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Colorimetria Automotiva

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AUTOMOTIVA
Colorimetria
Colorim
etria
9 788583 933724
ISBN 978-85-8393-372-4
Luiz Fernando Gomes
Paulo da Costa Hantke
Este livro foi desenvolvido para explicar 
os ajustes de tonalidade da cor com 
uso de diferentes técnicas ao estudante 
que vai trabalhar na área automotiva. 
Nele, serão abordados os principais 
equipamentos de proteção individual 
e coletiva, conceitos sobre tintas, 
teoria da cor, pigmentos, metameria, 
fundamentos do sistema tintométrico, 
cuidados na reprodução de cor, estudo 
sobre as cores primárias e secundárias, 
técnica das cores opostas, tipos de 
cores metálicas, além de algumas dicas 
importantes para reprodução de cores.
Colorimetria
Senai-SP Editora
Avenida Paulista, 1313, 4o andar, 01311 923, São Paulo – SP
F. 11 3146.7308 | editora@sesisenaisp.org.br | www.senaispeditora.com.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Gomes, Luiz Fernando; Hantke, Paulo da Costa.
 Colorimetria / Luiz Fernando Gomes, Paulo da Costa Hantke. – São 
Paulo: SENAI-SP Editora, 2019.
 96 p. : il.
 Inclui referências
 ISBN 978-85-8393-372-4
 1. Tinta 2. Pigmento 3. Resina 4. Aditivo 5. Solvente 6. Eletromagne-
tismo I. Paulo da Costa Hantke II. Título.
 CDD 667.2
Índice para o catálogo sistemático:
1. Corantes e pigmentos 667.2
AUTOMOTIVA
Luiz Fernando Gomes
Paulo da Costa Hantke
Colorimetria
Departamento Regional 
de São Paulo
Presidente 
Paulo Skaf
Diretor Superintendente Corporativo 
Igor Barenboim
Diretor Regional 
Ricardo Figueiredo Terra
Gerência de Assistência 
à Empresa e à Comunidade 
Celso Taborda Kopp
Gerência de Inovação e de Tecnologia 
Osvaldo Lahoz Maia
Gerência de Educação 
Clecios Vinícius Batista e Silva
Material didático utilizado nos cursos do SENAI-SP
Elaboração 
Luiz Fernando Gomes 
Paulo da Costa Hantke
Revisão técnica 
Luciano Vermelho 
Apresentação
Com a permanente transformação dos processos produtivos e das 
formas de organização do trabalho, as demandas por educação pro-
fissional se multiplicam e, sobretudo, se diversificam.
Em sintonia com essa realidade, o SENAI-SP valoriza a educação 
profissional para o primeiro emprego dirigida a jovens. Privilegia 
também a qualificação de adultos que buscam um diferencial de qua-
lidade para progredir no mercado de trabalho. E incorpora firme-
mente o conceito de “educação ao longo de toda a vida”, oferecendo 
modalidades de formação continuada para profissionais já atuantes. 
Dessa forma, atende às prioridades estratégicas da Indústria e às prio-
ridades sociais do mercado de trabalho.
A instituição trabalha com cursos de longa duração, como os cur-
sos de Aprendizagem Industrial, os cursos Técnicos e os cursos Su-
periores de Tecnologia. Oferece também cursos de Formação Inicial 
e Continuada, com duração variada nas modalidades de Iniciação 
Profissional, Qualificação Profissional, Especialização Profissional, 
Aperfeiçoamento Profissional e Pós-Graduação.
Com satisfação, apresentamos ao leitor esta publicação, que inte-
gra uma série da SENAI-SP Editora especialmente criada para apoiar 
os alunos das diversas modalidades.
Sumário
1. Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva 9
O perigo que não se vê 9
Proteção: por quê? 10
EPI para o profissional de pintura 14
Quando a proteção falha 18
Incêndio é fogo 24
Higiene também é segurança 30
Descarte de tintas e proteção ao ambiente 31
2. O que é tinta? 35
Composição básica da tinta 36
Denominação da tinta 37
3. A teoria da cor e o mundo em que vivemos 39
A cor na nossa vida 40
Atributos cromáticos 41
4. A teoria da luz e cor 43
O que é a luz? 45
5. Pigmentos 49
6. Metameria 55
7. Fundamentos do sistema tintométrico 59
8. Variação de cor 63
Principais causas da diferença de tonalidade 65
9. Cuidados para uma boa reprodução de cor 69
10. Cores primárias e secundárias 73
Cores primárias 73
Cores secundárias 74
Mistura de cores 74
11. Técnica das cores opostas 77
Eixos de observação dos atributos cromáticos 78
12. Cores metálicas 81
Tipos de alumínio 82
Tipos de pérolas 83
Cuidados para o tingimento de tintas 84
13. Dez dicas para uma boa reprodução de cor 87
14. Limitantes 89
Referências 93
1. Equipamentos de Proteção 
Individual e Coletiva
O perigo que não se vê
Proteção: por quê?
EPI para o profissional de pintura
Quando a proteção falha
Incêndio é fogo
Higiene também é segurança
Descarte de tintas e proteção ao ambiente
O perigo que não se vê
O desenvolvimento tecnológico, ao mesmo tempo que traz faci-
lidades e conforto para a vida do ser humano, traz a poluição. Quem 
costuma ler ou acompanhar os jornais ou telejornais sabe que os 
países mais industrializados e ricos do mundo são, também, aqueles 
que mais poluem o ambiente.
O efeito estufa e as mudanças por ele provocadas no clima – en-
chentes, seca, invernos “quentes”, verões mais quentes ainda – são, 
em grande parte, uma consequência da queima de combustíveis fós-
seis (petróleo) que ocorre nos países mais industrializados.
O mesmo efeito pode ocorrer nos ambientes de trabalho onde são 
manuseados materiais que refletem esse desenvolvimento tecnoló-
gico. Por incrível que pareça, quanto mais “modernos” e “de ponta” 
são os materiais (tintas, massas, solventes tóxicos), mais riscos eles 
trazem para a saúde das pessoas que os manuseiam.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA10
Os riscos para a saúde do profissional da área de pintura automo-
tiva serão tratados neste primeiro capítulo. Serão apresentados esses 
riscos, o que diz a lei, o que pode ser feito para minimizá-los e quais 
são os equipamentos obrigatórios em uma oficina para tornar o am-
biente de trabalho mais saudável e seguro. Além disso, serão apre-
sentadas informações sobre higiene e segurança na oficina.
Proteção: por quê?
Atualmente, toda atividade de pesquisa de novos produtos está 
voltada para o desenvolvimento de tintas que apresentem menor ín-
dice de agressão ao meio ambiente e melhores condições de higiene 
e segurança, tanto na fase de produção quanto durante sua aplicação. 
O resultado tem sido o desenvolvimento de tintas cada vez mais “lim-
pas” do ponto de vista ecológico e da segurança e higiene no trabalho.
Apesar de todo esse esforço, as novas técnicas de reparação de 
automóveis trouxeram algo além do aumento de produtividade para 
as oficinas: uma atmosfera mais “rica” em contaminantes e, portanto, 
maiores riscos para a saúde dos trabalhadores. E não há exceção: toda 
oficina tem no ar contaminantes prejudiciais à saúde dos funcioná-
rios responsáveis pelos trabalhos de reparação.
Esses contaminantes representam riscos à saúde do trabalhador 
que antigamente não existiam, e diante dessa certeza vale aquele con-
selho de nossas avós: melhor prevenir do que remediar. Por isso, 
tanto o bom senso quanto a lei indicam que várias providências de-
vem ser tomadas a fim de proporcionar condições de trabalho mais 
saudáveis para o profissional de pintura automotiva.
COLORIMETRIA 11
Quadro 1 – Tipos de contaminantes, causas e consequências
Tipo Operação geradora Causas Consequências
Proteção 
necessária
Poeira
Esmerilhamento, 
lixamento, 
desbaste, corte, 
varredura do 
chão.
Partículas 
sólidas 
suspensas no ar.
Dificuldades 
respiratórias.
Sistema de 
ventilação com 
exaustores; 
EPI: proteção 
respiratória e 
proteção facial.
Fumos Soldagem e fusão de metais.
Partículas 
metálicas 
suspensas no ar 
e criadas por 
aquecimento de 
metais.
Irritação das vias 
respiratórias, da pele 
e dos olhos; 
dermatites; febre do 
fumo metálico; efeito 
sobre os pulmões, 
rins e ossos; edema 
pulmonar; 
pneumonia.
Sistema de 
ventilação com 
exaustores; 
EPI: proteção 
respiratória e 
proteção facial.
Névoas
Atomização e 
condensação de 
pulverização 
(pintura com 
revólver).
Partículas 
líquidas 
suspensas no ar.
Dificuldades 
respiratórias; 
irritação das vias 
respiratórias e dos 
olhos; tontura,dores 
de cabeça e náuseas.
Sistema de 
ventilação com 
exaustores; 
EPI: proteção 
respiratória.
Gases Soldagem.
Partículas 
gasosas 
dispersas no ar, 
na temperatura 
ambiente e 
normalmente 
invisíveis a olho 
nu.
Dificuldades 
respiratórias; 
irritação dos olhos e 
do nariz; tontura, 
dores de cabeça e 
náuseas.
Sistema de 
ventilação com 
exaustores; 
EPI: proteção 
respiratória e 
proteção facial.
Vapores
Pintura, limpeza, 
decapagem, 
desengraxe.
Partículas 
líquidas do tipo 
solvente, 
thinner e 
gasolina 
evaporadas no 
ar. 
Irritação dos olhos e 
do nariz; tontura, 
dores de cabeças e 
náuseas; desmaio; a 
exposição prolongada 
pode causar danos 
irreversíveis aos 
pulmões. 
