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Unidade 1 - TRICOLOGIA E ESTETICA CAPILAR

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19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 1/23
TRICOLOGIA	E	ESTÉTICA	CAPILAR
UNIDADE 1 - FOLI�CULO PILOSO E ANEXOS
CUTA� NEOS
Adriana Teixeira dos Reis Bertolletti
19/09/2022 16:56 Tricologia e Estética Capilar
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=23944 2/23
Introdução
O homem, desde o inı́cio da humanidade, se preocupa com seus cabelos. Estes têm a função de proteger a
cabeça de traumas, frio e radiações solares. Embora o cabelo não seja necessário para sobrevivência,
apresenta um impacto psicossocial signi�icativo. As quedas de cabelos podem causar ansiedade e depressão E
geram, em muitos casos, vergonha. Por causa disso, homens e mulheres buscam uma gama variada de
tratamentos, procedimentos estéticos e medicamentos para lidar com a perda capilar e solucionar esta
alteração.
Para ajudar estes pacientes em suas alterações capilares, vamos começar esta primeira unidade explorando o
sistema capilar e, para isso, é importante re�letirmos sobre alguns pontos: Como é o ciclo de crescimento do
cabelo? Quais são as atividades metabólicas para o crescimento e a formação de um novo �io de cabelo? Como
se dá as alterações da haste capilar? Quais são os tipos de queda de cabelo? Não temos como tratar o couro
cabeludo se não entendermos suas estruturas, já que o cabelo é, inclusive, um grande marcador biológico.
Seguiremos nossos estudos com uma abordagem da anatomia e �isiologia do folı́culo piloso, bem como a
anatomia da haste capilar para que possamos compreender como se dão as alterações tanto da haste capilar,
quanto do couro cabeludo. Vamos lá?
1.1 Estrutura capilar: cutícula, córtex e medula
Os cabelos são �ios formados por um tipo de proteı́na chamada queratina. Eles nascem de uma estrutura da
pele chamada folı́culo piloso, que é onde �ica a raiz do cabelo. Como entender a anatomia da haste capilar sem
compreender a estrutura que forma o folı́culo piloso? O sistema capilar tem muitas particularidades e quando
não funciona adequadamente pode levar as alterações de haste, couro cabeludo e até queda de cabelo. Muitas
das quedas capilares são irreversı́veis, mas outras, com tratamento adequado, podem ser revertidas. Você
sabia que há células tronco no folı́culo piloso? Sabe qual a função da medula na haste capilar? Ou que é a fase
Anágena do ciclo de crescimento do cabelo determina seu comprimento? Ao estudar os conteúdos
apresentados a seguir você poderá responder a estas e outras perguntas sobre o sistema capilar. Acompanhe!
1.1.1 Embriologia do Folículo Piloso
Os primeiros pelos começam a aparecer no segundo e terceiro mês de vida intrauterina. A camada basal da
epiderme começa a proliferar e faz uma invaginação no sentido da derme, mas de forma inclinada em relação
a superfı́cie da pele, carregando em sua extremidade um grupo de células mesenquimais, que será a futura
papila dérmica. Em torno do quarto mês de gestação, o feto é totalmente coberto pelo lanugo (pelo �ino, curto
e pouco pigmentado) e pouco antes do nascimento, eles desaparecem (PEREIRA et al, 2016).
1.1.2 Anatomia do folículo piloso
Os pelos estão distribuı́dos em todo o corpo com exceção da palma da mão, planta do pé, lábios, e parte
interna das genitálias. Os cabelos são pelos, fazem parte dos anexos da pele e compõem o sistema tegumentar.
Os �ios que estão presos na cabeça são cabelos e o que estão distribuı́dos pelo corpo recebem o nome de
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pelos (RIVITTI, 2014).
Os cabelos são �ilamentos, ou melhor, �ios proteicos constituı́dos basicamente de queratina. Variam muito em
comprimento, espessura e cor nas diferentes partes do corpo e nas várias etnias. Apresentam diferentes cores
e curvaturas e somente os mamı́feros é que tem pelos, ainda que nem todo o mamı́fero tenha pelo.
Há dois tipos de pelos. Clique nos itens e conheça-os.
São considerados cabelos velus aqueles com diâmetro igual ou menor que 0,03 cm e terminais com diâmetro
igual ou maior que 0,06 cm. O pelo velus pode se transformar em pelo terminal com a ação dos hormônios
androgênicos. O Dihidrotestosterona (DHT) interage com os pelos velus da infância e a partir da adolescência
transforma-os em pelos terminais: mais grossos, pigmentados e compridos (DAWBER e NESTE, 2000).
Anatomicamente, o folı́culo piloso é dividido em parte superior ou permanente (do músculo pilo eretor até a
superfı́cie da pele) e parte inferior ou transitória (do músculo piloeretor até a base do bulbo), conforme a
�igura a seguir.
Velus
O velus é um pelo curto, com menos de 2cm de tamanho, sem medula, macio e
pouco pigmentado. 
Terminal O pelo terminal é grosso, pigmentado e comprido. 
