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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE HUMANIDADES I DEPARTAMENTO DE LETRAS VERNÁCULAS LICENCIATURA EM LETRAS – PORTUGUÊS E INGLÊS THALLYSON PINHEIRO DE LIMA RESUMO – FONÉTICA E FONOLOGIA DA LÍNGUA PORTUGUESA PROFESSOR DOUTOR JOÃO MIGUEL MOREIRA AUTO FORTALEZA – CE 2022.1 FONÉTICA E FONOLOGIA DA LÍNGUA PORTUGUESA O que é Fonologia? É um campo de conhecimento da área da linguística que estuda o sistema sonoro de um idioma, ou seja, os fones, os fonemas e suas funções. A fonologia é crucial para a construção do sistema de uma língua através de sons e sem ele, a língua tende a não ser continuada por seus falantes. Qual a diferença entre Fonética e Fonologia? A Fonética é o estudo dos fones, dos fonemas, das funções, dos pontos de articulações... enfim, de todos os elementos que compõe a construção de um sistema de língua onde se é usado o som, ela estuda principalmente os aspectos acústicos e fisiológicos dos sons. Já a Fonologia abrange todos os elementos da Fonética, além também do estudo de variações linguísticas e sonoras de um idioma, mas ela é descrita como “o estudo dos fonemas” já que retrata principalmente os diferentes sons que produzimos para exprimir nossas ideias, sentimentos e emoções a partir da junção de unidades distintas. Etimologia: Fonologia Estudo do som e da palavra Logos significa palavra ou estudo Phonos significa voz Fonética Relacionado(a) a sons Sufixo destinado para criação de adjetivos Phonos significa voz Surgimento da Escrita: Sumérios na Mesopotâmia (cerca de 3200 A.C.) Texto escrito servia para representar a fala. A História Documentada começa a partir da invenção da escrita pelos povos sumérios, esse foi o evento responsável pela passagem da Pré-História para a Idade Antiga. Evolução da Técnica de Escrita: Pictogramas Ideogramas Silabários * Os Povos Semitas desenvolveram as escritas silábicas sem as vogais, ou seja, desenvolveram um sistema de consonantário. Atualmente os povos chamados de semitas são essencialmente judeus e árabes, mas na antiguidade também havia assírios, babilônios, arameus, cananeus e fenícios. Eles tiveram origem no Oriente Médio, onde ocuparam vastas regiões indo do Mar Vermelho até o planalto iraniano. Um Abjad (também conhecido como consonantário) é um sistema de escrita no qual os símbolos das letras, que representam as consoantes quando lidos, devendo o leitor acrescentar as vogais em falta. A Origem do Texto: No século VIII A.C. (ou antes, não se têm a certeza) os Gregos aprimoraram o sistema de consonantário dos fenícios e atribuíram valores vocálicos e algumas consoantes semitas não presentes nas línguas indo-europeias, ou seja, Helênico (grego), Românico (português, italiano, francês, castelhano, etc.), Germânico (inglês, alemão) e o Céltico (irlandês, gaélico). Além de terem acrescentados novas letras à lista de grafemas (unidade fundamental e mínima de um sistema gráfico de escritas.), originando assim o alfabeto fonético e usando-o para comunicações e uma dessas formas de comunicação é o texto. Sânscrito: A língua sânscrita é uma língua ancestral do Nepal e da Índia. Embora seja uma língua morta, o sânscrito faz parte do conjunto das 23 línguas oficiais da Índia, porque tem importante uso litúrgico no hinduísmo, budismo e jainismo. O gramático indiano Panini descreveu o Sânscrito. A sociedade de Calcutá conhecia-se bem o sânscrito e esse idioma foi bem importante para os avanços dos conhecimentos fonológicos no ocidente. - Calcutá, ou Kolkata, é a capital do estado de Bengala