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Antidepressivos e Depressão

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Antidepressivos
DEPRESSÃO 
→ É um distúrbio do humor descrito como 
uma síndrome com sinais e sintomas bem 
definidos que influenciam profundamente o 
pensamento e o comportamento 
→ Segundo a OMS 
• Principal causa de incapacidade laboral 
(deixam de trabalhar ou socializar) no mundo 
• Casos aumentaram 20% na última década 
• Alerta para aumento (54%) do uso de 
antidepressivo por crianças e jovens 
• Afeta pessoas de todas as idades e estilos 
de vida, causa angústia e interfere na 
capacidade do paciente fazer até mesmo 
as tarefas mais simples do dia a dia 
• Pode levar ao suicídio, é 2ª principal causa 
de morte entre jovens de 15 a 29 anos” 
• Atualmente, mais de 300 milhões de pessoas 
de todas as idades sofrem com a doença 
• Cerca de 5,8% da população brasileira 
sofrem de depressão – um total de 11,5 
milhões de casos 
• Apesar da existência de tratamentos 
efetivos para a depressão, menos da metade 
das pessoas afetadas no mundo fazem de 
modo correto 
• As barreiras incluem falta de recursos, falta 
de profissionais capacitados e o estigma 
social associado a transtornos mentais, além 
de falhas no diagnóstico 
 
 
 
O QUE LEVA A DEPRESSÃO? 
 
• Drogas: alteração dos níveis dos 
neurotransmissores, desencadeam a doença 
• Fatores biológicos: neurotransmissores e 
receptores 
• Fatores psicossociais: luto ou desemprego, 
por exemplo 
• Doenças: degenerativas, crônicas, etc 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
→ De acordo O Manual Diagnóstico e 
Estatístico de Transtornos Mentais DSM-IV 
→ Nesse manual traz todos os transtornos 
mentais, auxiliando o profissional a um 
diagnóstico mais preciso 
→ Cinco ou mais dos sintomas seguintes 
devem estar presentes por pelo menos duas 
semanas 
→ Pelo menos um desses dois sintomas 
devem obrigatoriamente ser apresentados: 
• Humor Deprimido 
• Perda de interesse pelas atividades 
cotidianas 
→ Outros sintomas que podem estar 
presentes são: 
• Fadiga ou perda de energia 
• Alteração do sono - pode ser insônia ou 
excesso de sono; 
• Alteração na alimentação e peso 
• Lentidão ou agitação motora 
• Ideação, plano ou tentativa de suicídio 
• Sentimento de auto-culpa 
• Dificuldade de concentração 
BASES BIOLÓGICAS DA 
DEPRESSÃO 
 
→ Baseada na ação de 3 neurotransmissores: 
• Serotonina (mais importante) 
• Noradrenalina 
• Dopamina 
→ Neurotransmissor é uma substancia 
endógena (produzida pelo próprio corpo), 
por isso a serotonina é essencial, de maneira 
homeostática, pois se tiver muito causa 
ansiedade e se tiver pouco causa depressão 
→ Para que o neurotransmissor execute sua 
função, ele precisa reconhecer um receptor 
• Neurotransmissor liberado na fenda → 
Reconhece receptor na célula pós-sináptica 
→ Ativa esse receptor → Gera uma resposta 
 
(5-hidroxitriptamina)
→ Neurotransmissor chave na depressão 
→ Para que um neurotransmissor seja 
sintetizado, é necessário ter um precursor, o 
precursor da serotonina é o triptofano 
(aminoácido essencial), que vai ser 
incorporado ao neurônio através de um 
transportador de aminoácidos 
→ Duas enzimas de síntese convertem o 
triptofano em 5-HT: 
1.Triptofano hidroxilase (TRY-OH) converte 
triptofano em 5-hidroxi-triptofano (5HTP) 
2. Descarboxilase de aminoácidos 
aromáticos (AAADC) converte 5HTP em 5-HT 
→ Após a serotonina ser sintetizada, ela não 
pode ficar livre no neurônio, precisa ser 
armazenada em vesículas através de um 
transportador vesicular se não será 
degradada 
→ Neurônio recebe um estimulo → Despolariza 
→ Abertura dos canais de cálcio → Influxo de 
cálcio → Exocitose da vesícula → Libera o 
neurotransmissor (serotonina) na fenda 
→ Serotonina reconhece e ativa receptores 
serotoninérgicos na célula pós 
→ Mas também pode ser degradada pela 
MAO (A e B) ou ser recaptada por uma 
bomba de transportadora (recaptação) 
 
