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Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 1 �siologi� d� Sistem� Endócrin� � EIXO HIPOT-HIPOF Fisiologia do Sistema Endócrino - Introdução e Conceitos Gerais Conceitos gerais sobre os hormônios: Definição: substâncias químicas secretadas para o sangue por células especializadas que regulam as funções metabólicas de outras células do organismo. Através do sangue atinge tecidos, alvos distantes à eles. Para ser hormônio, não precisa alta concentração -> histaminas não são consideradas hormônios, são mediadores químicos, uma vez que ela precisa de alta concentração. Transporte: no sangue livres ou ligados às proteínas plasmáticas. Albumina Produção: glândulas endócrinas ou tecido neurossecretor Atuação: nas células-alvo (com receptor) Degradação: pelo fígado (fezes) e excreção renal Composição química: derivados de aas ou de colesterol. O hormônio pode ser peptídeo ou protéico (formado por aa), esteróide (colesterol) ou anímico (1 único aa ex: tirosina, melatonina - tripofano). Funções Gerais: crescimento e desenvolvimento, reprodução, regulação da disponibilidade energética, manutenção do meio interno e modulação do comportamento. Mecanismo de ação: formação de 2o mensageiro - ativação do AMPc e ativação de IP3/Ca++. Ativação do gene. Hipotálamo produz neurohormônios Hormônios e Células Alvo Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 2 Hormonal secreção - receptor autócrina - célula secreta hormônio que age na própria célula parácrina - célula secreta hormônio que estimula uma célula próxima, vizinha endócrina - quando usa a circulação CCK O hormônio pode agir em vários tecidos, mas o efeito não é o mesmo. Pode ser que os receptores sejam diferentes para passar a informação. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 3 Podem ser: receptor de superfície ou intracelulares (citoplasma, núcleo). Nem todo receptor fica na membrana. Em receptor de membrana gera resposta através da formação do segundo mensageiro. No núcleo -> ativação gênica -> síntese de novas moléculas. Depois de se ligar ao receptor e gerar uma resposta -> ser degradado, eliminado. Circulando no sangue -> degradado pelo fígado e rim (tempo para isso é chamado de meia-vida). Quando já se ligou ao receptor ou dentro da célula -> remover através de enzimas proprias do plasma ou lisossomos pegam esses hormônios e os degradam. Mecanismo de ação hormonal Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 4 Hormônio Amínico -> derivado da tirosina. Hormônio da tireoide é iodado -> muda o comportamento da molécula -> parece mais com o esteróide do que com o peptídeo. Localização do receptor é o núcleo. * não vamos estudar as catecolaminas. Hormônio peptídeo -> 3 ou + aa. Essa célula precisa ser desenvolvida dentro dela RER (ribossomos). A maior parte dos nossos hormônios são os peptídeos. Dependem de um RER associado ao complexo de golgi para ser sintetizado. Mas ele não é sintetizado na fase de hormônio de imediato: Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 5 pré-pró-hormônio, pró-hormônio (ainda no RER) e por fim, hormônio (no aparelho de golgi -> empacotamento com as enzimas). Pré-pró-hormônio - ainda não é o hormônio ativo na sua fase final. Ele têm uma ou mais sequências do hormônio, fragmentos de peptídeos (impede hormônio na fase ativa) e sequência sinal (redirecionar o pré-pró-hormônio para o RER, diz o caminho que ele têm que seguir). São produzidos e armazenados previamente e liberados conforme a necessidade. Quando esse hormônio é liberado e cai no sangue, sendo peptídeo -> ele normalmente é transportado de forma livre. Diante disso, a meia-vida dele é mais fácil de ser eliminada do corpo -> meia-vida curta. Aqueles que chegam na célula-alvo -> age logo na membrana (receptores de membrana) -> não consegue atravessar facilmente a membrana celular. Hormônios esteróides - vias comuns o colesterol. Precisam predominantemente do REL (retículo endoplasmático liso) para serem sintetizados. Ex: H.Sexuais (progesterona), Glicocorticóides (corticosterona) e Mineralocorticóides (aldosterona). Não podem ser sintetizados e armazenados nas células. Eles são sintetizados de acordo com a demanda do organismo. Isso ocorre devido às suas características químicas. Assim que ele é sintetizado, imediatamente ele sai por difusão simples. Uma vez no sangue ele é transportado através de uma proteína carregadora (lipofílico, hidrofílico), embora uma parte fique livre. Logo a meia-vida desses esteróides é longa, seu processo de excreção é dificultado. Ao chegar nas células, eles entram, atravessam a membrana -> predominantemente receptor intracelular (citoplasmático e nuclear). Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 6 Existe uma parte de h.esteróide livre no sangue. Aí o que tá ligado a proteína, começa a se desligar e virar livre para poder entrar na célula, pois a proteína não pode entrar na célula -> efeito gênico. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 7 feedback negativo Hipotálamo libera TRH -> hipófise -> TSH -> tireóide -> T3 e T4 TSH pode inibir hipotálamo -> feedback de alça curta T3 pode inibir TSH e TRH -> feedback de alça longa Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 8 Se for hormônio da hipófise inibindo hipotálamo -> alça curta Se for hormônio da periferia inibindo hipófise e hipotálamo -> alça longa EIXO HIPOTALÂMICO-HIPOFISÁRIO Hipotálamo - assoalho e parede do III ventrículo - coordenação da resposta fisiológica de diferentes órgãos - mantém a homeostasia (equilíbrio) - integrador de sinais (do meio externo, do cérebro, órgão, glândulas -> integrando todos e mandando comandos as respostas desses sinais) - estimula as respostas neuroendócrinas apropriadas Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 9 - inúmeras funções, através do controle da hipófise (glândula mestra) Anatomia do hipotálamo: dentro dele temos diferentes corpos celulares de neurônios que se agrupam em núcleo -> área com um predomínio (não exclusividade) de tipo celular específico. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 10 Anatomia da hipófise PEDÚNCULO HIPOFISÁRIO= INFUNDÍBULO NEURO-HIPÓFISE SELA TÚRCICA (osso esfenoide) ADENO-HIPÓFISE Hipófise fica protegida pela sela turca, base do crânio, fica na altura dos olhos e é conectada ao hipotálamo. Dividida em adenohipófise e neurohipófise por conta da origem embriológica diferente. Sistema Porta -> hipotálamo não têm ligação anatômica direta na adenohipófise. 2 redes de capilares suscetíveis com uma veia. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 11 Aspectos embriológicos azul - neuro -> assoalho do diencéfalo fica pendurado, cresce em direção caudal -> continuação do hipotálamo. Dividida em: parte nervosa, infundíbulo e entre hipotálamo e neurohipófise -> eminência mediana rosa - adeno ou lombo anterior -> teto da cavidade bucal se separa, cresce em direção cranial (bolsa de rathe). Dividida em parte distal (maior), intermédia e a que abraça a neurohipófise é parte tuberal. Relações anatômicas da hipófise Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 12 haste - conjunto do infundíbulo com a parte tuberal Ligações entre hipotálamo e hipófise Corpos celulares estão no hipotálamo, mas querem controlar a neurohipófise, fazendo isso com a saída dos axônios. As substâncias serão armazenadas nas terminações nervosas que ficarão na neurohipófise. A Neurohipófise não produz nada, só libera aquilo que o hipotálamo já produziu. Núcleos hipotalâmicos Sistema parvocelular=tuberoinfundibular -> Adeno-hipófise Sistema magnocelular=trato supraóptico-hipofisário -> Neuro-hipófise Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 13 Neurônio magnocelular -> transporte todo axonal até chegar à neurohipófise liberando ocitocina e ADH e da neurohipófise já cai direto na circulação sistêmica Neurônio parvicelular de axônio curto -> eminência mediana TRH é liberado -> cai nas veias porta hipofisárias longas -> chegando na adenohipófise -> produzindo e liberando o TSH -> circulação sistêmica t3 e t4 vai fazerfeedback negativo com a adenohipófise e o hipotálamo Sistema porta hipotalâmico-hipofisário Hipófise é irrigada pelas artérias hipofisárias vindo da carótida interna. Hipofisária superior, média e inferior que vai mais para neurohipófise do que para a adenohipófise. A.H.Superior irriga a eminência mediana e