Sistema de 
ventilação com 
exaustores; 
EPI: proteção 
respiratória.
Fonte: BARROS, 2006.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA12
Mas quais são os contaminantes presentes nas oficinas? Que mal 
eles causam à saúde do profissional? Como evitá-los? O Quadro 1 
resume as respostas a essas perguntas.
Na coluna “Proteção necessária” do Quadro 1, são mencionados 
o “sistema de ventilação com exaustores” e o Equipamento de Prote-
ção Individual (EPI). Trata-se de conjuntos de medidas exigidas por 
lei e que devem ser adotados para garantir a saúde do trabalhador. 
Mais do que um dever do empregador, é um direito do empregado. 
Mas que medidas são essas?
A primeira é instalar Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) 
representados por sistema de ventilação com exaustores e filtros ade-
quados para captação e retenção de gases, vapores e partículas pre-
sentes no ambiente de trabalho do profissional de pintura. Também 
deve ser levada em consideração a instalação de chuveiro para des-
contaminação por produtos químicos e do lava-olhos.
O lava-olhos é um equipamento que pode ser fixo ou portátil e 
serve para a descontaminação imediata dos olhos no local de tra-
balho.
Figura 1 – Lava-olhos.
COLORIMETRIA 13
No entanto, embora esse sistema diminua as quantidades de con-
taminantes do ar, não as elimina totalmente.
É aí que entra o EPI de que fala a Norma Regulamentadora 6 
(NR-6) do Ministério do Trabalho e Emprego. Segundo essa norma, 
EPI é:
Todo dispositivo ou produto, de uso individual, destinado 
à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e 
a saúde do trabalhador. (Item 6.1 da NR-6) 
Ainda de acordo com a NR-6:
A empresa é obrigada a fornecer gratuitamente aos empre-
gados o EPI adequado aos riscos a que estão submetidos, 
em perfeito estado de conservação e funcionamento, sem-
pre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa 
proteção contra os riscos de acidente do trabalho ou de 
doenças profissionais e do trabalho. (Item 6.3 da NR-6)
Isso é o que diz a lei e o que manda o bom senso. Todavia, muitas 
vezes o próprio empregado, por total desconhecimento dos riscos 
que está correndo, se recusa a usar o EPI fornecido pelo empregador. 
Essa é uma das razões pelas quais esse assunto é tratado neste mate-
rial. Trata-se de um problema sério, pois envolve a saúde de pais/
mães de família.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA14
Observação
Cabe ao empregador informar e conscientizar seu empregado 
a respeito de seus direitos e de seus deveres, treinando-o cons-
tantemente no uso correto dos EPI fornecidos. Cabe ao pro-
fissional zelar por sua própria saúde, utilizando todos os meios 
disponíveis para protegê-la. Em caso de recusa do uso dos EPI 
por parte do trabalhador, este poderá sofrer sanções como: 
advertência, suspensão ou mesmo dispensa por justa causa.
EPI para o profissional de pintura
Já sabemos, pelo Quadro 1, que as principais vias de absorção dos 
produtos químicos manuseados pelo pintor são os olhos, a pele e o 
nariz. Cabe lembrar também que o ruído é um fator a ser considera-
do quando se busca a proteção da saúde do pintor.
Levando-se em conta as inúmeras operações que envolvem o pro-
cesso de pintura automotiva, o profissional deve usar:
• máscara facial;
• respirador;
• óculos de segurança;
• luvas de látex, de raspa ou de borracha nitrílica;
• protetor auditivo;
• macacão de segurança;
• sapatos de segurança.
COLORIMETRIA 15
Quadro 2 – Equipamentos de segurança individual
EPI Proteção contra Operação
Respirador semifacial
(sem manutenção)
Fumos de soldagem; 
poeira (tóxica ou não); 
vapores de tintas; 
solventes e thinners; 
névoas.
Obs.: Verificar o tipo de 
filtro para a operação 
realizada.
Soldagem, lixamento, 
esmerilhamento, 
pintura em locais com 
ventilação, polimento.
Respirador semifacial
Solventes; poeira; névoas; 
vapores de tintas. Pintura em cabines.
Respirador facial inteiro
Poeira; névoas; fumos de 
soldagem. Pintura, soldagem.
Óculos de segurança
Partículas volantes; 
respingos de produtos 
químicos.
Soldagem, lixamento, 
esmerilhamento, 
aplicação de produtos 
químicos, pintura e 
limpeza de 
equipamentos de 
pintura.
Luvas de tecido, de raspa ou de 
borracha nitrílica.
Agentes químicos, 
térmicos, abrasivos, 
escoriantes, perfurantes, 
cortantes.
Soldagem, lixamento, 
esmerilhamento, 
aplicação de produtos 
químicos e pintura.
(continua)
Sonia O
liveira
luchschen/Thinkstock
Tatajantra/Thinkstock
Sonia O
liveira
Sonia O
liveira
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA16
EPI Proteção contra Operação
Protetores auditivos
Ruídos.
Obs.: Seu uso é 
obrigatório sempre que os 
níveis de pressão sonora 
ultrapassarem 85 db 
(decibéis). No caso da 
utilização do protetor 
auditivo do tipo concha, 
alguns cuidados com 
relação à higiene e à 
guarda do equipamento 
são fundamentais para a 
preservação e a eficiência 
na proteção.
Lixamento, 
esmerilhamento, corte 
de chapas metálicas.
Macacão de segurança
Respingos de produtos 
químicos.
Pintura e outras 
aplicações envolvendo 
o manuseio de 
produtos químicos.
Sapato de segurança
Torção; escorregões; 
umidade; esmagamento 
por queda de objetos.
Corte de chapas, 
manuseio de produtos 
químicos, 
deslocamento de peças 
metálicas.
Respiradores 
Existem duas categorias de respiradores: os respiradores semifa-
ciais, que oferecem proteção para a boca e o nariz, e os respiradores 
faciais inteiros, que protegem a boca, o nariz e os olhos.
Sonia O
liveira
Sonia O
liveira
Sonia O
liveira
COLORIMETRIA 17
Os cuidados com os respiradores faciais e semifaciais devem ser 
constantes. É preciso lavá-los e higienizá-los após o uso, além de 
armazená-los de modo correto, sempre dentro de uma embalagem 
plástica, para que não haja contato direto com os contaminantes do 
ambiente.
• PFF1 – Indicado para proteção contra partículas não tóxicas 
como pó de madeira e minerais.
• PFF2 – Indicado para proteção contra partículas tóxicas, quí-
micas e finas como fumos.
• PFF3 – Indicado para proteção contra partículas químicas fi-
níssimas.
• PFF3 VO/GA – Indicado para pulverização de tintas, solven-
tes e na utilização em locais com baixa concentração de gases 
ácidos. 
Respiradores com manutenção
Esses equipamentos possuem filtros e outros acessórios que po-
dem ser substituídos, condição que permite uma vida útil muito 
maior na comparação com respiradores sem manutenção. Além dis-
so, podem ser lavados e higienizados.
Filtros
São classificados em:
• P1– indicado para partículas sólidas.
• P2 e P3 – indicados para partículas sólidas, líquidas e para 
vapores orgânicos ou ácidos.
A troca do filtro é indicada assim que o usuário começar a sentir 
cheiro ou sabor dos contaminantes dentro do respirador. Fique sem-
pre atento à validade do filtro e do Certificado de Aprovação (CA).
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA18
Observação
Todos os EPI devem ter um Certificado de Aprovação (CA), 
fornecido ao fabricante pelo Ministério do Trabalho e Em-
prego.
A preocupação com a saúde do trabalhador não deve se limitar 
ao campo da proteção, seja ela coletiva ou individual, contra agentes 
contaminantes presentes no ambiente. Também é preciso que o am-
biente de trabalho seja amplo, limpo e bem iluminado.Sobre o ambiente de trabalho, a Portaria 3.214 do Ministério do 
Trabalho determina que cada posto de trabalho em uma oficina de 
pintura tenha uma iluminação mínima de 1.000 lux.
Quando a proteção falha
Como explicado anteriormente, a oficina de pintura automotiva 
apresenta contaminantes que ameaçam a saúde do profissional. Essa 
ameaça está presente sempre que o profissional manuseia tintas, sol-
ventes e outros produtos químicos, materiais sem os quais ele não 
pode realizar seu trabalho.
Por isso, em seu trabalho, o profissional de pintura está constan-
temente exposto à ação desses contaminantes, que podem provocar 
intoxicações devido à inalação (entrada dos contaminantes pelo na-
riz) e à absorção cutânea (entrada pela pele).
Quando as medidas de proteção coletiva estão implementadas e 
os equipamentos de proteção individual são fornecidos, esse tipo de 
acidente é em geral provocado por problemas de armazenamento e 
manuseio inadequados. Assim, as latas de tintas, solventes e outros 
COLORIMETRIA 19
produtos químicos usados no processo de pintura devem ser arma-
zenados – sempre fechados – em local separado, próprio, adequado, 
organizado e ventilado a fim de proteger os produtos contra faíscas 
e altas temperaturas.
Deve ficar claro aos funcionários da oficina que nesse local de 
armazenamento é expressamente proibido fumar (para prevenir in-
cêndios), comer ou beber (para prevenir contaminações e intoxica-
ções). Isso ocorre mediante a fixação de cartazes como os mostrados 
na Figura 2.
 
Figura 2 – Sinalização de proibido fumar, comer e beber.
Observação
O aviso de proibido fumar também deve estar presente nas 
áreas reservadas à pintura.
