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Sistema Endócrino - Hipotálamo e da Hipófise

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Lyzandra linhares 
Embriologia e Histologia do Hipotálamo e da 
Hipófise 
 O hipotálamo e a hipófise surgem a partir da 
formação do diencéfalo, o qual se origina da porção 
mediana do prosencéfalo com uma placa do teto e 
duas placas alares. 
 As placas alares formam as paredes laterais do 
diencéfalo. Um sulco, o sulco hipotalâmico, divide a 
placa em uma região dorsal e em uma ventral, que 
se refere ao tálamo e o hipotálamo, 
respectivamente. 
 Devido a atividade proliferativa, o tálamo se projeta 
em direção ao lúmen do diencéfalo. Essa projeção 
é tão grande que as regiões talâmicas dos lados 
direito e esquerdo se fusionam na linha média, 
formando a massa intermediária/aderência 
intertalâmica. 
 O hipotálamo, que forma a porção inferior da placa 
alar, diferencia-se em inúmeras áreas nucleares que 
regulam as funções viscerais, o que inclui o sono, a 
digestão, a temperatura corporal e o 
comportamento emocional. 
 
 No que se refere a hipófise, ela surge a partir de 
dois diverticulos: divertículo neurohipofisário 
(proliferação do assoalho do diencéfalo) e divertículo 
hipofisário (teto da boca primitiva/estomodeu). 
 O divertículo neurohipofisário se projeta em direção 
caudal, enquanto o divertículo hipofisário se projeta 
cranialmente. Essas projeções se fusionam, 
formando a hipófise, que é dividida em duas poções: 
a neuro-hipófise, derivada da neuroectoderme do 
divertículo neurohipofisário, e a adeno-hipófise, 
derivada da ectoderme oral do divertículo hipofisário. 
 Vale ressaltar que a região do divertículo 
neurohipofisário mantem conexão com o diencéfalo 
(pedúnculo), por conta disso que os hormônios 
produzidos pelo hipotálamo são secretados através 
da neuro-hipófise. 
 Além disso, o divertículo hipofisário inicialmente 
mantém conexão com a boca primitiva, mas essa 
porção comunicante se degenera e ela perde a 
ligação com a boca. Se essa comunicação não 
desaparecer pode gerar anomalias congênitas 
como craniofaringioma e hipófise faríngea. 
 Durante o processo de união dos divertículos, o 
mesênquima que circunda essas estruturas sofre 
um processo de ossificação, formando o osso 
esfenoide ao redor da hipófise em desenvolvimento. 
 Ademais, entre as duas porções da hipófise há uma 
fenda/membrana chamada de bolsa de Rathke, a 
qual delimita, a partir do crescimento celular, a 
hipófise em lobo anterior e posterior. 
 
 A glândula hipófise é revestida por uma cápsula de 
tecido conjuntivo, contínua com a rede de fibras 
reticulares que suporta as células do órgão. A parte 
da adeno-hipófise é constituída por tecido epitelial; 
ja a neuro-hipófise advém de tecido neural, dado 
que ela se comunica com os núcleos do hipotálamo. 
 
 No que se refere ao suprimento sanguíneo dessa 
glândula, ele é feito por dois grupos de artérias 
 
 
originadas das artérias carótidas internas: as artérias 
hipofisárias superiores, direita e esquerda, irrigam a 
eminência mediana e o infundíbulo; as artérias 
hipofisárias inferiores, direita e esquerda, irrigam 
principalmente a neuro-hipófise, mas enviam alguns 
ramos para o pedículo da hipófise. 
 No infundíbulo as artérias hipofisárias superiores 
formam um plexo capilar primário, cujas células 
endoteliais são fenestradas. Os capilares do plexo 
primário se reúnem para formar vênulas e 
pequenos vasos que se encaminham para a porção 
distal, onde se ramificam novamente, formando um 
extenso plexo capilar secundário. 
 Através desse sistema vascular, vários neuro-
hormônios produzidos no hipotálamo são levados 
diretamente do infundíbulo à parte distal, 
controlando a função de suas células. O sangue 
venoso desse sistema sai por diversas veias 
hipofisárias. 
 
Anatomia do Hipotálamo e da Hipófise 
 O hipotálamo está situado inferiormente ao tálamo 
e adjacente a parte inferior do terceiro ventriculo. 
Ele possui núcleos (aglomerados de corpos de 
neurônios): paraventricular, posterior, dorsomedial, 
ventromedial, supraóptico, infundibular/arqueado e 
mamilar. Sendo que os núcleos supraóptico e 
paraventricular se destacam na atuação hormonal, 
pois suas celulas produzem ocitocina e ADH. 
 A glândula hipófise é uma estrutura em forma de 
ervilha. com 1 a 1,5 cm de diâmetro e que se localiza 
na fossa hipofisial da sela turca do esfenoide. Ela é 
fixa ao hipotálamo por um pedículo, o infundíbulo, e 
apresenta duas partes anatômica e funcionalmente 
separadas: a adeno-hipófise (lobo anterior), formada 
por tecido epitelial, e a neuro-hipófise (lobo 
posterior), formada por tecido neural. 
 No adulto, a adeno-hipófise consiste em duas partes: 
a parte distal, que é a porção maior, e a parte 
tuberal que forma uma bainha ao redor do 
infundíbulo. Já a neuro-hipófise também consiste 
em duas partes a parte nervosa, a porção bulbosa 
maior, e o infundíbulo. 
 Uma terceira região da glândula hipófise, chamada 
de parte intermédia, atrofia-se durante o 
desenvolvimento fetal humano e deixa de existir 
como um lobo separado nos adultos. Entretanto, 
algumas de suas células migram para partes 
adjacentes da adeno-hipófise, onde persistem. 
 
