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MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS 
SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
0800 042 0122 
www.ipebras.com.br 
 
Impressão 
e 
Editoração 
 
 
2 
 
 
 
Sumário 
Módulo I – O nascimento da Sociologia e a diversidade ................................................... 4 
Módulo - II ......................................................................................................................... 7 
O campo da Sociologia da Educação ............................................................................... 7 
1. Para Que Servem Os Fundamentos Sociológicos Da Educação? Qual Sua Função 
Na Formação De Professores Para A Educação Infantil E Das Série Iniciais Do Ensino 
Fundamental? ....................................................................... 10 
2. Em Que Sentido os Fundamentos Sociológicos Inserem-se Na Proposta Geral Do 
Curso Atual de Formação de Docentes? O Quê E Como Ensinar Sociologia Da 
Educação? ............................................................................ 13 
Módulo – III ..................................................................................................................... 15 
Fundamentos do pensamento sociológico ...................................................................... 15 
3.1 QUAIS SÃO OS FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO? 17 
3.1.1 A educação na perspectiva sociológica e antropológica. As teorias clássicas e 
contemporâneas sobre a sociedade e a educação. Estudos socioantropológicos sobre 
educação e escola no Brasil (urbano e rural). ....................... 18 
3.1.2 Concepções de criança/infância como construção histórica e social. A Infância 
no Brasil (urbano e rural). ...................................................... 26 
A educação no Campo. ......................................................... 26 
Módulo – IV .................................................................................................................... 27 
A educação não está deslocada de seu contexto social ................................................. 27 
Módulo - V ...................................................................................................................... 29 
EDUCAÇÃO E FAMÍLIA ........................................................ 29 
EDUCAÇÃO E FAMÍLIA NO BRASIL .................................... 32 
Módulo – VI .................................................................................................................... 33 
EDUCAÇÃO CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA E JUVENTUDE ........................................ 33 
O surgimento das escolas e as visões da infância ................ 36 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 39 
 
 
 
3 
 
 
“Não Há prova maior de insanidade do que fazer a mesma Coisa dia após dia e 
esperar resultados diferentes” 
(Albert Einstein) 
 
 
Caro aluno, parabéns pela escolha! Começamos agora uma jornada de 
sucesso e muito aprendizado, lembrando que você já é um vencedor pois o 
conhecimento é um bem que melhora nossa autoestima, nossa vida 
profissional e, principalmente, enriquece a nossa alma sem que ninguém 
possa tirá-lo de nós, ou seja, uma vez adquirido é um tesouro atemporal em 
nossa existência. 
Iniciaremos agora um diálogo acerca da Sociologia da Educação e a 
Diversidade de sujeitos, tão necessário àquele que pretende ser além de 
professor, um educador de qualidade. Neste sentido, pensamos que 
educadores somos todos nós que trabalhamos para dialogar junto aos 
nossos alunos muito mais do que conhecimentos formais, na verdade somos 
encantadores de alunos, primamos pela arte de ensinar e nela o gosto pelo 
“Aprender a Aprender” o qual só ocorrerá se houver uma metodologia 
adequada, contextualizada e aceita pelo aluno como sendo significativa. 
Sejam bem-vindos! 
(Professor Ms. Sidney Fagundes Vieira) 
 
4 
Módulo I – O nascimento da Sociologia e a diversidade 
 
Nessa disciplina iremos articular os conhecimentos já adquiridos em História 
da Educação para avançarmos no pensamento sociológico da educação. 
Leia as indicações de textos e veja os vídeos, eles são de grande valia em 
sua aprendizagem. 
Disponível em: 
 
http://old.kov.eti.br/ciencias-sociais/ciencias 
sociais/resenhas/sociologia/resenha-classicos-da-sociologia.pdf- 
acessoem22/04/2016 - Texto do Prof. Orson Camargos – Clássicos da 
Sociologia. 
https://www.youtube.com/watch?v=4_Rqjt5QYsk-acessoem22/04/2016– 
Vídeo Prof. Gabriel Cohn sobre Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim. 
 
 
 
São três os principais pensadores clássicos da Sociologia, a saber: Marx, 
Durkheim e Weber. 
O termo Sociologia foi criado por Augusto Comte (1798-1857), sendo 
considerado o pai da Sociologia – provavelmente o primeiro pensador 
moderno. Comte defendia a ideia de que para uma sociedade funcionar 
corretamente, precisa estar organizada e só assim alcançará o progresso. 
Seu esquema sociológico era tipicamente positivista, corrente com grande 
expressão no século XIX. 
Karl Marx (1818-1883) foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador 
da doutrina comunista moderna, atuou como economista, filósofo, 
historiador, teórico político e jornalista e foi o mais revolucionário pensador 
sociológico. 
Marx concebe a sociedade dividida em duas classes: a dos capitalistas que 
detêm a posse dos meios de produção e o proletariado (ou operariado), cuja 
única posse é sua força de trabalho a qual vendem ao capital. Para Marx, os 
interesses entre o capital e o trabalho são irreconciliáveis, sendo este debate 
http://old.kov.eti.br/ciencias-sociais/ciencias%20sociais/resenhas/sociologia/resenha-classicos-da-sociologia.pdf-acessoem22/04/2016
http://old.kov.eti.br/ciencias-sociais/ciencias%20sociais/resenhas/sociologia/resenha-classicos-da-sociologia.pdf-acessoem22/04/2016
http://old.kov.eti.br/ciencias-sociais/ciencias%20sociais/resenhas/sociologia/resenha-classicos-da-sociologia.pdf-acessoem22/04/2016
 
5 
a essência do seu pensamento, resultando na concepção de uma sociedade 
dividida em classes. Assim, os meios de produção resultam nas relações de 
produção, formas como os homens se organizam para executar a atividade 
produtiva. Tudo isso acarreta desigualdades, dando origem à luta de 
classes. Marx foi um defensor do comunismo, pois essa seria a fase final da 
sociedade humana, alcançada somente a partir de uma revolução proletária, 
acreditando assim na ideia utópica de uma sociedade igualitária ou 
socialista. 
Émile Durkheim (1858-1917) foi o fundador da escola francesa de 
Sociologia, ao combinar a pesquisa empírica com a teoria sociológica. Ainda 
sob influência positivista, lutou para fazer das Ciências Sociais uma disciplina 
rigorosamente científica. Durkheim entendia que a sociedade era um 
organismo que funcionava como um corpo, onde cada órgão tem uma função 
e depende dos outros para sobreviver. Ao seu olhar, o que importa é o 
indivíduo se sentir parte do todo, pois caso contrário ocorrerá anomalias 
sociais, deteriorando o tecido social. 
A diferença entre Comte e Durkheim é que o primeiro crê que se tudo estiver 
em ordem, isto é, organizado, a sociedade viverá bem, enquanto Durkheim 
entende que não se pode receitar os mesmos “remédios” que serviu a uma 
sociedade para resolver os “males” sociais de outras sociedades. 
Para Durkheim, a Sociologia deve estudar os fatos sociais, os quais 
possuem três características: 1) coerção social; 2) exterioridade; 3) poder de 
generalização. Os fatos sociais apresentam vida própria, sendo exteriores 
aos indivíduos e introjetados neles a ponto de virarem hábitos. 
Pela sua perspectiva, o cientista social deve estudar a sociedade a partir de 
um distanciamento dela, sendo neutro, não se deixando influenciar por seus 
próprios preconceitos, valores, sentimentos etc. 
A diferença básica entreMarx, Comte e Durkheim consiste basicamente em 
que os dois últimos entendem a sociedade como um organismo funcionando, 
suas partes se completando. Por outro lado, Marx afirma que a ordem 
constituída só é possível porque a classe dos trabalhadores é dominada pela 
classe dos capitalistas e propõe que a classe proletária (trabalhadores) deve 
 
6 
se organizar, unir-se e inverter a ordem, ou seja, passar de dominada a 
dominante, e assim superar a exploração e as desigualdades sociais. 
 
