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Patologia e Dietoterapia

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Prova Patologia e Dietoterapia l – 05/04
INTRODUÇÃO À DIETOTERAPIA
Definição Nutrição: Soma de processos pelos quais o organismo obtém e utiliza os nutrientes. 
Ato ou processo de nutrir-se ou ser nutrido, ou seja, processo pelo qual um organismo vivo assimila e utiliza alimentos para a produção de energia e manutenção de suas funções.
Definição Dieta: A dieta é o consumo planejado de alimentos em um dia, com a finalidade de atender às necessidades nutricionais das pessoas, contemplando alimentos de todos os grupos e respeitando os hábitos.
· Dieta ou Regime Alimentar: conjunto de normas de alimentação de um indivíduo, seja ele saudável ou enfermo. Padrão alimentar composto por diversas preparações.
· Dieta adequada ou balanceada: inclui todos os tipos de nutrientes em quantidade apropriadas e proporcionais para a manutenção do organismo, reparo e desenvolvimento corporal. 
· Dieta especial (dietoterapia): fornece nutrientes específicos de acordo com a condição física, nutricional e clínica do indivíduo.
DIETOTERAPIA
Definição: Ciência que promove a manutenção da saúde, prevenção e tratamento de doenças por meio de uma conduta dietoterápica;
Finalidade: Ofertar ao organismo debilitado nutrientes adequados ao tipo de doença, à condição física, nutricional e psicológica do paciente;
RESPONSABILIDADE/DIREITO DO NUTRICIONISTA = CUIDADO NUTRICIONAL: prescrição dietética de acordo com o diagnóstico nutricional, elaborado a partir dos dados clínicos, bioquímicos, antropométricos e dietéticos do paciente.
· Atribuições do nutricionista atuando em clínica: 
“É um especialista em nutrição e um profissional capaz de avaliar o estado nutricional do paciente, planejar uma dieta adequada, dirigir a execução do plano nutricional e mantê-lo o quanto for necessário. Tal especialista deverá trabalhar em conjunto com outros profissionais da equipe de saúde, aceitando toda responsabilidade da prescrição dietética e toda assistência nutricional prestada ao paciente”.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA DIETOTERAPIA: 
I. Basear-se em prescrição escrita;
II. Ter a dieta normal como padrão;
III. Ser flexível;
IV. Ser individualizada;
V. Incluir apenas modificações absolutamente necessárias e fundamentadas;
VI. Ter duração mais breve possível, salvo quando o estado do paciente exigir modificação de manutenção permanente;
VII. Incluir, predominantemente, alimentos “in natura”, de disponibilidade local, comumente usados, de fácil obtenção e preparo;
VIII. Atender simultaneamente e tanto quanto possível, tanto as alterações patológicas, quanto a outras peculiaridades ligadas a padrões culturais, hábitos alimentares, nível sócio econômico, aspectos psicológicos, crenças e estilo de vida.
OBJETIVO GERAL DO TRATAMENTO DIETOTERÁPICO: 
· Prevenção;
· Recuperação;
· Manutenção;
· Controle do estado de saúde do indivíduo;
· Foco: adequar a dieta ao estado fisiopatológico/doença.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA ADEQUAR A DIETA: 
· À capacidade do paciente para ingerir, digerir e tolerar o alimento;
· À capacidade de metabolização do paciente;
· Facilitar o descanso do aparelho digestivo;
· Contribuir para compensar estados específicos e deficiências nutricionais;
· Favorecer a proteção, manutenção de um bom estado nutricional.]
O CUIDADO NUTRICIONAL CONSISTE EM: 
1. Avaliar o estado nutricional:
· Idade, altura;
· Peso usual, ideal, atual, porcentagem de mudança de peso a partir do ideal ou usual;
· Alteração do apetite, disfagia, dificuldade na mastigação, presença de náusea, vômito, diarreia;
· Albumina sérica, hemoglobina, contagem total de linfócitos.
2. Identificar as necessidades ou problemas nutricionais:
· dados antropométricos;
· dados laboratoriais;
· dados da dieta habitual;
· história médica.
