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TCC A VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO

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51
Sistema de Ensino Presencial Conectado
SERVIÇO SOCIAL
NIVALDA DA SILVA LEITE
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
A VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO:
Uma Realidade Secreta
VITÓRIA-ES
2020
NIVALDA DA SILVA LEITE
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
A VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO:
Uma Realidade Secreta
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Pitágoras Unopar, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social
Orientador: Prof. Maria Lucimar Pereira
VITÓRIA-ES
2020
* Se meu andar é hesitante e minhas mãos trêmulas amparem-me...
* Se minha audição não é boa e tenho de me esforçar para ouvir o que você está dizendo, procure entender-me...
* Se minha visão é imperfeita e o meu entendimento é escasso, ajude-me com paciência...
· Se minhas mãos tremem e derrubam comida na mesa ou no chão, por favor, não se irrite, tentei fazer o melhor que pude...
* Se você me encontrar na rua, não faça de conta que não me viu, pare para conversar comigo, sinto-me tão só...
· Se você na sua sensibilidade me vê triste e só, simplesmente partilhe um sorriso e seja solidário...
· Se lhe contei pela terceira vez a mesma "história" num só dia, não me repreenda, simplesmente ouça-me...
* Se me comporto como criança, cerque-me de carinho...
* Se estou com medo da morte e tento negá-la, ajude-me na preparação para o adeus...
* Se estou doente e sou um peso em sua vida, não me abandone um dia você terá a minha idade...
A única coisa que desejo neste meu final da jornada, é um pouco de respeito e de amor...
Um pouco...
Do muito que te dei um dia!
(Desconheço o Autor)
LEITE, Nivalda da Silva. A VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO: Uma Realidade Secreta. 2020. Número total de folhas 59. Trabalho de Conclusão de Curso.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo abordar a questão da violência contra as pessoas idosas. A questão aqui analisada apresenta suas bases em pesquisas bibliográficas de diversos trabalhos que visam abordar o mesmo tema. A seguir, discutiremos os vários tipos de violências enfrentadas pelos idosos, além dos problemas sociais que geram esse tipo de ação. Abordaremos algumas leis e direitos garantidos pelo Estatuto do Idoso, que leva a sociedade a se comprometer e assegurar os documentos legais que beneficiam as pessoas idosas. Dentro deste trabalho ainda iremos avaliar a existência dos tipos de maus tratos causados pelas famílias dos idosos, isso tudo realizado a partir de informações concedidas pela Delegacia de Itamaraju-Ba e algumas outras informações obtidas pela Assistencia Social deste mesmo município. Toda pesquisa realizada faz parte de uma analise problemática da violência contra as pessoas idosas residenteS na cidade de Vitória-ES
Palavras-chave: Violência, Pessoas, Idosas, Sociedade
LEITE, Nivalda da Silva. Violence Against the Elderly: A Secret Reality. 2020. The total number of sheets 59. End of Course.
ABSTRACT
This work aims to address the issue of violence against the elderly. The question here analyzed presents its bases in bibliographic searches of various works that aim to address the same subject. Next, we'll discuss the various types of violence encountered by the elderly, in addition to the social problems that generate this type of action. We will cover some laws and rights guaranteed by the Statute of the Elderly that leads to society to undertake and ensure the legal documents that benefit the elderly. Within this work we will assess the existence of the types of ill -treatment inflicted by the families of the elderly that everything made from information provided by the Precinct of Itamaraju-Ba and some other information obtained by the Social support of the same municipality. The whole survey is part of a review problem of violence against elderly people residing in the city of Itamarajú and Prado-BA.
Key-words: Violence, Elderly, Society.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
	ABCMI
	Associação Brasileira dos Clubes de Melhor Idade
	ABNT
	Associação Brasileira de Normas Técnicas
	BO
	Boletim de Ocorrência
	BPC
	Benefício de Prestação Continuada
	CCI
	Centro Comunitário do Idoso
	CREAS
	Centro de Referência Especializado de Assistência Social
	DP
	Departamento de Polícia
	IBGE
	Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
	INPE
	International Network for Prevention ou Elderly Abuse
	OMS
	Organização Mundial de Saúde
	PAIF
	Programa de Atenção Integral à Família
	PNI
	Política Nacional do Idoso
	PSB
	Proteção Social Básica
	SAC
	Serviço de Ação Comunitária
	SEAS
	Secretaria Estadual de Assistência Social
	SUAS
	Sistema Único de Assistência Social
	UNOPAR
	Universidade Norte do Paraná
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	14
DESENVOLVIMENTO	16
CAPÍTULO I - O ENVELHECIMENTO E SUAS DIMENSÕES	16
CARACTERÍTICAS DE UM IDOSO	18
VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO	21
AS PRINCIPAIS FORMAS DE VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO	22
VIOLÊNCIA INTERPESSOAL OU FAMILIAR	23
Abuso Físico	30
Abuso Psicológico	31
Abuso Sexual	33
Abuso Financeiro e Econômico	34
Abandono	36
Auto-Negligência	37
Negligência	38
VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL	39
VIOLÊNCIA SOCIAL	41
OS AGRESSORES	44
CAPÍTULO II - POLÍTICAS DE PROTEÇÃO AOS IDOSOS	45
BPC - Benefício de Prestação Continuada	47
Proteção Social Básica e Especial a Pessoa Idosa	47
PAIF - Programa de Atenção Integral a FAMÍLIA	48
O ESTATUTO DO IDOSO	48
ASSISTENTE SOCIAL NO ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO	50
CONCLUSÃO	52
REFERÊNCIAS	55
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, estamos vivenciando uma era de grandes avanços tecnológicos, o que tem possibilitado as pessoas idosas a obterem uma maior qualidade de vida no processo do envelhecimento.
Com o crescimento desses avanços tecnológicos surge com eles a questão do envelhecimento das populações crescentes em todo o mundo, onde a sociedade não se encontra preparada para esses desafios.
A medicina em seus desempenhos tem proporcionado aos idosos os mais variáveis tipos de recursos que permitem prolongar a saúde do corpo, reduzir o número de doenças e aumentar as condições favoráveis ao bem estar dos mesmos. No entanto, a sociedade é quem na verdade está despreparada para lidar com as questões sociais e psíquicas do envelhecimento, gerando na maioria das vezes diversos sofrimentos sociais em todo o mundo.
A sociedade por mais moderna e avançada que seja, tem se tornado a maior responsável por generalizar o processo de envelhecimento, utilizando-se de práticas e preconceitos que desprezam os idosos e sua participação efetiva na sociedade.
A problematização do envelhecimento e principalmente da violência, encontra-se justamente advinda das dificuldades sociais, que ignora as mudanças decorrentes dessa fase humana, excluindo-as de algumas funções de uma forma geral.
A violência contra os idosos extrapola os limites da convivência social, porque quando se avalia essa fase, o idoso na grande maioria das vezes sofre algum tipo de maltrato, por mais simples que seja, acaba afetando sua convivência pacífica, a solidariedade humana e conseqüentemente a qualidade de vida das pessoas, afastando os idosos do meio social.
Porém, por se tratar de uma questão diretamente ligada aos aspectos culturais de cada sociedade, e pela emergência e gravidade do tema surge assim, a necessidade de se compreen der a abordagem e adotar providências que mudem a realidade desse quadro, nestes locais e em todo o mundo.
A justificativa para esse trabalho surgiu com a intenção de captar todas as formas de defesas para as pessoas idosas, principalmente aquelas que vêm sofrendo constantes agressões físicas, maus-tratos, negligência, agressões por roubos e furtos e abandono, ocorridos principalmente nos bairros periféricos, onde a saúde básica dos idosos continua desassistida, principalmente porque as políticas públicas não garantem 
controlar as demandas vivenciadas pelos idosos e seus familiares.
Segundo dados relatados pelo IBGE, o número de idosos tem crescido de forma acelerada, estimando queaté 2020 o país tenha 40 milhões de pessoas idosas.
Diante disso percebemos a emergência do tema, onde percebemos a gravidade com que vem se expandindo a violência contra o idoso, fazendo assim, compreender a abordagem desse estudo.
Sendo assim, o objetivo desse trabalho é investigar os dados relevantes de violência contra as pessoas idosas e apontar as formas de proteção e cuidados para os mesmos perante o Estatuto do Idoso.
Basicamente, o estudo nos mostra que todas as formas de violência doméstica contra o idoso são de natureza física, ou seja, lesões corporais causadas pelos próprios filhos das vítimas, já que muitas pesquisas afirmam que esse tipo de violência é ocasionado por alguém muito próximo do idoso.
De acordo com os referenciais teóricos e com base nos resultados obtidos na pesquisa, podemos afirmar segundo Minayo (2) em seu artigo “Violência contra idosos: relevância para um velho problema” levanta a questão de que a violência faz parte do não investimento do governo e da família do idoso nestas questões, além de ser um problema cultural.
Diante dessas considerações obtidas, sentindo o peso da responsabilidade no campo ético, no ponto de vista de cidadãos e Assistente Social que desejamos valorizar a qualidade de vida dos idosos, explanaremos sobre o problema da violência contra os mesmos, alertando os Municípios da gravidade das conseqüências dos maus tratos sofridos, caracterizando os tipos de violência praticada e analisando as implicações dessa violência para a saúde dos idosos.
