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1 LOUCURA E SAÚDE MENTAL: ASPECTOS HISTÓRICOS E TEÓRICOS DA REFORMA PSIQUIÁTRICA E DO DIREITO A CIDADANIA Ariane Machado da Silva1 Lucineide Orsolin2 RESUMO: Loucura e saúde mental temática relativa á Reforma Psiquiátrica faz uma reflexão teórico-metodológica no campo específico do Serviço Social. Perpassa pela conceituação de Loucura, de Reforma Psiquiátrica e de Saúde Mental, estabelecendo uma relação da prática profissional do Assistente Social com o direito Constitucional á Cidadania. Os procedimentos metodológicos perpassam pela coleta de dados teórico-metodológicos por meio de pesquisa bibliográfica. A partir das diferentes concepções históricas da Loucura faz- se uma análise deste fenômeno relacionando-o a Reforma Psiquiátrica Brasileira, tendo como eixo principal a contextualização dos marcos legais, políticos, teóricos e prático, ressaltando as tensões e conflitos decorrentes da relação Estado e Sociedade. Neste contexto, a prática profissional do Assistente Social na área da Saúde Mental demonstra os avanços da profissão junto as pessoas em sofrimento psíquico; a quebra de velhos paradigmas; o acesso aos direitos sociais; as ações multiprofissionais e o direito à cidadania. A Reforma Psiquiátrica produziu possibilidades de tratamento humanizado - sem a necessidade do isolamento e distanciamento das pessoas em sofrimento psíquico de sua família como anteriormente era submetido. Este passa a ser considerados sujeito de direitos e seu tratamento um direito a cidadania. O Serviço Social que, para além dos muitos espaços sócios ocupacionais em que atua se insere na questão específica da Saúde Mental, contribui com produção de novos saberes neste campo, os quais são fundamentais para construção de processos sociais que prezam pela dimensão psicossocial da Loucura e da Reforma Psiquiátrica. Sua tarefa é valorizar e propor meios que fortaleçam a dimensão social da Reforma Psiquiátrica em tempos de neoliberalismo e, neste sentido, pensar e propor formas de intervenções possibilitando a pessoa em sofrimento psíquico condições dignas de existência, a partir de condições sociais e matérias capazes de fazê-lo desenvolver potencialidades e habilidades que permitam contribuir com sua saúde mental. PALAVRAS-CHAVE: Loucura. Saúde Mental. Reforma Psiquiátrica. Serviço Social. 1Formanda do Curso de Serviço Social – 1º semestre/2016. URI São Luiz Gonzaga. Email – Ariane_machado@outlook.com 2Mestre em Desenvolvimento UNIJUÍ – Ijuí/RS. Docente e Coordenadora do Curso de Serviço Social. URI São Luiz Gonzaga.Email – lucineide.orsolin@gmail.com 2 INTRODUÇÃO Com o objetivo de abordar a temática no campo específico da Saúde Mental, Faz-se uma reflexão teórica sobre a atuação do Serviço Social neste campo, passando pela conceituação de Loucura, a partir de uma trajetória histórica das diferentes percepções recebidas por ela; pela Reforma Psiquiátrica: seus antecedentes históricos, o tratamento dispensado às pessoas em sofrimento psíquico, os movimentos sociais e as legislações, culminando com a relação da prática profissional do Assistente Social neste contexto, através de um debate histórico e teórico. Em um primeiro momento descreve-se fenômeno Loucura desde o Renascimento até a modernidade e enfatiza-se que não só a maneira de o homem tratá-la, mas também o modo pelo qual esta foi encarada pela razão, foram mudando com o passar dos séculos. Na seuqnência menciona-se a Reforma Psiquiátrica Brasileira, oriunda de denúncias de abusos e violações cometidos nos hospitais psiquiátricos. Surgiu com o objetivo de não só tratar mais adequadamente o indivíduo, mas construir um novo espaço social para a Loucura e, faz-se isso a partir da contextualização dos marcos legais, políticos e práticos cuja proposta destaca o conceito político, as tensões e conflitos decorrentes das ações produzidas pela Reforma Psiquiátrica, as quais provocam e interrogam a relação entre Estado e Sociedade. E, por fim, se traz uma relação do tema com a prática profissional do Serviço Social na área da Saúde Mental, ao mostrar teoricamenteos avanços da profissão junto às pessoas em sofrimento psíquico; a quebra de velhos paradigmas e o direito à cidadania. A produção de novos saberes neste campo se constitui como fundamental por ser o Assistente Social um dos profissionais responsáveis por assegurar a unidade entre o social e o subjetivo, por ser o único profissional cuja matéria-prima de intervenção é a questão social, tendo a responsabilidade de trabalhar a dimensão social da Reforma Psiquiátrica, como unidade psicossocial. 