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A parte superior ainda é subdividida em istmo, que vai da inserção do músculo eretor até a desembocadura
da glândula sebácea no folı́culo piloso, e em infundíbulo, que se estende da desembocadura da glândula
sebácea até a superfı́cie da pele. A saı́da do infundı́bulo na superfı́cie da pele se chama acrotrı́quio ou óstio
folicular (PEREIRA et al, 2016).
O segmento inferior, por sua vez, é subdividido em duas partes: o talo, que se estende da inserção do músculo
eretor do pelo até a Franja de Adamson, como podemos ver na �igura a seguir. Esta é uma região de transição
de células ainda vivas queratinizadas com células mortas e que constituem a haste do cabelo. A outra parte do
segmento inferior é o bulbo, que vai da franja de Adamson até a base do folı́culo. A base do bulbo contém a
matriz e envolve a papila dérmica, conforme também observamos na �igura a seguir, que é composta pelos
Figura 1 - Divisão anatômica da unidade folicular.
Fonte: PEREIRA et al, 2016, p. 4.
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�ibroblastos especializado. A matriz é onde ocorre a mitose no folı́culo piloso, produzindo a haste e a bainha
radicular interna. Também na matriz, encontramos os melanócitos, os quais dão a cor aos cabelos (DAWBER
e NESTE, 2000).
Segundo Pereira et al (2016), ao nı́vel do músculo eretor existe a zona de Bulge ou zona saliente, onde se
localizam as células responsáveis pelo desencadeamento dos ciclos de crescimento capilar. Ou seja, o
depósito de células tronco do cabelo está localizado nessa região, que sob determinados estı́mulos
neuromecânicos, produz atividade renovadora para o folı́culo piloso (movimento descendente) e para
renovação da pele (movimento ascendente) (PEREIRA et al, 2016).
1.1.3 Haste Capilar
O cabelo produzido pela matriz é constituı́do por três partes distintas: medula, córtex e cutícula. A medula
é a parte mais interna e não está presente em todos os �ios, sendo encontrada nas hastes mais grossas.
Apresenta de 2 a 5 �ileiras lado a lado e sua utilidade ainda é desconhecida (HALAL, 2011). O córtex
representa 80% do peso do �io. A cor é resultante da melanina fornecida pelos melanócitos localizados na
matriz. Apresenta células alongadas e unidas para formar �ibras fusiformes a achatadas que contém grânulos
Figura 2 - Microanatomia do Folı́culo Piloso.
Fonte: PEREIRA et al, 2016, p. 5.
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de pigmento em pelos escuros e ar nos brancos. A queratina é uma proteı́na composta por cerca de 18 tipos de
aminoácidos diferentes, sendo que a cistina é um dos principais aminoácidos; também possui uma elevada
quantidade de enxofre (PEREIRA et al, 2016).
A cutícula é composta de células tipo escamas sobrepostas, também queratinizadas, com altas concentrações
de enxofre, que funcionam como uma barreira protetora para o Córtex e a Medula, e que são responsáveis pelo
brilho,maciez e penteabilidade dos cabelos (HALAL, 2011). Apresenta cerca de 5 a 10 camadas de espessura,
sendo que suas células se empilham umas sobre as outras, formando uma superfı́cie bem plana, que se
mantém unidas através das ceramidas, os lipı́deos intercelulares (HALAL, 2011). Além de queratina,
melanina e ceramidas, o cabelo contém água, pentoses, fenóis, ácido glutâmico, valina, leucina, cobre, zinco,
ferro, manganês, cobalto, cálcio e alumı́nio.
Segundo Rivitti (2014), a cutı́cula contém uma �ina membrana externa, a epicutı́cula e mais duas camadas
internas, a endocutı́cula e exocutı́cula. A endocutı́cula é encontrada na parte mais interna do �io, feita de
material não queratinoso, rica em proteı́nas, enzimas, vitaminas e ı́ons. A Exocutı́cula é encontrada na parte
mais externa do �io, sendo formadas por 6 a 10 camadas de células justapostas no comprimento da �ibra e sua
composição se dá por material protéico e disforme, responsável pela proteção das células corticais; controla a
entrada e a saı́da de água para conservação de suas propriedades fı́sicas (RIVITTI, 2014).
Figura 3 - Estrutura do cabelo.
Fonte: Paper Teo, Shutterstock, 2019.
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Sobre o pH �isiológico da manta natural ácida do cabelo e pele, cabe destacar que varia entre 4,5 a 5,5. O pH
entre 3 e 7, normalmente, não altera a estrutura do sistema capilar. Os ácidos contraem e endurecem os �ios,
enquanto que as bases (álcalis) os amaciam e dilatam.
1.1.4 Ciclo de Crescimento do Cabelo
O ciclo biológico do cabelo é dividido em fases. Clique nos itens para conhecê-las.
Anágena
Catágena
Telógena
Exógena
Neógena
Quenógena
A Anágena é a fase onde o �io cresce constantemente por um perı́odo de dois a oito anos, ou seja, a matriz
está em atividade mitótica. Nessa fase, o folı́culo está aderido à rede vascular e é onde 90% dos cabelos se
encontram (PEREIRA et al, 2016). Após a etapa máxima de crescimento, a matriz cessa sua atividade, o bulbo
solta a papila dérmica e vai em direção a superfı́cie da pele, iniciando a fase catágena.
