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trato GI - metabolismo

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Maria Clara Leal 
Sistema 
digestivo 
O trato alimentar abastece o corpo com suprimento contínuo de água, eletrólitos, vitaminas e 
nutrientes. Isso requer (1) movimentação do alimento pelo trato alimentar; (2) secreção de 
soluções digestivas e digestão dos alimentos; (3) absorção de água, diversos eletrólitos, 
vitaminas e produtos da digestão; (4) circulação de sangue pelos órgãos gastrointestinais para 
transporte das substâncias absorvidas; e (5) controle de todas essas funções pelos sistemas 
nervoso e hormonal locais. 
As doenças gastrintestinais correspondem a cerca de 10% do dinheiro gasto em cuidados de 
saúde. (Silverton) – Azia, indigestão, gases, constipação. 
anatomia 
➢ O sistema digestório inicia com a cavidade oral (boca e 
faringe), que servem de receptáculo para a comida. O alimento 
ingerido entra no trato gastrintestinal (trato GI), que consiste 
em esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso. 
A digestão, a quebra química e mecânica do alimento, ocorre 
principalmente no lúmen do intestino. O alimento é modificado por 
células epiteliais e por órgãos glandulares acessórios (Glândulas 
salivares, fígado, vesícula biliar e o pâncreas). A mistura pastosa de 
alimento e secreções é conhecida como quimo. 
O trato GI é um longo tubo com paredes musculares alinhadas por um 
epitélio secretor e transportador. Possui esfíncteres. O alimento move-
se pelo trato, sendo propelido por ondas de contrações musculares. 
Os produtos são absorvidos pelo intestino e passam para o líquido intersticial, vão para o sangue 
ou linfa e são distribuídos pelo corpo. O que não é absorvido é direcionado para o ânus. 
Existem muitas bactérias no lúmen do intestino grosso. Este arranjo é comumente descrito 
como uma relação comensalismo, em que as bactérias se beneficiam de ter o fornecimento de 
uma casa e comida, ao passo que o corpo humano não é afetado. 
 
LINGUA 
Órgão digestor acessório; 
É dividida por um septo e cada parte possui partes iguais de músculo extrínseco e intrínseco. 
• Extrínseco: Função de mobilizar o bolo alimentar; formam o assoalho da boca 
e mantém a língua na sua posição; Hioglosso, genioglosso e estiloglosso; 
• Intrínseco: Alteram a forma e o tamanho d língua para a fala e deglutição; 
Músculo longitudinal superior e inferior, transverso e vertical da língua; 
Sacarose= glicose + frutose 
Lactose= glicose + galactose 
Maltose= Glicose + glicose 
Maria Clara Leal 
A língua excreta a enzima lipase lingual que é responsável pela clivagem de triglicerídeos; 
BOCA 
• Digestão mecânica: dentes 
Os dentes são adaptados, engenhosamente, para a mastigação. Os anteriores 
(incisivos) possibilitam a ação de cortar, e os posteriores (molares), ação de trituração. 
Todos os músculos da mandíbula, em conjunto, conseguem aproximar os dentes com 
força de até 25 kg nos incisivos e 91 kg nos molares. A mastigação é importante para a 
digestão de todos os alimentos, mas especialmente importante para a maioria das 
frutas e dos vegetais crus, com membranas de celulose indigeríveis, ao redor das 
porções nutrientes, que precisam ser rompidas para que o alimento possa ser digerido. 
• Digestão química: glândulas salivares; glândulas sublinguais abaixo da língua, 
glândulas submandibulares abaixo da mandíbula (osso maxilar) e glândulas 
parótidas encontradas perto da articulação da mandíbula. 
1- Glândulas sublinguais: localizadas abaixo da língua; os ductos sublinguais 
secretam um líquido mucoso e pouca quantidade de amilase salivar 
2- Glândulas submandibulares: assoalho da boca, inferior a mandíbula; Os 
ductos submandibulares secretam líquido mucoso e amilase salivar; 
3- Glândulas parótidas: inferior e posterior as orelhas. Secretam liquido 
seroso que contém amilase salivar; 
Na boca se encontra duas enzimas: amilase salivar (degrada o amido em maltose) e a lipase 
lingual que é secretada na língua. A lipase se ativa em ambientes ácidos do estomago para 
clivar triglicerídeos. 
➢ Parassimpático: Promove a secreção continua de saliva; 
➢ Simpático: Ressecamento da boca; 
A mastigação é extremamente importante para aumentar a superfície de contato, 
facilitando o trabalho das enzimas. Além disso, previne a escoriação do trato 
gastrointestinal 
 