Receptores de Serotonina 
(5-hidroxitriptamina) 
 
→ A família de receptores serotoninérgicos é 
muito grande, permitindo trabalhar com 
antidepressivos em vários transtornos (várias 
áreas a nível de SNC) 
→ Além dos receptores na célula pós, os 
neurônios também possuem receptores pré-
sinápticos (auto receptores) 
→ Os auto receptores servem para controlar 
a própria liberação do neurotransmissor, 
sempre estão acoplados à proteína Gi 
(inibitória), pois é feita uma regulação 
inibitória sob o neurônio 
→ Serotonina é liberada → Estimula o 
receptor inibitório → Estimula a inibição → 
Inibe a liberação 
→ Esse ciclo permite o controle sob a própria 
liberação de serotonina, para ter o equilíbrio 
– não liberar nem muito e nem pouco, 
apenas a quantidade ideal 
 
→ O precursor para a síntese de 
noradrenalina é a tirosina 
→ A tirosina sofre efeitos de 3 enzimas em 
sequência:
1. Tirosina hidroxilase (TOH) converte o aa 
tirosina em dopa
2. Dopa dexcarboxilase (DDC) converte 
dopa em dopamina
3. Dopamina beta hidroxilase (DBH) converte 
dopamina em noradrenalina
→ Deve ser armazenada em vesículas através 
de um transportador vesicular, pois se não é 
degradada
→ Neurônio recebe um estimulo → Despolariza 
→ Abertura dos canais de cálcio → Influxo de 
cálcio → Exocitose da vesícula → Libera o 
neurotransmissor (noradrenalina) na fenda
→ Noradrenalina reconhece e ativa 
receptores serotoninérgicos na célula pós 
→ Mas também pode ser recaptada por uma 
bomba de receptação ou ser degradada 
pelas enzimas MAO (monoaminoxidase) e 
CONT (catecol-o-metil-transferase) 
 
Receptores de Noradrenalina 
 
→ São receptores adrenérgicos do tipo alfa 
ou beta (a1, a2, β1, β2 e β3) 
→ Esses receptores estão distribuídos em 
densidades diferentes e em vísceras 
diferentes – em cada uma possui uma 
função diferente 
BASES BIOLÓGICAS DA 
DEPRESSÃO 
HIPÓTESE MONOAMINÉRGICA 
Sem depressão 
 
→ Neurotransmissor sendo sintetizado, 
liberado e degradado pelas enzimas 
→ Neurotransmissor reconhece os receptoresna célula pós, ativando o neurônio e ao 
mesmo tempo, a receptação do 
neurotransmissor que não está sendo utilizado 
Com depressão 
 
