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TCC A VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO NO AMBIENTE FAMILIAR

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Centro Universitário Leonardo Da Vinci 
Curso Bacharelado em Serviço Social 
 
Aluna: Maria José Mesquita Marques. 
 Turma: Serviço Social 
 
 
 
 
 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO NO AMBIENTE FAMILIAR. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITAPIPOCA –CE. 
2022. 
 
 
 
MARIA JOSÉ MESQUITA MARQUES 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA: 
 
 
VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO NO AMBIENTE FAMILIAR. 
 
 
 
 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina do TCC- 
do Curso de Serviço Social- do Centro Universitário Leonardo da Vinci 
´UNIASSELVI, como exigência parcial para a obtenção do título de 
Bacharel em Serviço Social. 
 
 
 Nome do Tutor- Sara Alves Félix 
CRESS: 6180 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Itapipoca-CE. 
2022. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A violência destrói o que ela pretende defender: a 
dignidade da vida e a liberdade do ser humano”. 
João Paulo II 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
Agradeço primeiramente a DEUS, pela sua presença em todo os momentos da 
minha vida, que com sua luz divina iluminou meu caminho para que eu pudesse 
alcançar meu objetivo. 
A minha família, pelo amor, incentivo e apoio incondicional. 
A minha orientadora Sara Félix, pelo empenho dedicado à colaboração deste 
trabalho. 
As Assistentes Sociais que foram minhas supervisoras de campo: Emanuelly 
Botelho e Clara Santos, pela amizade, pelo incentivo, pelos momentos de reflexão e 
dedicação com que me supervisionaram e participaram da minha vida acadêmica. 
 A banca examinadora pela disponibilidade e valiosa contribuição em minha 
formação acadêmica. 
Enfim, agradeço a todas as pessoas que, de certa forma contribuíram para a 
realização para a minha formação, que é uma grande vitória na minha vida. A todos o 
meu muito obrigada! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
O presente trabalho monográfico apresentará o tema: Violência contra o Idoso no 
Ambiente Familiar, fato infelizmente presente em nossa sociedade e que se torna um 
desafio para o profissional do Serviço Social. As violências contra os idosos podem 
ser definidas de várias maneiras; física, psicológica, institucional abuso financeiro ou 
econômico, sexual, emocional e social, medicamentosa, preconceitos, negligências, 
autonegligência e outros, sendo essas agressões vindas de pessoas mais próximas 
abandono, vizinhos, conhecidos, própria família ou da parte do estado que muitas 
vezes não cumpre seu papel, no entanto o foco deste estudo será a Violência Contra 
o Idoso no Ambiente Familiar. Criada em janeiro 1994 a Lei 8.842 a Política Nacional 
do Idoso em enfrentamento a essa questão social, criada no objetivo de assegurar os 
direitos sociais do idoso, e exercer a cidadania. O Serviço Social tem a função de 
mediar os conflitos, garantir direitos, desenvolver ações que potencialize o 
enfrentamento contra a violência doméstica praticada contra o idoso. Assim, enquanto 
profissão comprometida como enfrentamento da questão social. 
 
Palavras chave: Violência Familiar, Serviço Social, Idoso, Estatuto do Idoso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 Introdução .................................................................................................09 
2 Apresentação do tema ..............................................................................12 
3 Problematização do tema e a relação com a questão social.................13 
3.1 Política nacional do idoso.............................................................................15 
3.1.2 Estatuto do idoso.......................................................................................16 
3.2.2 Violência familiar.......................................................................................16 
3.2.3 Família e seus conceitos...........................................................................17 
3.3 Profissional de serviço social........................................................................19 
3.3.1 A atuação do assistente social junto ao idoso...........................................22 
3.3.2 A intervenção do serviço social contra a violência ao idoso .....................23 
3.3.3 O envelhecimento; conceito e definições...................................................25 
3.4. Direitos e garantias da pessoa idosa.......................................................26 
3.4.1 Conceito de idoso no brasil........................................................................27 
3.4.2 Tipos de violências contra a pessoa idosa.................................................27 
3.4.3 Preconceitos sofridos pelos idosos............................................................31 
3.5 Principais agressores.................................................................................31 
3.5.1 Políticas públicas voltada ao idoso............................................................32 
3.5.2 Prevenindo a violência contra o idoso........................................................33 
3.5.3 Família fase última: a pessoa idosa...........................................................34 
4 Contextualização e justificativa.................................................................35 
 4.1 Idoso provedor da familia.............................................................................37 
4.1.2 Benefício de prestação continuada............................................................39 
5. Objetivos da pesquisa..................................................................................41 
5.1 Objetivo geral ...............................................................................................41 
5.2 Objetivos específicos ...................................................................................41 
6. Metodologia de pesquisa ............................................................................42 
7. Análise dos dados da pesquisa .................................................................44 
7.1 Apresentação dos dados .............................................................................45 
7.2 Análise dos dados ........................................................................................50 
7.3 Resultados ...................................................................................................50 
7.4 Discussão dos resultados ............................................................................51 
8. Conclusões ..................................................................................................52 
Referências ......................................................................................................55 
Apêndice 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS, SÍMBOLOS 
 
BPC - Benefício de Prestação Continuada 
CFESS – Conselho Federal de Serviço Social 
 C.F- Constituição Federal 
CREAS - Centro de Referência Especializado da Assistência Social 
CRAS - Centro de Referência da Assistência Social 
IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 
LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social 
 MS- Ministério da Saúde 
PAIF Atendimento Integral à Família PAIF 
PNI- Política Nacional do Idoso 
PNAS - Política Nacional de Assistência Social 
SUAS - Sistema Único de Assistência Social 
TCC- Trabalho de Conclusão de Curso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 1-INTRODUÇÃO 
 
Este presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) resume a experiência 
vivenciada no campo de estágio instituindo as Diretrizes Curriculares exigidas para o 
Curso de Bacharelado em Serviço Social do Centro Universitário Leonardo da Vinci-UNIASSELVI, do Estágio Curricular Supervisionado e Obrigatório, com carga horária 
de 460 horas, cuja atribuição tem cunho interventivo, graças a formação 
multidisciplinar das Ciências Humanas Sociais. O estágio foi realizado no Centro de 
Referência de Assistência Social (CRAS) Sebastião Gonçalves Barroso s/n no bairro 
Tatuzão- Miraíma-CE, é a localização do CRAS, pois é um órgão vinculado à 
Secretaria de Assistência Social, da Prefeitura Municipal de Miraíma-CE, é uma 
unidade pública Estatal Descentralizada da Política da Assistência Social, criado para 
atender as demandas dos programas Federais de Proteção Social Básica de 
Assistência Social, para família e seus membros e tem como objetivo prevenir a 
ocorrência de situação de vulnerabilidade social no território de abrangência. 
O CRAS tem por objetivo, fortalecer a função preventiva da família, contribuindo 
na melhoria da sua qualidade de vida; prevenir a ruptura dos vínculos familiares e 
comunitário, possibilitando a superação de situações de fragilidade social vivenciadas; 
solicitar aquisições sociais e materiais às famílias potencializando o protagonismo e a 
autonomia das famílias e comunidades, promover acessos a benefícios, programas 
de transferência de rendas e serviços socioassistenciais, contribuindo para a inserção 
das famílias na rede de proteção social de Assistência Social, incentivar ao acesso 
aos demais serviços setoriais, contribuindo para o usufruto de direitos. 
 Apoiar famílias que possuem, dentre seus membros, indivíduos que necessitam 
de cuidados, por meio de promoção de espaços coletivos de escuta e troca de 
vivências familiares. Os Conselhos Municipais de Assistência Social, do Idoso, da 
Criança e do Adolescente. 
Portanto, definiu-se com o tema do trabalho: a Violência Contra o Idoso no 
Ambiente Familiar é um problema que precisa ser superado por toda sociedade, pois 
devemos criar uma cultura que o envelhecimento é uma parte natural do ciclo da vida, 
e que portanto os idosos tem o direito a viver com dignidade, livre de abuso e 
exploração, podendo participar plenamente da vida e do convívio social conforme 
assegure o art. 3º do Estatuto do Idoso: É obrigação da família, da comunidade, da 
sociedade e do poder público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a 
10 
 
efetivação do direito à vida, a saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, 
ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito é a convivência 
familiar e comunitária (Lei 10.741/03). 
 Neste contexto, haja visto que o número de idosos vem crescendo a cada dia 
mais em nosso país, diante dessa nova realidade, vem ocorrendo um grande aumento 
na expectativa de vida da população mundial, onde o envelhecer é uma realidade em 
todos os países. A cada dia estão sendo desenvolvidos mais remédios, vacinas e 
outros instrumentos que tendem a aumentar a expectativa de vida da população idosa. 
 Contrário a isso, percebe-se que as famílias e o Estado não estão preparados 
para acompanhar e dar as pessoas idosas os cuidados que requerem, o que torna 
esta população alvo da violência pela falta de estrutura familiar. A violência destinada 
ao idosos sobrepõe de diversas formas, seja pela ausência de atenção, pressão 
psicológica, agressão física ou qualquer outro tipo de atitude realizada contra estes 
seres humanos frágeis. 
A violência contra o idoso praticada pela família vem crescendo 
significativamente, onde a cada dia mais são vítimas desses maus-tratos, sejam 
físicos, psicológicos, financeiros ou sociais. Esta realidade é um grande problema 
social e jurídico, pois muitas vezes a violência não é reconhecida ou descoberta, 
temendo o idoso em denunciar e impossibilitando aos órgãos públicos quanto ao 
combate efetivo deste problema que tanto atinge a sociedade, mostrando nitidamente 
a violação dos direitos garantidos no Estatuto do Idoso e na Política Nacional. Desta 
forma, a violência contra a pessoa idosa praticada por seus familiares é bem complexa 
e delicada, o que torna difícil para o idoso expor sobre a situação. A insegurança, o 
medo de revanches devido ao conflito familiar e o medo da falta de afeto e amor, são 
alguns dos motivos para o silêncio do idoso quando agredido por seus entes. 
Diante desta realidade, o presente estudo traz a seguinte questão norteadora: 
qual a situação dos idosos vítimas de violência familiar? Com o intuito de responder a 
esta questão, objetiva-se refletir acerca da situação dos idosos vítimas de violência 
familiar, cujos objetivos específicos baseiam-se em: entender como os idosos são 
tratados pelos familiares em ambiente doméstico; identificar as formas de violência 
cometidas contra pessoa idosa; conhecer as leis que protegem o idoso quanto à 
violência e apresentar seus direitos fundamentais frente ao Estatuto do Idoso e outras 
legislações. Este estudo foi construído por meio de pesquisa bibliográficas, as quais 
11 
 
