Prévia do material em texto
19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 1/23 TRICOLOGIA E ESTÉTICA CAPILAR UNIDADE 1 - FOLI�CULO PILOSO E ANEXOS CUTA� NEOS Adriana Teixeira dos Reis Bertolletti 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 2/23 Introdução O homem, desde o inı́cio da humanidade, se preocupa com seus cabelos. Estes têm a função de proteger a cabeça de traumas, frio e radiações solares. Embora o cabelo não seja necessário para sobrevivência, apresenta um impacto psicossocial signi�icativo. As quedas de cabelos podem causar ansiedade e depressão E geram, em muitos casos, vergonha. Por causa disso, homens e mulheres buscam uma gama variada de tratamentos, procedimentos estéticos e medicamentos para lidar com a perda capilar e solucionar esta alteração. Para ajudar estes pacientes em suas alterações capilares, vamos começar esta primeira unidade explorando o sistema capilar e, para isso, é importante re�letirmos sobre alguns pontos: Como é o ciclo de crescimento do cabelo? Quais são as atividades metabólicas para o crescimento e a formação de um novo �io de cabelo? Como se dá as alterações da haste capilar? Quais são os tipos de queda de cabelo? Não temos como tratar o couro cabeludo se não entendermos suas estruturas, já que o cabelo é, inclusive, um grande marcador biológico. Seguiremos nossos estudos com uma abordagem da anatomia e �isiologia do folı́culo piloso, bem como a anatomia da haste capilar para que possamos compreender como se dão as alterações tanto da haste capilar, quanto do couro cabeludo. Vamos lá? 1.1 Estrutura capilar: cutícula, córtex e medula Os cabelos são �ios formados por um tipo de proteı́na chamada queratina. Eles nascem de uma estrutura da pele chamada folı́culo piloso, que é onde �ica a raiz do cabelo. Como entender a anatomia da haste capilar sem compreender a estrutura que forma o folı́culo piloso? O sistema capilar tem muitas particularidades e quando não funciona adequadamente pode levar as alterações de haste, couro cabeludo e até queda de cabelo. Muitas das quedas capilares são irreversı́veis, mas outras, com tratamento adequado, podem ser revertidas. Você sabia que há células tronco no folı́culo piloso? Sabe qual a função da medula na haste capilar? Ou que é a fase Anágena do ciclo de crescimento do cabelo determina seu comprimento? Ao estudar os conteúdos apresentados a seguir você poderá responder a estas e outras perguntas sobre o sistema capilar. Acompanhe! 1.1.1 Embriologia do Folículo Piloso Os primeiros pelos começam a aparecer no segundo e terceiro mês de vida intrauterina. A camada basal da epiderme começa a proliferar e faz uma invaginação no sentido da derme, mas de forma inclinada em relação a superfı́cie da pele, carregando em sua extremidade um grupo de células mesenquimais, que será a futura papila dérmica. Em torno do quarto mês de gestação, o feto é totalmente coberto pelo lanugo (pelo �ino, curto e pouco pigmentado) e pouco antes do nascimento, eles desaparecem (PEREIRA et al, 2016). 1.1.2 Anatomia do folículo piloso Os pelos estão distribuı́dos em todo o corpo com exceção da palma da mão, planta do pé, lábios, e parte interna das genitálias. Os cabelos são pelos, fazem parte dos anexos da pele e compõem o sistema tegumentar. Os �ios que estão presos na cabeça são cabelos e o que estão distribuı́dos pelo corpo recebem o nome de 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 3/23 pelos (RIVITTI, 2014). Os cabelos são �ilamentos, ou melhor, �ios proteicos constituı́dos basicamente de queratina. Variam muito em comprimento, espessura e cor nas diferentes partes do corpo e nas várias etnias. Apresentam diferentes cores e curvaturas e somente os mamı́feros é que tem pelos, ainda que nem todo o mamı́fero tenha pelo. Há dois tipos de pelos. Clique nos itens e conheça-os. São considerados cabelos velus aqueles com diâmetro igual ou menor que 0,03 cm e terminais com diâmetro igual ou maior que 0,06 cm. O pelo velus pode se transformar em pelo terminal com a ação dos hormônios androgênicos. O Dihidrotestosterona (DHT) interage com os pelos velus da infância e a partir da adolescência transforma-os em pelos terminais: mais grossos, pigmentados e compridos (DAWBER e NESTE, 2000). Anatomicamente, o folı́culo piloso é dividido em parte superior ou permanente (do músculo pilo eretor até a superfı́cie da pele) e parte inferior ou transitória (do músculo piloeretor até a base do bulbo), conforme a �igura a seguir. Velus O velus é um pelo curto, com menos de 2cm de tamanho, sem medula, macio e pouco pigmentado. Terminal O pelo terminal é grosso, pigmentado e comprido. 