→ Deficiência na produção do 
neurotransmissor 
Com antidepressivo 
 
→ Para desenvolver o medicamento, 
pensaram em inibir a bomba de recaptação 
ou a enzima que degrada neurotransmissores, 
pois teoricamente iria aumentar a 
quantidade de neurotransmissores 
→ Mas, na clínica não houve efeito 
agudamente, mesmo com a quantidade de 
neurotransmissor elevada, os efeitos só 
apareciam a longo prazo 
→ Isso acontece pois como no paciente 
deprimido ocorre a queda na 
neurotransmissão, os receptores ficam 
sensibilizados 
→ O corpo tenta regular aumentando a 
quantidade de receptores (up regulation), 
assim, qualquer quantidade de 
neurotransmissor que chegar, terá mais 
chances de se ligar a um receptor 
→ Perceberam que como o paciente estava 
sensibilizado (aumento no número de 
receptores), demorava 21 dias após o início 
do tratamento para realmente acontecer a 
resposta terapêutica do medicamento 
→ Pois quando ocorre o aumento de 
neurotransmissores, o corpo dessensibiliza e a 
quantidade de receptores diminui, 
modulando com a quantidade de 
neurotransmissor disponível na área 
→ É muito comum, logo que inicia o 
tratamento, os sintomas piorarem, pois ocorre 
o aumento de serotonina em toda as áreas – 
efeitos colaterais mais fortes (adaptação 
ocorre em cerca de 21 dias) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumindo... 
→ HIPÓTESE DOS RECEPTORES DE 
NEUROTRANSMISSORES: explica o efeito 
terapêutico tardio dos antidepressivo
• Estado de depressão: deficiência de 
neurotransmissor, em virtude disso o corpo 
tenta compensar fazendo “up regulation” – 
sensibiliza (aumenta o número de receptores) 
 
→ INÍCIO DO TRATAMENTO
• Medicamento inibe a MAO ou inibe a 
bomba de receptação, aumentando a 
disponibilidade (quantidade) de 
neurotransmissor na fenda 
• No início do tratamento há uma piora nos 
sintomas do paciente, pois ele está 
sensibilizado – efeito agudo 
 
→ AO LONGO DO TRATAMENTO
• Com o tempo (21 dias) ocorre a 
dessensibilização dos receptores, para 
modular de acordo com a quantidade de 
neurotransmissor que vai estar sendo 
disponível nessas área 
• Com a dessensibilização, ocorre o efeito 
terapêutico do medicamento 
Fármacos Antidepressivos 
INIBIDORES DA MAO (IMAO) 
→ Pesquisadores estavam estudando uma 
droga para pacientes com tuberculose e 
observaram uma melhora no humor 
→ Existem 3 classes: 
• IMAO irreversíveis não seletivos 
• IMAO reversíveis seletivos MAO-A 
• IMAO seletivo MAO-B 
MAO: enzima intracelular responsável pela 
degradação das monoaminas 
• MAO-A: preferencia pela degradação de 
serotonina e noradrenalina (preferência para 
o tratamento da depressão e ansiedade) 
• MAO-B: degrada com maior especificidade 
a dopamina (tratamento de Parkinson) 
 
IMAO irreversíveis não seletivos 
→ Ligam-se à MAO de modo irreversível 
bloqueando sua ação, e a atividade 
enzimática só é restabelecida após a síntese 
de novas moléculas – mais efeitos colaterais 
→ Como acaba com a atividade enzimática, 
corpo fica refém de sintetizar uma nova enzima 
→ Não seletivos: bloqueiam MAO-A e MAO-B 
→ Não são muito utilizados na clínica pois os 
efeitos colaterais são muito drásticos 
→ Inibindo a MAO, noradrenalina aumenta e 
faz vasoconstrição, aumentando a pressão –
pessoas com doenças cardiovasculares (ou 
pré-dispostas) não devem utilizar 
→ Recomendado para uso durante a 
gestação quando não há outras alternativas 
e o risco supera o benefício 
• Não utilizar sem orientação médica 
• Só utilizar se necessário: não são a 1ª opção 
por conta dos efeitos colaterais, atualmente 
há os mais desenvolvidos com menos efeitos 
Exemplos 
→ Fenelzina (Nardil®) 
• Uso: depressão 
• 15mg, 3x/dia até 90mg/dia 
→ Isocarboxazida (Marplan®)) 
• Uso: depressão 
• 10mg, 2x/dia até 60mg/dia 
→ Tranilcipromina (Parnate®) 
• Uso: depressão 
• 10mg, 2x/dia até 60mg/dia 
Mecanismo de ação 
 
→ Ao inibir a atividade da MAO, deixa de 
degradar as monoaminas e 
automaticamente vai “sobrar” mais 
neurotransmissores disponíveis na fenda para 
modular os receptores pós 
→ A inibição da MAO ocorre rapidamente, 
mas os benefícios clínicos demoram semanas 
para dessensibilizar os receptores 
 