abrangeram leituras, análises e interpretações de livros, artigos e textos on-line, 
entrevistas relacionadas ao tema proposto. Com o Estatuto do Idoso andamento nada 
mais justo do que lutar pelos idosos e enfrentar essas violações de direitos no 
ambiente familiar e na sociedade. Assim, nasce a necessidade de profissionais 
qualificados que atuem no enfretamento da questão dos maus tratos contra os idosos 
e que trabalhe na articulação de medidas protetivas que ajude os idosos a superar 
tais desafios. 
 Durante o desenvolvimento deste trabalho, buscaremos respaldo no Estatuto do 
idoso em 2003, contendo 118 artigos. Os quais abordam sobre diversas questões em 
que nossos idosos ainda causam sofrimento e angústia, visando garantir melhora em 
sua qualidade de vida. Tratando dos direitos fundamentais de todos os idosos 
possuem, como a liberdade, vida, respeito, alimentos, dignidade, direito à saúde, 
obrigações familiares e sociais, dando proteção contra o abandono, negligência, 
defesa física e moral, dentre outros. 
 A violência é uma realidade presente na história da humanidade; sua travessia, 
ao longo dos milênios, abrange todas as idades: Antiga, Média, Moderna e 
Contemporânea e, nelas, não só assumiu diferentes formas, como também, atingiu 
diferentes segmentos. 
Os maus tratos contra os idosos é um problema que vem crescendo 
diariamente. Os atos de violências manifestam-se principalmente sobre a forma de 
abandono pela família, institucionalização forçada, ameaças, chantagem, 
desvalorização, roubos, abuso de autoridade, abuso de confiança, agressões físicas 
e verbais. Desta forma, iremos enfatizar a importância dos conhecimentos do direito 
do idoso perante a violência familiar. 
Foi objetivo geral: Analisar o papel do profissional de Serviço Social no que se 
refere à questão dos maus tratos contra a pessoa idosa no ambiente familiar, bem 
como avaliar o papel do assistente social frente a violência. 
 Foram objetivos específicos: Caracterizar o perfil sócio- econômico das famílias 
e dos idosos em situação de violência familiar; Identificar os tipos de maus tratos e 
violências contra o idoso; apontar as instituições de combate à violência contra a 
pessoa idosa; Identificar como a política pública aborda a questão da violência contra 
o idoso. 
A metodologia utilizada no Trabalho de Conclusão de Curso cujo tema é 
Violência Contra o Idoso no Ambiente Familiar, caracteriza-se pela pesquisa 
12 
 
bibliográfica qualitativa e exploratória, sobre o tema violência contra idosos no 
ambiente familiar, para o desenvolvimento desse trabalho de conclusão de curso 
serão utilizados materiais publicados antes por autores que abordam sobre o tema em 
estudo, apresentando citações relevantes e discorrendo sobre elas, além de expor o 
entendimento a partir das leituras que versam sobre o tema. 
 O presente estudo foi realizado por meio de entrevistas, levantamentos de 
demandas e análises de documentosno campo do estágio, e de levantamentos 
bibliográficos sobre a temática com o uso de materiais acessíveis ao público em geral, 
tais como: livros, teses, dissertações e artigos, como também recursos da internet, 
que enriqueceram a efetivação do mesmo e ajudou a entender o surgimento do 
interesse da sociedade para os cuidados com os idosos, bem como saber de que 
forma intervir quando suspeitar desses maus tratos. 
 
 
2- APRESENTAÇÃO DO TEMA 
 
O tema Violência Contra o Idoso no Ambiente Familiar, se deu por meio de 
vivências e das observações no campo do estágio, dos serviços ofertados da política 
de assistência social. 
Este trabalho que está em face de construção para a elaboração do Trabalho 
de Conclusão de Curso (TCC), está passando pelo processo de reconhecimento da 
realidade, onde, estearemos elencando elementos para a construção de uma visão 
crítica da problemática social do idoso no ambiente familiar, possibilitando ampliar de 
forma reflexiva a visão de sociedade. 
A violência é um fenômeno mundial e existe desde o início da civilização, 
trazendo consigo resultados negativos para o desenvolvimento da humanidade. Como 
afirma Sousa (2010, p.1) em seu artigo sobre a origem da violência. 
 
A violência existe desde os tempos primordiais e assumiu novas formas à 
medida que o homem constituiu as sociedades. Inicialmente foi entendida 
como agressividade gerada pelo esforço do homem para sobreviver na 
natureza. (SOUSA, 2010, p. 01). 
 
Quando aborda a questão: o que é violência? Em maioria, a definição vem em 
seguida de agressão, raiva, lesão, tudo que é praticado contra outra pessoa de forma 
que causa algum dano físico. Porém, segundo a Organização Mundial da Saúde 
(2002) define assim a violência contra a pessoa idosa: 
 
13 
 
São ações ou omissões cometida uma vez ou muitas vezes, prejudicando a 
integridade física e emocional da pessoa idosa, impedindo o desempenho do 
seu papel social. A violência acontece como uma quebra de expectativa 
positiva por parte das pessoas que a cercam, sobretudo dos filhos, dos 
cônjuges, dos parentes, dos cuidadores, da comunidade e da sociedade em 
geral. (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2002). 
 
 
De acordo com o documento da Organização Mundial de Saúde percebe-se 
que a violência contra a pessoa idosa no ambiente familiar é um problema que precisa 
ser superado por toda sociedade, devendo criar uma cultura que o envelhecimento é 
uma parte natural do ciclo da vida, e que portanto os idosos tem o direito a viver com 
dignidade. 
Já de acordo com o Estatuto do Idoso de 2003, a definição é: “violência contra 
o idoso é qualquer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe 
cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico (Estatuto do Idoso de 2003, 
cap. IV, art. 19)”. 
 A violência contra a pessoa idosa, é um desagravo que vem acontecendo cada 
vez mais, configurando-se uma grave violação contra o direito desses cidadãos e não 
compõem a natureza humana; é um fenômeno biopsicossocial, complexo e dinâmico, 
um comportamento apreendido e internalizado culturalmente, cujo espaço do 
surgimento e desenvolvimento é a vida em sociedade. (Minayo, 1994). 
 
 A violência contra a pessoa idosa, representa um grande problema de saúde 
pública e cujo interesse tornou-se evidente apenas nas últimas décadas. Nenhuma 
sociedade, por mais ou menos desenvolvidas que seja, está imune a ocorrência da 
violência e os maus tratos as pessoas mais velhas. 
 Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2002) a violência foi 
considerada em 1996, como uma questão de saúde pública mundial, sendo essa uma 
violação dos direitos humanos. 
 
 
3-PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL 
 
Nos últimos anos, com a crescente qualidade e expectativa de vida da 
sociedade brasileira, o envelhecimento e a presença da pessoa idosa se tornaram um 
fato social inegável, com um crescimento demográfico significativos de pessoas com 
mais de 60 anos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE, 2010) a 
população brasileira manteve a tendência de envelhecimento dos últimos anos e 
14 
 
ganhou 4,8 milhões de idosos desde 2012, superando a marca de 30,2 milhões em 
2017, os 4,8 milhões de novos idosos em cinco anos correspondem a um crescimento 
de 18% desse grupo etário, que tem se tornado cada vez mais representativo no 
Brasil. As mulheres são maiorias expressivas nesse grupo, com 16,9 milhões (56% 
dos idosos), enquanto os homens idosos são 13,3 milhões (44% do grupo). 
A questão da violência contra o idoso no Brasil, como a questão social, ganha 
evidência como problemática social que se inscreve na sociedade, tendo como base, 
de um lado, as desigualdades e antagonismos motivados pelas transformações que o 
capitalismo vai assumindo ao longo de sua trajetória no país; de outro lado o fenômeno 
do envelhecimento populacional que levanta novas demandas e necessidades a essa 
população; e, por fim, as lutas, resistências e movimentos ligados aos idosos e aos 
seus direitos por vida digna, humana e justa. Diante da sociedade em que vivemos, 
com as diversas expressões da questão social vivenciadas pelos cidadãos, definir 
todas as formas de violências existentes, faz-se impróprias, pois a cada dia os direitos 
dos idosos são violentados de forma mais invasivas e desrespeitosas. Segundo 
Iamamoto, a questão social é: 
 
[...] Questão Social é apreendida como o conjunto das expressões das 
desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem uma raiz comum: a 
produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais 
amplamente social, enquanto a apropriação de seus frutos mante-se privada, 
monopolizada por uma parte da sociedade. (IAMAMMOTO, 2011, p. 27). 
 