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 4/23 A parte superior ainda é subdividida em istmo, que vai da inserção do músculo eretor até a desembocadura da glândula sebácea no folı́culo piloso, e em infundíbulo, que se estende da desembocadura da glândula sebácea até a superfı́cie da pele. A saı́da do infundı́bulo na superfı́cie da pele se chama acrotrı́quio ou óstio folicular (PEREIRA et al, 2016). O segmento inferior, por sua vez, é subdividido em duas partes: o talo, que se estende da inserção do músculo eretor do pelo até a Franja de Adamson, como podemos ver na �igura a seguir. Esta é uma região de transição de células ainda vivas queratinizadas com células mortas e que constituem a haste do cabelo. A outra parte do segmento inferior é o bulbo, que vai da franja de Adamson até a base do folı́culo. A base do bulbo contém a matriz e envolve a papila dérmica, conforme também observamos na �igura a seguir, que é composta pelos Figura 1 - Divisão anatômica da unidade folicular. Fonte: PEREIRA et al, 2016, p. 4. 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 5/23 �ibroblastos especializado. A matriz é onde ocorre a mitose no folı́culo piloso, produzindo a haste e a bainha radicular interna. Também na matriz, encontramos os melanócitos, os quais dão a cor aos cabelos (DAWBER e NESTE, 2000). Segundo Pereira et al (2016), ao nı́vel do músculo eretor existe a zona de Bulge ou zona saliente, onde se localizam as células responsáveis pelo desencadeamento dos ciclos de crescimento capilar. Ou seja, o depósito de células tronco do cabelo está localizado nessa região, que sob determinados estı́mulos neuromecânicos, produz atividade renovadora para o folı́culo piloso (movimento descendente) e para renovação da pele (movimento ascendente) (PEREIRA et al, 2016). 1.1.3 Haste Capilar O cabelo produzido pela matriz é constituı́do por três partes distintas: medula, córtex e cutícula. A medula é a parte mais interna e não está presente em todos os �ios, sendo encontrada nas hastes mais grossas. Apresenta de 2 a 5 �ileiras lado a lado e sua utilidade ainda é desconhecida (HALAL, 2011). O córtex representa 80% do peso do �io. A cor é resultante da melanina fornecida pelos melanócitos localizados na matriz. Apresenta células alongadas e unidas para formar �ibras fusiformes a achatadas que contém grânulos Figura 2 - Microanatomia do Folı́culo Piloso. Fonte: PEREIRA et al, 2016, p. 5. 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 6/23 de pigmento em pelos escuros e ar nos brancos. A queratina é uma proteı́na composta por cerca de 18 tipos de aminoácidos diferentes, sendo que a cistina é um dos principais aminoácidos; também possui uma elevada quantidade de enxofre (PEREIRA et al, 2016). A cutícula é composta de células tipo escamas sobrepostas, também queratinizadas, com altas concentrações de enxofre, que funcionam como uma barreira protetora para o Córtex e a Medula, e que são responsáveis pelo brilho,maciez e penteabilidade dos cabelos (HALAL, 2011). Apresenta cerca de 5 a 10 camadas de espessura, sendo que suas células se empilham umas sobre as outras, formando uma superfı́cie bem plana, que se mantém unidas através das ceramidas, os lipı́deos intercelulares (HALAL, 2011). Além de queratina, melanina e ceramidas, o cabelo contém água, pentoses, fenóis, ácido glutâmico, valina, leucina, cobre, zinco, ferro, manganês, cobalto, cálcio e alumı́nio. Segundo Rivitti (2014), a cutı́cula contém uma �ina membrana externa, a epicutı́cula e mais duas camadas internas, a endocutı́cula e exocutı́cula. A endocutı́cula é encontrada na parte mais interna do �io, feita de material não queratinoso, rica em proteı́nas, enzimas, vitaminas e ı́ons. A Exocutı́cula é encontrada na parte mais externa do �io, sendo formadas por 6 a 10 camadas de células justapostas no comprimento da �ibra e sua composição se dá por material protéico e disforme, responsável pela proteção das células corticais; controla a entrada e a saı́da de água para conservação de suas propriedades fı́sicas (RIVITTI, 2014). Figura 3 - Estrutura do cabelo. Fonte: Paper Teo, Shutterstock, 2019. 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 7/23 Sobre o pH �isiológico da manta natural ácida do cabelo e pele, cabe destacar que varia entre 4,5 a 5,5. O pH entre 3 e 7, normalmente, não altera a estrutura do sistema capilar. Os ácidos contraem e endurecem os �ios, enquanto que as bases (álcalis) os amaciam e dilatam. 1.1.4 Ciclo de Crescimento do Cabelo O ciclo biológico do cabelo é dividido em fases. Clique nos itens para conhecê-las. Anágena Catágena Telógena Exógena Neógena Quenógena A Anágena é a fase onde o �io cresce constantemente por um perı́odo de dois a oito anos, ou seja, a matriz está em atividade mitótica. Nessa fase, o folı́culo está aderido à rede vascular e é onde 90% dos cabelos se encontram (PEREIRA et al, 2016). Após a etapa máxima de crescimento, a matriz cessa sua atividade, o bulbo solta a papila dérmica e vai em direção a superfı́cie da pele, iniciando a fase catágena. Na fase Catágena, as células da matriz se retraem deixando para trás a papila dérmica desnuda. Uma �ina camada de células epiteliais mantém a conexão entre a papila e o folı́culo piloso, formando um elo entre papila e bulbo, que se desloca no sentido da superfı́cie da pele. A duração desta fase é de duas a três semanas, até que a parte proximal da haste �ique totalmente queratinizada com forma ovalada (clava). Apenas 1% dos �ios do couro cabeludo se encontram nessa fase. • • • • • • 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 8/23 A próxima fase é a Telógena ou fase de repouso, na