Na boca à produção da saliva pelas glândulas salivares, nela está contido a enzima 
amilase salivar, que é responsável pela degradação de amido, o transformando em 
maltose. 
A lisozima é uma enzima salivar antibacteriana, e imunoglobulinas salivares incapacitam 
bactérias e vírus. Além disso, a saliva ajuda a limpar os dentes e manter a língua livre de 
partículas alimentares.
DECLUTICAO 
A faringe se converte por apenas alguns segundos, em trato de propulsão alimentar. É 
particularmente importante que a respiração não seja comprometida pela deglutição.
Estágio Voluntário da Deglutição. Quando o alimento está pronto para ser deglutido, ele é, 
“voluntariamente” comprimido e empurrado para trás, em direção à faringe, pela pressão da 
língua para cima e para trás contra o palato.
Maria Clara Leal 
Estágio Faríngeo da Deglutição. O bolo de alimento, ao atingir a parte posterior da cavidade 
bucal e a faringe, estimula as áreas de receptores epiteliais da deglutição, ao redor da abertura 
da faringe, especialmente, nos pilares tonsilares e seus impulsos passam para o tronco 
encefálico, onde iniciam série de contrações musculares faríngeas automáticas.
 O palato mole é empurrado para cima e evita que o alimento volte
 As pregas palatofaríngeas, situadas em cada lado da faringe, se 
aproximam. Formam uma fenda sagital que evita que grandes 
alimentos passem
 As cordas vocais se aproximam, puxando a laringe para cima e para 
frente (músculos do pescoço), fechando a epiglote, o que evita que o 
alimento passe pela laringe.
 O movimento para cima da laringe, permite que o esôfago ganhe de 3 
a 4 cm, permitindo que o alimento passe facilmente pela faringe 
posterior
 Ao elevar a faringe, o esfíncter faringoesofágico é relaxado, a parede 
muscular da faringe se contrai, iniciando a contração que empurra o 
alimento para o esôfago.
 
 
 
 
ESOFAGO 
O alimento deglutido passa pelo esôfago, um tubo estreito que atravessa o tórax até o abdome. 
As paredes do esôfago são constituídas de músculo esquelético no terço superior, mas sofrem 
transição para músculo liso nos dois terços inferiores. E desemboca no estômago. 
A função primária do esôfago é a de conduzir rapidamente o alimento da faringe 
para o estômago, e seus movimentos são organizados de modo específico para 
essa função 
O esôfago, normalmente, apresenta dois tipos de movimentos peristálticos: 
peristaltismo primário e peristaltismo secundário. O peristaltismo primário é, 
simplesmente, a continuação da onda peristáltica que começa na faringe e se 
prolonga para o esôfago, durante o estágio faríngeo da deglutição. 
Se a onda peristáltica primária não consegue mover, para o estômago, todo o alimento que 
entrou no esôfago, ondas peristálticas secundárias resultam da distensão do próprio esôfago 
pelo alimento retido; essas ondas continuam até o completo esvaziamento do esôfago. 
Todo o estômago e, em menor extensão, até mesmo o duodeno relaxam quando a onda 
peristáltica atinge a porção inferior do esôfago e assim, se preparam com antecedência para 
receber o alimento levado pelo esôfago. 
 Resumindo os mecanismos do estágio faríngeo da deglutição: a traqueia se fecha, o esôfago se 
abre, e onda peristáltica rápida, iniciada pelo sistema nervoso da faringe, força o bolo de alimento 
para a parte superior do esôfago; o processo todo dura menos de 2 segundos. 
 