Desse modo, os riscos de intoxicação são prevenidos. Essa medi-
da contribui também para que o profissional conheça todas as infor-
mações de segurança e manuseio descritas sucintamente nas emba-
lagens do produto.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA20
Além disso, por exigência do artigo 8 do decreto 2.657/98, é im-
portante ter acesso à Ficha de Informações de Segurança de Produtos 
Químicos (FISPQ), cuja função é fornecer informações detalhadas 
sobre os produtos. É possível obter essas fichas entrando em contato 
com os departamentos de assistência técnica das empresas fabrican-
tes de tintas, solventes e outros produtos químicos usados no pro-
cesso de pintura.
Essas fichas são desenvolvidas de acordo com a Norma ISO 
11014-1 e contêm as seguintes informações:
• identificação do produto e da empresa fabricante;
• composição e informações sobre ingredientes;
• identificação de riscos;
• medidas de primeiros socorros;
• medidas de combate a incêndios;
• medidas em caso de vazamento/derramamento;
• transporte, manuseio e armazenamento;
• controle de exposição/proteção pessoal;
• propriedades físico-químicas;
• estabilidade e reatividade;
• toxicologia;
• informações referentes à ecologia e ao meio ambiente;
• descarte;
• regulamentação pertinente;
• outras informações.
COLORIMETRIA 21
Na atividade diária do profissional de pintura, a embalagem do 
produto é a primeira fonte de informações a que o usuário tem aces-
so. Em geral, as informações contidas na embalagem:
• evitam confusões e erros de manipulação;
• ajudam a organizar a prevenção;
• auxiliam na compra do produto;
• são importantes em caso de acidentes;
• orientam sobre a gestão dos resíduos e a proteção do ambiente.
A fim de garantir o conjunto de informações relevantes para a 
segurança e a proteção da saúde de quem manuseia o produto, o 
rótulo deve conter as seguintes informações:
• nome da substância ou seu nome comercial;
• dados do fabricante, importador ou distribuidor, endereço 
comercial, telefone, endereço eletrônico etc.;
• símbolos e indicações de perigo para o manuseio e o uso da 
substância, bem como suas preparações;
• orientações de como proceder em caso de intoxicação aci-
dental;
• prazo de validade do produto.
O rótulo também pode apresentar símbolos que indicam o grau 
de periculosidade do produto. Veja o Quadro 3.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA22
Quadro 3 – Significado dos símbolos
Significado Símbolo Descrição dos riscos
Tóxico
Substâncias e preparações tóxicas e nocivas 
que apresentam, mesmo em pequenas 
quantidades, perigo para a saúde.
Nocivo Produtos que penetram no organismo por inalação, por ingestão ou através da pele.
Inflamável
Produtos facilmente inflamáveis, que se 
incendeiam em presença de uma chama, de 
uma fonte de calor (superfície quente) ou 
de uma fagulha.
Corrosivo
Substâncias corrosivas que danificam 
gravemente os tecidos vivos e também 
atacam os materiais. A reação pode ter 
relação com a presença de água ou de 
umidade.
Explosivo Produtos que podem explodir em presença de fontes de calor, choques ou atrito.
Perigo para o 
ambiente
Substâncias muito tóxicas para a fauna e a 
vida aquática, e perigosas para a camada de 
ozônio.
Fonte: ABNT. NBR 7.500.
COLORIMETRIA 23
Tanto os rótulos (pela importância das informações contidas) 
quanto as próprias embalagens dos produtos usados no processo de 
pintura devem ser preservados e bem manuseados. Assim, os seguin-
tes cuidados devem ser tomados com essas embalagens:
• nunca retirar os rótulos das embalagens;
• nunca reutilizar as embalagens de produtos químicos;
• verificar as condições das embalagens (ferrugem, furos, amas-
sados etc.) antes de manuseá-las;
• nunca abrir tambores com o auxílio de maçarico (gerador de 
calor) ou de talhadeira (gerador de faísca), principalmente 
aqueles que contêm produtos inflamáveis.
Alguns fabricantes de tintas e produtos para pintura têm uma 
parceria com o Centro de Atendimento Toxicológico (Ceatox), loca-
lizado no Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da Univer-
sidade de São Paulo (USP), no Complexo do Hospital das Clínicas 
em São Paulo. Por essa razão, apresentam em suas embalagens os 
telefones de contato com esse Centro. Anote os números e mantenha 
sempre em local de fácil visualização.
O objetivo do Ceatox é fornecer informações especializadas sobre 
intoxicações agudas ou crônicas, acidentes intencionais ou ocupa-
cionais, causados por medicamentos, produtos químicos, plantas ou 
drogas.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA24
Observação
Em caso de emergência provocada pela exposição a algum 
tipo de produto químico, a pessoa deverá ser removida ime-
diatamente para a unidade de pronto-socorro mais próxima. 
A embalagem do produto causador do acidente também de-
verá ser levada, pois contém informações sobre o tipo de 
substância tóxica, o que será importante para o tratamento 
do acidentado. 
Se houver dúvida quanto ao tratamento, o médico responsável 
pelo atendimento deverá entrar em contato com o Ceatox, que rea-
lizará uma rápida pesquisa no banco de dados toxicológicos e infor-
mará ao médico o tratamento mais adequado para a intoxicação.
Incêndio é fogo
Além de tóxicos, os solventes, as tintas e os produtos químicos 
utilizados nas operações do processo de pintura são inflamáveis. Por 
isso, além das providências relacionadas aos cuidados no armazena-
mento, já citadas na seção anterior, devem ser tomadas medidas se-
melhantes nos locais em que esse material é utilizado. Assim, na área 
reservada às operações de pintura, seja em uma grande empresa ou 
nas oficinas, é preciso garantir as seguintes condições:
• não haver acúmulo de lixo pelos cantos;
• não existir improvisação nas instalações elétricas;
COLORIMETRIA 25
• não ser permitido que as pessoas fumem;
• utilizar exaustores na ventilação local para impedir a concen-
tração de solventes, pois estes são fontes potenciais de ignição, 
o que traz riscos de explosão e incêndio;
• manter a área (pintura separada da funilaria) distante de riscos 
de ocorrência de faíscas, altas temperaturas ou chamas;
• conservar as saídas de emergência desobstruídas e devida-
mente sinalizadas;
• dispor de equipamentos de combate a incêndio (extintores/
hidrantes) em boas condições de uso;
• manteros funcionários treinados para proceder em caso de 
incêndio, bem como na utilização correta dos extintores.
Da mesma forma como acontece com os acidentes de intoxica-
ção, incêndios poderão acontecer, mesmo quando todas as provi-
dências de prevenção tiverem sido tomadas. Por isso, os hidrantes 
(dependendo do tamanho da oficina) e os extintores de incêndio 
são obrigatórios e indispensáveis nesses locais e devem ser carrega-
dos anualmente e vistoriados todos os meses.
Para utilizá-los corretamente é necessário:
• saber manuseá-los;
• conhecer em que ocasiões devem ser usados, isto é, que tipo 
de emergência (classe de fogo) a pessoa tem diante de si.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA26
Fogo classe A
• Fontes: materiais sólidos (papel, tecido, madeira, plástico etc.).
• Características: queimam em superfície e em profundidade e 
deixam resíduos após queimados (brasas, cinzas, carvão).
• Tipo de extintor: tipo água pressurizada, que apagará o fogo 
por resfriamento.
Figura 3 – Extintor tipo água pressurizada.
Fogo classe B
• Fontes: líquidos inflamáveis como óleo, solventes, gasolina, 
querosene etc.
• Características: queimam somente em superfície e não deixam 
resíduos após queimados.
• Tipo de extintor: extintor com pó químico seco, que age por 
abafamento e pode também ser usado em incêndios classe A 
e C, e extintor de gás carbônico (CO2), que age por resfria-
mento. 
COLORIMETRIA 27
Figura 4 – Extintor de pó químico seco.
Fogo classe C
• Fontes: equipamentos elétricos energizados, como máquinas 
elétricas, fiações e quadros de força.
• Tipo de extintor: extintor com gás carbônico, porque esse gás 
não é condutor de eletricidade.
 Figura 5 – Extintor de gás carbônico (CO2).
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA28
Observação
Caso o circuito elétrico seja desligado, este tipo de incêndio 
passa a ser da Classe A. 
Fogo classe D tipo 1
• Fontes: materiais pirofóricos (magnésio, titânio, zinco, potás-
sio, alumínio, zircônio e cálcio). Esses materiais são controla-
dos pelas Forças Armadas.
• Tipo de extintor: Pó Químico Seco Especial (PQSE), limalha 
de ferro, grafite, areia seca ou cloreto de sódio.
O uso desses extintores deve obedecer à compatibilidade entre a 
fonte do fogo e o agente extintor.
Figura 6 – Extintor de Pó Químico Seco Especial (PQSE).
COLORIMETRIA 29
O Corpo de Bombeiros faz as seguintes recomendações quanto 
ao uso e ao manuseio dos extintores:
• aprender a usar os extintores de incêndio;
• conhecer os locais onde estão instalados os extintores e outros 
equipamentos de proteção contra o fogo;
• nunca deixar obstruído o acesso aos extintores ou aos hi-
drantes;
• não retirar lacres, etiquetas ou selos colados ao corpo dos 
 extintores;
• não mexer nos extintores nem nos hidrantes, a menos que seja 
necessária a sua utilização.
O local onde se localiza o extintor deve ser sinalizado com sinais 
como os mostrados na Figura 7.
Figura 7 – Sinalização dos tipos de extintores.
Se, apesar de todas as providências preventivas, ainda assim ocor-
rer um incêndio, é preciso:
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA30
1. Avisar imediatamente as pessoas que estão próximas do 
fogo.
2. Iniciar o mais rapidamente possível o combate às chamas 
utilizando o extintor adequado à classe do fogo.
3. Avisar imediatamente a brigada de incêndio. Se em até 5 mi-
nutos o fogo não estiver controlado, ligar para o Corpo de 
Bombeiros, cujo telefone deve estar sempre em local dispo-
nível e de fácil acesso.