qual o �io começa a se desprender e que dura de dois a quatro meses, culminando na eliminação do cabelo. De 10 a 20% dos �ios se encontram nessa fase. Há intensa atividade metabólica: há algumas substâncias que inibem a formação de um novo anágeno e uma que controla a expulsão do cabelo do folı́culo piloso. No momento �inal da fase telógena, as células tronco (stem cells) localizadas no Bulge começam sua proliferação e se direcionam à papila dérmica para formar um novo anágeno. Inicia a partir daı́ a fase Neógena (PEREIRA et al, 2016). No exato momento que o �io é eliminado, com a clava limpa (sem saco epitelial), temos a fase Exógena ou Teloptose, onde podem acontecer duas situações: a formação de um novo �io, fase Neógena; o folı́culo �ica ativo, mas sem produção do �io, fase Quenógena (keno do grego signi�ica vazio). Note que o fenômeno do folı́culo piloso vazio é mais frequente e mais duradouro com o decorrer da idade (RIVITTI, 2014). Figura 4 - Ciclo de crescimento do cabelo: (1) Fase Anágena; (2) Fase catágena; (3) Fase telógena (migração das células tronco, em verde, para iniciar um novo �io); (MI) Membrana Hialina); (4), (5) e (6) Novo cabelo é formado; (6) Fase Exógena. Fonte: PEREIRA et al, 2016, p. 9. 1.2 Danos Capilares Os cabelos podem sofrer diversos traumas provocados por diferentes fatores: sol, vento, umidade ou secura, ato de pentear, escovar, colorir, alisar, entre tantos outros. As alterações fı́sicas ocasionadas pelo tempo e manipulações cosméticas são chamadas de “desgastes dos cabelos” e afetam a cutı́cula e, muitas vezes, o córtex da haste. Sendo assim, o terapeuta capilar precisa saber identi�icar as tricoses. Você sabe o que são tricoses? Sabia que há alterações que não existem solução a não ser cortar o cabelo? Sabia também que um 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 9/23 terapeuta capilar precisa cuidar da haste, além do couro cabeludo? Ao nos debruçarmos sobre os conteúdos apresentados a seguir você poderá obter um panorama das alterações da haste capilar e poder responder essas e outras perguntas sobre os danos ocasionados na haste capilar. 1.2.1 Tricoses As tricoses são afecções dos pelos, caracterizadas por alterações quantitativas ou qualitativas, congênitas, transmissão genética ou adquirida e por má formação. As alterações qualitativas incluem os distúrbios pigmentares e as displasias pilosas, enquanto que as quantitativas caracterizam as alopecias, hipotricoses e o hirsutismo. As alterações da haste pilosa ou displasias pilosas são designações dadas à haste do pelo, podendo ser adquiridas, congênitas ou hereditárias, além de poderem ocorrer de forma localizada ou generalizada. Muitas vezes, representam apenas um defeito isolado, sem comprometimento à saúde. Em outros casos, indicam sinal diagnóstico para genodermatoses. São inúmeras as alterações da haste pilosa congênitas ou adquiridas, elegemos algumas delas para elucidarmos: Tricorrexe Nodosa, Tricoptilose e Triconodose. Além destas, há as alterações hereditárias da haste pilosa, quais sejam: Moniletrix, Pseudomoniletrix, Pilli Torti, Sı́ndrome dos Cabelos Impenteáveis e Cabelos Lanosos. 1.2.2 Tricorrexe Nodosa A Tricorexe Nodosa é uma resposta caracterı́stica dos cabelos a um traumatismo, o chamado desgaste dos cabelos, sendo a forma de quebra de �ios mais comum. As células cuticulares dos pelos em um determinado local são rompidas formando um nódulo. Ocorre a exposição e a quebra das �ibras dos �ios, como podemos ver na imagem a seguir. 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 10/23 A causa exata é desconhecida, mas vários fatores podem ser responsáveis: sol, pente, escovas, shampoos, banho de mar e piscina, manipulações a quente, tricotilomania, secadores etc. Defeitos congênitos podem facilitar a formação da tricorrexe nodosa, tais como pseudomoniletrix, pelo anular e pilli annulati (DAWBER e NESTE, 2000), os quais veremos mais adiante. Não há tratamento efetivo, porém o corte de cabelos longos costuma ser bené�ico. 1.2.3 Tricoptilose Segundo Pereira et al (2016), a Tricoptilose é caracterizada por cabelos frágeis, quebradiços e bifurcados, com �issuras longitudinais na haste do �io. Vulgarmente conhecida como ponta dupla, geralmente, acomete a sua porção distal, mas pode atingir porções médias da haste. E� muito freqüente em cabelo longos, sendo que a cutı́cula não envolve todo o �io, estando ausente nas partes �issuradas (PEREIRA et al, 2016). A tricoptilose resulta do desgaste das cutı́culas que expõe as �ibras do córtex. Surge sem causa aparente ou pode estar relacionada ao uso excessivo de escovas, chapas, shampoos muito detergentes, lavagens muito freqüentes ou com água quente demais, com a diminuição do manto gorduroso e com a perda de água (DAWBER e NESTE, 2000). Figura 5 - Tricorrexe nodosa. Fonte: PEREIRA, 2016, p. 405. 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 11/231.2.4 Triconodose A Triconodose E� uma alteração relativamente comum, mas que freqüentemente passa despercebida. Segundo Pereira et al (2016), caracteriza-se pela presença de verdadeiros nós ou laços na haste capilar, torcendo o �io e tornando-o quebradiço. O número de cabelos afetados não é grande e somente um exame minucioso detecta a alteração. O quadro parece estar relacionado a traumas mecânicos ou tiques nervosos e pode atingir cabelos e pelos pubianos (PEREIRA et al, 2016). 