Max Weber (1864-1920) foi um intelectual alemão, jurista, economista e 
considerado um dos fundadores da Sociologia e é o pensador mais recente 
dentre os três, conhecedor tanto do pensamento de Comte e Durkheim 
quanto de Marx. Assim, ele entende que a sociedade não funciona de forma 
tão simples e nem pode ser harmoniosa como pensam Comte e Durkheim, 
mas também não propõe uma revolução como faz Marx, mas afirma que o 
papel da Sociologia é observar e analisar os fenômenos que ocorrem na 
sociedade, buscando extrair desses fenômenos os ensinamentos e 
sistematizá-los para uma melhor compreensão, é por isso que sua Sociologia 
recebe o nome de compreensiva. 
Weber valorizava as particularidades, ou seja, a formação específica da 
sociedade; entende a sociedade sob uma perspectiva histórica, diferente dos 
positivistas. 
Um dos conceitos chaves da obra e da teoria sociológica de Weber é a ação 
social. A ação é um comportamento humano no qual os indivíduos se 
relacionam de maneira subjetiva, cujo sentido é determinado pelo 
comportamento alheio. Esse comportamento só é ação social quando o ator 
atribui à sua conduta um significado ou sentido próprio, e esse sentido se 
relaciona com o comportamento de outras pessoas. 
Weber também se preocupou com certos instrumentos metodológicos que 
possibilitassem ao cientista uma investigação dos fenômenos particulares 
sem se perder na infinidade disforme dos seus aspectos concretos, sendo 
que o principal instrumento é o tipo ideal, o qual cumpre duas funções 
principais: primeiro a de selecionar explicitamente a dimensão do objeto a 
ser analisado e, posteriormente, apresentar essa dimensão de uma maneira 
pura, sem suas sutilezas concretas. Em suma: a Sociologia de Comte e 
Durkheim são positivistas; a de Marx é revolucionária e a de Max Weber é 
compreensiva. E nisto talvez esteja a principal diferença entre esses quatro 
grandes pensadores da Sociologia. 
 
7 
Orson Camargo 
Colaborador Brasil 
Escola 
 
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de 
São Paulo – FESPSP 
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP 
CAMARGO, Orson. "Pensadores clássicos da Sociologia"; Brasil Escola. 
Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/pensadores-
classicos- sociologia.htm>. Acesso em 22 de abril de 2016 . 
 
 
 
 
Módulo - II 
 
O campo da Sociologia da Educação 
 
Leia o artigo da Prof. Maria Glória Gohn e conheça os fundamentos teóricos 
da sociologia da educação. 
ims/index.php/EL/article/view/3376/3150-acessoem22/04/2016 
 
 
 
O ENSINO DOS FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS DA
 EDUCAÇÃO: PRESSUPOSTOS E METODOLOGIAS1. 
Ileizi Luciana Fiorelli 
Silva2 
 
O objetivo deste texto é o de refletir sobre os Fundamentos Sociológicos da 
Educação, tendo como eixo a efetividade do ensino de sociologia da 
educação ou como se chama nessa grade curricular, ensino dos 
Fundamentos Sociológicos da Educação. Começo, então com algumas 
perguntas que tentaremos discutir ao longo do artigo. 
Para que servem os fundamentos sociológicos da educação? Qual sua 
função na formação de professores para a educação infantil e das série 
http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/pensadores-classicos-
http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/pensadores-classicos-
https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/EL/article/view/3376/3150-acessoem22/04/2016
 
8 
iniciais do ensino fundamental? Em que sentido se insere na proposta geral 
do curso? O quê e como ensinar nessa disciplina “sociologia da educação”? 
E aí cabe a pergunta: quais são os fundamentos sociológicos da educação? 
 
 
São perguntas pertinentes a todos nós envolvidos com a formação de 
professores. São perguntas que teremos que responder aos alunos, mas que 
eles só irão compreender no final do curso, ou, ainda quando estiverem 
atuando como profissionais; ou, quem sabe se prosseguirem os estudos em 
nível superior. Mas, o fato é que precisamos enfrentar essas questões e, se 
possível, coletivamente no trabalho escolar. O objetivo é problematizar, 
debater ou ainda alimentar o debate nas escolas. 
 
1 Ao longo do texto utilizo as duas denominações, ora Fundamentos Sociológicos da Educação e, ora, 
Sociologia da Educação, estou pensando na mesma disciplina e nos mesmos problemas de ensino. 
2 Professora de Metodologia de Ensino de Sociologia do Depto. Ciências Sociais da UEL. Mestre em 
Educação pela USP e Doutora em Sociologia pela USP. 
 
 
Não tenho receitas ou fórmulas mágicas para oferecer como nos programas 
de TV, nas palestras midiáticas de colegas da educação que tentam nos 
iludir com diagnósticos simplistas e soluções ainda mais ingênuas. 
Entretanto, trago reflexões que brotaram da minha prática educativa, iniciada 
exatamente com a disciplina Sociologia da Educação, no antigo curso de 
Magistério, implantando em 1991 e extinto na maioria das escolas, em 1996. 
Acompanhei o processo de formação de seis turmas, no Colégio Estadual 
Maria do Rosário Castaldi, em Londrina, que conseguiram concluir o curso: 
duas em 1994, duas em 1995 e duas em 1996. As turmas que concluíram 
em 1997 e 1998 não tive participação. 
Tive a felicidade de lecionar Sociologia da Educação para a primeira e 
segunda série, o que me oportunizava acompanhar as alunas, muitas com 
14 ou 15 anos de idade, que na segunda série se transformavam em outras 
pessoas; em apenas um ano, quando elas passavam a ter 15 ou 16 anos, a 
diferença de comportamento era visível. Nesse contexto de início de carreira 
no magistério público, eu tive a satisfação de apreciar alguns resultados do 
 
9 
meu trabalho. Considero-me privilegiada, pois uma das frustrações do 
trabalho docente é não poder sempre apreciar o resultado de seu trabalho e 
este lhe parecer vazio e sem sentido. Acho que por isso me encantei! Podia 
ensinar uma disciplina durante dois anos para os mesmas/os alunas/os! 
Na segunda série, as meninas/os estavam intimas de Durkheim, permitindo-
se a intimidade de chamá-lo de “Durka”; o Marx de “O nosso Barbudo”; e de 
já ter incorporado jargões de nosso discurso, tais como: “a escola reproduz a 
ideologia dominante”; “as classes populares não tem o capital cultural 
valorizado pela escola burguesa”; “a escola deve libertar e emancipar os 
trabalhadores”; e assim por diante... 
Esses sinais me indicavam os limites do meu discurso pedagógico, mas 
também indicavam uma maior socialização das/os alunas/os com as 
especificidades da sociologia da educação. Obviamente, em outros 
instrumentos mais elaborados pude constatar avanços intelectuais e 
profissionais que decorriam não só da minha disciplina, mas do trabalho 
conjunto que realizávamos com as outras professoras de fundamentos, da 
história da educação, da filosofia da educação, da psicologia da educação, 
das práticas de estágio, entre outras. 
Quando passei a lecionar na Universidade Estadual de Londrina, no 
Departamento de Ciências Sociais, fui designada para dar aulas para o curso 
de Pedagogia, continuando com essa disciplina para formação de 
professores. Mais tarde, passei a ministrar essa disciplina no curso de 
Ciências Sociais e no curso de Especialização em Sociologia e Sociologia da 
Educação da UEL. Por conta disso, decidi fazer mestrado em Educação, na 
área de concentração Estado, Sociedade e Educação. Falo tudo isso para 
me legitimar como alguém que pode expor alguma reflexão sobreesse 
tema? Não! Faço esse pequeno memorial porque o que discuto sobre o 
ensino de sociologia da educação/fundamentos sociológicos da educação 
faz parte de uma trajetória pessoal que se confunde com o contexto histórico 
dos cursos de formação de professores no nível médio e no nível superior. 
Falo isso, muito mais, para advertir: olha, o que eu estou pensando está no 
calor da emoção, do envolvimento e do compromisso com essa formação de 
 
10 
professores na escola média e nas licenciaturas na universidade. Isso 
significa que tem reflexão teórica, mas ela está condicionada por essa 
prática, por essa dimensão concreta de professora de sociologia da 
educação que, por isso resolveu estudar sistematicamente a educação, para 
buscar subsídios para o ensino, para as lides pedagógicas. 
Voltando as perguntas iniciais, as quais pretendo debater: 
 
Para que servem os fundamentos sociológicos da educação? Qual sua 
função na formação de professores para a educação infantil e das série 
iniciais do ensino fundamental? 
Em que sentido se insere na proposta geral do curso atual? O quê e como 
ensinar de sociologia da educação? Quais são os fundamentos sociológicos 
da educação? 
 
1. Para Que Servem Os Fundamentos Sociológicos Da Educação? Qual 
Sua Função Na Formação De Professores Para A Educação Infantil E 
Das Série Iniciais Do Ensino Fundamental? 
 