Esse trabalho foi dividido em quatro partes: a primeira parte é a introdução que relata a justificativa, os objetivos e a metodologia utilizada para a realização do trabalho, na segunda parte está o capítulo I que faz uma abordagem teórica sobre o envelhecimento e suas dimensões, descrevemos às características dos idosos e as formas de violências cometidas contra eles, abordando em seguida os tipos de agressores. Na terceira parte encontra-se capítulo II onde fazemos uso das políticas de proteção aos idosos (Benefício de Prestação Continuada, Proteção Social Básica e Especial a Pessoa Idosa, Programa de Atenção Integral á Família), além de conceituar também o Estatuto do Idoso e o Assistente Social frente essa ação violência contra o idoso, e na quarta parte a conclusão onde descrevemos a importância de cuidar dos idosos e relatamos a nossa experiência com os mesmos.
E sobre estas questões e com alguns referenciais teóricos embasados em alguns autores, pretendemos descrever essa realidade e promover uma tomada de consciência em relação a esses problemas.
2. DESENVOLVIMENTO
CAPÍTULO I - O ENVELHECIMENTO E SUAS DIMENSÕES
A Juventude nos inspira força, vigor e uma inconsciente sensação de que viveremos muito tempo. Infelizmente, somos limitados e finitos, e o nosso prazo de vencimento é curto em relação a tudo que gostaríamos de fazer, refazer, conhecer, aprender, além do desejo de viver intensamente.
Todos nós morremos no dia em que nascemos, e cada dia que vivemos, é na verdade um dia a menos de nossa vida, ou seja, estamos sujeitos a envelhecer e chegar aos cem anos, já que morrer idoso é uma das possibilidades mais remotas.
Segundo Bruno (2003, p.76) “a velhice como categoria construída socialmente tem sido vista e tratada de maneira diferente, de acordo com períodos históricos e com a estrutura social, cultural, econômica e política de cada povo”. Nesse prisma, diz o autor, que não há um conceito absoluto da velhice e aponta para a possibilidade do surgimento de novos entendimentos sobre o conceito de velhice em dados contextos, situações e construções histórico-sociais.
Em sua maioria, a velhice tem sido avaliada como um processo degenerativo contrário a qualquer outro tipo de processo, como se ficar velho é excluir o ser humano de suas capacidades e potencialidades. Ser velho, ou melhor, idoso, é ser caracterizado como uma pessoa impotente, incapaz, doente, aposentada e dependente, além da idade sessenta anos ser marcada como o ingresso principal para a velhice.
O envelhecimento é um processo natural da vida humana, embora esse processo na maioria seja visto como um preconceito gerado pela sociedade que ignora as mudanças ocorridas dessa fase humana, excluindo-as de muitas funções de uma forma em geral. Nesse sentido, os idosos por apresentarem menos rendimentos na esfera de produção e reprodução dos setores sociais, acabam se tornando vítima do preconceito, sendo levada ao abandono, a negligência, aos maus-tratos e a todo tipo de violência adquirido pela sociedade, pela família e pelo meio em que vivem.
A velhice é ainda motivo de controvérsias quanto á natureza e dinâmica de seu processo, apesar de ser um fenômeno comum a todos os seres vivos, porém o aumento da expectativa de vida e o conseqüente crescimento do número de idosos revelam dois fatos aparentemente antagônicos: o de aumentar a duração da vida da população e, de outro, o de trazer á tona os múltiplos problemas médicos, sociais e econômicos, que, com freqüência, se acham interligados,articularmente em indivíduos da terceira idade. (GUIMARÃES, 2004).
A verdade é que nem todos estão preparados e disponíveis para dar assistência aos idosos, falta paciência e humanidade, já que conceder o essencial amor, afeto, carinho e atenção para muitas pessoas podem ser um fardo e para a sociedade uma perca de tempo.
Como diz Teixeira (2006, p. 40):
O capitalismo, através do controle das práticas temporais, espaciais e dos meios de produção, aloca e realoca o tempo de vida dos trabalhadores ou o tempo social, redefinido pelas necessidades reprodutivas ampliadas do capital, seja enquanto tempo de trabalho, “tempo livre” ou tempo de envelhecer. Constituindo o envelhecimento do trabalhador, enquanto tempo de vida, objeto de controle social e de fonte de experiências negativas com essa perspectiva de tempo, que associado às desvalorizações sociais [...], pobreza e às restrições f ísicas e sociais, configuram parte dos problemas que essa classe enfrenta na velhice.
O envelhecimento populacional tornou-se um dos maiores desafios para a saúde pública pelas implicações que podem trazer no atendimento as necessidades básicas deste segmento etário exigindo assim, estratégias de educação em saúde para a manutenção funcional das pessoas idosas.
A sociedade de certa forma ignora o processo de envelhecimento, priorizando a juventude e consagrando esta como a bandeira para o futuro, levando a figura do idoso a sofrer modificações ao longo do tempo.
Neste contexto, o idoso é descriminado não podendo manifesta-se nas diversas esferas da vida social sendo levada ao isolamento, a solidão, as debilidades físicas e emocionais, além do constrangimento e estigmação sociais. Assim, o idoso apresenta uma imagem associada à decadência, à perda de habilidades cognitivas e de controles físicos e emocionais, fundamentos importan tes da autonomia dos sujeitos, 
autonomia esta que garante ao ser humano uma melhor qualidade de vida e um envelhecimento adequado aos parâmetros culturais e sociais. Viver em uma sociedade 
preconceituosa e desconfortável é causar na maioria dos casos uma diferença entre as 
idades, e dessa forma acelerar um envelhecimento solitário e abandonado ao convívio social.
Portanto, o processo do envelhecimento surge com uma série de dificuldades que conduz o idoso a uma exclusão social e familiar, ligada principalmente a uma linha de violências e agressões.
2.1 CARACTERÍSTICAS DE UM IDOSO
O idoso é uma pessoa que apresenta necessidades específicas adquiridas ao longo de sua existência humana. Esses tipos de necessidades surgem tanto a nível psicológico como a nível físico, além de atingir também a parte emocional e afetiva.
A pessoa idosa é na verdade alguém que avança sua história vivendo a experiência do envelhecimento, tornando-se assim, uma pessoa que precisa de cuidados e apoio. Cada um envelhece de forma diferente, já que o envelhecimento é um processo único de cada ser humano. No Brasil e em outros países que se encontra em desenvolvimentoa denominação da pessoa idosa são referidas aquelas que possuem 60 anos ou mais.
Segundo João Cabral de Melo Neto (Morte e Vida Severina, 1954):
‘’... E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte Severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia (de f raqueza e de doença é que a morte Severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida)... ’’
Para o autor morrer ou en velhecer é uma transição que todo homem tem que passar, e isso colocam o ser humano em igualdade uns para com os outros. Possuir cabelos brancos, perder a elasticidade da pele, adquirir uma pele enrugada, ossos frágeis e doloridos, a perda dos dentes, diminuição da capacidade visual e auditiva, costas encurvadas, perdas das habilidades, a sensação de impotência e uma saúde debilitada são características que fazem parte da natureza de qualquer ser, e isso é um privilégio para os que conseguem sobreviver a esse processo tão lento e trabalhoso.
Nesse processo, o idoso ganha o status de objeto da técnica médica, que tende a tratar os processos biológicos do envelhecimento à parte de parâmetros culturais e sociais. Como disse Kofi Anan (2002):
‘’A expressão do envelhecer não é um problema. É sim uma das maiores conquistas da humanidade. O que é necessário é traçarem-se políticas ajustadas para envelhecer é, autônomo, ativo e plenamente integrado. A não se fazerem reformas radicais, teremos em mãos uma bomba relógio a explodir em qualquer altura’’.
Nos parâmetros da Constituição, o idoso é sujeito de direitos. A Constituição Federal impede qualquer forma de discriminação por idade e atribui à família, à sociedade e ao Estado o dever de amparar o idoso, assegurar sua participação na comunidade, defender sua dignidade e bem-estar e garantir seu direito à vida. Esses direitos são discriminados na Política, que reafirma a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade; assegura os direitos sociais à educação, à saúde, ao trabalho, à moradia, ao lazer, à segurança, à previdência social e à assistência aos desamparados; e defende os direitos políticos constitucionais dos idosos, inclusive o voto facultativo a partir dos 70 anos.
Diante desse artigo descrito pela Constituição Federal é válido ressaltar que é papel da família, do Estado e da sociedade cuidar e proteger seus idosos e, sobretudo defender as questões que envolvem os mesmos.
Na maioria das vezes quando discutimos as questões que envolvem as características das pessoas idosas ouvimos diariamente da sociedade que elas são doentes, caducas, deprimidas e experientes. Mas ao avaliarmos essas características aqui mencionadas podemos garantir também que esse processo faz parte de toda faixa etária.
Portanto, ser idoso é representar a sabedoria de uma forma respeitada e virtuosa, idade esta que leva crianças a jovens, jovens a velhos, transformando todos num mundo imenso de expectativa para ambos. A idade só avança e com ela segue algumas dificuldades e cuidados que se amenizados e observados com carinho permite a todos sobreviver nesse mundo independentemente de suas características, deficiências e crescimento.