OBS: Quando no Hospital: Levar em consideração as disponibilidades da instituição. Ex: recursos humanos, materiais e financeiros. 
MODIFICAÇÕES NAS DIETAS HOSPITALARES PARA APLICAÇÃO TERAPÊUTICA
· O alimento é parte importante do cuidado nutricional;
· Deve-se tentar atender as preferências alimentares e considerar as influências culturais;
· Atenção a cor, textura, composição e temperatura;
· Conhecimento de dietas terapêuticas é necessário para o planejamento dos cardápios.
Dietas Hospitalares:
Estado nutricional do paciente; 
Estado fisiológico; MELHORA DA CONDIÇÃO CLÍNICA DO PACIENTE
Estado clínico;
Preferências x Aversões; 
Higiene alimentar.
CRITÉRIOS NA MODIFICAÇÕES DAS DIETAS HOSPITALARES
1. Sabor: Evitar alta concentração de açúcar, gordura e sal;
Utilizar ervas frescas.
2. Temperatura: Extremas: atenuam a sensibilidade gustativas;
Motilidade gástrica: acelerada pelos quentes e reduzida pelos frios.
3. Volume: De acordo com a capacidade gástrica;
Casos de distensão: diminuir volume e fracionar.
4. Consistência: A dieta pode ter consistência normal ou geral, branda, pastosa, semilíquida (pastosa liquidificada) ou líquida (completa ou restrita).
Dieta Normal / Padrão	Alteração na consistência.
Dieta Modificada / Especial 	Modificações quantitativas e qualitativas dos nutrientes da dieta normal.
Modificações qualitativas: dieta adequada de acordo com o tipo de alimento permitido.
DIETA MODIFICADA / ESPECIALModificações quantitativas: calculada com o aumento ou diminuição na quantidade dos constituintes alimentares.
DIETA LIVRE: A dieta deve atender aos princípios básicos de uma boa alimentação e deve ser equilibrada, balanceada, diversificada e harmônica.
Não há restrições a alimentos, preparações e consistência.
· Preparações indicadas: 
1. Saladas cruas ou cozidas;
2. Carnes cozidas, assadas, grelhadas; 
3. Vegetais crus ou cozidos em água ou no vapor, assados, refogados ou grelhados;
4. Sopas (todos os tipos); 
5. Bolos e pães; 
6. Frutas cruas, cozidas, assadas ou sucos; 
7. Demais preparações (arroz, macarrão, feijão, angu, pirão, dentre outras).
DIETA BRANDA: Normalmente utilizadas como dietas de transição. Os alimentos devem ser abrandados por cocção.
Adequadas em termos de calorias, proteínas, lipídeos, carboidratos, vitaminas e minerais, de acordo com as necessidades individuais de cada paciente.
Apresentar baixos níveis de fibras cruas e tecido conectivo.
Indicação: Casos em que há dificuldade de mastigação/deglutição, com necessidade de facilitar o processo digestivo ou para pacientes no pós-operatório. 
Restringe: Frituras, alimentos flatulentos, alimentos crus (exceto os de textura macia). 
· Preparações indicadas: 
1. salada cozida, carne cozida assada (sem crosta) ou grelhadas macias;
2. vegetais cozidos no forno ou refogados;
3. ovo cozido ou pochê;
4. frutas sem casca bem maduras, cozidas ou assadas; 
5. bolos e pães macios. 
DIETA PASTOSA: Uma variação da dieta branda, com consistência macia, abrandada pela cocção, em forma de purê ou pasta.
Exclui parcialmente a função mastigadora e requer o mínimo de trabalho digestivo.
Deve ser mais fracionada, pois proporciona menor poder de saciedade.
Indicações: Ausência de dentes ou uso de próteses dentárias mal adaptadas ou desgastadas;
Alterações anatômicas da boca;
Doenças esofágicas;
Distúrbios neurológicos ou neuromotores.
