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SISTEMA DE ENSINO
NOÇÕES SOBRE 
DIREITOS DAS 
PESSOAS COM 
DEFICIÊNCIA
 Lei n. 13.146/2015 (Estatuto) – Parte II
Livro Eletrônico
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 Lei n. 13.146/2015 (Estatuto) – Parte II
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Daniel Mesquita
Sumário
Lei n. 13.146/2015 (Estatuto) – Parte II ....................................................................................... 3
Dos Direitos Fundamentais........................................................................................................... 3
Do Direito à Habilitação e Reabilitação ...................................................................................... 6
Do Direito à Saúde........................................................................................................................... 8
Do Direito à Educação .................................................................................................................. 14
Do Direito à Moradia......................................................................................................................19
Do Direito ao Trabalho e Emprego ..............................................................................................21
Do Direito à Assistência Social ................................................................................................... 23
Do Direito à Previdência Social .................................................................................................. 26
Do Direito à Cultura, ao Esporte, ao Turismo e ao Lazer ...................................................... 27
Direito ao Transporte e à Mobilidade ....................................................................................... 33
Resumo ............................................................................................................................................ 39
Questões de Concurso .................................................................................................................42
Gabarito ........................................................................................................................................... 53
Gabarito Comentado .................................................................................................................... 54
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 Lei n. 13.146/2015 (Estatuto) – Parte II
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Daniel Mesquita
LEI N. 13.146/2015 (ESTATUTO) – PARTE II
Nesta aula do curso de Direitos das Pessoas com Deficiência, vamos abordar o Título II da 
Lei n. 13.146/2015, que trata dos Direitos Fundamentais das pessoas com deficiência.
Esses direitos foram previstos a partir da Constituição Federal, que impõe à República Fe-
derativa do Brasil o princípio fundamental da dignidade da pessoa humana, bem como a partir 
da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que confere inúme-
ras diretrizes, aos países signatários, no estabelecimento de direitos à pessoa com deficiência.
Em última análise, esses direitos visam promover a isonomia, na medida em que impõem 
um tratamento adequado à condição especial da pessoa com deficiência, de modo que essa 
“desigualdade” causada pela deficiência seja compensada com um tratamento “desigual” na 
medida certa. Se uma pessoa sem deficiência tem direito à educação, uma pessoa com de-
ficiência também o tem, mas, por exemplo, com tecnologia e comunicação que lhe garanta o 
entendimento integral daquilo que está sendo ensinado. Por outro lado, a lei coíbe a cobrança 
de preços diferenciados às pessoas com deficiência, bem como impõe medidas que garantam 
o acesso a esses direitos.
Você verá, em nossa aula, os detalhes de cada um dos direitos previstos na Lei n. 
13.146/2015, para que você possa acertar todas as questões relativas a esse tema.
Venha comigo!
Dos Direitos FunDamentais
Nesta aula, estudaremos os diversos direitos fundamentais que a Lei n. 13.146/2015 garan-
te à pessoa com deficiência. Eles se encontram nos capítulos I a X da referida Lei (arts. 10 a 52).
Eles estão dispostos a seguir, para que você tenha uma visão geral de todos os capítulos 
compreendidos nesse título. São eles:
• direito à vida;
• direito à habilitação e à reabilitação;
• direito à saúde;
• direito à educação;
• direito à moradia;
• direito ao trabalho;
• direito à assistência social;
• direito à previdência social;
• direito à cultura, ao esporte ao turismo e ao lazer;
• direito ao transporte e à mobilidade.
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Antes de adentrarmos no cerne da aula de hoje, cumpre fazer uma rápida observação: aten-
te para o fato de que muitos desses direitos também estão previstos na Constituição Federal, 
de modo que a Lei n. 13.146/2015 os efetiva e os adapta à situação das pessoas com defici-
ência. Observe o que nos diz o art. 6º da Constituição:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, 
o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos 
desamparados, na forma desta Constituição.
Agora, sim, vamos abordar cada um desses direitos!
Mais do que um direito fundamental da pessoa com deficiência, o direito à vida já se en-
contra garantido a todas as pessoas, sendo uma garantia fundamental prevista no art. 5º da 
Constituição Federal. Deve-se ter em mente que se trata do direito mais básico do ser humano, 
sendo inviolável e garantido a todas as pessoas, sem qualquer distinção.
É em conformidade com essa disposição constitucional que se reforça essa garantia à 
pessoa com deficiência, conforme estudaremos a seguir.
O art. 10 da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência disci-
plinou que:
Os Estados-Partes reafirmam que todo ser humano tem o inerente direito à vida e tomarão todas as 
medidas necessárias para assegurar o efetivo exercício desse direito pelas pessoas com deficiên-
cia, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
É óbvio que o primeiro direito fundamental do portador de deficiência é o direito à vida, e 
a uma vida digna. Sem ela, todos os demais direitos inexistem. A pessoa com deficiência tem 
o direito de lutar pela sua vida e o Estado tem que tomar todas as medidas necessárias para 
assegurar esse direito em igualdade de oportunidade com as demais pessoas.
Também é óbvio que, apesar de ser dever do Estado tomar medidas para garantir a vida 
da pessoa com deficiência, ela não é obrigada a se submeter a tratamento clínico ou interven-
ção cirúrgica ou a ser submetido a qualquer tratamento de forma forçada (art. 11, da Lei n. 
13.146/2015). O consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa com deficiência é indis-
pensável para a realização de tratamento, procedimento, hospitalização e pesquisa científica 
(art. 12, da Lei n. 13.146/2015).
Há uma hipótese, contudo, em que é desnecessário o consentimento da pessoa com defi-
ciência quando a situação envolve direito à vida: atendimento de emergência em saúde e risco 
de morte (art. 13, da Lei n. 13.146/2015).
Se a pessoa portadora de deficiência estiver submetida à curatela, deve-se buscar no maiorgrau possível a sua participação no processo de decisão acerca da realização do tratamento. 
Se, contudo, ela não puder expressar sua vontade, esse consentimento poderá ser suprido, na 
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forma da lei: normalmente pelo curador ou com a autorização judicial (como ocorre na Lei n. 
9.263/1996).
Tutela é o encargo atribuído pela Justiça a um sujeito capaz, para que proteja, zele, guarde, 
oriente, responsabilize-se e administre os bens de crianças e adolescentes cujos pais são fale-
cidos ou estejam ausentes até que completem 18 anos de idade (ou seja, menores de idade).
Curatela é o encargo atribuído pelo Juiz a um sujeito capaz, para que proteja, zele, guarde, 
oriente, responsabilize-se e administre os bens de pessoas judicialmente declaradas incapa-
zes (que não sejam menores de idade).
Interessante notar que há uma proteção especial na Lei n. 13.146/2015 à pessoa com de-
ficiência quanto à sua participação em pesquisa científica em situação de tutela ou curatela. 
Essa participação somente pode ocorrer:
(a) em caráter excepcional;
(b) se houver indícios de benefício direto para sua saúde ou para a saúde de outras pesso-
as com deficiência; e
(c) desde que não haja outra opção de pesquisa de eficácia compatível com participantes 
não tutelados ou curatelados.
Diante da imposição da presença desses três requisitos cumulativos, é praticamente im-
possível promover pesquisa científica com a participação de pessoas com deficiência tutelada 
ou curatelada.