 Diante deste cenário de violência e paralelamente os movimentos 
sociais, surge a Política Nacional do Idoso conforme a Lei Nº 8.842 de 4 de janeiro de 
1994. Reafirmando esta preocupação com os idosos, exsurge o Estatuto do Idoso em 
2003, protegendo de maneira especial os indivíduos com idade igual ou superior que 
60 anos de idade. 
Maus tratos contra pessoas idosas foram descritos pela primeira vez em 1975 
como “espancamento de avós” por dois pesquisadores ingleses (BAKER, 1975; 
BURSTON, 1975) e desde então têm sido temas de pesquisas científicas que 
fundamentam ações governamentais e das organizações internacionais em todo 
mundo. 
No Brasil começamos a tratar do assunto apenas nas duas últimas décadas de 
um lado por causa do aumento do número da população idosa no país que tornou 
irreversível a sua presença em todos os âmbitos da sociedade. De outro, essa 
visibilidade não é uma inércia decorrente do aumento numérico. Ela se deve, 
15 
 
principalmente, ao protagonismo dos movimentos realizados pela própria população 
idosa ou por instituições aliadas, seja em associações de aposentados, nos conselhos 
específicos e em movimentos políticos, sociais e de direitos. Essas ações 
repercutiram tanto na promulgação da Política Nacional do Idoso em 1994 como no 
Estatuto do Idoso conforme a Lei de Nº 10.741 de 1º de outubro de 2003. Em ambos 
os documentos estão declarados que maus tratos contra o idoso, entende-se que é 
qualquer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe cause morte, 
dano ou sofrimento físico ou psicológico (Estatuto do Idos, cap. IV, art. 19, §1). 
Violência é uma palavra complexa que em torno dela encontra-se vários 
significados negativos que trazem algum tipo de dano na vida do ser humano, como 
o dano físico, psicológico, emocional e estrutural. 
 
 3.1 POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO 
 
Em 4 de janeiro de 1994, foi aprovada a Lei nº 8.842, estabelecendo normas 
de proteção ao idoso. A referida Lei tem como finalidade, conforme expressar em seu 
Art. 1º. “Assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições para promover sua 
autonomia, integração e participação afetiva na sociedade”. Entrementes,estes 
direitos são desrespeitados cotidianamente, bem como é facilmente percebido a 
exclusão social para com os idosos, tratando-os como improdutíveis e, 
consequentemente, um peso para a sociedade. 
A Lei apresentou pontos positivos, relacionados aos progressos direcionados 
às pessoas com mais de 60 anos de idade, fornecendo alternativas de assistência ao 
idoso, como: educação, previdência social, justiça, trabalho, habitação, cultura, dentre 
outros meios para sua proteção e melhoria nas condições de vida. 
Contudo o legislador em observância a realidade do nosso país não 
economizou em prolatar leis mais severas para obtenção da proteção do idoso, tanto 
no âmbito federal quanto no municipal, pois a violência contra estes e a negligência 
vinha se agravando. 
Mediante essa situação, em 2003, essa lei foi ajustada conforme as 
necessidades apresentadas, surgindo assim, o Estatuto do Idoso. 
 
 
 
 
16 
 
3.2 ESTATUTO DO IDOSO 
Em 2003, foi promulgada a Lei 10.741, estabelecendo direitos para os idosos. 
Este fato ocorreu em detrimento do desrespeito dos cidadãos para com os idosos, 
visto que intensificava cotidianamente o descaso com estes, principalmente no que 
tange aos maus tratos. 
 Percebe-se claramente, que o Estatuto do Idoso trouxe um arcabouço de 
garantias de direitos aos idosos. Neste sentido, também leciona Gugliotti (2008, p. 79) 
que; “o Estatuto do Idoso tem como objetivo proporcionar a uma parcela especifica da 
população um tratamento condizente com sua condição especial, conferindo as 
ferramentas necessárias para a construção, pelo idoso, de sua identidade cidadã, com 
a consequente conquista de sua autonomia.” Desta forma, o Estatuto do Idoso traz de 
volta a harmonia e a conclusão social do idoso, fornecendo-lhe prerrogativas para 
conquista de sua própria identidade. 
Porém, com várias garantias em nossa legislação pátria, insta salientar que 
grande parte da nossa sociedade ainda continua desrespeitando o idoso. Deixam-se 
olvidar que, noutro momento todos estarão nas mesmas condições, com idade 
avançada e requerendo do estado garantias que existem, mas que não são 
efetivadas. 
 
3.2.1 VIOLÊNCIA FAMILIAR 
 
 A família deveria ser um espaço primário na vida do idoso principalmente 
quando o mesmo está debilitado precisando dos cuidados de um familiar. Atualmente 
muitos desses familiares não têm paciência para que a pessoa idosa tenha os 
cuidados necessários. 
Segundo Corteletti Casara e Herédia (2010) a família é uma instituição que sempre 
acompanhada de alguma forma, o alisamento seja motivo de não mais haver o 
acolhimento ao idoso ou até mesmo pela inexistência do familiar. E relata através de 
alguns depoimentos de idosos que possuem família traduzindo os sentimentos 
trazidos pelo alisamento. 
 No Brasil assim como em vários países, embora exista a tendência de 
idealizar a família como apoio informal para a população idosa, nem sempre esses 
relacionamentos familiares são satisfatórios e esta família é, muitas vezes local de 
17 
 
violência, opressão e domesticação do idoso: É no contexto urbano que a violência 
contra o idoso de certa maneira mostra a desarticulação das relações de sociabilidade 
familiar e de vizinhança. A individualização, o menosprezo ao outro idoso que serei 
eu, hoje adulto ou Jovem, é evidente no mundo urbano. É nos lares que ocorrem os 
maiores índices de abusos e de negligência ao idoso. O espaço físico exíguo ou 
inadequado, as dificuldades financeiras e até mesmo o choque de gerações, são 
alguns de seus determinantes (LOPES, 2007). 
 Existem idosos que não possuem família; há outros que por conta da pobreza 
seus familiares precisam trabalhar e não podem deixar o mercado de trabalho para 
ter esse cuidado, que os mesmos necessitam. Esses e outros causam inúmeras 
contradições no entorno familiar, dificultando vínculos. Quando se fala em 
envelhecimento, nos faz lembrar de um processo de transformação constante do 
organismo que pode haver a implicância da diminuição gradual da probabilidade de 
sobrevivência. Sendo os mesmos de natureza diversa e iniciando-se em diferentes 
ritmos onde acarreta resultados distintos para as diversas partes e funções do 
organismo. 
A família busca o isolamento social por sentir vergonha do comportamento 
inadequado do idoso, por não saber como lidar com essas situações. Existe também 
a necessidade de se resolver questões financeiras, momentos tensos na relação 
dialética de mútuas definições de cuidador com os não cuidadores e embaraços do 
cuidador na decisão pela institucionalização do idoso. 
Caldas (2004) afirma que na família há as necessidades que vão desde os 
aspectos materiais até os emocionais, passando-se pela carência de informações. 
Inclui no aspecto material recursos financeiros, moradia, transporte e acesso a 
serviços de saúde. Por outro lado, deixando claro a importância do seu porte 
emocional, ligando a família aos serviços de apoio e meios que garantam qualidade 
de vida aos cuidadores principais. 
 
 3.2.2 FAMÍLIA E SEUS CONCEITOS 
O ser humano é considerado um ser social, que necessita viver com outros 
seres humanos para desenvolver suas necessidades, por isso juntam-se em grupos, 
que são uma reunião de pessoas com interesses comuns. 
 A família pode ser compreendida como um grupo social, onde há um laço 
fraterno entre seus integrantes, ou seja, é um núcleo de pessoas com grau de 
18 
 
parentesco e com ligações sanguíneas, ou não, que se apoiam para manter o núcleo 
em comunhão (MALUF, 2010, p. 51). O termo família “origina-se do latim famulus que 
significa: conjunto de servos e dependentes de um chefe ou senhor” (PRADO, 1981, 
p. 7), sendo que entre os dependentes compreende-se a esposa e os filhos. 
Popularmente, a palavra família significa “pessoas de mesmo aparentadas ou não que 
vivem, em geral, em uma mesma casa, particularmente, pai, mãe e filhos. Ou ainda, 
pessoas de mesmo d=sangue, ascendências, linhagem, estirpe ou admitidos por 
adoção” um chefe ou senhor” (PRADO, 1981, p. 7). Nogueira (2015, p.1) complementa 
dizendo que “a família é uma sociedade natural formada por indivíduos, unidos por 
laços de sangue ou de afinidade”, sendo que os laços de sangue resultam da 
descendência, e a afinidade da entrada dos cônjuges e seus parentes que se juntam 
à família pelo casamento. Corroborando com tudo isso, Mioto diz: 
[...] família é um grupo natural, limitado à essência biológica do homem e à 
sua continuidade através da consanguinidade e da filiação, assim como da 
naturalização da divisão sexual do trabalho, dos papeis, identificação do 
grupo conjugal como forma básica elementar de toda família, dentre outras. 
(MIOTO,1997, p. 116). 
 