Reações à tiramina e restrições dietéticas 
→ Uma das maiores barreiras à utilização dos 
inibidores da MAO tem sido o risco de que 
pacientes em uso dessas drogas venham a 
apresentar reações hipertensivas após a 
ingestão de tiramina na dieta, que chega no 
neurônio e serve como precursor de 
noradrenalina
 
→ Alimentos que contém tiramina: 
 
→ Crise hipertensiva (pressão diastólica >120 
mmHg): Cefaléia, palpitações, sudorese, 
pupila dilatada e taquicardia 
 
IMAO reversíveis da MAO-A (IRMA) 
→ Dois avanços relacionados ao IMAO: 
• Produção IMAO-A 
• Reversíveis – mais seguro em termos de 
efeitos colaterais 
Como a MAO-B está livre, ela degrada 
preferencialmente dopamina, mas também 
degrada em menor quantidade serotonina e 
noradrenalina 
→ Inibidor reversível da MAO A (IRMA) se 
desloca da MAO permitindo a destruição 
normal de noradrenalina 
→ Como é de forma reversível, se aumentar o 
substrato de um competidor, desloca o 
fármaco (tiramina) – perde seu efeito mas 
não causa crises hipertensivas (ainda há 
restrição alimentar, mas é mais seguro) 
• Não há risco de crises hipertensivas 
associada a dieta 
• Risco de diminuição do efeito terapêutico
 
→ 1 único medicamento aprovado: 
→ Moclobemida (Aurorix®) 
 
• Uso: depressão 
• 100 mg, 3x/dia até 600 mg/dia 
Interações medicamentosas 
→ Drogas que quando combinadas com 
IMAO podem causar hipertensão: 
• Descongestionantes 
- Fenilefrina – (agonista alfa-1) 
- Pseudoefedrina – (agonista alfa e beta) 
• Anfetaminas (bloqueiam a bomba de 
recaptação, aumentando a noradrenalina)- Metilfenidato (ritalina) 
• Antidepressivos IRN (aumenta a atividade 
noradrenérgica, deve-se controlar a dose) 
- ATC - inibem a bomba de recaptação 
Efeitos colaterais 
→ Estimulação central excessiva: insônia, 
tremores, excitação e até convulsões 
→ Boca seca, palpitações, agitação (efeitos 
adrenérgicos – noradrenalina em excesso) 
→ Dores de cabeça, náuseas e vômitos 
 