Outra faceta do direito à vida é a proteção da pessoa com deficiência em situação de vul-
nerabilidade. Em determinadas situações, especialmente as de risco, emergência ou estado de 
calamidade pública, a pessoa com deficiência será considerada vulnerável e o Poder Público 
deverá adotar medidas para a sua proteção (art. 10, parágrafo único, da Lei n. 13.146/2015).
Antes de passar para o próximo tópico, leia com atenção os dispositivos da Lei n. 
13.146/2015 acima mencionados:
Art. 10. Compete ao poder público garantir a dignidade da pessoa com deficiência ao longo de toda 
a vida.
Parágrafo único. Em situações de risco, emergência ou estado de calamidade pública, a pessoa com 
deficiência será considerada vulnerável, devendo o poder público adotar medidas para sua proteção 
e segurança.
Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada a se submeter a intervenção clínica ou 
cirúrgica, a tratamento ou a institucionalização forçada.
Parágrafo único. O consentimento da pessoa com deficiência em situação de curatela poderá ser 
suprido, na forma da lei.
Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa com deficiência é indispensável para 
a realização de tratamento, procedimento, hospitalização e pesquisa científica.
§ 1º Em caso de pessoa com deficiência em situação de curatela, deve ser assegurada sua partici-
pação, no maior grau possível, para a obtenção de consentimento.
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§ 2º A pesquisa científica envolvendo pessoa com deficiência em situação de tutela ou de curatela 
deve ser realizada, em caráter excepcional, apenas quando houver indícios de benefício direto para 
sua saúde ou para a saúde de outras pessoas com deficiência e desde que não haja outra opção de 
pesquisa de eficácia comparável com participantes não tutelados ou curatelados.
Art. 13. A pessoa com deficiência somente será atendida sem seu consentimento prévio, livre e 
esclarecido em casos de risco de morte e de emergência em saúde, resguardado seu superior inte-
resse e adotadas as salvaguardas legais cabíveis.
Do Direito à Habilitação e reabilitação
O Brasil se obrigou no cenário internacional, ao assinar a Convenção Internacional sobre os 
Direitos das Pessoas com Deficiência, a:
Tomar medidas apropriadas para promover a recuperação física, cognitiva e psicológica, inclusive 
mediante a provisão de serviços de proteção, a reabilitação e a reinserção social de pessoas com 
deficiência que forem vítimas de qualquer forma de exploração, violência ou abuso. (art. 16, item 4).
A habilitação e a reabilitação da pessoa com deficiência são objetivos tão importantes para 
a Convenção que foi dedicado um capítulo específico para esse tema no art. 26 do tratado in-
ternacional. Nesse artigo, os parâmetros para a promoção da habilitação e da reabilitação são:
• promover a autonomia;
• promover a plena capacidade física, mental, social e profissional;
• inclusão em todos os aspectos da vida (educação, emprego, serviços sociais etc.);
• ampliação dos serviços e programas de habilitação e reabilitação;
• início de forma mais precoce possível;
• avaliação multidisciplinar das necessidades;
• identificação das potencialidades da pessoa;
• proximidade do tratamento com a comunidade onde vive a pessoa com
• deficiência;
• capacitação contínua dos profissionais envolvidos;
• desenvolvimento e disponibilidade de tecnologias assistivas.
Na Lei n. 13.146/2015, o direito à habilitação e à reabilitação é garantido no art.
Os objetivos do processo de habilitação e reabilitação são assim expressos na lei:
Art. 14, Parágrafo único. O processo de habilitação e de reabilitação tem por objetivo o desenvol-
vimento de potencialidades, talentos, habilidades e aptidões físicas, cognitivas, sensoriais, psicos-
sociais, atitudinais, profissionais e artísticas que contribuam para a conquista da autonomia da 
pessoa com deficiência e de sua participação social em igualdade de condições e oportunidades 
com as demais pessoas.
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Perceba que, assim como na Convenção Internacional, a busca pela autonomia e pelo de-
senvolvimento das potencialidades da pessoa com deficiência são os principais objetivos da 
habilitação e da reabilitação.
A lei também informa que a avaliação da pessoa com deficiência deve ser promovida por 
equipe multidisciplinar, observando as seguintes diretrizes (art. 15, da Lei n. 13.146/2015):
I – diagnóstico e intervenção precoces;
II – adoção de medidas para compensar perda ou limitação funcional, buscando o desenvolvimento 
de aptidões;
III – atuação permanente, integrada e articulada de políticas públicas que possibilitem
a plena participação social da pessoa com deficiência;
IV – oferta de rede de serviços articulados, com atuação intersetorial, nos diferentes níveis de com-
plexidade, para atender às necessidades específicas da pessoa com deficiência;
V – prestação de serviços próximo ao domicílio da pessoa com deficiência, inclusive na zona rural, 
respeitadas a organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas 
do Sistema Único de Saúde (SUS).
Essas diretrizes seguem a lógica deque, quanto mais cedo o diagnóstico e a intervenção, 
maiores as chances de habilitação e reabilitação. Noutro giro, a atuação dos profissionais 
multidisciplinares deve ser permanente e articulada com políticas públicas, deve atender dife-
rentes níveis de complexidade e devem ocorrer em local próximo ao domicílio da pessoa com 
deficiência.
Também decorre das características da habilitação e da reabilitação, inseridas na Conven-
ção Internacional, o art. 16 da Lei n. 13.146/2015, pois esse dispositivo informa que são ga-
rantidos, nos programas e serviços de habilitação e reabilitação, a acessibilidade, a tecnologia 
assistida e a capacitação continuada dos profissionais. Veja:
Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e de reabilitação para a pessoa com deficiência, 
são garantidos:
I – organização, serviços, métodos, técnicas e recursos para atender às características de cada 
pessoa com deficiência;
II – acessibilidade em todos os ambientes e serviços;
III – tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação, materiais e equipamentos adequados e apoio 
técnico profissional, de acordo com as especificidades de cada pessoa com deficiência;
IV – capacitação continuada de todos os profissionais que participem dos programas e serviços.
Por fim, o último dispositivo que trata da habilitação e da reabilitação (art. 17, da Lei n. 
13.146/2015) envolve a atuação dos serviços do SUS e do SUAS, que são os Sistemas de Saú-
de e de Assistência Social, respectivamente.
Para a lei, o SUS e o SUAS devem dar informações e orientações adequadas para propor-
cionar o acesso das pessoas com deficiência às políticas públicas disponíveis, de forma que 
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essas pessoas tenham plena participação na vida social. E essas informações devem ser dis-
ponibilizadas em todas as áreas:
De saúde, de educação, de cultura, de esporte, de lazer, de transporte, de previdência social, de assis-
tência social, de habitação, de trabalho, de empreendedorismo, de acesso ao crédito, de promoção, 
proteção e defesa de direitos e nas demais áreas que possibilitem à pessoa com deficiência exercer 
sua cidadania. (parágrafo único do art. 17 da Lei n. 13.146/2015).
Do Direito à saúDe
Quando se fala de saúde da pessoa com deficiência, é necessário remeter você ao direito 
constitucional brasileiro, por ser a saúde uma garantia fundamental e decorrência direta do 
princípio fundamental da dignidade da pessoa humana.
O cidadão possui a garantia de viver em ambiente adequado com condições sadias, e in-
cumbe ao Estado adotar as políticas sociais adequadas para a redução de doenças, bem como 
garantir o acesso universal de forma igualitária para os serviços de saúde.