Na fase Catágena, as células da matriz se retraem deixando para trás a papila dérmica desnuda. Uma �ina
camada de células epiteliais mantém a conexão entre a papila e o folı́culo piloso, formando um elo entre
papila e bulbo, que se desloca no sentido da superfı́cie da pele. A duração desta fase é de duas a três semanas,
até que a parte proximal da haste �ique totalmente queratinizada com forma ovalada (clava). Apenas 1% dos
�ios do couro cabeludo se encontram nessa fase.
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A próxima fase é a Telógena ou fase de repouso, na qual o �io começa a se desprender e que dura de dois a
quatro meses, culminando na eliminação do cabelo. De 10 a 20% dos �ios se encontram nessa fase. Há intensa
atividade metabólica: há algumas substâncias que inibem a formação de um novo anágeno e uma que controla
a expulsão do cabelo do folı́culo piloso. No momento �inal da fase telógena, as células tronco (stem	 cells)
localizadas no Bulge começam sua proliferação e se direcionam à papila dérmica para formar um novo
anágeno. Inicia a partir daı́ a fase Neógena (PEREIRA et al, 2016).
No exato momento que o �io é eliminado, com a clava limpa (sem saco epitelial), temos a fase Exógena ou
Teloptose, onde podem acontecer duas situações: a formação de um novo �io, fase Neógena; o folı́culo �ica
ativo, mas sem produção do �io, fase Quenógena (keno do grego signi�ica vazio). Note que o fenômeno do
folı́culo piloso vazio é mais frequente e mais duradouro com o decorrer da idade (RIVITTI, 2014).
Figura 4 - Ciclo de crescimento do cabelo: (1) Fase Anágena; (2) Fase catágena; (3) Fase telógena (migração
das células tronco, em verde, para iniciar um novo �io); (MI) Membrana Hialina); (4), (5) e (6) Novo cabelo
é formado; (6) Fase Exógena.
Fonte: PEREIRA et al, 2016, p. 9.
1.2 Danos Capilares
Os cabelos podem sofrer diversos traumas provocados por diferentes fatores: sol, vento, umidade ou secura,
ato de pentear, escovar, colorir, alisar, entre tantos outros. As alterações fı́sicas ocasionadas pelo tempo e
manipulações cosméticas são chamadas de “desgastes dos cabelos” e afetam a cutı́cula e, muitas vezes, o
córtex da haste. Sendo assim, o terapeuta capilar precisa saber identi�icar as tricoses. Você sabe o que são
tricoses? Sabia que há alterações que não existem solução a não ser cortar o cabelo? Sabia também que um
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terapeuta capilar precisa cuidar da haste, além do couro cabeludo? Ao nos debruçarmos sobre os conteúdos
apresentados a seguir você poderá obter um panorama das alterações da haste capilar e poder responder essas
e outras perguntas sobre os danos ocasionados na haste capilar.
1.2.1 Tricoses
As tricoses são afecções dos pelos, caracterizadas por alterações quantitativas ou qualitativas, congênitas,
transmissão genética ou adquirida e por má formação. As alterações qualitativas incluem os distúrbios
pigmentares e as displasias pilosas, enquanto que as quantitativas caracterizam as alopecias, hipotricoses e o
hirsutismo.
As alterações da haste pilosa ou displasias pilosas são designações dadas à haste do pelo, podendo ser
adquiridas, congênitas ou hereditárias, além de poderem ocorrer de forma localizada ou generalizada. Muitas
vezes, representam apenas um defeito isolado, sem comprometimento à saúde. Em outros casos, indicam
sinal diagnóstico para genodermatoses.
São inúmeras as alterações da haste pilosa congênitas ou adquiridas, elegemos algumas delas para
elucidarmos: Tricorrexe Nodosa, Tricoptilose e Triconodose. Além destas, há as alterações hereditárias da
haste pilosa, quais sejam: Moniletrix, Pseudomoniletrix, Pilli Torti, Sı́ndrome dos Cabelos Impenteáveis e
Cabelos Lanosos.
1.2.2 Tricorrexe Nodosa
A Tricorexe Nodosa é uma resposta caracterı́stica dos cabelos a um traumatismo, o chamado desgaste dos
cabelos, sendo a forma de quebra de �ios mais comum. As células cuticulares dos pelos em um determinado
local são rompidas formando um nódulo. Ocorre a exposição e a quebra das �ibras dos �ios, como podemos
ver na imagem a seguir.
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A causa exata é desconhecida, mas vários fatores podem ser responsáveis: sol, pente, escovas, shampoos,
banho de mar e piscina, manipulações a quente, tricotilomania, secadores etc. Defeitos congênitos podem
facilitar a formação da tricorrexe nodosa, tais como pseudomoniletrix, pelo anular e pilli annulati (DAWBER e
NESTE, 2000), os quais veremos mais adiante. Não há tratamento efetivo, porém o corte de cabelos longos
costuma ser bené�ico.