Higiene também é segurança 
Além de bem ventilado e bem iluminado, o local de trabalho tam-
bém deve estar limpo e organizado. E isso não é “luxo”. Uma oficina 
limpa e arrumada, além de proporcionar um ambiente de trabalho 
saudável para os profissionais que nela trabalham, confere confiabi-
lidade ao trabalho executado, agregando valor ao serviço prestado 
ao cliente.
A higiene deve começar pela aparência dos profissionais, que de-
vem estar com uniformes limpos, passar pelo uso de equipamentos 
adequados de proteção individual e terminar no piso, que deve ser 
antiderrapante e isento de óleo, graxa ou outras substâncias escorre-
gadias, a fim de proteger as pessoas contra o risco de acidentes.
Observação
Lixo, papéis, plásticos e outros materiais que facilmente pegam 
fogo devem ficar dentro de latões fechados e afastados da área 
de pintura.
COLORIMETRIA 31
Os pedaços de pano, trapos e estopas embebidos em tinta, solven-
te, gasolina ou outros produtos inflamáveis devem ser jogados em 
um balde com água, para evitar a possibilidade de incêndios. 
A varredura deve ser diária, mas realizada após o término do 
horário de trabalho a fim de proteger os funcionários dos contami-
nantes presentes na poeira da oficina. A(s) pessoa(s) encarregada(s) 
dessa limpeza deverá(ão) usar os EPI necessários à execução desse 
tipo de tarefa.
Descarte de tintas e proteção ao ambiente
Como já extensamente explicado nas seções anteriores, as tintas, 
seus solventes e outros produtos químicos usados no processo de 
pintura são altamente poluentes por conta da presença de pigmentos 
e de compostos orgânicos em sua composição.
A conscientização – dos profissionais e das empresas em geral – 
em relação aos danos ambientais que esses produtos provocam está 
contribuindo para o estabelecimento de políticas de proteção basea-
das na legislação, que tende a ficar cada dia mais exigente.
Em razão dessa legislação, é crime ambiental lançar resíduos do 
trabalho de pintura (borras de cabines de pintura, solventes, tintas e 
produtos inflamáveis) no solo, na água ou no ar. A Lei dos Crimes 
Ambientais no 9.605/98 pune com multa e pena de detenção de 
1 a 5 anos.
Em uma oficina de pintura, existem vários tipos de resíduos que, 
por sua natureza, são agressivos ao meio ambiente, como:
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA32
• restos de tintas;
• solventes usados/sujos;
• embalagens vazias de tintas, de solventes e de outros produtos 
tóxicos/inflamáveis;
• filtros de tintas sujos;
• papéis, panos, estopas sujos com tintas e solventes.
Por serem prejudiciais ao ambiente, esses resíduos devem receber 
uma destinação adequada, a qual deve ser feita de acordo com orien-
tação dos órgãos competentes. 
As orientações sobre a destinação de tudo o que sobrou do pro-
cesso de pintura e que não pode ser reutilizado são as seguintes:
1. Jamais jogar restos de tinta, borras, solventes e outros pro-
dutos químicos diretamente em ralos de águas pluviais (de 
chuva), esgotos ou terra, por causa dos riscos de incêndio, 
explosão por formação de gás nas tubulações e contamina-
ção ambiental.
2. Armazenar os restos de tintas com alumínio e catalisado-
res de massa poliéster (peróxido de benzoíla) em tambores 
metálicos bem fechados para evitar evaporação e reações 
químicas, pois provocam a contaminação do ambiente. As 
tintas com alumínio (trata-se de material pirofórico e, em 
contato com o ar carregado de hidrogênio, pode entrar em 
combustão espontânea) precisam ser armazenadas em tam-
bores separados, cuja retirada deve ser solicitada às empresas 
especializadas. Em geral, essa retirada é feita gratuitamente. 
COLORIMETRIA 33
3. As borras de tinta podem ser comercializadas com empresas 
recuperadoras de tintas, que deverão possuir a autorização 
para descarte e manipulação desses resíduos, de modo a 
evitar que venham a causar qualquer tipo de acidente am-
biental. No ato de recolhimento deverá ser emitido o Certifi-
cado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental 
(CADRI) pela empresa recolhedora.
4. As embalagens vazias devem ser guardadas e doadas para 
instituições que se encarregam de providenciar sua respec-
tiva reciclagem. 
5. Resíduos de filtros, estopas, papéis e panos descartáveis 
devem ser incinerados por empresas autorizadas pelos ór-
gãos ambientais. Alguns tipos de panos podem ser reutili-
zados se lavados por empresas especializadas. Esse tipo de 
resíduo não pode de maneira alguma ser descartado com olixo comum, pois esses materiais contêm um alto índice de 
contaminantes impregnados, necessitando também de um 
descarte apropriado, feito por empresas credenciadas junto 
aos órgãos ambientais. 
6. Resíduos de tinta à base de água deverão ser acondicionados 
em recipientes plásticos para evitar a evaporação e contami-
nação. Alguns fabricantes de tinta à base de água possuem 
produtos químicos próprios para limpar a água resultante 
do processo de lavagem de pistolas. Isso faz com que a parte 
sólida da tinta se separe do líquido, permitindo a filtragem 
e o reaproveitamento dessa água para limpeza. Essa água, 
mesmo limpa, não deve ser descartada diretamente na rede 
de esgoto, e a borra deve ser encaminhada para o descarte 
conforme o item 3.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA34
Observação
Constituição Federal de 1988, art. 225: Todos têm direito ao 
meio ambiente equilibrado. É um bem de uso comum do povo. 
O Poder Público e a coletividade têm o dever de defendê-lo.
2. O que é tinta?
Composição básica da tinta
Denominação da tinta
É um sistema de fluido que se aplica sobre um substrato (chapa) 
de um veículo automotor. Após a secagem, forma-se uma película 
plástica, sólida e uniforme, cuja finalidade é proporcionar proteção 
e beleza.
Proteção
As tintas conferem proteção contra diversos agentes e intempé-
ries:
• Umidade do ar e oxigênio: agentes que provocam uma rápida 
deterioração da chapa, em consequência da oxidação, que oca-
siona a corrosão.
• Partículas sólidas (areia, pedras, poeira etc.): fatores que pro-
vocam atrito. 
• Vapores: agentes que provocam desgastes.
• Raios solares: agentes que dissipam o calor no metal e afetam 
a estrutura.
O QUE É TINTA?36
• Detritos de pássaros e frutas de árvores: elementos que cau-
sam sujeira e manchas.
Beleza
As tintas visam melhorar a aparência dos veículos, atribuindo-
-lhes características distintas como:
• Efeito: cor, suavidade e textura da superfície.
• Atrativos: reflexão de imagem e profundidade, brilho.
• Dimensão: adição de efeito metálico ou perolizado.
Composição básica da tinta
A tinta automotiva tem como elementos básicos os pigmentos, as 
resinas, os aditivos e os solventes. Veja, a seguir, qual o papel de cada 
um deles.
Pigmentos
São responsáveis pela cor e cobertura e se subdividem em:
• cubrentes, usados em cores sólidas;
• semitransparentes (amarelo transparente etc.);
• transparentes, os quais, quando combinados com alumínio e 
mica, formam as cores metálicas e peroladas;
• pigmentos de alumínio (metálicos);
• pigmentos de mica (perolados).
COLORIMETRIA 37
Resinas
São responsáveis pela aderência, flexibilidade, dureza, brilho etc. 
Também determinam o rendimento e as características de cada linha.
As mais utilizadas são: poliuretanas, base poliéster, laca acrílica, 
laca nitrocelulose e alquídicas (esmalte sintético).
Aditivos
São responsáveis por conferir características especiais à tinta. En-
tre outros, os mais usados são: antiespumante, plastificante, elastifi-
cante com filtro solar (para raios ultravioleta), secante, nivelador.
Solventes
São responsáveis por dissolver a resina a fim de facilitar a aplica-
ção, também ajudando no alastramento e na secagem. Os mais cor-
rentes são: acetato de butila, acetato de etila, acetato de butil glicol, 
xilol etc.
Denominação da tinta
As tintas recebem sua denominação de acordo com o grupo a que 
pertencem.
Por aplicação final
• Original – tinta fornecida à montadora.
O QUE É TINTA?38
• Repintura – tinta fornecida a pontos de venda, oficinas e con-
cessionárias.
Por sequência de aplicação
• Preparação – massas e primers.
• Acabamento – conforme a cor final do veículo.
Por seus componentes
• Secagem ao ar (oxidação): se dá com a evaporação dos sol-
ventes. Exemplos: laca nitrocelulose, base poliéster.
• Secagem por aquecimento: se dá por elevação de temperatu-
ra, reduzindo o tempo de secagem convencional. Exemplo: 
ondas eletromagnéticas (painel de secagem).
• Secagem por reação química: se dá pela polimerização, ou 
seja, quando mesclamos dois componentes (mistura catalisa-
da). Exemplos: esmalte poliuretano, verniz, primers, etc.
3. A teoria da cor e o 
mundo em que vivemos
A cor na nossa vida
Atributos cromáticos
O que entendemos por cor? Existem várias definições para expli-
car essa palavra, uma delas é de que se trata da impressão visual 
produzida pelos raios de luz decompostos − matiz, tom e matéria 
corante. Existem definições mais específicas de cor, por exemplo:
• Quimicamente: relacionada à excitação química dos átomos, 
resultando em uma impressão colorida.
• Fisicamente: é a incidência das ondas eletromagnéticas sobre 
um substrato pigmentado, refletindo o comprimento de onda 
característico do objeto colorido.