Ocidental, na Índia. Fundada como entreposto comercial da Companhia Britânica das Índias Orientais, a cidade foi a capital do país no período da Índia Britânica, de 1773 a 1911. O Método comparativo e o Indo-Europeu: Franz Bopp (1791 – 1867) foi um importante linguista alemão e professor de Filologia e Sânscrito pela Universidade de Berlim. Ele é o descritor das mudanças nos sistemas fonológicos das línguas através do Sistema de Conjugação (Über das Conjugationssystem der Sanskritsprache, de 1816), estudo que ele o criou. Bopp comparou as línguas Latim, Grego, Germânico, Sânscrito e Persa. Ele também incluiu novas línguas na Gramática Comparada das Línguas Indo-Germânicas (1933 - 1852). Não à toa, Franz Bopp é considerado o pai da Linguística Comparativa. Voz: Tom (Destinado pelo sexo) Timbre (Destinado pela idade) Escolhas lexicais / Morfossintaxe (Destinado pelo grau de instituição do falante) - Léxicos ou Escolhas Lexicais se refere ao uso de um determinado conjunto de palavras existentes em um idioma para criação de frases e orações. - Morfossintaxe é a descrição linguística que se dedica ao estudo da Morfologia (estudo das formas) e da sintaxe (composição/combinação). Sotaque: Falante Nativo: Língua Materna + Variante Regional Falante Estrangeiro: Língua Secundária Qual a diferença entre Fone e Fonema? O Fone é a menor unidade do som e da fala e pode ser compreendido em si mesmo. O Fonema é um elemento da língua que corresponde à imagem mental que os falantes têm das unidades sonoras do sistema fonológico. Apesar de que a ortografia representa os fonemas, e não os fones, eles dois juntos são análogos na fala, à letra. Etimologia: Fone Som Phonos significa voz Fonema Sons diferentes Emas significa destinto, diferente Phonos significa voz Exemplos (Língua Portuguesa): LETRAS FONES EXEMPLO T t Tudo: [ˈtudʊ] Ch ʃ Chinês: [ʃinẽis] Tch tʃ Tio: [ˈtʃiw] Por causa do Sotaque, o Cearense “chia” o T diante de I. Exemplos (Língua Inglesa): LETRAS FONES FONEMAS EXEMPLO TRADUÇÃO Sh ʃ ʃ Shine: [ˈʃain] Brilho T t t Tine: [ˈtain] Ponta Tch tʃ tʃ Chain: [ˈtʃein] Corrente Vibração: As ondas sonoras viajam pelo meio (ar) e transmite suas informações via vibrações. As Ondas Perpendiculares Oscilantes são vibrações que comprimem o ar. Hertz: Número de ciclos por segundo. Grave (-) Agudo (+) Som Estridente: Som agudo e irritante. Par Mínimo: Chato x Jato [ˈʃatʊ] [ˈʒatʊ] O fonema só existe por causa do contraste semântico entre os fones. Se existe contraste semântico, existe o contraste fonológico, exceto com palavras homófonas (palavras com grafia diferente, porém com fonemas iguais): Caçar (pegar animais): [ˈkasəh] Cassar (anular): [ˈkasəh] Cesta (recipiente): [ˈseʃtə] Sexta (dia/colocação): [ˈseʃtə] Cinto (acessório): [ˈsĩtʊ] Sinto (sentimento): [ˈsĩtʊ] Thaïs Cristófaro: A foneticista mais importante do Brasil é Thaïs Cristófaro Alves Silva, professora no Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal de Minas Gerais. Foi professora Titular da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais entre 1994-2019. Mestre em Linguística pela UFMG (1986), Doutora em Linguística pela Universidade de Londres (1992) e Pós-Doutorado na Universidade de Newcastle (2002), PUCMINAS (2011) e University College London (2017). É autora do livro “Fonética e Fonologia do Português”, o livro acadêmico padrão usado pelos professores da disciplina universitária que leva o título da obra de Thaïs. Este livro, além de expor objetivamente os aspectos teóricos da fonética e fonologia, contém uma série de exercícios que permite ao estudante praticar