· Preparações indicadas: 
1. Leite e derivados (iogurtes e requeijão magro);
2. Carnes moídas ou desfiadas em patê;
3. Ovo cozido, pochê ou quente (albumina em pó);
4. Frutas cozidas, purês ou sucos;
5. Sopas (macarrão, legumes liquidificados);
6. Arroz muito cozido (“papa”).
DIETA LÍQUIDA COMPLETA: Todos os alimentos devem estar na consistência líquida, na forma de leites, mingaus, chá, gelatina, sopas líquidas, sucos. 
Devido ao rápido esvaziamento gástrico, o fracionamento ideal é de 2-2 horas. Os teores calóricos e proteicos podem ser aumentados com o uso de suplementos nutricionais se o paciente necessitar.
Pode-se adicionar dissacarídeos, dextrina, farinhas, clara de ovo, amido de batata, hidrolisados proteicos, óleo vegetal, creme de leite e etc.
Indicação: Pacientes que necessitam de alimentos de fácil digestão e também isentos de fibras ou condimentos;
Pacientes com dificuldade na mastigação, deglutição ou com dificuldade respiratória.· Preparações indicadas: 
1. Leite, iogurtes líquidos, achocolatados, vitaminas com frutas ou cereais que não formem grumos;
2. Chás;
3. Sucos de frutas ou de vegetais (peneirados);
4. Sopas ralas; Caldo de feijão peneirado;
5. Gelatina, sorvete cremoso, flans, creme de frutas.
DIETA LÍQUIDA RESTRITA: Dieta pobre em resíduos (fibras).
Indicação: Preparo de exames e pós-operatório.
· Preparações indicadas: 
1. Chás;
2. Caldo de carne;
3. Gelatina;
4. Caldo de legumes (sem liquidificar, mas peneirados);
5. Refresco de fruta peneirado.
DIETA ESPECIAL: 
Dieta Normo: Vai manter. 
Dieta Hipo: Reduz o consumo do nutriente. 
Dieta Aumenta o consumo do nutriente. 
DIETOTERAPIA NAS ALTERAÇÕES DA CAVIDADE ORAL
Características Anatômicas:
A boca é a primeira parte do aparelho digestivo.
Onde se inicia a digestão dos alimentos, através da saliva, dentes e língua.
Boca = mastigação/saliva (amilase salivar ou ptialina + lipase lingual).
· Secreção Salivar: Glândulas salivares 
· Parótida; 
· Sublingual;
· Submandibular. 
· Situações de diminuição da produção de saliva: Febre, Sede, Alimentos líquidos. 
· Situações de aumento da produção de saliva: Mastigação, Paladar e olfato, Alimentos ácidos. 
CAVIDADE ORAL: 
Alterações da cavidade oral: 
Gengivite: inflamação da gengiva.
Glossite: inflamação da língua.
Queilite: inflamação dos lábios.
Aftas bucais.
Xerostomia – secura na boca.
Todas estas alterações interferem na alimentação; impedindo a mastigação apropriada, bem como a ingestão adequada de nutrientes.
XEROSTOMIA: Clínica que se caracteriza pela diminuição ou ausência da secreção salivar.
Em casos de xerostomia, a halitose acontece devido a diminuição do fluxo de saliva a qual influencia consideravelmente no aumento de bactérias produtoras de compostos sulfurados voláteis, principais responsáveis pelo cheiro desagradável.
Causas: atrofia das glândulas salivares: medicamento, envelhecimento;
Doenças: síndrome de Sjögren, câncer na região da cabeça e pescoço (pós radioterapias), diabetes mellitus descompensado;
CONDUTA DIETOTERÁPICA:
Estimular a salivação pela alimentação → líquidos cítricos, como limonada, alimentos em temperatura quente, frutas ácidas na ausência de aftas orais.
Uma alimentação com fontes de ômega 3 (salmão, sardinha, atum, linhaça e azeite) é também indicada pelo efeito anti-inflamatório.
Alteração na consistência → branda e pastosa
SIALORRÉIA: Produção exacerbada de saliva, ocorrendo escape não intencional de saliva pela cavidade oral; 
18 aos 24 meses de vida → comum até o completo desenvolvimento do controle neuromuscular;
Após 4 anos de idade → é considerada como uma alteração, e deve ser tratada.
