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CULTURA SURDA E LIBRAS
Localização Espacial
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CULTURA SURDA E LIBRAS
SINALIZAR EM PERSPECTIVA
 Iremos tratar de um aspecto da Língua de Sinais muito interessante. Para os que estão apren-
dendo a língua agora é possível que considerem um pouco complexo. No entanto, após entender e 
praticar terá condições de sinalizar em perspectiva.
 Vamos falar de localização “real”. Na língua de sinais podemos sinalizar usando o espaço para 
produzir sinais, mas também podemos usar a localização “real” de objetos, pessoas e lugares.
 A localização “real” é aquela que representa a localização em si, de algo. Por exemplo, quando 
quer localizar no espaço a farmácia mais próxima, o sinalizante utiliza as referências “reais”, ou seja, as 
ruas, os quarteirões, os prédios e as esquinas que sejam relevantes para que o seu interlocutor localize 
este local.
 “Real” significa que o sinalizante estará usando os sinais para indicar o local representado de 
acordo com a sua localização física. Ou seja, ao apontar o fará na direção da própria rua, indicando o 
caminho seguindo o próprio caminho, informa as quadras representando-as na direção “real”.
 Se o interlocutor repetir para ter certeza da localização, usará as mesmas referencias na dire-
ção “real” das ruas. Para fins didáticos, colocamos aqui entre aspas a palavra REAL. O sinalizante não 
irá até o local, não tocará nas ruas, esquinas. Não mostrará fisicamente as quadras. 
 Ele usará o espaço à sua frente, mas os sinais serão feitos na direção “real” das indicações. Isto 
se aplica nas descrições espaciais da disposição de cômodos e dos móveis de uma casa. 
 Quando se sinaliza normalmente, o interlocutor não espelha a localização dos sinais. Por 
exemplo, se eu digo em libras que sairei do meu trabalho para minha casa, sinalizando o local de 
trabalho à esquerda e minha casa à direita, o interlocutor ao se referir a um deles sinaliza também 
usando a esquerda e a direita dele. 
Entretanto, se usar localização “real” ele espelhará a localização. 
 
 
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CULTURA SURDA E LIBRAS
APRENDA OS SINAIS PARA DIFERENTES AMBIENTES
 Sugerimos que baixe o aplicativo https://handtalk.me/ e aprenda sinais aumento seu sinalário 
(vocabulário).
Acesse no vídeo e aprenda ambientes escolares: https://youtu.be/106NhYMDbq4
 
TEMPO VERBAL EM LIBRAS
 Nas aulas anteriores tivemos a oportunidade de conhecer o espaço de sinalização, o que é 
sintaxe espacial, o uso do espaço “real”. Aprenderemos agora a localização espacial e temporal.
Entre os objetivos dessa unidade estão:
Situar a conversação no tempo,
Explorar o tempo na conversação sinalizando passado, presente, futuro e tempo preciso,
Realizar concordância entre os sinais realizados e as localizações espaciais,
Utilizar tempo atmosférico, tais como dias, anos, meses e semanas e os advérbios de tempo 
(passado, ontem, hoje, agora, amanhã, futuro).
 O tempo na língua brasileira de sinais é marcado pela localização dos sinais no que chamamos 
de LINHA TEMPORAL . Também é possível marcar o tempo por meio de ADVÉRBIOS DE TEMPO.
Os advérbios de tempo são: Passado, ontem, hoje, agora, amanhã e futuro.
 Quando a marcação do tempo se dá na LINHA TEMPORAL, o passado, o presente e o futuro 
podem ser indicados pela posição em que o sinal é produzido, e também pela posição do corpo.
 Por exemplo, se deseja falar em Libras que você trabalhou em uma empresa e hoje está de-
sempregado, você posiciona levemente seu corpo para trás, sinaliza EMPRESA TRABALHAR na mes-
ma posição do advérbio de tempo PASSADO. O corpo retorna para posição neutra original que indica 
o HOJE e sinaliza DESEMPREGADO.
 A referência temporal permanece até que seja mudada explicitamente. O corpo inclina leve-
mente para trás, quando se refere ao passado e inclina levemente para a frente quando indica futuro. 
No presente, o corpo é mantido na posição neutra, e normalmente é associado a uma marca tempo-
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ral explícita (um advérbio de tempo).
 Outra maneira de sinalizar mantendo o corpo na posição neutra é realizar os sinais um pouco 
atrás do espaço a sua frente indicando o passado e um pouco a frente indicando o futuro.
 Os sinais para expressões temporais são usados para indicar certa precisão. Você pode dizer 
que fez alguma coisa “há muito tempo atrás” com o sinal de passado marcado com mais intensidade, 
ou pode usando advérbios de tempo, especificar o exato ano, o dia, o horário do acontecimento em 
um passado mais próximo ou mais distante.
 As pesquisas a respeito da Língua de Sinais Brasileira continuam para verificar se a mesma 
apresenta uma marca flexional no verbo que indica o tempo. 
Compreendamos a produção de sinais, nas seguintes situações:
1 - LOCALIZANDO O TEMPO NOS MOVIMENTOS DO TEMPO. 
Ao usar o espaço podemos situar os acontecimentos na corrente do tempo. Assista a vídeo aula 
para entender como se dá tal processo.
2 – LOCALIZANDO O TEMPO NAS HORAS.
Aprendermos como sinalizar as horas permite localizar o tempo na Língua de Sinais. As regras 
para sinalizar horas são importantes.
Os números 1 a 4 são sinalizados como quantidade.
Os números das horas são quantidade e os dos minutos são de cardinais.
A fração de 30 minutos, a configuração variará de acordo com o dialeto da comunidade surda 
(metade, 30)
Não é usado a configuração de 24 horas, como no caso dizer que são 13h ou 14h. Na língua de 
sinais utiliza-se 1h, 2h com a marcação temporal.
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EXPLORANDO O CALENDÁRIO
 O objetivo é aprender as relações temporais usando meses, dias da semana, advérbios de tempo.
 Sugerimos que acesse o aplicativo https://handtalk.me/ e aprenda os sinais dos meses e dias 
da semana. Aumente seu sinalário (vocabulário).
 