Fisiologia: Neurohipófise 
 O hipotálamo é responsável por produzir dois 
hormônios: a ocitocina e o ADH 
(antidiurético/vasopressina). Esses dois hormônios 
são posteriormente armazenado na neuro-hipófise 
a qual é responsável por secreta-los. Ambos são 
produzidos nos núcleos supraóptico e 
paraventricular do hipotálamo. 
 
 
 O ADH é atua nos túbulos renais, com objetivo de 
possibilitar a reabsorção de água e assim reduzir a 
diurese, e consequentemente a osmolaridade do 
plasma. Já a ocitocina está relacionada com as 
contrações uterinas, ejeção de leite e sentimento 
de bem-estar. 
 Esses dois hormônios são formados por nove 
aminoácidos (hormônio peptídeo), são 
hidrossolúveis e possuem um tempo de meia vida 
curto. 
 A síntese de um hormônio peptídeo se da a partir 
de um peptídeo inicial originado de um ribossomo, 
conhecida como pré-pró-hormônio. Os pré-pró-
hormônios são inativos e contêm uma ou mais 
cópias de um hormônio peptídico, uma sequência-
sinal que direciona a proteína ao lúmen do retículo 
endoplasmático rugoso. 
 À medida que o pré-pró-hormônio inativo se move 
através do retículo endoplasmático, a sequência-
sinal é removida, criando uma molécula menor, ainda 
inativa, chamada de pró-hormônio. 
 No aparelho de Golgi, o pró-hormônio é 
empacotado em vesículas secretoras junto com 
enzimas proteolíticas, que cortam o pró-hormônio, 
originando hormônios ativos e outros fragmentos. 
Esse processo é chamado de modificação pós-
traducional. As vesículas secretoras contendo os 
peptídeos são armazenadas no citoplasma da célula 
endócrina até que a célula receba um sinal que 
estimule a secreção. Sendo que são liberadas por 
exocitose. 
 Para adentrar na célula alvo, os hormônios 
peptídeos precisam de receptores específicos 
presentes na superfície da membrana. 
 No caso do ADH, o precursor de peptídeo é o pré-
pró-pressofisina que compreende ao peptídeo de 
sinalização ADH, neurofisina II e uma glicoproteína. 
 No caso da ocitocina, o precursor o pré-pró-ocifisina 
que compreende o peptídeo de sinalização, a 
ocitocina e neurofisina I. 
 
 A secreção acontece quando o potencial de ação 
é transmitido do corpo do neurônio (hipotálamo) até 
o axônio (neurohipófise), o que faz com que canais 
de Ca2+ se abram (despolarização), e provoque a 
exocitose dos grânulos de secreção. 
 
 
 