3 LOUCURA: CONCEPÇÕES HISTÓRICAS Como qualquer fenômeno humano, a Loucura foi historicamente construída. Antes de ser definida como uma patologia, ela experimentou várias outras formas de relação com a cultura. A história pondera como os homens ao longo do tempo se relacionaram com o inevitável, com o temor de perder o juízo, com o diferente, com as diferenças. De acordo com cada época e cada contexto sociopolítico ela foi definida e compreendida. Na Grécia Roma predominava a ideia de que a origem da Loucura advinha de causas sobrenaturais, forças e razões de natureza mística. Algumas pessoas estariam sendo possuídas por espíritos malignos e eram propensas à raiva dos deuses. Assim, se considerava difícil intervir e tratar. A intervenção baseava-se em médicos sacerdotes e fundamentava-se em processos médico-religiosos. Aos pobres mortais caberia apenas rogar aos deuses, quando ainda restasse consciência para isso (OLIVEIRA, 2010). Em Roma atribuiu-se caráter científico a Loucura, e no período medieval ela possui outras concepções: passa a ser entendida como possessão demoníaca. Tem-se nesse período um retrocesso em relação ao tratamento dado às pessoas em sofrimento psíquico; a Loucura deixa de ser doença e não é vista como vontade dos deuses, agora ela é o mal que precisa ser banido. Esse modelo de pensamento reedita e corrompe o modelo mitológico da Grécia antiga. Reedita, porque após a visão organicista popularizada pelo galenismo, a loucura passa a ser, de novo, efeito de maquinações de entidades extranaturais. Corrompe, porque agora a loucura é apenas negativa, patológica, estigma de imperfeição e de culpa. Os deuses causavam a loucura, mas a cancelavam. Agora o louco é um campo de batalha entre forças do mal e forças do bem. A loucura era uma questão de relação do homem, na sua autoconsciência, com um ou mais deuses. Agora a relação que se estabelece exclui ou desqualifica a autoconsciência (PESSOTI apud OLIVEIRA, 2010, p. 5). Os estudos sobre a alienação mental também foram afetados, pois os que estudavam eram nomeados possessos e isso desanimou a realização de novos estudos dessa ordem. A sociedade não sabia diferenciar, por exemplo, um epilético de um libertino ou um maníaco de um herege e assim todos eram incluídos no 4 estigma de possessos. Todos eram postos no mesmo patamar e seu destino era o martírio, a forca, a fogueira ou o internamento (OLIVEIRA, 2010). Até o final da Idade Média quem ocupa o espaço de alteridade radical é o leproso. Encarnando o mal e representando o castigo divino, a lepra atinge a Europa e se espalha rapidamente, causando pavor e sua sentença é a exclusão. Alguns séculos depois, essas estruturas de exclusão social passam a ser ocupadas por outras figuras não menos temíveis, os doentes venéreos. Ao final do século XV elas sucederam a lepra. De bom ou mau grado esses novos doentes eram recebidos nos hospitais. Para eles eram construídas casas especiais, não para estabelecer a exclusão, mas para assegurar-lhes o tratamento. No século XVII a doença venérea se isolou e integrou-se ao lado da Loucura num espaço moral de exclusão. Na Renascença,um novo objeto faz aparecimento, é a Nau dos Loucos, estranho barco que desliza ao longo dos calmos rios. Mas de todas essas naves romanescas ou satíricas, a Narrenschiff é a única que teve existência real, pois eles existiram, esses barcos que levavam sua carga insana de uma cidade para outra. Os loucos tinham então uma existência facilmente errante. As cidades escorraçavam-nos de seus muros; deixava-se que corressem pelos campos distantes, quando não eram confiados a grupos de mercadores e peregrinos. (FOUCAULT, 1972, p. 9). Descrever o sentido deste costume não é algo fácil. Pode-se pensar que se tratava de uma medida geral de expurgo que a sociedade fazia recair sobre os loucos, confiá-los a essa Nau era certeza de evitar que ficassem vagando nas cidades e ao mesmo tempo de que iriam para longe, era torná-lo prisioneiro de sua própria partida. Sistematizando as significações atribuídas à Loucura no Renascimento, acrescenta-se que “é para o outro mundo que parte o louco em sua barca louca; é do outro mundo que ele chega quando desembarca” (FOUCAULT, 1972, p. 12). Então, por toda a Europa, circulavam navios completamente cheios de pessoas indesejadas, em sua maioria, loucas. 