Nota-se diante dos conceitos dos autores que família liga-se à ideia de um 
grupo concebido naturalmente e formado por um casal e seus filhos. Neste sentido, 
diga-se que a família é uma construção social, por isso é preciso ter uma visão crítica 
e analítica para compreendê-la na perspectiva social e histórica, ou seja, observá-la 
em suas diferentes construções, épocas de história e locais. 
Nota-se, então que família é um núcleo de pessoas com laços sanguíneos ou 
não que convivem em união, em determinado lugar e durante um determinado. Na 
concepção de Monteiro e Pinto (2009, p. 9), tradicional definição da família, “todo ser 
humano nasce e torna-se membro de uma família natural, a qual permanece ligado 
durante toda a sua existência, mesmo que depois constitua uma outra família através 
do casamento”. Entretanto, conforme Vilhena a família pode ser pensada sob distintos 
aspectos: 
[...] como unidade doméstica, assegurando as condições materiais 
necessárias à sobrevivência, como instituição, contestador de um vasto 
conjunto de valores, imagens e representações, como um conjunto de laços 
de parentescos, como um grupo de afinidade e com variados graus deconvivência e proximidade. (Vilhena, 2008, p. 2). 
 
19 
 
Em concordância, Kaloustinon (2004, p. 11) menciona que a família é o espaço 
necessário que serve para garantir a sobrevivência e a proteção de seus membros, 
independentemente da forma de como ela é estruturada e de como ajusta seus 
aspectos afetivos. Além disso, em seu meio são absorvidos os valores éticos e 
humanos, aprofundando a solidariedade, e exercendo um papel de decisão na 
educação formal e informal, sendo essência para todo o ser humano em seu 
desenvolvimento. Em suma, através da família adquire-se experiência para a vida e 
crescimento intelectual para a construção do aprendizado. Monteiro e Pinto (2009, p. 
12) 
Em suma, através da família adquire-se experiência para a vida e crescimento 
intelectual para a constituição do aprendizado. Monteiro e Pinto (2009, p. 12) conferem 
a família em três definições fundamentais: em sentido amplíssimo abrangendo todos 
os indivíduos que estiverem ligados pelo vinculo da consanguinidade ou da afinidade; 
em sentido lato, abrange além dos cônjuges e seus filhos, também os parentes em 
linha reta ou colateral, assim como os afins, e no sentido restrito que entende sua 
égide à comunidade formada pelos pais e descendentes, unidos ou não pelo 
matrimônio. Por fim, afirma-se que a família é a base de formação do ser humano, 
uma vez que é responsável por proporcionar, principalmente, uma vez que é 
responsável por proporcionar, principalmente, educação e proteção aos seus 
membros influenciando em seus comportamentos perante à sociedade. Na verdade, 
o papel desempenhado pela família baseia-se no desenvolvimento de cada integrante, 
pois é neste núcleo que são impressos os valores morais e sociais que servirão de 
base para a sociedade, bem como para as tradições e os costumes dispostos pelas 
gerações. 
 
3.2.3 PROFISSIONAL DE SERVIÇO SOCIAL 
O Serviço Social é uma profissão de caráter sociopolítico, crítico e interventivo, 
que se utiliza de instrumental científico para atuar nas diversas manifestações da 
questão social, resultado da relação entre exploração de trabalho e acumulação do 
capital. O profissional se insere nas mais diversas áreas, atuando em diferentes 
políticas sociais: saúde, previdência, educação, habitação, lazer, assistência social, 
justiça entre outros. 
20 
 
Conforme, CEFESS assegura que: 
O projeto ético-político da profissão, pauta-se na perspectiva da totalidade 
social rompendo com a intervenção, conservadora, expressando o 
compromisso da categoria com a construção de uma ordem societária, 
democrática e garantidora de direitos. (CEFESS, 2010). 
 
 O Assistente Social tem como competência planejar, gerenciar, 
administrar, executar e assessorar políticas, programas e serviços sociais, atua nas 
relações entre os seres humanos no cotidiano da visa social, utilizando instrumentais- 
técnicos para uma ação socioeducativa e de prestação de serviços, embasado nas 
legislações vigentes, na Lei de Regulamentação da Profissão (Lei nº 8.662/93), no 
código de Ética Profissional de 1993 e nas Diretrizes Curriculares. 
O Código de Ética do/a Assistente Social, traz em seu 10 princípio ético, que 
o/a Assistente Social deve ter “compromisso com a qualidade dos serviços prestados 
à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva de competência 
profissional”. 
O profissional deve estar sempre em processo de capacitação, aprendizado 
para que possa atender as várias manifestações da questão social que cercam a 
população, garantindo que esses tenham aos serviços prestados. 
 
De acordo com Iamamoto, ele ratifica que: 
 
Os assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas mais 
variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos as experimentam 
no trabalho, na família, na área habitacional, na saúde, na assistência social 
pública, etc. questão social que sendo desigualdade é também rebeldia, por 
envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a ela resistem, se opõem. 
É nesta tensão entre produção da desigualdade e produção da rebeldia e da 
resistência, que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno 
movido por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou 
deles fugir porque tecem a vida em sociedade. (IAMAMOTO, 1998 p. 28). 
 
A contemporaneidade exige que o profissional de Serviço Social esteja 
preparado para o enfrentamento de demandas atuais. Pois a cada momento 
acontecem as transformações da sociedade, nascem novos elementos que 
expressam aas refrações da questão social ocasionando a transformação da vida dos 
sujeitos. 
Segundo Yasbeck (2009), 
 
21 
 
A profissão de Serviço Social tem desafio de enfrentar novas demandas, 
atribuições e competências, o que amplia seu espaço de intervenção. No 
atual contexto social e econômico, a intervenção dos assistentes sociais 
assume novas formas e expressões, tais como: a vulnerabilidade do trabalho 
e a penalização da classe trabalhadora, o desemprego, o achatamento 
salarial, o aumento da exploração do trabalho feminino e infanto-juvenil, 
fragilidade no sistema de saúde, todos os tipos de violências, habitação 
precária, mendicância, alimentação insuficiente, o envelhecimento sem 
recursos e a falta de respeito com o meio ambiente. (YASBECK, 2009, p.). 
 
O desafio da profissão é criar alternativas e possibilidades para a atuação no 
cenário atual e formular propostas para enfrentar as expressões da questão social. 
Entende-se que as propostas sejam solidárias a realidade daqueles que a vivenciam, 
não só como vítimas da sociedade capitalista, mas como sujeitos que buscam a 
preservação da vida. “Essa discussão é parte dos rumos perseguidos pelo trabalho 
profissional contemporâneo” (IAMAMOTO, apud SANTOS, 2008). 
Diante das propostas de atribuições, é importante perceber que o maior desafio 
profissional na atenção a pessoa idosa é contribuir para que os idosos redescubram 
possibilidades de viver com qualidade e que compreendam que por direito, possuem 
acesso livre aos serviços prestados. O Assistente Social deve buscar o 
empoderamento do idoso, para que o mesmo, apesar das suas limitações, passe a 
ter os seus direitos efetivados. Essa possibilidade aumenta na medida em que a 
sociedade considera o contexto familiar e social e consegue reconhecer as 
potencialidades e o valor da pessoa idosa (BRASIL, 2006). 
As diversas expressões da questão social que são apresentadas aos 
assistentes sociais no seu cotidiano de trabalho têm dado a estes profissionais a 
construção de estratégias que venham contribuir no combate a essas demandas. 
Desta forma, os profissionais do serviço social têm como missão viver as 
múltiplas expressões da questão social, bem como vencer as rebeldias que as 
mesmas trazem aos indivíduos em questão, sendo um profissional propositivo e não 
apenas executivo, ou seja, um mero cumpridor de tarefas. 
A questão social é um conjunto de problemática vivenciada pelos indivíduos 
inseridos em uma determinada sociedade seja no âmbito político, social e econômico, 
que ao longo da história vai tomando novas faces, sendo denominada expressões da 
questão social. 
22 
 
Pode se considerar expressões da questão social algumas necessidades do 
cotidiano da sociedade tais como: desemprego, dificuldade de acesso a direitos 
básicos como saúde, educação e habitação; entre outras. 
 
3.3.1 A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL JUNTO AO IDOSO 
Quando é relatado a palavra envelhecer, entende-se de um processo natural 
da vida do homem, mais na sociedade nos dias atuais é mais que um processo natural 
e trata-se de perder o valor, já que é vivenciado em uma sociedade onde a tecnologia, 
a produção e consumismo fala mais alto, mas na sociedade o idoso era como alguém 
sábio, alguém que tinha o que dividir com pessoas mais jovens e com crianças. 
O idoso se encontra em uma fase da vida em que desfruta de seus esforços, 
colhetudo o que viveu até a idade atual. A ajuda a seus entes queridos não é negada, 
mas deve ser ensinado ao idoso a diferença entre ajuda e exploração. 
Para melhorar as condições de vida do idoso foi criado o Estatuto do Idoso que 
visa garantir o direito do idoso, garantindo o direito e a inclusão na sociedade e 
garantia contra a violência psicológica, abusos financeiros, sexual, moral e físico. 
Além de garantir direitos fundamentais básicos que também estão garantidos na 
Constituição Federal para todos os cidadãos do país. 
Whitaker (2007) explica que longamente com a industrialização e a urbanização 
do país alteram substancialmente a posição do idoso dentro da família e na sociedade 
como um todo até os 60 do século passado, o Brasil era um país agrário e, como tal, 
abrigava a maior parte de sua população no campo. Não caberia aqui no curto espaço 
desta pesquisa, descrever o formidável impacto sobre população do país. 
Na sociedade atual a medicina é avançada e a tecnologia ainda mais, deve-se 
pensar que as condições de garantia de longevidade de vida vêm aumentando. 
Homens ou mulheres envelhecem da mesma maneira, então tem que pensar que 
tratar-se dos direitos dos idosos é do direito de todos ao envelhecer, garantir saúde e 
segurança ao idoso é garantir a todos ao envelhecer. 
O idoso tem próprias vontades, os próprios desejos, a família e a sociedade 
devem estar atentas aos anseios. Estar no meio da família é de suma importância 
para os idosos já que irá trazer a eles uma estabilidade emocional muito grande. Seus 
desejos e suas vontades muitas vezes não são escutados e assim, muitas vezes não 
23 
 