Maria Clara Leal 
HISTOLOGIA DO 
ESTOMAGO 
TÚNICA MÚSCULAR 
1- Terço superior do esôfago: musculo esquelético 
2- Terço Intermediário: musculo esquelético e liso 
3- Terço inferior: Músculo liso 
TÚNICA ADVENTÍCIA 
 Camada superficial do esôfago; 
ESTOMAGO
O estômago tem três seções:o fundo superior, o corpo central e 
o antro inferior. 
Em termos anatômicos, o estômago, normalmente, é dividido em duas partes principais: (1) o 
corpo e (2) o antro. Em termos fisiológicos, ele se divide mais 
apropriadamente em (1) porção “oral”, abrangendo cerca dos 
primeiros dois terços do corpo, e (2) porção “caudal”, 
abrangendo o restante do corpo mais o antro. 
O estômago continua a digestão que iniciou na boca, 
misturando o alimento com ácido e enzimas para criar o quimo. 
A abertura entre o estômago e o intestino delgado, ou piloro 
(porteiro), é protegida pela válvula pilórica. Esta faixa espessa 
de músculo liso relaxa para permitir que apenas pequenas 
quantidades de quimo entrem no intestino delgado 
simultaneamente. 
As secreções gástricas são muito ácidas, contendo enzimas proteolíticas. A mucosa esofágica, 
exceto nas porções bem inferiores do esôfago, não é capaz de resistir, por muito tempo, à ação 
digestiva das secreções gástricas. Felizmente, a constrição tônica do esfíncter esofágico inferior 
evita significativo refluxo do conteúdo gástrico. 
O estômago tem a capacidade de armazenar grandes quantidades de alimento (até 2kg) até 
que o intestino esteja pronto para reabsorve-lo. Mistura o alimento com secreções gástricas 
para a formação do quimo. Esvazia lentamente o quimo do estômago para o intestino delgado. 
 
• Túnica mucosa: camada de células epiteliais colunares simples. As células epiteliais 
formam células secretoras chamadas de glândulas gástricas; 
• A túnica mucosa forma as pegras gástricas que servem para aumentar a superfície de 
contato. 
• Células das glândulas gástricas (cripta) 
• Célula mucosa do colo e da superfície: secretam muco 
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• Células parietais: produzem fator intrínseco (necessário para absorção de B12) e 
secretam H+ e Cl- (a junção desses dois íons será responsável pela clivagem do 
pepsinogênio em pepsina) 
• Células principais gástricas: Secretam pepsinogênio 
• Células enteroendocrinas (secretadora de gastrina): secreta hormônio de gastrina na 
circulação sanguínea (estimula a secreção de ácido clorídrico pelas células parientais. 
O mais importante, a gastrina parece intensificar a atividade da bomba pilórica. Assim, 
é muito provável que, também, promova o esvaziamento gástrico. 
• Há presença de muitas células caliciformes 
 
• Serosa 
• Camada muscular longitudinal 
• Camada muscular circular 
• Submucosa 
• Mucosa 
Enquanto o alimento estiver no estômago ele estará sujeito a leves ondas constritivas 
peristálticas fracas, denominadas ondas de mistura. À medida que as ondas constritivas 
progridem do corpo para o antro, ganham intensidade, algumas ficando extremamente 
intensas, gerando potente potencial de ação peristál- tica, formando anéis constritivos que 
forçam o conteúdo antral, sob pressão cada vez maior, na direção do piloro. 
 