1.2.5 Moniletrix A Moniletrix é uma alteração rara e hereditária, que surge na infância e é caracterizada por dilatações e estreitamentos alternados nos cabelos e pelos, determinando o aspecto de rosário. Os �ios são extremamente curtos devido às fraturas que ocorrem na haste. Associadamente, pode ocorrer hiperqueratose folicular, principalmente na região occiptal. O defeito encontra-se na parte estreita do �io, sendo que a porção dilatada corresponde ao diâmetro real da haste capilar. Não há tratamento efetivo, mas o distúrbio tende a melhorar com o passar dos anos. (DAWBER e NESTE, 2000). 1.3 Patologias do couro cabeludo Muitas das quedas dos cabelos são irreversı́veis, mas outras, com tratamento adequado, podem ser revertidas. As alterações do couro cabeludo podem afetar emocionalmente as pessoas, já que o cabelo é uma área bem exposta e valorizada. Há diversas alopecias e nem sempre a causa é conhecida. O terapeuta capilar trata as alopecias reversı́veis e o ideal é que possa atuar sempre com uma equipe multipro�issional. Você sabia que existem alopecias causadas pelo estresse? Sabia que, dependendo da patologia, uma parte do cabelo pode cair do dia para noite? Ou que algumas quedas de cabelo podem ser iniciadas na adolescência, mas serem perceptı́veis apenas na fase adulta? Ao estudar os conteúdos apresentados a seguir você poderá compreender melhor as patologias do couro cabeludo. Acompanhe! 1.3.1 Seborreia A seborreia desenvolve-se em regiões abundantes em glândulas sebáceas, tais como o couro cabeludo, o rosto, as costas e a região anterocentral do tronco. Está associada a alterações hormonais, alimentares, clima, estado emocional, higiene inadequada ou produtos errados. Se uma pessoa já apresentar queda de cabelo, pode agravar a queda por alterar o pH, levando a in�lamação do folı́culo piloso (DAWBER e NESTE, 2000). Para a seborreia, é importante tomar algumas precauções e a orientação deve ser bem clara. Clique na interação a seguir. Usar xampu translúcido. Lavar o cabelo com frequência, de preferência pela manhã. Usar água fria ou morna. 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 12/23 Na seborreia ocorre uma produção excessiva de sebo produzido pelas glândulas sebáceas. Estas se tornam ativas na adolescência devido ao Dihidrotestosterona (DHT), que é um andrógeno liberado nessa fase da vida. Como a oleosidade é dependente dos andrógenos circulantes, os homens têm mais presença de oleosidade que as mulheres. Contudo, após os 50 anos as glândulas sebáceas vão �icando hipoprodutivas (PEREIRA et al, 2016). 1.3.2 Caspa Também conhecida como pitirı́ase vulgar, pitirı́ase furfurácea, pitirı́ase esteatoide, pitirı́ase simples, pitirı́ase capilis ou Dandruff, é uma descamação �ina do couro cabeludo que não está acompanhada de in�lamação. Acomete 50% dos caucasianos e, em geral, torna-se mais grave por volta dos 20 anos, sendo pouco comum em crianças e maiores de 50 anos (RIVITTI, 2014). A caspa é consequência de uma hiperdescamação do couro cabeludo. Trata-se de uma problemática frequente, raramente grave, mas inestética. A caspa é, por vezes, acompanhada de irritação e prurido. Histopatologicamente, o que chama a atenção na caspa são as células paraceratósicas, que na psorı́ase representam 60% das células e na caspa, 16%. Estudos mostram que a presença dos parasitas é secundária à formação da descamação excessiva do couro cabeludo. Contudo, quanto mais descamação, mais fungos serão encontrados, mas sua presença estaria condicionada a maior oferta de alimentos e não como causador do problema (TOSTI, 2014). Evitar cabelos presos, tranças ou penteados apertados. Evitar condicionador no couro cabeludo. VOCÊ SABIA? Há mais de dez anos as brasileiras recorrem as escovas progressivas para deixar os cabelos lisos. Porém, o uso do formol não é autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) porque traz perigo à saúde ao causar: irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão do couro cabeludo; queda de cabelo; ardência e lacrimejamento dos olhos; alergias; e câncer nas vias aéreas superiores (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA, 2017). 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 13/23 1.3.3 Dermatite Seborreica A dermatite seborreica (DS) é uma doença in�lamatória da pele caracterizada pela cronicidade e recidiva, localizada nas áreas ricas em glândulas sebáceas, como couro cabeludo, pálpebras, sobrancelhas, laterais do nariz e parte central do peito (DAWBER e NESTE, 2000). A doença não é contagiosa e não é causada por falta de higiene, não é uma alergia e não é perigosa. Acomete 11,6% da população geral e até 70% das crianças nos primeiros meses de vida. Tem preferência pelo sexo masculino e atinge sua maior ocorrência dos 18 aos 40 anos, melhorando gradualmente após este perı́odo (WIDATY, 2019). Segundo Widaty (2019), a dermatite seborreica pode ou não apresentar prurido. As bactérias, leveduras e fungos costumam estar presentes nestes quadros, como é o caso da Pityrosporum ovale, Pityrosporum orbicular e Candida albicans. A causa não é totalmente conhecida e a in�lamação pode ter origem genética ou ser desencadeada por agentes externos, como alergias, situações de fadiga ou estresse emocional, baixa temperatura, álcool, medicamentos e excesso de oleosidade, calor, umidade, roupas que retenham o sebo e o suor, alimentos muito condimentados, diabetes descompensada e obesidade (WIDATY, 2019). 