realizados e não questionadas. Com novas famílias que possuem menor números de 
filhos o cuidado com idoso diminui, e assim todos esses cuidados que deveriam ser 
vistos sempre passam despercebidos e os idosos ficam de fora de atividades do dia 
a dia ficam para trás. 
O envelhecimento é um processo de transformação que todo ser humano 
passa, sua capacidade e habilidade sejam elas negativas e positivas, essas 
capacidades e habilidades influenciam muito na visão do idoso sobre o futuro que, na 
maioria das vezes, se torna negativa, pois a sociedade contemporânea seja ela na 
escola, no ambiente hospitalar, ou qualquer outro ambiente possui uma nova visão de 
sociedade o que acaba excluindo o idoso no mundo atual trazendo a ele a certeza 
que ele não se encaixa e que foi esquecido. 
Com o intuito de garantir o direito do idoso, o Brasil se utilizou da sociedade, 
uma sociedade organizada politicamente e a efetivação do direito do idoso se deu a 
denúncias de violação da constituição, na Política Nacional do Idoso e do Estatuto do 
Idoso. E por meio dessas denúncias houver uma participação social maior que acabou 
com a visão dê que o idoso abandonado é frágil. 
Então o primeiro dever da sociedade é reconhecer o idoso como um ser 
humano de direitos e respeito. 
 
3.3.2 A INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL CONTRA A VIOLÊNCIA AO IDOSO 
 Embora seja possível observar um aumento da expectativa de vida da 
população brasileira, devido aos avanços tecnológicos e da medicina, não tem sido 
possível garantir a qualidade de vida da pessoa idosa. Acredita-se que os casos de 
violência contra a pessoa idosa ocorram mais em instituições de longa permanência 
do que no ambiente familiar. Essa violência constitui uma violação aos direitos 
humanos, sendo uma das principais causas de lesões, doenças, diminuição da 
produtividade, isolamento e desesperança. 
 O lar familiar deve ser o ambiente no qual as pessoas sintam-se maior 
segurança, paz e tranquilidade, podendo descansar com dignidade na velhice. 
Entretanto, tais ambientes acabam por se tornar um dos lugares onde há o domínio 
da violência. 
Ações concretas para o combate à violência contra a pessoa idosa podem ser 
observadas a partir do ano de 1994, com a criação da Política Nacional do Idoso (Lei 
24 
 
8842/94 e Decreto 1948, de 1966). A Lei Orgânica da Assistência Social- LOAS de Nº 
8.872 de 7 de dezembro de 1993, possibilitou que as pessoas a partir de 65 anos 
tenham acesso ao benefício de prestação continuada, correspondente a um salário 
mínimo vigente, desde que a renda familiar não ultrapasse a ¼ do salário mínimo per 
capita. 
 De acordo com o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03) a pessoa idosa dispõe 
de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo a velhice um 
direto pessoal, e a sua proteção um direito social. Cabe ao Estado o dever de proteção 
dos direitos reconhecidos por Lei, fiscalizando se esses direitos são ameaçados ou 
violados (art.43). o referido estatuto ainda determina que” nenhum idoso será objeto 
de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão e 
todo atentado dos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da Lei”. 
O inciso 1º, estabelece que” é dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos 
direitos do idoso” 
 Assim, o pacto dos direitos é consagrado como estratégia de combate à 
violência embora seja possível observar uma discrepância entre a legislação e a 
implementação efetiva desses direitos, tendo em vista a permanente violação e a 
transgressão de direitos por parte do Estado, da família e da sociedade. 
 O Assistente Social, é um profissional capacitado para trabalhar com políticas 
públicas e programas do governo que visam assegurar que as Leis estabelecidas o 
Estatuto do Idoso sejam efetivadas. Também é o profissional responsável pela 
promoção da autovalorização do idoso, fazendo com que ele se sinta parte integrante 
da sociedade. 
A realidade vivenciada pelo idoso deve ser transformada para que em um futuro 
próximo seja possível viver com dignidade, excluindo toda e qualquer forma de 
isolamento e exclusão visando a melhoria da qualidade de vida. 
 
 
 3.3.3 O ENVELHECIMENTO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES. 
A velhice faz parte do curso natural da vida: nascer, crescer, amadurecer, 
envelhecer e morrer. As transformações que se caracterizam têm origem no próprio 
organismo e ocorrem, gradualmente, no dia a dia, posto que não se envelheça 
subitamente, mas vai-se envelhecendo ao longo dos anos (MASCARO, 2004). 
25 
 
A literatura científica apresenta distintos conceitos para o envelhecimento. Tais 
conceitos têm considerado diferentes aspectos do desenvolvimento humano, 
passando pelos campos biológico, social, psicológico e cultural. Contudo, ainda não é 
possível encontrar uma definição de envelhecimento que envolva os complicados 
caminhos que levam o indivíduo a envelhecer e como este processo é vivenciado e 
representado pelos próprios idosos e pela sociedade em geral (Carvalho Filho 
&Papaléo Netto, 2006; Uchôa, 200.3). 
O atual processo de envelhecimento populacional brasileiro é marcado de 
forma significativa pela violência contra o idoso. No Brasil, as dimensões acerca da 
violência contra o idoso têm se destacado as últimas décadas, devido ao crescimento 
constante da população idosa e a elevação da expectativa de vida. De acordo com o 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), a população idosa no 
Brasil irá triplicar nos próximos 40 anos, passando de 19,6 milhões (10% da população 
brasileira) em 2010 para 66, 5 milhões pessoas no ano de 2050- o que corresponde a 
29.3% da população. Assim, faz-se necessário a criação de políticas públicas de 
saúde e políticas públicas sociais que assegurem à pessoa idosa qualidade de vida e 
bem estar social. 
A violência contra o idoso, contudo, pode ocorrer nos mais diversos espaços 
sociais, tais como no seio familiar, asilos, órgãos públicos, centros de convivência, ou 
seja, em inúmeros ambientes em que homens e mulheres idosos convivem Minayo 
(2004) destaca que a violência contra a pessoa idosa não se restringe à realidade de 
um país, cidade ou localidade, tendo em vista tratar-se de um fenômenocomplexo 
que atinge países desenvolvidos da mesma forma que atinge os subdesenvolvidos. 
A Constituição Federal (1988) considera a pessoa idosa como sujeito de direito, 
não sendo permitida qualquer forma de discriminação em relação à idade. A Lei 
Orgânica da saúde, nº 8080/90 apresenta o princípio da preservação da autonomia 
na defesa da integridade física e moral. O Estatuto do Idoso, Lei nº 10741/2003, em 
seu capítulo I, art. 3º, destaca que compete à família, à sociedade e ao Estado o dever 
de amparar o idoso, garantir sua participação na comunidade, defender sua dignidade 
e bem-estar, além de assegurar o direito à vida e protege-los contra maus tratos. 
A participação da família, sociedade e o Estado é indispensável para o apoio e 
defesa do idoso, para que o mesmo não esteja sujeito ás violências como o abandono, 
maus tratos físico e psicológicos, financeiro, abuso sexual, abandono e negligência. 
Nos casos em que há a necessidade de amparo, o Estado dispõe de aparatos para o 
26 
 
atendimento à pessoa idosa que contribuem com o suporte necessário para a 
superação da violência vivida e a efetivação dos direitos violados. 
O assistente social é o agente responsável por intervir na realidade social, 
buscando formas de modificar a situação do idoso, objetivando tanto a efetivação dos 
seus direitos como o seu bem-estar social. Também é responsabilidade do assistente 
social, orientar sobre Política Nacional do Idoso (PNI), o Estatuto do Idoso e a Lei 
Orgânica da Saúde (LOS). 
 
3.4 DIREITOS E GARANTIAS DA PESSOA IDOSA 
 A reflexão acerca da pessoa idosa teve no ano de 1956 com a adesão do tema 
pela Organização das Nações Unidas (ONUS). Entretanto, apenas a partir de 1982- 
com a “I Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento” na cidade de Viena-, que as 
discussões sobre o envelhecimento obtiveram destaque em âmbito internacional. Em 
decorrência dos debates realizados, planos de ações foram desenvolvidos na América 
Latina e Caribe, além de inúmeras reuniões, uma delas realizada no Brasil. A 
Constituição Federal de 1988 foi a primeira legislação brasileira a inserir a pessoa 
idosa em seus pressupostos da proteção, justiça social e direitos humanos. 
 O Estatuto do idoso (2003), em seu art. 3º, parágrafo único, tópico V, destaca que 
o atendimento ao idoso deve ser realizado prioritariamente pela própria família em 
detrimento do atendimento asilar, com exceção dos casos em que a pessoa idosa não 
possuir ou carecer de condições especiais para a manutenção da própria 
sobrevivência. O referido Estatuto assegura em seu artigo 23, além do amparo às 
pessoas idosas pela família, pela sociedade e pelo Estado, a participação dos idosos 
na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e assegurando o direito à 
vida, preferencialmente através de programas desenvolvidos em domicílio. 
Já em seu capítulo II, art. 99, o Estatuto estabelece que a exposição da 
integridade, saúde física ou psíquica do idoso submetendo-o a condições desumanas, 
degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis ou trabalho 
excessivo/inadequado poder resultar em uma pena de detenção de dois meses a um 
ano, além do pagamento de multa. Entre seus princípios encontram-se previstas as 
seguintes prioridades no atendimento ao idoso: serviço de atendimento às vítimas de 
violência, localização de familiares de idosos abandonados em instituições e suporte 
jurídico social para o enfrentamento da exclusão social e formas de violência, bem 
como assegurar os seus direitos fundamentais. 
27 
 
O Estatuto do idoso (Lei Federal 10.741) prevê ainda dispositivos e 
mecanismos para coibir a discriminação contra os idosos, estabelecendo penas para 
os crimes de maus tratos, garantindo à concessão de diversos benefícios e 
consolidação de direitos. Também são reafirmados princípios constitucionais e da 
Política Nacional do Idoso, além de políticas e programas de assistência social, 
serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de negligência, maus 
tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão, identificação e localização de 
parentes ou responsáveis pelo idoso em situação de abandono em hospitais ou 
instituições de longa permanência , proteção jurídico-social através de entidades de 
defesa dos direitos do idosos e mobilização da opinião pública para a ampliação da 
participação social no atendimento ao idoso. 
 