• Artisticamente: é uma forma de expressão. É também um 
fenômeno psicofísico, pois pode ser observada através das on-
das eletromagnéticas (fenômeno físico) e interpretada em 
nosso cérebro (psíquico).
Todas essas definições estão corretas, mas a cor é, sobretudo, uma 
impressão subjetiva. Por exemplo, se houver um objeto colorido e 
dez pessoas responderem de que cor é composto, pode ser que se 
chegue a dez opiniões diferentes a respeito de sua coloração.
A TEORIA DA COR E O MUNDO EM QUE VIVEMOS40
A cor na nossa vida
As cores fazem parte do nosso dia a dia e sempre exercem in-
fluência, seja no momento de comprar uma roupa ou de escolher um 
carro.
Figura 1 – Cores quentes e estimulantes.
O vermelho, o laranja e o amarelo são conhecidos como cores 
quentes e estimulantes.
Figura 2 – Cores frias e tranquilizantes.
O azul-ciano, o azul-anil e o violeta são conhecidos como cores 
frias e tranquilizantes.
Figura 3 – Cores repousantes e estáticas.
O verde-oliva, o verde-folha e o verde-limão são conhecidos 
como cores repousantes e estáticas.
COLORIMETRIA 41
Os ambientes que costumamos frequentar são exemplos de como 
a cor nos afeta. Veja-se, por exemplo, as casas noturnas que costu-
mam apresentar tons escuros, a fim de criar um clima propício para 
paquerar. Já nos hospitais as cores geralmente são claras, a fim de 
acalmar as pessoas.
Atributos cromáticos
Os atributos cromáticos são tonalidade, luminosidade e satura-
ção. Vejamos cada um deles.
Tonalidade
É a grandeza que caracteriza a qualidade da cor, permitindo di-
ferenciá-la.
Luminosidade
É a qualidade que caracteriza o grau de claridade da cor, ou seja, 
se é mais clara ou mais escura. 
Saturação
É a qualidade que caracteriza a pureza da cor. Quando a cor não 
se encontra misturada, fala-se que está mais limpa ou pura. Já quan-
do está misturada, fala-se que está mais suja ou pálida.
A TEORIA DA COR E O MUNDO EM QUE VIVEMOS42
É importante entender que, para julgar uma cor, é sempre neces-
sário ter outra cor para efeito de comparação. Por exemplo, um 
 mixing para tingimento de cor vermelha é por si só vermelho, mas 
comparado com outro vermelho poderá revelar que não se trata de 
vermelho puro, e sim de um vermelho avioletado. Além disso, tam-
bém irá parecer relativamente sujo quando confrontado com outro 
vermelho. Por isso, o único meio de visualizar a cor é através de 
comparação, para que se possa dizer algo a respeito da direção que a 
cor está tomando.
A cor e a indústria
Como podemos observar na Figura 4, as cores estão em todos os 
segmentos da indústria, que as utiliza para tornar seus produtos mais 
atrativos, influenciando na preferência de seus consumidores.
Figura 4 – Cores nos segmentos: alimentício, farmacêutico, 
construção civil e automobilístico.
M
ichael/Creative Com
m
ons
Anton_Petrus/Thinkstock
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arginal Art/Creative Com
m
ons
Axion23/Creative Com
m
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4. A teoria da luz e cor
O que é a luz?
Se você estivesse sentado em uma sala escura, repleta de objetos 
de cor branca, o que veria? Absolutamente nada, pois você não seria 
capaz nem sequer de ver a própria mão em frente ao rosto.
Isso ocorre porque precisamos de luz para enxergar. Em geral, 
essa luz é irradiadade objetos extremamente quentes. O primeiro 
que vem à mente é o sol, mas, para enfrentar a noite, o homem in-
ventou a vela e a lâmpada, que possuem luz própria. Esses objetos 
são chamados de fontes de luz e emitem raios em várias direções 
(Figura 1).
Se existir uma fonte de luz em uma sala, todos os objetos ali pre-
sentes serão iluminados por seus raios, que serão refletidos. Se você 
estiver sentado em frente a algum desses objetos, os raios refletidos 
incidirão em seus olhos como se estivessem vindo diretamente do 
objeto. É dessa maneira que os objetos à sua volta podem ser vistos.
Como mencionado, para ser possível visualizar um objeto, temos 
que ter uma fonte de luz incidindo sobre ele. Para tanto, conclui-se 
que são necessários três fatores: o iluminante, o objeto e o receptor 
(Figura 2).
A TEORIA DA LUZ E COR44
Figura 2 – Iluminante, objeto e observador.
Figura 1 – Fontes de luz sobre os objetos.
vela
lâmpada fluorescente (luz fria) 
lâmpada incandescente
Sol
• Luz fluorescente: pode amarelar ou azular a cor.
• Luz incandescente: pode amarelar a cor.
Bryan Brennem
an/Creative Com
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kin/Creative Com
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cabezadeturco/Creative Com
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ilssen/Creative Com
m
ons
COLORIMETRIA 45
O que é a luz?
Luz é a energia que se propaga em linha reta aproximadamente a 
300.000 km/s. É uma onda eletromagnética e está associada a uma 
frequência.
Figura 3 – Representação da frequência das ondas de luz (comprimento de ondas).
Existe uma ampla gama de ondas eletromagnéticas, da qual ape-
nas uma pequena faixa – conhecida como faixa visível – pode ser 
observada na Figura 4.
Utilizando um prisma triangular de vidro, Isaac Newton observou 
que a luz branca (luz do sol) que incidia nesse prisma se separava. 
Esse fenômeno ficou conhecido como difração da luz (Figura 5).
Também se pode afirmar que cada cor, quando sobre ela incide 
um raio de luz branca, emitirá uma frequência de onda eletromag-
nética.
Portanto, é possível distinguir as cores por causa das diferentes 
velocidades. A cor mais lenta é o violeta, por apresentar o menor 
comprimento de onda. Em contrapartida, a vermelha é a mais rápida. 
A TEORIA DA LUZ E COR46
A soma das velocidades de todas as cores do arco-íris resulta na ve-
locidade da luz branca.
O espectro visual é uma pequena parte do vasto campo de ondas 
eletromagnéticas. Existem sete cores distintas que são conhecidas 
como cores espectrais.
 
Figura 5 – A experiência de Isaac Newton.
Figura 4 – Representação da faixa visível ao olho humano.
COLORIMETRIA 47
As sete cores espectrais são: azul-violeta, azul-anil, azul-ciano, 
verde, verde-limão, vermelho-alaranjado e vermelho-magenta.
Figura 6 – Representação do arco-íris.
Veja nas figuras a seguir como o tipo de intensidade de luz pode 
alterar a cor.
Figura 7 – Madrugada.
Figura 9 – Meio-dia.
Figura 11 – Nublado,
Figura 8 – Amanhecer.
Figura 10 – Entardecer.
M
ike Lew
inski/Creative Com
m
ons
ninode/Thinkstock
yuzbang/Thinkstock
M
akcoud/Thinkstock
Ingram
Publishing/Thinkstock
A TEORIA DA LUZ E COR48
Observação
A intensidade da luz natural varia de acordo com a posição do 
Sol e a hora do dia e com as condições do tempo, fatores que 
interferem na observação das cores. A luz artificial também 
pode influenciar.
5. Pigmentos
Como os pigmentos estão ligados diretamente à maneira como 
são vistos, pode-se concluir que o reflexo do objeto será de acordo 
com suas características. 
O pigmento branco tem a característica de refletir todas as cores 
do espectro, que são as cores que compõem a luz branca pura (luz do 
Sol).
O pigmento preto, ao contrário, tem como característica absorver 
todas as cores do espectro, e na ausência de luz o que se vê é o escuro.
Já os pigmentos coloridos refletem apenas as cores que não são 
absorvidas, caracterizando assim as suas próprias cores.
Na Figura 1, são vistas todas as cores do espectro incidindo sobre 
um objeto. O pigmento vermelho está absorvendo todas as outras 
cores e refletindo apenas o vermelho, que é sua cor predominante.
 
PIGMENTOS50
Figura 1 – Representação da luz do Sol com todas as cores do espectro.
Com cores claras os próprios pigmentos têm que criar o poder de 
cobertura; já em cores metálicas são as partículas de alumínio que 
cuidam disso. O pigmento alumínio consiste em finas placas que se 
sobrepõem.
No caso dos pigmentos transparentes, a luz os atravessa e incide 
sobre as placas de alumínio, transformando-as em minúsculos espe-
lhos. Assim a combinação de pigmentos transparentes e pigmentos 
de alumínio cria certa profundidade na cor, assegurando também 
um alto poder de cobertura.
Já os pigmentos de mica atuam de maneira diferente. Eles con-
sistem em pequenas lascas de mica com aproximadamente 0,4 mi-
crons de espessura, sobre as quais são aplicadas finas camadas de 
dióxido de titânio ou de óxido de ferro. Dependendo da espessura 
da camada total de dióxido de titânio, os raios de luz que incidem 
são de certa maneira quebrados, criando assim vários efeitos de 
cores. Uma cor que não muda quando vista de um ângulo diferente 
apresenta um efeito de pérola. Já quando muda apresenta um efeito 
de madrepérola. Esses pigmentos de mica são extremamente trans-
COLORIMETRIA 51
parentes, sendo em alguns casos necessária a aplicação de uma base 
ao substrato.
Os mixings de tingimento são classificados de acordo com o tipo 
de pigmento.
Isso nos dá a seguinte divisão:
• mixings de tingimento transparentes (mica/pérola);
• mixings de tingimento semitransparente (vermelho transpa-
rente etc.);
• mixings de tingimento cubrentes (cores sólidas);
• mixings de tingimento alumínio;
• mixings de tingimento pérola ou madrepérola.