1.3.4 Psoríase A psorı́ase é uma doença comum, crônica e não contagiosa. E� cı́clica, ou seja, apresenta sintomas que desaparecem e reaparecem periodicamente. Sua causa é desconhecida, mas pode estar relacionada ao sistema imunológico, às interações com o meio ambiente e à suscetibilidade genética. Acomete homens e mulheres, podendo surgir em qualquer idade, ainda que seja mais freqüente na terceira e quarta décadas de vida (PEREIRA et al, 2016). Em peles normais, a renovação celular acontece em média a cada 28 dias. Nesse perı́odo, as células que se originaram na camada basal vão se queratinizando a medida que avançam para as camadas mais super�iciais da pele. Em pacientes com psorı́ase, a velocidade deste mesmo processo é de 4 a 7 dias nas placas psoriáticas. O processo in�lamatório leva a formação de eritema nestas áreas e, normalmente, essa cadeia só é quebrada com tratamento (RIVITTI, 2014). As áreas mais acometidas são: joelho, cotovelos e couro cabeludo. Uma parte dos pacientes, cerca de um terço dos casos, apresentam artrite psoriática que leva à dor a até a quadros deformantes. Clique nos itens a seguir para conhecer os sintomas da psorı́ase. Manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas. Pequenas manchas brancas ou escuras residuais pós lesões. Pele ressecada e rachada, às vezes, com sangramento. Coceira, queimação e dor. • • • • 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 14/23 Unhas grossas, sulcadas, descoladas e com depressões puntiformes. Inchaço e rigidez nas articulações. Na psorı́ase do couro cabeludo surgem áreas avermelhadas com escamas espessas branco-prateadas, principalmente após coçar. O paciente pode perceber os �locos de pele morta em seus cabelos ou em seus ombros,especialmente depois de coçar o couro cabeludo. Assemelha-se à caspa, contudo, a psorı́ase pode acometer o couro cabeludo isoladamente ou fazer parte de uma psorı́ase esparsa pelo corpo. Como é uma doença com comprometimento epidérmico, pode afetar o folı́culo em seu infundı́bulo, causando hiperqueratose folicular e cilindros capilares. As placas de psorı́ase no couro cabeludo têm as mesmas caracterı́sticas do corpo. Pode ter queda telógena ou alopecia cicatricial no local da lesão (RIVITTI, 2014). Os tratamentos podem ser: tópicos para casos leves; sistêmicos para casos moderados a grave/ou com artrite psoriásica; biológicos para casos moderados a grave; fototerapia. 1.3.5 Alopecias E� um termo utilizado para se referir a uma área que normalmente teria pelos e por algum motivo fı́sico, quı́mico, autoimune, genético ou emocional, possui uma ausência dessa estrutura. Estima-se que cerca da metade dos homens e mulheres acima dos 40 anos apresentam alopecia androgenética. As alopecias apresentam várias classi�icações, como mostra o quadro a seguir: • • Quadro 1 - Classi�icação das alopecias. Fonte: Elaborada pela autora, 2019. 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 15/23 A alopecia pode estar dividida em cicatricial e não cicatricial, sendo que o que determina o desenvolvimento de uma ou outra é a localização do processo in�lamatório. Ademais, as células-tronco do cabelo não serão capazes de reproduzir uma nova haste após a queda e uma cicatriz permanecerá. Isso acontece no lúpus discóide, alopecia por tração, alopecia frontal �ibrosante e no lı́quen plano, entre outras alopecias (DAWBER e NESTE, 2000). Já se a in�lamação ocorrer abaixo no folı́culo piloso, a papila está dani�icada, mas as células-tronco do cabelo permanecem intactas e formarão uma nova haste quando a in�lamação cessar. Isso acontece na alopecia areata, por exemplo (RAMOS, 2011). A alopecia cicatricial é caracterizada por uma in�lamação seguida pela destruição do folı́culo piloso, tendo como resultado a perda irreversı́vel de cabelo. Ela pode ainda se diferenciar em primária ou secundária. A primária é uma in�lamação que afeta o folı́culo piloso, principalmente, e a secundária acontece por distúrbios sistêmicos como, por exemplo, in�lamação granulomatosa, doenças neoplásicas e sarcoidose. A Alopecia cicatricial - Líquen Plano Pilar apresenta origem autoimune que afeta mulheres e homens adultos. Uma de suas caracterı́sticas é a ausência de óstio folicular, além de encontrarmos eritema e descamação perifolicular; no centro das placas a pele �ica atró�ica e pálida. Normalmente, as pessoas já apresentavam ou passam a apresentar cabelos grossos antes do surgimento da doença (DAWBER e NESTE, 2000). A Alopecia Fibrosante Frontal tem se tornado uma das mais frequentes alopecias