabelecidos para as refeições; • Atitudes em relação à alimentação; • Conhecimentos sobre a alimentação; • Tempo, ou falta de tempo, para o preparo dos alimentos; • Número de pessoas em uma casa; • Ingestão de água e quantidade adequada de fibras; Sistematização da assistência Na entrevista (1ª consulta – anamnese): • Na primeira consulta, deve-se pesquisar os aspectos socioepidemiológicos, os antecedentes familiares, os antecedentes pessoais gerais, ginecológicos e obstétricos, além da situação da gravidez atual. • As anotações deverão ser realizadas tanto no prontuário da unidade quanto no Cartão e na Caderneta da Gestante. 1. Histórico de enfermagem Na entrevista • Idade; • Práticias culturais de alimentação; • Religião; • Dietas ou práticas especiais (vegetarianismo, por exemplo); • Condição sócio-econômica; 1. Histórico de enfermagem Na entrevista • Hábitos alimentares e intestinais; • Características das fezes; • Mudanças nos hábitos; • Preferências e alergias; • Uso de drogas: álcool, cigarro, entre outras; • Uso prévio e atual de medicamentos; 1. Histórico de enfermagem Na entrevista • Uso de suplementos alimentares; • Alterações no apetite – inapetência e anorexia; • Aversões ou intolerância alimentar; • Refluxo gastroesofágico; • Doenças gastrointestinais prévias; • Peso e altura: ganho ou perda de peso; 1. Histórico de enfermagem Na entrevista • Queixa de dor, pirose (azia), indigestão, eructação (arroto), flatulência, náuseas / vômitos, distensão abdominal, ptialismo (aumento da saliva), alterações nos hábitos intestinais, características fecais; • Cirurgias anteriores; • Alterações de exames; 1. Histórico de enfermagem Inquéritos • Inquérito recordatório de 24 horas; • Inquérito por registro; Na consulta de pré-natal Os profissionais de saúde devem: • Orientar sobre o que e quanto comer; • Desencorajar modismos alimentares e dietas inseguras; • Controlar o cuidado dos pacientes cuja capacidade para comer, digerir, absorver ou eliminar os alimentos esteja prejudicada; Ações do profissional de saúde 2. Identificar alterações no exame físico Realizar • Inspeção; • Palpação; • Percussão; • Ausculta abdominal; 3. Avaliar o estado nutricional • ICM = PESO (KG) ALTURA2 (M) 18,5 baixo peso 18,5 - 24,9 normal 25,0 - 29,9 sobrepeso 30,0 - 34,9 obesoI 35,0 - 39,9 obesoII >40 - obesoIII • Crescimento intra-uterino restrito; • Dieta alimentar da gestante está adequada??? • O que mais poderia influenciar? IMC PARA GESTANTES • Mesmo em idade adulta, as gestantes devem ter o seu IMC avaliado de forma especial, tendo sempre como referência a idade gestacional do feto. Gestantes no início da gravidez têm condições físicas muito diferentes daquelas que já estão próximas do momento do parto. Orientar sobre a alimentação • alimentação gorduras 1-2 porções; açúcares 1- 2 lacticínios 3 carnes 1- 2 vegetais e legumes 3-4 frutas 3-4 cereais, tubérculos, massas 6 • desencorajar modismos alimentares e dietas inseguras TIPOS DE DIETAS HOSPITALARES Dieta Terapêutica Especial • Existem vários tipos de dietas terapêuticas restritivas que podem ser aplicadas de acordo com a enfermidade do paciente: • Dieta Hipossódica: dieta pobre em Sódio (Na), que se concentra em especial no sal de cozinha (cloreto de sódio NaCl). Indicada para pacientes hipertensos, cardiopatas, com retenção de líquidos (edemas), dentre outros. • Dieta Hipercalórica: dieta rica em energia, que tem o objetivo de prevenir e tratar principalmente a desnutrição. • Dieta Hipoproteíca: dieta pobre em proteínas, indicada para pacientes com ingestão controlada de proteínas, como os portadores de insuficiência real e cirrose hepática. Dieta Terapêutica Especial • Dieta Hiperprotéíca: dieta rica em proteínas, usada também nos casos de desnutrição, em pacientes traumatizados como queimados e no caso de hiperplasia tecidual em casos de tecidos lesionados. • Dieta Hipoglicídica: dieta pobre em glicídios (carboidratos e açúcares), que tem como principal objetivo diminuir a quantidade destes, sem diminuir necessariamente