 
O sociólogo francês Christian Baudelot, tentando responder às questões 
semelhantes a essas propôs que a sociologia da educação servisse para 
instrumentalizar os professores com mapas que os ajudassem a traçar seus 
itinerários, veja o que ele diz: 
No fundo o trabalho do sociólogo da educação se 
assemelha ao trabalho de um cartógrafo. Levantar o 
mapa escolar, proceder ao levantamento topográfico 
do terreno e do relevo, representar uma escala precisa 
os principais maciços da paisagem escolar, medir os 
caudais dos rios, ter os mapas em dia, eis aqui em que 
o sociólogo da educação pode ajudar o professor. 
Pode ajudá-lo a orientar-se na “floresta” escolar. Ajudá-
lo a orientar-se e não guiá-lo. Caberá aos professores 
 
11 
depois traçar, com o mapa na mão, seus próprios 
itinerários em função de suas opções e da natureza do 
terreno em que se encontram. (Baudelot, 1991) 
 
 
A sociologia da educação comporia o arsenal teórico que ajudaria os 
professores a se orientarem, juntamente com as outras disciplinas, mas que 
deveria oferecer aos futuros professores instrumentos para olhar a sociedade 
e a escola, as crianças, as famílias, a sua prática docente e o contexto macro 
social e político. 
Penso que os olhares dos alunos (futuros professores) deverão ser alterados 
pelos “óculos” das teorias sociais. Seus olhares deverão se desprender das 
imagens já construídas sobre a escola, os professores, os pobres, os ricos, 
as igrejas, as religiões, a cidade, os bairros, as favelas, a violência, os 
políticos, a política, os movimentos sociais, os conflitos, as desigualdades, 
entre outros. 
 
O que significa alterar os olhares dos nossos alunos? Significa doutriná-los 
em nossas convicções ideológicas, religiosas, políticas? Significa dizer para 
eles que tudo o quê eles pensam é senso comum, não serve para o exercício 
da profissão? Significa afirmar-se com um discurso moralista ou 
revolucionário? 
Certamente, que não. Mesmo que a neutralidade não exista na elaboração 
dos programas da disciplina e das aulas, um certo rigor é necessário. Como 
dizia Max Weber, sociólogo alemão, o professor não pode usar a docência 
para panfletar, para defender suas posições ideológicas, partidárias, 
religiosas, etc. Como homem público sim, poderá e deverá fazê-lo, mas 
como professor deve ter um rigor cientifico que lhe permita oferecer aos 
alunos o acúmulo de conhecimento da disciplina. Marx também advertia que 
a caracterização de uma teoria como representando o ponto de vista de uma 
classe determinada não significava, necessariamente, que fosse uma visão 
sem valor cientifico. Por isso, Marx, em sua obra, estudou e discutiu com o 
que havia de mais sofisticado na Filosofia e na Economia dos séculos XVIII e 
 
12 
XIX . 
O ensino dos fundamentos sociológicos da educação, muitas vezes, foi 
direcionado como um mecanismo de inculcação de valores, sejam 
conservadores, no antigo curso Normal, em que imperava o positivismo; 
sejam progressistas, muito comum nos anos de 1980, no Brasil, devido à 
ansiedade dos professores em romper com o autoritarismo do regime militar, 
passavam a fazer discursos em favor das mudanças, ora mais democráticas, 
ora mais socialistas-revolucinárias. 
Ainda hoje, encontramos justificativas para o ensino de sociologia geral nas 
escolas, tais como: “essa disciplina deverá ajudar o aluno a entender seus 
direitos e deveres, muita mais seus deveres já que não se comportam 
adequadamente”; “a sociologia deverá ajudar na disciplina dos alunos, no 
controle da violência, etc”; “essa disciplina deverá dar mais civismo para os 
jovens”, e assim por diante. 
Levar aos alunos o acúmulo de reflexões ou o estado da arte da disciplina 
não é uma tarefa fácil, porque exigirá recortes, escolhas, delimitações de 
conteúdos, de teorias, e parafraseando Weber, aqui nós podemos ser 
parciais. Até porque o tempo das aulas, o número de aulas por semana, por 
mês e por 
ano exige que selecionemos o que consideramos o melhor desse “acúmulo”. 
Bem, uma vez feita a escolha, a seleção e as divisões dos conteúdos, 
devemos cuidar para sermos “neutros”, fiéis à ciência, ou como diria Marx, 
sermos comprometidos com a busca da essência superando as visões que 
temos sobre a aparência da vida social. 
O fato de estarmos comprometidos com uma classe social, no caso, a classe 
trabalhadora, exige ainda mais rigor cientifico. É o contrário do que propalam 
algumas versões vulgares de pedagogias liberais, do ensino por 
competências, do “aprender a aprender”, em que os pobres deverão ter um 
ensino mais leve, mais palatável, simplificado e resumido no imediato das 
experiências cotidianas, normalmente tratadas de forma sincrônica (sem 
história)3. 
 
13 
Com esses princípios poderemos enriquecer os olhares dos alunos, futuros 
professores. 
 
 
2. Em Que Sentido os Fundamentos Sociológicos Inserem-se Na 
Proposta Geral Do Curso Atual de Formação de Docentes? O Quê E 
Como Ensinar Sociologia Da Educação? 
 
 
Vou tentar pensar o ensino de sociologia da educação, tendo como base 
duas realidades: 1) a primeira é a de que os fundamentos sociológicos da 
educação não são mais dados em dois anos, com 136 horas mais as horas 
de estágio como era na grade de 1991, agora são ministrados em um ano no 
curso integrado e meio ano (quatro meses) no subseqüente, perfazendo 
respectivamente 68 horas e 60 horas; 2) a segunda realidade é a de que 
estamos no segundo ano de implantação do currículo e que não existem, 
ainda, as condições ideais para o desenvolvimento do ensino coerente com 
seus pressupostos teóricos anunciados no currículo, além do que os 
professores pedagogos estavam afastados dessas atividades, tendo que 
reaprender sobre essa disciplina. 
3 Conferir a brilhante reflexão de Newton Duarte em Concepções afirmativas e negativas sobre o ato de 
ensinar, CEDES, Campinas, vol,19, n.º 44, abril 1998. 
 
 
O que podemos fazer? 
 
Em primeiro lugar, compreender o lugar dessa disciplina na proposta geral 
do curso. Lembrando, então, que o currículo tem o trabalho como princípio 
educativo, a práxis como principio curricular e o direito da criança ao 
atendimento escolar. 
A sociologia da educação deverá ajudar os alunos a perceberem as 
determinações sociais da sua prática profissional, da configuração do 
sistema educacional no país, da sua inserção na estrutura de classes do 
capitalismo, do significado da educação no capitalismo, entre outros. Ou, 
 
14 
como diria Baudelot, a sociologia da educação deverá forneceros mapas 
para orientação dos futuros professores, mapas que permitam estabelecer 
itinerários nas escolas e nos centros de educação infantil. 
Nesse sentido, a disciplina uma existência histórica que coincide com a 
historicidade da educação nas sociedades modernas e que deve ser 
compreendida dessa forma, como um instrumento cientifico que altera os 
olhares e, conseqüentemente, a prática pela práxis educativa. Práxis, porque 
não nega, não escamoteia seu sentido político, de transformação. A 
disciplina, como todo o currículo, intenta transformar os alunos no sentido de 
um educador comprometido com o direito sagrado das crianças ao 
atendimento escolar de qualidade. Ser comprometido com esse direito 
pressupõe a compreensão da sociedade capitalista, dividida em classes 
sociais. Pressupõe a compreensão da gênese das relações sociais no país, 
as formações e os modos de vida no Brasil em suas manifestações culturais, 
a escola em relação às religiões, aos sem-terra, aos latifundiários, aos 
negros, aos portadores de necessidades especiais, às mulheres, aos índios, 
aos filhos de trabalhadores, aos filhos da pequena burguesia, da burguesia, 
da classe de renda média, entre outros. 
Em segundo lugar, estabelecer algumas diretrizes para o ensino da disciplina 
de acordo com o seu papel no contexto geral do currículo. E aí vou defender 
uma forma de ensino dessa disciplina, que é para ser debatida. 
 
Tomando a ementa dos Fundamentos Sociológicos da Educação e a 
bibliografia sugerida no documento da Proposta Curricular de 2003, vamos 
relembrar: 
 A educação na perspectiva sociológica e antropológica. 
 As teorias clássicas e contemporâneas sobre a sociedade e a 
educação. 
 Estudos socioantropológicos sobre educação e escola no Brasil 
(urbano e rural). 
 Concepções de criança/infância como construção histórica e social. 
 A Infância no Brasil (urbano e rural) 
 
15 
 A educação no Campo. 
 Experiências das escolas rurais, do Movimento dos Trabalhadores 
Sem- Terra e das ONGs voltadas para a educação dos Trabalhadores 
Temporários do Campo, dos Jovens e Adultos, entre outras. 
 
 
Cada um desses itens enseja uma longa bibliografia e inúmeros conteúdos e 
teorias. Podemos olhar para essa ementa e para sua bibliografia e perguntar 
se está coerente com os pressupostos do currículo, se está coerente com a 
carga horária, com a idade e o estágio dos alunos do ensino médio e do 
curso subseqüente, enfim podemos fazer inúmeros questionamentos e 
avaliações. E é oportuno que façamos nesse momento. 
 