Antidepressivos Tricíclicos 
→ Pesquisadores estavam estudando uma 
substância com atividade antipsicótica, mas 
não foi efetiva. Porém pacientes apresentaram 
melhora significativa em seu comportamento 
→ Observaram que a droga tinha três anéis, 
inibia a bomba de recaptação e, aumentava 
a quantidade de neurotransmissor → 
modulando a resposta a nível cortical 
Indicação Clínica 
→ Depressão 
→ Transtornos de ansiedade 
→ Dor crônica 
→ Enurese noturna (incontinência urinaria) 
Exemplos 
→ Imipramina (Tofranil®) 
• Depressão: 50-100mg/dia 
• Pânico: 10-75mg/dia 
• Dor: 25-75mg/dia 
• IU: 20-80mg/dia 
→ Clomipramina (Anafranil®) 
• Depressão: 75-150mg/dia 
• Pânico: 10-100mg/dia 
• Dor: 10-150mg/dia 
• IU: 20-75mg/dia 
→ Amitriptilina (Triptanol®) 
• Depressão e TAG: 75-150mg/dia 
• Dor: 25-150mg/dia 
• IU: 25-50mg/dia 
→ Nortriptilina (Pamelor®) 
• Depressão: 75-150mg/dia 
• Dor: 25-150mg/dia 
→ Desipramina (Norpramin®) 
• Uso: dor crônica 
• Pouco uso depressão (cardiotóxico) 
→ Doxepina (Aponal®) 
• Depressão isolada ou associadas com 
ansiedade 25 mg, 3x/ao dia 
Mecanismo de ação 
→ São inibidores da bomba de recaptação: 
atuam então em neurônios serotoninérgicos 
(núcleo dorsal da rafe) e noradrenérgicos 
(locus coeruleus) 
→ Aumenta a quantidade de 
neurotransmissor disponível na fenda → 
resposta após a dessensibilização: após 
modulação da resposta (15 a 21 dias) 
Efeito terapêutico x Efeitos colaterais 
→ O fármaco possui ligantes para reconhecer 
as bombas de receptação de noradrenalina 
e serotonina (aumentando a quantidade de 
neurotransmissores) 
→ Contudo, viram que existiam outros ligantes 
que reconheciam outros tipos de receptores 
→ Esses ligantes atuam bloqueando M1 
(muscarínico), α1 (adrenérgico) e H1 
(histaminérgico), além de alguns canais de 
sódio, causando efeitos colaterais – 
conhecido como classe suja, pois sem 
seletividade nenhuma 
→ Quando ocorre o bloqueio de: 
• M1 (colinérgico): acetilcolina não atua 
nesses receptores, ex: constipação, visão 
turva, boca seca, sonolência 
• a1: hipotensão e tontura 
• H1: sonolência e aumento de peso corporal 
- para o idoso é benéfico, por conta da falta 
de apetite 
• Canais de sódio: alteração no batimento 
de cardíaco – arritmias 
Interações medicamentosas 
→ Álcool: potencializa efeito depressor/ 
sedação (potencializa o bloqueio de H1) 
→ IMAO: episódios hipertensivos - aumenta a 
receptividade de noradrenalina 
Contraindicação 
→ Problemas cardíacos - bloqueio de canais 
de sódio 
→ Glaucoma - aumenta a noradrenalina, 
com isso, aumenta a pressão intraocular 
→ Constipação intestinal 
→ Retenção urinária 
 
 Inibidores seletivos de 
recaptação de serotonina (ISRS) 
→ Classe mais utilizada, extremamente eficaz 
→ Atua em receptores serotoninérgicos 
→ Ainda existem efeitos coletais devido a 
estimulação da serotonina em várias áreas 
do sistema nervoso 
Indicação Clínica 
→ Depressão 
→ Transtorno de ansiedade de forma geral 
→ Transtorno do Pânico 
→ Transtorno Obsessivo-compulsivo (TOC) 
→ Transtornos alimentares – atua no 
hipotálamo no centro da fome 
Exemplos 
→ Fluoxetina (Prozac®) 
• Depressão: 20mg/dia 
• Bulimia: 60mg/dia 
• TAG e TOC: 20-60mg/dia 
→ Sertralina (Zoloft®, Tolrest®) 
• Depressão, ansiedade, TOC, TP, fobias, TEPT 
• Dose: 50-200mg/dia 
→ Paroxetina (Pondera®**, Cebrilin®, 
Aropax®) 
• Depressão, Ansiedade, TOC, TP, fobias, TEPT 
• Dose: 10-60mg/dia 
** Inibidor da NOS (enzima óxido nítrico 
sintase): contribui para disfunção sexual 
→ Fluvoxamina (Luvox®) 
• Depressão: 50-100mg/dia até 300mg/dia 
• TOC: 50-300mg/dia 
→ Citalopram (Cipramil®, Procimax®) 
• Depressão: 20-40mg/dia 
• TOC: 20-40mg/dia 
• TP: 10-30mg/dia 
→ Escitalopram (Lexapro®) 
• Depressão: 5-10mg/dia 
• TOC: 10-20mg/dia 
• TP: 5-10mg/dia 
• TAG: 10-20mg/dia 
Na depressão 
 
• Queda na produção de neurotransmissores 
(principalmente serotonina), com isso, os 
receptores se sensibilizam 
• Os receptores do núcleo dorsal da rafe são 
específicos: serotoninérgicos do tipo 5HT1A 
(inibitório, acoplado a proteína Gi) 
• Observaram que o paciente, quando 
sensibilizado, acomete a nível pré e pós – a 
nível do núcleo dorsal da rafe (↑5HT1A) e a 
nível do córtex (diminuição de serotonina) 
Início do tratamento 
 