3.4.1 CONCEITO DE IDOSO NO BRASIL 
O conceito de idoso pode ser definido em diversas vertentes, seja ela 
cronológica, física, social, biológica, cultural, entre outras. Nesta retidão o mais 
utilizado é o cronológico, ou seja, aquele que leva em consideração o tempo e a data. 
 Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), através da resolução 39/125, o 
conceito de idoso irá divergir de acordo com o país, seja ele desenvolvido ou em 
desenvolvimento. No primeiro são aqueles com 65 anos ou mais, enquanto nos países 
em desenvolvimento, são aqueles com idade igual ou superior a 60 anos. Neste 
sentido e não obstante, no Brasil, país em desenvolvimento, a lei 10.141 (Estatuto do 
Idoso) em sentido escrito, os definem como pessoas com mais de 60 anos. 
 
3.4.2 TIPOS DE VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA IDOSA 
Os idosos tornam-se mais vulneráveis à violência intradomiciliar na medida em 
que necessitam de maiores cuidados físicos ou apresentam dependência física ou 
mental. Quando maior a dependência, maior o grau de vulnerabilidade. O convívio 
familiar estressante e cuidadores despreparados agravam esta situação. 
Ter medo de um familiar ou de um cuidador profissional; Não querer responder 
quando se pergunta, ou olha para o cuidador/familiar antes de responder; Seu 
comportamento muda quando o cuidador/familiar entra ou sai do espaço físico onde 
se encontra; Manifesta sentimentos de solidão, diz que precisa de amigos, família, 
etc. Expressam frases que indicam baixo autoestima: “não sirvo pra nada”, “só estou 
incomodando” Mostra exagerado respeito ao cuidador/familiar. 
28 
 
Apenas recentemente os maus tratos contra os idosos passaram a ser 
reconhecidos como violência doméstica. A exemplo do que acontece com crianças, 
adolescentes e mulheres, a violência contra o idosos também e subnotificada. 
Inúmeras ocorrências são registradas pelas equipes do Centro de Referência de 
Assistência Social (CRAS), e pelo Centro de Referência Especializado de Assistência 
Social (CREAS), e serviços de pronto atendimento, sem que o diagnóstico final 
relacione o problema a possíveis maus tratos cometidos por familiares ou cuidadores. 
Vários estudos têm demonstrado que a violência contra os idosos é 
responsável pelos elevados índices de morbimortalidade e manifesta-se de diversas 
maneiras: abuso físico, psicológico, sexual, financeiro, abandono, negligência ou 
autonegligência. 
 Para enfrentar esse problema é necessário a construção de uma rede 
integrada de atendimento aos idosos, envolvendo setores (governamentais e não 
governamentais). Nesse contexto, os profissionais assistentes sociais que lidam 
diretamente com a população, tem o papel relevante no sentido de dar maior 
visibilidade ao problema, visando a identificação de estratégias específicas para cada 
local. Vale ressaltar que nem sempre os maus-tratos são praticados de forma 
intencional, podendo ser resultado do despreparo para lidar com a situação ou das 
condições socioeconômicas da família ou comunidade. 
 Segundo a Organização Mundial de Saúde- OMS, o tipo de violência pode ser 
definido como: 
 
“O abuso pode ser de natureza física ou psicológica ou pode envolver maus 
tratos de ordem financeira ou material. Qualquer que seja o tipo de abuso 
certamente resultará em sofrimento desnecessário, lesão ou dor, perda ou 
violação dos direitos humanos e uma redução de qualidade de vida do idoso”. 
(OMS, 2002, p. 28). 
 
 
Seguindo a mesma linha de raciocínio da OMS o Estatuto do Idoso, Lei 
brasileira,diz que causar dano, abandonar, negligenciar ou agir de qualquer modo 
que venha afetar a convivência normal e natural da pessoa idosa é um ato de violência 
e que podem configurar-se de tipos diferenciados. Tantas vezes, o idoso, por 
vergonha, medo de retaliações e até pela preocupação com possíveis penalidades ao 
abusador, pois na maioria das vezes o agressor é um familiar, não relata a violência. 
Não é só agressão física que machuca, são considerados tipos de violência contra a 
pessoa idosa. São os tipos mais comuns: violência física, violência psicológica, 
29 
 
violência sexual, violência financeira, o abandono e a negligência e dentre outras 
práticas que perneiam lacunas da sensibilidade humana e fazem parte do rol desses 
atos violentos. A seguir em destaque a definição desses tipos mais comuns de 
violência contra a pessoa idosa: 
A- Violência física: Em casa ou instituições, empurrões, tapas e chutes abalam 
corpo e mente e por vezes antecipam a morte do idoso. B- Violência psicológica: 
Gritos, insultos, ameaças e constrangimento levam a perda de dignidade, ansiedade 
e isolamento social a vítima. C- Negligência: O parente ou cuidador não atende as 
necessidades básicas da pessoa, como alimentação, higiene e medicamentos. D-
Violência financeira ou econômica: O abuso nesse contexto inclui o uso indevido 
do dinheiro e a apropriação ilegal dos bens da pessoa sob cuidados. E- Violência 
sexual: São termos que se referem ao ato ou jogo sexual de caráter homo ou hetero 
relacional, utilizando pessoas idosas. Esses abusos visam obter excitações, 
relações sexuais ou práticas eróticas por meio de aliciamento, violência física ou 
ameaças. F- Abandono: é uma violência que se manifesta pela ausência ou deserção 
dos responsáveis governamentais, institucionais ou familiares de prestarem socorro a 
uma pessoa idosa que necessite de proteção e assistência. G- Autonegligência: diz 
respeito a conduta da pessoa idosa que ameaça sua própria saúde ou segurança pela 
recusa de prover cuidados necessários a si mesma. H- Violência medicamentosa: é 
a administração por familiares, cuidadores e profissionais dos medicamentos de forma 
indevida, aumentando, diminuindo ou excluindo os medicamentos. I- Violência 
Emocional e Social: refere-se agressão verbal crônica, incluindo palavras 
depreciativas, que possam desrespeitar a identidade, dignidade e autoestima. 
“Caracteriza-se pela falta de respeito à intimidade; falta de respeito aos desejos, 
negação do acesso a amizades, desatenção a necessidades, social e de saúde. 
(MINAYO, 2005, p.98)”. 
Dentre os tipos de violência o uso da força física em alguns casos retrata a 
gravidade acometida que podem decorrer por meio de empurrões, beliscões, tapas, 
ou até mesmo por meios mais letais, utilizando objetos por exemplo. Esse tipo de 
violência se concentra principalmente nas residências dos idosos, mas isso não quer 
dizer que os idosos sofram esse tipo de maus tratos em outros locais. Frequentemente 
esse tipo de violência contra o idoso é omitido pelo próprio idoso, a não ser quando é 
o caso de ficar visivelmente para todos. 
30 
 
A violência psicológica é aquela que traz para o idoso a insegurança, pois ele 
se sente desprezado, isolado, menosprezado sem ânimo absolutamente para nada, 
se afastando assim da convivência normal e natural que ele tinha antes de sofrer tal 
tipo de violência. 
Já a violência sexual é um tipo de violência que atinge os idosos em geral, mas 
a maior parcela de idosos atingidos com esse tipo de violência são as mulheres. Pois 
os idosos são usados pelos agressores para que sintam prazeres, nesse caso as 
principais vítimas são as mulheres. 
E para a violência financeira é o tipo de violência cada vez mais comum 
principalmente onde existem idosos aposentados e onde há dependentes químicos o 
risco que os idosos correm de sofrer esse tipo de violência é cada vez maior. Mas se 
tratando de abandono é uma das marcas mais violentas que se pode registrar nas 
famílias, pois muitos filhos ou parentes largam os idoso em instituições de longa 
permanência sem nenhuma assistência, além disso, algumas vezes os idosos são 
abandonados até em hospitais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001, p. 71). 
 A Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos disque 100, esse canal ajuda ao 
cidadão denunciar os casos de violação de direitos, pois os denunciantes optam pelo 
anonimato, o sigilo das informações colabora para o aumento das denúncias. 
A negligência é uma das formas mais comuns em nosso país e frequentemente 
está associada a outros tipos de violência. Conforme o Estatuto do Idoso Lei 10. 741 
de 1º de outubro de 2003 a violência contra a pessoa idosa deve ser encarada como 
algo normal. São necessárias campanhas que levem conhecimento às pessoas com 
mais de 60 anos, para que eles conheçam seus direitos e tenham voz ativa para se 
defender. O disque 100, canal da ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, é um meio 
que pode ser utilizado para denúncia. 
 