o infundíbulo -> rede capilar primária vai ser drenada por veias só que são veias portas longas e às outras redes capilares está na adenohipófise. Hormônio produzido lá no hipotálamo faz transporte axonal, liberado na eminência mediana, cai na rede capilar -> transporte vascular drenado pela veia porta -> até a adenohipófise -> veias portas formam uma nova rede de capilar -> rede capilar secundário, que são fenestrados -> neuropeptídeos caem na adenohipófise. O2 também chega assim. Às veias se comportam como se fossem artérias. Adenohipófise produz hormônios - através do estímulo dos neuropeptídeos. A veia porta-hipofisária irriga a adenohipófise. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 14 Interação hipotálamo vs. adeno-hipófise Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 15 Mecanismos de feedback do eixo hipotalâmico-hipofisário Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 16 SILVERTORN HORMÔNIOS Como você já aprendeu, os hormônios são mensageiros químicos secretados para o sangue por células epiteliais especializadas. Os hormônios são responsáveis por diversas funções corporais consideradas contínuas e de longo prazo. Processos que estão principalmente sob controle hormonal incluem metabolismo, regulação do meio interno (temperatura, balanço hídrico e de íons), reprodução, crescimento e desenvolvimento. Os hormônios agem nas suas células-alvo de três maneiras básicas: (1) controlando a taxa de reações enzimáticas, (2) controlando o transporte de íons ou moléculas através de membranas celulares ou (3) controlando a expressão gênica e a síntese proteica. Hormônios que foram identificados por essa técnica são também chamados de hormônios clássicos:. os hormônios do pâncreas, da tireoide, das glândulas suprarrenais, da hipófise e das gônadas, todas glândulas endócrinas independen- tes que podem ser facilmente identificadas e removidas cirurgicamente. Uma molécula pode atuar como hormônio quando secretada a partir de um local, ou como uma substância parácrina ou autócrina quando secretada a partir de um local diferente. Por exemplo, nos anos 1920, cientistas descobriram que a colecistocinina (CCK, do inglês, cholecystokinin) obtida de extratos de intestino causa a contração da vesícula biliar. Desse modo, por muitos anos a CCK foi conhecida apenas como um hormônio intestinal. Então, em meados de 1970, a CCK foi encontrada em neurônios do encéfalo, onde ela age como neurotransmissor ou neuromodulador. Mais recentemente, a CCK ganhou maior atenção devido ao seu possível papel no controle do apetite. A insulina é um exemplo de hormônio com efeitos variados. Nos tecidos adiposo e muscular, ela altera as proteínas transportadoras da glicose e as enzimas do metabolismo da glicose. No fígado, ela modula a atividade enzimática, mas não tem efeito direto nas proteínas transportadoras da glicose. No encéfalo e em alguns outros tecidos, o metabolismo da glicose é totalmente independente de insulina. A ação hormonal precisa ser finalizada A atividade sinalizadora dos hormônios e de outros sinais químicos deve ter duração limitada para o corpo poder responder às mudanças em seu estado interno. Por exemplo, a insulina é secretada quando as concentrações de glicose no sangue aumentam após uma refeição. Enquanto a insulina está presente, a glicose sai do sangue e entra nas células. Entretanto, se a atividade da insulina continuar por muito tempo, o nível de glicose do sangue pode cair a um nível tão baixo que o sistema nervoso se torna incapaz de funcionar apropriadamente – uma situação potencialmente fatal. Normalmente, o organismo evita essa situação de diversas maneiras: limitando a secreção de insulina, removendo ou inativando a insulina circulante e finalizando a atividade da insulina nas células-alvo. Em geral, os hormônios circulantes são degradados em metabólitos inativos por enzimas encontradas principalmente no fígado e nos rins. Os metabólitos são então excretados pela bile ou na urina. A taxa de degradação hormonal é indicada pela Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 17 meia-vida do hormônio na circulação, ou seja, o tempo necessário para reduzir a concentração do hormônio pela