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AUTOMOTIVA Colorimetria Colorim etria 9 788583 933724 ISBN 978-85-8393-372-4 Luiz Fernando Gomes Paulo da Costa Hantke Este livro foi desenvolvido para explicar os ajustes de tonalidade da cor com uso de diferentes técnicas ao estudante que vai trabalhar na área automotiva. Nele, serão abordados os principais equipamentos de proteção individual e coletiva, conceitos sobre tintas, teoria da cor, pigmentos, metameria, fundamentos do sistema tintométrico, cuidados na reprodução de cor, estudo sobre as cores primárias e secundárias, técnica das cores opostas, tipos de cores metálicas, além de algumas dicas importantes para reprodução de cores. Colorimetria Senai-SP Editora Avenida Paulista, 1313, 4o andar, 01311 923, São Paulo – SP F. 11 3146.7308 | editora@sesisenaisp.org.br | www.senaispeditora.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Gomes, Luiz Fernando; Hantke, Paulo da Costa. Colorimetria / Luiz Fernando Gomes, Paulo da Costa Hantke. – São Paulo: SENAI-SP Editora, 2019. 96 p. : il. Inclui referências ISBN 978-85-8393-372-4 1. Tinta 2. Pigmento 3. Resina 4. Aditivo 5. Solvente 6. Eletromagne- tismo I. Paulo da Costa Hantke II. Título. CDD 667.2 Índice para o catálogo sistemático: 1. Corantes e pigmentos 667.2 AUTOMOTIVA Luiz Fernando Gomes Paulo da Costa Hantke Colorimetria Departamento Regional de São Paulo Presidente Paulo Skaf Diretor Superintendente Corporativo Igor Barenboim Diretor Regional Ricardo Figueiredo Terra Gerência de Assistência à Empresa e à Comunidade Celso Taborda Kopp Gerência de Inovação e de Tecnologia Osvaldo Lahoz Maia Gerência de Educação Clecios Vinícius Batista e Silva Material didático utilizado nos cursos do SENAI-SP Elaboração Luiz Fernando Gomes Paulo da Costa Hantke Revisão técnica Luciano Vermelho Apresentação Com a permanente transformação dos processos produtivos e das formas de organização do trabalho, as demandas por educação pro- fissional se multiplicam e, sobretudo, se diversificam. Em sintonia com essa realidade, o SENAI-SP valoriza a educação profissional para o primeiro emprego dirigida a jovens. Privilegia também a qualificação de adultos que buscam um diferencial de qua- lidade para progredir no mercado de trabalho. E incorpora firme- mente o conceito de “educação ao longo de toda a vida”, oferecendo modalidades de formação continuada para profissionais já atuantes. Dessa forma, atende às prioridades estratégicas da Indústria e às prio- ridades sociais do mercado de trabalho. A instituição trabalha com cursos de longa duração, como os cur- sos de Aprendizagem Industrial, os cursos Técnicos e os cursos Su- periores de Tecnologia. Oferece também cursos de Formação Inicial e Continuada, com duração variada nas modalidades de Iniciação Profissional, Qualificação Profissional, Especialização Profissional, Aperfeiçoamento Profissional e Pós-Graduação. Com satisfação, apresentamos ao leitor esta publicação, que inte- gra uma série da SENAI-SP Editora especialmente criada para apoiar os alunos das diversas modalidades. Sumário 1. Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva 9 O perigo que não se vê 9 Proteção: por quê? 10 EPI para o profissional de pintura 14 Quando a proteção falha 18 Incêndio é fogo 24 Higiene também é segurança 30 Descarte de tintas e proteção ao ambiente 31 2. O que é tinta? 35 Composição básica da tinta 36 Denominação da tinta 37 3. A teoria da cor e o mundo em que vivemos 39 A cor na nossa vida 40 Atributos cromáticos 41 4. A teoria da luz e cor 43 O que é a luz? 45 5. Pigmentos 49 6. Metameria 55 7. Fundamentos do sistema tintométrico 59 8. Variação de cor 63 Principais causas da diferença de tonalidade 65 9. Cuidados para uma boa reprodução de cor 69 10. Cores primárias e secundárias 73 Cores primárias 73 Cores secundárias 74 Mistura de cores 74 11. Técnica das cores opostas 77 Eixos de observação dos atributos cromáticos 78 12. Cores metálicas 81 Tipos de alumínio 82 Tipos de pérolas 83 Cuidados para o tingimento de tintas 84 13. Dez dicas para uma boa reprodução de cor 87 14. Limitantes 89 Referências 93 1. Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva O perigo que não se vê Proteção: por quê? EPI para o profissional de pintura Quando a proteção falha Incêndio é fogo Higiene também é segurança Descarte de tintas e proteção ao ambiente O perigo que não se vê O desenvolvimento tecnológico, ao mesmo tempo que traz faci- lidades e conforto para a vida do ser humano, traz a poluição. Quem costuma ler ou acompanhar os jornais ou telejornais sabe que os países mais industrializados e ricos do mundo são, também, aqueles que mais poluem o ambiente. O efeito estufa e as mudanças por ele provocadas no clima – en- chentes, seca, invernos “quentes”, verões mais quentes ainda – são, em grande parte, uma consequência da queima de combustíveis fós- seis (petróleo) que ocorre nos países mais industrializados. O mesmo efeito pode ocorrer nos ambientes de trabalho onde são manuseados materiais que refletem esse desenvolvimento tecnoló- gico. Por incrível que pareça, quanto mais “modernos” e “de ponta” são os materiais (tintas, massas, solventes tóxicos), mais riscos eles trazem para a saúde das pessoas que os manuseiam. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA10 Os riscos para a saúde do profissional da área de pintura automo- tiva serão tratados neste primeiro capítulo. Serão apresentados esses riscos, o que diz a lei, o que pode ser feito para minimizá-los e quais são os equipamentos obrigatórios em uma oficina para tornar o am- biente de trabalho mais saudável e seguro. Além disso, serão apre- sentadas informações sobre higiene e segurança na oficina. Proteção: por quê? Atualmente, toda atividade de pesquisa de novos produtos está voltada para o desenvolvimento de tintas que apresentem menor ín- dice de agressão ao meio ambiente e melhores condições de higiene e segurança, tanto na fase de produção quanto durante sua aplicação. O resultado tem sido o desenvolvimento de tintas cada vez mais “lim- pas” do ponto de vista ecológico e da segurança e higiene no trabalho. Apesar de todo esse esforço, as novas técnicas de reparação de automóveis trouxeram algo além do aumento de produtividade para as oficinas: uma atmosfera mais “rica” em contaminantes e, portanto, maiores riscos para a saúde dos trabalhadores. E não há exceção: toda oficina tem no ar contaminantes prejudiciais à saúde dos funcioná- rios responsáveis pelos trabalhos de reparação. Esses contaminantes representam riscos à saúde do trabalhador que antigamente não existiam, e diante dessa certeza vale aquele con- selho de nossas avós: melhor prevenir do que remediar. Por isso, tanto o bom senso quanto a lei indicam que várias providências de- vem ser tomadas a fim de proporcionar condições de trabalho mais saudáveis para o profissional de pintura automotiva. COLORIMETRIA 11 Quadro 1 – Tipos de contaminantes, causas e consequências Tipo Operação geradora Causas Consequências Proteção necessária Poeira Esmerilhamento, lixamento, desbaste, corte, varredura do chão. Partículas sólidas suspensas no ar. Dificuldades respiratórias. Sistema de ventilação com exaustores; EPI: proteção respiratória e proteção facial. Fumos Soldagem e fusão de metais. Partículas metálicas suspensas no ar e criadas por aquecimento de metais. Irritação das vias respiratórias, da pele e dos olhos; dermatites; febre do fumo metálico; efeito sobre os pulmões, rins e ossos; edema pulmonar; pneumonia. Sistema de ventilação com exaustores; EPI: proteção respiratória e proteção facial. Névoas Atomização e condensação de pulverização (pintura com revólver). Partículas líquidas suspensas no ar. Dificuldades respiratórias; irritação das vias respiratórias e dos olhos; tontura,dores de cabeça e náuseas. Sistema de ventilação com exaustores; EPI: proteção respiratória. Gases Soldagem. Partículas gasosas dispersas no ar, na temperatura ambiente e normalmente invisíveis a olho nu. Dificuldades respiratórias; irritação dos olhos e do nariz; tontura, dores de cabeça e náuseas. Sistema de ventilação com exaustores; EPI: proteção respiratória e proteção facial. Vapores Pintura, limpeza, decapagem, desengraxe. Partículas líquidas do tipo solvente, thinner e gasolina evaporadas no ar. Irritação dos olhos e do nariz; tontura, dores de cabeças e náuseas; desmaio; a exposição prolongada pode causar danos irreversíveis aos pulmões. Sistema de ventilação com exaustores; EPI: proteção respiratória. Fonte: BARROS, 2006. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA12 Mas quais são os contaminantes presentes nas oficinas? Que mal eles causam à saúde do profissional? Como evitá-los? O Quadro 1 resume as respostas a essas perguntas. Na coluna “Proteção necessária” do Quadro 1, são mencionados o “sistema de ventilação com exaustores” e o Equipamento de Prote- ção Individual (EPI). Trata-se de conjuntos de medidas exigidas por lei e que devem ser adotados para garantir a saúde do trabalhador. Mais do que um dever do empregador, é um direito do empregado. Mas que medidas são essas? A primeira é instalar Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) representados por sistema de ventilação com exaustores e filtros ade- quados para captação e retenção de gases, vapores e partículas pre- sentes no ambiente de trabalho do profissional de pintura. Também deve ser levada em consideração a instalação de chuveiro para des- contaminação por produtos químicos e do lava-olhos. O lava-olhos é um equipamento que pode ser fixo ou portátil e serve para a descontaminação imediata dos olhos no local de tra- balho. Figura 1 – Lava-olhos. COLORIMETRIA 13 No entanto, embora esse sistema diminua as quantidades de con- taminantes do ar, não as elimina totalmente. É aí que entra o EPI de que fala a Norma Regulamentadora 6 (NR-6) do Ministério do Trabalho e Emprego. Segundo essa norma, EPI é: Todo dispositivo ou produto, de uso individual, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador. (Item 6.1 da NR-6) Ainda de acordo com a NR-6: A empresa é obrigada a fornecer gratuitamente aos empre- gados o EPI adequado aos riscos a que estão submetidos, em perfeito estado de conservação e funcionamento, sem- pre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidente do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho. (Item 6.3 da NR-6) Isso é o que diz a lei e o que manda o bom senso. Todavia, muitas vezes o próprio empregado, por total desconhecimento dos riscos que está correndo, se recusa a usar o EPI fornecido pelo empregador. Essa é uma das razões pelas quais esse assunto é tratado neste mate- rial. Trata-se de um problema sério, pois envolve a saúde de pais/ mães de família. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA14 Observação Cabe ao empregador informar e conscientizar seu empregado a respeito de seus direitos e de seus deveres, treinando-o cons- tantemente no uso correto dos EPI fornecidos. Cabe ao pro- fissional zelar por sua própria saúde, utilizando todos os meios disponíveis para protegê-la. Em caso de recusa do uso dos EPI por parte do trabalhador, este poderá sofrer sanções como: advertência, suspensão ou mesmo dispensa por justa causa. EPI para o profissional de pintura Já sabemos, pelo Quadro 1, que as principais vias de absorção dos produtos químicos manuseados pelo pintor são os olhos, a pele e o nariz. Cabe lembrar também que o ruído é um fator a ser considera- do quando se busca a proteção da saúde do pintor. Levando-se em conta as inúmeras operações que envolvem o pro- cesso de pintura automotiva, o profissional deve usar: • máscara facial; • respirador; • óculos de segurança; • luvas de látex, de raspa ou de borracha nitrílica; • protetor auditivo; • macacão de segurança; • sapatos de segurança. COLORIMETRIA 15 Quadro 2 – Equipamentos de segurança individual EPI Proteção contra Operação Respirador semifacial (sem manutenção) Fumos de soldagem; poeira (tóxica ou não); vapores de tintas; solventes e thinners; névoas. Obs.: Verificar o tipo de filtro para a operação realizada. Soldagem, lixamento, esmerilhamento, pintura em locais com ventilação, polimento. Respirador semifacial Solventes; poeira; névoas; vapores de tintas. Pintura em cabines. Respirador facial inteiro Poeira; névoas; fumos de soldagem. Pintura, soldagem. Óculos de segurança Partículas volantes; respingos de produtos químicos. Soldagem, lixamento, esmerilhamento, aplicação de produtos químicos, pintura e limpeza de equipamentos de pintura. Luvas de tecido, de raspa ou de borracha nitrílica. Agentes químicos, térmicos, abrasivos, escoriantes, perfurantes, cortantes. Soldagem, lixamento, esmerilhamento, aplicação de produtos químicos e pintura. (continua) Sonia O liveira luchschen/Thinkstock Tatajantra/Thinkstock Sonia O liveira Sonia O liveira EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA16 EPI Proteção contra Operação Protetores auditivos Ruídos. Obs.: Seu uso é obrigatório sempre que os níveis de pressão sonora ultrapassarem 85 db (decibéis). No caso da utilização do protetor auditivo do tipo concha, alguns cuidados com relação à higiene e à guarda do equipamento são fundamentais para a preservação e a eficiência na proteção. Lixamento, esmerilhamento, corte de chapas metálicas. Macacão de segurança Respingos de produtos químicos. Pintura e outras aplicações envolvendo o manuseio de produtos químicos. Sapato de segurança Torção; escorregões; umidade; esmagamento por queda de objetos. Corte de chapas, manuseio de produtos químicos, deslocamento de peças metálicas. Respiradores Existem duas categorias de respiradores: os respiradores semifa- ciais, que oferecem proteção para a boca e o nariz, e os respiradores faciais inteiros, que protegem a boca, o nariz e os olhos. Sonia O liveira Sonia O liveira Sonia O liveira COLORIMETRIA 17 Os cuidados com os respiradores faciais e semifaciais devem ser constantes. É preciso lavá-los e higienizá-los após o uso, além de armazená-los de modo correto, sempre dentro de uma embalagem plástica, para que não haja contato direto com os contaminantes do ambiente. • PFF1 – Indicado para proteção contra partículas não tóxicas como pó de madeira e minerais. • PFF2 – Indicado para proteção contra partículas tóxicas, quí- micas e finas como fumos. • PFF3 – Indicado para proteção contra partículas químicas fi- níssimas. • PFF3 VO/GA – Indicado para pulverização de tintas, solven- tes e na utilização em locais com baixa concentração de gases ácidos. Respiradores com manutenção Esses equipamentos possuem filtros e outros acessórios que po- dem ser substituídos, condição que permite uma vida útil muito maior na comparação com respiradores sem manutenção. Além dis- so, podem ser lavados e higienizados. Filtros São classificados em: • P1– indicado para partículas sólidas. • P2 e P3 – indicados para partículas sólidas, líquidas e para vapores orgânicos ou ácidos. A troca do filtro é indicada assim que o usuário começar a sentir cheiro ou sabor dos contaminantes dentro do respirador. Fique sem- pre atento à validade do filtro e do Certificado de Aprovação (CA). EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA18 Observação Todos os EPI devem ter um Certificado de Aprovação (CA), fornecido ao fabricante pelo Ministério do Trabalho e Em- prego. A preocupação com a saúde do trabalhador não deve se limitar ao campo da proteção, seja ela coletiva ou individual, contra agentes contaminantes presentes no ambiente. Também é preciso que o am- biente de trabalho seja amplo, limpo e bem iluminado.Sobre o ambiente de trabalho, a Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho determina que cada posto de trabalho em uma oficina de pintura tenha uma iluminação mínima de 1.000 lux. Quando a proteção falha Como explicado anteriormente, a oficina de pintura automotiva apresenta contaminantes que ameaçam a saúde do profissional. Essa ameaça está presente sempre que o profissional manuseia tintas, sol- ventes e outros produtos químicos, materiais sem os quais ele não pode realizar seu trabalho. Por isso, em seu trabalho, o profissional de pintura está constan- temente exposto à ação desses contaminantes, que podem provocar intoxicações devido à inalação (entrada dos contaminantes pelo na- riz) e à absorção cutânea (entrada pela pele). Quando as medidas de proteção coletiva estão implementadas e os equipamentos de proteção individual são fornecidos, esse tipo de acidente é em geral provocado por problemas de armazenamento e manuseio inadequados. Assim, as latas de tintas, solventes e outros COLORIMETRIA 19 produtos químicos usados no processo de pintura devem ser arma- zenados – sempre fechados – em local separado, próprio, adequado, organizado e ventilado a fim de proteger os produtos contra faíscas e altas temperaturas. Deve ficar claro aos funcionários da oficina que nesse local de armazenamento é expressamente proibido fumar (para prevenir in- cêndios), comer ou beber (para prevenir contaminações e intoxica- ções). Isso ocorre mediante a fixação de cartazes como os mostrados na Figura 2. Figura 2 – Sinalização de proibido fumar, comer e beber. Observação O aviso de proibido fumar também deve estar presente nas áreas reservadas à pintura. Desse modo, os riscos de intoxicação são prevenidos. Essa medi- da contribui também para que o profissional conheça todas as infor- mações de segurança e manuseio descritas sucintamente nas emba- lagens do produto. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA20 Além disso, por exigência do artigo 8 do decreto 2.657/98, é im- portante ter acesso à Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ), cuja função é fornecer informações detalhadas sobre os produtos. É possível obter essas fichas entrando em contato com os departamentos de assistência técnica das empresas fabrican- tes de tintas, solventes e outros produtos químicos usados no pro- cesso de pintura. Essas fichas são desenvolvidas de acordo com a Norma ISO 11014-1 e contêm as seguintes informações: • identificação do produto e da empresa fabricante; • composição e informações sobre ingredientes; • identificação de riscos; • medidas de primeiros socorros; • medidas de combate a incêndios; • medidas em caso de vazamento/derramamento; • transporte, manuseio e armazenamento; • controle de exposição/proteção pessoal; • propriedades físico-químicas; • estabilidade e reatividade; • toxicologia; • informações referentes à ecologia e ao meio ambiente; • descarte; • regulamentação pertinente; • outras informações. COLORIMETRIA 21 Na atividade diária do profissional de pintura, a embalagem do produto é a primeira fonte de informações a que o usuário tem aces- so. Em geral, as informações contidas na embalagem: • evitam confusões e erros de manipulação; • ajudam a organizar a prevenção; • auxiliam na compra do produto; • são importantes em caso de acidentes; • orientam sobre a gestão dos resíduos e a proteção do ambiente. A fim de garantir o conjunto de informações relevantes para a segurança e a proteção da saúde de quem manuseia o produto, o rótulo deve conter as seguintes informações: • nome da substância ou seu nome comercial; • dados do fabricante, importador ou distribuidor, endereço comercial, telefone, endereço eletrônico etc.; • símbolos e indicações de perigo para o manuseio e o uso da substância, bem como suas preparações; • orientações de como proceder em caso de intoxicação aci- dental; • prazo de validade do produto. O rótulo também pode apresentar símbolos que indicam o grau de periculosidade do produto. Veja o Quadro 3. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA22 Quadro 3 – Significado dos símbolos Significado Símbolo Descrição dos riscos Tóxico Substâncias e preparações tóxicas e nocivas que apresentam, mesmo em pequenas quantidades, perigo para a saúde. Nocivo Produtos que penetram no organismo por inalação, por ingestão ou através da pele. Inflamável Produtos facilmente inflamáveis, que se incendeiam em presença de uma chama, de uma fonte de calor (superfície quente) ou de uma fagulha. Corrosivo Substâncias corrosivas que danificam gravemente os tecidos vivos e também atacam os materiais. A reação pode ter relação com a presença de água ou de umidade. Explosivo Produtos que podem explodir em presença de fontes de calor, choques ou atrito. Perigo para o ambiente Substâncias muito tóxicas para a fauna e a vida aquática, e perigosas para a camada de ozônio. Fonte: ABNT. NBR 7.500. COLORIMETRIA 23 Tanto os rótulos (pela importância das informações contidas) quanto as próprias embalagens dos produtos usados no processo de pintura devem ser preservados e bem manuseados. Assim, os seguin- tes cuidados devem ser tomados com essas embalagens: • nunca retirar os rótulos das embalagens; • nunca reutilizar as embalagens de produtos químicos; • verificar as condições das embalagens (ferrugem, furos, amas- sados etc.) antes de manuseá-las; • nunca abrir tambores com o auxílio de maçarico (gerador de calor) ou de talhadeira (gerador de faísca), principalmente aqueles que contêm produtos inflamáveis. Alguns fabricantes de tintas e produtos para pintura têm uma parceria com o Centro de Atendimento Toxicológico (Ceatox), loca- lizado no Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da Univer- sidade de São Paulo (USP), no Complexo do Hospital das Clínicas em São Paulo. Por essa razão, apresentam em suas embalagens os telefones de contato com esse Centro. Anote os números e mantenha sempre em local de fácil visualização. O objetivo do Ceatox é fornecer informações especializadas sobre intoxicações agudas ou crônicas, acidentes intencionais ou ocupa- cionais, causados por medicamentos, produtos químicos, plantas ou drogas. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA24 Observação Em caso de emergência provocada pela exposição a algum tipo de produto químico, a pessoa deverá ser removida ime- diatamente para a unidade de pronto-socorro mais próxima. A embalagem do produto causador do acidente também de- verá ser levada, pois contém informações sobre o tipo de substância tóxica, o que será importante para o tratamento do acidentado. Se houver dúvida quanto ao tratamento, o médico responsável pelo atendimento deverá entrar em contato com o Ceatox, que rea- lizará uma rápida pesquisa no banco de dados toxicológicos e infor- mará ao médico o tratamento mais adequado para a intoxicação. Incêndio é fogo Além de tóxicos, os solventes, as tintas e os produtos químicos utilizados nas operações do processo de pintura são inflamáveis. Por isso, além das providências relacionadas aos cuidados no armazena- mento, já citadas na seção anterior, devem ser tomadas medidas se- melhantes nos locais em que esse material é utilizado. Assim, na área reservada às operações de pintura, seja em uma grande empresa ou nas oficinas, é preciso garantir as seguintes condições: • não haver acúmulo de lixo pelos cantos; • não existir improvisação nas instalações elétricas; COLORIMETRIA 25 • não ser permitido que as pessoas fumem; • utilizar exaustores na ventilação local para impedir a concen- tração de solventes, pois estes são fontes potenciais de ignição, o que traz riscos de explosão e incêndio; • manter a área (pintura separada da funilaria) distante de riscos de ocorrência de faíscas, altas temperaturas ou chamas; • conservar as saídas de emergência desobstruídas e devida- mente sinalizadas; • dispor de equipamentos de combate a incêndio (extintores/ hidrantes) em boas condições de uso; • manteros funcionários treinados para proceder em caso de incêndio, bem como na utilização correta dos extintores. Da mesma forma como acontece com os acidentes de intoxica- ção, incêndios poderão acontecer, mesmo quando todas as provi- dências de prevenção tiverem sido tomadas. Por isso, os hidrantes (dependendo do tamanho da oficina) e os extintores de incêndio são obrigatórios e indispensáveis nesses locais e devem ser carrega- dos anualmente e vistoriados todos os meses. Para utilizá-los corretamente é necessário: • saber manuseá-los; • conhecer em que ocasiões devem ser usados, isto é, que tipo de emergência (classe de fogo) a pessoa tem diante de si. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA26 Fogo classe A • Fontes: materiais sólidos (papel, tecido, madeira, plástico etc.). • Características: queimam em superfície e em profundidade e deixam resíduos após queimados (brasas, cinzas, carvão). • Tipo de extintor: tipo água pressurizada, que apagará o fogo por resfriamento. Figura 3 – Extintor tipo água pressurizada. Fogo classe B • Fontes: líquidos inflamáveis como óleo, solventes, gasolina, querosene etc. • Características: queimam somente em superfície e não deixam resíduos após queimados. • Tipo de extintor: extintor com pó químico seco, que age por abafamento e pode também ser usado em incêndios classe A e C, e extintor de gás carbônico (CO2), que age por resfria- mento. COLORIMETRIA 27 Figura 4 – Extintor de pó químico seco. Fogo classe C • Fontes: equipamentos elétricos energizados, como máquinas elétricas, fiações e quadros de força. • Tipo de extintor: extintor com gás carbônico, porque esse gás não é condutor de eletricidade. Figura 5 – Extintor de gás carbônico (CO2). EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA28 Observação Caso o circuito elétrico seja desligado, este tipo de incêndio passa a ser da Classe A. Fogo classe D tipo 1 • Fontes: materiais pirofóricos (magnésio, titânio, zinco, potás- sio, alumínio, zircônio e cálcio). Esses materiais são controla- dos pelas Forças Armadas. • Tipo de extintor: Pó Químico Seco Especial (PQSE), limalha de ferro, grafite, areia seca ou cloreto de sódio. O uso desses extintores deve obedecer à compatibilidade entre a fonte do fogo e o agente extintor. Figura 6 – Extintor de Pó Químico Seco Especial (PQSE). COLORIMETRIA 29 O Corpo de Bombeiros faz as seguintes recomendações quanto ao uso e ao manuseio dos extintores: • aprender a usar os extintores de incêndio; • conhecer os locais onde estão instalados os extintores e outros equipamentos de proteção contra o fogo; • nunca deixar obstruído o acesso aos extintores ou aos hi- drantes; • não retirar lacres, etiquetas ou selos colados ao corpo dos extintores; • não mexer nos extintores nem nos hidrantes, a menos que seja necessária a sua utilização. O local onde se localiza o extintor deve ser sinalizado com sinais como os mostrados na Figura 7. Figura 7 – Sinalização dos tipos de extintores. Se, apesar de todas as providências preventivas, ainda assim ocor- rer um incêndio, é preciso: EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA30 1. Avisar imediatamente as pessoas que estão próximas do fogo. 2. Iniciar o mais rapidamente possível o combate às chamas utilizando o extintor adequado à classe do fogo. 3. Avisar imediatamente a brigada de incêndio. Se em até 5 mi- nutos o fogo não estiver controlado, ligar para o Corpo de Bombeiros, cujo telefone deve estar sempre em local dispo- nível e de fácil acesso. Higiene