as calorias. Como no caso da dieta para portadores de diabetes. • Dieta Hiperglicídica: por vezes uma carga glicêmica alta se faz necessário, aplicada em casos específicos de atletas e também em casos de intoxicação alcoólica. • Dieta Hipolipídica: dieta pobre em gorduras, principalmente nas gorduras saturadas, indicada para pacientes com hipercolesterolemia, cirrose, cardiopatas e obesos. • Dieta Hiperlipídica: dieta com uma boa quantidade de gorduras, geralmente indicada para tratamentode desnutrição grave e portadores de fibrose cística. • Atentar para clientes em risco de problemas nutricionais • Pré-operatório e pós-operatório; • jejum, dor, estresse, náusea, vômitos, entre outros; • Monitorar o cuidado de pacientes com prejuízos: • Ingestão; • Digestão; • Absorção; • Eliminação; a) Verificar tipo de dieta; b) Estimular o apetite; c) Supervisionar aceitação alimentar; d) Controlar peso; e) Promover ambiente agradável; f) Encorajar autoalimentação; g) Descrever alimentos para pacientes cegos; h) evitar interrupções da dieta; i) oferecer oportunidade para higiene j) oferecer utensílios apropriados l) evitar deixar a alimentação esfriar m) ajustar velocidade ao compasso do paciente (alimentação assistida) n) oferecer alimentação fracionada s/n o) hidratar após refeição p) Auxiliar na alimentação • Levantar a cabeceira da cama • Promover posição confortável • Armar mesinha de refeição • Proteger peito com toalha • Auxiliar a cortar carne, descascar frutas... • Oferecer na boca s/n Acompanhar resultados de exames laboratoriais e auxílios diagnósticos • dosagem de proteínas, HB, ferro, triglicérides, colesterol, glicose • RX contrastados • Endoscópicos • gastroscopia • anoscopia/ proctoscopia/sigmoidoscopia • USG Abdominal • tomografia computadorizada. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM / NANDA SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • NÁUSEAS E VÔMITOS (PRIMEIRAS 12 SEMANAS) • Acomete cerca de 75% das gestantes • Matinais, não persistem além do 2º trimestre • Grande maioria auto-limitada • Componente emocional = psicogênicos • Podem estar relacionados aos níveis crescentes de estrógeno, e podem acarretar anorexia. • A gestante apresenta maior capacidade olfativa contribuindo também para estes sintomas. • Estes podem acarretar a perda de peso em gestantes no 1º Trimestre. Contraditoriamente, também, são relatados aumento de apetite e dos “desejos”. SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • Examinar abdome quanto a distensão, aumento ou diminuição da peristalse e timpanismo, dor, massas palpáveis • Ajustar horários de medicações; • Atentar para efeitos colaterais de antieméticos; • Providenciar retirada da bandeja logo após o término; SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • Registrar a aceitação alimentar: quantidade de alimentos e líquidos ingeridos • Consultar nutricionista para avaliar necessidade de modificações da dieta e, se possível atender a preferências pessoais • Manter decúbito elevado durante e após as refeições ou lateralizar a cabeça SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • Registrar o aspecto do vômito • Resíduos alimentares; • Bilioso: a matéria vem do intestino delgado e o seu aspecto apresenta, devido à bílis, um tom esverdeado; • Vómitos hemáticos (hematémese): contêm restos de sangue provenientes de uma hemorragia digestiva, podendo tratar-se de sangue fresco de cor vermelha viva, sempre que a hemorragia se localize na parte superior do tubo digestivo, ou de uma matéria escura e granulada, com aspecto de sedimento de café, sempre que o sangue venha de sectores mais inferiores do tubo digestivo e já se encontre parcialmente digerido. • Fecalóide: a matéria vem do intestino grosso e tem um aspecto acastanhado, pois contém matéria fecal; • Com muco; • Registrar quantidade, odor e gosto referido pela cliente SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • Suspender a dieta no caso de vômitos persistentes • Administrar líquidos EV conforme prescrição