5 A Loucura constitui-se então como um modo de exclusão, devido às mudanças ocorridas em decorrência do crescimento das cidades, com o poder das relações políticas e com o desenvolvimento da industrialização. Criam-se então, nesse período, em território europeu, os primeiros estabelecimentos para internação, destinados a receber os loucos. Acontecimento que marcou a percepção clássica da Loucura foi a fundação do Hospital Geral em 1656, em Paris. Em seu decreto de fundação, ele destinava-se aos pobres de todos os sexos, lugares e idades, de qualquer qualidade de nascimento, e seja qual for sua condição, válidos ou inválidos, doentes ou convalescentes, curáveis ou incuráveis. Um fato é evidente, ele não era um estabelecimento médico, mas uma espécie de entidade administrativa que decidia, julgava e executava. Foucault (1972) observa que essas casas de internamento se espalharam por toda a Europa, muitas delas estabelecidas dentro dos muros dos antigos leprosários. Nos séculos XVII e XVIII as pessoas em sofrimento psíquico foram assim vistas, e com o surgimento das Instituições totais iam sendo aprisionadas e abandonadas junto a outros desamparados. A Loucura já não possuía o brilho de antes, de ser obra dos deuses ou do demônio, passou a ser uma marca apenas que acompanha os que viveram a experiência da internação e nunca mais recuperaram a plena autonomia, mesmo conseguindo sair do hospital (GOFFMAN, 1974). Na segunda metade do século XVIII começam a surgir as reclamações dos internos não loucos por estarem encarcerados como uma massa indiferenciada, pois, com a animalidade, a Loucura era símbolo de humilhação e injustiça para os internos, significando assim que apoiavam o internamento, porém, só para os loucos (MILLANI, 2008). No fim do século XVIII acreditava-se na Loucura como erro que se enraizava na imaginação e que, quanto mais o louco fosse coagido, mais a sua imaginação seria afetada. Ou seja, quanto menos livre mais louco. Dessa maneira persistem duas visões sobre o internamento. Numa primeira ele era concebido como medida assistencial, uma medida de segurança contra os perigos da Loucura e, numa 6 segunda visão, era entendido como um meio de organização da liberdade. Sendo assim, ele ganha novo sentido e passa a ser visto como alguém que merecetratamento. Eram lançadas aí as bases para o surgimento do modelo de tratamento asilar (RIBEIRO e PINTO, 2011). O Século XVII é marcado pela compreensão do fenômeno da Loucura como objeto de saber médico, caracterizando-a como doença mental e, portanto, passível de cura. É o Século das Luzes, onde a razão ocupa um lugar dedestaque, pois é através dela que o homem podeconquistar a liberdade e a felicidade. Ocorrevalorização do pensamento científico e é em meio aesse contexto que surge o hospital como espaço terapêutico (SILVEIRA, 2005) Segundo Frayse-Pereira (1984), a tarefa do asilo era homogeneizar todas as diferenças. Isto é, reprimir os vícios, extinguir as irregularidades, denunciar aquilo que se opunha aos desejos impostos pela sociedade. Então, a única diferença possível no interior dessa instituição era a distinção entre o normal e o patológico. Com a segregação social, o asilo reproduzia em seu interior a racionalidade burguesa, transformando-se em um espaço de alienação, onde o doente era julgado e condenado como em um tribunal. Isso acabou produzindo no louco o remorso, o sentimento de sua própria culpa. E se, com o tempo, até os castigos morais acabarão por ser dispensados, é porque os juízes da loucura estão certos de que aquele sentimento está definitivamente inscrito no espírito do alienado (FRAYSE- PEREIRA, 1984, p. 87). O médico era como um juiz do louco e na relação entre paciente e profissional, o