1.2.3 Tricoptilose
Segundo Pereira et al (2016), a Tricoptilose	é caracterizada por cabelos frágeis, quebradiços e bifurcados, com
�issuras longitudinais na haste do �io. Vulgarmente conhecida como ponta dupla, geralmente, acomete a sua
porção distal, mas pode atingir porções médias da haste. E� muito freqüente em cabelo longos, sendo que a
cutı́cula não envolve todo o �io, estando ausente nas partes �issuradas (PEREIRA et al, 2016).
A tricoptilose resulta do desgaste das cutı́culas que expõe as �ibras do córtex. Surge sem causa aparente ou
pode estar relacionada ao uso excessivo de escovas, chapas, shampoos muito detergentes, lavagens muito
freqüentes ou com água quente demais, com a diminuição do manto gorduroso e com a perda de água
(DAWBER e NESTE, 2000).
Figura 5 - Tricorrexe nodosa.
Fonte: PEREIRA, 2016, p. 405.
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A Triconodose	E� uma alteração relativamente comum, mas que freqüentemente passa despercebida. Segundo
Pereira et al (2016), caracteriza-se pela presença de verdadeiros nós ou laços na haste capilar, torcendo o �io e
tornando-o quebradiço. O número de cabelos afetados não é grande e somente um exame minucioso detecta a
alteração. O quadro parece estar relacionado a traumas mecânicos ou tiques nervosos e pode atingir cabelos e
pelos pubianos (PEREIRA et al, 2016).
1.2.5 Moniletrix
A Moniletrix é uma alteração rara e hereditária, que surge na infância e é caracterizada por dilatações e
estreitamentos alternados nos cabelos e pelos, determinando o aspecto de rosário. Os �ios são extremamente
curtos devido às fraturas que ocorrem na haste. Associadamente, pode ocorrer hiperqueratose folicular,
principalmente na região occiptal. O defeito encontra-se na parte estreita do �io, sendo que a porção dilatada
corresponde ao diâmetro real da haste capilar. Não há tratamento efetivo, mas o distúrbio tende a melhorar
com o passar dos anos. (DAWBER e NESTE, 2000).
1.3 Patologias do couro cabeludo
Muitas das quedas dos cabelos são irreversı́veis, mas outras, com tratamento adequado, podem ser
revertidas. As alterações do couro cabeludo podem afetar emocionalmente as pessoas, já que o cabelo é uma
área bem exposta e valorizada. Há diversas alopecias e nem sempre a causa é conhecida. O terapeuta capilar
trata as alopecias reversı́veis e o ideal é que possa atuar sempre com uma equipe multipro�issional. Você
sabia que existem alopecias causadas pelo estresse? Sabia que, dependendo da patologia, uma parte do cabelo
pode cair do dia para noite? Ou que algumas quedas de cabelo podem ser iniciadas na adolescência, mas
serem perceptı́veis apenas na fase adulta? Ao estudar os conteúdos apresentados a seguir você poderá
compreender melhor as patologias do couro cabeludo. Acompanhe!
1.3.1 Seborreia
A seborreia desenvolve-se em regiões abundantes em glândulas sebáceas, tais como o couro cabeludo, o
rosto, as costas e a região anterocentral do tronco. Está associada a alterações hormonais, alimentares, clima,
estado emocional, higiene inadequada ou produtos errados. Se uma pessoa já apresentar queda de cabelo,
pode agravar a queda por alterar o pH, levando a in�lamação do folı́culo piloso (DAWBER e NESTE, 2000).
Para a seborreia, é importante tomar algumas precauções e a orientação deve ser bem clara. Clique na
interação a seguir.
Usar xampu translúcido.
Lavar o cabelo com frequência, de preferência pela manhã.
Usar água fria ou morna.
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Na seborreia ocorre uma produção excessiva de sebo produzido pelas glândulas sebáceas. Estas se tornam
ativas na adolescência devido ao Dihidrotestosterona (DHT), que é um andrógeno liberado nessa fase da vida.
Como a oleosidade é dependente dos andrógenos circulantes, os homens têm mais presença de oleosidade
que as mulheres. Contudo, após os 50 anos as glândulas sebáceas vão �icando hipoprodutivas (PEREIRA et al,
2016). 
1.3.2 Caspa
Também conhecida como pitirı́ase vulgar, pitirı́ase furfurácea, pitirı́ase esteatoide, pitirı́ase simples, pitirı́ase
capilis ou Dandruff,	 é uma descamação �ina do couro cabeludo que não está acompanhada de in�lamação.
Acomete 50% dos caucasianos e, em geral, torna-se mais grave por volta dos 20 anos, sendo pouco comum
em crianças e maiores de 50 anos (RIVITTI, 2014). A caspa é consequência de uma hiperdescamação do couro
cabeludo. Trata-se de uma problemática frequente, raramente grave, mas inestética.