Tabela 1. Características de uma Pessoa Idosa
	FISICA
	INTELECTUAL
	PSICOLÓGICA
	PSICO-SEXUAL
	Diminuição da visão e da audição
	Predomínio da inteligencia - sabedoria
	Colérico e 
pessimista;
	Interesse em compartilhar sentimentos;
	Diminuição da elasticidade muscular;
	Diminuição da capacidade decisória;
	Depressão e irritabilidade
	Diminiução do sentimento de posse;
	Emagrecimento;
	Inapetência;
	Sentimento de abadono;
	Prazer no toque e
Diminuição do prazer genital;
	Atrofiamento
ossos;
	Lentidão
Raciocínio;
	Diminuição da
auto-estima;
	Diminuição da
intensidades amorosas;
	Diminuição do paladar;
	Otimização seletiva
com compensação;
	Tristeza e desânimo 
	Declínio da
atividade sexual;
	Diminuição da
Proteção dos músculos e lesões;
	Diminuição	da velocidade mental;
	Sentimento de inutilidade;
	Medo do estado de saúde;
	Diminuição do número de células musculares, etc.
	Diminuição da habilidade de resolução de problemas, etc.
	Idéias	de morte, anedonia, desinteresse, etc
	Problemas de impotência nos homens e na dispaurenia
mulher, etc.
Fonte:
¹ AAVD – Atividade Avançada da Vida Diária
² “Doença na Terceira Idade”, pesquisa realizada na internet, no site: http:www.saudenaterceiraidade.hpg.com.br 
A tabela 1 apresenta algumas das características encontradas na pessoa idosa, características físicas, intelectuais, psicológicas e psico-sexuais. Existem muitas outras que descreve a personalidade e a vivencia de uma pessoa idosa.
A singularidade individual torna-se mais exuberante quando seavaliam ambas as dimensões, biológica e psíquica, associadas ao contexto familiar e social, ou seja, a integralidade do indivíduo. O processo de envelhecimento é, portanto, absolutamente individual, variável, cuja conquista se dá dia após dia, desde a infância. A velhice bem-sucedida é conseqüência de uma vida bem- sucedida.
2.2 A VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO
Para que se avalie a violência contra o idoso é necessário primeiramente identificar o que é a violência. A violência é um conceito que se refere às relações sociais interpessoais de classes, de grupo, de gênero, ou aplicadas em instituições quando empregadas de forma e meios diferentes que visem à exclusão e o aniquilamento de outrem são na verdade uma ação direta ou indireta que causa danos físicos, mentais, morais, psicológicos, sexuais e muitos outros que atinjam os seres humanos.
Diante dessa afirmação podemos ressaltar que a violência contra o idoso é um crime cometido aos direitos humanos que vem acompanhada de causas como doenças, desesperança, doenças, abandono, e perda de produtividade, além de que aprovado pelo ordenamento jurídico é considerada idosa toda pessoa com 60 anos ou mais.
A violência vivenciada pelo idoso não é um fato recente presente na atualidade, mas um fato histórico que cresceu e vem crescendo tomando proporções alarmantes, onde muitas das vítimas estão sendo impedidos de denunciar porque muitas das violências acometidas são geradas no leito familiar, o que tem causado insegurança e desconforto para os mesmos.
Em séculos passados uma família tradicional era constituída por laços de gerações (avós, pai, mãe e filhos), sendo o papel do idoso a força maior que regia a geração familiar, o idoso era quem na verdade assumia o papel de patriarca e direcionava a família ao convívio social.
Com o crescimento populacional e o avanço da industrialização surgem grandes mudanças na instituição familiar, novas regras são adicionadas ao perfil das famílias e o idoso é posto de lado como uma figura decadente, indesejada, caduca e inválida. E nesse contexto que a violência contra o idoso é um tema de grande complexidade a ser investigado.
Segundo ROLLA (1980):
A família é uma criação do ser humano que dá uma resposta ao desejo de ter um grupo de pessoas que atuem sobre interesses comuns e com um desenvolvimento afetivo, em que os afetos sejam recíprocos, para obter soluções para os problemas do ciclo vital. A família então é a chave da sociedade, o elemento básico. Não como lugar, mas sim como relação. Não basta viver juntos, mas manter a relação profunda de família de plena reciprocidade entre os sexos e entre as gerações. Os pequenos ou grandes conf litos são importantes para o desenvolvimento do ser humano p o rq ue o ensinam a conviver ou a intercambiar com os outros. Mas o idoso na 
sua vida social familiar nem sempre consegue desempenhar um papel de relevância. Fatores diversos contribuem para que tal fato 
ocorra numa freqüência cada vez maior. Só quando investido na condição de mantenedor do grupo familiar o idoso ainda consegue obter prerrogativas importantes como indivíduo, como cidadão.
É importante referir que não foram apenas às mudanças sociais que influenciaram a decadência do papel do idoso na família. As relaçõesintergeracionais são ditadas de certa forma pelas concepções sociais sobre o envelhecimento, sendo que a regularidade e qualidade dos contatos entre pais e filhos estão sob a influência das noções criadas acerca da velhice (MARTINS; 2003). Atualmente, a sociedade do século XXI busca valorizar sentimentos negativos sobre as pessoas idosas, embora no passado os idosos fossem quem na verdade direcionava os comportamentos morais da família.
As famílias já não cuidam mais de seus ascendentes, os idosos agora se tornaram presas fáceis não mão dos seus familiares, dando lugar hoje aos altos índices de violências contra idosos ocorrendo por conta da convivência de diferentes gerações na mesma unidade doméstica.
Com o empobrecimento da população o convívio entre as gerações torna-se desorganizado e a au sência das políticas públicas vem deixando a população idosa a mercê de uma violência social, física e psicológica, transformando-se assim, na ponte contributiva para a violência entre idoso e família.
A esse contexto desfavorável, soma-se o fato de que, no mundo atual, o idoso deixou de ser o depositário da experiência familiar e comunitária. Ao contrário, a sociedade contemporânea estimula o indivíduo a adotar estratégias de combate à deterioração e à decadência; velhice e envelhecimento são, por conseguinte, concepções que acionam e põem em jogo temas como a degeneração, a decadência, o desequilíbrio demográfico e o custo das políticas sociais (Debert, 1994).
Os idosos são vítimas dos mais diversos tipos de violência. Estas variam de insultos e agressões físicas perpetradas por familiares e cuidadores (violência doméstica), maus-tratos em transportes ou instituições públicas e privadas e as decorrentes de políticas socioeconômicas que reforçam as desigualdades presentes na sociedade (violência social).
2.3 AS PRINCIPAIS FORMAS DE VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO
A violência contra os idosos sempre fez parte da história da humanidade. No entanto, alguns aspectos e causas da violência são percebido s com mais freqüência do que outros, devido às mudanças de valores e econômicos presenciados pela sociedade em determinadas regiões ou municípios.
Neste contexto, cria-se um caldo de cultura que impulsiona a violência, esta sendo entendida como um ato (único ou repetido) ou omissão que cause dano ou aflição ao idoso e que se produz em qualquer relação na qual exista expectativa de confiança. (Rede Internacional para a Prevenção dos Maus Tratos contra o Idoso).
A violência contra pessoas idosas é um problema que aumenta diariamente. Os atos de violência manifestam-se principalmente sobre a forma de abandono pela família, institucionalização forçada, ameaças, chantagem, desvalorização, roubos, abuso de autoridade, abuso de confiança, agressões físicas e verbais.
2.3.1 VIOLÊNCIA INTERPESSOAL OU FAMILIAR
A violência interpessoal ou Familiar refere-se aquelas que se manifestam através das relações e interações vividas no cotidiano, e são influenciadas por dificuldades econômicas, por problemas de espaço físicos nas residências, abusos, negligências e uma invenção social que coloca a figura do idoso como uma decadência humana. Essa forma de violência considerada também violência doméstica leva o idoso a contrair um medo elevado, suportando suas angústias, já que denunciar coloca o mesmo a abandonar seus laços afetivos.
O velho é vítima de diversas formas de violência por parte da família e da sociedade. Esse tipo de coisa é bastante comum. A violência cu ja prática às vezes não é nem percebida, mas tem efeito devastador para o velho quanto à agressão física e a violência psicológica ou moral (ZIMERMAN, 2005).
O entendimento da violência doméstica como um problema social é muito recente. A família é uma das visões mais concreta de um lar, tradicionalmente entendida como um ambiente de amor, proteção e aconchego, um porto seguro contra a violência externa, o que permite ao idoso apropria-se desse mundo de carinho e afeto, embora para muito isso seja uma realidade fantasiosa.
A família é a fonte por excelência das primeiras experiências de vida de 
qualquer ser humano, é o lugar onde o homem aprende por si mesmo a desenvolver o 
respeito por si próprio e pelos outros, o que lhe garante maior estabilidade e segurança. No entanto, nem sempre isto é possível, por questões financeiras ou problemas de saúde muitos são obrigados a deixar sua casa, sua autonomia e morar com algum membro da família. E em conseqüência disso perdem sua autonomia e passam a viver debaixo das responsabilidades dos filhos, o que para muitos se torna um grande pesadelo e um momento histórico de agressões, maus-tratos e o próprio abandono.
Em 1970, com a publicação de um artigo “Granny battered, surge os primeiros estudos sobre a violência doméstica contra pessoas idosas. Um dos casos em destaque foi o espancamento de avós que ocorreu em 1975. Devido aos maus- tratos e a expansão desse tema o interesse da área de saúde pela violência aumentou, dando assim, ênfase aos direitos humanos e preservando de forma continua os direitos dos idosos.
O Ministério da saúde (2003), afirma:
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, f ísica ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando - o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado:
Pena - detenção de dois (dois) meses a um (um) ano e multa.
1.º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão de um (um) a quatro (quatro) anos.
2.º Se resulta a morte: Pena - reclusão de quatro (quatro) a 12 (doze) anos.