primeiro se submete as vontades do segundo, um tipo de dominação, com isso a Loucura é silenciada e o discurso científico assume o lugar do doente. A razão se impõe sobre a desrazão, mas de outra forma. O médico tornou-se capaz de compreender a Loucura, mas não porque a conhecia, mas porque a dominava. Entretanto, no século XIX, a consciência crítica insistirá que o louco não passa de coisa médica. Vale lembrar que essa consciência crítica é a maneira pela qual se busca dar à experiência da Loucura um sentido moral, religioso e filosófico, a partir do qual ela se mostra como sendo o lado negativo da ordem e do discurso. A consciência crítica não dá palavra à Loucura, pelo contrário, ela utiliza o seu 7 silêncio para dizer o que ela não é. Porém, nesse mesmo século, a problemática consciência crítica se converte numa forma de conhecimento (FRAYSE-PEREIRA, 1984). Segundo Chauí (2008), o discurso competente instalou-se e se conservou graças a uma regra quepoderia ser assim resumida: não é qualquer um quepode dizer qualquer coisa a qualquer outro emqualquer ocasião e em qualquer lugar. Com esta regra, ele produz sua contra face: os incompetentes sociais. As instituições destinadas ao tratamento às pessoas em sofrimento psíquico permaneceram hegemônicas até meados do século XX, utilizando-se da internação como principal condição de tratamento. Os pacientes permaneciam isolados do resto do mundo e eram submetidos a regras extremamente duras e condições inumanas (VECHI, 2004). Após a Segunda Guerra Mundial, com a volta do crescimento econômico e da reconstrução social, a comunidade profissional chega à conclusão que o hospital psiquiátrico teria que ser alterado. Por meio de vários movimentos constituídos e desenvolvidos em diversos lugares do mundo foi que se atingiu o ponto máximo no questionamento sem precedentes da ordem social contemporânea, influenciando decisivamente a ruptura do paradigma psiquiátrico construído ao longo dos anos. Houve, assim, na busca coletiva de criar uma sociedade mais livre, igualitária e mais solidária, acrescida da descoberta dos psicotrópicos e da adoção da psicanálise e da saúde pública nas instituições da psiquiatria, a emergência de vários elementos que viabilizaram os movimentos de reforma psiquiátrica (MILLANI, 2008). A PSIQUIATRIA NO BRASIL Loucos, doidos, insanos, dementes, alienados mentais, essa foi a denominação atribuída às pessoas em sofrimento psíquico ao longo da história. Tais pessoas, quando de um comportamento socialmente incômodo ou perigoso, eram reclusas em cadeias públicas, cômodos particulares ou enfermarias de hospitais de caridade. Com a chegada da família real e a consolidação do Estado Monárquico, as pressões sociais que exigiam restrição à livre circulação dos chamados alienados 8aumentaram e cada vez mais surgia reclamos ao poder público para que este tomasse providência e os retirasse de circulação. Nesta época, a prisão era o único destino destas pessoas e em casos mais evidentes de desarranjo mental, estes eram levados até as enfermarias dos hospitais da Santa Casa de Misericórdia, porém no que se referem às enfermarias, estas não diferenciavam muito das cadeias públicas. A Santa Casa de Misericórdia era uma notável confraria de caridade que concentrava todas as obras de assistência, abrangia o atendimento nos hospitais, a coleta de doação de esmolas, a criação de crianças abandonadas, a assistência os presos pobres, os serviços funerários, a concessão de dotes às órfãs pobres, além de ser executora de testamentos. Essa Santa Casa desfrutava de um enorme prestígio social, poder econômico e político. Além da Santa Casa da Corte, outros hospitais de caridade mantinham sob condições miseráveis, divisões destinadas aos insanos, estes precederam a criação de hospícios exclusivos para alienados. Vale lembrar que nesta época, os termos “asilo, hospício, hospital” eram usados indistintamente como sinônimo no sentido de hospedagem àqueles que dependiam da caridade pública. Tais hospitais contavam com uma assistência médica precária e sua intenção era caritativa. A Loucura se transformava em problema de ordem social e a sociedade médica apontava uma solução para isso, a criação de estabelecimentos que