os conhecimentos adquiridos. Constitui-se, portanto, em um livro essencial para os estudantes dos cursos de Letras e também extremamente relevante para os profissionais que trabalham com a alfabetização, para os fonoaudiólogos, para estrangeiros que estão aprendendo português e para todas as pessoas interessadas na variaçãodialetal do português brasileiro. Aparelho Fonador: Sistema de órgãos responsável por várias funções biológicas: Mastigar, engolir, sentir, cheirar, respirar, espirrar, tossir, soluçar, arrotar, vomitar, bocejar, suspirar, soprar, sugar, rir, chorar, lamber, beijar, gemer, urrar, vagir, etc... No entanto, a função que mais nos interessa acerca do aparelho fonador é a de falar. O aparelho fonador é dividido em 3 sistemas, são eles: Articulatório (se encontra acima da Glote): Faringe, língua, nariz, palato, dentes, lábios, véu, alvéolo e úvula. Fonatório (se encontra na Laringe): Traqueia e glote (laringe = final da traqueia) Respiratório (se encontra na Cavidade Infraglotal): Pulmões, músculos pulmonares, traqueia e brônquios. O som é produzido a partir da vibração das cordas vocais (também chamados de pregas vocais). Existem fonemas vozeados e desvozeados. Os vozeados vibram as cordas vocais e os desvozeados não. Fonemas Vozeados: Todas as Vogais [a ɐ ə e ɛ i ɪ y o ɔ u ʊ w ɐ̃ ẽ ĩ ʏ̃ õ ũ w̃] As consoantes [b d ɟ g c m n ɲ ř ɦ ɾ v z ʒ ʤ ɣ ɹ l ʎ ɫ] Fonemas Desvozeados: As consoantes [p t c k q f s ʃ ʧ x h] Fonema Anterior x Fonema Posterior: Quando o fonema for produzido mais próximo do nariz e dos lábios (mais próximo do sistema articulatório), ele é chamado de Anterior. Quando o fonema for produzido mais próximo da garganta e da goela (mais próximo do sistema respiratório), ele é chamado de Posterior. Cordas/Pregas Vocais: Músculos estriados situados na glote que podem obstruir parcialmente a passagem de corrente de ar. É através de suas fricções (ou não) e da passagem do ar que são produzidos os sons. Sonoridade das Vogais: São sons produzidos sem fricção ou obstrução na linha central da passagem de ar pelo trato fonador. Sonoridade das Consoantes: São sons produzidos com obstrução parcial ou total da corrente de ar em alguns pontos das cavidades supraglotais, podendo haver fricção (ou não). - As consoantes, como o próprio nome diz (com + soantes) acompanham os sons das vogais. Consoantes Oclusivas: Também chamadas de consoantes plosivas (referente a explosão) são sons consonantais com obstrução total da corrente de ar. São elas: [p b t d c k q g] Consoantes Constritivas: São sons consonantais com obstrução parcial da corrente de ar. São elas: [f v s z ʃ ʒ l ʎ ɫ ř ɾ] - Sonorização da Produção Fonética da Língua Portuguesa: ➔ Mecanismo da Corrente de Ar: Corrente de Ar Pulmonar (produzido no pulmão) e Egressiva (fala soprando) ➔ Estado da Glote: Vozeados (ou sonoros) x Desvozeados (ou surdos) Voiced x Voiceless ➔ Posição do Véu: Nasal x Oral ➔ Articulações: Articulação Ativa (referente ao modo de articulação, elemento que mexe) Articulação Passiva (referente ao ponto de articulação, elemento que fica parado) ➔ Natureza: Modo de Articulação e Grau de Obstrução Retroflexão: Ato de flexionar a língua para trás para produzir o som da consoante [ɹ]. O som do R Retroflexo é a pronuncia presente na vida campestre, o famigerado R dos caipiras. Pontos de Articulação: ➔ Bilabial: [b p m] ➔ Labiodental: [v f] ➔ Dental/Alveolar: [d t n] ➔ Alveolar: [ř ɾ s z l] ➔ Alveolopalatal: [ʧ ʤ ʃ ʒ ɹ] ➔ Palatal: [c ɟ ɲ ʎ] ➔ Velar: [k g x ɣ ɫ] ➔ Uvular: [q ɢ] ➔ Glotal: [h ɦ] Modos de Articulação: ➔ Oclusiva: [p b t