médica • Monitorar parâmetros vitais com frequência • Atentar para o nível de consciência e risco de aspiração SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • Avaliar grau de hidratação: • turgor e umidade da pele, umidade das mucosas oral e ocular, concentração da urina, perfusão periférica • Monitorar exames laboratoriais: • eletrólitos, Hb e Ht, albumina • Atentar para progressão dos sintomas: • Hipotensão, taquicardia, oligúria, confusão e choque SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • Dieta fracionada (aumentar o fracionamento das refeições e diminuir o volume); • Dar preferência a ingestão de alimentos secos, carboidratos simples de fácil digestão; • Recomendar alimentos com baixo teor de gordura; • Tranquilização; • Uso de vitaminas com ação antináuseas como a piridoxina (Vitamina B6) e ingestão do gengibre que possui leve ação antiemética. RESUMO • Objetivo • Verificar o perfil de uso de plantas medicinais por gestantes atendidas em quatro Unidades Básicas de Saúde da Família e em uma maternidade pública da cidade de Campina Grande - PB, na região Nordeste do Brasil. • Métodos • Estudo transversal, quantitativo, desenvolvido no período de Fevereiro a Abril de 2014. Foi incluída uma amostra com 178 gestantes com idade entre 18 e 42 anos. O instrumento de coleta foi um questionário estruturado com perguntas dicotômicas e de múltipla escolha. Para verificar a associação entre as variáveis estudadas, utilizou-se o teste Qui-quadrado de Pearson. • Resultados • Foi constatado que 30,9% das gestantes utilizavam plantas medicinais, sendo o boldo a mais citada (35,4%). Entre as plantas utilizadas com alta frequência pelas gestantes, todas, com exceção apenas da Erva-Cidreira (Melissa officinalis), apresentavam possíveis efeitos tóxicos para a gestação, segundo a Resolução SES/RJ N° 1757. Ao comparar a classe social e o uso de plantas medicinais, não observou-se relação significante. • Conclusões • A saúde das grávidas que fazem uso de plantas consideradas medicinais, assim como a de seus filhos, sofrem riscos devido ao uso inadequado destas plantas. Atenção aos chás! Araújo Cristina Ruan Ferreira de, Santiago Felipe Gomes, Peixoto Marcelo Italiano, Oliveira José Olivandro Duarte de, Coutinho Mayrla de Sousa. Use of Medicinal Plants with Teratogenic and Abortive Effects by Pregnant Women in a City in Northeastern Brazil. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 2016; 38( 3 ): 127-31. The localization of the point PC6 Neiguan and the correct positioning of the Sea-Bands® • The Sea-Bands® são pulseiras elásticas com um botão de plástico redondo de 1 cm; Esses dispositivos aplicam pressão contínua ao ponto de acupuntura PC6 com o objetivo de diminuir ou eliminando completamente a náusea. • O ponto PC6 está localizado no antebraço, 3 dedos acima da primeira prega do pulso. • Os Sea-Bands® podem ser aplicados bilateralmente em ambos os pulsos no ponto de Neiguan. • Alta porcentagem de melhora com o tratamento: 46,8% a 60 min; 71,8% a 120 min; 84,3% a 240 min. Allais, G., Rolando, S., Castagnoli Gabellari, I., Burzio, C., Airola, G., Borgogno, P., Benedetto, C. (2012). Acupressure in the control of migraine-associated nausea. Neurological Sciences, 33(Suppl 1), 207–210. http://doi.org/10.1007/s10072- 012-1069-y SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • HIPERÊMESE GRAVÍDICA • O reconhecimento da hiperêmese gravídica (HG) é fundamental para evitar a elevada morbidade associada ao atraso do tratamento. • O diagnóstico é eminentemente clínico, baseado na queixa de vômitos incoercíveis e no exame físico, que permite avaliar o nível de comprometimento da gestante, o grau de desidratação e desnutrição. • Alguns exames laboratoriais auxiliam na classificação da doença • Alimentação: Jejum por 24 a 48 horas ou até a estabilização do quadro, retornando progressivamente à dieta líquida e, em seguida, alimentos sólidos. Dar prefere ̂ncia a alimentos pobres em lipídios e ricos em carboidratos, em pequenas porções, em curtos