Mas, eu estou ansiosa para propor encaminhamentos para a disciplina e os 
próprios encaminhamentos indicarão minha discordância em relação aos 
itens da ementa (falo disso tranqüilamente porque participei da elaboração 
dessa ementa). 
 
 
 
Módulo – III 
Fundamentos do pensamento sociológico 
 
 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9p
 jZBzAok- acessoem22/04/2016 - Vídeo sobre a 
Sociologia da educação no Brasil. 
 
 
3. Diretrizes Para Os Fundamentos Sociológicos Da Educação 
 
 
1. Buscar a coerência com a proposta geral, portanto, na definição das 
atividades lembrar que a disciplina está na segunda série e, que o eixo 
temático da prática de formação é “Pluralidade Cultural, as diversidades, as 
desigualdades e a educação” (pág. 41). 
http://www.youtube.com/watch?v=9pjZBzAok-
http://www.youtube.com/watch?v=9pjZBzAok-
 
16 
 
Esse eixo está proposto para aglutinar as diferentes disciplinas nas 
atividades de estágio. Assim, ao elaborar o programa anual/semestral, a 
professora responsável pela sociologia da educação deverá conversar com 
as demais professoras, no caso, as responsáveis pelas disciplinas: 
Fundamentos Históricos e Políticos da Educação Infantil, Concepções 
Norteadoras da Educação Especial, Trabalho Pedagógico da Educação 
Infantil, Organização do Trabalho Pedagógico e Estágio Supervisionado. 
 
 
 
2. Participar do esforço coletivo de instrumentalização didática da pedagogia 
histórico-crítica, esforçando-se para organizar os conteúdos e as atividades 
de ensino-aprendizagem a partir desses pressupostos. Assim, os programas 
deverão refletir essa concepção de educação. 
 
 
3. Associar os pressupostos da sociologia crítica de Florestan Fernandes e 
da Pedagogia Histórico-Crítica de Saviani e outros. 
Compreendemos por sociologia crítica o respeito à tradição teórica clássica, 
portanto, ao ensinar sociologia, as diferentes teorias devem ser acionadas, 
mas 
não como uma história das idéias sociológicas. Elas devem servir para 
iluminarmos fenômenos sociais que não são inteligíveis num primeiro 
momento. Dessa forma, após “testar” várias teorias pode-se criticá-las e 
indicar aquelas mais ou menos adequadas para determinados fenômenos. 
Assim, ao estudar educação vamos colocá-la sob o holofote de várias 
“luzes”- teorias, mas, dependendo do contexto histórico, determinadas 
luzes/teorias iluminarão melhor os fenômenos educativos. Florestan 
Fernandes, na fase mais madura, “optou” pelo materialismo histórico, pois 
concordou com Marx, que outras teorias sofisticadas tinham um limite: 
estavam aprisionadas pelo horizonte burguês. 
Concluindo, então, sugiro que os pressupostos de ensino dos fundamentos 
sociológicos da educação sejam a sociologia crítica de Florestan Fernandes 
 
17 
e a pedagogia Histórico-crítica de Dermeval Saviani (e outros). 
 
3.1 QUAIS SÃO OS FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO? 
 
Tentando ser fiel a esses pressupostos poderíamos iniciar o curso com os 
três primeiros itens da ementa. Ressalta-se que, na minha opinião, só esses 
itens tomariam o ano todo, ou seja, desdobrados em diversos problemas e 
recortes. 
Penso que a discussão da história da criança poderia ter sido feita na 
disciplina Fundamentos da História da Educação, na primeira série e poderá 
ser feita, na segunda série, nos Fundamentos Históricos e Políticos da 
Educação Infantil, esta tem em sua ementa os seguintes itens: contexto 
sócio-político e econômico em que emerge e se processa a educação infantil 
e seus aspectos culturais constitutivos; concepções de infância; infância e 
sociedade; infância e cultura. 
Com isso, não estou sugerindo para não cumprirmos a ementa, mas para 
repensá-la. De imediato podemos articular com a professora de 
Fundamentos Históricos e Políticos da Educação Infantil, atividades, textos 
em comum, que somem no trabalho pedagógico e enriqueçam um tema tão 
importante para o currículo. 
 
No caso dos itens sobre educação no campo e experiências de educação 
dos movimentos sociais, especialmente do movimento dos sem-terra, 
podemos pensar em estudos de caso, ou alguma estratégia que envolva 
educadores do movimento dos sem-terra com palestras e seminários nas 
escolas. De qualquer maneira, adianto que esses itens ficaram meio 
deslocados no conjunto da ementa, muito específicos; outros tópicos mais 
próximos das escolas formais poderiam contemplar a ementa. Mas, isso 
pode ficar para pensarmos, debatermos e enviarmos à SEED nossas 
sugestões. 
 
 
 
18 
3.1.1 A educação na perspectiva sociológica e antropológica. As 
teorias clássicas e contemporâneas sobre a sociedade e a educação. 
Estudos socioantropológicos sobre educação e escola no Brasil 
(urbano e rural). 
 
 
Quando pensamos a educação na perspectiva sociológica e antropológica, 
estamos refletindo sobre processos de socialização orientados pelo conjunto 
de códigos e práticas sociais desenvolvidas em sistemas simbólicos, 
sistemas culturais, ou seja, em dimensões das sociedades que organizam os 
processos de reprodução dos valores, da moral, das regras, dos costumes, 
dos modos de vidas considerados “normais”. 
Os antropólogos, sobretudo, nos estudos etnográficos levantaram inúmeras 
formações sociais, com seus modos de vidas e de produção, em que 
determinados indivíduos se responsabilizavam pela educação dos mais 
jovens, das crianças.Carlos Brandão, no livro O que é Educação, da Editora 
Brasiliense, traz a carta de um índio americano escrita em resposta ao 
convite do governo americano para educar os jovens de sua tribo. A resposta 
é negativa, pois o cacique avaliava infrutífera essa educação, uma vez que 
os jovens retornariam sem saber caçar, resistir ao frio, guerrear, orar, dançar, 
enfim não teriam identificações com essa sociedade. Esse episódio inspira 
toda a reflexão de Brandão sobre a construção das identidades através da 
educação, mostrando que cada sociedade criará formas de educar que 
garantam a reprodução de indivíduos identificados com os valores e práticas 
sociais hegemônicos. A educação depende da cultura dos povos. Essa é a 
mensagem primária das ciências sociais. 
A diferença da sociologia em relação à filosofia, afirma Durkheim é que a 
sociologia deve identificar como é a educação nas diferentes sociedades ao 
longo dos tempos. Durkheim a vê como um fato social, uma coisa, que existe 
externamente ao individuo e se impõe a ele de modo irresistível. A filosofia 
se ocupa de pensar como a educação deveria ser e propõe modelos de 
homem, sociedade e de educação, portanto. Nesse sentido, a sociologia 
 
19 
tende a “incomodar” porque sempre está buscando desnaturalizar o que 
parece natural. Até bem pouco tempo, a maioria dos nossos costumes eram 
vistos como algo natural, com existência mágica. O iluminismo traz a razão 
para a história e propaga que tudo é criação dos homens. Quando 
Giambatista Vico, no século XVIII, afirmou que o homem é sujeito da história, 
provocou uma revolução em termos da compreensão dos fenômenos sociais. 
Então, quando nossas alunas chegam no curso de formação para docentes 
pode ser que considerem “naturais” uma variedade de rituais, normas, 
formas de ensinar, avaliar e promover. As frases do tipo: “sempre foi assim e 
sempre será”; “porque alterar algo se sempre funcionou assim”; “porque 
desmistificar nossos próprios costumes?”. 
Assim, a sociologia da educação nos revela que as mulheres se ocupam, 
primordialmente, da educação dos filhos e, mais tarde, dos filhos dos outros 
nas escolas em função de uma construção sócio-cultural patriarcal e não em 
função do instituo natural de ser mãe. O próprio instinto para maternidade é, 
hoje, analisado como uma “invenção” social e não só como um instinto 
puramente biológico. 
A ideia durkheiminiana de que a consciência coletiva se impõe ao indivíduo 
não é de toda descartável, como faz a crítica do funcionalismo. As 
sociedades criam as religiões, a moral e o direito que são homogeneizados e 
internalizados nos processos de socialização, sobretudo nos processos 
educativos implícitos nos ambientes sociais e explícitos em ambientes 
especializados nas artes de ensinar, doutrinar e domesticar. 
 