d c ɟ k g q ɢ] ➔ Nasal: [m n ɲ] ➔ Vibrante: [ř] ➔ Tepe: [ɾ] ➔ Africadas: [ʧ ʤ] ➔ Fricativa: [f v s z ʃ ʒ x ɣ χ h ɦ] ➔ Retroflexa: [ɹ] ➔ Lateral: [l ʎ ɫ] TABELA DAS CONSOANTES (LÍNGUA PORTUGUESA): Bilabial Labiodental Alveolar Alveolopalatal Palatal Velar Uvular Glotal Oclusiva p b t d c ɟ k g q ɢ Nasal m n ɲ Vibrante ř Tepe ɾ Africada ʧ ʤ Fricativa f v s z ʃ ʒ x ɣ h ɦ Retroflexa ɹ Lateral l ʎ ɫ TABELA DAS CONSOANTES (INTERNACIONAL): Bilabial Labiodental Alveolar Alveolopalatal Palatal Velar Uvular Glotal Oclusiva p b t d ʈ ɖ c ɟ k g q ɢ ʔ Nasal m ɱ n ɳ ɲ ŋ ɴ Vibrante ʙ ř ʀ Tepe ⱱ ɾ Africada ʧ ʤ ɽ Fricativa ɸ β f v θ ð s z ʃ ʒ ʂ ʐ ç ʝ x ɣ χ ʁ h ɦ Retroflexa ʋ ɹ ɻ ɭ j ɰ Lateral l ɭ ʎ ɫ OBS: As consoantes marcadas em vermelha não estão sendo trabalhadas na língua portuguesa, são elas: [ʈ ɖ ʔ ɱ ɳ ŋ ɴ ʙ ʀ ⱱ ɽ ɸ β θ ð ʂ ʐ ç ʝ χ ʁ ħ ʕ ɬ ɮ ʋ ɻ j ɰ ɭ]. [ħ ʕ] são as únicas consoantes faringais fricativas. [ɬ ɮ] são as únicas consoantes laterais-africadas alveolares. ɭ[] é a única consoante lateral retroflexa. Nasalização: Ato de nasalizar a passagem de ar para produzir os sons das consoantes [m n ɲ] e das vogais nasais [ɐ̃ ẽ ĩ ʏ̃ õ ũ w̃], fazendo o ar e o som saírem pelo nariz ao invés da boca. Consoantes Líquidas: Consoantes que mudam seu vozeamento dependendo da consoante anterior, são elas [ɾ l ʎ ɫ]. Análise Fonética (segundo Thaïs Cristófaro): Modo de articulação + ponto de articulação + sonoridade. Oclusivo: Boca fechada Nasais: Som sai pelo nariz Fricativa: Espaço parcial para saída do som Africadas: “Chiando” Tepe: Vibra a língua 1 vez Vibrante: Vibra a língua várias vezes Retroflexa: Dobra a língua para trás Laterais: Encosta a língua nas laterais da boca Bilabial: Lábio + lábio (boca fechada) Labiodental: Lábio + dente (boca fechada) Alveolar/Dental: Língua + dente (boca parcialmente fechada) Alveolopalatal: Ponta da língua + palato (boca aberta + dentes juntos) Palatal: Língua + palato (boca aberta) Velar: Língua sobe para cima (boca aberta) Uvular: Som feito na úvula (boca aberta) Articulações Secundárias: - Labialização: Arredondamento dos lábios que modifica o som das consoantes. - Palatização: Levantamento da língua em direção posterior do palato. - Velarização: Levantamento da parte posterior da língua em direção ao véu. - Dentalizção: Levantamento da ponta da língua em direção ao dente. Separação Silábica: Tautossilábicos: Tautos (iguais). São as repetições de sílabas iguais em um fonema. Exemplo: Tutú [tuˈtu] Heterossilábicos: Heteros (diferentes). São fonemas com sílabas distintas. Exemplo: Amigo [ˈamiɢʊ] Arquifonema: Quando dizemos ̍ mataˈ e ˈnataˈ, o ˈmˈ e o ˈnˈ são fonemas porque distinguem vocábulos. Um fonema é um conjunto de sons. Por exemplo, o <r> inicial de <rato> pode soar como um h aspirado [h], como na palavra inglesa ̍ haveˈ (ter); pode soar como uma consoante gutural ou velar ([x], [ɣ], [χ] ou [ʁ]), semelhante ao ruído que se faz quando se limpa a garganta para escarrar; pode soar com a língua batendo nos alvéolos [ɾ], como fazem os paulistas etc. Quando não existe constranste semântico, mas existe contranste fonêmico, a neutralização dos fonemas é feita, dando origem ao arquifonema. Os arquifonemas estão presentes em final de sílaba, já que as consoantes não estão acompanhadas das vogais, deixando-as sutís. Os arquifonemas também podem aparecer no meio das palavras, apenas se for antes de consoantes, mas esse fenômeno é muito raro. Assimilação: Fenômeno que ocorre quando um segmento adquire, “por contaminação”, uma propeirdade fonética de outro segmento adjacente ou muito próximo. Casca: [ˈkaskə] ou [ˈkaʃkə] Rasga: [ˈxazgə] ou [ˈxaʒgə] Arca: [ˈaxkə] ou [ˈaɣkə] ou [ˈahkə] ou [ˈaɦkə] ou [ˈařkə] ou [ˈaɹkə] Alofone: Dois fones que se fundem em um só fonema, independente do ambiente fonológico, não possuem nenhum contraste. Possuem sempre os mesmos valores fonológicos. Sibilantes: Consoantes que produzem ruído próximo ao som de um assobio ou som de cobra cascavel. O som produzido em questão é agudo e se prolonga com o tempo. É através dos fones [s z ʃ ʒ ʧ ʤ]. Os fonemas surdos e sonoros não se cruza, no entanto, é difícil saber quando se deve usar um desses sons apresentados anteriormente em final de frase ou de palavra. [s] se a primeira sílaba da próxima palavra for desvoezada ou sea palavra acabar em pausa. Bolas Falsas [ˈblɔəs ˈfawsəs] Bolas... de Futebol [ˈblɔəs # ˈʤɪ fuʧiˈbow] Eles [ˈelɪs] [z] se a primeira sílaba da próxima palavra for vozeada ou se for uma vogal. Bolas de Futebol [ˈblɔəz ˈʤɪ fuʧiˈbow] Amigos Verdadeiros [ˈamiɢʊz veɾdɐˈdeyɾʊs] Eles aí [ˈelɪz a. ɪ] Daltossilábicos x Dígrafos: Encontros consonotais em fonemas são chamados de daltossilábicos. Encontros consonatais na gramática são chamados de dígrafo. Elementos de tradução fonologica: # se usa para pausas rápidas do falante ## se usa para pausas longas do falante . se usa para dividir as sílabas, é mais aconselhavel usar o ponto para separar os hiatos : se usa quando o falante alonga um pouco uma última sílaba :: se usa quando o falante alonga muito uma última sílaba Sílabas: Símbolo Nome Som Exemplo Ambiente a a aaaaa Mau [ˈmaw] Sílaba Tônica ɐ a invertido aaaaa Batata [bɐˈtatə] Sílaba Átona ə chuá aaaaa Chuva [ˈʃuvə] Ultima Sílaba (não tônica/átona) e e fechado êêêêê Ipê [iˈpe] Qualquer ɛ e aberto ééééé Chulé [ʃuˈlɛ] Qualquer i i iiiiii Vista [ˈviʃtə] Qualquer sílaba, menos a última ɪ iota iiiii Vi [ˈv ɪ] Última sílaba (não tônica/átona) y iode iiiii Vai [ˈvay] Ditongos com I o o fechado ôôôôô Vô [ˈvo] Qualquer ɔ o aberto óóóóó Vó [ˈvɔ] Qualquer u u uuuuuu Uva [uˈva] Qualquer sílaba, menos a última ʊ úpsilon uuuuuu Cru [ˈqɾʊ] Última Sílaba (não tônica) w dabliu uuuuu Meu [ˈmew] Ditongos com U - O som das vogais é provido dos maxilares - A abertura da boca e/ou altura da língua muda - Posição da língua e do maxilar em todas as vogais: Anterior ou Posterior - Possui rredondamento (ou não) dos lábios Abertura da Boca: Altura da Língua: Fechada [i ɪ y u ʊ w] Alta [i ɪ y u ʊ w] Meio-fechada [e o] Meio-alta [e o] Meio-aberta [ɛ ɔ] Meio-baixa [ɛ ɔ] Aberta [a ɐ ə] Baixa [a ɐ ə] Vogais Nasais: Vogais que nasalizam (o som saem pelo nariz), elas sempre estão acompanhadas da letra n (na gramática), e em alguns casos raros, da letra m. [ɐ̃] Ana [ˈɐ̃nə] / Anã [ˈɐ̃nɐ̃] / Maçã [mɐˈsɐ̃] [ẽ] Parem [ˈpaɾẽʏ̃] / Amém [ɐˈmẽʏ̃] (não existe nenhuma palavra que termina com o e nasal, ele é acompanhado de do y ditongo nasal) [ĩ] Interior [ĩteɾiˈoh] / Ínterim [ˈĩteɾĩ] [ʏ̃] Treinam [tɾẽʏ̃ˈnɐ̃] / Unha [ˈũʏ̃ɲə] [õ] Onda [ˈõdə] / Ponha [ˈpõʏ̃ɲə] [ũ] Ruim [ˈxũʏ̃] / Fórum [ˈfɔɾũ] [w̃] Não [ˈnɐw̃̃] / Buscam [ˈbuskɐ̃w̃] Triângulo Vocálico do Português Anteriores | Centrais | Posteriores Fechadas / Altas [i ɪ y ĩ ʏ̃] [u ʊ w ũ w̃] Meio-Fechadas / Meio-altas [e ẽ] [ə] [o õ] Meio-abertas / Meio-baixas [ɛ] [ɐ ɐ̃] [ɔ] Abertas / Baixas [a] [a] Vogal aberta baixa central não arredondada oral [ə] Vogal meio-fechada meio-alta central oral [ɐ] Vogal meio-aberta meio-baixa central oral [ɐ̃] Vogal meio-aberta meio-baixa central nasal [e] Vogal meio-fechada meio-alta não arredondada oral [ɛ] Vogal meio-aberta meio-baixa não arredondada oral [ẽ] Vogal meio-fechada meio-alta não