No caso do direito à saúde da pessoa com deficiência, é necessário “abrir o olho”, pois a lei 
estabelece normas para que essa pessoa tenha um atendimento integral, em todos os níveis 
de complexidade, de caráter preventivo e de tratamento, sem discriminação, sem custos adi-
cionais, com o direito a acompanhante, em ambientes acessíveis, sem se submeter a qualquer 
tipo de discriminação ou violência.
Em sentido lato, a saúde é prevista e assegurada pela Carta Magna do país na parte dos 
direitos fundamentais em seu art. 196, vejamos:
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e eco-
nômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e 
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Seguindo a linha da Constituição Federal, vamos analisar o art. 18 da Lei de Inclusão da 
Pessoa com Deficiência. A política que o Estado adota no Brasil é o Sistema Único de Saúde 
(SUS). Esse é um sistema de prestação de serviço público gratuito pelo Estado, custeado com 
o direito dos tributos dos contribuintes. O SUS é de responsabilidade dos três entes federati-
vos (União, Estados e Municípios). A iniciativa privada pode participar do SUS, mas em caráter 
complementar (por isso que você vê hospitais privados atendendo pelo SUS).
A lei que regulamenta o SUS é a Lei n. 8.080/1990, mas o foco aqui é outro: a Lei n. 
13.146/2015.
Desse modo, como essa lei traz o SUS para dentro da realidade da pessoa com deficiência?
Lei o art. 18 da Lei n. 13.146/2015:
Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com deficiência em todos os níveis de 
complexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso universal e igualitário.
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§ 1º É assegurada a participação da pessoa com deficiência na elaboração das políticas de saúde 
a ela destinadas.
§ 2º É assegurado atendimento segundo normas éticas e técnicas, que regulamentarão a atuação 
dos profissionais de saúde e contemplarão aspectos relacionados aos direitos e às especificidades 
da pessoa com deficiência, incluindo temas como sua dignidade e autonomia.
§ 3º Aos profissionais que prestam assistência à pessoa com deficiência, especialmente em servi-
ços de habilitação e de reabilitação, deve ser garantida capacitação inicial e continuada.
§ 4º As ações e os serviços de saúde pública destinados à pessoa com deficiência devem assegu-
rar:
I – diagnóstico e intervenção precoces, realizados por equipe multidisciplinar;
II – serviços de habilitação e de reabilitação sempre que necessários, para qualquer tipo de deficiên-
cia, inclusive para a manutenção da melhor condição de saúde e qualidade de vida;
III – atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento ambulatorial e internação;
IV – campanhas de vacinação;
V – atendimento psicológico, inclusive para seus familiares e atendentes pessoais;
VI – respeito à especificidade, à identidade de gênero e à orientação sexual da pessoa com defici-
ência;
VII – atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à fertilização assistida;
VIII – informação adequada e acessível à pessoa com deficiência e a seus familiares sobre sua 
condição de saúde;
IX – serviços projetados para prevenir a ocorrência e o desenvolvimento de deficiências e agravos 
adicionais;
X – promoção de estratégias de capacitação permanente das equipes que atuam no SUS, em todos 
os níveis de atenção, no atendimento à pessoa com deficiência, bem como orientação a seus aten-
dentes pessoais;
XI – oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de locomoção, medicamentos, insumos e fórmu-
las nutricionais, conforme as normas vigentes do Ministério da Saúde.
§ 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também às instituições privadas que participem de forma 
complementar do SUS ou que recebam recursos públicos para sua manutenção.
Como todo cidadão tem direito a ser atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o cida-
dão com deficiência não poderia ficar de fora. A lei deixa claro que esse atendimento à pessoa 
com deficiência deve alcançar todos os níveis de complexidade, ou seja, não é só um atendi-
mento superficial e raso. Além disso, o acesso é universal (a todas as pessoas) e igualitário 
(todos devem ser tratados igualmente).
No § 1º do art. 18, garante-se às pessoas com deficiência a participação na elaboração de 
políticas de saúde. O intuito da leié que elas sejam ouvidas em suas reclamações, seus dese-
jos e por entenderem e conhecerem mais do que outra pessoa o corpo, o estado psicológico e 
as dificuldades que elas enfrentam.
O § 2º desse artigo confere, ainda, aos portadores de deficiência o atendimento de sua 
saúde por profissionais da área da saúde pautados em normas éticas e técnicas. Esse atendi-
mento ético deve observar tanto os direitos das pessoas com necessidades especiais quanto 
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o de promover atendimento adequado para as necessidades específicas que precisam, respei-
tando sua autonomia.
Para complementar, o § 3º prevê o treinamento e capacitação inicial e continuada para os 
profissionais que atendem pessoas com deficiência, especialmente aqueles especializados 
em serviços de habilitação e reabilitação de pessoas com deficiência. A ideia é que os profis-
sionais estejam atualizados e acompanhem o desenvolvimento científico, tecnológico e técni-
co que estão em constante melhoramento.
O parágrafo subsequente trata do direito das pessoas com deficiência em terem diagnós-
tico e intervenção precoce, que seja realizado por equipe multidisciplinar para o melhor trata-
mento, evitando complicações fatais que possam prejudicar a vida afetiva, profissional, social 
e, principalmente, a parte psicológica que normalmente é mais frágil, estando previsto trata-
mento psicológico, inclusive para familiares e quem os atende. Aborda ainda a garantia de tra-
tamento ambulatorial, internação, campanhas de vacinação, identidade de gênero, orientação 
sexual e reprodutiva com direito à fertilização assistida, oferta de próteses, meias auxiliares, 
medicamentos, fórmulas nutricionais, entre outros.
O principal objetivo do § 4º é proporcionar uma maior qualidade de vida, uma inserção do 
paciente na sociedade baseado nos desejos, vontades e necessidades que permitem um me-
lhoramento na qualidade de vida.
O último parágrafo do art. 18 estipula que as diretrizes nele previstas devem ser aplicadas 
para instituições privadas que participam de forma complementar do SUS ou que recebam 
recursos públicos para a manutenção do serviço, da estrutura etc. É uma forma de ampliar 
serviços para ofertar saúde para todos.
O art. 19 da Lei n. 13.146/2015 continua tratando de como o SUS deve atender a pessoa 
com deficiência. A palavra-chave desse dispositivo é uma só: prevenção. Esse artigo prevê as 
competências do SUS para prevenir deficiências por causas evitáveis, ou seja, ações e medi-
das que podem ser tomadas para evitar acidentes que podem ocasionar lesões que tornem o 
indivíduo deficiente ou ações que previnam doenças que podem causar deficiência. Observe:
Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações destinadas à prevenção de deficiências por causas 
evitáveis, inclusive por meio de:
I – acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, com garantia de parto humanizado e 
seguro;
II – promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, vigilância alimentar e nutricional, 
prevenção e cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição da mulher e da 
criança;
III – aprimoramento e expansão dos programas de imunização e de triagem neonatal;
IV – identificação e controle da gestante de alto risco.
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Esse dispositivo caminha na esteira do art. 198, II, da Constituição, pois lá está definido que 
uma das diretrizes do SUS é o atendimento integral com prioridade para ações preventivas, ou 
seja, com foco em evitar doenças, inclusive aquelas que possam redundar numa deficiência.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e 
constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I – descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II – atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços 
assistenciais;
III – participação da comunidade.