A caspa é, por vezes, acompanhada de irritação e prurido. Histopatologicamente, o que chama a atenção na
caspa são as células paraceratósicas, que na psorı́ase representam 60% das células e na caspa, 16%. Estudos
mostram que a presença dos parasitas é secundária à formação da descamação excessiva do couro cabeludo.
Contudo, quanto mais descamação, mais fungos serão encontrados, mas sua presença estaria condicionada a
maior oferta de alimentos e não como causador do problema (TOSTI, 2014).
Evitar cabelos presos, tranças ou penteados apertados.
Evitar condicionador no couro cabeludo. 
VOCÊ SABIA?
Há mais de dez anos as brasileiras recorrem as escovas progressivas para deixar
os cabelos lisos. Porém, o uso do formol não é autorizado pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) porque traz perigo à saúde ao causar: irritação,
coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão do couro cabeludo;
queda de cabelo; ardência e lacrimejamento dos olhos; alergias; e câncer nas vias
aéreas superiores (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA, 2017).
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1.3.3 Dermatite Seborreica
A dermatite seborreica (DS) é uma doença in�lamatória da pele caracterizada pela cronicidade e recidiva,
localizada nas áreas ricas em glândulas sebáceas, como couro cabeludo, pálpebras, sobrancelhas, laterais do
nariz e parte central do peito (DAWBER e NESTE, 2000). A doença não é contagiosa e não é causada por falta
de higiene, não é uma alergia e não é perigosa. Acomete 11,6% da população geral e até 70% das crianças nos
primeiros meses de vida. Tem preferência pelo sexo masculino e atinge sua maior ocorrência dos 18 aos 40
anos, melhorando gradualmente após este perı́odo (WIDATY, 2019).
Segundo Widaty (2019), a dermatite seborreica pode ou não apresentar prurido. As bactérias, leveduras e
fungos costumam estar presentes nestes quadros, como é o caso da Pityrosporum	 ovale, Pityrosporum
orbicular e Candida	albicans. A causa não é totalmente conhecida e a in�lamação pode ter origem genética ou
ser desencadeada por agentes externos, como alergias, situações de fadiga ou estresse emocional, baixa
temperatura, álcool, medicamentos e excesso de oleosidade, calor, umidade, roupas que retenham o sebo e o
suor, alimentos muito condimentados, diabetes descompensada e obesidade (WIDATY, 2019).
1.3.4 Psoríase
A psorı́ase é uma doença comum, crônica e não contagiosa. E� cı́clica, ou seja, apresenta sintomas que
desaparecem e reaparecem periodicamente. Sua causa é desconhecida, mas pode estar relacionada ao sistema
imunológico, às interações com o meio ambiente e à suscetibilidade genética. Acomete homens e mulheres,
podendo surgir em qualquer idade, ainda que seja mais freqüente na terceira e quarta décadas de vida
(PEREIRA et al, 2016).
Em peles normais, a renovação celular acontece em média a cada 28 dias. Nesse perı́odo, as células que se
originaram na camada basal vão se queratinizando a medida que avançam para as camadas mais super�iciais
da pele. Em pacientes com psorı́ase, a velocidade deste mesmo processo é de 4 a 7 dias nas placas psoriáticas.
O processo in�lamatório leva a formação de eritema nestas áreas e, normalmente, essa cadeia só é quebrada
com tratamento (RIVITTI, 2014). As áreas mais acometidas são: joelho, cotovelos e couro cabeludo. Uma
parte dos pacientes, cerca de um terço dos casos, apresentam artrite psoriática que leva à dor a até a quadros
deformantes.
Clique nos itens a seguir para conhecer os sintomas da psorı́ase.
Manchas vermelhas com escamas secas
esbranquiçadas ou prateadas.
Pequenas manchas brancas ou escuras residuais
pós lesões.
Pele ressecada e rachada, às vezes, com
sangramento.
Coceira, queimação e dor.
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Unhas grossas, sulcadas, descoladas e com
depressões puntiformes.
Inchaço e rigidez nas articulações.
Na psorı́ase do couro cabeludo surgem áreas avermelhadas com escamas espessas branco-prateadas,
principalmente após coçar. O paciente pode perceber os �locos de pele morta em seus cabelos ou em seus
ombros,especialmente depois de coçar o couro cabeludo. Assemelha-se à caspa, contudo, a psorı́ase pode
acometer o couro cabeludo isoladamente ou fazer parte de uma psorı́ase esparsa pelo corpo. Como é uma
doença com comprometimento epidérmico, pode afetar o folı́culo em seu infundı́bulo, causando
hiperqueratose folicular e cilindros capilares. As placas de psorı́ase no couro cabeludo têm as mesmas
caracterı́sticas do corpo. Pode ter queda telógena ou alopecia cicatricial no local da lesão (RIVITTI, 2014).
Os tratamentos podem ser: tópicos para casos leves; sistêmicos para casos moderados a grave/ou com artrite
psoriásica; biológicos para casos moderados a grave; fototerapia.