arredondada nasal [i ɪ y] Vogal fechada alta não arredondada oral [ĩ ʏ̃] Vogal fechada alta não arredondada nasal [o] Vogal meio-fechada meio-alta arredondada oral [ɔ] Vogal meio-aberta meio-baixa arredondada oral [õ] Vogal meio-fechada meio-alta arredondada nasal [u ʊ w] Vogal fechada alta arredondada oral [ũ w̃] Vogal fechada alta arredondada nasal Triângulo Vocálico Internacional OBS: As vogais circuladas não estão sendo trabalhadas. Tonicidade e Átonas: É dado o símbolo [ˈ] para a sílaba tônica das palavras. A vírgula sempre é a tônica. Átonas Finais: [ə ɪ ʊ] Átonas Não-Finais: De modo simplificado, os fones [ɐ ɛ o] podem ser vistas como meras manifestações alofônicas decorrentes da variação dialetal. Tônicas: [a] Hiato: Encontro vocálico (duas ou mais vogais), mas os sons são em sílabas diferentes Exemplos: Saúde [sɐ.ˈuʤɪ] / País [pɐ.ˈis] Ditongo: Encontro vocálico (duas ou mais vogais) com seus sons em uma única sílaba, onde uma sílaba é vogal e a(s) outra(s) é(são) semivogal(gais). As vogais tem proeminência acentual em comparação às semivogais. Exemplos: Pai [ˈpay] / Feira [ˈfeyɾə] / Aula [ˈawlə] / Céu [ˈsɛw] / Filmar [ˈfiwməh] / Sol [ˈsow] / Culto [ˈquwtʊ] / Gracioso [gɾɐsyˈozʊ] DICA: Onde usar [k q c g ɢ ɟ] K (som de cá) vem antes das vogais [a ɐ ə ɐ̃]. Exemplos: Casa [ˈkazə] / Cabaré [kɐbɐˈɾɛ] g (som de gá) vem antes das vogais [a ɐ ə ɐ̃]. Exemplos: Gata [ˈgatə] / Galera [gɐlɛˈɾa] c (som de cuí) vem antes das vogais [e ɛ i ɪ y ẽ ĩ ʏ̃]. Exemplos: Que [cɪ] / Queijo [ˈceyʒʊ] ɟ (som de guê) vem antes das vogais [e ɛ i ɪ y ẽ ĩ ʏ̃]. Exemplos: Mangueira [mɐ̃ˈɟeyɾə] / Gay [ˈɟey] q (som de co/cu) vem antes das vogais [o ɔ u ʊ w õ ũ w̃]. Exemplos: Cuca [ˈqukə] / Com [ˈqõ] ɢ (som de go/gu) vem antes das vogais [o ɔ u ʊ w õ ũ w̃]. Exemplos: Gustavo [ɢusˈtavʊ] / Gol [ˈɢow] Pares Mínimos: A menor forma sonora de um fone/fonema. Permire ao pesquisador certifica-se de que os os sons ocupam lugares distintos dentro de um sistema linguístico. Pode ocorrer de um pesquisador (foneticista) não destinguir dois sons parecidos que ocorrem na língua devido seu contraste semântico sutil, isso pode ocorrer: - na mesma palavra de dialetos diferes (exemplo: dialeto de Fortaleza [ˈʤia] e Cariri [ˈdia]) - livrimente na mesma palavra - quando os alofones estiverem em distribuição complementar (exemplo: [ʧ] antes de vogal fechada) Exemps: Vaca [ˈvakə] x Faca [ˈfakə] / Prato [ˈpɾatʊ] x Pranto [ˈpɾãtʊ] / Mata [ˈmatə] x Mato [ˈmatʊ] Distribuição Complementar: Quando dois segmentos estão em distribuição complementar, eles ocorrem em ambientes exclusivos. Em outras palavras, onde uma das variantes ou alofone ocorre, a outra variante não ocorrerá. Esta distribuição deve ser válida para todas as palavras da língua em questão (veremos oportunamente que exceções caracte rizarão palavras estrangeiras ou empréstimos). O procedimento de identificação de alofones a partir do método de distribuição complementar é ilustrado abaixo conside rando-se a distribuição dos segmentos [t\] e [t] no português de Belo Horizonte (pronúncia que geralmente ocorre em áreas da região Sudeste). Se não encontramos um par mínimo (ou análogo) devemos constatar a distribuição complementar identificando então a distribuição dos alofones. OBS: Se dois sons ocorrem sistematicamente na mesma posição de vocábulos considerados idênticos dentro de um sistema linguístico, diremos que são alofones que variam livremente dentro de uma só palavra, mesmo que apresentem diferenças fonéticas sutís. Sons foneticamente semelhantes: 1 - Som vozeado e seu correspondente desvozeado. 