também é segurança Além de bem ventilado e bem iluminado, o local de trabalho tam- bém deve estar limpo e organizado. E isso não é “luxo”. Uma oficina limpa e arrumada, além de proporcionar um ambiente de trabalho saudável para os profissionais que nela trabalham, confere confiabi- lidade ao trabalho executado, agregando valor ao serviço prestado ao cliente. A higiene deve começar pela aparência dos profissionais, que de- vem estar com uniformes limpos, passar pelo uso de equipamentos adequados de proteção individual e terminar no piso, que deve ser antiderrapante e isento de óleo, graxa ou outras substâncias escorre- gadias, a fim de proteger as pessoas contra o risco de acidentes. Observação Lixo, papéis, plásticos e outros materiais que facilmente pegam fogo devem ficar dentro de latões fechados e afastados da área de pintura. COLORIMETRIA 31 Os pedaços de pano, trapos e estopas embebidos em tinta, solven- te, gasolina ou outros produtos inflamáveis devem ser jogados em um balde com água, para evitar a possibilidade de incêndios. A varredura deve ser diária, mas realizada após o término do horário de trabalho a fim de proteger os funcionários dos contami- nantes presentes na poeira da oficina. A(s) pessoa(s) encarregada(s) dessa limpeza deverá(ão) usar os EPI necessários à execução desse tipo de tarefa. Descarte de tintas e proteção ao ambiente Como já extensamente explicado nas seções anteriores, as tintas, seus solventes e outros produtos químicos usados no processo de pintura são altamente poluentes por conta da presença de pigmentos e de compostos orgânicos em sua composição. A conscientização – dos profissionais e das empresas em geral – em relação aos danos ambientais que esses produtos provocam está contribuindo para o estabelecimento de políticas de proteção basea- das na legislação, que tende a ficar cada dia mais exigente. Em razão dessa legislação, é crime ambiental lançar resíduos do trabalho de pintura (borras de cabines de pintura, solventes, tintas e produtos inflamáveis) no solo, na água ou no ar. A Lei dos Crimes Ambientais no 9.605/98 pune com multa e pena de detenção de 1 a 5 anos. Em uma oficina de pintura, existem vários tipos de resíduos que, por sua natureza, são agressivos ao meio ambiente, como: EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA32 • restos de tintas; • solventes usados/sujos; • embalagens vazias de tintas, de solventes e de outros produtos tóxicos/inflamáveis; • filtros de tintas sujos; • papéis, panos, estopas sujos com tintas e solventes. Por serem prejudiciais ao ambiente, esses resíduos devem receber uma destinação adequada, a qual deve ser feita de acordo com orien- tação dos órgãos competentes. As orientações sobre a destinação de tudo o que sobrou do pro- cesso de pintura e que não pode ser reutilizado são as seguintes: 1. Jamais jogar restos de tinta, borras, solventes e outros pro- dutos químicos diretamente em ralos de águas pluviais (de chuva), esgotos ou terra, por causa dos riscos de incêndio, explosão por formação de gás nas tubulações e contamina- ção ambiental. 2. Armazenar os restos de tintas com alumínio e catalisado- res de massa poliéster (peróxido de benzoíla) em tambores metálicos bem fechados para evitar evaporação e reações químicas, pois provocam a contaminação do ambiente. As tintas com alumínio (trata-se de material pirofórico e, em contato com o ar carregado de hidrogênio, pode entrar em combustão espontânea) precisam ser armazenadas em tam- bores separados, cuja retirada deve ser solicitada às empresas especializadas. Em geral, essa retirada é feita gratuitamente. COLORIMETRIA 33 3. As borras de tinta podem ser comercializadas com empresas recuperadoras de tintas, que deverão possuir a autorização para descarte e manipulação desses resíduos, de modo a evitar que venham a causar qualquer tipo de acidente am- biental. No ato de recolhimento deverá ser emitido o Certifi- cado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental (CADRI) pela empresa recolhedora. 4. As embalagens vazias devem ser guardadas e doadas para instituições que se encarregam de providenciar sua respec- tiva reciclagem. 5. Resíduos de filtros, estopas, papéis e panos descartáveis devem ser incinerados por empresas autorizadas pelos ór- gãos ambientais. Alguns tipos de panos podem ser reutili- zados se lavados por empresas especializadas. Esse tipo de resíduo não pode de maneira alguma ser descartado com olixo comum, pois esses materiais contêm um alto índice de contaminantes impregnados, necessitando também de um descarte apropriado, feito por empresas credenciadas junto aos órgãos ambientais. 6. Resíduos de tinta à base de água deverão ser acondicionados em recipientes plásticos para evitar a evaporação e contami- nação. Alguns fabricantes de tinta à base de água possuem produtos químicos próprios para limpar a água resultante do processo de lavagem de pistolas. Isso faz com que a parte sólida da tinta se separe do líquido, permitindo a filtragem e o reaproveitamento dessa água para limpeza. Essa água, mesmo limpa, não deve ser descartada diretamente na rede de esgoto, e a borra deve ser encaminhada para o descarte conforme o item 3. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA34 Observação Constituição Federal de 1988, art. 225: Todos têm direito ao meio ambiente equilibrado. É um bem de uso comum do povo. O Poder Público e a coletividade têm o dever de defendê-lo. 2. O que é tinta? Composição básica da tinta Denominação da tinta É um sistema de fluido que se aplica sobre um substrato (chapa) de um veículo automotor. Após a secagem, forma-se uma película plástica, sólida e uniforme, cuja finalidade é proporcionar proteção e beleza. Proteção As tintas conferem proteção contra diversos agentes e intempé- ries: • Umidade do ar e oxigênio: agentes que provocam uma rápida deterioração da chapa, em consequência da oxidação, que oca- siona a corrosão. • Partículas sólidas (areia, pedras, poeira etc.): fatores que pro- vocam atrito. • Vapores: agentes que provocam desgastes. • Raios solares: agentes que dissipam o calor no metal e afetam a estrutura. O QUE É TINTA?36 • Detritos de pássaros e frutas de árvores: elementos que cau- sam sujeira e manchas. Beleza As tintas visam melhorar a aparência dos veículos, atribuindo- -lhes características distintas como: • Efeito: cor, suavidade e textura da superfície. • Atrativos: reflexão de imagem e profundidade, brilho. • Dimensão: adição de efeito metálico ou perolizado. Composição básica da tinta A tinta automotiva tem como elementos básicos os pigmentos, as resinas, os aditivos e os solventes. Veja, a seguir, qual o papel de cada um deles. Pigmentos São responsáveis pela cor e cobertura e se subdividem em: • cubrentes, usados em cores sólidas; • semitransparentes (amarelo transparente etc.); • transparentes, os quais, quando combinados com alumínio e mica, formam as cores metálicas e peroladas; • pigmentos de alumínio (metálicos); • pigmentos de mica (perolados). COLORIMETRIA 37 Resinas São responsáveis pela aderência, flexibilidade, dureza, brilho etc. Também determinam o rendimento e as características de cada linha. As mais utilizadas são: poliuretanas, base poliéster, laca acrílica, laca nitrocelulose e alquídicas (esmalte sintético). Aditivos São responsáveis por conferir características especiais à tinta. En- tre outros, os mais usados são: antiespumante, plastificante, elastifi- cante com filtro solar (para raios ultravioleta), secante, nivelador. Solventes São responsáveis por dissolver a resina a fim de facilitar a aplica- ção, também ajudando no alastramento e na secagem. Os mais cor- rentes são: acetato de butila, acetato de etila, acetato de butil glicol, xilol etc. Denominação da tinta As tintas recebem sua denominação de acordo com o grupo a que pertencem. Por aplicação final • Original – tinta fornecida à montadora. O QUE É TINTA?38 • Repintura – tinta fornecida a pontos de venda, oficinas e con- cessionárias. Por sequência de aplicação • Preparação – massas e primers. • Acabamento – conforme a cor final do veículo. Por seus componentes • Secagem ao ar (oxidação): se dá com a evaporação dos sol- ventes. Exemplos: laca nitrocelulose, base poliéster. • Secagem por aquecimento: se dá por elevação de temperatu- ra, reduzindo o tempo de secagem convencional. Exemplo: ondas eletromagnéticas (painel de secagem). • Secagem por reação química: se dá pela polimerização, ou seja, quando mesclamos dois componentes (mistura catalisa- da). Exemplos: esmalte poliuretano, verniz, primers, etc. 3. A teoria da cor e o mundo em que vivemos A cor na nossa vida Atributos cromáticos O que entendemos por cor? Existem várias definições para expli- car essa palavra, uma delas é de que se trata da impressão visual produzida pelos raios de luz decompostos − matiz, tom e matéria corante. Existem definições mais específicas de cor, por exemplo: • Quimicamente: relacionada à excitação química dos átomos, resultando em uma impressão