Causas: processo inflamatório da cavidade oral (epiglotite e neoplasias), complicações neurológicas (Parkinson), na paralisia cerebral e acidente vascular encefálico, prejuízo na deglutição da mesma, uso de fármacos.
CONDUTA DIETOTERÁPICA:
Medidas de controle incluem manter bom grau de hidratação, com intenção de fluidificação das secreções podendo ser indicado com: cubo de gelo, sucos (uva, maçã, abacaxi, mamão).
Estimulação da cavidade oral, com bochechos utilizando agentes mucolíticos.
PAROTIDITE: Processo inflamatório e infeccioso da glândula parótida (mais comum: caxumba).
Causas: estados de imunossupressão, diabetes e alcoolismo, doenças autoimunes como a síndrome de Sjögren, higiene oral deficiente, hipossalivação após medicação (principalmente de antidepressivos), desidratação pós-cirúrgica e obstruções devido à sialolitíase, tumores ou corpo estranho.
CONDUTA DIETOTERÁPICA: 
Recomendação → maior ingestão de líquidos, como água, chás, água de coco, tem o intuito de prevenir desidratação.
Evitar → sucos de frutas ácidas podem irritar as glândulas que já se encontram inflamadas. Especiarias picantes e ácidos – pimenta, limão, vinagre, gengibre, cravo da índia.
Alimentação na consistência líquida e pastosa facilitam a mastigação e deglutição pelo provável incômodo provocado pelas glândulas salivares aumentadas.
· Normal em proteínas, e, para aqueles pacientes com baixa imunidade – dieta hiperprotéica (18 a 20%);
· Caloricamente suficiente e completa em nutrientes;
· Fracionada em 8 ou mais refeições com pequenos volumes;
· Crise: alimentos em temperatura fria ou gelada.
DISFAGIA OROFARÍNGEA (DOF)
Causas:
· Alterações mecânicas; 
· Alterações neurológicas; 
· Alterações psicogênicas; 
· Alterações decorrentes da idade.
1. Alterações mecânicas: 
· Tumores ou ressecção de cabeça e pescoço;
· Radioterapia;
· Malformações craniofaciais congênitas (ex: fenda labial e/ou palatina);
· Processos infecciosos e inflamatórios, bem como traumatismos e suas consequências para as estruturas orofaríngeas.
2. Alterações neurológicas:
· Alterações do SNC ou SNP;
· Sequela de AVE;
· Doença de Parkinson;
· Traumatismo cranioencefálico;
· Paralisia cerebral, doenças neurodegenerativas.
3. Alterações psicogênicas:
· Estresse; 
· Ansiedade.
4. Alterações decorrentes da idade: 
· Perda de tônus muscular e na mobilidade dos órgãos fonoarticulatórios;
· Falhas dentárias ou próteses mal adaptadas incrementam possíveis dificuldades de mastigação e deglutição.
Características Clínicas: 
Aspiração: definida como a entrada de secreção ou qualquer corpo estranho na laringe, ultrapassando o nível das pregas vocais, podem invadir a árvore traqueobrônquica.
Manifestações Clínicas: Desordem na mastigação, dificuldade na propulsão do bolo alimentar, tosse, engasgo, asfixia, controle da saliva diminuída, regurgitação ou refluxo nasal e oral, redução na elevação laríngea.
Consequências de DOF: Desidratação, desnutrição; aspiração, perda de peso, pneumonia por aspiração, levando até mesmo à morte, internação hospitalar prolongada.
Exames para avaliação da deglutição: 
Videoendoscopia funcional da deglutição: 
Objetivo: graduar o comprometimento funcional da deglutição nas fases oral e faríngea. 1. Início dos movimentos da base da língua.
2. Primeira visão do bolo alimentar corado com corante azul.
3. Início da retroversão da epiglote.
4. Fechamento da faringe.
5. Abertura da faringe.
6. Retorno da epiglote.
Videofluoroscopia da deglutição:
Objetivo: definir a fisiologia da fase faríngea da deglutição, se há aspiração e como e quando esta acontece. Analisar os movimentos de propulsão da língua e do bolo alimentar.
Obs.: Utilizado contraste de bário misturado a vários alimentos.