atendessem de forma adequada as pessoas acometidas dessa patologia. Já as autoridades trancafiavam essas pessoas em prisões públicas ou hospitais, mas as fugas eram constantes e os loucos de baixo poder aquisitivo ficavam na condição de moradores de rua e os que pertenciam às famílias ricas, eram camuflados por seus parentes, mas também eram deslocados do convívio social. Na perpstiva de enfretar a Loucura, concebida como problema de ordem social, cria-se o Hospício D. Pedro II, o qual passou a internar os indivíduos tidos como problema e a tirá-los do convívio em sociedade. É importante considerar que mesmo sendo uma época de ascensão do conhecimento científico, a doença mental parecia não ter seu conceito bem definido, pois os hospícios recebiam também pessoas acometidas de problemas variados, 9 como os paralíticos, os epiléticos, os alcoólatras, as mulheres apaixonadas, etc. Estas pessoas passavam a ser definidas como loucas e assim condenadas à exclusão pela sociedade, pois para ser considerada louca, bastava uma pessoa mudar seu comportamento ou simplesmente emitir uma fala indevida. Em relação à política de atenção à Loucura, podemos considerar o Decreto 14.8313 e o Decreto 5.148-A4. Este último estabelecia em seu artigo primeiro que a pessoa, em consequência de doença mental, atentasse contra a própria vida ou a de alguém, seria recolhida a um estabelecimento apropriado ao tratamento. Nota-se que a internação só deveria ocorrer após comprovada a alienação mental do paciente. A partir de 1930, toma forma uma política nacional de saúde. O governo Vargas5 modificou a maneira de administrar o Brasil. Na saúde, a principal alteração foi a criação do Ministério de Educação e Saúde. Retornam as campanhas sanitárias, elementos importantes no processo de centralização da política de saúde e de sua caracterização como política nacional. Em relação à saúde previdenciária, as CAPs foram transformadas em Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), a diferença estava na participação do Estado na administração e financiamento das ações de saúde, pois nas CAPs, a participação do Estado limitava-se a determinação de sua existência. No campo da Saúde Mental, destaca-se, em 1934, o Decreto 24.5596, primeiro documento legal a trazer a questão da proteção em sua ementa, além de incorporar a questão assistencial psiquiátrica à temática dos direitos legais. Em 1967, cria-se o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que buscava ampliar o contingente de assegurados e expandir a assistência. A solução escolhida foi a privatização das ações de saúde. A maioria dos recursos, no setor saúde, foi investida em construções e reformas de hospitais privados. Na área de Saúde Mental, houve mudanças notáveis, a psiquiatria passava a ser privatizada, a 3 Aprova o Regulamento do Manicômio Judiciário (DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, 1921). 4 Reorganiza a Assistênciaa Psicopatas no Distrito Federal (DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, 1927) 5 Getúlio Vargas ocupou, pela primeira vez, a presidência da República de 1930 a 1945 (Era Vargas). Ascendeu ao poder através de um Golpe de Estado. Seu governo foi dividido em três períodos: Governo Provisório, Governo Constitucional e Estado Novo (AURÉLIO, 2009). 6 Dispõe sobre a profilaxia mental, a assistência e proteção à pessoa e aos bens dos psicopatas, a fiscalização dos serviços psiquiátricos e dá outras providências (DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, 1934). 10 doença mental transformava-se em objeto de lucro. Houve a chamada “indústria da Loucura”. As denúncias em relação a essa “indústria” eram constantes, cobrava-se mais eficiência. Desencadeia-se então, a partir daí, um amplo debate em relação aos rumos e diretrizes da saúde, baseado em sugestões avançadas de reformas e também de assistência à Saúde Mental. A REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA O movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira inicia entre os anos 1970 e 1980 e teve como marco o episódio conhecido como a Crise da Divisão Nacional de Saúde Mental (DINSAM)7. Essa crise surgiu a partir de denúncias feitas por médicos bolsistas do Centro Psiquiátrico