colorida. • Fisicamente: é a incidência das ondas eletromagnéticas sobre um substrato pigmentado, refletindo o comprimento de onda característico do objeto colorido. • Artisticamente: é uma forma de expressão. É também um fenômeno psicofísico, pois pode ser observada através das on- das eletromagnéticas (fenômeno físico) e interpretada em nosso cérebro (psíquico). Todas essas definições estão corretas, mas a cor é, sobretudo, uma impressão subjetiva. Por exemplo, se houver um objeto colorido e dez pessoas responderem de que cor é composto, pode ser que se chegue a dez opiniões diferentes a respeito de sua coloração. A TEORIA DA COR E O MUNDO EM QUE VIVEMOS40 A cor na nossa vida As cores fazem parte do nosso dia a dia e sempre exercem in- fluência, seja no momento de comprar uma roupa ou de escolher um carro. Figura 1 – Cores quentes e estimulantes. O vermelho, o laranja e o amarelo são conhecidos como cores quentes e estimulantes. Figura 2 – Cores frias e tranquilizantes. O azul-ciano, o azul-anil e o violeta são conhecidos como cores frias e tranquilizantes. Figura 3 – Cores repousantes e estáticas. O verde-oliva, o verde-folha e o verde-limão são conhecidos como cores repousantes e estáticas. COLORIMETRIA 41 Os ambientes que costumamos frequentar são exemplos de como a cor nos afeta. Veja-se, por exemplo, as casas noturnas que costu- mam apresentar tons escuros, a fim de criar um clima propício para paquerar. Já nos hospitais as cores geralmente são claras, a fim de acalmar as pessoas. Atributos cromáticos Os atributos cromáticos são tonalidade, luminosidade e satura- ção. Vejamos cada um deles. Tonalidade É a grandeza que caracteriza a qualidade da cor, permitindo di- ferenciá-la. Luminosidade É a qualidade que caracteriza o grau de claridade da cor, ou seja, se é mais clara ou mais escura. Saturação É a qualidade que caracteriza a pureza da cor. Quando a cor não se encontra misturada, fala-se que está mais limpa ou pura. Já quan- do está misturada, fala-se que está mais suja ou pálida. A TEORIA DA COR E O MUNDO EM QUE VIVEMOS42 É importante entender que, para julgar uma cor, é sempre neces- sário ter outra cor para efeito de comparação. Por exemplo, um mixing para tingimento de cor vermelha é por si só vermelho, mas comparado com outro vermelho poderá revelar que não se trata de vermelho puro, e sim de um vermelho avioletado. Além disso, tam- bém irá parecer relativamente sujo quando confrontado com outro vermelho. Por isso, o único meio de visualizar a cor é através de comparação, para que se possa dizer algo a respeito da direção que a cor está tomando. A cor e a indústria Como podemos observar na Figura 4, as cores estão em todos os segmentos da indústria, que as utiliza para tornar seus produtos mais atrativos, influenciando na preferência de seus consumidores. Figura 4 – Cores nos segmentos: alimentício, farmacêutico, construção civil e automobilístico. M ichael/Creative Com m ons Anton_Petrus/Thinkstock e-M arginal Art/Creative Com m ons Axion23/Creative Com m ons 4. A teoria da luz e cor O que é a luz? Se você estivesse sentado em uma sala escura, repleta de objetos de cor branca, o que veria? Absolutamente nada, pois você não seria capaz nem sequer de ver a própria mão em frente ao rosto. Isso ocorre porque precisamos de luz para enxergar. Em geral, essa luz é irradiadade objetos extremamente quentes. O primeiro que vem à mente é o sol, mas, para enfrentar a noite, o homem in- ventou a vela e a lâmpada, que possuem luz própria. Esses objetos são chamados de fontes de luz e emitem raios em várias direções (Figura 1). Se existir uma fonte de luz em uma sala, todos os objetos ali pre- sentes serão iluminados por seus raios, que serão refletidos. Se você estiver sentado em frente a algum desses objetos, os raios refletidos incidirão em seus olhos como se estivessem vindo diretamente do objeto. É dessa maneira que os objetos à sua volta podem ser vistos. Como mencionado, para ser possível visualizar um objeto, temos que ter uma fonte de luz incidindo sobre ele. Para tanto, conclui-se que são necessários três fatores: o iluminante, o objeto e o receptor (Figura 2). A TEORIA DA LUZ E COR44 Figura 2 – Iluminante, objeto e observador. Figura 1 – Fontes de luz sobre os objetos. vela lâmpada fluorescente (luz fria) lâmpada incandescente Sol • Luz fluorescente: pode amarelar ou azular a cor. • Luz incandescente: pode amarelar a cor. Bryan Brennem an/Creative Com m ons Fom kin/Creative Com m ons cabezadeturco/Creative Com m ons N ilssen/Creative Com m ons COLORIMETRIA 45 O que é a luz? Luz é a energia que se propaga em linha reta aproximadamente a 300.000 km/s. É uma onda eletromagnética e está associada a uma frequência. Figura 3 – Representação da frequência das ondas de luz (comprimento de ondas). Existe uma ampla gama de ondas eletromagnéticas, da qual ape- nas uma pequena faixa – conhecida como faixa visível – pode ser observada na Figura 4. Utilizando um prisma triangular de vidro, Isaac Newton observou que a luz branca (luz do sol) que incidia nesse prisma se separava. Esse fenômeno ficou conhecido como difração da luz (Figura 5). Também se pode afirmar que cada cor, quando sobre ela incide um raio de luz branca, emitirá uma frequência de onda eletromag- nética. Portanto, é possível distinguir as cores por causa das diferentes velocidades. A cor mais lenta é o violeta, por apresentar o menor comprimento de onda. Em contrapartida, a vermelha é a mais rápida. A TEORIA DA LUZ E COR46 A soma das velocidades de todas as cores do arco-íris resulta na ve- locidade da luz branca. O espectro visual é uma pequena parte do vasto campo de ondas eletromagnéticas. Existem sete cores distintas que são conhecidas como cores espectrais. Figura 5 – A experiência de Isaac Newton. Figura 4 – Representação da faixa visível ao olho humano. COLORIMETRIA 47 As sete cores espectrais são: azul-violeta, azul-anil, azul-ciano, verde, verde-limão, vermelho-alaranjado e vermelho-magenta. Figura 6 – Representação do arco-íris. Veja nas figuras a seguir como o tipo de intensidade de luz pode alterar a cor. Figura 7 – Madrugada. Figura 9 – Meio-dia. Figura 11 – Nublado, Figura 8 – Amanhecer. Figura 10 – Entardecer. M ike Lew inski/Creative Com m ons ninode/Thinkstock yuzbang/Thinkstock M akcoud/Thinkstock Ingram Publishing/Thinkstock A TEORIA DA LUZ E COR48 Observação A intensidade da luz natural varia de acordo com a posição do Sol e a hora do dia e com as condições do tempo, fatores que interferem na observação das cores. A luz artificial também pode influenciar. 5. Pigmentos Como os pigmentos estão ligados diretamente à maneira como são vistos, pode-se concluir que o reflexo do objeto será de acordo com suas características. O pigmento branco tem a característica de refletir todas as cores do espectro, que são as cores que compõem a luz branca pura (luz do Sol). O pigmento preto, ao contrário, tem como característica absorver todas as cores do espectro, e na ausência de luz o que se vê é o escuro. Já os pigmentos coloridos refletem apenas as cores que não são absorvidas, caracterizando assim as suas próprias cores. Na Figura 1, são vistas todas as cores do espectro incidindo sobre um objeto. O pigmento vermelho está absorvendo todas as outras cores e refletindo apenas o vermelho, que é sua cor predominante. PIGMENTOS50 Figura 1 – Representação da luz do Sol com todas as cores do espectro. Com cores claras os próprios pigmentos têm que criar o poder de cobertura; já em cores metálicas são as partículas de alumínio que cuidam disso. O pigmento alumínio consiste em finas placas que se sobrepõem. No caso dos pigmentos transparentes, a luz os atravessa e incide sobre as placas de alumínio, transformando-as em minúsculos espe- lhos. Assim a combinação de pigmentos transparentes e pigmentos de alumínio cria certa profundidade na cor, assegurando também um alto poder de cobertura. Já os pigmentos de mica atuam de maneira diferente. Eles con- sistem em pequenas lascas de mica com aproximadamente 0,4 mi- crons de espessura, sobre as quais são aplicadas finas camadas de dióxido de titânio ou de óxido de ferro. Dependendo da espessura da camada total de dióxido de titânio, os raios de luz que incidem são de certa maneira quebrados, criando assim vários efeitos de cores. Uma cor que não muda quando vista de um ângulo diferente apresenta um efeito de pérola. Já quando muda apresenta um efeito de madrepérola. Esses pigmentos de mica são extremamente trans- COLORIMETRIA 51 parentes, sendo em alguns casos necessária a aplicação de uma base ao substrato. Os mixings de tingimento são classificados de acordo com o tipo de pigmento. Isso nos dá a seguinte divisão: • mixings de tingimento transparentes (mica/pérola); • mixings de tingimento semitransparente (vermelho transpa- rente etc.); • mixings de tingimento cubrentes (cores sólidas); • mixings de tingimento alumínio; • mixings de tingimento pérola ou madrepérola. Figura 2 – Refração da luz na superfície pintada com sistema