As diferentes teorias sociológicas pensam a escola e o sistema de ensino a 
partir de projetos sócio-educativos coerentes com seus pressupostos. Dessa 
forma, a sociologia que se inspirou em Durkheim, destacou a educação 
escolar como fator essencial do equilíbrio, da harmonia e do progresso da 
sociedade capitalista. No Brasil, Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira e 
Lourenço Filho defendiam arduamente a organização de uma educação 
republicana, laica, moderna, capaz de contribuir com a industrialização e 
democratização do país. Nos anos de 1930, esses intelectuais produziram 
 
20 
estudos e elaboraram propostas para a escola e para constituição de um 
sistema de ensino público. 
 
È comum na sociologia da educação essa postura “militante” do cientista, ou 
seja, ao mesmo tempo que analisa a educação, engaja-se em movimentos 
de defesa de suas propostas sócio-educativas. 
 
Max Weber não produziu muitos estudos específicos sobre a educação e a 
escola se comparado com o que produziu Durkheim. Entretanto, nos seus 
estudos sobre racionalização, desencantamento, burocratização do Estado e 
das empresas, formação dos quadros para as burocracias, problematizou 
sobre os rumos da educação racional e burocratizada das sociedades 
modernas. Em textos sobre a universidade, comparou o modelo alemão e o 
americano, destacando o quanto o modelo americano caminhava para uma 
pedagogia do treinamento, para uma educação em que os princípios 
administrativos se sobrepunham aos princípios pedagógicos. Destacou que a 
burocratização estava ensejando uma escola baseada na pedagogia do 
treinamento, centrada na busca pelos títulos, na euforia pela qualificação 
cartorial. Diferente da formação dos mandarins chineses, os letrados 
chineses que se formavam na pedagogia do cultivo, centrada no 
conhecimento clássico, em literatura e artes. 
 
Weber era “pessimista” com esses processos de racionalização porque 
aprisionava os indivíduos em processos técnicos sofisticados, mas com o fim 
em si mesmos. Com o tempo os esquemas racionais, como as burocracias, 
passavam a ter autonomia relativa em relação às necessidades sociais, 
tornando-se máquinas centradas em sua própria reprodução. As escolas e 
os processos pedagógicos também passaram pela 
racionalização/irracionalização. 
 
 
Quando ouvimos, de todos os lados, a exigência de 
uma adoção de currículos regulares e exames 
especiais, a razão disso é, decerto, não uma ‘sede de 
 
21 
educação’ surgida subitamente, mas o desejo de 
restringir a oferta dessas posições e sua 
monopolização pelos donos dos títulos educacionais. 
Hoje, o ‘exame’ é o meio universal desse monopólio e, 
portanto, os exames avançam irresistivelmente.(p.279) 
 
 
Como a educação necessária à aquisição do título 
exige despesas consideráveis e um período de espera 
de remuneração plena, essa luta significa um recuo 
para o talento (carisma) em favor da riqueza, pois 
os custos ‘intelectuais’ dos certificados de 
educação são sempre baixos, e com o crescente 
volume desses certificados os custos intelectuais não 
aumentam, mas decrescem. (Weber, p.279, grifos 
meus)” 
 
 
Nos anos de 1920 a 1940, surge outro sociólogo na Alemanha, de origem 
Húngara, K. Mannhein (1893-1947) que se dedicou a estudar a educação. 
Fugindo ao pessimismo weberiano, propõe que a sociologia sirva de 
embasamento teórico para educadores e educandos no objetivo de 
compreenderem a situação educacional moderna. Concordava com Weber 
que a educação escolar moderna levou a um declínio da formação do 
homem integral, porém, a democratização da educação arejou as relações 
sociais, permitindo a criação de personalidades mais racionais e mais 
democráticas. Se os Estados convocassem intelectuais para organizarem e 
planejarem detalhadamente os serviços sociais, entre eles a educação, a 
racionalização se efetivaria em favor do desenvolvimento da democracia, da 
paz e da prosperidade. A educação seria uma técnica de planejamento 
social. De certa forma, os países que tiveram um Estado de Bem-estar 
social, baseados na social-democracia, implementaram esses princípios. 
Nos anos de 1950, no Brasil, Florestan Fernandes, foi muito influenciado por 
 
22 
essa visão de Mannheim, acho até que isso, foi umas das razões que o 
impulsionou a se engajar na luta, nas campanhas em defesa da escola 
pública, andando pelo Brasil a debater meios de implantarmos essa 
educação. Seus textos desse período são explicitamente inspirados em 
Mannheim. 
 
Quais são os limites dessas teorias tão sérias e sofisticadas? 
 
 
Como diria Marx, talvez o aprisionamento no horizonte burguês. Eu diria que 
pensam a educação sem enfrentar a condição essencial da estrutura da 
sociedade capitalista. Vários limites da educação escolar nas sociedades 
modernas estão precipuamente ligados às desigualdades econômicas e 
sociais produzidas pelas relações de produção baseadas na acumulação e 
apropriação privada dos bens materiais e espirituais. 
 
K. Marx (1818-1883) não pode ser rotulado como sociólogo, pois, não foi sua 
preocupação o estabelecimento dessa ciência.É um pensador completo, 
podemos afirmar que é um cientista social e produziu no século XIX uma 
teoria fantástica, que marcou as ciências sociais e muitas outras áreas que, 
mais tarde, beberam na fonte do materialismo-histórico. O que pensou sobre 
educação o fez no interior de sua análise sobre a alienação dos 
trabalhadores no processo de produção, ou seja, o trabalho na sociedade 
capitalista torna o homem um ser unilateral, que não pode desenvolver suas 
potencialidades intelectuais, de criador, de pensador. Nesse sentido, perde a 
possibilidade de se realizar como ser histórico, fica bitolado em tarefas 
repetitivas, na teia complexa do cotidiano de sobrevivência difícil, enfim, 
passa a vida se debatendo com o trabalho para outro e a sobrevivência 
material, a busca do alimento, da moradia e da reprodução enquanto ser 
humano vivo. 
 
A educação no capitalismo é marcada pelas classes sociais, é dividida. A 
burguesia terá seus métodos e espaços educacionais e aos trabalhadores 
será 
 
23 
ofertada uma educação parcial de disciplinamento para as fábricas. No 
tempo de Marx, o trabalho infantil estava sendo regulamentado, e uma das 
idéias era a de que as fábricas oferecessem a educação profissionalizante. 
Marx defendia a educação nas fábricas. Entretanto, indicou a educação 
politécnica como uma forma de superar a unilateralidade dos trabalhadores. 
Não desenvolveu muito sobre esse tema, que foi retomado por Gramsci e 
sociólogos, filósofos, pedagogos contemporâneos. 
 
Gramsci, socialista e filosofo marxista, viveu na Itália, grande parte de sua 
juventude na prisão de Mussolini. Essa realidade condicionou sua produção 
intelectual. Por viver no país católico, sede do Vaticano, e ter morado no sul 
da Itália, mais rural e “atrasada” pôde perceber o quanto seria complicado o 
estabelecimento de uma sociedade comunista, pois os homens estavam 
sendo socializados com essas ideologias religiosas e semi-feudais. 
 
Pensa a educação como uma esfera de constituição de hegemonia e contra- 
hegemonia. Seria importante que os socialista se dedicassem a pensar a 
educação do homem socialista, superando a visão de classes predominante. 
Daí propõe a Escola Unitária, acima das diferenças entre as classes. O 
trabalho como principio educativo e o esforço para superação do 
pensamento do senso comum/folclórico. Essa visão de educação influenciou 
e influencia até hoje a sociologia da educação e as ciências sociais voltadas 
para a educação de modo geral. M. Apple, Henri Giroux, Saviani, Frigotto, 
Kuenzer e a própria elaboração dos currículos para o ensino médio e 
profissionalizante no Paraná. 
 
O eixo crítico da educação e da sociedade capitalista dedicou-se nos anos 
de 1960 a 1980 a estudar os condicionantes macro sociais e políticos dos 
sistemas educacionais. A educação é colocada como uma instância de 
reprodução social, das desigualdades sociais, como reprodução da ideologia 
dominante (Althusser) e a escola como Aparelho Ideológico do Estado. 
Bourdieu e Passeron demonstraram a formas de violência simbólicas nas 
pedagogias dominantes no sistema de ensino francês. Violência porque 
 
24 
exercida de forma implícita nos comportamentos dos professores, nos 
processos de avaliação dos alunos das classes populares. 
 