 O aumento da osmolaridade plasmática é o estímulo 
fisiológico mais importante para o aumento da 
secreção de ADH, dado que se é detectado uma 
alta concentração de soluto no sangue, é 
necessário que haja maior reabsorção de água. 
 Esse aumento é detectado por osmorreceptores 
no hipotálamo, os quais iniciam os potenciais de 
ação para que ocorra secreção de ADH. Entretanto, 
se a osmolaridade estiver baixa,esses 
osmorreceptores inibem a secreção de ADH. 
 A hipovolemia também é um estimulo fisiológico 
que estimula a secreção de ADH, pois a diminuição 
do volume sanguíneo causa uma baixa na pressão 
arterial, o que é percebido pelos barorreceptores 
no átrio esquerdo, na artéria carótida e no arco 
aórtico. Essa informação é transmitida pelo nervo 
vago até o hipotálamo para que assim ocorra o 
mecanismo de secreção do ADH. 
 O ADH possui duas áreas de atuação, uma nos rins 
e outra no músculo liso vascular. Nos rins ele atua 
aumentando a permeabilidade da água no túbulo 
distal e ducto coletor, através de receptores V2 e 
AMPc, o que torna a urina mais concentrada ou 
hiperosmótica. Sua outra atuação é fazer a 
contração do músculo liso vascular, por meio do 
receptor V1 e IP3/Ca2+. 
 No que se refere a síntese de ocitocina, tem-se que 
o principal estímulo é a sucção da mama, dado que 
os receptores sensoriais do mamilo, transmitem 
impulsos para a medula espinal através dos 
neurônios aferentes. Essa informação ascende pelo 
trato espinotalâmico até o tronco encefálico e, por 
fim, para os núcleos paraventriculares no 
hipotálamo, fazendo com haja secreção de 
ocitocina e consequentemente a contração das 
células mioepiteliais dos pequenos ductos. Tal fato 
faz com que o leite vá para os grandes ductos e se 
acumule em cisternas para então ocorrer a ejeção 
do leite. 
 Vale ressaltar que ver, ouvir sons ou sentir o cheiro 
do lactente também causam a descida do leite. 
 A ocitocina também atua na contração uterina, 
sendo importante durante o trabalho de parto. 
Fisiologia: Adenohipófise 
 A adenohipófise secreta 6 hormônios peptídicos: 
hormônios estimulante da tireoide (TSH), hormônio 
foliculoestimulante (FSH), hormônio luteinizante (LH), 
hormônio do crescimento (GH), hormônio 
adrenocorticotrópico (ACTH) e prolactina. 
 Essa porção da hipófise, possui conexões tanto 
neurais como endócrinas com hipotálamo e estão 
diretamente ligados através dos vasos sanguíneos 
do sistema porta. 
 Cada hormônio é secretado por um tipo de célula 
diferente, com exceção do LH e FSH que são 
secretados pelo mesmo tipo celular; logo são 6 
hormônios e 5 tipos celulares. Os tipos celulares são 
indicados pelo sufixo “trofo”. 
 Assim, o TSH é secretado pelo tireotrofo, o LH e 
FSH pelo gonadotrofo, o ACTH pelo corticotrofo, o 
GH pelo somatotrofo, e a prolactina pelo lactotrofo. 
Sendo que as três primeiras citadas são células 
basófilas e as duas últimas são acidófilas. 
 Vale ressaltar que essas células podem ser 
estimuladas ou inibidas por hormônios do hipotálamo. 
O tireotrofo é estimulado pelo TRH; o gonadotrofo 
é estimulado pelo GnRH; o corticotrofo é estimulado 
pelo CRH; o somatotrofo é estimulado pelo GHRH; 
e o lactotrofo é inibido pela dopamina. 
 O corticotrofo: quando é estimulado pelo CRH, 
produz a propriomelanocortina (POMC), a qual 
consiste em uma estrutura com vários hormônios 
incluindo o ACTH, único hormônio ativo. O ACTH 
vai atuar, por meio dos receptores MC2R, na 
suprarrenal – glândula endócrina periférica – 
estimulando a produção de cortisol e andrógenos. 
 No caso, se há um aumento de produção de 
cortisol, vai ocorrer o feedback negativo para 
regular a produção de ACTH e CRH. Assim como, 
fatores de estresse estimulam o feedback positivo 
na produção de CRH e ACTH. 
 
 
 
 O tireotrofo: quando estimulado pelo TRH induz a 
produção do hormônio TSH na adenohipófise, o 
qual estimula a produção dos hormônios tireoidianos 
na glândula tireoide. Alterações na produção desse 
hormônio pode levar aos problemas conhecidos 
como hiper e hipotireoidismo. Ademais, há a 
regulação desse hormônio através dos feedbacks, 
se a produção de hormônio t3 e t4 estiver elevada, 
a produção de TSH é inibida, do contrário é elevada. 
 
 O gonatotrofo: quando estimulado pela GnRH que 
pode ser produzido em baixa ou alta frequência 
(pulsos). Quando produzido em baixa frequência, 
produz FSH; e quando produzido em alta 
frequência, produz LH. Esses dois hormônios são 
importantes para induzir a secreção de 
testosterona, progesterona e estrógeno (hormônios 
esteroides). 
 
 O somatotrofo: quando estimulado pelo GHRH induz 
a adenohipófise a produzir o GH (hormônio do 
crescimento), o qual vai produzir nos tecidos alvos 
a somatomedinas (IGF), que vai ser responsável por 
inibir a produção de GH (feedback negativo). 
Ademais, o GH e a somatomedinas estimulam a 
produção de somatostatina (SRIF), que também 
inibe a produção de GH. Vale ressaltar que o próprio 
GHRH inibe sua própria secreção por meio de uma 
alça curta. 
 O GH também é estimulado pela hipoglicemia e pela 
grelina (hormônio da fome). 
 
 
 
 A prolactina: é o hormônio da produção de leite 
(lactogênese), desenvolvimento das mamas e 
inibição da ovulação, sendo inibida pela dopamina, 
advinda dos tratos hipotalâmicos. O uso de 
antipsicóticos e antidepressivos inibem a produção 
de dopamina, fazendo com que a concentração de 
prolactina aumente. Ademais, esse hormônio é 
estimulado pelo TRH. 
 
 
Referências: 
SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia Humana. São Paulo: 
Grupo A, 2017. 
COSTANZO, Linda S.. Fisiologia. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 5º edição, 2014 
SADLER, T W. Langman Embriologia Médica. Rio de 
Janeiro: Grupo GEN, 2021. 
NETTER, Frank H. Netter: Atlas de Anatomia 
Humana. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2018.

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