tri-coat. Figura 3 – Refração da luz na superfície pintada com tinta metálica. Com o passar do tempo, as técnicas de pintura foram se modifi- cando, fazendo com que as indústrias de tinta criassem novos pro- dutos com maior resistência e qualidade. Isso trouxe a evolução dos pigmentos e, com a profusão de cores que podem ser alcançadas, tornou esse segmento muito rico. PIGMENTOS52 Hoje os pigmentos são divididos em dois grandes grupos: inor- gânicos e orgânicos. Pigmentos inorgânicos São obtidos de alguns materiais minerais: • dióxido de titânio; • cromato de zinco; • óxido de ferro, entre outros. Pigmentos orgânicos São conseguidos através de sínteses orgânicas complexas: • amarelo-hansa; • vermelho de toluidina; • violeta-dioxazina, entre outros. Veja o Quadro 1. Quadro 1 – Características dos pigmentos Inorgânicos Orgânicos Densidade + denso - denso Tamanho de partícula maiores menores Cor (variedades e tipos) + baixa + alta Resistência (química, térmica e à luz) maior menor Preço + baixo + alto COLORIMETRIA 53 Normalmente, para se chegar à cor desejada, é preciso adicionar vários mixings para o tingimento. Isso significa que existirão vários pigmentos com pesos, formas e estruturas diferentes, o que não será problema se as técnicas corretas de aplicação forem utilizadas. Entretanto, se for aplicada uma camada muito molhada, o peso, a forma e a estrutura dos pigmentos poderão causar uma mudança de cor, pois o pigmento da tinta poderá ir para o fundo ou então subir para a superfície. Esse fenômeno é chamado de flotação. Em cores sólidas existe uma pequena chance de isso acontecer. Já nas cores metálicas e perolizadas o fenômeno ocorre com mais fre- quência. Logo, evite aplicar uma demão mais carregada, pois poderá ocasionar uma alteração visível na cor. Se a cor for metálica, a forma do alumínio em camadas aumentará as chances de haver flotação. Já nos pigmentos cubrentes esse risco é menor. Por isso, esteja sempre atento aos sistemas de repintura. Figura 4 – Exemplos de flotação em superfícies pintadas. 6. Metameria Como já mencionado, a cor dos objetos é determinada pelos pig- mentos. Ao incidir uma luz branca em um objeto colorido qualquer, eleabsorverá todas as cores, refletindo apenas uma – a porção da- quela luz para a qual os pigmentos são sensíveis. Ilumine um objeto verde com uma lâmpada puramente vermelha. Somente os raios vermelhos alcançarão o objeto verde. Como pig- mentos verdes apenas refletem luz verde, nesse caso nada será refle- tido e, como consequência, nada será visto. Naturalmente, trata-se de um objeto só de pigmento verde que está sendo iluminado por uma luz vermelha pura. Se a luz não for puramente vermelha e con- tiver uma pequena porção de raios verdes, o objeto será percebido como sendo quase preto; isso significa que o pigmento e a fonte de luz determinam a cor que você acabou de ver. O profissional de repintura se depara diariamente com esses pro- blemas. Veja este exemplo: algumas partes de um veículo de cor ama- rela foram repintadas. O cliente retirou o veículo à noite, mas retor- nou no dia seguinte reclamando que, ao voltar para casa, verificou que, sob as luzes da rua, a área reparada ficou mais amarela, embora ele não tivesse notado a diferença na oficina. Além dos pigmentos METAMERIA56 amarelos, a cor original do veículo também possuía pigmentos ver- melhos. Por sua vez, as lâmpadas instaladas na oficina não irradia- vam quase nenhuma luz vermelha. Nessa luz, o carro parecia ser apenas amarelo, o que levou o pintor a usar amarelo puro no reparo, pois lhe pareceu perfeito sob a luz da oficina. Entretanto, a luz da rua continha alguma luz vermelha, que foi refletida pela tinta original do veículo, mas não pela tinta utilizada no reparo, a qual não continha pigmentos vermelhos. Resultado: uma evidente diferença de cor. Esse fenômeno é chamado de metameria. Para que os profissionais de repintura não se deparem com esse problema, devem estar sempre atentos a dois pontos: • Procurar manter-se fiel à fórmula, pois estas já foram testadas exaustivamente em laboratório em relação ao metamerismo. • Se tiver que comparar as cores sob luz artificial, certificar-se de que essa luz se aproxima o máximo possível da luz natural (luz do Sol). Ela não deverá ser nem muito amarela nem tão vermelha ou tão azul, já que poderia passar uma impressão errada da cor real. Alguns tipos de lâmpadas fluorescentes se aproximam da luz branca pura. Certifique-se de que essas lâmpadas estejam instaladas em uma área pintada com uma cor neutra, cinza-claro, branco-fosco ou acetinado. Desse modo você não terá influência de paredes bri- lhantes na área de verificação. Veja nas Figuras 1 e 2 exemplos da influência da luz. COLORIMETRIA 57 Figura 1 – Influência correta da luz do Sol na observação de tonalidade. Figura 2 – Influência da lâmpada incandescente. O fenômeno da metameria é mais intenso em cores fortes, porém pode ocorrer em cores claras. Também pode acontecer nas cores metálicas por causa das próprias características de reflexão da luz nesse sistema. 7. Fundamentos do sistema tintométrico Todo sucesso da atividade de pintura está baseado na reprodução exata da tinta a ser utilizada na reparação. Os fabricantes de tintas fornecem um conjunto de fórmulas para que os revendedores pos- sam reproduzir todas as nuances de cor existente. Para a reprodução de uma cor na oficina, temos a necessidade de contar com uma má- quina capaz de misturar os diversos pigmentos de uma só vez, per- mitindo sua utilização individualmente. Nasceu dessa necessidade o armário de mescla ou sistema tintométrico. Essa máquina consiste de um motor com uma haste acoplada transversalmente passando por diversas prateleiras contendo os pigmentos. Esse sistema traz no bojo a necessidade de um computador com o programa tintométrico, vendido pelos fabricantes de tintas, junto com as bases e um contrato de fornecimento exclusivo. Para o acerto de cores nas oficinas, entendemos que o profissional colorista deverá ter adquirido capacitação técnica compatível ao car- go – o que facilitará sobremaneira o trabalho –, bem como os equi- pamentos necessários (balança de precisão) para a atividade. Esta requer que o colaborador tenha uma excelente saúde visual e domi- FUNDAMENTOS DO SISTEMA TINTOMÉTRICO60 ne técnicas de discernimento de direção de cor (tonalidade), satura- ção e luminosidade (atributos cromáticos). O desenvolvimento de uma cor começa com a utilização da fór- mula, que indica ao profissional quais são as bases que a compõem. Para facilitar o processo podemos utilizar um aparelho chamado espectrofotômetro, que mostra a curva da cor na amostra (corpo de prova) em três ângulos diferentes (25º, 45º e 75º), possibilitando sua correção. Figura 1 – Espectrofotômetro. Devemos observar se vale a pena adquirir esse sistema, pois só haverá compensação no caso de a oficina ter um giro na ordem de no mínimo 60 veículos/mês. Isso porque, embora com enorme impacto visual nos clientes mais tradicionais da oficina, o custo de manuten- ção do sistema é demasiado alto na aquisição da primeira carga. Uma das vantagens no uso desse sistema é a diminuição do tem- po utilizado no acerto de cores, bastante frequente nas oficinas de reparação, na medida em que o técnico precisa se deslocar pessoal- mente a fim de observar o veículo para um efetivo acerto de cor, COLORIMETRIA 61 estabelecendo ao mesmo tempo um banco de dados de cores dos veículos reparados, para que das próximas vezes já se tenha a refe- rência de cor do veículo (fórmula exata). No caso de sobras de tinta, elas podem ser armazenadas em latas bem fechadas e podem ficar meses aguardando sua futura utilização, até que percam sua validade. A importância dada a todos esses detalhes fará com que você, profissional de pintura, tenha resultados cada vez melhores, contan- do com o retorno de clientes satisfeitos, que indicarão sua oficina para novos trabalhos. 