intervalos (a cada 3 horas); • Alimentação parenteral pode ser necessária em casos mais graves e resisten- tes ao tratamento; • Hidratação venosa e reposição iônica; • Medicamentos: Recomenda-se a dose de 8,0 mg de ondansetrona por via venosa a cada 6 horas. O antiemético de segunda escolha neste quadro será a metoclopramida na dose de 10 mg venoso a cada 6 horas; • É importante lembrar que todas essas drogas devem estar sempre associadas à administraçãode vitaminas do complexo B, principalmente B1 e B6, protetoras do sistema nervoso central; SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • SIALORRÉIA E SANGRAMENTO GENGIVAL • Pode acompanhar náuseas no 1º trimestre; • Surgimento de cáries dentárias provavelmente, porque o vômito matinal provoca queda do pH bucal (sem comprovação científica); • Gengivas estão edemaciadas, hiperemiadas e sangram com com facilidade = a ação do estrógeno sistêmico. • Podem desenvolver gengivites (devido ao acúmulo de placas bacterianas) que podem desencadear parto prematuro. • Não há tratamento específico; • Recomendar o uso de escova de dentes macia e massagem na gengiva; • Agendar atendimento odontológico sempre que possível; SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • PIROSE (AZIA) • Afeta 2/3 da mulheres em algum momento da gestação; • Compressão gástrica pelo útero; • Aumento do refluxo gastresofágico; • Causa muito desconforto e angústia. • Dieta fracionada; • Diminuir o volume de alimentos por refeição; • Comer devagar e mastigar bem; • Evitar alimentos gordurosos ou condimentados; • Evitar inclinar ou deitar logo após a refeição, principalmente à noite; PROGESTERONA + COMPRESSÃO DO ABDOME PELO ÚTERO GRAVÍDICO = RETARDA O TRÂNSITO INTESTINAL => CONSTIPAÇÃO INTESTINAL E HEMORRÓIDAS A constipação ainda é mais intensificada pela suplementação de ferro e diminuição de exercício físico. SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • CONSTIPAÇÃO • Sintoma comum que se agrava no 3o trimestre; • Reflexo dos hábitos alimentares, consumo de líquidos e exercícios físicos; • A constipação intestinal, e a flatulência e distensão gasosa associadas podem acometer de 16 a 39% das gestantes, com uma diminuição para 12% após o parto. SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • CONSTIPAÇÃO • Aumentar consumo de fibras alimentares (e suplementos de fibras), que aumentam o volume fecal, lubrificam o tubo digestivo e estimulam a motilidade intestinal; • Aumento da Ingesta Hídrica; • Laxantes – último recurso. O uso de laxantes não é indicado, já que algumas destas medicações são associadas a mal formações congênitas, contração uterina, aumento da retenção de sódio e diminuição da absorção de vitaminas. SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • HEMORRÓIDAS • As hemorróidas são dilatações das veias anais, e podem acontecer em situações de aumento de pressão, e são mais comuns no 3o Trimestre e no período pós-parto. • As hemorróidas afetam de 30 a 40% das gestantes, e podem causar desconforto, prurido e sangramento. • Desta forma, as mulheres que já têm algum distúrbio relacionado a hemorróidas previamente a gravidez, devem fazer acompanhamento com Proctologista. • Além disso, devido a constipação, com possibilidade de evacuação de fezes volumosas e ressecadas, também há um aumento da incidência de fissuras anais, que são lesões ou feridas ulcerosas na região anal, e que têm como característica principal a dor ao evacuar. SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • HEMORRÓIDAS • Realizar dieta, afim de evitar a constipação. Se necessário, prescrever supositório de glicerina; • Não usar papel higiênico colorido ou áspero (molhá-lo) e fazer higiene perianal com água e sabão neutro após defecação; • Fazer banhos de vapor ou compressas mornas; • Agendar consulta médica, caso haja dor ou sangramento anal persistente; SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • REFLUXO GASTROESOFÁGICO • Acomete entre 30 a 50% das gestantes, principalmente nos 1o e 3o Trimestre, e que