metade. Portanto, a meia-vida é um indicador de quanto tempo um hormônio fica ativo no corpo. A CLASSIFICAÇÃO DOS HORMÔNIOS Os hormônios peptídicos/proteicos -> o peptídeo inicial originado de um ribossomo é uma proteína grande e inativa, conhecida como pré-pró-hormônio que contêm uma ou mais cópias de um hormônio peptídico, uma sequência-sinal que direciona a proteína ao lúmen do retículo endoplasmático rugoso e outras sequências de peptídeos que podem ou não possuir atividade biológica. À medida que o pré-pró-hormônio inativo se move através do retículo endoplasmático, a sequência-sinal é removida, criando uma molécula menor, ainda inativa, chamada de pró-hormônio. No aparelho de Golgi, o pró-hormônico é empacotado em vesículas secretoras junto com enzimas proteolíticas, que cortam o pró-hormônio, originando hormônios ativos e outros fragmentos. Esse processo é chamado de modificação pós-traducional. As vesículas secretoras contendo os peptídeos são armazenadas no citoplasma da célula endócrina até que a célula receba um sinal que estimule a secreção. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 18 Os hormônios peptídicos são solúveis em água e, portanto, geralmente se dissolvem com facilidade no líquido extracelular ao serem transportados por todo o corpo. A meia-vida dos hormônios peptídicos normalmente é bastante curta, na faixa de alguns minutos. Se a resposta a um hormônio peptídico deve ser mantida por um período de tempo maior, o hormônio deve ser secretado de forma contínua. Mecanismo celular de ação dos hormônios peptídicos Como os hormônios peptídicos são lipofóbicos, eles geralmente não conseguem entrar na célula-alvo. Em vez disso, ligam-se a receptores presentes na superfície da membrana. O complexo hormônio-receptor inicia a resposta celular por meio de um sistema de transdução de sinal. Muitos hormônios peptídicos utilizam o sistema de segundo mensageiro do AMPc. Alguns receptores de hormônios peptídicos, como os da insulina, têm atividade tirosina-cinase ou utilizam outras vias de transdução de sinal. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 19 Hormônios esteroides A maioria dos hormônios esteróides são produzidos no córtex da glândula suprarrenal e nas gônadas (ovários e testículos). CONTROLE DA LIBERAÇÃO HORMONAL Nos reflexos endócrinos e neuroendócrinos, o sinal de saída é um hormônio ou um neuro-hormônio. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 20 Os neuro-hormônios são secretados no sangue por neurônios Como observado anteriormente, os neuro-hormônios são sinais químicos liberados para o sangue por um neurônio. O sistema nervoso humano produz três principais grupos de neuro-hormônios: (1) catecolaminas, produzidas por neurônios modificados da medula da glândula suprarrenal, (2) neuro-hormônios hipotalâmicos secretados pela neuro-hipófise e (3) neuro-hormônios hipotalâmicos que controlam a liberação de hormônios da adeno-hipófise. A glândula hipófise é na verdade duas glândulas fundidas A glândula hipófise é uma estrutura do tamanho de um feijão-de-lima, que se projeta do encéfalo para baixo, conectada a ele por uma fina haste e que repousa em uma cavidade óssea protetora. A adeno-hipófise ou hipófise anterior é uma verdadeira glândula endócrina de origem epitelial, derivada do tecido embrionário que forma o teto da cavidade oral (palato). A neuro-hipófise ou hipófise posterior, é uma extensão do tecido neural do encéfalo. Ela secreta neuro-hormônios produzidos no hipotálamo, uma região do encéfalo que controla diversas funçõeshomeostáticas. A neuro-hipófise é o local de armazenamento e liberação de dois neuro-hormônios: ocitocina e vasopressina. Os neurônios que produzem a ocitocina e a vasopressina estão agrupados em áreas do hipotálamo, conhecidas como: núcleo paraventricular e núcleo supraóptico. Uma vez que os neuro-hormônios são empacotados em vesículas secretoras, eles são transportados para a neuro-hipófise por longas projeções de neurônios, chamadas de Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 21 axônios. A despolarização do terminal axonal abre canais de Ca2 dependentes de voltagem, e o Ca2 entra na célula. A entrada de cálcio inicia a exocitose, e os