cicatriciais de causa imunológica. Acontece na linha frontal dos cabelos e na região próxima às orelhas, sendo mais frequente em mulheres na menopausa. Inicialmente pode parecer uma recessão de queda que lembra a alopecia androgenética. Ocorre a ausência de óstios foliculares na área acometida e pode-se encontrar descamação perifolicular (GORDON e TOSTI, 2011). Já a Alopecia por Tração acomete mulheres que fazem tração nos cabelos. E� muito comum em mulheres negras que usam tranças, mas geralmente ocorre na maioria das mulheres devido ao uso de penteados muito tracionados e escovas muito freqüentes. Outra forma de alopecia de tração é vista em indivı́duos que usam bonés ou chapéus muito apertados e em enfermos que permanecem muito tempo com a cabeça imobilizada (DAWBER e NESTE, 2000). Quadro 2 - Alopecias cicatriciais primárias. Fonte: GORDON e TOSTI, 2011, p. 26. 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 16/23 A Foliculite Decalvante é caracterizada por placas de alopecia com eritema, crostas, pústulas e folı́culo em tufo nas porções mais periféricas, além de perda de óstios foliculares e descamação difusa. Já a Tricotilomania é o ato compulsivo de extrair os cabelos, embora pelos de outras áreas do corpo também possam estar envolvidos. O traumatismo repetido leva a microcicatrizes dentro do folı́culo piloso, podendo, mais tarde, levar a um quadro de�initivo de alopecia cicatricial. Em geral, existe mais de uma lesão e raramente existe área com ausência total de �ios. Na maioria das vezes, o que se observa é uma rarefação dos cabelos, muitos cabelos partidos e muitos voltando a nascer. A manipulação constante pode tornar os cabelos irregularmente encaracolados e em alguns casos observa-se escoriações ou pequenos ferimentos no couro cabeludo (DAWBER e NESTE, 2000). A alopécia não cicatricial resulta na perda de cabelos e/ou pelos, sem atro�ia folicular. Isso signi�ica que se o fator causal for percebido e tratado, é possı́vel ter uma repilação dá área com ausência de �ios. Logo, esse tipo de alopecia é reversı́vel, pois não há destruição do folı́culo piloso. São tipos de alopecias não cicatriciais: alopecia areata, alopecia androgenêtica, e�lúvio telógeno, tricotilomania, alopecia pressão-induzida, alopecia si�ilı́tica, alopecia sistémica por lúpus eritematoso, alopecia temporal triangular (GORDON e TOSTI, 2011). VOCÊ O CONHECE? A famosa modelo Naomi Campbell, há anos atrás, mostrou suas falhas no couro cabeludo provocadas pela intensa tração causada pelo uso abusivo de tranças e apliques. Este é um caso clássico de alopecia por tração em pessoas negras. As pessoas que tem cabelos crespos e fazem, constantemente, rabos de cavalos, tracionando muito os cabelos, ou colocam apliques para aumentar seu comprimento, são vıt́imas em potencial dessa alopecia. 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 17/23 A Alopecia Areata (AA) ou pelada, é uma doença frequente que acomete aproximadamente 2% da população. Pode aparecer em qualquer idade, porém é mais frequente entre a terceira e quarta décadas da vida, acomete igualmente homens e mulheres e aproximadamente 20 a 40% dos pacientes têm história familiar da doença. De 20 a 30% dos pacientes com AA apresentam associação com outras doenças autoimunes, como tireoide, diabetes tipo 1 e vitiligo. Na lesão inicial há uma pequena área, arredondada ou ovalada, com limites precisos, contornos regulares, totalmente sem cabelos, sem sinais in�lamatórios ou de atro�ia da pele. Os locais acometidos com mais frequência são barba e couro cabeludo. Há várias formas: unifocal, multifocal, universal, total, etc. CASO C.G.M. desde os seus 15 anos, notou uma pequena falha de cabelos na região occipital. Aos 22 anos, após o parto, teve depressão e enfrentou uma intensa queda dos �ios, que foi tratada com medicamentos até os 31 anos. No entanto, chegou um momento que os cabelos mais caiam do que cresciam, afetando sua autoestima e a deixando cada vez mais insegura. Procurou todo o tipo de tratamento para sua alopecia e tentou disfarçar as intensas falhas de todos os jeitos possıv́eis, até com próteses (perucas). Ela foi diagnosticada inicialmente com alopecia areata, cuja repilação pode ocorrer espontaneamente em alguns meses. No entanto, em alguns casos, pode progredir para alopecia universal, atingindo todos os pelos do corpo. Diante do diagnóstico, C.G.M. acabou assumindo sua alopecia e raspando a cabeça toda. Essa decisão radical é sempre muito difıćil, principalmente para as mulheres, pois o cabelo é um sıḿbolo de sensualidade em nossa sociedade. 