A terapia nutricional em pacientes disfágicos objetiva:
· Prevenir aspiração e sufocamento, com a ingestão tanto de alimentos sólidos quanto líquidos;
· Fornecer aporte de nutrientes e hidratação adequados para recuperação e/ou manutenção do estado nutricional;
· Facilitar o processo de deglutição, minimizando, assim, o risco de complicações, desidratações, pneumonia por aspiração, e até mesmo o óbito.
Para o planejamento nutricional, deve-se considerar:
Estado cognitivo (psicologia). 
Nível de independência para se alimentar (enfermagem).
Grau de disfagia (fonoaudiologia).
Estado nutricional e possível gravidade de desnutrição. 
Disponibilidade de supervisão profissional ou familiar durante as refeições.
Condições socioeconômicas do indivíduo e da família.
DOENÇAS DO ESÔFAGO
Esfíncter superior → impede a entrada de ar no próprio esôfago e
no estômago durante a respiração.
Esfíncter inferior → impede o refluxo do conteúdo gástrico para o
esôfago
Fatores que controlam a pressão do EEI:
· Sistema nervoso simpático;
· Hormonal: gastrina (regula a secreção gástrica);
· pH alcalino;
· Proteína (liberação de gastrina).
Fatores que diminuem a pressão do EE:
· Gordura excessiva (liberação de colecistoquinina);
· Cigarro e bebidas gaseificadas (princípio da física, ar aquecido/leve sobe, exercendo pressão sobre o EEI, relaxando-o);
· Bebidas a base de cola (atuam sobre o sistema nervoso, promovendo relaxamento do EEI);
· Obesidade (pressão da adiposidade abdominal);
· Roupas com cintura apertada;
· Levantamento de peso (aumento da pressão intra-abdominal);
· Açúcar em grandes quantidades;
· Engolir ar (hábito nervoso, tensão emocional ou pelamastigação de chiclete);
· Consumo de fibras alimentares em altas doses (>25g/dia) e sem a ingestão adequada de água;
DISFAGIA: Dificuldade de transporte dos alimentos da faringe ao estômago; Depende: do tamanho do bolo alimentar; do diâmetro do lúmen esofagiano; da contração peristáltica; da contração e relaxamento do EES e EEI.
PIROSE: Manifestação do refluxo gastresofagiano, gerando esofagite de refluxo (HCl na mucosa do esôfago); Sintomas: sensação de dor em queimação na região retroesternal, podendo irradiar-se para o abdome superior, garganta e regiões anterolaterais do tórax.
Anomalias Congênitas: ATRESIA: Há uma interrupção da luz esofagiana, podendo haver ou não comunicação entre este e a traqueia. 
SINTOMAS: regurgitação, dificuldade de deglutir saliva e leite, cianose, pneumonia. Pode haver refluxo do conteúdo gástrico para traqueia e pulmões.
TRATAMENTO: correção cirúrgica. 
CONDUTA DIETOTERÁPICA: Alimentação pode ser fornecida por gastrostomia ou jejunostomia, administrando pequenos volumes de alimentos liquidificados e peneirados. 
A recomendação da Organização Mundial de Saúde de (OMS) é iniciar a terapia nutricional com o aporte calórico de 80 kcal/kg para pacientes desnutridos graves, a fim de reverter o catabolismo e manter os processos fisiológicos básicos da criança.
Oferecer pequenos volumes em intervalos frequentes, sendo o ideal o fornecimento de oito refeições a cada duas horas.
Doença do Refluxo Gastroesofágico
Afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago / laringe → associados ou não a lesões teciduais.
Redução da pressão do EEI – LEVA AO - Retorno do conteúdo gástrico 
Sintomas comuns: sensação de queimação (pirose) acompanhada de dor epigástrica e retroesternal.
Causas patológicas: hérnia de hiato, perda da peristalse do esôfago, aumento da secreção gástrica, volume alimentar e obesidade. 
Complicações: hemorragia, erosão, disfagia.