• Em ponta: dedspolarização 
• Lenta: varia entre -50 e -40mv 
Não tem despolarização na onda lenta. 
Origina-se nas células intersticiais de cajal 
Acetilcolina aumenta o peristaltismo – parassimpático 
ESVAZIAMENTO 
O esvaziamento do estômago é promovido por intensas contrações peristálticas no antro 
gástrico. Ao mesmo tempo, o esvaziamento é reduzido por graus variados de resistência à 
passagem do quimo pelo piloro. 
Cerca de 20% do tempo que o alimento está no estomago será para sofrer fortes contrações, 
com o intuito de “expulsa-lo”. Quando o tônus pilórico é normal, cada intensa onda peristáltica 
força vários mililitros de quimo para o duodeno. Assim, as ondas peristálticas, além de 
causarem a mistura no estômago, também promovem a ação de bombeamento, denominada 
“bomba pilórica”. 
Quando há uma maior ingestão de alimentos, ocorre que a dilatação da parede gástrica 
desencadeia reflexos mioentéricos locais que acentuam, bastante, a atividade da bomba 
pilórica e, ao mesmo tempo, inibem o piloro. 
Quando o duodeno está cheio o estômago recebe uma resposta para diminuir o peristaltismo e 
contrair ainda mais o pilo. 
Maria Clara Leal 
A insulina aumenta o peristaltismo fazendo com que o alimento chegue mais rápido ao 
estômago
• Duodeno: Alcalinização (Quilo); Banho do sulco entérico e pancreático; 
• Jejuno: Especializado em absorção devido as microvilosidades 
• Ileo: Continua a absorção; Absorção de vitamina B12 
VÁLVULA ILIACOCEAL 
A principal função da válvula ileocecal é a de evitar o refluxo do conteúdo fecal do cólon para o 
intestino delgado. A resistência ao esvaziamento pela válvula ileocecal prolonga a 
permanência do quimo no íleo e, assim, facilita a absorção. Evita a passagem de bactérias do 
intestino grosso para o delgado. 
COLON 
As principais funções do cólon são (1) absorção de água e de eletrólitos do quimo para formar 
fezes sólidas e (2) armazenamento de material fecal, até que possa ser expelido. A metade 
proximal do cólon está envolvida, principalmente, na absorção, e a metade distai, no 
armazenamento. Já que movimentos intensos da parede do cólon não são necessários para 
essas funções, os movimentos do cólon são, normalmente, muito lentos. 
ENZIMAS 
O estômago produz duas enzimas: pepsina e uma lipase gástrica. 
• A pepsina realiza a digestão inicial de proteínas. A pepsina é secretada na forma 
inativa pepsinogênio pelas células principais das glândulas gástricas. Uma vez no 
lúmen do estômago, o pepsinogênio é clivado à pepsina ativa pela ação do H, e a 
digestão proteica inicia. 
 A lipase gástrica é consecretada com a pepsina. As lipases são enzimas que quebram 
triacilgliceróis. No entanto, menos de um terço da digestão de gordura ocorre no 
estômago.6
 Secretina: produzida no duodeno; Estimula a liberação de bicarbonato pelo 
pâncreas; inibe a gastrina
 Gastrina: liberada pelas células G, aumenta o movimento peristáltico 
 Hormônio CCK: produzido no trato digestivo; inibe a gastrina; sensação de 
saciedade
 Grelina: Aumento do apetite 
 Leptina: Sacies
Maria Clara Leal 
 
carboidratos
• Monossacarídeo 
• Oligossacarideo (2 ou mais) 
• Polissacarideoa (acima de 20) – amido 
 
A digestão do amido inicia na boca com a amilase salivar, mas essa enzima é 
desnaturada pela acidez do estômago. A amilase pancreática, então, retoma a 
digestão do amido em maltose. A maltose e outros dissacarídeos são quebrados 
pelas enzimas da borda em escova intestinal, conhecidas como dissacaridases 
(maltase, sacarase e lactase). Os produtos finais absorvíveis da digestão de 
carboidratos são glicose, galactose e frutose. 
o simporte apical Na-glicose SGLT e o transportador basolateral GLUT2. Esses 
transportadores movem tanto a galactose quanto a glicose.7 
A absorção de frutose, entretanto, não é dependente de Na. A frutose move-se 
através da membrana apical por difusão facilitada pelo transportador GLUT5 e 
através da membrana basolateral pelo GLUT27 
 
 
Surpreendentemente, de 30 a 60% das proteínas encontradas no lúmen intestinal 
não são provenientes do alimento ingerido, mas de células mortas que se 
desprendem e de proteínas secretadas, como as enzimas e o muco. 
• As endopeptidases, mais comumente chamadas de proteases, atacam as 
ligações peptídicas no interior da cadeia de aminoácidos e quebram uma 
cadeia peptídica longa em fragmentos menores. As proteases são 
secretadas como proenzimas inativas (zimogênios) pelas células epiteliais do 
estômago, do intestino e do pâncreas. Elas são ativadas quando alcançam o 
lúmen do trato GI. Exemplos de proteases incluem a pepsina secretada no 
estômago, e a tripsina e a quimotripsina, secretadas pelo pâncreas. 
• As exopeptidases liberam aminoácidos livres de dipeptídeos por cortá-los 
das extremidades, um por vez. As aminopeptidases agem na extremidade 
aminoterminal da proteína; as carboxipeptidases agem na extremidade 
carboxiterminal. As exopeptidases digestórias mais importantes são duas 
isoenzimas da carboxipeptidase secretadas pelo pâncreas. As 
aminopeptidasesdesempenham um papel menor na digestão.

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