1.3.5 Alopecias
E� um termo utilizado para se referir a uma área que normalmente teria pelos e por algum motivo fı́sico,
quı́mico, autoimune, genético ou emocional, possui uma ausência dessa estrutura. Estima-se que cerca da
metade dos homens e mulheres acima dos 40 anos apresentam alopecia androgenética. As alopecias
apresentam várias classi�icações, como mostra o quadro a seguir:
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Quadro 1 - Classi�icação das alopecias.
Fonte: Elaborada pela autora, 2019.
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A alopecia pode estar dividida em cicatricial e não	 cicatricial, sendo que o que determina o
desenvolvimento de uma ou outra é a localização do processo in�lamatório. Ademais, as células-tronco do
cabelo não serão capazes de reproduzir uma nova haste após a queda e uma cicatriz permanecerá. Isso
acontece no lúpus discóide, alopecia por tração, alopecia frontal �ibrosante e no lı́quen plano, entre outras
alopecias (DAWBER e NESTE, 2000). Já se a in�lamação ocorrer abaixo no folı́culo piloso, a papila está
dani�icada, mas as células-tronco do cabelo permanecem intactas e formarão uma nova haste quando a
in�lamação cessar. Isso acontece na alopecia areata, por exemplo (RAMOS, 2011).
A alopecia	cicatricial é caracterizada por uma in�lamação seguida pela destruição do folı́culo piloso, tendo
como resultado a perda irreversı́vel de cabelo. Ela pode ainda se diferenciar em primária ou secundária. A
primária é uma in�lamação que afeta o folı́culo piloso, principalmente, e a secundária acontece por distúrbios
sistêmicos como, por exemplo, in�lamação granulomatosa, doenças neoplásicas e sarcoidose.
A Alopecia	cicatricial	-	Líquen	Plano	Pilar apresenta origem autoimune que afeta mulheres e homens adultos.
Uma de suas caracterı́sticas é a ausência de óstio folicular, além de encontrarmos eritema e descamação
perifolicular; no centro das placas a pele �ica atró�ica e pálida. Normalmente, as pessoas já apresentavam ou
passam a apresentar cabelos grossos antes do surgimento da doença (DAWBER e NESTE, 2000).
A Alopecia	 Fibrosante	 Frontal tem se tornado uma das mais frequentes alopecias cicatriciais de causa
imunológica. Acontece na linha frontal dos cabelos e na região próxima às orelhas, sendo mais frequente em
mulheres na menopausa. Inicialmente pode parecer uma recessão de queda que lembra a alopecia
androgenética. Ocorre a ausência de óstios foliculares na área acometida e pode-se encontrar descamação
perifolicular (GORDON e TOSTI, 2011).
Já a Alopecia	 por	 Tração acomete mulheres que fazem tração nos cabelos. E� muito comum em mulheres
negras que usam tranças, mas geralmente ocorre na maioria das mulheres devido ao uso de penteados muito
tracionados e escovas muito freqüentes. Outra forma de alopecia de tração é vista em indivı́duos que usam
bonés ou chapéus muito apertados e em enfermos que permanecem muito tempo com a cabeça imobilizada
(DAWBER e NESTE, 2000).
Quadro 2 - Alopecias cicatriciais primárias.
Fonte: GORDON e TOSTI, 2011, p. 26.
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A Foliculite	Decalvante é caracterizada por placas de alopecia com eritema, crostas, pústulas e folı́culo em tufo
nas porções mais periféricas, além de perda de óstios foliculares e descamação difusa. Já a Tricotilomania é o
ato compulsivo de extrair os cabelos, embora pelos de outras áreas do corpo também possam estar
envolvidos. O traumatismo repetido leva a microcicatrizes dentro do folı́culo piloso, podendo, mais tarde,
levar a um quadro de�initivo de alopecia cicatricial. Em geral, existe mais de uma lesão e raramente existe área
com ausência total de �ios. Na maioria das vezes, o que se observa é uma rarefação dos cabelos, muitos
cabelos partidos e muitos voltando a nascer. A manipulação constante pode tornar os cabelos irregularmente
encaracolados e em alguns casos observa-se escoriações ou pequenos ferimentos no couro cabeludo
(DAWBER e NESTE, 2000).
A alopécia	não	cicatricial	resulta na perda de cabelos e/ou pelos, sem atro�ia folicular. Isso signi�ica que se o
fator causal for percebido e tratado, é possı́vel ter uma repilação dá área com ausência de �ios. Logo, esse tipo
de alopecia é reversı́vel, pois não há destruição do folı́culo piloso. São tipos de alopecias não cicatriciais:
alopecia areata, alopecia androgenêtica, e�lúvio telógeno, tricotilomania, alopecia pressão-induzida, alopecia
si�ilı́tica, alopecia sistémica por lúpus eritematoso, alopecia temporal triangular (GORDON e TOSTI, 2011).
VOCÊ O CONHECE?
A famosa modelo Naomi Campbell, há anos atrás, mostrou suas falhas no couro
cabeludo provocadas pela intensa tração causada pelo uso abusivo de tranças e
apliques. Este é um caso clássico de alopecia por tração em pessoas negras. As pessoas
que tem cabelos crespos e fazem, constantemente, rabos de cavalos, tracionando muito
os cabelos, ou colocam apliques para aumentar seu comprimento, são vıt́imas em
potencial dessa alopecia.