• Com o iníciodo tratamento usa-se um 
inibidor da bomba de recaptação, 
aumentando a quantidade de serotonina 
 
• Com isso, é necessário dessensibilizar o 
paciente – diminuir a quantidade de 
receptor para haver um equilíbrio. 
→ Manifestações clínicas demoram de 2-3 
semanas para aparecer 
Efeito Terapêutico 
 
• Pesquisadores descobriram que o fármaco 
não atuava só no córtex pré-frontal (pós), 
mas também no núcleo dorsal da rafe (pré) 
• Com o aumento de serotonina, no núcleo 
dorsal da rafe os receptores (5HT1A) 
começam a ser dessensibilizados, resultando 
no aumento de descargas de serotonina, por 
conta da diminuição dos freios dos neurônios
 
• Então a diferença desse fármaco para os 
outros, é que acontece também no núcleo 
dorsal da rafe, porém a resposta é a mesma 
– o que leva 21 dias do efeito é o 
deslocamento da dessensibilização do 
núcleo dorsal da rafe até o córtex. 
Efeitos indesejáveis dos ISRS 
→ Estimulação de outros receptores 5-HT em 
outras áreas: 
• R5HT2A e 2C: amígdala e CPFVM – 
agitação mental, ansiedade 
• R5HT2A: gânglios basais – alteração no 
movimento motor 
• R5HT2A: tronco cerebral (centro sono) – 
provocar despertares noturnos 
• R5HT2A e 2C: medula espinhal - inibe reflexo 
do orgasmo e ejaculação: disfunção sexual 
• R5HT2A: região mesocortical – apatia e 
diminui a libido 
• R5HT3: hipotálamo ou tronco cerebral – 
náuseas e vômitos 
• R5HT3: TGI - ↑ motilidade Gi, cólicas e diarreia 
 
Antidepressivos Atípicos 
→ Fármacos com ação em locais diferentes 
→ Menos efeitos colaterais 
→ Toxicidade aguda menor 
• Inibidores da recaptação de 5-HT e da 
noradrenalina (IRSN): Venlafaxina, Duloxetina 
• Inibidores da recaptação de noradrenalina 
e de dopamina (IRND): Bupropiona 
• Inibidor seletivo da recaptação de 
noradrenalina (IRN): Reboxetina 
• Antagonista alfa2 como desinibidor de 5-HT 
e noradrenalina (DISN): Mirtazapina 
• Antagonista/Inibidor de recaptação de 5-HT: 
Trazodona e Nefazodona 
Inibidores da recaptação de 5-HT e NA 
(IRSN) 
→ Venlafaxina XR (Efexor®) 
• Depressão, TAG: 75-225mg/dia 
• Fobias: 75mg/dia; TP: 37,5-75mg/dia 
→ Desvenlafaxina XR (Pristiq®) 
• Depressão: 50mg, 1x/dia até 200mg/dia 
→ Duloxetina (Cymbalta®) 
• Depressão, TAG: 30-60mg/dia até 
120mg/dia 
• Dor neuropática: 60mg,1x/dia 
→ Milnaciprano (Ixel®) 
• Depressão: 50mg, 2x/dia 
→ Levomilnaciprano (Fetzima®) 
• Depressão: 20mg, 1x/dia até 120mg/dia 
Mecanismo de ação dos IRSN 
 
→ Inibe a recaptação de 5-HT, noradrenalina 
e pouco da (córtex pré-frontal) 
→ Porém não inibe receptores 
histaminérgicos, α1 e colinérgicos – diferença 
quando comparados aos tricíclicos 
• Foi o primeiro IRSN comercializado
• Substrato da CYP 450 – metabólito ativo: 
desvenlafaxina
• Disponível em liberação prolongada (XR) – 
administrada 1 x/dia
• Utilizada em transtornos de ansiedade
 