Objetivos do tratamento nutricional: evitar dor e irritação na mucosa, diminuir a acidez das secreções gástricas, recuperar o estado nutricional, correções das carências nutricionais e alterações consistência/volume/irritantes e corrigir e manter o peso ideal.
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL: 
1. Fracionar as refeições;
2. Evitar excesso de gorduras;
3. Elevar a cabeceira da cama 15 a 20cm para refluxo noturno;
4. Evitar fumo, bebidas alcoólicas, cafeína e alimentos ácidos e condimentados que causam desconforto. 
5. Usar roupas que não apertem o abdômen;
6. Perder peso de esse for o caso.
CONDUTA DIETOTERÁPICA:
LIP → Normo a hipolipídica
PTN → Normoproteíca a levemente hiperprotéica (para facilitar a cicatrização)
CHO → Normo, tendendo a hipoglicídica
Avaliar Vit. B12 se paciente utilizar medicamentos antiácidos cronicamente.
(DRGE): ESÔFAGO DE BARRET
É uma doença pré-cancerosa que afeta o revestimento do esôfago. Ela surge quando os ácidos do estômago e as enzimas retornam ao esôfago.
HERNIA DE HIATO
Refere-se a uma herniação alta do estômago através do hiato esofagiano, de tal modo que uma porção do estômago permanece acima do diafragma.
Causas: afrouxamento do tecido fibroso do diafragma; obesidade, constipação, meteorismo, gravidez e vômitos persistentes.
Tipos: 
Por rolamento ou paraesofagiana: menos comum - caracteriza-se por defeito ou fraqueza do hiato de tal modo que uma porção do fundo gástrico rola para o lado do esôfago para o interior do tórax.
Por deslizamento: mais comum - junção esofagogástrica fica acima do pinçamento diafragmático – gera refluxo gastroesofagiano e esofagite de refluxo.
CONDUTA DIETOTERÁPICA: 
Consumo de refeições menores, com baixo teor de gordura;
Evitar: alimentos e bebidas que podem aumentar as secreções gástricas ou reduzir a pressão do esfíncter esofágico inferior, como chocolate, cafeína, bebidas alcoólicas e alimentos picantes.
ACALÁSIA DE ESÔFAGO
Distúrbio motor do EEI → aumento da pressão → não relaxa para acesso do alimento ao estômago.
Complicações: Com a regurgitação → aspiração do conteúdo gástrico para os pulmões e desnutrição. 
Tratamento: Por balões infláveis para dilatação forçada do EEI; o que pode resultar em RGE por destruição do EEI.
CONDUTA DIETOTERÁPICA: 
Dieta líquida completa: hiperprotéica e hipercalórica, com valor energético e quantidades de micronutrientes ajustados as necessidades do indivíduo.
Aumentar o fracionamento da dieta: 6 – 8 refeições/dia.
Divertículos do Esôfago
São pequenas bolsas ou escavações que surgem nas zonas frágeis da parede esofágica que, quando infectadas ou inflamadas, recebem o nome de diverticulite.
Consistência da dieta: geralmente líquida ou pastosa. 
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS: 
Evitar alimentos excitantes da mucosa, pois aumentam produção de HCl; evitar o depósito de alimentos nos divertículos; evitar inflamação ou infecção dos divertículos; adequar a composição vitamínica, de minerais e fibras às necessidades individuais, dando destaque à vitamina A, pois auxilia na reepitelização.
DIETOTERAPIA NAS ALTERAÇÕES DO ESTÔMAGO
Características: Capacidade de distensão: 
· 50ml vazio;
· 2 a 3L de capacidade máxima.
Função: 
· Armazenamento; 
· Mistura – Motilidade; 
· Digestão de proteínas. 
ALIMENTOS QUE INTERFEREM NO FUNCIONAMENTO GÁSTRICO:
· Alimentos muito quentes: provocam congestão da mucosa gástrica → aumentam a secreção ácida → diminuindo o tempo esvaziamento gástrico.
· Bebidas alcoólicas: aumentam a secreção ácida → provocam dispepsia.
· Condimentos picantes: aumentam a secreção → causam irritação da mucosa.
· Alimentos hiperprotéicos: incitam a mucosa gastrointestinal → aumentando a secreção ácida.