Conforme nossas pesquisas realizadas nos Municípios de Prado e Itamaraju/BA, constatamos que 80% dos casos de violência contra o idoso ocorrem por parte dos familiares, atingindo na maioria das vezes pessoas acima de 60 anos. A família é na verdade quem mais comete esse tipo de injustiça contra seus próprios entes queridos, levados por interesses financeiros e falta de paciência para com as mudanças ocorridas na vida dos mesmos.
A violência doméstica implica na existência de laços de parentesco entre as vítimas e os agressores, surgindo dentro ou fora das residências. Assim, não podemos acreditar que a violência contra o idoso seja uma exclusividade do espaço privado, e sim uma responsabilidade que deve ser reconhecida por toda a sociedade, já que a mesma apresenta muitas demandas que modificam o crescimento do homem no meio o qual está inserido e na família a qual ela faz parte. Conforme consta no documento do Ministério da Saúde (BRASIL, 2002, p.7)
A violência intrafamiliar envolvendo o idoso f ragilizado e dependente “é um problema social de grande dimensão que afeta toda a sociedade, afetando de forma significativa a vida e a saúde das pessoas nela envolvidas e se configura como problema da saúde pública”.
Discutir a violência intrafamiliar normalmente pensou nas agressões físicas, violência que aflige a integridade física e emocional da vítima. A violência praticada pela família muitas vezes ocorrem por motivos financeiros, ou por descaso. Trata-se, em geral, de manifestações de uma violência mais simbólica e psicológica do que física, mas nem por isso menos marcante e efetiva.
A violência familiar é enfatizada nos estudos internacionais como a mais freqüente forma de abuso contra dos idosos. Para o Estado Brasileiro essa afirmação é recente, pois as pesquisas existentes não permitem explicitar a proporção em que incidem os abusos dos parentes próximos, os que ocorrem foram dos lares e dentro das instituições.
Nos Municípios pesquisados a resistência da violência doméstica de 80% dos casos avaliados ultrapassa os limites. Nos dados apresentados registramos causas de violências abusivas que vai muito além e que vem causando o sofrimen to de muitos idosos. Em análise, até o momento, apontam na direção de que a maioria dos idosos que sofrem algum tipo de violência surge dos Bairros mais pobres dos Municípios, cuja faixa etária está entre 70 a 95 anos de idade.E as pessoas que cometem a violência contra os idosos residem na mesma casa, e são na maioria das vezes filhos e netos. Ainda nesses casos constatamos que na maioria dos idosos só possuem um Salário Mínimo e sofrem de algum problema de saúde.
Em relação à natureza da violência, esta, é múltipla, pois vai desde as agressões verbais, físicas, psicológicas e morais, às situações de abandono e negligência até as apropriações do dinheiro da aposentadoria. Isoladamente, no entanto, destacam-se a violência material e a psicológica. Essa violência, no geral, é praticada pela família e se encontra no seio da moradia do idoso, sendo responsáveis por ela: cônjuges ou companheiros, filhos, genros, noras, netos, sobrinhos entre outros.
Portanto, buscar entender as dificuldades e as deficiências vividas pelas pessoas idosas pode criar problemas de relacionamento, já que nos casos avaliados os registros mais fortes da violência aparece em relação a algum membro da família e principalmente a forma agressiva e desumana que trata seus idosos.
De acordo (Genilda Cordeiro Baroni, presidente da (ABCMI Nacional) Associação Brasileira dos Clubes da Melhor Idade;
O pior é que o problema envolve família, e por isso eles se negam a falar, a denunciar na policia. Nesse caso, nós f icamos com as mãos amaradas sem poder resolver o problema. A imprensa tem noticiado constantemente a morte de pais por f ilhos, de avós por netos, tem relatado espancamentos e suicídios que não se explica o porquê. O que tem levado um idoso a se matar? A não ter mais o prazer de viver quando deveria estar gozando a reta f inal da sua vida?Algo envolve a família. Eles roubam os cartõezinhos, outros tiram por serem procuradores, usam o recurso e ainda dizem: você não paga nem passagem, para que você quer dinheiro. (Diário da Borborema, 22-09-2007).
Muitas famílias cometem vários tipos de violência contra seus parentes idosos, e dentre essas tipologias de violência cometidas contra o idoso ainda podemos citar o Abuso Físico, Abuso Psicológico, Abuso Sexual, Abuso Financeiro e Econômico, Abandono, Autonegligência, Negligência. Essa tipologia de violências tem se tornado um dos grandes motivos de discussões entre as esferas Municipais, Estaduais e Federais, que buscam encontrar um método de superar e solucionar a questão da violência contra as pessoas idosas no Brasil e no mundo.
Nos últimos anos, muitas pesquisas vêm sendo realizadas para debater a questão da violên cia contra as pessoas da terceira idade, o crescimento da violência familiar, o abandono, o abuso das finanças dos idosos, a negligência tornaram fatores que colocam a vida dos idosos perante a Constituição Federal para serem defendidas no sentido de apresentar novas propostas para o idoso, buscando corrigir as falhas da família, do Estado e da Sociedade.
2.3.1.1 Abuso Físico
O Abuso Físico é na verdade o uso da força física contra os idosos a praticarem o que não desejam, provocando na maioria das vezes ferimento, incapacidades ou até mesmo a morte. Esse tipo de violência é o mais praticado pelas famílias, na qual o idoso é espancado, agredido, sendo o principal responsável o cuidador do mesmo.
O Departamento de Polícia de Prado recebeu entre os anos de 2009 e 2011, 15 queixas de abuso físico contra pessoas idosas, apenas casos que foram delatados por outros parentes ou por conhecidos das vítimas. Segundo o Delegado muitos casos ainda ocorrem no Município, mas tanto a vítima como outras pessoas tem medo de prestar denúncia e diante disso fica difícil para a polícia autuar os agressores.
Os maus-tratos na terceira idade podem ser definidos como ato único ou repetidos, ou ainda, ausência de ação apropriada que cause dano, sofrimen to ou angústia e que ocorram dentro de um relacionamento de confiança (Organização Mundial de Saúde11).
A violência e os abusos físicos contra idosos independem de raça, gênero ou classe social e ocorrem nos ambientes onde se encontram as vítimas. No caso dos idosos, estes ambientes são suas casas, comunidade, centros de convivência ou instituições de longa permanência.
O Abuso Físico ou Maus-Tratos foram descritos pela primeira vez em 1975, em publicações britânicas e desde então se tornou foco das pesquisas e alvo das ações governamentais. Já no Brasil a violência física contra o idoso não tem se mostrado muito nas estatísticas, isso significa que as lesões e muitos traumas provocados estão escondidos aos olhos da justiça. Em nosso país, há 93 mil idosos que se internam por ano por causa de quedas (53%), violências e agressões (27%) e acidentes de trânsito (20%). Estudos parciais feitos no país mostram que a maioria das queixas dos idosos é contra filhos, netos ou conjugues e outros 7% se referem a outros parentes.
Sinais de Abusos Físicos contra os Idosos:
· Hematomas na pele, manchas roxas nos olhos e ferimentos inexplicados;
· Perda de peso e sinais de desnutrição;
· Visitas constantes aos serviços de saúde;
· Sonolência permanente devido a medicamentos sedativos;
· Aparência de descuido, roupas sujas e rasgadas;
· Alterações permanentes de comportamento;
· Queimaduras;
· Dificuldades de locomoção;
· Incontinência urinaria/fecal, etc.
Esses e outros sintomas revelam os maus-tratos contra o idoso e são percebidos com freqüência no acompanhamento das unidades de saúde. Diante do exposto, a formação de profissionais de saúde capazes de reconhecer as particularidades dos pacientes idosos passa, desde já, a ser uma prioridade para o sistema educacional dos países em desenvolvimento. A grande maioria dos atuais estudantes irá atender idosos depois de graduados.
Portanto, os princípios básicos para o atendimento ao idoso não devem ser de conhecimento exclusivo de especialistas. E, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2002);
O maltrato de pessoas idosas é uma violação dos Direitos Humanos e uma causa importante de lesões, enfermidades e 
perda de produtividade, isolamento e desesperação. “Enfrentar os maltratos de pessoas idosas e reduzi-lo requer um enfoque multisetorial e multidisciplinar”.
Entende as causas da violência física contra as pessoas idosas é u m dever de todos os profissionais, já que proteger os direitos do ser humano é um papel que todos devem fazer, além de promover o bem-estar do idoso e de toda a sociedade.
2.3.1.2 Abuso Psicológico
O Abuso Psicológico é descrito como o uso das agressões verbais ou gestuais com a finalidade de amedrontar as pessoas idosas. Esse tipo de violência é constituído por uma série de humilhações que isola o idoso da convivência social e o restringe de sua liberdade.
Os abusos psicológicos, definidos como as diversas formas de privação ambiental, social ou verbal; a negação de direitos, as humilhações ou o uso de palavras e expressões que insultam ou ofendem; os preconceitos e a exclusão do convívio social (Fernandes & Assis, 1999);
O idoso ao sofrer esse tipo de violência gera consigo uma linha de sofrimentos mentais que provoca um processo depressivo e autodestrutivo, levando- os até um processo contínuo de loucura. Nesta modalidade de abuso a família ou o responsável pelo idoso realiza alguma espécie de chantagem emocional, visando seus interesses próprios, e assim o idoso sente-se manipulado e conseqüentemente passa a sofrer de desprezo, preocupações contínuas e outros problemas que acarretará na sua saúde e sobrevivência. Kauffman (2001) complementa:
	
Que os maus tratos ao idoso podem assumir, além das citadas acima, desde dano f ísico real ou a angústia mental à negação dos serviços médicos e sociais, necessários. O comportamento abusivo contra o idoso pode ser exercido pelos membros da família, pelos atendentes ou pelos próprios profissionais da saúde.