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 18/23 Em geral, após dois a seis meses pode haver repilação, sendo que os cabelos, em geral, são inicialmente brancos, readquirindo a cor normal posteriormente. Novas áreas podem surgir concomitante ou subseqüentemente. A prognoseé menos favorável quando há ocorrências repetidas, comprometimento de outras áreas, como barba, sobrancelhas e cı́lios e quando surge antes da puberdade (DAWBER e NESTE, 2000). A AA não tem repercussões sistêmicas, mas tende a recorrência, sendo que, até o momento, não existem recursos que impessam tal fato. Quadros localizados, acometendo menos de 40% do couro cabeludo tendem a ser autolimitados, ocorrendo repilação esponânea no prazo de mais ou menos 1 ano. O E�lúvio Telógeno é caracterizado por uma queda abrupta e intensa dos cabelos, chegando a 600 �ios por dia. Afeta todo o couro cabeludo, com queda generalizada e difusa, ocorrendo pela entrada prematura dos �ios anágenos na fase telógena. Geralmente a queda começa depois de três a seis meses após um agente desencadeante, que pode ser um medicamento, febre, estresse fı́sico ou emocional etc. Perde-se em torno de 20% a 50% do volume total de �ios, mas não há danos a qualidade dos �ios de cabelo. Figura 6 - Alopecia Areata. Fonte: Alex Papp, Shutterstock, 2019. 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 19/23 O e�lúvio telógeno pode ser agudo ou crônico. O agudo é causado por um evento pontual, queda autolimitada, com duração máxima de 11 meses. Suas causas mais comuns são estresse, parto, cirurgias, dietas rigorosas etc. Já no crônico, observamos queda duradoura que se prolonga em função de fator causal de maior duração e, às vezes, de exclusão difı́cil. Suas causas mais comuns são estresse, necessidade de alguns medicamentos de uso diário, má alimentação e alterações tireoidianas. O e�lúvio telógeno pós-parto ocorre porque durante a gravidez existe uma alteração hormonal bastante signi�icativa, onde os hormônios femininos estão aumentados e os masculinos diminuı́dos. Isso gera um aumento no tempo da fase anágena e, consequente, redução do volume de �ios na fase telógena. Depois do parto, estes ı́ndices voltam ao normal, mas somando a isto, há o estresse do parto, a anestesia em caso de cesárea, a adaptação à chegada do bebê, as noites mal dormidas e a prolactina, tudo favorecendo à queda dos �ios (GORDON e TOSTI, 2011). No E�lúvio Anágeno ocorre uma queda abrupta dos cabelos que ainda estão na fase de crescimento, propiciando um dano agudo e intenso no folı́culo, onde as células mitóticas da raiz são afetadas, desencadeando uma parada abrupta da divisão celular. Há a perda de aproximadamente 90% dos �ios. Permanecem no couro cabeludo apenas os �ios na fase telógena. Os fatores que geralmente levam a este quadro são drogas quimioterápicas e radioterápicas, envenenamento, tálio (veneno de rato) etc. Em geral, tem inı́cio de 1 a 4 semanas depois da exposição às drogas (SANTOS e SHAPIRO, 2014). No inı́cio da Alopecia Androgenética (AAG) há alteração qualitativa e tanto anágenos, quanto telógenos tornam-se mais �inos e pequenos. A proporção de cabelos telógenos aumenta, mas a densidade capilar �icar inalterada. Com o tempo torna-se quantitativa, com perda de grande quantidade de cabelos. E� geneticamente determinada com a participação dos hormônios andrógenos (BLUMEYER e TOSTI, 2011). Na Alopecia Androgenética padrão clássico, conhecida como masculina, há diminuição do tamanho do folı́ulo piloso (miniaturização) e diminuição da fase anágena, gerando cabelos mais curtos. Na Alopecia de padrão difuso, conhecida como feminina, há miniaturização do folı́culo piloso, mas este continua com seu ciclo VOCÊ QUER VER? Em um vıd́eo no site da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a dermatologista Isabella Doche fala sobre o E�lúvio Telógeno e elucida a respeito de uma das quedas de cabelos mais comuns na mulher. O E�lúvio Telógeno, quando é passageiro, é �isiológico. Vale a pena ver! Disponıv́el em: <https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/doencas-e-problemas/e�luvio- telogeno/56/ (https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/doencas-e- problemas/e�luvio-telogeno/56/)>. https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/doencas-e-problemas/efluvio-telogeno/56/ 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 20/23 biológico normal. Ou seja, duração das fases anágenas e telógenas continuam normais e os cabelos ganham comprimento. O a�inamento não se dá de maneira uniforme e acomete mais o alto da cabeça (parietal e frontal) (DAWBER e NESTE, 2000). A alopecia androgenética surge na puberdade, quando os andrógenos passam a interagir com os folı́culos pilosos andrógeno-sensı́veis geneticamente determinados, resultando em uma sequência de eventos. O primeiro sinal é o a�inamento do �io, pois há diminuição progressiva do tamanho do folı́culo. Após algum tempo, com o lento e progresivo a�inamento, a quantidade de cabelos começa a diminuir (CZUBATKA et al, 2014). Em pessoas pré-dispostas à alopecias androgenéticas, a partir da adolescência, o Dihidrotestosterona (DHT) vai fazer o inverso nos pelos terminais do couro cabeludo: os pelos grossos, pigmentados e compridos (terminais) vão se transformar em pelos atró�icos, descoloridos e curtos (velus). A testosterona é convertida em DHT pela enzima 5α-redutase. Contudo, os mecanismos exatos através do qual os androgénios agem de forma a originar AAG, ainda não estão totalmente esclarecidos. No entanto, é provável que os genes que controlam o ciclo folicular sejam regulados por andrógenos, sendo que a expressão desses genes pode, então, depender das