 
Antagonista alfa-2 como desinibidor de 
5-HT e NA (DISN) 
→ Mirtazapina (Remeron®) 
• Depressão maior: dose usual 15 a 45 mg 
• Antagonista H1- efeito sedativo (pode ser 
usado como ansiolítico) 
• Efeito colateral: ganho de peso 
• Bom para idosos, devido ao principal efeito 
colateral ser o ganho de peso 
Mecanismo de ação 
 
1. Bloqueia receptores alfa-2 (auto-R) 
• Receptores alfa-2 são noradrenérgicos e 
podem ser autoreceptores inibitórios 
(acoplado a proteína Gi) 
• Alfa-2 também está presente no neurônio 
serotoninérgico (hétero receptor) – 
noradrenalina regula serotonina 
• O fármaco (antagonista alfa-2) vai se ligar 
ao alfa-2 e inibi-lo – vai inibir a inibição, 
aumentando os disparos do neurônio, 
liberando mais noradrenalina 
2. Bloqueia receptores 5-HT2A, 5-HT2C e 5-HT3 
• Alfa-1 também são héteros receptores e 
são acoplados a proteína Gq (estimulatória) 
• Quando aumenta a noradrenalina, ela se 
liga no alfa-1, estimulando o mesmo – 
estimula o neurônio serotoninérgico a 
disparar mais serotonina (efeito secundário) 
 
Antagonistas/Inibidores da recaptação 
de 5-HT (AIRS) 
→ Trazodona (Donaren®)) 
• Depressão e Dor crônica neuropática 
• Dose 50-150mg/dia até 400mg/dia 
→ Nefazodona (Serzone®) 
• Depressão: 100mg, 2x/dia 
→ Vortioxetina (Brintellix®) 
• Depressão: 10mg/dia ou 20mg/dia 
• Antagonista 5-HT2A com inibição de 
recaptação de 5-HT
• Capaz de aumentar 5-HT por inibir a 
recaptação, resultando em estímulo no 
receptor 5-HT1A devido ao bloqueio de 5-HT2A 
• Usadas como complemento de outros 
antidepressivos 
• Ainda: transtorno do pânico, estresse pós-
traumático e ansiedade generalizada 
• Antagonismo de 5-HT2A diminui os efeitos 
indesejáveis da 5-HT (agitação, ansiedade, 
disfunção sexual) 
 
Inibidores da recaptação de NA e DA 
(IRND) 
→ Bupropiona (Wellbutrin® e Ziban®) 
• Ziban®: Tabagismo. Dose: 150 mg por dia. 
• Wellbutrin®: Transtorno depressivo maior. 
Dose: 300 mg/dia ou 150 mg 2 vezes ao dia 
• Atua de forma inespecífica sobre a 
recaptação de NA e DA 
• Fármaco inibe bombas de recaptação de 
NA e DA com pouca atividade antidepressiva 
• Fármaco atua mais no núcleo accumbens: 
local de vício, desejo, euforia, aumentando a 
DA nessa região, modulando esses efeitos 
• Não tem componentes serotoninérgicos: 
pouco eficaz para a depressão mas auxilia 
no não acontecimento de disfunção sexual 
• Formulações de ação prolongada: melhor 
tolerabilidade 
• Efeitos adversos: boca seca, sudorese, 
tremores (↑NA) 
• Ziban®: indicado no tratamento do 
tabagismo, pouco eficácia antidepressiva, 
nãocausa efeitos colaterais sexuais 
 
Inibidores seletivos da recaptação de 
NA (IRN) 
→ Maprotilina (Ludiomil®) 
• Uso: Depressão, distúrbios de humor, 
ansiedade, tristeza 
• Dose: 75-150mg/dia 
→ Atomoxetina (Strattera®) 
• Depressão: 8 mg por dia ou 4mg 2 vezes por 
dia (máximo de 10 mg por dia) 
• TDAH: 40 mg até 80 mg por dia 
→ Reboxetina (Prolift®) 
• Transtorno Depressivo grave: 4mg 2 vezes 
por dia 
→ Não apresenta propriedades adicionais 
indesejáveis dos AD tricíclicos – não se ligam 
a receptores extas (mais seletivo) 
→ Não são úteis nos transtornos ansiosos.

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