2 - Uma oclusiva e as fricativas e africadas com ponto de articulação idêntico ou muito próximo. 3 - As fricativas com ponto de articulação muito próximo. 4 - As nasais entre si. 5 - As laterais entre si. 6 - As vibrantes entre si. 7 - As laterais, vibrantes e o tepe. 8 - Sons com propriedades articulatórias muito próximas. 9 - As vogais que se distinguem por apenas uma propriedade articulatória. Assim, [e,£] constituem um par suspeito porque estas vogais diferem apenas quanto a uma propriedade articulatória (referente à altura). Por outro lado} [i,u] não representam pares suspeitos uma vez que estes segmentos diferem quanto à anteriorização/posteriorização e arredondamento/não- arredondamento. Análise Fonêmica: Os conceitos e procedimentos metodológicos discutidos em fonética e fonologia são necessários para a análise fonêmica de uma língua, dialeto, fonema ou qualquerelemento fonêmico. Os segmentos fonêmicos não podem ser ordenados aleatoriamente, mas agrupam-se em conformidade com regras de linguagem já convencionais, já naturais. Procedimentos da Análise Fonêmica: P1: Coletar o corpus. P2: Colocar todos os segmentos encontrados no corpus na tabela fonética. P3: Identificar os sons foneticamente semelhantes (sfs). P4: Identificar fonemas e alofones caracterizando a distribuição complementar ou listando os pares mínimos relevantes. P5: Colocar os segmentos na tabela fonêmica. Conceitos Básicos de Fonêmica: Fone: Unidade sonora atestada na produção da fala, precedendo qualquer análise. Os fones são os segmentos vocálicos e consonantais encontrados na transcrição fonética. Fonema: Unidade sonora que se distingue funcionalmente das outras unidades da língua. Método de identificação de um fonema: par mínimo (ou análogo). Alofone: Unidade que se relaciona à manifestação fonética de um fonema. Alofones de um mesmo fonema ocorrem em contextos exclusivos. Método de identificação: distribuição complementar. Variantes Posicionais: São alofones que dependem do contexto e variantes livres são alofones que não dependem do contexto. Par Suspeito: Representa um grupo de dois sons que apresentam caracterís ticas fonéticas semelhantes (sfs) e devem ser caracterizados ou como fonemas ou como alofones. Tradução Fonética x Tradução Fonêmica PALAVRA FONÉT. FORTALEZA FONÉT. CARIRI FONÊMICA Tatu [tɐˈtʊ] [tɐˈtʊ] /taˈtu/ Time [ˈʧimɪ] [ˈʧimɪ] /ˈʧimI/ Toró [tɔˈɾɔ] [tɔˈɾɔ] /tOˈɾo/ Tino [ˈʧĩnʊ] [ˈtĩnʊ] /tinU/ Atilado [ɐʧiˈladʊ] [ɐtiˈladʊ] /atiˈladU/ Teto [ˈtɛtʊ] [ˈtɛtʊ] /ˈtɛtU/ Tchau [ˈʧaw] [ˈʧaw] /ˈʧau/ Atchim [ɐˈʧĩ] [ɐˈʧĩ] /aˈʧiN/ Arquifonema das vogais: [a] [e] [i] [o] [u] /a/ [ɐ] /E/ [ɛ] /I/ [ɪ] /O/ [ɔ] /U/ [ʊ] [ə] [y] [w] Distribuição complementar dentro de Fortaleza: [i] = [tʃi] [t] + [ɪ] = [tʃɪ] [ĩ] = [tʃ ĩ] [t] permance como [t] nos demais ambientes Alofonia livre entre dialetos: Fortaleza Recife Tia → [ˈʧiə] [ˈtiə] => [ʧ] + [t] = /t/ Dia → [ˈʤiə] [ˈdiə] => [ʤ] + [d] = /d/ Fones Alofones Fonemas OBS:Se dois ou mais fones ocorrem na mesma palavra (sem contraste semântico) há então a aparição da variação livre. Tabela do Alofone /R/: Alofone /S/: PALAVRA FONEMICA FONÉTICA PALAVRA FONEMICA FONÉTICA Seca /ˈsɛka/ [ˈsɛkə] Assa /ˈasa/ [ˈasə] Zeca /ˈzɛka/ [ˈzɛkə] Asa /ˈaza/ [ˈazə] Checa /ˈʃɛka/ [ˈʃɛkə] Acha /ˈaʃa/ [ˈaʃə] Jeca /ˈʒɛka/ [ˈʒɛkə] Haja /ˈaʒa/ [ˈaʒə] Verifica-se contraste semântico e fonológico entre as sibilantes alveolares e palato-alveolares, bem como entre surdas e sonoras. Variação livre ocorre dentro de uma mesma sequência fonológica, em ambiente idêntico. Variação posicional ocorre sempre em sequências fonológicas diferentes, com