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A Alopecia	Areata (AA) ou pelada, é uma doença frequente que acomete aproximadamente 2% da população.
Pode aparecer em qualquer idade, porém é mais frequente entre a terceira e quarta décadas da vida, acomete
igualmente homens e mulheres e aproximadamente 20 a 40% dos pacientes têm história familiar da doença.
De 20 a 30% dos pacientes com AA apresentam associação com outras doenças autoimunes, como tireoide,
diabetes tipo 1 e vitiligo. Na lesão inicial há uma pequena área, arredondada ou ovalada, com limites precisos,
contornos regulares, totalmente sem cabelos, sem sinais in�lamatórios ou de atro�ia da pele. Os locais
acometidos com mais frequência são barba e couro cabeludo. Há várias formas: unifocal, multifocal,
universal, total, etc.
CASO
C.G.M. desde os seus 15 anos, notou uma pequena falha de cabelos na região
occipital. Aos 22 anos, após o parto, teve depressão e enfrentou uma intensa
queda dos �ios, que foi tratada com medicamentos até os 31 anos. No entanto,
chegou um momento que os cabelos mais caiam do que cresciam, afetando sua
autoestima e a deixando cada vez mais insegura. Procurou todo o tipo de
tratamento para sua alopecia e tentou disfarçar as intensas falhas de todos os
jeitos possıv́eis, até com próteses (perucas). Ela foi diagnosticada inicialmente
com alopecia areata, cuja repilação pode ocorrer espontaneamente em alguns
meses. No entanto, em alguns casos, pode progredir para alopecia universal,
atingindo todos os pelos do corpo. Diante do diagnóstico, C.G.M. acabou
assumindo sua alopecia e raspando a cabeça toda. Essa decisão radical é sempre
muito difıćil, principalmente para as mulheres, pois o cabelo é um sıḿbolo de
sensualidade em nossa sociedade.
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Em geral, após dois a seis meses pode haver repilação, sendo que os cabelos, em geral, são inicialmente
brancos, readquirindo a cor normal posteriormente. Novas áreas podem surgir concomitante ou
subseqüentemente. A prognoseé menos favorável quando há ocorrências repetidas, comprometimento de
outras áreas, como barba, sobrancelhas e cı́lios e quando surge antes da puberdade (DAWBER e NESTE, 2000).
A AA não tem repercussões sistêmicas, mas tende a recorrência, sendo que, até o momento, não existem
recursos que impessam tal fato. Quadros localizados, acometendo menos de 40% do couro cabeludo tendem
a ser autolimitados, ocorrendo repilação esponânea no prazo de mais ou menos 1 ano.
O E�lúvio	Telógeno é caracterizado por uma queda abrupta e intensa dos cabelos, chegando a 600 �ios por dia.
Afeta todo o couro cabeludo, com queda generalizada e difusa, ocorrendo pela entrada prematura dos �ios
anágenos na fase telógena. Geralmente a queda começa depois de três a seis meses após um agente
desencadeante, que pode ser um medicamento, febre, estresse fı́sico ou emocional etc. Perde-se em torno de
20% a 50% do volume total de �ios, mas não há danos a qualidade dos �ios de cabelo.
Figura 6 - Alopecia Areata.
Fonte: Alex Papp, Shutterstock, 2019.
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O e�lúvio telógeno pode ser agudo ou crônico. O agudo é causado por um evento pontual, queda autolimitada,
com duração máxima de 11 meses. Suas causas mais comuns são estresse, parto, cirurgias, dietas rigorosas
etc. Já no crônico, observamos queda duradoura que se prolonga em função de fator causal de maior duração
e, às vezes, de exclusão difı́cil. Suas causas mais comuns são estresse, necessidade de alguns medicamentos
de uso diário, má alimentação e alterações tireoidianas.
O e�lúvio telógeno pós-parto ocorre porque durante a gravidez existe uma alteração hormonal bastante
signi�icativa, onde os hormônios femininos estão aumentados e os masculinos diminuı́dos. Isso gera um
aumento no tempo da fase anágena e, consequente, redução do volume de �ios na fase telógena. Depois do
parto, estes ı́ndices voltam ao normal, mas somando a isto, há o estresse do parto, a anestesia em caso de
cesárea, a adaptação à chegada do bebê, as noites mal dormidas e a prolactina, tudo favorecendo à queda dos
�ios (GORDON e TOSTI, 2011).
No E�lúvio	 Anágeno ocorre uma queda abrupta dos cabelos que ainda estão na fase de crescimento,
propiciando um dano agudo e intenso no folı́culo, onde as células mitóticas da raiz são afetadas,
desencadeando uma parada abrupta da divisão celular. Há a perda de aproximadamente 90% dos �ios.
Permanecem no couro cabeludo apenas os �ios na fase telógena. Os fatores que geralmente levam a este
quadro são drogas quimioterápicas e radioterápicas, envenenamento, tálio (veneno de rato) etc. Em geral, tem
inı́cio de 1 a 4 semanas depois da exposição às drogas (SANTOS e SHAPIRO, 2014).