Na Alemanha, nos EUA e no Brasil inúmeros pensadores destacaram a 
relação intrínseca e necessária entre a divisão do trabalho, a escola e a 
preparação da força de trabalho para as empresas capitalista. Claus Offe, 
sociólogo alemão destacou como o sistema de ensino alemão estava 
organizado para produzir mão-de-obra para as empresas e para os serviços. 
Carnoy, Bowlles e Gintis fizeram o mesmo nos EUA, destacando que as 
escolas americanas não estavam interessadas em formar trabalhadores que 
dominassem os atributos cognitivos, mas sim os atributos de personalidade e 
de comportamento adequados às exigências dos mercados, das empresas e 
dos administradores de recursos humanos. No Brasil, vários estudos, nos 
anos de 1970 e 1980 demonstraram esse processo no Brasil, Lucíola 
Machado, Frigotto, Kuenzer, Cunha, Freitag, entre outros. 
 
 
Infelizmente, a popularização e vulgarização dos resultados desses estudos 
passou uma mensagem “pessimista” do papel da escola e da educação, 
deixando muitos professores desanimados com a sua função. Estudar 
sociologia da educação nos levava a saber que nós reproduzimos as 
desigualdades, somos responsáveis pela violência simbólica e pela 
disseminação da ideologia burguesa, reproduzimos uma educação técnica 
comportamental, enfim somos uns verdadeiros “agentes do mal”. 
 
 
Talvez, por isso, muitos pesquisadores perceberam que deveriam se ocupar 
de estudar mais a escola em si, os processos pedagógicos locais, os 
fenômenos de sucesso nas classes populares e de fracasso nas classes 
burguesas; como o fracasso escolar é produzido e como pode ser superado, 
enfim, inspirados nos métodos antropológicos, na etnografia e nos estudo de 
caso, sociólogos da educação se voltam para os aspectos micro sociais, do 
espaço genuíno da escola tomada como um “mundo” autônomo. 
Essa vertente traz a tona a possibilidade de transformação nas relações 
 
25 
escolares, relacionando escola-família, escola-criança, escola-comunidade, 
escola-pais, escola-professores, escola-juventude, e assim por diante. 
 
As críticas são no sentido de que esses estudos correm o risco de perder os 
aspectos macro sociais determinantes, e não raro, muitos estudos, 
sobretudo, os americanos, ingleses e brasileiros, caem nessa armadilha. 
Entretanto, estudos sérios como de Paul Willis, que fez um estudo 
etnográfico sobre a educação de filhos de trabalhadores na Inglaterra, 
apreendem os aspectos mais específicos, micro sociais articulados aos 
condicionantes macro sociais. Esse desafio é o mais instigante na sociologia 
da educação. O estudo de Acácia Kuenzer sobre a pedagogia da fábrica, em 
que analisa o trabalho na VOLVO, também dá conta dos aspectos 
específicos, micro sociais articulados aos determinantes do capitalismo. 
Há muita produção de pesquisas e teorias sobre a educação moderna e, 
certamente, não daremos conta aqui nessa fala e nas aulas no curso de 
formação docentes aí nas escolas. Entretanto, pode-se pensar em quadros 
explicativos e através de aproximações com a realidade, num primeiro 
momento de forma mais despretensiosa, levar as alunas a se interessarem 
pelos fundamentos sociológicos da educação. 
Propondo pesquisas, no nível de um objeto comum, ainda não cientifico, mas 
que serve como passo didático na aprendizagem de olhar a realidade de 
forma sistemática. Ao longo do curso, as alunas poderão ir formulando 
objetos científicos, já tratados pelas teorias, mas inicialmente precisamos ter 
paciência, apresentando o que for possível, mas o que é essencial para a 
formulação dos mapas que orientarão o trabalho das professoras nas 
escolas. 
 
 
Os demais itens da ementa poderão ser inseridos no conjunto de debates até 
mesmo dessa primeira fase de aproximação com os fundamentos teóricos e 
deverão compor as atividades de práticas de ensino em conjunto com as 
outras disciplinas. 
 
26 
3.1.2 Concepções de criança/infância como construção histórica e 
social. A Infância no Brasil (urbano e rural). 
O texto de Ariès pode ser refletido nas duas disciplinas ou em uma delas. 
 
A educação no Campo. 
 
Experiências das escolas rurais, do Movimento dos Trabalhadores Sem-
Terra e das ONGs voltadas para a educação dos Trabalhadores Temporários 
do Campo, dos Jovens e Adultos, entre outras. 
As experiências das escolas rurais e do Movimento dos Sem Terra 
poderão ser estudos de casos, em que as alunas irão a campo procurar 
materiais junto aos próprios movimentos, cartilhas, documentos, textos, etc. 
A Escola Florestan Fernandes do MST pode ser pesquisada, verificando sua 
proposta educativa, como funciona, porque esse nome FlorestanFernandes 
e assim por diante. 
 
Espero que, como socióloga da educação e professora de ensino Médio e 
nos cursos de formação de professores, tenha conseguido fornecer alguns 
“mapas” para nos orientarmos no Ensino dos Fundamentos sociológicos da 
educação. Com as questões de vocês poderei esmiuçar as possibilidades de 
itinerários. 
 
 
 
 
27 
Módulo – IV 
 
A educação não está deslocada de seu contexto social 
Leia a tirinha de Quino, personagem Mafalda, menina inteligente. 
 
 
Disponível em: 
https://www.google.com.br/search?q=tirinhas+da+mafalda+sobre+sociologia&espv=2&biw=136 
6&bih=643&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwjt1t6QrKPMAhXJF5AKHV
D4 Dp0QsAQIGw-acessoem22/04/2016 
 
 
Nesse módulo vamos estudar como se deu a institucionalização da disciplina 
(que foi dentro do processo do positivismo), como passou a fazer parte do 
currículo e por quê? Em primeiro lugar aparecem os problemas 
educacionais, procurando soluções. 
 
No início do século xx se inicia a caminhada da disciplina dentro das 
instituições educacionais, mas alguns problemas continuam até hoje, mas 
foram tratados desde o início, e de varias maneiras conforme o contexto 
histórico. O positivismo[1] encara todos os fatos como coisas, passíveis de 
serem analisados. A sociologia enquanto disciplina vai aparecer num 
contexto de inquietação social. 
 
Dentro das transformações que a sociedade passa são momentos de 
mudanças sociais que o mundo do trabalho vai acontecer. A uma distancia 
entre sociólogo e educadores, porque não é objeto dos sociólogos a 
educação, não buscava esse tema como objeto de estudo. Na década de 50 
e 60 momentos de industrialização, as grandes cidades sofrem 
transformações. Nessa mesma década já se tem uma bagagem, mas nada 
http://www.google.com.br/search?q=tirinhas%2Bda%2Bmafalda%2Bsobre%2Bsociologia&amp;espv=2&amp;biw=136
 
28 
voltado para os problemas da educação, tudo dentro da ideia de que o Brasil 
tinha de evoluir, se desenvolver. 
 
A formação dos primeiros sociólogos dos anos de 1950 e 1960 vai ser muito 
importante, mas vai discutir muito pouco sobre temas como; repetência, 
evasão escolar. Nesse período vão ser discutidas as diferenças regionais, o 
Brasil tinha muitas particularidades conforme as regiões, e isso tinha de ser 
resolvido. Com isso surgem as superintendências regionais( Sudan, Sudene, 
Sudeco), que tinha a ideia de planejamento ( investigar regiões) 
 
 
Educação e desenvolvimento caminham juntos principalmente a partir de 
1960. A educação agora é vista como um tema e não mais como objeto. Os 
primeiros sociólogos dessa época vão pensar educação como algo que seja 
acesso a toda educação, como facilitar o acesso a educação. O tema que 
não fugiu da educação era o analfabetismo, pois a preocupação principal 
ainda era muito pautado na economia. Surge o Mobral, momento em que os 
militares na década de 64 tentam resolver esses problemas, mas o objetivo 
era apenas pra ensinar a ler e escrever, não tinha interesse de preparar o 
cidadão era apenas para instrumento para trabalho. 
 
Uma nova preocupação do processo educativo só vai surgir na década de 
70, vão começar a fazer relação entre nível de renda e reprovação escolar, 
ou seja, alguma coisa esta errada e não é o aluno, isso é revolucionário 
dentro da sociologia da educação. Assim o tema evasão escolar, etc., vão 
passar a ser um tema efetivo, e vai dentro dessa perspectiva, vai dar um 
novo tratamento nesse questionamento. 
 
Sociólogos vão ter preocupação com a democratização do estudo. Dois 
franceses Bourdieu e Althusser- ideia de que a educação é um espelho da 
sociedade, se a sociedade é uma forma de inclusão a educação será 
também. Naquele momento era inquietante pensar em educação dessa 
maneira. É um contexto que vai se transformando devagar até chegar em 
 
29 
1985- momento importante, período de abertura política, processo de 
redemocratização do país. 
 
A sociologia adquire corpo, não aceitar mais que a evasão escolar não fosse 
tema que devessem ser tratados pelos governantes. 
 