O processo da violência psicológica pode ser visto por todos, já que muitos dos sinais são bem legíveis para essa confirmação onde o idoso consegue de uma forma bem clara expressar os danos que vem sofrendo.
Sinais de Abusos Psicológicos contra os Idosos:
· Isolamento de amigos e familiares;
· Exploração, manipulação afetiva;· Ameaças, privação arbitrária da liberdade;
· Comportamentos bizarros;
· Mudanças no padrão alimentar;
· Medo, retraimento, confusão, apatia;
· Isolamento deliberado
· Relato de histórias “impossíveis”
· Confusão e desorientação
· Depressão, baixa auto-estima
· Desamparo, desesperança e ansiedade, etc.
São muitos os sintomas que referenciam os maus-tratos psicológicos nos idosos, traços esses que na maioria das vezes precisam de mais tempo para se recuperar desses traumas, passando a viver o dia-a-dia com mais desanimo deixando-se serem levados por esse tipo de violência.
2.3.1.3 Abuso Sexual
O Abuso Sexual é caracterizado como uma ação que obriga uma pessoa a manter contato sexual, físico ou verbal, ou a participar de relações sexuais com uso da força, intimidação, coerção, chantagem, suborno, manipulação, ameaça ou qualquer outro mecanismo que anule ou limite a vontade pessoal .
A violência sexual pode ser de forma física, psicológica ou com ameaça, compreendendo o estupro, a tentativa de estupro, o atentado violento ao pudor e o ato obsceno. Esse tipo de abuso na maioria das vezes as vítimas são mulheres, por constituírem um grau maior de fragilidade e discriminação.
Segundo Maria Antonia Gigliotti, presidente do Conselho Municipal do Idoso da cidade de São Paulo, isso “tem a ver com a lógica do sistema patriarcal, que considera que a mulher vale menos do que o homem, não importa a idade que ela tenha. Também conta o fator financeiro: as mulheres idosas são normalmente bem mais pobres do que os homens idosos”.
O abuso sexual cometido contra uma mulher idosa pode gerar conseqüências graves a saúde, dentre eles problemas psicológicos, baixa auto- estima, causando danos em longo prazo principalmente se existir a penetração usada de violência.
Sinais de Abuso Sexual contra os Idosos:
· Queixas de ter sido sexualmente agredido.
· Comportamento sexual que não combina com os relacionamentos comuns do idoso e com a personalidade antiga.
· Mudanças de comportamento inexplicáveis, tais como agressão, retraimento ou automutilação.
· Queixas freqüentes de dores abdominais; sangramento vaginal ou anal inexplicável.
· Infecções genitais recorrentes ou ferimentos em volta dos seios ou da região genital.
· Roupas de baixo rasgadas com nódoas ou manchadas de sangue, etc.
2.3.1.4 Abuso Financeiro e Econômico
Abuso Financeiro e Econômico é na verdade uma exploração ilegal dos idosos, ou seja, a utilização não concedida por eles de seus bens, patrimônios e finanças. Esse tipo de violência ocorre mais no âmbito familiar, já que a família é quem mais conhece 
Estudos comprovam que no mundo inteiro as pessoas idosas são vítimas de violência financeira e econômica, e que as famílias não são as únicas responsáveis por esse tipo de ato.
Neste contexto descrevemos o abuso encontrado no envolvimento do próprio Estado, que muitas vezes omitem as expectativas dos direitos dos mesmos nas questões de benefícios, pensões, aposentadorias e muitos outros negados nos setores públicos e privados.
Sinais de Abuso Financeiro e Econômico contra os Idosos:
· Incentivos aos financiamentos e empréstimos;
· Acompanhamento as agências bancarias;
· Incentivos a compras parceladas;
· Planos de saúde com aumentos abusivos, etc.
Os idosos são vítimas dos mais diversos tipos de violência nesta modalidade, entre elas podemos destacar estelionatário que são cometidos nas ruas, dentro de casa, nas agências dos bancos, etc. Muitos declaram que tiveram seus cartões de benefícios roubados, dinheiro, jóias de família, entre outros.
Esse tipo de abuso vem sendo praticado em todos os lugares do mundo, principalmente quando os aposentados são os alvos fáceis relacionados aos empréstimos bancários, sendo assim mais uma questão a ser resolvidas pelas políticas públicas.
A esse aspecto também se refere o procurador Soares (2007, p. 05), conforme o seu relato abaixo:
A linguagem utilizada pelas instituições f inanceiras em seus diversos modelos de contrato não é acessível ao público alvo, pessoas carentes, com baixo grau de instrução e, via de regra, aposentados e pensionistas do INSS, o que faz com que seu público alvo tenha avançada faixa etária. Além disso, o tamanho da fonte utilizada (letras muito pequenas, com espaçamento mínimo entre as f rases) dificulta a leitura dos mais idosos, via de regra, repito, com baixo grau de escolaridade.
Portanto, é necessário que haja um acompanhamento, por parte do Estado e da Sociedade para com os consumidores aposentados e pensionistas, no sentido de uma orientação para com os riscos do super endividamento, através de campanhas educativas.
As políticas públicas devem redefinir de forma positiva o lugar do idoso na sociedade, privilegiando o cuidado, a proteção e a sua subjetividade em nível familiar e institucional, nos espaços públicos e privados.
2.3.1.5 Abandono
O Abandono é uma violência caracterizada pela falta de ausência dos familiares, das instituições e da sociedade, os maiores responsáveis pela assistência concedida a uma pessoa idosa, ou seja, é a omissão dos cuidados necessários para os idosos.
Neste tipo de violência presenciamos as irresponsabilidades dos filhos, uma ausência permanente dos afetos familiares que coloca o idoso numa posição de isolamento familiar social. Podemos constatar esse tipo de violência bem representado no Gráfico 2, no Município de Itamaraju-Ba, observamos um grande número de abandono pelos familiares.
31
Pavarini e Neri (2000), afirmam:
Que prestar cuidado a um familiar necessitado seja dever moral e ético, sendo aceito como papel normativo na vida da família, na prática tem-se mostrado problemático exercer essa solidariedade por parte da pessoa do cuidador, porque ela se choca com a sua individualidade. Por isso, entende-se que a dif iculdade de cuidar do id o so com situação de dependência, faz com que muitas familiares busquem a institucionalização do seu idoso como uma opção aceitável, suprindo as diferentes realidades manifestadas no seu cotidiano, mas por outro lado levam a excluírem socialmente o idoso, como se o mesmo não tivesse mais vida própria.
Portanto, vale reafirmar que deixar de prestar assistência ao idoso ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública, ou ainda, abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandato, é crime punido com detenção de até três anos mais multa.
Sinais de Abandono contra os Idosos:
· Isolamento em quartos fechados e escuros;
· Internação em asilos e outras instituições;
· A ausência de alimentos;
· A ausência dos recursos de saúde;
· Fragilidade;
· Perda de autonomia e independência;
O idoso muitas vezes demanda tempo, e isso é um problema que tanto a família como a sociedade não possui para aplicar, buscando valorizar apenas aquilo que é material, esquecendo de vez das aplicações dos afetos e cuidados.
A solidão é uma sensação desagradável tanto para pessoas novas como velhas, e no caso das pessoas idosas isso acontece quando suas limitações e ações se perdem com o processo do envelhecimento. Na maior parte esquecemos que essas pessoas são exemplos de experiências e sabedoria, sabedoria esta que permite a nós mesmos consolidar nossos direitos como cidadãos.
“Num estádio de decadência, os idosos enfrentam numa sociedade diferente, famílias diferentes, perdas significativas no seu prestigio sócio/profission al e cultural e, quantas vezes desenraizamento de sua casa e do seu lar. (…). Tudo isto conduz a um estado de solidão associado à vulnerabilidade de morte próxima… potenciando isolamento e depressão" (Jaques, 2004, p.35).
2.3.1.6 Auto - Negligência
A Auto – Negligência é caracterizada como um comportamento da pessoa idosa que ameaçam sua própria saúde ou sua própria segurança, recusando cuidar-se de si mesmo. Esse tipo de violência exclui situações nas quais uma pessoa mentalmente capaz (que compreende as conseqüênciasdas suas decisões), ou seja, toma decisões voluntárias e conscientes de se envolver em atos que prejudiquem sua segurança e sua saúde.
Segundo Zolotow (2005) chama a atenção para a violência implícita, pois acomete os idosos de maneira velada, quando os mesmos são, supostamente, preservados de situações com as quais teriam condições cognitivas e emocionais de lidar. Alguns pesquisadores relacionam tal fato à in fantilização do idoso, que acaba por privá-lo de um direito de participação e decisão. 
Em grande medida estas definições apresentam propósitos mais legais do que conceptuais ou científicos, tornando-se definições que se assemelham em muito às já fornecidas pelos movimentos que resultaram no nível de proteção à infância que hoje conquistamos.
Sintomas de Auto-Negligência contra os Idosos:
· Condições de higiene e pessoal precárias;
· Cômodos precários do ponto de vista sanitário e higiene;
· Roupas inadequadas;
· Moradia inadequada;
· Falta de ajuda de recursos médicos;
· Recusa de banho medicamento e higiene pessoal, etc.