FAMÍLIA
 Nesse tópico desejamos conversar sobre filhos surdos de pais surdos e de pais ouvintes, e fi-
lhos ouvintes de pais surdos.
 No contexto, em que normalmente, tantos filhos surdos como filhos ouvintes crescem em um 
ambiente em que a língua de sinais é a língua da família, tais crianças, sejam surdas ou ouvintes tem 
a língua de sinais como língua materna. 
 Nessas famílias, o normal é ser surdo. Há uma inversão da lógica das relações, ser surdo é nor-
mal, enquanto que ser ouvinte é não compreender o mundo dos surdos. A partir dessa lógica, muitas 
dessas famílias estabelecem as suas relações com o mundo ouvinte.
 Entretanto, esse não é contexto em que a maioria dos surdos vive, e que se apresenta nas co-
munidades surdas. A maioria dos surdos nascem em famílias de pais ouvintes que não conhecem a 
língua de sinais e não sabem como lidar com a situação. A primeira questão levantada é o patológico 
e a reparação da surdez. Não que isso seja errado. Mas outras possibilidades são descartadas quando 
não há acesso a aparelhos auditivos ou ao implante coclear.
 Muitos surdos tem contato com a língua de sinais na escola ou na faseda adolescencia, quan-
do encontram outro surdo. O encontro surdo-surdo é muito importante, pois se estabelece a língua 
culturalmente.
 Quando a criança é exposta a uma ou mais línguas antes dos 4 anos de idade, podemos dizer 
que tal(is) língua(s) é(são) sua(s) língua(s) materna(s). A aquisição de outra(s) língua(s) após essa ida-
de será para ela uma segunda língua, ou L2. Crianças surdas não expostas a nenhuma língua, após 
a idade de 4 anos, ao aprenderem uma ou mais línguas, a(s) terá(ão) como L1, primeira língua.
 
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RELAÇÕES ESPACIAIS
 Aprendemos anteriormente a importância do uso do espaço de sinalização, para estabelecer 
as relações espaciais e temporais, tornando os enunciados na língua de sinais gramaticalizadas.
 O tempo, como já explicado, pode ser marcado por meio de uma linha que tem o corpo como 
ponto do presente.
 As relações espaciais podem ser gramaticalizadas por meio do uso da concordância verbal. 
Deve lembrar-se quando falamos de verbos de concordância e não concordância. Os de concordân-
cia são verbos que podem se mover no espaço incorporando os referentes do discurso.
 Entretanto, entre os verbos de não concordância, há os que não estão atrelados ao corpo. São 
sinalizados no espaço. São alguns deles: TRABALHAR, BRINCAR, ESTUDAR.
 Quando se estabelece os referentes no espaço podemos usar tal espaço para contrastar tais 
referentes, podendo utilizar as comparações. Por exemplo, podemos marcar à direita o JOÃO e à es-
querda o JOSÉ. Na mensagem podemos dizer que o JOÃO TRABALHA, sinalizando o verbo trabalhar 
no mesmo lugar onde sinalizamos o JOÃO e sinalizar BRINCAR no mesmo lugar que referenciamos o 
JOSÉ.
 A relação pode ser estabelecida entre os dois pontos, e nesse caso se quisermos dizer que algo 
é MELHOR-DO-QUE, isso pode ser realizado no espaço de sinalização.
 
APRESENTANDO A FAMÍLIA
 Para apresentar os sinais referentes a família, convidamos você a acessar o aplicativo em libras. 
https://handtalk.me/
Aprenda os sinais de pai, mãe, avô, filho, primo, tio, irmão, cunhado e etc...
 Faça uma auto atividade, apresentando sua família procurando apresentar três gerações da 
sua família. Nesse caso, o uso do espaço e os referentes será importante. Treine. Veja na videoaula o 
professor fazendo a apresentação de sua família.
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Veja abaixo como usar o espaço, plano chão (Lembre-se da unidade 11).
 
 
Conseguiu situar sua família imediata? Agora amplie para os pais de seu pai e os pais de sua mãe.
 
 
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CONCLUSÃO
 Nesse tópico você aprendeu os sinais para família e de cada membro dela e compreendeu o 
mundo dos surdos que nascem de famílias de surdos ou de famílias de ouvintes. Tal temática estimu-
la-nos a saber mais sobre outras áreas que estão interligadas, como a área da saúde e da educação. 
Sugerimos que pesquise sobre o assunto.
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
SANTOS, J.C.C. dos. Sinalizar em perspectiva. Texto base, 2017.
SANTOS, J.C.C. dos. Linha temporal e advérbios de tempo. Texto base, 2017.
Link do aplicativo em libras. https://handtalk.me/
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