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento 
da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras 
fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
A ideia de prevenção é essencial para a manutenção da sociedade com boa qualidade de 
vida para o desenvolvimento do país. Estão previstas na lei medidas de prevenção como:
• o acompanhamento da gravidez (no caso do “zika vírus”, evita e previne o nascimento 
de bebês com microcefalia);
• o incentivo de práticas alimentares adequadas e saudáveis, principalmente com mulhe-
res e crianças;
• o aprimoramento e expansão de programas de imunização (vacinação) e de triagem 
neonatal; e
• melhor identificação de gestantes com gravidez de alto risco, garantindo que não haja 
deficiência por falta de monitoramento adequado.
Essa preocupação com a prevenção também consta no art. 25, b, da Convenção Internacio-
nal sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência:
b) Propiciarão serviços de saúde que as pessoas com deficiência necessitam especificamente por 
causa de sua deficiência, inclusive diagnóstico e intervenção precoces, bem como serviços proje-
tados para reduzir ao máximo e prevenir deficiências adicionais, inclusive entre crianças e idosos;
Muitos dos dispositivos relacionados ao direito à saúde da pessoa com deficiência fazem 
questão de promover a isonomia no atendimento deles e das demais pessoas sem deficiência, 
de modo a não excluir a atenção ao primeiro grupo. Isso ocorre, por exemplo, no art. 20 da 
Lei n. 13.146/2015, que obriga as seguradoras e operadoras de plano de saúde a garantirem 
às pessoas com deficiência serviços iguais aos ofertados aos outros clientes. Tal dispositivo 
evita que haja discriminação e cobrança elevada dos planos para pessoas que tenham alguma 
deficiência, por serem prováveis usuários de maiores serviços.
Isso também consta no art. 25, e, da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pesso-
as com Deficiência:
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e) Proibirão a discriminação contra pessoas com deficiência na provisão de seguro de saúde e 
seguro de vida, caso tais seguros sejam permitidos pela legislação nacional, os quais deverão ser 
providos de maneira razoável e justa;
Esse dispositivo é complementado pelo art. 23, que trata da vedação à discriminação dos 
pacientes com deficiência, inclusive quanto ao valor diferenciado por planos de saúde e se-
guro. Isso garante que sua condição não seja motivo para um tratamento diferenciado e mais 
caro, o que feriria o princípio da isonomia e acabaria por significar uma limitação ao exercíciodo direito à saúde pela pessoa com deficiência.
Art. 20. As operadoras de planos e seguros privados de saúde são obrigadas a garantir à pessoa 
com deficiência, no mínimo, todos os serviços e produtos ofertados aos demais clientes.
Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à saúde da pessoa com deficiência no local de 
residência, será prestado atendimento fora de domicílio, para fins de diagnóstico e de tratamento, 
garantidos o transporte e a acomodação da pessoa com deficiência e de seu acompanhante.
Art. 22. À pessoa com deficiência internada ou em observação é assegurado o direito a acompa-
nhante ou a atendente pessoal, devendo o órgão ou a instituição de saúde proporcionar condições 
adequadas para sua permanência em tempo integral.
§ 1º Na impossibilidade de permanência do acompanhante ou do atendente pessoal junto à pessoa 
com deficiência, cabe ao profissional de saúde responsável pelo tratamento justificá-la por escrito.
§ 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no § 1º deste artigo, o órgão ou a instituição de saú-
de deve adotar as providências cabíveis para suprir a ausência do acompanhante ou do atendente 
pessoal.
Art. 23. São vedadas todas as formas de discriminação contra a pessoa com deficiência, inclusive 
por meio de cobrança de valores diferenciados por planos e seguros privados de saúde, em razão 
de sua condição.
O art. 21 da Lei n. 13.146/2015 reflete o caráter integral da prestação à saúde da pessoa 
com deficiência. Quando o atendimento em domicílio a essa pessoa não for mais suficiente e 
for preciso o seu deslocamento a algum hospital ou clínica, deve ser assegurado o transporte 
e acomodação, inclusive para seu acompanhante, para fins de diagnóstico e tratamento. Tal 
medida visa evitar que a dificuldade de locomoção seja um empecilho para o atendimento à 
saúde da pessoa com deficiência.
O art. 22 reforça a necessidade de promover a presença de um acompanhante para a pes-
soa com deficiência, especialmente quando esta estiver internada ou em observação, o que 
deve se dar em tempo integral. É uma forma de dar segurança e atenção especial ao portador 
de deficiência.
Em caso de impossibilidade da permanência do acompanhante, deve o profissional de 
saúde responsável pelo tratamento justificar por escrito. Nessa situação, a instituição ou órgão 
fica obrigado a tomar todas as medidas cabíveis para suprir as necessidades geradas pela 
ausência do acompanhante ou atendente pessoal.
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Há, ainda, algumas características específicas para a prestação de saúde à pessoa com 
deficiência:
• ampla informação, inclusive com o uso de tecnologia assistiva;
• acessibilidade, com eliminação de barreiras nos espaços de serviços de saúde;
• atuação firme contra suspeita de violência contra a pessoa com deficiência.
Veja a redação dos últimos artigos desse capítulo.
Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o acesso aos serviços de saúde, tanto públicos 
como privados, e às informações prestadas e recebidas, por meio de recursos de tecnologia assisti-
va e de todas as formas de comunicação previstas no inciso V do art. 3º desta lei.
Art. 3º Para fins de aplicação desta lei, consideram-se:
III – tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, meto-
dologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à 
atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua 
autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social;
V – comunicação: forma de interação dos cidadãos que abrange, entre outras opções, as línguas, 
inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sina-
lização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos multimídia, assim como a 
linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, 
meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo as tecnologias da infor-
mação e das comunicações;
Esse artigo valoriza a compreensão e autonomia do deficiente, bem como incentiva a me-
lhoria de tecnologias para oferecer assistência ao paciente, para que o deixe independente. 
Assim, em um hospital deve haver, por exemplo, indicações em braile para os cegos terem 
autonomia.
Outra medida ligada à acessibilidade, mas agora relacionada à locomoção e à comunica-
ção, é a trazida pelo art. 25 da Lei n. 13.146/2015, que assim dispõe:
Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tanto públicos quanto privados, devem assegurar o 
acesso da pessoa com deficiência, em conformidade com a legislação em vigor, mediante a remo-
ção de barreiras, por meio de projetos arquitetônico, de ambientação de interior e de comunicação 
que atendam às especificidades das pessoas com deficiência física, sensorial, intelectual e mental.
IV – barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a parti-
cipação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, 
à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, 
à circulação com segurança, entre outros, classificadas em:
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e privados abertos ao públi-
co ou de uso coletivo;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados;
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transportes;
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d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comporta-
mento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de informações 
por intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia da informação;
e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que impeçam ou prejudiquem a participação 
social da pessoa com deficiência em igualdade de condições e oportunidades com as demais pes-
soas;
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o acesso da pessoa com deficiência às 
tecnologias;
Nesse contexto, os espaços destinados à saúde e seu tratamento devem possuir facilida-
de de acesso, conforto interno para que a comunicação atenda a todas as deficiências, seja ela 
física, sensorial, mental ou intelectual.