Pedro II às irregularidades nessa unidade hospitalar. Sucederam-se então várias reuniões, assembleias e debates, ocupando espaços de entidades da sociedade civil. Os debates envolviam vários atores e posicionamentos. Amarante (1995) destaca o Movimento de Trabalhadores de Saúde Mental (MTSM) como sendo o primeiro movimento em saúde com participação popular. Também nesse período originou-se o Movimento da Reforma Sanitária, que teve participação fundamental na discussão de mudanças na política de saúde e no movimento pela Reforma Psiquiátrica no país. Um marco nesse contexto reformista foi a 8ª Conferência Nacional de Saúde, que, pela primeira vez, teve consulta e participação popular. Dela surgiu uma nova concepção de saúde, como direito de todos e dever do Estado e a necessidade da criação de um Sistema Único de Saúde. Como desdobramento dessa Conferência, foi proposta a realização de conferências com temas específicos, que passaram a ser realizadas em seguida da mesma. Outro importante evento foi o I Congresso Brasileiro de Psicanálise de Grupos e Instituições, que possibilitou a vinda ao Brasil dos principais mentores da Rede de Alternativas à Psiquiatria, do movimento Psiquiatria Democrática Italiana, 7 Órgão do Ministério da Saúde responsável pela formulação das políticas de saúde do subsetor saúde mental (AMARANTE, 1995). 11 da Antipsiquiatria, enfim, das correntes de pensamento crítico em Saúde Mental, dentre eles Franco Basaglia (AMARANTE, 1995). No ano de 1979, no Rio de Janeiro, realizou-se o I Congresso Nacional dos Trabalhadores em Saúde Mental, que teve caráter oficial e voltava-se à discussão e implementação de propostas no âmbito da Secretaria Estadual de Saúde (AMARANTE, 1995). Em junho de 1987 foi realizada a I Conferência Nacional de Saúde Mental e suas discussões estruturaram-se a partir de três temas básicos: economia, sociedade e Estado (impactos sobre a saúde e doença mental); Reforma Sanitária e reorganização da assistência à Saúde Mental; cidadania e doença mental (direitos, deveres e legislações do doente mental). Paralelo a essa Conferência, o MTSM propôs aorganização do II Congresso Nacional dos Trabalhadores em Saúde Mental, que aconteceu em dezembro do mesmo ano. A partir desse encontro, o movimento assumiu a denominação Movimento Nacional de Luta Antimanicomial (MNLA) (AMARANTE, 1995). Novas modalidades de atenção surgiram no que se refere ao modelo assistencial, passando a representar uma alternativa ao modelo psiquiátrico tradicional. Por exemplo, surgiu o primeiro Centro de Atenção Psicossocial do Brasil, em São Paulo, o CAPS Luiz da Rocha Cerqueira. Além disso, foi implementado também um sistema psiquiátrico substitutivo ao modelo manicomial, com a criação dos Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS), sistema que sofreu influência da experiência italiana de Trieste (HEIDRICH, 2007). Outro marco histórico para o setor de Saúde Mental foi a II Conferência Nacional de Saúde Mental, realizada no ano de 1992, onde foram aprovados os princípios e diretrizes da Reforma Psiquiátrica na linha da luta antimanicomial e da desinstitucionalização. Os movimentos sociais seguiam se fortalecendo. Em1993 ocorreu o I Encontro Nacional de Luta Antimanicomial, que discutiu a relação manicomial da sociedade capitalista e declarou que o MNLA não pretendia apenas extinguir os manicômios, mas resgatar o respeito aos cidadãos, a sua forma de pensar e sua criatividade. 12 O ano de 2001 foi um ano de avanços e transformações na Reforma Psiquiátrica Brasileira, pois após doze anos tramitando no Congresso Federal, o Projeto de Lei 3.657/89 retorna à Câmara dos Deputados, transformado na Lei 10.216, de 06 de abril de 2001, que “dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental” (BRASIL, 2001, p. 15). Ainda em 2001 ocorreu a III Conferência Nacional de Saúde Mental, que consolidou a Reforma Psiquiátrica como política de governo e conferiu aos CAPS o papel estratégico para a mudança do modelo de assistência. Os CAPS devem ser públicos, com base municipal, fiscalizados pelo controle social. São diferenciados entre si: CAPS I (serviços de menor porte, capazes de oferecer resposta efetiva às demandas de Saúde Mental em municípios