A Auto – Negligência tem colocado a vida de muitos idosos em risco, principalmente nas questões que en volvem saúde e higiene pessoal onde podemos observar uma síndrome conhecida por Síndrome de Diógenes, descrita pela primeira vez em 1975, caracterizada por um descuido extremo da higiene pessoal. É uma doença que atinge facilmente a terceira idade embora estudos comprovem que a mesma atinge muitos jovens e adultos.
Para Leonardo Caixeta, (11), (27):
“No Brasil, temos uma tolerância exagerada para conviver com doenças mentais, sobretudo quando elas não matam”
Por fim, é importante ressaltar, que este tema tem sido uma preocupação mundial, algumas propostas e ações estão surgindo para enfrentar os maus-tratos, abusos e outras formas de agressões para com o segmento idoso.
2.3.1.7 Negligência
A Negligência é uma violência caracterizada pela omissão de cuidados básicos e necessários aos idosos, pela família e pelas instituições. Esse tipo de violência é um dos mais cometidos no país, associado a outros abusos que geram traumas, lesões, incapacidade ou morte.
Na pesquisa abordada até aqui constatamos que na a negligência apresenta um grande índice, dados estes que coloca a Delegacia do Município em alerta. Esse processo desenfreado pode está ligado a várias situações, como: conflito familiar, falta de emprego, moradia precária, consumo de álcool e outras substâncias químicas, vulnerabilidade socioeconômica e cultural.
Sinais de Negligência contra os Idosos:
· Deixar o idoso passar fome;
· Não prover outros cuidados físicos;
· Falta de cobertura adequada;
· Não dar os medicamentos que necessita;
· Vestí-lo inadequadamente face ao tempo ou as condições ambientais;
· Negar cuidados e supervisão adequados, etc.
O abuso e a negligên cia de idosos são um assunto que teve a sua primeira referência médica apenas há cerca de um quarto de século atrás (cf. Baker, 1975; Burston, 1975). E isto é significativo. Porque ao contrário do abuso de crianças que tem no pediatra uma figura que consegue integrar a investigação com o cuidado, o abuso aos idosos não tem a virtual figura do geriatra que seja capaz de apoiar a saúde do idoso prevenindo e impedindo em simultâneo o abuso e a negligência (cf.Hirsch & Loewy, 2002).
Portanto, após tantas violências com a pessoa idosa é válido contar com o Estatuto do Idoso que em seu Artigo 4° prevê expressamente:
“Nenhum idoso será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos.”
Diante desses dados é necessário proteger o idoso e dessa forma viabilizar todos os seus direitos constatados em lei, além inseri -los nos lares e na sociedade. Devemos lembrar ainda, que uma porcentagem dessa população vive em instituições especiais para idosos, encontrando-se vulnerável aos mesmos tipos de violência já mencionados.
2.3.2 VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL
A violência institucional é aquela que acontece nas instituições assistenciais de longa permanência, ou seja, nos asilos, clínicas e outros onde os idosos são maltratados, abusados e destituídos de seus direitos. Dentro dessa modalidade existe um grande número de queixas de maus-tratos, abandono, negligências e muitos outros atos de violência cometidos contra os idosos.
Nas instituições de internação por motivos de saúde e nas instituições de longa permanência, negligências como as apontadas acima também são freqüentes e é preciso levar em conta que a maioria das lesões e trauma é evitável, isso ocorre devido às carências das instituições.
As carências institucionais não são exclusivas do Brasil, mas aqui elas se acentuam por razões macroestruturais. Os programas voltados para a população idosa custam em média três vezes mais que aqueles destinados aos jovens (Veras, 1997).
Diante da expressão do autor podemos perceber que essa carência ocorre principalmente em cidades pequenas, e de acordo nossas pesquisas os Municípios de Prado e Itamaraju se encaixam nesse quadro. As cidades aqui representadas não possuem instituições que abrigam particularmente os idosos e isso por uma razão ou outra dificulta a sobrevivência de muitos idosos.
No Município de Prado-Ba constatamos apenas a instalação do CREAS, que é um programa que trabalha com o apoio as essas vitimas, embora observassem que na cidade esse tipo de problema tem atingido a todos, levando a própria comunidade a empenhar nesse enfretamento social. É uma unidade pú blica estatal responsável pela organização e oferta de serviços de proteção social especial do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Presta apoio, orientação e acompanhamento a famílias com um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou violação de direitos. Nos CREAS deve ser ofertado o atendimento especializado.
A instituição não abriga seus usuários em longo prazo, mas visa realizar 
acompanhamentos diários na defesa dos direitos e no acolhimento das pessoas violentadas.
Atribuímos a participação do CREAS nas questões da violência contra o idoso, além de receber reforços do CCI – Centro Comunitário do Idoso, que atende cerca de (50) idosos, que antes ficavam sem atividades durante todo o dia, estes não têm custo algum para freqüentarem um espaço e participar de suas atividades diversas, como fisioterapia, estudos de matérias escolares, danças, pinturas, costuras e outras.
Essa instituição como outras citadas acima apenas realiza atividades de planejamento e bem estar social, visando inserir os idosos na sociedade e aperfeiçoar sua convivência familiar. Embora a carência das instituições nesses Municípios seja inexistente, nosso objetivo é elaborar uma análise adequada das violências ocorridas dentro das instituições assistenciais.
De acordo com Minayo (2004, p. 15),
‘’Nas instituições, as burocracias que se investem da cultura do poder sob a forma d e impessoalidade, reproduzem e atualizam, nos atos e nas relações, as discriminações e os estereótipos que mantêm a violência. ’’
As clínicas de apoio e os asilos são casas de assistência social que acolhe pessoas desamparadas e abandonadas pelas famílias, garantindo um tratamento adequado e digno para as pessoas que ali vivem. Infelizmente nossa visão de mundo é outra, as instituições assistenciais aqui avaliadas tem se mostrado de forma precária e inadequada tornando a presença dos idosos um momento crítico e violento, além de promover uma sucessão de fatores abusivos que diminuem a sobrevivência dos mesmos.
O abandono e a negligência, por exemplo, são fatores que na maioria das vezes ocorre por parte dos familiares como afirma Zimerman (2000 p. 98):
“De inicio, as famílias que internam seus velhos em instituições, vistam-nos em media três vezes por semana. Com o tempo, as visitas vão diminuindo e há casos em que chegam a ser de uma a duas vezes por ano. Pode parecer incrível, mas há familiares que chegam a dar endereço e telefone errados para não serem mais encontrados e “incomodados” por causa dosvelhos”
Assim, sendo os velhos abandonados pela própria família, as instituições esquecem seus pápeis e passam agir de forma interesseira dando prioridade aos seus interesses financeiros e econômicos. Na verdade a violência institucional ocorre em todo mundo e no Brasil, ocupando uma série de abusos contra a pessoa idosa, produzindo uma insuficiência de fiscalização por parte do Ministério Público e dos Conselhos dos Direitos dos Idosos.
2.3.3 VIOLÊNCIA SOCIAL
Nos últimos tempos estamos vivendo num mundo onde a violência tem dominado a raça humana, fato este que afeta todas as áreas que rege o movimento da sociedade. A população mais vulnerável é quem na verdade tem sofrido o maior número de danos e violência e isso acontece devido à pobreza, à miséria que a sociedade vem apresentando com suas múltiplas facetas, uma desigualdade social provocada pela discriminação que faz crescer cada vez mais a violência e o maltrato.
A violência social é formada pela própria sociedade e surgem no decorrer da história da humanidade, é um problema de ordem ética e política que poderá crescer cada vez mais em longo prazo.
Entretanto, com tantas mudanças sociais geradas ao longo do tempo muitas pessoas sofrem dificuldades em compreender a ocorrência do problema, e diante disso as pessoas idosas por serem mais fragilizadas recebem da sociedade certa discriminação, e em outros casos sofrem as mais severas formas de violência.
A violência que os idosos sofrem em todo o mundo se caracteriza por ser generalizada, habitualmente não se denuncia e tem custos econômicos e humanos muito difíceis de serem pagos pelos governos.
Papaléo lembra que:
“A sociedade moderna encontra-se, hoje, diante de uma situação contraditória: de um lado, defronta-se com o crescimento acelerado da população idosa e, de outro lado, omite-se perante a velhice ou adota atitudes preconceituosas contra a pessoa idosa. ’’ (PAPALÉO, 2002. p.4)
Entende-se que os idosos em nosso país precisam de mais cuidados na área de saúde, assistência social e a sociedade não se preparou para isso, embora sempre soubesse que o envelhecimento é um processo irreversível no qual todos os seres humanos serão submetidos.
No Brasil como no mundo, a violência contra os mais velhos se expressa nas formas como se organizam as relações entre os ricos e os pobres, entre os gêneros, as raças e os grupos de idade nas várias esferas de poder político, institucional e familiar.
A sociedade produz e apóia a idéia de que a pessoa vale o quanto produz e o quanto ganho e por isso, os mais velhos, por não produzirem nada e sobrevivendo apenas de uma aposentadoria devem ser descartados, considerados como seres inúteis e desvalorizados. Podemos afirmar isso nas palavras de Norbert Elias, 2002,8:
 “A fragilidade dos velhos é muitas vezes suf iciente para separar os que envelhecem dos vivos. Sua decadência os isola. Podem tornar-se menos sociáveis e seus sentimentos menos calorosos, sem que se extinga sua necessidade dos outros. Isso é o mais dif ícil: o isolamento tácito dos velhos, o gradual esfriamento de suas relações com pessoas a quem eram afeiçoados, a separação em relação aos seres humanos em geral, tudo o que lhes dava sentido e segurança” (Norbert E, 2002, 8)
A própria idade dos idosos os condena e para isso a sociedade os elimina do convívio social e das suas relações humanitárias, fazendo com que os mesmos se sintam inválidos e rejeitados pela maioria das pessoas. As pessoas mais jovens discriminam a pessoa idosa através de diferentes atitudes, como, por exemplo, não querer confrontar opiniões com as do idoso, negando-se a oportunidade de desenvolvimento (BOSI, 1983).