No inı́cio da Alopecia	 Androgenética	 (AAG) há alteração qualitativa e tanto anágenos, quanto telógenos
tornam-se mais �inos e pequenos. A proporção de cabelos telógenos aumenta, mas a densidade capilar �icar
inalterada. Com o tempo torna-se quantitativa, com perda de grande quantidade de cabelos. E� geneticamente
determinada com a participação dos hormônios andrógenos (BLUMEYER e TOSTI, 2011).
Na Alopecia Androgenética padrão clássico, conhecida como masculina, há diminuição do tamanho do folı́ulo
piloso (miniaturização) e diminuição da fase anágena, gerando cabelos mais curtos. Na Alopecia de padrão
difuso, conhecida como feminina, há miniaturização do folı́culo piloso, mas este continua com seu ciclo
VOCÊ QUER VER?
Em um vıd́eo no site da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a dermatologista
Isabella Doche fala sobre o E�lúvio Telógeno e elucida a respeito de uma das quedas
de cabelos mais comuns na mulher. O E�lúvio Telógeno, quando é passageiro, é
�isiológico. Vale a pena ver! Disponıv́el em:
<https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/doencas-e-problemas/e�luvio-
telogeno/56/ (https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/doencas-e-
problemas/e�luvio-telogeno/56/)>.
https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/doencas-e-problemas/efluvio-telogeno/56/
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biológico normal. Ou seja, duração das fases anágenas e telógenas continuam normais e os cabelos ganham
comprimento. O a�inamento não se dá de maneira uniforme e acomete mais o alto da cabeça (parietal e
frontal) (DAWBER e NESTE, 2000).
A alopecia androgenética surge na puberdade, quando os andrógenos passam a interagir com os folı́culos
pilosos andrógeno-sensı́veis geneticamente determinados, resultando em uma sequência de eventos. O
primeiro sinal é o a�inamento do �io, pois há diminuição progressiva do tamanho do folı́culo. Após algum
tempo, com o lento e progresivo a�inamento, a quantidade de cabelos começa a diminuir (CZUBATKA et al,
2014).
Em pessoas pré-dispostas à alopecias androgenéticas, a partir da adolescência, o Dihidrotestosterona (DHT)
vai fazer o inverso nos pelos terminais do couro cabeludo: os pelos grossos, pigmentados e compridos
(terminais) vão se transformar em pelos atró�icos, descoloridos e curtos (velus). A testosterona é convertida
em DHT pela enzima 5α-redutase. Contudo, os mecanismos exatos através do qual os androgénios agem de
forma a originar AAG, ainda não estão totalmente esclarecidos. No entanto, é provável que os genes que
controlam o ciclo folicular sejam regulados por andrógenos, sendo que a expressão desses genes pode, então,
depender das concentrações de androgênio e de receptor de androgênio no folı́culo (BLUMEYER eTOSTI,
2011).
A queda de um pelo telógeno normal delimita o �im de um ciclo e o inı́cio de outro, com a substituição por um
novo pelo na mesma localização. Na área do couro cabeludo afetada na AAG, a cada ciclo que se inicia o
folı́culo diminui o seu diâmetro, ocorrendo um a�inamento das hastes, em um processo de miniaturização
(GORDON e TOSTI, 2011). Na alopecia androgenética observa-se que as hastes dos pelos caem muito antes do
inı́cio de uma nova fase anágena, ocorrendo um perı́odo de latência (fase quenógena) em que não há pelo no
canal folicular (CZUBATKA et al, 2014).
VOCÊ QUER LER?
No site da Sociedade Brasileira de Dermatologia você pode encontrar descrição de
muitas das alopecias elucidadas nessa unidade. Eles explicam o que é a alopecia
androgenética, por exemplo, seus principais sintomas e tratamentos. Além das
alopecias, você encontra também sobre psorıáse. Acesse em:
<https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/doencas-e-problemas/alopecia-
androgenetica/25/ (https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/doencas-e-
problemas/alopecia-androgenetica/25/)>
https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/doencas-e-problemas/alopecia-androgenetica/25/
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Por �im, a Tricodinia é uma alteração que gera dor difusa, não muito intensa, mas contı́nua do couro cabeludo,
geralmente mais intensa na região parietal. Ela pode estar relacionada com o processo in�lamatório na
Alopecia Androgenética.
Figura 7 - Alopecia Androgenética.
Fonte: art4stock, Shutterstock, 2019.
Síntese
Chegamos ao �im dessa Unidade, na qual tratamos sobre o Folı́culo piloso e seus anexos cutâneos. Agora você
já conhece a anatomia e �isiologia do sistema capilar e quais são as tricoses, doenças de couro cabeludo e
alopecias mais comuns, já que é esse conhecimento que vai dar suporte aos tratamentos em terapia capilar.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
acompanhar a anatomia do folículo piloso e da haste capilar;
entender o ciclo de crescimento do cabelo;
identificar as diversas tricoses existentes;
conhecer as doenças do couro cabeludo e as alopecias.
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