fones em distribuição complementar. /S/ no final da sílaba (CE): PALAVRA FONÊMICA FONÉTICA Meninos /mE'ninUS/ [mĩ'nĩnʊs] Meninas /mE'ninaS/ [mĩ'nĩnəs] Meninos bonitos /mE'ninuS bO'nitUS/ [mĩ'nĩnʊz bu'nitʊs] Meninas inteligentes /mE'ninaS ĩtEli'ʒẽtIS/ [mĩ'nĩnəz ĩteli'ʒẽtɪs] /S/ no final da sílaba (RJ): PALAVRA FONÊMICA FONÉTICA Meninos /mE'ninUS/ [mĩ'nĩnʊʃ] Meninas /mE'ninaS/ [mĩ'nĩnəʃ] Meninos bonitos /mE'ninuS bO'nitUS/ [mĩ'nĩnʊʒ bu'nitʊʃ] Meninas inteligentes /mE'ninaS ĩtEli'ʒẽtIS/ [mĩ'nĩnəʒ ĩteli'ʒẽtɪʃ] O R que o Cearense coloca: No ceará [h, ɦ] podem ser alofones de /s, z, ʒ, v/ exemplo: PALAVRA VARIANTE 1 VARIANTE 2 VARIANTE 3 Os 3 [ʊs 'tɾeys] [ʊh 'treys] [ʊhs 'treys] Os 2 [ʊz 'doys] [ʊɦ 'doys] [ʊɦz 'doys] A gente [ə 'ʒẽʧɪ] [ə 'hẽʧɪ] Lá vai ['la 'vay] ['lay 'hay] SITES ÚTEIS PARA PESQUISA: ➔ The international phonetic alfabet: Site em língua inglesa que apresenta, de forma bem simples, todas as consoantes, vogais e outros símbolos do alfabeto fonético internacional. Clicando em cada um desses símbolos, você escutará a voz do narradar pronunciando o som que o símbolo representa. Disponível em: https://web.uvic.ca/ling/resources/ipa/charts/IPAlab/IPAlab.htm ➔ Fonética articulatória – Thaïs Cristófaro: Como foi apresentado anteriormente nesse arquivo de apoio aos estudantes do curso de letras, Thaïs Cristófaro é um dos maiores nomes da Fonética e da Fonologia no Brasil. O seu livro intitulado como Fonética e Fonologia do Português é usado como padrão para universidades que abordam essa disciplina, no entanto, Cristófaro não se limitou apenas à produção escrita, como também à digital. Seu site (em língua portuguesa) é muito completo, apresenta falantes produzindo sons referentes ao símbolo de quem navega, seu ultrassom, o ponto e o modo de articulação, exercícios para prática e muito mais. Um prato cheio para os amantes de fonfon. Disponível em: https://fonologia.org/fonetica-articulatoria/ ➔ Interactive IPA Chart: Site em língua inglesa bem parecido com o The international phonetic alfabet, só que mais interativo e aborda mais acerca do triângulo vocálico. IPA é sigla para international phonetic alfabet, ou seja, alfabeto fonético internacional. Disponível em: https://www.ipachart.com https://web.uvic.ca/ling/resources/ipa/charts/IPAlab/IPAlab.htm https://fonologia.org/fonetica-articulatoria/ https://www.ipachart.com/ ➔ IPA i-chart: Site em língua inglesa extremamente parecido com o IPA Chart, só que como se fosse uma evolução do mesmo. Ele é mais bonito, mais fácil de se navegar e ainda pode ser usado como acervo de caracteres e tradutor fonético (apenas em língua inglesa). Disponível em: https://www.internationalphoneticassociation.org/IPAcharts/inter_chart_2018/IPA_2018.html ➔ Separação Sílabica: Se você tem problemas em identificar a sílaba tônica, separar as sílabas ou descobrir se uma palavra possui ditongo, tritongo ou hiato, esse site (em língua portuguesa) vai te ajudar bastante. Colocando qualquer palavra, ele separa e apresenta a sílaba tônica para o navegante. Disponível em: https://www.separaremsilabas.com/index.php?lang=index.php&p=brasileiro&button=Separação+das+sílabas ➔ Arquivo produzido por: Thallyson Pinheiro (Aluno de Letras Português e Inglês / UFC) Encontre mais materiais de estudos no endereço abaixo: https://allmylinks.com/thailspinh Bons estudos!!! https://www.internationalphoneticassociation.org/IPAcharts/inter_chart_2018/IPA_2018.html https://www.separaremsilabas.com/index.php?lang=index.php&p=brasileiro&button=Separação+das+sílabas
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