A violência contra os idosos, apesar de não ser uma prerrogativa dos tempos modernos, pois temos relatos em todas as culturas e sociedades, só há pouco mais de duas décadas começou a despertar interesse na sociedade e nos círculos acadêmicos, com o desenvolvimento de estudos, pesquisas e elaboração de políticas públicas para combatê-las e evitá-las.
Se por um lado a sociedade tende a relegar os idosos ao segundo plano, vitimizando-os, por outro lado este se mostra capaz de reações, lutando para manter seu espaço na sociedade e garantir prestígio e respeito. Quanto mais autônomo e independente for o sujeito, maiores condições terão de preservar seu espaço.
Os idosos, enquanto grupo organizado social e politicamente ativo tem obtido conquistas relevantes como o Estatuto do Idoso, que é um poderoso instrumento de garantia de direitos, protegendo-os e criminalizando ações que antes eram tidas como banais e naturais.
Se o Art. 10 do Estatuto do Idoso (2003, p. 11) reza que:
“São obrigação do Estado e da Sociedade assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na constituição e nas leis. ’’
Faz-se necessário, portanto, atuação eficaz com participação efetiva dos atores da Rede Municipal de Saúde, Assistência Social, Segurança Pública, educação, habitação, transporte e toda a rede de Proteção Social Básica e Especial visando à melhoria da qualidade de vida e garantia dos direitos das pessoas idosas de viverem em paz, em harmonia com sua família e sem violência.
2.4 OS AGRESSORES
Os agressores são em sua maioria os filhos, em geral dependentes (muitas vezes financeiramente) da vítima, e com problemas mentais e/ou dependentes de álcool ou drogas. Também se encontram entre o perfil dos agressores conjugues e netos co-habitando com os avôs. A maioria dos agressores vive com as vítimas, e dependem delas financeiramente, o que fortalece a idéia de que o fator econômico está associado ao abuso.
Para Louza:
O agressor f reqüentemente ameaça e agride a vítima com a f inalidade da doação de um bem, da antecipação de uma herança ou para evitar gastos desnecessários ou inúteis feitos pelos idosos. Outra característica detectada nos agressores é que alguns são usuários de álcool e drogas. Este dado foi obtido por informação dos próprios idosos quando notificaram a agressão à polícia.
Segundo Anetzberger et al (2004), 50% dos abusadores entrevistados por seu grupo tinham problemas com bebidas alcoólicas. Esses autores e Chavez (2002) assinalam que os agressores físicos e emocionais dos idosos usam álcool e drogas numa proporção três vezes mais elevada que os não abusadores. Isso foi também assinalado no estudo de Chaves e Costa (2003).
Os agressores na verdade possuem uma série de problemas que o leva a praticar os atos de violência contra os idosos, tornando assim, uma guerra de decepções e desesperanças para todos (vítimas e agressor). Muitos estudos apontam que na violência intrafamiliar, o perfil do agressor são as seguintes:
Tabela 2 – Perfil do Agressor
	PERFIL DO AGRESSOR
	1. Não aceitam o papel de cuidador;
	8. Acusador;
	2. Filho, filha ou cônjugue da vítima;
	9. Baixo autocontrole;
	3. Consome álcool ou drogas;
	10. Inexperiências nos cuidados;
	4. Possui problemas mentais;
	11. Dependentes financeiros dos idosos;
	5. Depressão;
	12. Tem problemas de comportamento;
	6. História de violência;
	13. Respostas vagas e imprecisas;
	7. Relacionamento indiferente;
	14. Relutância nos cuidados.
FONTE:
¹ Sinais de Possíveis Maus-Tratos, (Hirsch, 2001)
² REVISTA PORTAL de Divulgação, n. 26, Agosto 2011. http:www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista/índex.php
Essas características não podem ser as causas do abuso, mas pode ser consideradas como uma associação aos fatores de risco contra o idoso. Na ausência dos sinais que realmente indicam o abuso, o conhecimento dessas características pode contribuir para orientar a família, o Estado e a sociedade a punir severamente o agressor.
Outra medida importante é o contato com órgãos estaduais, municipais e comunitários para os encaminhamentos sociais e jurídicos de proteção a vitima. Instâncias como a Delegacia do Idoso, serviços especializados no trabalho de promoção da cidadania de pessoas idosas, justiça, ações comunitárias e outros, podem contribuirsignificativamente para uma avaliação mais ampla e para a continuidade do atendimento.
As ações e programas para minimizar a violência contra os idosos incluem também a educação dos profissionais de saúde e da comunidade, bem como a promoção e a implementação de políticas públicas governamentais.
2.5 CAPÍTULO II – POLÍTICAS DE PROTEÇÃO AOS IDOSOS
A Lei nº. 8842/94, que dispõe sobre a Política Nacional dos Idosos (regulamentada pelo Decreto nº. 1948/96), foi um marco no sentido de apresentar novas perspectivas para o cidadão idoso ficando definidas as responsabilidades da família e da sociedade em níveis Federal, Estadual e Municipal.
A Política Nacional do Idoso teve como objetivo criar condições reais para promover a longevidade com qualidade de vida, colocando em prática ações direcionada, para os mais velhos e para todos os demais que iriam envelhecer.
A proteção aos idosos é uma questão que desperta a atenção para necessidade de uma intersetorialidade na ação pública, pois os idosos na maioria das vezes são expostos a projetos que não possuem nenhuma articulação pelos órgãos gestores. Para o enfrentamento dessa realidade, os idosos buscam fortalecimento no espaço público gerado pelo movimento social, fóruns e Conselh os de idosos, que lhes permitem se posicionarem pela con cretização de ideais democráticos, como a conquista de sua cidadania, reinventando sua própria velhice (Bredemeier, 2003). Essa política está norteada por cinco princípios:
· A família, a sociedade e o Estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-estar e o direito à vida;
· O processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser objetivo de conhecimento e informação para todos;
· O idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza;
· O idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a serem efetivadas através dessa política;
· As diferenças econômicas, sociais, regionais e, particularmente, as contradições entre o meio rural e o urbano do Brasil deverão ser observadas pelos poderes públicos e pela sociedade em geral na aplicação dessa lei.
Os princípios expostos afirmam claramente que a lei está vinculada a Assistência Social como política de direito, ou seja, não atribui apenas a garantia de uma renda, mas, garante a proteção social na construção de uma cidadania e de uma nova definição social.
Segundo Pasinato (2004, p.269):
[...] incentivar e viabilizar formas alternativas de cooperação intergeracional; atuar junto às organizações da sociedade civil representativas dos interesses dos idosos com vistas à formulação, implementação e avaliação das políticas, planos e projeto s; priorizar o atendimento dos idosos em condição de vulnerabilidade por suas pró p rias famílias em detrimento ao atendimento asilar; promover a capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria; priorizar o atendimento do idoso em órgãos públicos e privados prestadores de serviços; e fo mentar a discussão e o desenvolvimento de estudos referentes à questão do envelhecimento.
2.5.1 BPC – Benefício de Prestação Continuada
É um benefício da assistência social, um direito assegurado constitucionalmente. Este Serviço Gratuito garante às pessoas idosas 01 (um) salário mínimo mensal, às pessoas com 65 anos ou mais. O objetivo aqui é garantir aos deficientes e idosos dignidades, já que não podem utilizar-se do trabalho como meio de sobrevivência. Fazem-se necessário ressaltar que o BPC deve ser avaliado a cada dois anos da data de concessão, analisando, as condições de origem e comprovando a incapacidade de vida independente, fazendo uma avaliação da renda familiar do idoso e dos portadores de deficiência. De acordo com a legislação pode existir mais de uma pessoa recebendo programa social, e os reajustes dos benefícios serão realizados na mesma data do salário mínimo, porém com definição percentual em regulamento. No Brasil, os programas de transferência de renda vêm se consolidando como um dos 
mecanismos do sistema de proteção social brasileiro, como o BPC que vem reduzindo o índice de pobreza e desigualdade no país.
2.5.2 Proteção Social Básica e Especial a Pessoa Idosa
Contribui para promoção da autonomia, integração e participação do idoso na sociedade fortalecendo vínculos familiares. São formados por apoio financeiro federal a serviços, programas, projetos executados por governos de Estados, Municípios, Distrito Federal e entidades sociais, garantindo o atendimento de pessoas idosas pobres, a partir dos 60 anos de idades.
A verba financeira utilizada nesse programa deve ser comprovada pelos Municípios que deverão avaliar a implantação de Conselho e Fundo de Assistência Social, bem como a existência de Plano devidamente aprovado pelo Conselho; alocação de recursos do tesouro municipal nos seu respectivo Fundo de Assistência Social; implantação de um Centro de Referência da Assistência Social (Casa das Famílias); solicitação à Secretaria Estadual de Assistência Social, por meio de ofício, de inclusão do Município no critério de partilha do Serviço de Ação Continuada (SAC), informando o número de beneficiários por modalidade de atendimento; e co-financiamento da atividade.