 
 
Módulo - V 
Assista ao clipe da banda brasileira Titãs, leia o texto e reflita sobre as 
modalidades de famílias existentes. 
 
Disponível em:
 https://www.youtube.com/watch?v=jYdlLuTcgtw- 
acessoem22/04/2016 
 
 
 
EDUCAÇÃO E FAMÍLIA 
Educação à educação é o conjunto de normas pedagógicas tendentes ao 
desenvolvimento geral do corpo e do espírito, que produzem instrução, 
polidez, cortesia. (definição de dicionário Priberam da Língua Portuguesa 
Disponível em: 
http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx?pal=educa%C3%A7%C3%A3
o)- acessoem22/04/2016 
 
 
 
Família à a definição de família no mesmo dicionário mencionado acima é 
muito mais complexa, mas em todas as menções, há a palavra “conjunto” ou 
“grupo” 
Disponível em: 
http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx?pal=fam%C3%ADl
ia- acesso22/04/2016 
 
http://www.youtube.com/watch?v=jYdlLuTcgtw-
http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx?pal=educa%C3%A7%C3%A3o)-
http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx?pal=educa%C3%A7%C3%A3o)-
http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx?pal=fam%C3%ADlia-
http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx?pal=fam%C3%ADlia-
 
30 
É exatamente essa diferença que propõe o texto. Enquanto se define 
EDUCAÇÂO de uma maneira fácil, a definição de FAMÍLIA é subjetiva, pois 
apesar de haver sempre uma relação entre pessoas, não se pode definir um 
estereótipo, uma vez que com o passar do tempo, a composição da família 
vem mudando. Não é mais somente pai, mãe e filhos, mas pode haver pai, 
avó, tia e filhos; filhos e avós; mãe, avô e filhos, enfim, há muitas variantes 
nessa composição contemporânea. Inclusive, um dos dados que muito 
chama a atenção é o aumento do número de famílias que chefiadas por 
mulheres. 
 
A família é uma instituição social fundamental e suas características 
influenciam em todas as demais instâncias da vida social. 
 
Assim, podemos ver que o processo de socialização nunca termina e em 
cada momento da vida, o indivíduo recebe influência maior ou menor de um 
determinado agente desse processo. Sem que se perceba claramente, nesse 
processo, há sempre alguém que ensina e alguém que aprende e esta é a 
essência da socialização; por meio desta, o homem se faz ser social. 
É com a família que se tem a chamada SOCIALIZAÇÃO 
PRIMÁRIA, quando o indivíduo assimila valores, normas e expectativas de 
seu grupo social. 
Mais tarde, a escola e outras instituições e/ou grupos de relacionamento 
dividem essa tarefa com a família, o que é conhecido pela sociologia 
como SOCIALIZAÇÃO SECUNDÁRIA. É muito considerável lembrar-se da 
importância da família e da escola para a concretude da vida social e sua 
organização. 
 
Na história da família vemos que seu objetivo, inicialmente, era satisfazer as 
necessidades básicas do grupo social, mas aos poucos, assumiu outras 
funções, como apoio à velhice, proteção da integridade física e moral do 
grupo, transmitir conhecimento e práticas acumulados pelo grupo aos mais 
jovens, ensinar, principalmente, normas, regras e valores que garantem a 
manutenção da sociedade. 
 
31 
A família constitui-se de ideias, comportamentos e relações entre 
as pessoas. organiza-se em torno de objetivos comuns que visam aos 
interesses do grupo, os quais mudam com o tempo. Com o passar do tempo, 
a família conquistou uma coesão, a partir de uma rígida disciplina que 
respeitava a hierarquia etária e de sexo (normalmente o pai). Assim, 
estruturou-se, garantindo a sobrevivência e procriação do grupo, além de 
consumo, proteção. Atividades religiosas e culturais etc. Podemos dizer que, 
a partir desse complexo de funções, construiu-se o ideal de família, hoje 
designada como “família tradicional”. 
 
Após a Revolução Industrial, dá-se uma nova organização de família, 
consolidando-se como lugar da afetividade, aumentando a privacidade comos novos espaços das casas, divididas em cômodos privativos. Daí dá-se a 
nova organização de família, acima citada, e uma revisão de suas funções. 
Os historiadores conceituam família como família nuclear e família extensa. 
Família nuclear à é a família tradicional, constituída por pai-mãe-
filho, geralmente, duas gerações. Família extensa à é a família constituída 
pelos mesmos elementos da família nuclear, acrescida de agregados de 
vários tipos, como avós, primos, empregados e outros. 
Há muito tempo, a família nuclear tem sido o padrão ocidental 
encontrado. Antigamente, as famílias eram compostas por mais de duas 
gerações. Após a Revolução Industrial, o que predominou foram os 
modelos nucleares patriarcais, que agrupava, apenas, duas gerações num 
mesmo domicílio – pais e filhos, sob a chefia do homem / pai. 
Com a consolidação do capitalismo, houveram muitas mudanças na 
sociedade que se refletiram em todos os setores da vida social. A família 
passa a ver alteradas algumas de suas funções; deixa de ser uma unidade 
de produção. A grande mudança leva a família e ser uma família conjugal, 
afirmando a vida doméstica, o que faz surgir uma disciplina na vida da 
família. A educação deixa de ser uma atribuição exclusiva da família e passa 
a ser atribuição, também, das escolas e outros agentes, de socializar seus 
membros. 
 
 
32 
EDUCAÇÃO E FAMÍLIA NO BRASIL 
 
 
No Brasil, segundo alguns estudiosos como Gilberto Freyre, há a 
predominância da família patriarcal, desde o Brasil-Colônia, no Império e até 
a atualidade. Mas há estudiosos que discordam, dizendo que, 
particularmente São Paulo, assim como em outras regiões do Brasil (como a 
região Sul), havia muito mais famílias nos moldes da “família nuclear”. 
*Família Patriarcal à é aquela em que há mais de duas gerações 
convivendo juntas e respeita-se uma hierarquia etária e de sexo (o pai). 
*Família Nuclear à Pai-mãe-filho. Duas gerações convivem juntas, 
apenas. 
 
As transformações verificadas nos dias atuais denotam que há 
diferença no modelo familiar apresentado por Gilberto Freyre em “Casa-
Grande e Senzala”, que afirma que o modelo da família brasileira é o 
patriarcal. 
Outros estudiosos questionam tal afirmação uma vez que em SP e 
outros Estados do Brasil, como mencionado acima, o modelo mais 
encontrado é o da “família nuclear”. 
Assim, essas transformações apontam para mudanças não só na 
estrutura familiar, mas também para novos valores e atitudes que tornam a 
família mais democrática, e em que, também, a figura paterna não é tão 
imperativa e autoritária como antes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
Módulo – VI 
 
 
EDUCAÇÃO CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA E JUVENTUDE 
Leia a tirinha de Maurício de Souza. 
 
Disponível em 
https://www.google.com.br/search?q=tirinhas+da+mafalda+sobre+sociologia&espv 
=2&biw=1366&bih=643&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwjt
1t6 
QrKPMAhXJF5AKHVD4Dp0QsAQIGw#tbm=isch&q=tirinhas+da+m%C3%B4nica+j 
ovem&imgrc=Pc39XlHqWWzJFM%3A-acessoem22/04/2016 
 
 
 
O século XXI trouxe a continuidade da discussão sobre a família, a criança, 
a adolescência e a juventude, e por extensão da educação e do papel da 
escola no processo de socialização e controle social. 
 
As famílias antigamente viviam em ora grandes espaços, ora em casas 
pequenas cheia de gente, não encontravam sentimentos de amor conjugal, 
amor filial ou a valorização dos laços efetivos entre seus membros. Isso 
refletia na maneira de ver a criança, que praticamente não existia, não era 
vista. 
 
Quando se tem uma nova configuração de espaço das casas, com áreas 
como sala de jantar e o quarto, se criam condições necessárias para o 
sentimento de aconchego e domesticidade que antes não existiam. A partir 
daí, o modelo predominante nas sociedades ocidentais até hoje é o 
http://www.google.com.br/search?q=tirinhas%2Bda%2Bmafalda%2Bsobre%2Bsociologia&amp;espv
 
34 
progresso da domesticidade e o surgimento da família conjugal. Infância é 
uma concepção ou representação que os adultos fazem sobre os primeiros 
anos de vida do homem. 
 
Ariès(1996) trata da descoberta da infância na Renascença e do surgimento 
de sentimento da infância. Ele concluiu que o sentimento de infância só foi 
expressivo no final do século XVII. A infância era vista como um período 
muito curto, durando apenas enquanto a criança era frágil. A criança 
aprendia as coisas na prática, vendo os adultos fazer. 
 