Figura 2 – Refração da luz na 
superfície pintada com sistema 
tri-coat.
Figura 3 – Refração da luz na 
superfície pintada com tinta 
metálica.
Com o passar do tempo, as técnicas de pintura foram se modifi-
cando, fazendo com que as indústrias de tinta criassem novos pro-
dutos com maior resistência e qualidade. Isso trouxe a evolução dos 
pigmentos e, com a profusão de cores que podem ser alcançadas, 
tornou esse segmento muito rico.
PIGMENTOS52
Hoje os pigmentos são divididos em dois grandes grupos: inor-
gânicos e orgânicos.
Pigmentos inorgânicos
São obtidos de alguns materiais minerais:
• dióxido de titânio;
• cromato de zinco;
• óxido de ferro, entre outros.
Pigmentos orgânicos
São conseguidos através de sínteses orgânicas complexas:
• amarelo-hansa;
• vermelho de toluidina;
• violeta-dioxazina, entre outros.
Veja o Quadro 1.
Quadro 1 – Características dos pigmentos
Inorgânicos Orgânicos
Densidade + denso - denso
Tamanho de partícula maiores menores
Cor (variedades e tipos) + baixa + alta
Resistência (química, térmica e à luz) maior menor
Preço + baixo + alto
COLORIMETRIA 53
Normalmente, para se chegar à cor desejada, é preciso adicionar 
vários mixings para o tingimento. Isso significa que existirão vários 
pigmentos com pesos, formas e estruturas diferentes, o que não será 
problema se as técnicas corretas de aplicação forem utilizadas.
Entretanto, se for aplicada uma camada muito molhada, o peso, 
a forma e a estrutura dos pigmentos poderão causar uma mudança 
de cor, pois o pigmento da tinta poderá ir para o fundo ou então 
subir para a superfície. Esse fenômeno é chamado de flotação.
Em cores sólidas existe uma pequena chance de isso acontecer. Já 
nas cores metálicas e perolizadas o fenômeno ocorre com mais fre-
quência. Logo, evite aplicar uma demão mais carregada, pois poderá 
ocasionar uma alteração visível na cor. Se a cor for metálica, a forma 
do alumínio em camadas aumentará as chances de haver flotação. Já 
nos pigmentos cubrentes esse risco é menor. Por isso, esteja sempre 
atento aos sistemas de repintura.
 
 
 
Figura 4 – Exemplos de flotação em superfícies pintadas.
6. Metameria
Como já mencionado, a cor dos objetos é determinada pelos pig-
mentos. Ao incidir uma luz branca em um objeto colorido qualquer, 
eleabsorverá todas as cores, refletindo apenas uma – a porção da-
quela luz para a qual os pigmentos são sensíveis.
Ilumine um objeto verde com uma lâmpada puramente vermelha. 
Somente os raios vermelhos alcançarão o objeto verde. Como pig-
mentos verdes apenas refletem luz verde, nesse caso nada será refle-
tido e, como consequência, nada será visto. Naturalmente, trata-se 
de um objeto só de pigmento verde que está sendo iluminado por 
uma luz vermelha pura. Se a luz não for puramente vermelha e con-
tiver uma pequena porção de raios verdes, o objeto será percebido 
como sendo quase preto; isso significa que o pigmento e a fonte de 
luz determinam a cor que você acabou de ver.
O profissional de repintura se depara diariamente com esses pro-
blemas. Veja este exemplo: algumas partes de um veículo de cor ama-
rela foram repintadas. O cliente retirou o veículo à noite, mas retor-
nou no dia seguinte reclamando que, ao voltar para casa, verificou 
que, sob as luzes da rua, a área reparada ficou mais amarela, embora 
ele não tivesse notado a diferença na oficina. Além dos pigmentos 
METAMERIA56
amarelos, a cor original do veículo também possuía pigmentos ver-
melhos. Por sua vez, as lâmpadas instaladas na oficina não irradia-
vam quase nenhuma luz vermelha. Nessa luz, o carro parecia ser 
apenas amarelo, o que levou o pintor a usar amarelo puro no reparo, 
pois lhe pareceu perfeito sob a luz da oficina. Entretanto, a luz da rua 
continha alguma luz vermelha, que foi refletida pela tinta original do 
veículo, mas não pela tinta utilizada no reparo, a qual não continha 
pigmentos vermelhos. Resultado: uma evidente diferença de cor. Esse 
fenômeno é chamado de metameria.
Para que os profissionais de repintura não se deparem com esse 
problema, devem estar sempre atentos a dois pontos:
• Procurar manter-se fiel à fórmula, pois estas já foram testadas 
exaustivamente em laboratório em relação ao metamerismo. 
• Se tiver que comparar as cores sob luz artificial, certificar-se 
de que essa luz se aproxima o máximo possível da luz natural 
(luz do Sol). Ela não deverá ser nem muito amarela nem tão 
vermelha ou tão azul, já que poderia passar uma impressão 
errada da cor real.
Alguns tipos de lâmpadas fluorescentes se aproximam da luz 
branca pura. Certifique-se de que essas lâmpadas estejam instaladas 
em uma área pintada com uma cor neutra, cinza-claro, branco-fosco 
ou acetinado. Desse modo você não terá influência de paredes bri-
lhantes na área de verificação.
Veja nas Figuras 1 e 2 exemplos da influência da luz.
 
COLORIMETRIA 57
Figura 1 – Influência correta da luz do Sol na observação de tonalidade.
Figura 2 – Influência da lâmpada incandescente.
O fenômeno da metameria é mais intenso em cores fortes, porém 
pode ocorrer em cores claras. Também pode acontecer nas cores 
metálicas por causa das próprias características de reflexão da luz 
nesse sistema.
7. Fundamentos do 
sistema tintométrico
Todo sucesso da atividade de pintura está baseado na reprodução 
exata da tinta a ser utilizada na reparação. Os fabricantes de tintas 
fornecem um conjunto de fórmulas para que os revendedores pos-
sam reproduzir todas as nuances de cor existente. Para a reprodução 
de uma cor na oficina, temos a necessidade de contar com uma má-
quina capaz de misturar os diversos pigmentos de uma só vez, per-
mitindo sua utilização individualmente. Nasceu dessa necessidade o 
armário de mescla ou sistema tintométrico. Essa máquina consiste 
de um motor com uma haste acoplada transversalmente passando 
por diversas prateleiras contendo os pigmentos.
Esse sistema traz no bojo a necessidade de um computador com 
o programa tintométrico, vendido pelos fabricantes de tintas, junto 
com as bases e um contrato de fornecimento exclusivo.
Para o acerto de cores nas oficinas, entendemos que o profissional 
colorista deverá ter adquirido capacitação técnica compatível ao car-
go – o que facilitará sobremaneira o trabalho –, bem como os equi-
pamentos necessários (balança de precisão) para a atividade. Esta 
requer que o colaborador tenha uma excelente saúde visual e domi-
FUNDAMENTOS DO SISTEMA TINTOMÉTRICO60
ne técnicas de discernimento de direção de cor (tonalidade), satura-
ção e luminosidade (atributos cromáticos).
O desenvolvimento de uma cor começa com a utilização da fór-
mula, que indica ao profissional quais são as bases que a compõem. 
Para facilitar o processo podemos utilizar um aparelho chamado 
espectrofotômetro, que mostra a curva da cor na amostra (corpo de 
prova) em três ângulos diferentes (25º, 45º e 75º), possibilitando sua 
correção.
Figura 1 – Espectrofotômetro.
Devemos observar se vale a pena adquirir esse sistema, pois só 
haverá compensação no caso de a oficina ter um giro na ordem de no 
mínimo 60 veículos/mês. Isso porque, embora com enorme impacto 
visual nos clientes mais tradicionais da oficina, o custo de manuten-
ção do sistema é demasiado alto na aquisição da primeira carga.
Uma das vantagens no uso desse sistema é a diminuição do tem-
po utilizado no acerto de cores, bastante frequente nas oficinas de 
reparação, na medida em que o técnico precisa se deslocar pessoal-
mente a fim de observar o veículo para um efetivo acerto de cor, 
COLORIMETRIA 61
estabelecendo ao mesmo tempo um banco de dados de cores dos 
veículos reparados, para que das próximas vezes já se tenha a refe-
rência de cor do veículo (fórmula exata).
No caso de sobras de tinta, elas podem ser armazenadas em latas 
bem fechadas e podem ficar meses aguardando sua futura utilização, 
até que percam sua validade.
A importância dada a todos esses detalhes fará com que você, 
profissional de pintura, tenha resultados cada vez melhores, contan-
do com o retorno de clientes satisfeitos, que indicarão sua oficina 
para novos trabalhos.
8. Variação de cor
Principais causas da diferença de tonalidade
Ao se observar a pintura original de um veículo, é possível per-
ceber que existe uma variação de tonalidade de uma mesma cor de 
um carro para outro, ainda que do mesmo modelo. Isso tem ocor-
rido com bastante frequência, e hoje várias cores apresentam esse 
problema. Existem diversos fatores que colaboram para essa dife-
rença, como:
• Produção: cada fábrica tem sua própria linha de montagem, 
em diversos locais.
• Processo: pode variar de acordo com a especificação da em-
presa.
• Pessoas: fatores culturais distinguem as pessoas de vários pon-
tos da produção e as técnicas de aplicação de produtos.
• Materiais: Vários fornecedores e lotes diferentes. 
Hoje, existem vários produtores de carros, cada um com o próprio 
programa de fornecimento de cores, com cerca de dez cores ou mais, 
algumas vezes vinte. Com o decorrer dos anos esses programas pas-
sam por diversas mudanças, contribuindo para que surjam novas 
VARIAÇÃO DE COR64
cores no mercado. Isso faz com que o pintor se depare com centenas 
de cores.