concentrações de androgênio e de receptor de androgênio no folı́culo (BLUMEYER eTOSTI, 2011). A queda de um pelo telógeno normal delimita o �im de um ciclo e o inı́cio de outro, com a substituição por um novo pelo na mesma localização. Na área do couro cabeludo afetada na AAG, a cada ciclo que se inicia o folı́culo diminui o seu diâmetro, ocorrendo um a�inamento das hastes, em um processo de miniaturização (GORDON e TOSTI, 2011). Na alopecia androgenética observa-se que as hastes dos pelos caem muito antes do inı́cio de uma nova fase anágena, ocorrendo um perı́odo de latência (fase quenógena) em que não há pelo no canal folicular (CZUBATKA et al, 2014). VOCÊ QUER LER? No site da Sociedade Brasileira de Dermatologia você pode encontrar descrição de muitas das alopecias elucidadas nessa unidade. Eles explicam o que é a alopecia androgenética, por exemplo, seus principais sintomas e tratamentos. Além das alopecias, você encontra também sobre psorıáse. Acesse em: <https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/doencas-e-problemas/alopecia- androgenetica/25/ (https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/doencas-e- problemas/alopecia-androgenetica/25/)> https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/doencas-e-problemas/alopecia-androgenetica/25/ 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 21/23 Por �im, a Tricodinia é uma alteração que gera dor difusa, não muito intensa, mas contı́nua do couro cabeludo, geralmente mais intensa na região parietal. Ela pode estar relacionada com o processo in�lamatório na Alopecia Androgenética. Figura 7 - Alopecia Androgenética. Fonte: art4stock, Shutterstock, 2019. Síntese Chegamos ao �im dessa Unidade, na qual tratamos sobre o Folı́culo piloso e seus anexos cutâneos. Agora você já conhece a anatomia e �isiologia do sistema capilar e quais são as tricoses, doenças de couro cabeludo e alopecias mais comuns, já que é esse conhecimento que vai dar suporte aos tratamentos em terapia capilar. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: acompanhar a anatomia do folículo piloso e da haste capilar; entender o ciclo de crescimento do cabelo; identificar as diversas tricoses existentes; conhecer as doenças do couro cabeludo e as alopecias. • • • • 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 22/23 Bibliografia ALOPECIA androgenetica. Sociedade Brasileirade Dermatologia. Disponı́vel em: <https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/doencas-e-problemas/alopecia-androgenetica/25/ (https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/doencas-e-problemas/alopecia-androgenetica/25/)>. Acesso em: 10/08/2019. BLUMEYER, A., TOSTI, A. Evidence Based (s3) guideline for the treatment of Androgenetic alopecia in women and in men. In: Journal der Deutschen Dermatologischen Gesellschaft, v. 21, 2011. CZUBATKA, I. U; KIMEC�, M. L. Assessment of the usefulness of dihydrotestosterone in the diagnostics of patients with androgenetic alopecia. In: Postȩ py dermatology and alergology, v. 24, 2014. DAWBER, R.; NESTE, D. V. Doenças dos Cabelos e do Couro Cabeludo. São Paulo: Manole, 2000. EFLUVIO telogeno. Sociedade Brasileira de Dermatologia. Disponı́vel em: <https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/doencas-e-problemas/e�luvio-telogeno/56/ (https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/doencas-e-problemas/e�luvio-telogeno/56/)>. Acesso em: 10/08/2019. ESCOVA progressiva. Sociedade Brasileira de Dermatologia. Disponı́vel em: <https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/cuidados/escova-progressiva/ (https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/cuidados/escova-progressiva/)>. Acesso em: 10/08/2019. GORDON, K. A., TOSTI, A. Alopecia: evaluation and treatment. In: Clin Cosmet Investig Dermatol, v. 4, 2011. HALAL, J. Tricologia e a química cosmética capilar. São Paulo: Cengage, 2017. PEREIRA, M. J., PEREIRA, F. C. N., PEREIRA, V. C. N., PEREIRA, I. J. N. Tratado das doenças dos cabelos e do couro cabeludo. São Paulo: Di Livros; 2016 RAMOS, L. D.; SANTILI, M. C. N.; BEZERRA, F. C.; RUIZ, M. F. M. A.; PETRI, V., PATRIARCA, M.T. Dermoscopic �indings in female androgenetic alopecia. In: An Bras Dermatol., v. 87, n. 5, 2012. RIVITTI, E. A. Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti. São Paulo: Artes Médicas, 2014. SANTOS, LDN., SHAPIRO, J. Update on male patern hair loss. In: Journal of Drugs in Dermatology, v. 1308, n. 1310, 2014. TOSTI, A. Dermatoscopia das doenças do couro cabeludo e dos cabelos. São Paulo: Di Livros, 2014. WIDATY, S.; PUSPONEGORO, E. H. D.; RAHMAYUNITA, G.; ASTRININGRUM, R.; KHMAD, A. M.; OKTARIN, C.; MIRANDA, E; AGUSTIN, T. Applicability of Trichoscopy In: Scalp Seborrheic Dermatitis. Int J Trichology, v. 11, n. 2, Mar-Apr/2019. https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/doencas-e-problemas/alopecia-androgenetica/25/ https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/doencas-e-problemas/efluvio-telogeno/56/ https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/cuidados/escova-progressiva/ 19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 23/23