8. Variação de cor Principais causas da diferença de tonalidade Ao se observar a pintura original de um veículo, é possível per- ceber que existe uma variação de tonalidade de uma mesma cor de um carro para outro, ainda que do mesmo modelo. Isso tem ocor- rido com bastante frequência, e hoje várias cores apresentam esse problema. Existem diversos fatores que colaboram para essa dife- rença, como: • Produção: cada fábrica tem sua própria linha de montagem, em diversos locais. • Processo: pode variar de acordo com a especificação da em- presa. • Pessoas: fatores culturais distinguem as pessoas de vários pon- tos da produção e as técnicas de aplicação de produtos. • Materiais: Vários fornecedores e lotes diferentes. Hoje, existem vários produtores de carros, cada um com o próprio programa de fornecimento de cores, com cerca de dez cores ou mais, algumas vezes vinte. Com o decorrer dos anos esses programas pas- sam por diversas mudanças, contribuindo para que surjam novas VARIAÇÃO DE COR64 cores no mercado. Isso faz com que o pintor se depare com centenas de cores. Se todas essas cores fossem constantes em termos de tonalidade, então esse leque de cores tremendamente variado não seria um pro- blema muito grande para o pintor ou o produtor de tintas para re- pintura automotiva. Mas essa não é a realidade. Embora produtores de carros e fabricantes de tintas automotivas se esforcem para alcançar 100% de constância na tonalidade dos veí- culos, isso se torna impossível, por conta dos múltiplos fatores que influenciam o processo de produção. É comum um mesmo produtor de veículos adquirir tinta para uma mesma cor de diferentes fabri- cantes. Outro motivo são veículos de mesma marca e de mesmo mo- delo produzidos em fábricas diferentes, muitas vezes localizadas em regiões diferentes. Nesse caso, elementos como temperatura local e umidade vão influenciar, assim como as diferenciadas técnicas de aplicação e o desempenho de sistema, que varia de fábrica para fábrica, podendo exercer, ainda que de forma limitada, uma variação da cor final do veículo. Todos esses fatores contribuem para que seja impossível fabricar uma mesma cor de carro que seja 100% constante.Por isso, é pouco provável que a busca pela perfeição seja completamente satisfeita. Ainda assim, os profissionais de repintura têm sido bem-sucedidos em atingir um grau satisfatório. COLORIMETRIA 65 Principais causas da diferença de tonalidade Veja algumas das causas da diferença de tonalidade causadas na linha de pintura da montadora. Falta ou excesso de camada de tinta A falta de camada deixa o filme transparente, tornando a cor mais clara. Já o excesso deixa o filme mais espesso, o que torna a cor mais escura. Nesses casos a cor do primer pode ser um fator importante e acabar influenciando no resultado final. Pintura carregada ou pulverizada A pintura carregada deixa a tinta mais escura. Já a pulverizada (empoeirada) deixa a tinta mais clara. Rodízio de pintores/ Equipamento descalibrado A constante troca de pintores pode alterar a cor, pois cada um tem uma forma de aplicá-la. O equipamento utilizado na pulverização também pode contri- buir para a mudança de tonalidade. Excesso de cura A exposição da pintura ao calor por tempo prolongado pode al- terar a cor. VARIAÇÃO DE COR66 Troca de padrão Quando uma cor fica durante muito tempo em linha, é comum surgirem variações, por conta da mudança na linha de pintura, no tipo de equipamento, no fornecedor de tinta etc. São exemplos: • Vermelho-naval e vermelho-naval I – GM. • Verde-sirius I e verde-sirius II – VW. • Prata-texas I e prata-texas II – Ford. • Azul-caribe I e azul-caribe II – Fiat. Também existem os problemas com as tintas, pois elas podem sofrer alterações como as que serão vistas a seguir. Correção de lote Durante a aplicação da tinta na linha de pintura da montadora, podem surgir problemas que levem o fabricante de tinta a fazer al- guma alteração. A mais comum é a aditivação, que pode ser por fervura, alastra- mento, crateras, secagem etc. Problemas de estabilidade A tinta armazenada por longo tempo acaba sofrendo dois tipos de problemas: COLORIMETRIA 67 • Sedimentação: parte sólida no fundo e parte líquida em cima. Quando isso ocorre, a simples homogeneização já corrige o problema. • Precipitação: como na sedimentação, ocorre a separação, po- rém mesmo fazendo a homogeneização o problema não é re- solvido. A tinta fica imprópria para uso. Problemas de resistência às intempéries O uso de matérias-primas com deficiência causa a queda da qua- lidade e a tinta fica com dificuldade de resistir ao sol, à chuva, ao sereno, à lavagem com solupan etc. 9. Cuidados para uma boa reprodução de cor Não basta apenas que a tinta seja boa, que a linha de ar esteja em excelentes condições e não apresente problemas, o profissional da pin- tura também precisa fazer a sua parte, do contrário todo o processo ficará comprometido. Veja alguns cuidados que você deve ter quando for executar um reparo, para que a cor tenha uma boa reprodução. Homogeneização É importante fazer a correta homogeneização de maneira adequa- da, a fim de evitar problemas de tonalidade, que ocorrem justamen- te quando a tinta não é bem misturada, pois nessa etapa alguns pig- mentos estão sedimentados. Viscosidade A viscosidade da tinta deve estar de acordo com as recomenda- ções do fabricante. Se a viscosidade estiver muito baixa (tinta fina), deixará a cor mais clara; se estiver alta (tinta grossa), deixará a cor mais escura. CUIDADOS PARA UMA BOA REPRODUÇÃO DE COR70 Thinner/Solvente Esta etapa também é muito importante, pois o uso inadequado de um thinner/solvente acarretará mudanças nas características do produto. Por exemplo, se for acrescentado mais thinner do que o indicado em uma cor metálica, o resultado será uma cor mais clara, o que afetará também sua durabilidade. Além disso, thinners de bai- xa qualidade podem interferir na tonalidade. Temperatura e umidade Fique atento a esses dois fatores, pois dependendo da temperatu- ra e da umidade relativa do ar, tanto o alastramento quanto a secagem da tinta serão alterados, o que terá como reflexo uma mudança de tonalidade (ver Quadro 1). Pistolas As pistolas de pintura também desempenham papel fundamental, pois têm configurações diferentes, como capa de ar, bicos e agulhas. Por isso, a quantidade de tinta pulverizada em um sistema conven- cional será diferente na comparação com um sistema HVLP. Desse modo, a pistola de pintura acaba sendo uma ferramenta importante para uma correta reprodução de cor (ver Quadro 1). Pressão, velocidade e distância de aplicação Esses fatores também contribuem para uma boa reprodução de cor e devem ser considerados na hora de pintar. Quanto maior a COLORIMETRIA 71 pressão, mais clara a cor ficará; quanto menor a pressão, mais escura ela ficará (ver Quadro 1). Camada de tinta A camada de tinta pode variar de acordo com a cor, com o equi- pamento, com o profissional aplicador, bem como com o tipo de tinta utilizado na pintura. Cobertura da tinta Algumas linhas de tintas necessitam de um número menor de demãos, por conta da quantidade de sólidos existentes em sua com- posição. O Quadro 1 mostra algumas situações em que a cor poderá ser variada. Quadro 1 – Condições que podem influenciar a tonalidade da cor Para se... Clarear a cor Escurecer a cor Grau de influênciaDeve-se variar... Condições da oficina • Temperatura • Umidade • Ventilação alta baixa alta alta baixa alta pequena pequena pequena Condições e ajuste do equipamento • Bico de pistola • Válvula de saída da pistola • Abertura do leque • Capa de ar • Pressão de ar da pistola orifício pequeno fechada grande fluxo alto alta orifício grande aberta pequena fluxo baixo baixa grande grande grande grande grande (continua) CUIDADOS PARA UMA BOA REPRODUÇÃO DE COR72 Para se... Clarear a cor Escurecer a cor Grau de influênciaDeve-se variar... Processo de pintura • Distância da pistola • Velocidade de aplicação • Intervalo entre as demãos grande rápida grande pequena lenta pequeno grande grande grande 10. Cores primárias e secundárias Cores primárias Cores secundárias Mistura de cores Cores primárias AZUL VERMELHO AMARELO Figura 1 – Cores primárias. Com as cores primárias podemos alcançar outras cores. Para isso, teremos que fundir duas cores primárias em quantidades iguais. CORES PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS74 Cores secundárias VIOLETA VERDE LARANJA Figura 2 – Cores secundárias. Mistura de cores A partir da mistura das cores primárias com as secundárias, ob- têm-se as demais cores, chamadas de cores terciárias, conforme pode ser observado no Quadro 1. Quadro 1 – Mistura de cores AMARELO LARANJA amarelo + azul = verde laranja + azul = marrom amarelo + branco = amarelo-claro laranja + branco = laranja-claro amarelo + laranja = laranja laranja + preto = laranja-escuro amarelo + preto = amarelo-escuro esverdeado laranja + verde = castanho amarelo + verde = amarelo-esverdeado laranja + vermelho = abóbora amarelo + violeta = marrom laranja + violeta = marrom COLORIMETRIA 75 VERMELHO VIOLETA AZUL VERDE vermelho + azul = violeta violeta + azul = anil vermelho + branco = rosa violeta + branco = lilás vermelho + preto = marrom-escuro violeta + preto = violeta-escuro vermelho + verde = preto azul + branco = azul-claro verde + branco = verde-claro azul + preto = azul-escuro verde + preto = verde-escuro azul + verde = turquesa verde + violeta = preto violeta + vermelho = vinho 11. Técnica das cores opostas Eixos de observação dos atributos cromáticos Hoje, no mercado de coloristas, muitos profissionais costumam ajustar tintas utilizando a técnica de cores opostas para corrigir even- tuais diferenças de tonalidade. Dependendo da quantidade acrescen- tada de uma cor em outra, teremos a possibilidade de formação de novas cores. • vermelho + verde = preto • azul + amarelo = verde • branco + preto = cinza Da mesma maneira, misturando cores diferentes, é possível obter variações de uma cor. • vermelho + preto = marrom • laranja + azul = marrom TÉCNICA DAS CORES OPOSTAS78 Figura 1 – Coresopostas