No final do século XVII houve uma mudança, inicio da escolarização, quando 
a escola substitui o aprendizado como meio de educação. Surgem os 
colégios, onde as crianças são mandadas, sendo separadas das famílias. A 
família começou a se organizar e viver em torno da criança e suas 
necessidades, traços de família ocidental dos séculos XIX e XX. 
 
Para Ariès(1996) a juventude é a idade do século XVII, a infância sendo XIX 
e a adolescência XX. A criança deixa de ser brinquedo sexual dos adultos, 
percebendo a inocência da criança, e preservando-as. Passa assim a ter 
cuidado com a higiene e a saúde das crianças. 
 
Compreender o desenvolvimento físico e psicológico da criança passa a ser 
quase que uma exigência para a escola e o professor. O traço marcante da 
infância é a “falta”, onde tudo deve ser ensinado. O processo de socialização 
além da família será a escola. 
 
Com um sistema de ensino rigoroso os colégios assumem uma estrutura que 
se aproxima com a atual, ou seja, a duração da infância equivale à duração 
da escolaridade, que chega ao fim do século XVIII. Os colégios passam a ser 
a moderna expressão de como se deve tratar uma criança; Ao seu lado se 
tem os chamados manuais de boas maneiras, ou de civilidade. Rousseau 
contribuiu para a discussão de concepção de infância e o surgimento de 
colégio. Ele defende ardemente a pureza infantil e o sentimento com um 
 
35 
verdadeiro instrumento do conhecimento e o mundo inteiro é que deve ser 
buscado e não o mundo da razão, sempre com o objetivo de transformar 
a criança em um adulto bom. Para ele a criança aprende por meio do 
exemplo, por palavras e por práticas observadas por adultos, daí a 
necessidade dos pais se preocuparem com as normas de civilidade e boas 
maneiras dos filhos, que são preparados pra viver em sociedade e ser 
civilizados. 
 
No século XIX surge à proteção a infância, da criança e do adolescente, 
surge instituições para cuidar disso e a educação aparece como um fator 
estruturante na sociedade. A infância deve ser entendida como um tempo 
social, construído historicamente de acordo com suas condições materiais e 
culturais que caracterizam determinado tempo e espaço 
 
O desenvolvimento do conceito de família sofreu várias modificações. Esse 
conceito tem relação com a sociedade e sua estrutura econômica e política. 
 
Na idade média as famílias eram mais populosas, compostas por mais de 
duas gerações, e viviam em casas de pequeno espaço e com muita gente, 
sem qualquer privacidade. Em ambientes assim, a criança não “era vista”, e 
crescia sem encontrar afeto, amor conjugal, filial ou qualquer valorização dos 
laços afetivos. 
 
Reformulada a configuração espacial das casas, surgem condições 
apropriadas para o desenvolvimento de sentimentos como aconchego e 
domesticidade, antes não conhecidos. Com a privacidade, surge uma família 
conjugal, nuclear e doméstica, predominante nas sociedades ocidentais até 
hoje. 
 
Segundo Philippe Ariès, em seu trabalho sobre a descoberta da infância na 
Renascença, e do surgimento de “sentimento de infância”, conclui que este 
sentimento era desconhecido na Idade Média e que essa fase de infância era 
o tempo de preparação moral do indivíduo. O autor define “sentimento de 
 
36 
infância” falando em paparicação (como sendo um sentimento superficial 
ligado à criança em seus primeiros anos de vida, quando é “engraçadinha”), 
e a percepção da inocência e fraqueza da infância. Ele ainda destaca quea 
infância era vista como um período muito curto, durando apenas o tempo em 
que a criança era mais frágil. Logo se misturava aos adultos e aprendia as 
coisas na prática, ajudando-os. 
 
A mudança veio no final de século XVII, com a escolarização, quando a 
escola substituiu a aprendizagem como meio de educação, surgindo os 
colégios, para onde as crianças eram mandadas, separando-se da família. 
A família começou a se organizar e viver em torno da criança e de suas 
necessidades e em torno da profissão, traço da sociedade ocidental que se 
estende até o século XX. 
 
Já a ideia de adolescência e juventude é mais recente, e as mudanças 
podem ser observadas na forma como as crianças e jovens se vestiam e 
quais os jogos e brincadeiras eram mais comuns. E uma das mudanças mais 
consideráveis relaciona-se com a maneira como as crianças e jovens eram 
tratados pelos adultos, no que tange à sexualidade. Os adultos, percebendo 
a inocência infantil, procuram não mais fazê-los de “brinquedos”, mas 
procuram sim preservar tal inocência e poupá-los das “sujeiras da vida”, 
assumindo, também, maiores cuidados com a higiene a saúde das crianças. 
 
O surgimento das escolas e as visões da infância 
 
 
Como já mencionado, surgem os colégios a partir da ideia de que a criança 
precisava de formação, uma vez que nascia totalmente despreparada para 
viver em sociedade. A infância é marcada pela dependência para viver, pela 
falta de valores, regras e limites. A criança precisa aprender tudo, ser 
ensinada. A partir daqui, não só na família ocorrerá esse processo de 
socialização. Na escola será o melhor local, impondo hierarquia autoritária, 
com um regime disciplinar muito severo. 
 
 
37 
Na análise de Áries sobre o surgimento dos colégios, vemos que no séc. XIII 
os colégios eram asilos para os estudantes pobres, não se ensinava nos 
colégios. A partir do séc. XV, os colégios tornaram-se institutos de ensino, 
com respeito à hierarquia autoritária, com ensino no local. Essa evolução da 
instituição escolar está ligada a uma evolução paralela do sentimento das 
idades e da infância. 
 
Com o passar do tempo, as tendências vão mudando e moldando a 
educação, dando o tom do avanço do processo de escolarização. Também, 
uma nova percepção das idades gera a separação das classes por idade. O 
sistema disciplinar fica cada vez mais rígido, e a duração da infância equivale 
à duração escolar, que no fim do séc. XVIII chega a 4 ou 5 anos. 
 
Os colégios passam a ser modelo de como tratar as crianças, com manual 
de boas maneiras ou de civilidade, em âmbito mundial, de modo a haver uma 
universalização dos códigos ocidentais de conduta, que passaram a ser 
sinônimo de refinamento e o padrão a ser seguido por aqueles que 
almejavam ascender socialmente. 
 
Jean-Jacques Rousseau em muito contribuiu para a discussão das 
concepções de infância e o surgimento dos colégios. Os humanistas do séc. 
XVI rejeitavam a alternativa escolar. Achavam uma violência a imposição de 
educação formal. Criam no caráter incompleto da criança e na agressão à 
sua natureza pura com a imposição da educação formal. 
 
Rousseau destaca a primazia do sentimento sobre a razão, tem como 
pressuposto básico a crença na bondade natural do homem e atribui à 
civilização a responsabilidade pela origem do mal. Diante disso, para ele, a 
civilização é vista como a grande responsável pela degeneração da natureza 
humana e sua substituição pela cultura intelectual. 
 
Podemos ver que, para Rousseau, o processo educativo é visto como algo 
negativo, no sentido do que não deve ser feito. Somente quando a criança 
 
38 
está maior, com mais consciência de que interage com outras pessoas, é 
que se torna capaz de ser educada formalmente. Crê que a educação seja 
um processo contínuo, que se prolonga pela vida inteira. 
 
No séc. XIX, a premissa básica é a proteção da infância, da criança e do 
adolescente, inclusive, com o surgimento de instituições para cuidar disso e 
a educação é vista como um fator estruturante para a sociedade. Os 
cuidados com a infância passam a ser um traço das sociedades e do Estado 
moderno, e a escola como um lugar privilegiado para se colocar em prática 
essa concepção de criança e infância. 
 
Percebemos que houve grandes mudanças na maneira de ver, pensar, 
compreender, tratar, analisar e explicar cada etapa da vida de um indivíduo. 
Todo o avanço tecnológico, a globalização, as novas funções da família 
fizeram repensar qual seria o tempo de duração de cada uma dessas fases 
da vida do homem. 
 
Por fim, a infância deve ser entendida como um tempo social, construído 
historicamente, de acordo com as condições materiais e culturais que 
caracterizam determinado tempo e espaço. Assim, é possível haver 
diferentes concepções de criança, infância e juventude. Percebe-se que 
surgem instituições que são consideradas adequadas para o aprendizado da 
criança, formando-a para o convívio social. 
 
Com o decorrer do tempo ocorreram muitas mudanças, tanto no conceito, 
quanto na formação na família, o que acabou por definir novas maneiras de 
se perceber a criança e a infância, dando origem a uma área específica 
dentro da sociologia para tratar destes temas específicos: a sociologia da 
infância. 
 
 
 
 
 
39 
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