DOENÇAS DO ESTÔMAGO - GASTRITE E ÚLCERA
Gastrite: Inflamação da mucosa gástrica (irritação ou erosão).
Pode ser desencadeada → multifatorial
· medicamentos (aspirina, anti-inflamatórios – AAS e ibuprofeno);
· bebidas alcoólicas;
· fumo;
· situações de estresse emocional;
· cirurgias ou trauma (queimaduras, febre, infecções graves).
Gastrite Aguda: 
Aparecimento súbito, curta duração e desaparece sem sequelas.
Tratamento: Eliminação das substâncias causadoras: 
Medicamentoso: antiácidos (hidróxido de alumínio); inibidores da bomba de prótons (Omeprazol®)
Dietético: Suspender a alimentação oral por 24 a 48 horas (repouso e cicatrização da mucosa). Alimentação nasoduodenal ou parenteral total. Reiniciar com dieta líquida completa, evoluindo até dieta pastosa ou de acordo com a aceitação do paciente.
CONDUTA DIETOTERÁPICA:
Normal a hipoglicídica;
Normal, tendendo a hiperprotéica (até 1,2 g/kg peso corporal);
Normal a hipolipídica;
Dieta: Líquida completa / pastosa.
Gastrite Crônica: 
Diagnóstico: endoscopia digestiva alta com pesquisa para H. Pylori.
Sintomas: 
· Dispepsia: digestão difícil, eructação, náuseas (relacionam com alimentos gordurosos, frutas ácidas, doces e álcool);
· Dor ou grande desconforto logo após as refeições;
· Síndrome matinal: sensação de “boca ruim”, náuseas, regurgitação e anorexia;
ETIOLOGIA: Infecção por uma bactéria H. Pylori → 70% dos casos úlceras gástricas e 90% nas duodenais.
Capacidade de alterar o muco
↓
desequilíbrio entre os fatores protetores x agressores
↓
podendo ocasionar lesões maiores
↓
Úlceras
CONDUTA DIETOTERÁPICA:
Normal sem concentração de dissacarídeos;
Tendendo a hiperprotéica (até 1,4g/kg peso corporal);
Normal, evitando saturados;
Dieta: Pastosa/branda.
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL: 
· Comer devagar e mastigar bem os alimentos. 
· Estabelecer horários fixos para as refeições. 
· Fazer refeições frequentes (2/2h), em pequenos volumes. 
· Evitar extremos de temperatura. 
· Evitar líquidos às refeições.
Úlcera Péptica: Lesão erosiva da mucosa gástrica com perda circunscrita de tecido gastrointestinal: estômago e duodeno.
Decorrente da ação do ácido clorídrico e da pepsina, que atinge a camada submucosa.
Rompimento da barreira mucosa (mucina) → erosão proteolítica e ácida do tecido mucoso.
Tipos: 
· Úlcera gástrica (predominantemente no antro);
· Úlcera duodenal;
· Úlcera gastroduodenal (estômago e duodeno).
CONDUTA DIETOTERAÁPICA:
CHO: 45% a 60% (evitar dissacarídeosfermentáveis)
LIP: 25% a 30%
PTN: Fase aguda: 1,2g/kg/dia & Recuperação ou cicatrização: 1,5g/kg/dia
CIRURGIA DA OBESIDADE
É o excesso de gordura corporal, em quantidade que determine prejuízos à saúde. IMC ≥ 30 kg/m2 com desproporção deste excesso de gordura corporal.
É classificada como doença (problema crônico).
A obesidade é um dos principais fatores de risco para várias doenças crônicas não transmissíveis (DNTs), como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral e várias formas de câncer.
1. Obesidade endógena: Secundária a doenças ou uso de medicamentos.
2. Obesidade exógena: Interação entre fatores genéticos, comportamentais e ambientas.
Indicação da cirurgia bariátrica:
· Pacientes obesos que não apresentaram resposta ao tratamento clínico com medicamentos e MEV;
· A cirurgia é indicada para pacientes com IMC ≥ 35 com complicações ou ≥ 40, que não apresentaram resposta ao tratamento clínico com medicamentos e mudanças de estilo de vida;
· O tratamento clínico prévio é obrigatório por um período de dois anos, exceto para pacientes com IMC ≥ 50 kg/m2.