que se anulam. Eixos de observação dos atributos cromáticos Figura 2 – Eixos dos atributos cromáticos. amarelo corta azul verde corta vermelho saturação lu m in o si da de direção branco corta preto azul corta amarelo vermelho corta verde preto corta branco COLORIMETRIA 79 Na Figura 2 pode-se observar como é representada a teoria das cores opostas. Porém só a utilize em último caso, pois você poderá distorcer sua tinta de maneira irrecuperável. A partir de agora, comece a analisar as cores que terá que ajustar, observando como a cor está em relação ao veículo a ser pintado, de acordo com os atributos cromáticos. • Visualizar a luminosidade: se a cor está mais clara ou mais escura em relação ao veículo. • Visualizar a saturação: se a cor está mais limpa ou mais suja em relação ao veículo. • Visualizar a tonalidade: se a cor está mais amarelada, esver- deada ou avermelhada. Assim, ao iniciar um ajuste de cor, verifique esses três elementos antes de fazer qualquer alteração na tonalidade. Figura 3 – Direção das cores. Amarelo Azul Verde Vermelho TÉCNICA DAS CORES OPOSTAS80 A Figura 3 mostra como analisar a direção de uma cor. Se a cor for acromática – branco, preto, cinza ou prata, cinza-metálico –, ela pode seguir qualquer uma das tendências apresentadas na Figura 3. Porém, se a cor for cromática – amarelo, vermelho, azul ou verde (lisa, metálica ou perolada) –, estará sempre seguindo o sentido ho- rário ou anti-horário. Um azul, portanto, nunca pode estar amarelo, pois ele apenas poderá estar avermelhado ou esverdeado. Assim como um amarelo nunca pode estar azulado, já que só poderá estar avermelhado ou esverdeado. P R IM Á R IA S PR IM ÁR IAS PRIMÁRIAS Figura 4 – Tendência das cores no círculo cromático. Estúdio DAÓ 12. Cores metálicas Figura 1 – Partículas de areia verde. As cores metálicas, por complexidade, são mais sensíveis à varia- ção de cor que as cores lisas, pois sua pigmentação é sempre com- posta por pigmentos opacos ou transparentes mais o pigmento alu- mínio e pérola, que variam no tamanho da partícula. CORES METÁLICAS82 Tipos de alumínio Existem diversos tipos de alumínio, de vários tamanhos de par- tículas e tonalidades, variando do mais fino para o mais grosso, do mais acinzentado para o mais prateado. Hoje, o mercado oferece alumínios finos, superfinos e extrafinos. Veja quais os efeitos desses tipos de alumínios nas cores. Alumínio fino • Tonalidade acinzentada. • Os alumínios finos clareiam o ângulo e sujam a frente Figura 2 – Visualização da tinta metálica aplicada. alumínio fino frente acinzentada, escura ângulo limpo, leitoso COLORIMETRIA 83 Alumínio grosso • Alumínio grosso, supergrosso, extragrosso e brilhante. • Tonalidade prateada. • Os alumínios grossos clareiam a frente e sujam o ângulo. Figura 3 – Visualização da tinta metálica aplicada Tipos de pérolas As pérolas podem ser divididas em dois grupos: • As pérolas de efeito, que no geral clareiam em todos os ângu- los. • As pérolas de interferência, que podem apresentar cores dife- rentes em ângulos diferentes. ângulo sujo, escuro frente clara, prateada alumínio grosso CORES METÁLICAS84 Cuidados para o tingimento de tintas Alguns pigmentos têm comportamento distinto quando adicio- nados em cores metálicas. É comum nas cores metálicas e peroladas, quando não se usa a mesma pigmentação para reprodução da cor original, utilizarmos o pigmento branco para limpar o ângulo. Não se esqueça de que o pigmento branco, não sendo transparen- te, vai esconder o alumínio ou a pérola e diminuir o brilho. Por isso, sempre tenha muita atenção ao utilizar esse pigmento, pois ele deve ser invariavelmente adicionado em pequenas quantidades, caso con- trário, a tinta poderá ser perdida. Alguns efeitos que esse pigmento pode provocar na cor: • Branco: suja a frente e deixa o ângulo leitoso. • Branco microtitânio (micronizado): suja a frente e deixa o ân- gulo leitoso e azulado. Existem também alguns aditivos que são utilizados para tingi- mento: • Aditivo fosqueante: diminui o brilho, deixa a cor mais clara e leitosa. Observação Nas cores lisas monocamadas o aditivo pode ser acrescentado diretamente na tinta. Em cores dupla camada deve ser acres- centado ao verniz. COLORIMETRIA 85 • Aditivo de efeito: limpa o ângulo, ressalta o alumínio ou a pérola. Observação Os aditivos não podem ser utilizados em grandes quantidades no tingimento, pois podem alterar a cobertura. 13. Dez dicas para uma boa reprodução de cor 1. Identificar a cor através do carro, por plaquetas ou etiqueta. Caso não exista mais, verifique no catálogo de cores. 2. Verificar se não há variantes antes de iniciar a pesagem. 3. Aplicar a tinta até a cobertura total do corpo de prova. Obser- ve com atenção o número de passadas e o tempo de intervalo, definido pelo fabricante, entre uma passada e outra. Pesar a quantidade mínima de tinta – exceto cores brancas – e aplicar corretamente, com a pressão especificada pelo fabricante (pis- tola) em um corpo de prova antes de continuar o ajuste, simu- lando o máximo possível como se fosse a aplicação no veículo. Obedecer ao tempo de evaporação do solvente (flash off), de- finido pelo fabricante, para aplicar o verniz. 4. Analisar o corpo de prova em vários ângulos, pois o tipo de luz pode alterar a cor. Teste com pelo menos duas fontes de luz diferentes, sendo a luz do dia a mais importante. 5. Verificar a granulação do alumínio antes de iniciar o ajuste. 6. Começar com ajuste da intensidade (claro ou escuro). 7. Observar se a cor está limpa ou suja. DEZ DICAS PARA UMA BOA REPRODUÇÃO DE COR88 8. Não introduzir vários mixings ao mesmo tempo sem ter che- gado a uma conclusão. 9. Proceder ao ajuste adicionando pequenas quantidades dos mixings selecionados. 10. Cuidado para não alterar irreversivelmente a cor, por exemplo, adicionando branco em cores metálicas e perolizadas. 14. Limitantes Há algumas variáveis que devem ser levadas em conta, uma vez que podem representar limitações para o profissional. A seguir serão elencados alguns distúrbios da visão, pois uma visão saudável é im- portante na observação da cor. Miopia O indivíduo tem dificuldade de focalizar objetos que estão dis- tantes, pois a imagem chega fora de foco (visão curta). Hipermetropia O indivíduo tem dificuldade de focalizar objetos próximos (visão longa). Presbiopia Trata-se de um distúrbio que ocorre à medida que as pessoas envelhecem (visão cansada). LIMITANTES90 Astigmatismo Faz com que as imagens fiquem distorcidas ou borradas. Todas essas limitações podem ser corrigidas com o uso de lentes. Daltonismo ou discromatopsia Acredita-se que não exista cura para o problema. Dividem-se em quatro tipos: • Protanopsia: insensibilidade à cor vermelha, levando à confu- são entre o amarelo e o verde. • Deuteranopsia: o verde deixa de ser visto, sendo confundido com o vermelho e com o amarelo. • Tritanopsia: é a cegueira para o azul, captado tal qual o verde e o amarelo. • Acromatopsia: a mais rara e pouco estudada. A pessoa nessa condição vê tudo em preto e branco, com variações de cinza. O olho humano contém muitos tipos de receptores de luz. Cada um deles é adaptado para captar vermelho, azul ou amarelo. Se um tipo for completo ou possuir disfunção parcial, então algumas dessas cores serão percebidas de forma imperfeita. Isso não significa que a pessoa não possa ver qualquer outra cor, mas que apenas uma cor específica não será percebida ou fracamente percebida. Existem outras limitações que afetam a observação das cores. COLORIMETRIA 91 Escassa memória de cor As pessoas têm dificuldade em gravar uma cor na memória. Por isso, a necessidade de recorrer aos catálogos e programas de cores. Efeito de reflexo Deve-se tomar cuidado com os objetos que estão ao redor e veri- ficar se suas cores não estão sendo refletidas na cor que se observa. Efeito de contraste Devemosperceber se existe algum agente de interferência que possa prejudicar a nossa percepção. Fadiga visual Ocorre quando uma cor é observada por um tempo prolongado. Condições do local As condições do local de trabalho são fatores importantes para realização de qualquer atividade. Sempre obtemos melhores resul- tados em nossas tarefas quando as realizamos em um ambiente adequado. LIMITANTES92 Condições de iluminação Uma boa iluminação será fundamental para uma correta análise das cores. Idade Conforme avança a idade, a nossa resposta visual às cores vai mudando e se tornando mais difícil. Referências AKZO, Nabel. Manual “Tingimento”. s.l., s.d. ALVES, Harlley. Repintura automotiva requer olhos atentos do profis- sional. Disponível em: <www.mundocor.com.br/busca/get_url. asp?SiteID=833>. Acesso em: 13 dez. 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NR 6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI. Item 6 da Portaria SIT nº 25, de 15 de Outubro de 2001. Disponível em: <portal.mte.gov.br>. Acesso em: 18 fev. 2005. BARROS, Edson. Aumenta a necessidade de proteção respiratória nas ofi- cinas. 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