Por fim, o atendimento à saúde à pessoa com deficiência impõe um dever adicional a todo 
aquele profissional da saúde que atenda essa pessoa: o de denunciar em caso de suspeita ou 
de confirmação de prática de violência contra o portador de deficiência. Leia, com ATENÇÃO, o 
disposto no art. 26 da lei em destaque:
Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação de violência praticada contra a pessoa com defici-
ência serão objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autori-
dade policial e ao Ministério Público, além dos Conselhos dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Parágrafo único. Para os efeitos desta lei, considera-se violência contra a pessoa com deficiência 
qualquer ação ou omissão,praticada em local público ou privado, que lhe cause morte ou danos ou 
sofrimento físico ou psicológico.
O último artigo desse tópico prevê que o serviço de saúde público ou privado que tiver 
conhecimento de suspeita ou de prática de violência contra pessoa com deficiência deve dar 
conhecimento:
• à polícia;
• ao Ministério Público; e
• ao Conselho dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
E violência, para efeito da lei, não é apenas violência física ou morte, é também sofrimento 
psicológico. Lembre-se, ainda, de que a violência pode ser causada por ação ou omissão. A 
pessoa com deficiência pode se ver em uma condição de vulnerabilidade na qual a mera omis-
são já significa uma tortura psicológica que deve ser coibida e denunciada.
Do Direito à eDucação
O art. 27 da Lei n. 13.146/2015 contempla o direito à educação, o qual é também objeto de 
tutela da Convenção Internacional em seu art. 24, observe:
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Art. 24. Os Estados-Partes reconhecem o direito das pessoas com deficiência à educação. Para efe-
tivar esse direito sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades, os Estados-Partes 
assegurarão sistema educacional inclusivo em todos os níveis, bem como o aprendizado ao longo 
de toda a vida, com os seguintes objetivos:
Para a realização desse direito, os Estados Partes assegurarão que:
a) As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional geral sob alegação de 
deficiência e que as crianças com deficiência não sejam excluídas do ensino primário gratuito e 
compulsório ou do ensino secundário, sob alegação de deficiência;
c) Adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais sejam providenciadas;
Além disso, a garantia do direito à educação já é prevista constitucionalmente como um 
direito de todos, em seu art. 205.
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada 
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
No que se refere às pessoas com deficiência, esse direito também encontra assento cons-
titucional no art. 208, onde se estabelece a sua prestação como um dever do Estado. Veja o 
que diz o inciso III desse artigo:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: […]
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na 
rede regular de ensino;
Visto isso, passaremos a analisar agora o que diz a Lei n. 13.146/2015, começando pelo 
art. 27. Leia-o atentamente e, em seguida, acompanhe os comentários:
CAPÍTULO IV
DO DIREITO À EDUCAÇÃO
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurado sistema educacional 
inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo 
desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, 
segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem.
O que é mais importante compreender nesse artigo é que ele sedimenta a garantia de um 
sistema educacional inclusivo, que atenda à pessoa com deficiência de modo satisfatório e 
com qualidade. Isso significa que não basta simplesmente matricular o aluno em uma insti-
tuição e considerar isso, por si só, a inclusão de que trata o artigo. Trata-se aqui, na verdade, 
da obrigatoriedade de se efetivarem medidas de acessibilidade no acesso à educação, evi-
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tando, por exemplo, barreiras físicas nas instalações do ambiente escolar e na adaptação do 
transporte.
Além disso, deve-se promover a capacitação dos professores e funcionários para que pres-
tem atendimento adequado aos alunos com deficiência, especialmente, quando se comprome-
te a comunicação, fazendo-se necessário o uso de linguagens “especiais”, como o “braille” ou 
a língua de sinais (ex.: libras).
Outro aspecto relevante a ser observado na educação inclusiva é a eliminação das barrei-
ras de inclusão social, promovendo-se uma convivência harmônica com os demais alunos.
É importantíssimo ter em mente que, quando se fala em sistema educacional inclusivo, o 
que se pretende é promover a ideia da obrigatoriedade ou do dever se concretizar, em todas as 
esferas educacionais, e a possibilidade de pleno acesso para a pessoa com deficiência, sem 
qualquer restrição.
A educação inclusiva consiste, portanto, no esforço de se adaptar o ambiente educacional, 
levando em consideração não somente o nível de dificuldade sensorial ou motora, mas tam-
bém, a dificuldade de integração que a pessoa venha a enfrentar em razão da sua deficiência.
Se a educação é inclusiva, obviamente seu objetivo é evitar a segregação das pessoas 
com deficiência. Vamos retomar o conceito dado pela Lei para entender o que isso realmente 
significa:
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natu-
reza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode 
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais 
pessoas.
O principal obstáculo da pessoa com deficiência, especialmente no que se refere à educa-
ção, muitas vezes é a dificuldade de se relacionar. Nesse sentido, a escola tem extrema rele-
vância na vida e na cidadania da pessoa com deficiência, devendo favorecer a sua integração 
na comunidade, superando a questão da deficiência.
Mas a quem cabe o dever de assegurar a educação inclusiva, os aspectos acima mencio-
nados, para a pessoa com deficiência?
Essa indagação é respondida pelo parágrafo único do art. 27. Preste atenção aos trechos 
em destaque:
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar 
educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, 
negligência e discriminação.
Note que a Lei faz questão de ressaltar que essa deve ser uma educação de qualidade, livre 
de qualquer forma de violência, negligência ou discriminação, reforçando a ideia de inclusão 
também no aspecto social.
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Em seguida, a Lei n. 13.146/2015 enumera uma série de deveres impostos ao Poder Públi-
co para se efetivar a garantia do direito e do acesso à educação. Vamos a eles:
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompa-
nhar e avaliar:
I – sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem como o aprendizado ao 
longo de toda a vida;
II – aprimoramento dos sistemas educacionais,visando garantir condições de acesso, permanên-
cia, participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade 
que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena;
Repare que no inciso I do art. 28, a lei reforça a ideia do sistema educacional inclusivo, 
estabelecendo-o em “todos os níveis e modalidades”. Dessa forma, pode-se dizer que não se 
restringe à educação obrigatória, mas a toda forma de ensino, seja ela profissionalizante, su-
perior, tecnológica etc.
Vamos ao próximo inciso:
III – projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim como 
os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às características dos estudantes com 
deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a 
conquista e o exercício de sua autonomia;
Aqui, se estabelece que o projeto pedagógico deve contemplar as necessidades e caracte-
rísticas específicas dos alunos. Note como isso é importante e reflete uma grande mudança 
de paradigma: a escola deve se adaptar ao aluno, e não o contrário! Isso nos remete à defi-
nição trazida pela Convenção Internacional para o conceito de “adaptação razoável”. Vamos 
relembrar?
Art. 2º.