 
 
3.4.3 PRECONCEITOS SOFRIDOS PELOS IDOSOS 
 
 Em nossa sociedade muitos são os preconceitos sofridos pelos idosos, isto pode 
ocorrer até mesmo na própria família. Diferentemente dos países asiáticos, onde o 
idoso é reverenciado e profundamente respeitado, nos países mais jovens, sobretudo 
nos países da América Latina, os idosos ainda sofrem com a incoerência do 
31 
 
preconceito. Esses são alguns casos de preconceito velado em nossa sociedade, com 
relação a pessoa idosa: Repulsa: Por mais limpo e bem aparentado que esteja o 
idoso, ele sofre com o sentimento de nojo das gerações mais jovens, que evitam uma 
aproximação mais direta; Retrógrado: O conhecimento que carrega o idoso conflita 
com o pensamento das novas gerações, especialmente em tempos de internet. Neste 
sentido, o idoso é, por vezes, alvo da impaciência dos jovens, uma vez que eles não 
dominam com destreza as ferramentas tecnológicas de hoje; Resistência no 
trabalho: Isto ocorre devido ao conflito de gerações em um ambiente de trabalho. Um 
aposentado, por exemplo, que volta à atividade produtiva, encontra, por parte dos 
jovens, certa resistência; Porta da virilidade: Talvez por desinformação, o idoso 
passa por situações constrangedoras em relação à atividade sexual. Muito embora 
a ciência explique o aspecto sexual na terceira idade, o idoso ainda sofre 
constrangimentos quando o tema é sexo; Caduco: Este termo bastante usado pelos 
jovens e designa o idoso que apresenta esquecimentos, contudo, este tipo de 
deficiência é causada por doenças degenerativas como o Mal de Alzheimer. Talvez 
por ignorância ou desinformação, os idosos são levados a tratamento quando a 
doença já se encontra instalada. Sendo assim, quando um idoso for chamado de 
“velho caduco”, sugere-se que se faça uma bateria de exames médicos. 
 
3.4.4 PRINCIPAIS AGRESSORES 
 
O abusador da pessoa idosa em mais da metade dos casos de agressão, são os 
próprios parentes, cuidadores e pessoas próximas desse idoso, ou seja, pode ser o 
cônjuge, parceiro, amigo, vizinho, etc. 
No seio das famílias, a maioria das violências fica invisível e é de difícil diagnóstico. 
Principalmente porque os sentimentos de culpa e de vergonha da pessoa idosa que é 
maltratada costuma se ajuntar ao medo de retaliações ou represálias por parte dos 
agressores ou dos que os negligenciam. A maioria dos casos de violência contra esse 
grupo social de forma particular, contra as pessoas mais velhas, dependentes e 
doentes ocorre por negligência de cuidados e é perpetrada com mais frequência 
diretamente por familiares. 
Quando se aprofunda na caracterização do agressor encontra-se algumas 
situações assinaladas na maioria das pesquisas: agressor e vítima viverem na mesma 
casa; os filhos serem dependentes financeiramente de seus pais em idade avançada; 
idosos e idosas serem dependentes da família de seus filhos para sua manutenção e 
32 
 
sobrevivência;o abuso de álcool e dependência química por parte dos filhos; outros 
adultos da casa ou pela própria pessoa idosa; haver, na família, um ambiente de 
vínculos afetivos frouxos; isolamento social dos familiares e da pessoa em idade 
avançada; o idoso ou idosa ser ou ter sido uma pessoa agressiva nas relações com 
familiares; haver história de violência na família; e os cuidadores terem sido vítimas 
de violência doméstica, padecerem de depressão ou qualquer tipo de sofrimento 
mental ou psiquiátrico. 
 Na maioria das vezes as vítimas tendem a minimizar a gravidade dos maus 
tratos e a se mostrarem leais a seu agressor, negando-se a adotar medidas legais 
contra membros da família ou a discutir sobre esse assunto com terceiros. Elas 
preferem conviver com maus tratos a abrir mão de um relacionamento pessoal e 
efetivo de toda a vida. 
 
 
3.5 POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADA AO IDOSO 
A identificação de diferentes problemas, discriminações e preconceitos na 
sociedade, justificam a formulação e a implementação de políticas públicas com forma 
de intervenção junto aos mesmos. 
O envelhecimento populacional, num cenário socioeconômico desfavorável, 
ocasiona seu comportamento nas agendas das políticas públicas como um desafio a 
ser enfrentado ao lado de outros, tais como: a pobreza, a violência, a exclusão e 
todas as expressões da questão social que se entrecruzam potencializando-se. Dessa 
forma tem se traduzido no desenvolvimento de políticas públicas as demandas desse 
seguimento por saúde, assistência social, educação, cultura, lazer e integração social, 
embora essa garantia no plano formal encontre grandes entraves em sua efetivação 
(PRADO, 2012). 
 No Brasil, assim como em outros países ditos em desenvolvimento, a questão do 
envelhecimento populacional soma-se a uma ampla lista de problemas sociais não 
resolvidos, tais como pobreza, desemprego, exclusão de crescentes contingentes da 
população, e os elevados índices de desigualdades vigente nessas sociedades. 
Diante de tal realidade, o país precisa se preparar para atender à demanda desse 
seguimento populacional, principalmente nos setores previdenciário, de saúde, de 
assistência social, segurança pública, habitação e lazer. 
 
33 
 
No caso brasileiro, esse acelerado processo de envelhecimento está ocorrendo 
em meio de uma conjuntura recessiva e de crise, que dificultam a expansão do 
sistema de proteção social e de políticas públicas para todos os grupos etários e, em 
específico, para os idosos. Diante desse cenário muitas vezes os idosos ficam à mercê 
do voluntarismo, instituições filantrópicas e terceiro setor. Então, o envelhecimento da 
população brasileira exigirá cada vez mais investimentos na criação, qualificação e 
ampliação dos serviços e programas que possam atender às necessidades das 
pessoas idosas. 
 
3.5.1 PREVENINDO A VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO 
Uma porcentagem significativa de idosos não se sente ou não tem condições 
para interromper a situação de maus tratos; a maioria não solicita ajuda profissional. 
Todas as categorias de profissionais que têm acesso aos idosos podem atuar no 
reconhecimento de sinais preditivos e precisam estar preparados para abordar, de 
forma preventiva, as situações de violência. Para isso, é necessária a capacitação de 
profissionais de saúde e acompanhamento dos casos de violência contra idosos. Ao 
lado de cuidados de saúde e atendimentos no domicilio, atividades preventivas 
também podem ser recomendadas. 
A disponibilidade à vida social deve ser valorizada e estimulada junto aos 
idosos, mediante formas de convívio e expressão, em centros de comunidade, clubes 
de convivência, associações culturais, de lazer e esportivas, atividades de 
recuperação da história e habilidades de uma comunidade, valorizando-se a 
transmissão aos mais jovens de suas experiências e história de vida. A participação 
em cursos a distância, universidade aberta da terceira idade e outras formas de 
estímulo ao desenvolvimento pessoal também deve ser estimulada. Em algumas 
comunidades, os idosos contam com programas de apoio social e assistência, 
programas previdenciários e outros que devem ser indicados e referenciados ao lado 
da socialização do idoso, o estimulo à integração em ações comunitárias pode reduzir 
o custo social provocado pelo repetido atendimento médico em emergências. 
 
 
 
 
 
34 
 
3.5.2 FAMÍLIA NA FASE ÚLTIMA: A PESSOA IDOSA 
 
Com o crescimento da população idosa que tem ocorrido nos últimos anos em 
todo país, a violência dirigida contra essas pessoas tornou-se um fenômeno recente 
em termos de sua visibilização. 
De acordo com Minayo (2005), a violência contra à pessoa idosa pode ser 
definida como ações ou omissões cometidas uma vez ou muitas vezes, prejudicando 
a integridade física e emocional da pessoa desse grupo etário e impedindo o 
desempenho de seu papel social. A violência acontece como uma quebra de 
expectativa positiva dos idosos em relação às pessoas e instituições que os cercam 
(filhos, cônjuge, parentes, cuidadores e sociedade em geral). 
De acordo com dados estatísticos, 90% dos idosos vivem com familiares e é 
justamente na família onde ocorre a maioria das violências, sendo que 2/3 são 
praticadas por filhos, parentes ou cônjuges (BRASIL, 2014). “Os idosos em geral, não 
falam sobre o fato de sofrerem violência por medo de possíveis retaliações por parte 
do autor da violência, pelo receio de serem mandados para uma casa asilar onde 
temem sofrer violência também ou ainda para proteger o autor da violência (filho, neto, 
genro, nora...), tendo em vista os laços afetivos presentes na relação (BRASIL, 2014; 
GONZÁLEN; ZINDER,2009)”. 
 Dentre os fatores de risco relacionados à violência contra o idoso, pode-se citar, 
com base no Caderno de Violência contra Pessoas Idosas (BRASIL, 2007): 
fragilização das relações familiares, estresse do cuidador, isolamento social, 
psicopatologia, dependência química, relação desigual poder entre autor da violência 
e pessoa idosa, existência de antecedentes de violência familiar, comportamento da 
pessoa idosa. 
Vale ressaltar, que a violência contra a pessoa idosa é um fenômeno silencioso, 
que se constitui em uma das expressões da questão social e de saúde pública, 
podemos afirmar que é silenciosa porque existe ainda uma grande dificuldade de 
serem constatadas e denunciadas as várias formas de abuso ou violência sofrida por 
essa parcela da população. 
 