Se todas essas cores fossem constantes em termos de tonalidade, 
então esse leque de cores tremendamente variado não seria um pro-
blema muito grande para o pintor ou o produtor de tintas para re-
pintura automotiva. Mas essa não é a realidade.
Embora produtores de carros e fabricantes de tintas automotivas 
se esforcem para alcançar 100% de constância na tonalidade dos veí-
culos, isso se torna impossível, por conta dos múltiplos fatores que 
influenciam o processo de produção. É comum um mesmo produtor 
de veículos adquirir tinta para uma mesma cor de diferentes fabri-
cantes. Outro motivo são veículos de mesma marca e de mesmo mo-
delo produzidos em fábricas diferentes, muitas vezes localizadas em 
regiões diferentes. 
Nesse caso, elementos como temperatura local e umidade vão 
influenciar, assim como as diferenciadas técnicas de aplicação e o 
desempenho de sistema, que varia de fábrica para fábrica, podendo 
exercer, ainda que de forma limitada, uma variação da cor final do 
veículo. 
Todos esses fatores contribuem para que seja impossível fabricar 
uma mesma cor de carro que seja 100% constante.Por isso, é pouco 
provável que a busca pela perfeição seja completamente satisfeita. 
Ainda assim, os profissionais de repintura têm sido bem-sucedidos 
em atingir um grau satisfatório.
COLORIMETRIA 65
Principais causas da diferença de tonalidade
Veja algumas das causas da diferença de tonalidade causadas na 
linha de pintura da montadora.
Falta ou excesso de camada de tinta
A falta de camada deixa o filme transparente, tornando a cor mais 
clara. Já o excesso deixa o filme mais espesso, o que torna a cor mais 
escura.
Nesses casos a cor do primer pode ser um fator importante e 
acabar influenciando no resultado final.
Pintura carregada ou pulverizada
A pintura carregada deixa a tinta mais escura. Já a pulverizada 
(empoeirada) deixa a tinta mais clara.
Rodízio de pintores/ Equipamento descalibrado
A constante troca de pintores pode alterar a cor, pois cada um tem 
uma forma de aplicá-la.
O equipamento utilizado na pulverização também pode contri-
buir para a mudança de tonalidade.
Excesso de cura
A exposição da pintura ao calor por tempo prolongado pode al-
terar a cor.
VARIAÇÃO DE COR66
Troca de padrão
Quando uma cor fica durante muito tempo em linha, é comum 
surgirem variações, por conta da mudança na linha de pintura, no 
tipo de equipamento, no fornecedor de tinta etc. São exemplos:
• Vermelho-naval e vermelho-naval I – GM.
• Verde-sirius I e verde-sirius II – VW.
• Prata-texas I e prata-texas II – Ford.
• Azul-caribe I e azul-caribe II – Fiat.
Também existem os problemas com as tintas, pois elas podem 
sofrer alterações como as que serão vistas a seguir.
Correção de lote 
Durante a aplicação da tinta na linha de pintura da montadora, 
podem surgir problemas que levem o fabricante de tinta a fazer al-
guma alteração.
A mais comum é a aditivação, que pode ser por fervura, alastra-
mento, crateras, secagem etc. 
Problemas de estabilidade 
A tinta armazenada por longo tempo acaba sofrendo dois tipos 
de problemas:
COLORIMETRIA 67
• Sedimentação: parte sólida no fundo e parte líquida em cima. 
Quando isso ocorre, a simples homogeneização já corrige o 
problema.
• Precipitação: como na sedimentação, ocorre a separação, po-
rém mesmo fazendo a homogeneização o problema não é re-
solvido. A tinta fica imprópria para uso.
Problemas de resistência às intempéries
O uso de matérias-primas com deficiência causa a queda da qua-
lidade e a tinta fica com dificuldade de resistir ao sol, à chuva, ao 
sereno, à lavagem com solupan etc. 
9. Cuidados para uma boa 
reprodução de cor
Não basta apenas que a tinta seja boa, que a linha de ar esteja em 
excelentes condições e não apresente problemas, o profissional da pin-
tura também precisa fazer a sua parte, do contrário todo o processo 
ficará comprometido. Veja alguns cuidados que você deve ter quando 
for executar um reparo, para que a cor tenha uma boa reprodução.
Homogeneização 
É importante fazer a correta homogeneização de maneira adequa-
da, a fim de evitar problemas de tonalidade, que ocorrem justamen-
te quando a tinta não é bem misturada, pois nessa etapa alguns pig-
mentos estão sedimentados.
Viscosidade
A viscosidade da tinta deve estar de acordo com as recomenda-
ções do fabricante. Se a viscosidade estiver muito baixa (tinta fina), 
deixará a cor mais clara; se estiver alta (tinta grossa), deixará a cor 
mais escura.
CUIDADOS PARA UMA BOA REPRODUÇÃO DE COR70
Thinner/Solvente 
Esta etapa também é muito importante, pois o uso inadequado 
de um thinner/solvente acarretará mudanças nas características do 
produto. Por exemplo, se for acrescentado mais thinner do que o 
indicado em uma cor metálica, o resultado será uma cor mais clara, 
o que afetará também sua durabilidade. Além disso, thinners de bai-
xa qualidade podem interferir na tonalidade.
Temperatura e umidade 
Fique atento a esses dois fatores, pois dependendo da temperatu-
ra e da umidade relativa do ar, tanto o alastramento quanto a secagem 
da tinta serão alterados, o que terá como reflexo uma mudança de 
tonalidade (ver Quadro 1).
Pistolas 
As pistolas de pintura também desempenham papel fundamental, 
pois têm configurações diferentes, como capa de ar, bicos e agulhas. 
Por isso, a quantidade de tinta pulverizada em um sistema conven-
cional será diferente na comparação com um sistema HVLP. Desse 
modo, a pistola de pintura acaba sendo uma ferramenta importante 
para uma correta reprodução de cor (ver Quadro 1).
Pressão, velocidade e distância de aplicação
Esses fatores também contribuem para uma boa reprodução de 
cor e devem ser considerados na hora de pintar. Quanto maior a 
COLORIMETRIA 71
pressão, mais clara a cor ficará; quanto menor a pressão, mais escura 
ela ficará (ver Quadro 1).
Camada de tinta 
A camada de tinta pode variar de acordo com a cor, com o equi-
pamento, com o profissional aplicador, bem como com o tipo de 
tinta utilizado na pintura.
Cobertura da tinta 
Algumas linhas de tintas necessitam de um número menor de 
demãos, por conta da quantidade de sólidos existentes em sua com-
posição.
O Quadro 1 mostra algumas situações em que a cor poderá ser 
variada.
Quadro 1 – Condições que podem influenciar a tonalidade da cor
Para se... Clarear a cor Escurecer a cor Grau de 
influênciaDeve-se variar...
Condições da oficina
• Temperatura
• Umidade
• Ventilação
alta
baixa
alta
alta
baixa
alta
pequena
pequena
pequena
Condições e ajuste do 
equipamento
• Bico de pistola
• Válvula de saída da pistola
• Abertura do leque
• Capa de ar
• Pressão de ar da pistola
orifício pequeno
fechada
grande
fluxo alto
alta
orifício grande
aberta
pequena
fluxo baixo
baixa
grande
grande
grande
grande
grande
(continua)
CUIDADOS PARA UMA BOA REPRODUÇÃO DE COR72
Para se... Clarear a cor Escurecer a cor Grau de 
influênciaDeve-se variar...
Processo de pintura
• Distância da pistola
• Velocidade de aplicação
• Intervalo entre as demãos
grande
rápida
grande
pequena
lenta
pequeno
grande
grande
grande
10. Cores primárias e secundárias
Cores primárias
Cores secundárias
Mistura de cores
Cores primárias 
AZUL
VERMELHO AMARELO
Figura 1 – Cores primárias.
Com as cores primárias podemos alcançar outras cores. Para isso, 
teremos que fundir duas cores primárias em quantidades iguais.
CORES PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS74
Cores secundárias
VIOLETA
VERDE LARANJA
Figura 2 – Cores secundárias.
Mistura de cores 
A partir da mistura das cores primárias com as secundárias, ob-
têm-se as demais cores, chamadas de cores terciárias, conforme pode 
ser observado no Quadro 1.
Quadro 1 – Mistura de cores
AMARELO LARANJA
amarelo + azul = verde laranja + azul = marrom
amarelo + branco = amarelo-claro laranja + branco = laranja-claro
amarelo + laranja = laranja laranja + preto = laranja-escuro
amarelo + preto = amarelo-escuro esverdeado laranja + verde = castanho
amarelo + verde = amarelo-esverdeado laranja + vermelho = abóbora
amarelo + violeta = marrom laranja + violeta = marrom
COLORIMETRIA 75
VERMELHO VIOLETA
AZUL VERDE
vermelho + azul = violeta violeta + azul = anil
vermelho + branco = rosa violeta + branco = lilás
vermelho + preto = marrom-escuro violeta + preto = violeta-escuro
vermelho + verde = preto
azul + branco = azul-claro verde + branco = verde-claro
azul + preto = azul-escuro verde + preto = verde-escuro
azul + verde = turquesa verde + violeta = preto
violeta + vermelho = vinho
11. Técnica das cores opostas
Eixos de observação dos atributos cromáticos
Hoje, no mercado de coloristas, muitos profissionais costumam 
ajustar tintas utilizando a técnica de cores opostas para corrigir even-
tuais diferenças de tonalidade. Dependendo da quantidade acrescen-
tada de uma cor em outra, teremos a possibilidade de formação de 
novas cores.
• vermelho + verde = preto
• azul + amarelo = verde
• branco + preto = cinza
Da mesma maneira, misturando cores diferentes, é possível obter 
variações de uma cor.