Definições
Para os propósitos da presente Convenção:
“Adaptação razoável” significa as modificações e os ajustes necessários e adequados que não acar-
retem ônus desproporcional ou indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que 
as pessoas com deficiência possam gozar ou exercer, em igualdade de oportunidades com as de-
mais pessoas, todos os direitos humanos e liberdades fundamentais;
A partir desse conceito, são elencados, nos demais incisos, diversos ajustes e modifica-
ções a serem implementados, para que a pessoa com deficiência possa usufruir em iguais 
condições do direito à educação. Leia atentamente:
IV – oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade escrita da língua 
portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas;
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V – adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que maximizem o desenvolvi-
mento acadêmico e social dos estudantes com deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a 
participação e a aprendizagem em instituições de ensino;
VI – pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e técnicas pedagógicas, de ma-
teriais didáticos, de equipamentos e de recursos de tecnologia assistiva;
VII – planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de atendimento educacional especia-
lizado, de organização de recursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilidade 
pedagógica de recursos de tecnologia assistiva;
VIII – participação dos estudantes com deficiência e de suas famílias nas diversas instâncias de 
atuação da comunidade escolar;
IX – adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvimento dos aspectos linguísticos, cul-
turais, vocacionais e profissionais, levando-se em conta o talento, a criatividade, as habilidades e os 
interesses do estudante com deficiência;
X – adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de formação inicial e continuada 
de professores e oferta de formação continuada para o atendimento educacional especializado;
XI – formação e disponibilização de professores para o atendimento educacional especializado, de 
tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais de apoio;
XII – oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos de tecnologia assistiva, de 
forma a ampliar habilidades funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e participação;
XIII – acesso à educação superior e à educação profissional e tecnológica em igualdade de oportu-
nidades e condições com as demais pessoas;
XIV – inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível superior e de educação profissional 
técnica e tecnológica, de temas relacionados à pessoa com deficiência nos respectivos campos de 
conhecimento;
XV – acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, a jogos e a atividades recrea-
tivas, esportivas e de lazer, no sistema escolar;
XIV – acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da educação e demais integrantes da 
comunidade escolar às edificações, aos ambientes e às atividades concernentes a todas as moda-
lidades, etapas e níveis de ensino;
XVII – oferta de profissionais de apoio escolar;
XVIII – articulação intersetorial na implementação de políticas públicas.
Cabe também às escolas e demais instituições de ensino privadas a observância obrigató-
ria de vários desses dispositivos, sendo PROIBIDO cobrar valores adicionais para se implemen-
tarem tais medidas! É o que diz o § 1º, observe:
§ 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade de ensino, aplica-se obrigatoriamente 
o disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste ar-
tigo, sendo vedada a cobrança de valores adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades, 
anuidades e matrículas no cumprimento dessas determinações.
Temos ainda, no § 2º deste artigo, determinações especiais para a contratação de 
professores:
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§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras a que se refere o inciso XI do caput 
deste artigo, deve-se observar o seguinte:
I – os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educação básica devem, no mínimo, possuir 
ensino médio completo e certificado de proficiência na Libras;
II – os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados à tarefa de interpretar nas salas de 
aula dos cursos de graduação e pós-graduação, devem possuir nível superior, com habilitação, prio-
ritariamente, em Tradução e Interpretação em Libras.
Para finalizar este capítulo, passamos ao estudo do art. 30, já que o art. 29 foi vetado. Leia-
-o com atenção:
Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e permanência nos cursos oferecidos pelas institui-
ções de ensino superior e de educação profissional e tecnológica, públicas e privadas, devem ser 
adotadas as seguintes medidas:
I – atendimento preferencial à pessoa com deficiência nas dependências das Instituições de Ensino 
Superior (IES) e nos serviços;
II – disponibilização de formulário de inscrição de exames com campos específicos para que o can-
didato com deficiência informe os recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva necessários 
para sua participação;
III – disponibilização de provas em formatos acessíveis para atendimento às necessidades especí-
ficas do candidato com deficiência;
IV – disponibilização de recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva adequados, previamen-
te solicitados e escolhidos pelo candidato com deficiência;
V – dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo candidato com deficiência, tanto na 
realização de exame para seleção quanto nas atividades acadêmicas, mediante prévia solicitação e 
comprovação da necessidade;
VI – adoção de critérios de avaliação das provas escritas, discursivasou de redação que conside-
rem a singularidade linguística da pessoa com deficiência, no domínio da modalidade escrita da 
língua portuguesa;
VII – tradução completa do edital e de suas retificações em Libras.
Do Direito à moraDia
O capítulo seguinte vai dos arts. 31 ao 33 e versa sobre o direito à moradia. Conforme 
temos estudado e tem sido bastante reiterado, a Lei n. 13.146/2015 tem como um de seus 
principais objetivos garantir o máximo de autonomia e dignidade aos cidadãos brasileiros aco-
metidos por alguma doença incapacitante ou deficiência.
Dessa forma, um dos direitos mais básicos que servem a esse propósito é o direito à mo-
radia, que vem assim contemplado no art. 31, da lei. Vejamos:
CAPÍTULO V
DO DIREITO À MORADIA
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Art. 31. A pessoa com deficiência tem direito à moradia digna, no seio da família natural ou substitu-
ta, com seu cônjuge ou companheiro ou desacompanhada, ou em moradia para a vida independente 
da pessoa com deficiência, ou, ainda, em residência inclusiva.
§ 1º O poder público adotará programas e ações estratégicas para apoiar a criação
e a manutenção de moradia para a vida independente da pessoa com deficiência.
§ 2º A proteção integral na modalidade de residência inclusiva será prestada no âmbito do Suas à 
pessoa com deficiência em situação de dependência que não disponha de condições de autos sus-
tentabilidade, com vínculos familiares fragilizados ou rompidos.
Aqui, é importante fixar certos conceitos-chave, para melhor compreensão do disposto no 
art. 31. Por exemplo, fala-se em “moradia inclusiva” ou “residência inclusiva”, que são incum-
bências do Poder Público por meio de programas governamentais dentro do âmbito da saúde 
pública. Exemplos disso são as “residências terapêuticas”, que visam promover a reinserção 
de pessoas com deficiência mental.
Esse dispositivo vem em conformidade com o art. 25 da Declaração Universal dos Direitos 
Humanos, que assim dispõe, em seu § 1º:
Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde 
e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais 
indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou 
outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle.
Em seguida, a Lei nos traz os critérios para a implementação de programas ou políticas 
governamentais de moradia e habitação, reforçando a obrigatoriedade de certos parâmetros 
que garantam a acessibilidade em tais moradias e no entorno das residências:
Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos, a pessoa 
com deficiência ou o seu responsável goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia pró-
pria, observado o seguinte:
I – reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das unidades habitacionais para pessoa com defici-
ência;
II – (VETADO);
III – em caso de edificação multifamiliar, garantia de acessibilidade nas áreas de uso comum e nas 
unidades habitacionais no piso térreo e de acessibilidade ou de adaptação razoável nos demais 
pisos;
IV – disponibilização de equipamentos urbanos comunitários acessíveis;
V – elaboração de especificações técnicas no projeto que permitam a instalação de elevadores.
§ 1º O direito à prioridade, previsto no caput deste artigo, será reconhecido à pessoa com deficiência 
beneficiária apenas uma vez.
§ 2º Nos programas habitacionais públicos, os critérios de financiamento devem ser compatíveis 
com os rendimentos da pessoa com deficiência ou de sua família.
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§ 3º Caso não haja pessoa com deficiência interessada nas unidades habitacionais reservadas por 
força do disposto no inciso I do caput deste artigo, as unidades não utilizadas serão disponibilizadas 
às demais pessoas.