 
 
35 
 
4- CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA 
 
 O interesse por esse estudo surgiu mediante os estágios realizados no Centro 
de Referência de Assistência Social (CRAS) Sebastião Gonçalves Barroso, sendo 
uma instituição pública estatal. O território se localiza em área de extrema 
vulnerabilidade social de base territorial e integrante do Sistema Único da Assistência 
Social (SUAS), tem como objetivos ofertar serviços continuados de proteção social 
básica de assistência social as famílias, grupos e indivíduos em situação de 
vulnerabilidade social. 
 
 Os estágios foram realizados no Centro de Referência de Atendimento à 
Mulher- CRAM, em Itapipoca-CE, e no Centro de Referência da Assistência Social- 
Miraíma-CE, os mesmos possibilitaram-me observar as atribuições dos assistentes 
sociais através da prática profissional do supervisor de estágio. No exercício 
profissional e pôde-se observar atividades da supervisão, planejamento, 
coordenação, treinamento, avaliação, orientação além de outras próprias da profissão. 
 No primeiro momento do estágio I foi possível observar e projetar como iria se 
dar a construção deste trabalho, no estágio II iniciou-se a elaboração articulando e 
montando estratégias para se alcançar o objetivo escolhido para trabalhar no projeto 
de intervenção o seguinte tema: Benefício de Prestação Continuada (BPC), no 
estágio III foi finalizado o Projeto de Intervenção no CRAS, onde apresentou-se paraos idosos e portadores de deficiência com o perfil para receber o (BPC), foi abordado 
através de conversas, orientações em folder informativos com o tema que poucos 
conheciam dos seus direitos, e por fim em um momento único pós pandemia, foi 
possível presenciar em várias visitas domiciliares com a supervisora de campo a 
violência contra o idoso, dessa forma uniu-se as ideias para trabalhar esse tema; 
Violência Contra o Idoso no Ambiente Familiar no Trabalho de Conclusão de Curso 
(TCC). 
 A pesquisa é justificada devido ao grande aumento dos casos de violência 
contra pessoa idosa no ambiente familiar ocorridos no dia-a-dia divulgados por meios 
de comunicação ao novo perfil demográfico do pais que caminha para uma população 
cada dia, mas envelhecida crescendo a expectativa de vida. 
 A violência contra os idosos é fenômeno evidente dentro do atual processo de 
envelhecimento populacional mundial. Percebe-se que a questão da violência contra 
os idosos é pouca consideradas pela sociedade em geral; sendo um problema que 
36 
 
precisa ser superado com o apoio de toda a sociedade. Todos nós devemos criar uma 
criatura em que envelhecer seja aceito como parte natural do ciclo da vida, as atitudes 
antienvelhecimento sejam desencorajadas, as pessoas idosas tenham o direito de 
viver com dignidade, livre de abuso e exploração, e de poder participar da vida e do 
convívio social. 
Segundo o Estatuto do Idoso no seu Art. 2º diz que o idoso tem 
 todos os direitos fundamentais inerentes a pessoa humana, sem prejuízo da 
proteção integral de que se trata esta Lei, assegurando-se lhe, por lei ou por outros 
meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação da sua saúde física e 
mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condição de 
liberdade e dignidade. Procurando entender, analisar e explicar o fenômeno da 
violência contra a pessoa idosa e que vem se desenvolvendo esta pesquisa 
denominada de “Violência Contra o Idoso”, que tem o objetivo de promover um estudo 
analítico do fenômeno da violência contra a pessoa idosa, em quanto questão social, 
refletindo sobre o envelhecimento, porém com qualidade de vida, e o que ocorre são 
as práticas de violência contra as pessoas que muitos fizeram por seus familiares e 
que não são reconhecidos. 
 Mesmo com expectativas para um envelhecimento saudável e de qualidade de 
vida, a sociedade idosa vem sofrendo discriminações, agressões físicas e verbais 
entre outras. Esse tipo de violência não deve ser visto como simples fato e sim como 
uma questão de aprendizado e comprometimento, garantindo ao idoso seu papel 
social, sua dignidade e respeito. Apresentamos uma reflexão sobre o tema da 
violência contra o idoso apoiada em artigos científicos publicados já que temos o 
objetivo de analisar a violência contra o idoso sob a perspectiva social. Há casos em 
que a vulnerabilidade se completa com uma face enrugada, sinônimo de uma 
fisionomia cansada e intrínseca aos períodos passados já vivenciados e de diversas 
formas foram desfrutados sem receio algum. Não só a violência física, mas 
psicológica, a negligência e dentre outras mais, atingem um patamar sem nível e sem 
receio no sentido de despoja-los a beira das calçadas, nas instituições seja ela qual 
for e de acolhimento. 
 Levando-se em consideração esses aspectos, cabe ressaltar da atribuição às 
responsabilidades a todos os órgão manejadores das Políticas públicas sociais e às 
demais instituições comprometidas aos anseios à pessoa idosa, a sociedade e 
principalmente a família e aos cuidadores convém fazer valer os direitos, à proteção 
37 
 
e a qualidade de vida ao indivíduo que possui muitos anos de vida. Portanto, a labuta 
é incessante e bastante severa em sua jornada para reverter cada vez mais essa 
estatística concernente à violência contra a pessoa idosa. 
A negligência é forte fator, assim como a opressão, discriminação e crueldade, 
o que vai contra o estatuto do idoso e atenta sobre os seus direitos. 
A depender da gravidade desse ato de violência, esta pode causar danos 
irreversíveis à saúde do idoso, tanto fisicamente ou psicologicamente. Enfim, todos 
esses tipos de ação e omissão podem provocar lesões graves e levar o idoso até a 
morte. 
 
4.1 IDOSO PROVEDOR DA FAMÍLIA 
A sociedade brasileira vem passado por diversas transformações, 
principalmente no âmbito familiar, onde é possível observar o surgimento de alguns 
arranjos familiares, um deles relacionados aos idosos, que antes eram vistos como 
dependentes, mas que, no decorrer dos anos, está se modificando e surgindo então 
uma nova realidade, a do “idoso provedor”, que através do benefício da previdência 
social (pensão ou aposentadoria) é quem mantém a sua família. 
 
 
Areosa; Bulla refletem sobre esse fenômeno: 
 
Em uma cultura como a nossa, a Brasileira, que valoriza o homem como o 
poderoso provedor da família, é desconcertante a situação em que a mulher, 
ou mesmo filhos adolescentes, consigam trabalho e renumeração mais 
facilmente do que o “chefe” da família. E o que acontece quando o chefe da 
família é idoso? Quando a aposentadoria passa a ser a única ou principal 
fonte de renda de toda família? Hoje estamos construindo uma nova 
representação da velhice e uma nova identidade do idoso, o que se opõe a 
um tradicional discurso de velhice passiva. (Bulla,2010, p.163). 
 
 
Devido aos altos índice de desempregos, nascimento de filhos fora do 
casamento, divórcio, entre outros, os filhos tem permanecidos ou retornados para a 
casa dos pais, mantendo-se assim o idoso ou a idosa como chefe/provedor da família 
e com novos encargos que até duas décadas atrás não eram tão expressivos. 
Um novo fenômeno econômico e social começa a ser desenhado no Brasil, 
dados do IBGE revelam que 64% dos idosos sustentam a família. São homens e 
mulheres com mais de 65 anos que divide a moradia com os filhos, netos e até 
38 
 
bisnetos. Em 1991, encontrava-se nesse perfil 688 mil pessoas, em 2000, esse 
número subiu para 1,1 milhão. 
Os estudos do IBGE revelam ainda que a participação dos idosos na vida 
econômica e financeira das famílias resulta de dois fatos: de um lado, o crescimento 
da expectativa de vida dos brasileiros, que subiu para 71,9 anos. Por outro lado, os 
filhos estão deixando a casa dos pais tardiamente. Outra formação familiar que vem 
aumentando no Brasil é a de idosos com netos ou bisnetos morando na mesma casa. 
Estas novas formações familiares resultam de dificuldades financeiras, morte 
prematura de um dos pais ou dissolução familiar. Estudos estatísticos com base na 
PNAD Política Nacional por Amostra de Domicílios, revelam que famílias com idosos 
estão em melhores condições econômicas do que as que não possuem idosos 
(CAMARGO, 2002). 
 As novas configurações familiares que têm os idosos como provedores nos 
levam a refletir sobre o papel dos jovens na nova ordem econômica e social. O modelo 
econômico global ao mesmo tempo em que reduz as oportunidades de emprego e 
renda para a grande maioria da população jovem, estimula o consumo, propagado 
pelas mídias. Dessa forma, os idosos do século XXI, além de provedores econômicos, 
através de suas aposentadorias, são também o suporte moral das novas famílias sem 
empregos e sem esperança, manipulada pela nova ordem econômica mundial. A 
equação formada por menos nascimentos e mais expectativa de vida para os idosos, 
resulta numa participação mais efetiva dos mais velhos na vida social. (PEREIRA, 
2012). 
No atendimento realizado pela equipe técnica do CRAS- Centro de Referência 
de Assistência Social de Miraíma-CE, advindo na maioria as denúncias são anônimas, 
observou-se que em janeiro de 2021 a outubro de 2021, dos 07 casos envolvendo 
idosos, todos 07 estão relacionados ao uso indevido

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