com população entre 20.000 e 50.000 habitantes); CAPS II (serviços de médio porte, que dão cobertura a municípios com mais de 50.000 habitantes); CAPS III (serviços de maior porte, previstos para darem cobertura a municípios com mais de 200.000 habitantes); CAPS i – Centro de Atenção Psicossocial Infantil (serviços especializados no atendimento a crianças e adolescentes em sofrimento psíquico); CAPS ad – Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras drogas (serviços especializados no atendimento a pessoas que fazem uso de álcool e outras drogas) (HEIDRICH, 2007). Outro instrumento efetivo na reintegração social das pessoas com longo histórico de hospitalização foi a criação do Programa de Volta para Casa (PVC), que assim como os Serviços Residenciais Terapêuticos, constitui uma reivindicação histórica do Movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Esse Programa foi instituído por meio da assinatura da Lei Federal 10.708 de 31 de julho de 2003, que “institui o auxílio-reabilitação psicossocial para pacientes acometidos de transtornos mentais egressos de internações” (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, 2003). Deste modo, pode-se afirmar que o processo da Reforma Psiquiátrica está sempre em construção e é no cotidiano da vida das instituições, dos serviços e das relações interpessoais, que ele avança, marcado por impasses, tensões, conflitos e desafios. Esse processo não ocorre somente por decretos, portarias ou leis, mas se dá no cotidiano e só será possível na medida em que nossa sociedade assumir o 13 desafio de aceitar a diversidade e lutar pela constituição da cidadania para todos os brasileiros. SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE MENTAL A atuação do Serviço Social em saúde mental é marcada por uma forte indefinição teórica e metodológica, oriunda da dificuldade do aporte teórico construído pela perspectiva modernizadora em responder às crescentes expressões da questão social e, principalmente, na perspectiva de pensar o fazer profissional em um campo fortemente marcado pela subjetividade, recaindo, sempre e recorrentemente, na psicologização das relações sociais, embora, neste momento, a profissão é demandada pelo Estado para efetivação das crescentes políticas públicas, que tinham por objetivo conter as massas (ROCHA, 2012). Para Bisneto (2011), o Movimento de Reforma Psiquiátrica trouxe questões importantes para a atuação do assistente social: a ênfase no aspecto político da assistência social e da assistência psiquiátrica; a necessidade da interdisciplinaridade e de ultrapassar os limites entre os saberes; a necessidade de democratizar as relações de poder entre técnicos e usuários, dentre outros aspectos discutidos. É neste processo que o Serviço Social deixa de ser demandado como um agente subalterno do médico e tem seu espaço sócio-ocupacional demarcado pela investigação das condições objetivas de vida do doente mental, não mais para culpabilizá-lo, mas sim para potencializar e integrar políticas públicas que respondam às demandas de reprodução social dos indivíduos e possibilitem ao doente mental condições objetivas e subjetivas de saúde mental. Toda experiência manicomial, centrada na exclusão, na desumanidade e na psiquiatria clássica provou, historicamente e negativamente, que os ambientes, os determinantes sociais influenciavam na reabilitação – ou não - dos sujeitos. Isto é, está comprovado que com práticas de isolamento, em ambientes insalubres e falta de acesso a direitos de cidadania, torna-se impossível reabilitar o indivíduo. A materialização da Reforma Psiquiátrica rompeu com o paradigma patologia/cura, passando a abranger outras dimensões da vida social como 14 elementos importantes para a compreensão integral da saúde das pessoas em sofrimento psíquico. A condição de vida da pessoa em sofrimento psíquico passa a ser considerada na sua reabilitação, pois se acredita que, se as relações sociais destas pessoas estiverem caracterizadas pela violação de direitos ou se o seu ambiente de convívio é marcado por expressões da questão social tais como insalubridade, dificuldade no provimento de alimentos, falta de medicamentos, entre muitas outras, certamente o processo