O art. 33 estipula ao Poder Público o dever de promover a efetiva concretização de tudo o 
que foi previsto no tocante ao direito à moradia. É sua tarefa viabilizar de modo detalhado as 
orientações contidas, tanto na Lei n. 13.146/2015, como na Convenção Internacional de Direi-
tos das Pessoas com Deficiência. Veja:
Art. 33. Ao Poder Público compete:
I – adotar as providências necessárias para o cumprimento do disposto nos arts. 31 e 32 desta lei; e
II – divulgar, para os agentes interessados e beneficiários, a política habitacional prevista nas legis-
lações federal, estaduais, distrital e municipais, com ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade.
Do Direito ao trabalHo e emprego
Prosseguimos, então, o estudo, adentrando agora no direito ao trabalho e ao emprego.
O mais importante a se destacar no estudo deste capítulo é a questão da não discrimina-
ção no ambiente de trabalho em relação à pessoa com deficiência. Assim como vimos no di-
reito à educação, verificamos a partir do art. 34, da Lei n. 13.146/2015, que o trabalho também 
deve ser inclusivo, permitindo que a pessoa com deficiência tenha efetiva liberdade de escolha 
quanto à profissão ou trabalho que deseje exercer.
Para que se efetive essa liberdade de escolha, é necessário que as condições de inclusão e 
de acesso ao trabalho estejam sempre presentes. Por isso, o § 1º estabelece a obrigatoriedade 
de pessoas jurídicas de qualquer natureza (de direito público ou privado) oferecerem garantia 
de acessibilidade e inclusão.
Além disso, você deve ter sempre ter em mente o caráter de não discriminação pregado 
pela lei. Por isso, o § 2º reitera o emprego da isonomia em tais relações trabalhistas, de modo 
que a pessoa com deficiência JAMAIS poderá ser tratada de modo diferente em razão de sua 
deficiência. Isso inclui aspectos como oferta de oportunidades, condições favoráveis de traba-
lho e remuneração.
CAPÍTULO VI
DO DIREITO AO TRABALHO
Seção I
Disposições Gerais
Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em am-
biente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
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§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qualquer natureza são obrigadas a garan-
tir ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos.
§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, 
a condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho de igual valor.
§ 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e qualquer discriminação em razão 
de sua condição, inclusive nas etapas de recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames ad-
missional e periódico, permanência no emprego, ascensão profissional e reabilitaçãoprofissional, 
bem como exigência de aptidão plena.
§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao acesso a cursos, treinamentos, edu-
cação continuada, planos de carreira, promoções, bonificações e incentivos profissionais oferecidos 
pelo empregador, em igualdade de oportunidades com os demais empregados.
§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilidade em cursos de formação e de 
capacitação.
Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de trabalho e emprego promover e garantir 
condições de acesso e de permanência da pessoa com deficiência no campo de trabalho.
Parágrafo único. Os programas de estímulo ao empreendedorismo e ao trabalho autônomo, incluí-
dos o cooperativismo e o associativismo, devem prever a participação da pessoa com deficiência e 
a disponibilização de linhas de crédito, quando necessárias.
Seção II
Da Habilitação Profissional e Reabilitação Profissional
Art. 36. O poder público deve implementar serviços e programas completos de habilitação profissio-
nal e de reabilitação profissional para que a pessoa com deficiência possa ingressar, continuar ou 
retornar ao campo do trabalho, respeitados sua livre escolha, sua vocação e seu interesse.
§ 1º Equipe multidisciplinar indicará, com base em critérios previstos no § 1º do art. 2º desta lei, 
programa de habilitação ou de reabilitação que possibilite à pessoa com deficiência restaurar sua 
capacidade e habilidade profissional ou adquirir novas capacidades e habilidades de trabalho.
§ 2º A habilitação profissional corresponde ao processo destinado a propiciar à pessoa com de-
ficiência aquisição de conhecimentos, habilidades e aptidões para exercício de profissão ou de 
ocupação, permitindo nível suficiente de desenvolvimento profissional para ingresso no campo de 
trabalho.
§ 3º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação profissional e de educação profissional 
devem ser dotados de recursos necessários para atender a toda pessoa com deficiência, indepen-
dentemente de sua característica específica, a fim de que ela possa ser capacitada para trabalho 
que lhe seja adequado e ter perspectivas de obtê-lo, de conservá-lo e de nele progredir.
§ 4º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação profissional e de educação profissional 
deverão ser oferecidos em ambientes acessíveis e inclusivos.
§ 5º A habilitação profissional e a reabilitação profissional devem ocorrer articuladas com as redes 
públicas e privadas, especialmente de saúde, de ensino e de assistência social, em todos os níveis e 
modalidades, em entidades de formação profissional ou diretamente com o empregador.
§ 6º A habilitação profissional pode ocorrer em empresas por meio de prévia formalização do con-
trato de emprego da pessoa com deficiência, que será considerada para o cumprimento da reserva 
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de vagas prevista em lei, desde que por tempo determinado e concomitante com a inclusão profis-
sional na empresa, observado o disposto em regulamento.
§ 7º A habilitação profissional e a reabilitação profissional atenderão à pessoa com deficiência.
Seção III
Da Inclusão da Pessoa com Deficiência no Trabalho
Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência no trabalho a colocação competiti-
va, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, nos termos da legislação trabalhista e 
previdenciária, na qual devem ser atendidas as regras de acessibilidade, o fornecimento de recursos 
de tecnologia assistiva e a adaptação razoável no ambiente de trabalho.
Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa com deficiência pode ocorrer por meio de tra-
balho com apoio, observadas as seguintes diretrizes:
I – prioridade no atendimento à pessoa com deficiência com maior dificuldade de inserção no cam-
po de trabalho;
II – provisão de suportes individualizados que atendam a necessidades específicas da pessoa com 
deficiência, inclusive a disponibilização de recursos de tecnologia assistiva, de agente facilitador e 
de apoio no ambiente de trabalho;
III – respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa com deficiência apoiada;
IV – oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores, com vistas à definição de estratégias 
de inclusão e de superação de barreiras, inclusive atitudinais; V – realização de avaliações periódi-
cas;
VI – articulação intersetorial das políticas públicas;
VII – possibilidade de participação de organizações da sociedade civil.
Art. 38. A entidade contratada para a realização de processo seletivo público ou privado para car-
go, função ou emprego está obrigada à observância do disposto nesta Lei e em outras normas de 
acessibilidade vigentes.
Do Direito à assistência social
O Capítulo VII da Lei n. 13.146/2015 dispõe sobre o direito à assistência social.
Mas o que vem a ser Assistência Social, professor?
Trata-se de um conjunto de medidas institucionalizadas de assistência gratuita, prestada a 
quem quer que dela precise. Em linhas gerais, esse é um direito que diz respeito aos benefícios 
concedidos por meio de políticas públicas de governo às pessoas que deles necessitarem, 
seja por condição temporária ou permanente e independentemente de qualquer contrapresta-
ção pecuniária.
Para que isso fique bem claro, para ter direito à assistência social, o cidadão sequer precisa 
pagar impostos.
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 Lei n. 13.146/2015 (Estatuto) – Parte II
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
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É sempre bom lembrar que a assistência social faz parte de um conjunto de políticas so-
ciais denominado Seguridade Social. Esse conjunto é composto por um tripé, formado por 
Previdência, Assistência e Saúde Pública, conforme dispõe de modo muito claro a Constitui-
ção Federal:
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Pode-
res Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à 
assistência social.
Lembre-se da tecla SAP do seu controle remoto:
Obs.: � Seguridade Social = SAP (Saúde + Assistência + Previdência).