evolui com melhora após o parto; • O refluxo pode persistir em mulheres que já tinham esta doença antes da gravidez, e pode se repetir em gestações subsequentes; • A causa do refluxo na gravidez tem basicamente dois fatores, os mecânicos e hormonais. O aumento da pressão abdominal associada a ação da progesterona, que diminui a pressão do esfíncter (válvula) que isola o esôfago do estômago, favorece o refluxo do estômago para o esôfago. SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • O tratamento deve começar com modificações no estilo de vida como: • Deitar 2 a 3 horas após as refeições; • Se for o caso, parar de fumar; • Evitar o ganho de peso excessivo; • Elevar cabeceira da cama para os casos com maior frequência noturna; • Fracionar a dieta; SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • Evitar alguns alimentos que sabidamente agravam o quadro, especialmente: frituras, comidas gordurosas, chocolate, pimenta, sucos ácidos, refrigerantes e bebidas alcólicas; • Evitar roupas apertadas que aumentem ainda mais a pressão abdominal; • Usar goma de mascar pode colaborar através do aumento na produção de saliva que contribui para neutralizar a acidez do refluxo; • Durma no seu lado esquerdo. Deitada no seu lado direito, você posicionará seu estômago mais alto do que seu esôfago, o que pode levar ao refluxo. SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • Evite o consumo de leite. Apesar de parecer que o leite gelado ameniza os sintomas de refluxo na gravidez, a verdade é que o leite piora a condição pois ele aumenta a acidez estomacal. A produção de suco gástrico se intensifica após o consumo de leite, pois é preciso um trabalho um pouco maior do estômago para digerir suas enzimas, e isso acaba provocando resultados negativos no refluxo. SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • Os medicamentos antiácidos líquidos e de comprimidos funcionam para neutralizar o ácido produzido no estômago; • Uma pequena quantidade de gengibre pode ajudar a estimular a produção de saliva, pois a saliva é um antiácido natural. Muitas mulheres encontraram alívio comendo amêndoas cruas, chupando pastilhas de olmo (substância mucosa que quando misturada com água, forma um gel liso que reveste e acalma) ou tomando comprimidos de papaína; SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • PICACISMO OU PICA DA MALÁSIA • Compulsão para ingestão de substâncias inadequadas, sendo a mais freqüente a ingestão de sujeira /barro (geofagia) ou amido, também de papel, pasta de dente, gelo (pagofagia) parece aliviar os sintomas inflamatórios da boca causados pela deficiência de ferro, bicarbonato de sódio, leite de magnésio, cinzas de cigarro, fósforo queimado, pedra, carvão, fuligem, naftalina; SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos •Atentar para casos picacismo por meio do acompanhamento das gestantes nas consultas de pré-natal, onde pode ser realizada a coleta de dados no histórico, a avaliação clínica e investigação de sintomatologia digestiva e sinais que sugiram deficiências nutricionais. • É necessário levar em consideração a dificuldade de diagnosticar o problema devido ao constrangimento das gestantes em falar sobre o assunto. Não é comumente referida pela gestante. Saunders C, Padilha PC, Libera BD, Nogueira JL, Oliveira LM, Astulla A. Picamalácia: epidemiologia e associação com complicações da gravidez. Rev Bras Ginecol Obstet 2009;31(9):440-6. SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • O picacismo entre gestantes é mais comum do que se pensa e pode ter resultados obstétricos indesejávei (para mãe e bebê). •Os prejuízos para a mãe incluem problemas dentários, feridas bucais, constipação e obstrução intestinal, infecções parasitárias e toxemia. • Possíveis efeitos para o concepto: prematuridade, baixo peso ao nascer, irritabilidade, perímetro cefálico diminuído, além de exposição às substâncias químicas, como chumbo, pesticidas e herbicidas com risco de morte perinatal. SISTEMA DIGESTIVO - Desconfortos • Investigar: ocorrência e frequência do transtorno, substância ingerida, se a mesma prática ocorreu em gestações anteriores, quais eram os motivos desse desejo, presença de histórico familiar e de problemas emocionais. • Em decorrência da relação encontrada entre picacismo e anemia, considera-se importante o questionamento sobre esta prática, para identificar risco de interferência na absorção de minerais e no fato da ingestão dessas substâncias substituírem o consumo de alimentos ricos em ferro na dieta materna. • Avaliar dosagem de minerais (cálcio, ferro e zinco) e verificara existência de déficits nutricionais e consequente necessidade de intervenções eficazes para seu tratamento. Brioschi J, Gonçalves DC, Carnevali Júnior LC, Trigo EL. Relação entre picacismo em gestantes e deficiência de micronutrientes. Rev. Nutrição Brasil. 2015; 14 (2):107-14. Saha, S., Manlolo, J., McGowan, C. E., Reinert, S., & Esposti, S. D. (2011). Gastroenterology Consultations in Pregnancy. Journal of Women’s Health, 20(3), 359–363. http://doi.org/10.1089/jwh.2010.2345 Distúrbio alimentar - imagem corporal • De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Americana de Psiquiatria, um por cento da população mundial – cerca de 70 milhões de pessoas – sofrem com transtornos alimentares. • Embora esses distúrbios sejam mais frequentes com pessoas do sexo feminino, com faixa etária entre 12 e 25 anos, no Reino Unido, um estudo feito pelo Serviço Nacional de Saúde (NHS – sigla em inglês) mostrou um aumento de 67% em homens entre 26 e 40 anos. Os especialistas que realizaram o estudo concluíram que uma parte considerável desses transtornos alimentares está ligada às redes sociais. Distúrbio alimentar - imagem corporal • Fatores de risco: • Culto excessivo ao corpo • Maus hábitos alimentares • Distorção da imagem corporal • Autoestima baixa • Sentimento de culpa • Questões hormonais • Distúrbios emocionais https://www.vittude.com/blog/atitudes-para-aumentar-autoestima/ Distúrbio alimentar - imagem corporal • Tratamento: A participação da família também é indispensável. O paciente precisa sentir que não está sozinho e que sua família não sente vergonha da situação e quer ajuda-lo a sair dessa vitorioso. • Os especialistas indicados são clínico, psicólogos, psiquiatras e nutricionistas, além de terapias individuais de grupo ou com a família. • A terapia cognitivo comportamental costuma ser muito recomendada. https://www.vittude.com/blog/psiquiatra-nao-e-coisa-de-gente-doida/ https://www.vittude.com/blog/terapia-cognitivo-comportamental/ PREGOREXIA • O nome parece um trava-línguas: pregorexia. Novo, o termo é pouco conhecido e ainda não faz parte do vocabulário médico. Ele vem da junção de pregnant ("grávida", em inglês) com anorexia, e tem sido usado para descrever o transtorno que faz a mulher ficar obcecada pelo corpo magro durante a gestação. Meios extra-orais de alimentação • OSTOMIAS • É um procedimento cirúrgico que consiste na abertura de um órgão oco como, por exemplo, algum trecho do tubo digestivo, podendo manter uma comunicação com o meio externo, através de uma fístula, por onde pode-se conectar um tubo de inspeção ou manutenção. • Gastrostomias: procedimento cirúrgico em que uma abertura é criada no estômago com a finalidade de administrar alimentos e líquido; https://pt.wikipedia.org/wiki/Cirurgia • Enterostomias: cirurgia na qual o cirurgião abre, na parede abdominal do paciente, uma passagem temporária ou permanente para seu intestino delgado, para permitir a drenagem das fezes ou inserir um tubo (uma sonda) para alimentação. • Nutrição parenteral • Realizada por uma via diferente da gastro-intestinal. Pode servir para complementar (parcial) ou para substituir completamente (total) a alimentação normal, pela via enteral. • Preparo pré-operatório de pacientes desnutridos; • Complicações pós-operatórias; • Processos inflamatórios intestinais; • Sondagens Meios extra-orais de alimentação Principais vias de administração Principais vias de administração chris@usp.br