de reabilitação encontrará sérios limites. As atribuições e competências dos profissionais de ServiçoSocial, sejam aquelas realizadas na Saúde Mental ou em outro espaço sócio-ocupacional, são orientadas e norteadas por direitos e deveres constantes no Código de Ética Profissional e na Lei deRegulamentação da Profissão, Lei 8.662, de 07 de junho de 1993, que devem ser observados e respeitados, tanto pelos profissionais quanto pelas instituições empregadoras. O Projeto Ético-Político da Profissão fundamenta-se na perspectiva da totalidade social e tem a base de sua fundamentação na questão social, como já referido. No âmbito específico da saúde mental alguns conceitos são necessários para a ação do assistente social: concepção de saúde, integralidade, intersetorialidade, participação social e interdisciplinaridade. A atuação em Saúde Mental deve pautar-se na “defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e autoritarismo” (BRASIL, 2012, p. 23). Ou seja, o Serviço Social é ética e politicamente contrário a tratamentos desumanos, tortuosos, que violam a integridade física e psíquica da pessoa em sofrimento psíquico. Neste sentido, a profissão preserva práticas favoráveis a tratamentos terapêuticos e à administração de psicotrópicos que respeitem e fortaleçam a autonomia e a integridade do usuário. Outro aspecto da atuação profissional se constiui na contribuição para “ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordialde toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis, sociais e políticos das classes trabalhadoras” (BRASIL, 2012, p. 23). Contribuir para a ampliação da cidadania da pessoa em sofrimento psíquico é contribuir no processo de consolidação da 15 Reforma Psiquiátrica Brasileira e, neste sentido, investir na luta junto aos usuários da Saúde Mental para sua inserção nas políticas públicas: garantia de acesso aos direitos sociais, civis e políticos, potencialmente capazes de promover o exercício da cidadania. Os profissionais do Serviço Social ganham ênfase e têm a oportunidade de fazer parte da equipe que atua nesse campo de forma participativa, num processo educativo através do esclarecimento e orientações, visando aperfeiçoar a ressocialização social dos indivíduos e sofrimento psíquico. Sua intervenção e acompanhamento são imprescindíveis, visto que a atuação profissional se inscreve na atenção à todas as relações sociais oriundas da vivência e convivências dos sujeitos em sociedade. CONSIDERAÇÕES TRANSITÓRIAS Conhecer o processo histórico da Loucura se apresenta como algo fundamental para que se possa desnaturalizar conceitos e ter a capacidade de reconstruí-los a partir de uma ótica comprometida com os interesses daqueles a quem se presta assistência. No que se refere à Reforma Psiquiátrica, observa-se uma luta acirrada por mudanças no modo de cuidar do sofrimento humano, através da criação de espaços de produção de relações sociais, pautados em princípios e valores que reinventassem a sociedade, constituindo um novo espaço para estes sujeitos. Os princípios da Reforma Psiquiátrica apontam para a criação de uma sociedade justa, em que todos os cidadãos sejam livres, iguais e tenham acesso aos bens e serviços e às ações de prevenção e promoção de saúde. Por mais que a Reforma Psiquiátrica traga medidas que devem ser aplicadas com compromisso e seriedade, é visível que seus princípios não foram totalmente efetivados. Todavia, há muito a avançar no campo da Saúde Mental, para isso é necessário o desempenho das atribuições e competências firmadas nos princípios que regem nossa profissão, com vista à consolidação e efetivação da cidadania das pessoas em sofrimento psíquico. O Trabalho DO Serviço Social deve estar diretamente envolvido com processos de formulação, execução, avaliação e acompanhamento de ações que 16 visem à promoção da saúde, levando em consideração os determinantes envolvidos no processo de saúde/adoecimento, e, ainda, o objeto de estudo e intervenção teórico-práticaque é a questão social em suas expressões, apreendidas no cotidiano da prática profissional. REFERÊNCIAS ABEPSS. Diretrizes Gerais para o Curso de Serviço Social. Rio de Janeiro, 1996. 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