Contraindicações:
· Pacientes sem suporte familiar adequado. 
· Quadro de transtorno psiquiátrico não controlado, incluindo uso continuo de álcool ou drogas ilícitas. 
· Quadros de depressão com ideação suicida.
Equipe multiprofissional: Cirurgião bariátrico, Médico(a) clínico: geral, endocrinologista, intensivista, ou cardiologista, Nutricionista, Psiquiatra, Psicólogo e Associados: Enfermeiro, Fisioterapeuta, Assistente social, profissional de Educação Física.
Técnicas operatórias
Restritivas: Redução do tamanho do estômago.
· Banda Gástrica Ajustável;
· Gastroplastia Vertical com Bandagem ou Cirurgia de Mason ou (“Sleeve”).
Disabsortivas: Encurtamento intestinal (exclusão do duodeno e jejuno) causando má-absorção. Necessitam suplementação por um período mais longo.
Mistas: Redução do tamanho do estômago e um desvio do trânsito intestinal, reduzindo absorção dos nutrientes - derivação Gástrica com e sem anel ou derivações bile pancreáticas.
Balão Intragástrico (BIG)
· Pode ser utilizado como método auxiliar pré-operatório;
· Pode utilizar o balão por até 6 meses;
· indicação é em IMC >27 kg/m²; CFM - indicação é em IMC >50 kg/m²;
· Tem baixo risco, porém com reganho de peso na maioria dos casos.
Banda Gástrica Ajustável (Restritiva)
· Uma cinta é posicionada em volta do estômago na sua porção superior;
· O uso tem diminuído devido ao elevado grau de insucesso;
· A perda de peso é pouco menos de 50%.
Gastrectomia vertical (Restritiva)
· Utilizada em pacientes de alto risco;
· É retirada cerca de 80% da curvatura maior do estômago;
· A cirurgia traz o risco de sangramento ou fístula;
· Procedimento restritivo que reduz a capacidade estomacal de 60 a 100ml.
Derivação gástrica em Y-de-Roux (Mista)
· Criada pequena câmara gástrica com a exclusão do: fundo e antro gástrico, duodeno e porção inicial do jejuno;
· Leva à saciedade precoce;
· A perda do peso pode chegar a 70%;
Riscos da cirurgia bariátrica:
· Pós-operatório imediato: embolias e hemorragia;
· Pós-operatório tardio: deiscência da sutura, fístulas, estenoses, infecções, hérnia e torção da alça intestinal;
· A longo prazo: desnutrição, deficiências de vitaminas e minerais, reganho ponderal.
Acompanhamento nutricional:
Inicia no período pré-operatório e deverá ser contínuo.
O retorno a consulta deverá ser feito de 3 em 3 meses, após o 2º ano o retorno poderá ser a cada 6 meses / 1 ano.
Evolução da dieta: Dieta líquida restrita / Dieta líquida completa / Dieta pastosa / Dieta branda / Dieta livre ou normal.
Complicações nutricionais: 
· Deficiência de micronutrientes (anemias, deficiência de ferro, zinco, ácido fólico, B12, vitaminas lipossolúveis, cálcio, tiamina);
· Osteoporose;
· Intolerância alimentar;
· Síndrome de Dumping.
O ritmo acelerado de emagrecimento continua a ser observado até o terceiro mês e, a partir de então, passa a ser mais lento.
Orientações alimentares:
· Reservar de 30 a 40 minutos para as refeições; 
· Mastigação adequada;
· As porções devem ser pequenas;
· Parar de comer quando se sentir saciado; 
· Utilizar pratos e talheres menores;
· Ingerir os líquidos nos intervalos das refeições.
Síndrome de Dumping:
Ocasionada pela passagem rápida do estômago para o intestino, de alimentos com grandes concentrações de gordura e/ou açúcares, em pacientes submetidos a cirurgias gástricas, como a bariátrica e metabólica, como resultado da alteração anatômica do estômago.

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