Assim, não podemos confundir Assistência Social com Previdência Social ou mesmo com 
Seguridade Social. Seguridade Social é o gênero, do qual Assistência e Previdência são espé-
cies. Tais institutos servem para amparar o cidadão em face de situações de doença, velhice 
ou desemprego.
Mas o que significa garantir Assistência Social à pessoa com deficiência? Significa que o 
cidadão terá o direito de se integrar à vida comunitária e dela fazer parte em plena igualdade 
de condições com as demais pessoas, sem qualquer obstáculo em virtude da deficiência, seja 
ela física ou mental. Em outras palavras, significa um auxílio com o propósito de eliminar ou 
reduzir as vulnerabilidades sociais em que essas pessoas se encontrem em decorrência de 
sua deficiência.
Como já vimos, esse direito está listado como um dos Direitos Sociais do art. 6º da Cons-
tituição Federal. Mas a Constituição, no que se refere à pessoa com deficiência, foi ainda mais 
específica no dever de prestar assistência social a ela. Leia com a ATENÇÃO os seguintes inci-
sos do art. 203, da CF, que traz os objetivos da assistência social:Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contri-
buição à seguridade social, e tem por objetivos:
IV – a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua inte-
gração à vida comunitária;
V – a garantia de um salário-mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao 
idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por 
sua família, conforme dispuser a lei.
Assim, é objetivo da assistência social “habilitar e reabilitar” as pessoas portadoras de 
deficiência, para reintegrá-las à vida comunitária, e garantir um “salário-mínimo de benefício 
mensal” à pessoa com deficiência que não tenha meios de prover a sua manutenção.
Quanto à garantia de “um salário-mínimo de benefício mensal”, a Lei n. 13.146/2015 assim 
o regulamenta:
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Art. 40. É assegurado à pessoa com deficiência que não possua meios para prover sua subsistência 
nem de tê-la provida por sua família o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei 
n. 8.742, de 7 de dezembro de 1993.
Não é toda pessoa com deficiência que fará jus a esse benefício! Somente a pessoa com 
deficiência hipossuficiente, isto é, aquela que não possui condições financeiras suficientes 
para prover o seu sustento ou cuja família não possa provê-lo.
Agora, vamos a outro dispositivo da Lei n. 13.146/2015 relacionado à assistência às pes-
soas com deficiência. Preste bastante atenção na semelhança entre os objetivos listados na 
Constituição e no caput do art. 39 da Lei n. 13.146/2015:
CAPÍTULO VII
DO DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 39. Os serviços, os programas, os projetos e os benefícios no âmbito da política pública de as-
sistência social à pessoa com deficiência e sua família têm como objetivo a garantia da segurança 
de renda, da acolhida, da habilitação e da reabilitação, do desenvolvimento da autonomia e da con-
vivência familiar e comunitária, para a promoção do acesso a direitos e da plena participação social.
§ 1º A assistência social à pessoa com deficiência, nos termos do caput deste artigo, deve envolver 
conjunto articulado de serviços do âmbito da Proteção Social Básica e da Proteção Social Especial, 
ofertados pelo Suas, para a garantia de seguranças fundamentais no enfrentamento de situações de 
vulnerabilidade e de risco, por fragilização de vínculos e ameaça ou violação de direitos.
§ 2º Os serviços socioassistenciais destinados à pessoa com deficiência em situação de depen-
dência deverão contar com cuidadores sociais para prestar-lhe cuidados básicos e instrumentais.
Essa preocupação da lei de prestar assistência social à pessoa com deficiência deriva do 
que já havia sido estipulado pela Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com 
Deficiência, a qual estabelece que deve haver um “adequado padrão de vida e proteção social”. 
No que diz respeito à assistência social, isso quer dizer que o Estado tem o dever de amparar 
as pessoas com deficiência, sobretudo aquelas que se encontrem em situação de hipossufici-
ência financeira. Veja o seguinte dispositivo da Convenção:
Art. 28.
Padrão de vida e proteção social adequados
2. Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com deficiência à proteção social e ao exer-
cício desse direito sem discriminação baseada na deficiência, e tomarão as medidas apropriadas 
para salvaguardar e promover a realização desse direito, tais como:
c) Assegurar o acesso de pessoas com deficiência e suas famílias em situação de pobreza à as-
sistência do Estado em relação a seus gastos ocasionados pela deficiência, inclusive treinamento 
adequado, aconselhamento, ajuda financeira e cuidados de repouso;
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 Lei n. 13.146/2015 (Estatuto) – Parte II
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
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Se você leu o art. 39, § 1º, da lei com atenção, percebeu que a assistência social à pessoa 
com deficiência “deve envolver conjunto articulado de serviços do âmbito da Proteção Social 
Básica e da Proteção Social Especial, ofertados pelo SUAS”. Mas o que vem a ser essa “Prote-
ção Social Básica” e a “Proteção Social Especial” no âmbito do SUAS?
Em primeiro lugar, “SUAS” é o Sistema Único de Assistência Social, ele dá os parâmetros 
básicos da política de assistência social no Brasil, e tem por funções a proteção social, a vigi-
lância socioassistencial e a defesa de direitos. Essa política organiza-se sob a forma de siste-
ma público não contributivo, descentralizado e participativo.
Já a “proteção social básica” são serviços de assistência que se destinam à população que 
vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, 
precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou, fragilização de vínculos 
afetivos − relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou 
por deficiências, dentre outras). Prevê o desenvolvimento de serviços, programas e projetos lo-
cais de acolhimento, convivência e socialização de famílias e de indivíduos, conforme identifi-
cação da situação de vulnerabilidade apresentada. Deverão incluir as pessoas com deficiência 
de modo a inseri-las nas diversas ações ofertadas.
A “proteção social especial”, por sua vez, são serviços de assistência que se destinam a 
famílias e indivíduos cujos direitos tenham sido violados e/ou ameaçados. São serviços que 
requerem o acompanhamento familiar e individual e maior flexibilidade nas soluções proteti-
vas. Da mesma forma, comportam encaminhamentos efetivos e monitorados, apoios e pro-
cessos que assegurem qualidade na atenção protetiva. Na Proteção Social Especial, estão 
previstos níveis de complexidade diferenciados: média e alta complexidade (fonte: <www.mds.
gov.br/suas>).
Do Direito à previDência social
Vamos falar agora de previdência social da pessoa com deficiência.
O Capítulo VIII da Lei n. 13.146/2015 nos traz um outro direito, também garantido na Cons-
tituição Federal, que é o direito à previdência social. Veja o que diz a Lei em seu art. 41:
Art. 41. A pessoa com deficiência segurada do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) tem direi-
to à aposentadoria nos termos da Lei Complementar n. 142, de 8 de maio de 2013.
A Lei Complementar n. 142/2013 garante a concessão da aposentadoria pelo RGPS ao 
segurado com deficiência, com redução de até 10 anos de contribuição, conforme o grau da 
deficiência aferido em avaliação médica e social, conforme verificamos a seguir:
Art. 3º […]
I – aos 25 (vinte e cinco) anos de tempo de contribuição, se homem, e 20 (vinte) anos,
se mulher, no caso de segurado com deficiência grave;
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https://www.grancursosonline.com.br
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http://www.mds.gov.br/suas%3e)
http://www.mds.gov.br/suas%3e)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp142.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp142.htm

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