• vermelho + preto = marrom
• laranja + azul = marrom
TÉCNICA DAS CORES OPOSTAS78
Figura 1 – Coresopostas que se anulam.
Eixos de observação dos atributos cromáticos
Figura 2 – Eixos dos atributos cromáticos.
amarelo corta azul
verde corta vermelho
saturação
lu
m
in
o 
 
 
 
si
da
de
direção
branco corta preto
azul corta amarelo
vermelho corta verde
preto corta branco
COLORIMETRIA 79
Na Figura 2 pode-se observar como é representada a teoria das 
cores opostas. Porém só a utilize em último caso, pois você poderá 
distorcer sua tinta de maneira irrecuperável.
A partir de agora, comece a analisar as cores que terá que ajustar, 
observando como a cor está em relação ao veículo a ser pintado, de 
acordo com os atributos cromáticos.
• Visualizar a luminosidade: se a cor está mais clara ou mais 
escura em relação ao veículo.
• Visualizar a saturação: se a cor está mais limpa ou mais suja 
em relação ao veículo.
• Visualizar a tonalidade: se a cor está mais amarelada, esver-
deada ou avermelhada.
Assim, ao iniciar um ajuste de cor, verifique esses três elementos 
antes de fazer qualquer alteração na tonalidade.
 Figura 3 – Direção das cores.
Amarelo
Azul
Verde Vermelho
TÉCNICA DAS CORES OPOSTAS80
A Figura 3 mostra como analisar a direção de uma cor. Se a cor 
for acromática – branco, preto, cinza ou prata, cinza-metálico –, ela 
pode seguir qualquer uma das tendências apresentadas na Figura 3. 
Porém, se a cor for cromática – amarelo, vermelho, azul ou verde 
(lisa, metálica ou perolada) –, estará sempre seguindo o sentido ho-
rário ou anti-horário. 
Um azul, portanto, nunca pode estar amarelo, pois ele apenas 
poderá estar avermelhado ou esverdeado. Assim como um amarelo 
nunca pode estar azulado, já que só poderá estar avermelhado ou 
esverdeado.
P
R
IM
Á
R
IA
S
PR
IM
ÁR
IAS
PRIMÁRIAS
Figura 4 – Tendência das cores no círculo cromático.
Estúdio DAÓ
12. Cores metálicas
 Figura 1 – Partículas de areia verde.
As cores metálicas, por complexidade, são mais sensíveis à varia-
ção de cor que as cores lisas, pois sua pigmentação é sempre com-
posta por pigmentos opacos ou transparentes mais o pigmento alu-
mínio e pérola, que variam no tamanho da partícula.
CORES METÁLICAS82
Tipos de alumínio
Existem diversos tipos de alumínio, de vários tamanhos de par-
tículas e tonalidades, variando do mais fino para o mais grosso, do 
mais acinzentado para o mais prateado.
Hoje, o mercado oferece alumínios finos, superfinos e extrafinos. 
Veja quais os efeitos desses tipos de alumínios nas cores.
Alumínio fino 
• Tonalidade acinzentada.
• Os alumínios finos clareiam o ângulo e sujam a frente
Figura 2 – Visualização da tinta metálica aplicada.
alumínio fino
frente acinzentada, escura
ângulo limpo, leitoso
COLORIMETRIA 83
Alumínio grosso 
• Alumínio grosso, supergrosso, extragrosso e brilhante.
• Tonalidade prateada.
• Os alumínios grossos clareiam a frente e sujam o ângulo.
Figura 3 – Visualização da tinta metálica aplicada 
Tipos de pérolas 
As pérolas podem ser divididas em dois grupos:
• As pérolas de efeito, que no geral clareiam em todos os ângu-
los.
• As pérolas de interferência, que podem apresentar cores dife-
rentes em ângulos diferentes.
ângulo sujo, escuro
frente clara, prateada
alumínio grosso
CORES METÁLICAS84
Cuidados para o tingimento de tintas
Alguns pigmentos têm comportamento distinto quando adicio-
nados em cores metálicas. É comum nas cores metálicas e peroladas, 
quando não se usa a mesma pigmentação para reprodução da cor 
original, utilizarmos o pigmento branco para limpar o ângulo.
Não se esqueça de que o pigmento branco, não sendo transparen-
te, vai esconder o alumínio ou a pérola e diminuir o brilho. Por isso, 
sempre tenha muita atenção ao utilizar esse pigmento, pois ele deve 
ser invariavelmente adicionado em pequenas quantidades, caso con-
trário, a tinta poderá ser perdida.
Alguns efeitos que esse pigmento pode provocar na cor:
• Branco: suja a frente e deixa o ângulo leitoso.
• Branco microtitânio (micronizado): suja a frente e deixa o ân-
gulo leitoso e azulado.
Existem também alguns aditivos que são utilizados para tingi-
mento:
• Aditivo fosqueante: diminui o brilho, deixa a cor mais clara 
e leitosa.
Observação
Nas cores lisas monocamadas o aditivo pode ser acrescentado 
diretamente na tinta. Em cores dupla camada deve ser acres-
centado ao verniz.
COLORIMETRIA 85
• Aditivo de efeito: limpa o ângulo, ressalta o alumínio ou a 
pérola.
Observação
Os aditivos não podem ser utilizados em grandes quantidades 
no tingimento, pois podem alterar a cobertura.
13. Dez dicas para uma boa 
reprodução de cor
1. Identificar a cor através do carro, por plaquetas ou etiqueta. 
Caso não exista mais, verifique no catálogo de cores.
2. Verificar se não há variantes antes de iniciar a pesagem.
3. Aplicar a tinta até a cobertura total do corpo de prova. Obser-
ve com atenção o número de passadas e o tempo de intervalo, 
definido pelo fabricante, entre uma passada e outra. Pesar a 
quantidade mínima de tinta – exceto cores brancas – e aplicar 
corretamente, com a pressão especificada pelo fabricante (pis-
tola) em um corpo de prova antes de continuar o ajuste, simu-
lando o máximo possível como se fosse a aplicação no veículo. 
Obedecer ao tempo de evaporação do solvente (flash off), de-
finido pelo fabricante, para aplicar o verniz.
4. Analisar o corpo de prova em vários ângulos, pois o tipo de 
luz pode alterar a cor. Teste com pelo menos duas fontes de 
luz diferentes, sendo a luz do dia a mais importante.
5. Verificar a granulação do alumínio antes de iniciar o ajuste.
6. Começar com ajuste da intensidade (claro ou escuro).
7. Observar se a cor está limpa ou suja.
DEZ DICAS PARA UMA BOA REPRODUÇÃO DE COR88
8. Não introduzir vários mixings ao mesmo tempo sem ter che-
gado a uma conclusão.
9. Proceder ao ajuste adicionando pequenas quantidades dos 
mixings selecionados.
10. Cuidado para não alterar irreversivelmente a cor, por exemplo, 
adicionando branco em cores metálicas e perolizadas.
14. Limitantes
Há algumas variáveis que devem ser levadas em conta, uma vez 
que podem representar limitações para o profissional. A seguir serão 
elencados alguns distúrbios da visão, pois uma visão saudável é im-
portante na observação da cor.
Miopia
O indivíduo tem dificuldade de focalizar objetos que estão dis-
tantes, pois a imagem chega fora de foco (visão curta).
Hipermetropia 
O indivíduo tem dificuldade de focalizar objetos próximos (visão 
longa).
Presbiopia 
Trata-se de um distúrbio que ocorre à medida que as pessoas 
envelhecem (visão cansada).
LIMITANTES90
Astigmatismo
Faz com que as imagens fiquem distorcidas ou borradas.
Todas essas limitações podem ser corrigidas com o uso de lentes.
Daltonismo ou discromatopsia
Acredita-se que não exista cura para o problema. Dividem-se em 
quatro tipos:
• Protanopsia: insensibilidade à cor vermelha, levando à confu-
são entre o amarelo e o verde. 
• Deuteranopsia: o verde deixa de ser visto, sendo confundido 
com o vermelho e com o amarelo. 
• Tritanopsia: é a cegueira para o azul, captado tal qual o verde 
e o amarelo. 
• Acromatopsia: a mais rara e pouco estudada. A pessoa nessa 
condição vê tudo em preto e branco, com variações de cinza.
 
O olho humano contém muitos tipos de receptores de luz. Cada 
um deles é adaptado para captar vermelho, azul ou amarelo. Se um 
tipo for completo ou possuir disfunção parcial, então algumas dessas 
cores serão percebidas de forma imperfeita. Isso não significa que a 
pessoa não possa ver qualquer outra cor, mas que apenas uma cor 
específica não será percebida ou fracamente percebida. 
Existem outras limitações que afetam a observação das cores.
COLORIMETRIA 91
Escassa memória de cor
As pessoas têm dificuldade em gravar uma cor na memória. Por 
isso, a necessidade de recorrer aos catálogos e programas de cores.
Efeito de reflexo
Deve-se tomar cuidado com os objetos que estão ao redor e veri-
ficar se suas cores não estão sendo refletidas na cor que se observa.
Efeito de contraste
Devemosperceber se existe algum agente de interferência que 
possa prejudicar a nossa percepção.
Fadiga visual
Ocorre quando uma cor é observada por um tempo prolongado.
Condições do local
As condições do local de trabalho são fatores importantes para 
realização de qualquer atividade. Sempre obtemos melhores resul-
tados em nossas tarefas quando as realizamos em um ambiente 
adequado.
LIMITANTES92
Condições de iluminação
Uma boa iluminação será fundamental para uma correta análise 
das cores.
Idade
Conforme avança a idade, a nossa resposta visual às cores vai 
mudando e se tornando mais difícil.
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ALVES, Harlley. Repintura automotiva requer olhos atentos do profis-
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