2.5.3 PAIF - Programas de Atenção Integral a Família
Consiste no trabalho social com famílias, de caráter continuado, com o objetivo de fortalecer a função protetiva das famílias, prevenirem a ruptura dos seus vínculos, promoverem seu acesso e usufruto de direitos e contribuir na melhoria de sua qualidade de vida. É realizado nos Municípios, em unidades locais de Assistência Social, denominadas Casa das Famílias, com vistas ao acolhimento, convivência, socialização e estímulo à participação social das famílias e seus membros.
O serviço prevê o desenvolvimento de potencialidades e aquisições das famílias e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários por meio de caráter preventivo, protetivo e proativo, baseado no respeito à heterogeneidade dos arranjos familiares, aos valores, crenças e identidades das famílias.
Neste contexto, Pereira (2005) diz que a Assistência Social representou um avanço na melhoria da qualidade de vida dos idosos, pois recebeu uma nova 
institucionalidade, passando a se pautar pelo paradigma da cidadania ampliada e a funcionar como política pública concretizadora de direitos sociais básicos, particularmente de crianças, idosos, portadores de deficiência, famílias e pessoas vulneráveis social e economicamente.
2.6 O ESTATUTO DO IDOSO
O Estatuto do idoso, de iniciativa do Projeto de lei nº 3.561 de 1997, foi fruto da organização e mobilização dos aposentados, pensionistas e idosos vinculados à Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (COBAP), resultado de uma grande conquista para a população idosa e para a sociedade. , a aprovação do Estatuto do Idoso foi um avanço para o sistema legal brasileiro.
A Constituição Federal de 1988 em seu Capítulo VII, Título VIII (Ordem Social), nos arts. 229 e 230 versam sobre alguns princípios e direitos assegurados aos idosos. Os artigos expõem que o filho tem o dever de ajudar e amparar o pai na velhice, enfermidade ou carência e que é um direito do idoso a participação na comunidade, a dignidade humana e o bem-estar.
Essa política vem sendo implementada no Brasil de maneira gradativa: o aumento acelerado da população idosa torna cada vez mais fundamental, a união de esforços para a prática de políticas públicas voltadas a este segmento populacional, assim como a conscien tização dos seus direitos e espaços a serem conquistados.
Com esse objetivo de assegurar os direitos da pessoa idosa, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República realiza um trabalho essencial na divulgação do Estatuto e na implementação de suas ações em parceria com os Estados e Municípios.
Positivar um Direito é sempre proporcionar benefícios à sociedade, é um avanço, pois se poderá utilizar a nova lei como instrumentopara validar reivindicações. O Estatuto do Idoso apresenta um campo fértil e estimulante para que a sociedade se mobilize e exija efetivação das Leis em benefício dos idosos.
São direitos fundamentais da pessoa idosa: liberdade; respeito e dignidade; alimentos; saúde; transporte; educação; cultura; esporte e lazer; profissionalização e trabalho; previdência social; assistência social; habitação e prioridade no acesso á justiça.
Redação final do Projeto de Lei da Câmara n. 57, de 2003 (n. 3.561, de 1997, na Casa de Origem). Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dão outras providencias.
Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito á vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, á dignidade, ao respeito e a convivência familiar e comunitária.
Esses e muitos outros direitos constatados no Estatuto do Idoso permitem garantir aos idosos melhoria na qualidade de vida e uma velhice com dignidade, além de inseri-los adequadamente no convívio social.
2.7 O ASSISTENTE SOCIAL NO ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO
Todas as categorias de profissionais que têm acesso aos idosos podem atuar no reconhecimento de sinais preditivos e precisam estar preparados para abordar, de forma preventiva, as situações de violência. Para isso, é necessária a capacitação de profissionais de saúde, bombeiros, policiais, agentes jurídicos e população em geral para a identificação, avaliarão e acompanhamento dos casos de violência contra idosos.
A intervenção do Serviço Social no âmbito da violência contra as pessoas idosas é uma questão indiscutível, já que é uma profissão baseada na divisão e técnica social, uma demanda que está dentro da sociedade que visa atingir estratégias para superar demandas frente à questão social. A violência, desemprego, empobrecimento, moradia, entre outros, são fenômenos que estão frente às demandas sociais, constituindo assim inúmeros desafios para os profissionais de serviço social.
A partir de então os profissionais assumem o compromisso com a qualidade dos serviços prestados. Para legitimar-se nessa sociedade, o Serviço Social, como profissão, tem que responder as suas demandas, essas que são pautadas nas relações sociais, respondendo tanto as demandas do capital como a do trabalho fortalecendo um ou outro.
O Assistente Social tem o papel de modificar a concepção tanto do idoso quanto do jovem de uma pessoa idosa e inútil. Promovendo a divulgação do estado do idoso, que e a ampliação da inclusão na cidadania. Promovendo programas na área da educação e do lazer, proporcionando o entretenimento dos idosos, aplicando políticas publicas e efetivação dos direitos conquistados.
Segundo Zimerman (2000, p. 28):
“Envelhecer é simplesmente passar para uma nova etapa da vida, que deve ser vivida da maneira mais positiva, saudável e feliz possível. E preciso investir na velhice como se investem nas outras faixas etárias.”
Os profissionais devem estar conscientes de que enfrentarão alguns obstáculos e barreiras que poderão dificultar ou interferir. É preciso reconhecer e superar as dificuldades. Elas podem vir das próprias pessoas idosas, das famílias, dos cuidadores, dos próprios profissionais e até mesmo da sociedade que não enxerga a violência contra a pessoa idosa.
A disponibilidade à vida social deve ser valorizada e estimulada junto aos idosos, mediante formas de convívio e expressão, em centros de comunidade, clubes de convivência, associações culturais, de lazer e esportivas, atividades de recuperação da história e habilidades de uma comunidade, valorizando-se a transmissão aos mais jovens de suas experiências e histórias de vida.
A participação em cursos à distância, universidade aberta da terceira idade e outras formas de estímulo ao desenvolvimento pessoal também devem ser estimuladas. Em algumas comunidades, os idosos contam com programas de apoio social e assistência, programas previdenciários e outros que devem ser indicados e referenciados. Muitos princípios podem contribuir para uma intervenção eficiente, dentre elas podemos destacar:
· Assegurar o equilíbrio entre a proteção à vítima e o respeito a sua autonomia;
· Avaliar o risco de morte ou lesão grave para a vítima e decidir se é necessário ou não uma intervenção urgente;
· Observar a intencionalidade ou não do agressor quando há suspeita da violência;
· Realizar a intervenção em conjunto com equipe interdisciplinar. A existência de uma equipe interdisciplinar não significa a anulação da responsabilidade individual de atuação de cada profissional;
· O plano de intervenção deve contemplar as condições físicas, emocional, social e familiar da pessoa idosa, etc.
Os dados fornecidos permitem uma primeira aproximação a uma realidade que permanece ainda mais invisível do que qualquer outra forma de violência no nosso país. O serviço social tem como objetivo modificar a realidade em que vive, ou seja, provocar a conscientização e o entendimento à questão do idoso aprenda a respeitar e valorizar os idosos.
Neste contexto, o assistente social trava batalhas cotidianas para colocar em curso o seu exercício profissional, recorrendo a um grande número de conhecimentos que qualificam aquilo que faz. Tudo isso tem contribuído para que a assistência social colabore para a melhoria do bem-estar da pessoa idosa na medida em que proporciona a esse segmento populacional, com o controle da sociedade, possibilidades de participação social e usufruto de bens, serviços e direitos.
Explica Machado (2000):
Fazer uma leitura da realidade significa desvendá-la, limpando-a de estereótipos, preconceitos, ideologias. Significa reconstruir o real no pensamento, realizando um movimento dialético onde as conclusões abstraídas do real retornam a ele para reiniciar o processo de conhecimento. Afinal, o real não se dá a conhecer de imediato, é só a atitude investigativa e reflexiva que possibilita apreender a riqueza do ser social.
A Interlocução entre todos os órgãos e instituições torna-se essen cial para a garantia dos direitos dos idosos, bem como para a inserção nos orçamentos dos recursos necessários para o atendimento das demandas das pessoas idosas. O maior antídoto contra a violência é a ampliação da inclusão na cidadania.
Diante da violência contra a pessoa idosa, a sociedade como um todo, deverá prestar mais atenção à pessoa idosa, conhecendo a realidade em que vivemos e assim, preparar um diagnóstico que possa superar todos os nossos casos de violência e problemas sociais.
CONCLUSÃO
A família e a centralidade da política social na família são consideradas básicas para a inclusão e a identidade sócio-cultural, bem como para a proteção e a socialização dos indivíduos, em especial, aqueles sujeitos a vulnerabilidade associadas às fases da vida.
Assim, pensamos que a família aqui neste contexto avaliado perde sua essência dos vínculos afetivos, anulando a relação familiar entre os sujeitos. Os arranjos familiares abordados nos Municípios de Prado e Itamaraju passam a serem considerados como um modelo normativo, onde a violência contra o idoso deixa de ser visto como um problema social, institucional e familiar, visando apenas o envelhecimento como um processo simbólico de perda de identidade e individualização.
É necessário ressaltar a importância dos vínculos familiares para as pessoas, principalmente quando estão na fase idosa, isso demarca carinho, afeto e socialismo. Nenhum ser pode ser excluído do seu habitat ou sofrer qualquer tipo de violência por causa da sua idade, até porque por mais jovem que seja qualquer ser humano o processo do envelhecimento é para todos.
A análise da conjuntura envolvida na construção das políticas destinadas à pessoa idosa revela a força do movimento social dos idosos “forçagrisalha”,

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