conteúdos das vesículas são liberados na circulação. Os dois neuro-hormônios da neuro-hipófise são compostos de nove aminoácidos cada. A vasopressina ou ADH, atua sobre os rins para regular o balanço hídrico do corpo. Nas mulheres, a ocitocina liberada pela neuro-hipófise controla a ejeção de leite durante a amamentação e as contrações do útero durante o trabalho de parto e a expulsão do feto. A adeno-hipófise secreta seis hormônios Prolactina (PRL), tireotrofina (TSH), adrenocorticotrofina (ACTH), hormônio do crescimento (GH), hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH). A secreção de todos os hormônios da adeno-hipófise é controlada por neuro-hormônios hipotalâmicos que faz a liberação dos hormônios da adeno-hipófise são geralmente identificados como pelos hormônios liberadores (p. ex., hormônio liberador de tire- otrofina) ou hormônios inibidores (p. ex., hormônio inibidor do hormônio de crescimento). Por muitos anos após a sua descoberta, os hormônios hipotalâmicos foram chamados de fatores, como o fator liberador de corticotrofina. Observe que, dos seis hormônios da adeno-hipófise, somente a prolactina atua sobre um alvo não-endócrino (a mama). Os cinco hormônios remanescentes possuem outra glândula ou célula endócrina como um de seus alvos. Os hormônios que controlam a secreção de outros hormônios são denominados hormônios tróficos. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 22 Um sistema porta conecta o hipotálamo à adeno-hipófise A maioria dos hormônios do corpo são secretados no sangue e se tornam rapidamente diluídos quando distribuídos pelo volume sanguíneo de 5L. Para evitar a diluição, os neuro-hormônios hipotalâmicos destinados à adeno-hipófise entram em uma modificação especial do sistema circulatório, chamada de sistema porta. O sistema porta consiste em dois grupos de capilares conectados em série (um em seguida do outro) por um grupo de pequenas veias. Os neuro-hormônios hipotalâmicos entram no sangue no primeiro grupo de capilares e vão diretamente através das veias porta até o segundo grupo de capilares na adeno-hipófise, onde se difundem para alcançarem as células-alvo. Dessa forma, uma pequena quantidade de hormônios permanece concentrada em um pequeno volume sanguíneo portal, enquanto se dirigem diretamente para seus alvos. Esse arranjo permite que um pequeno número de neurônios secretores do hipotálamo controlem a adeno-hipófise. Hormônios da via hipotálamo-adeno-hipófise O hipotálamo secreta hormônios liberadores (-RH) e hormônios inibidores (-IH) que agem nas células endócrinas da adeno-hipófise influenciando a secreção de seus hormônios. A prolactina e o hormônio de crescimento são os únicos dois hormônios da adeno-hipófise que possuem hormônios hipotalâmicos inibidores Nos eixos hipotálamo-adeno-hipófise, a forma dominante de retroalimentação é a retroalimentação negativa de alça longa, em que o hormônio secretado pela glândula endócrina periférica “retroalimenta” a própria via inibindo a secreção dos seus hormônios hipotalâmicos e adeno-hipofisários. Hormônios Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 23 1. A especificidade de um hormônio depende de seus receptores e de suas vias de transdução de sinal associadas. 2. Um hormônio é uma substância química secretada no sangue por uma célula, ou por um grupo de células, para o transporte até um alvo distante, onde é eficaz em concentrações muito baixas. 3. Feromônios são sinais químicos liberados no meio externo. 4. Os hormônios se ligam a receptores para iniciar respostas, conhecidas como mecanismo de ação celular. 5. A atividade hormonal é limitada pelo término da secreção, pela remoção do hormônio do sangue ou pelo término da atividade na célula-alvo. 6. A taxa de degradação de um hormônio é indicada pela meia-vida do hormônio. A classificação dos hormônios 7. Existem três tipos de hormônios: hormônios peptídicos/ proteicos, compostos de três ou mais aminoácidos; hormônios esteroides, derivados do colesterol; e hormônios derivados de aminoácidos, derivados tanto da tirosina (p. ex., catecolaminas e hormônios da tireoide) como do triptofano (p. ex., melatonina). 8. Os hormônios peptídicos são produzidos como pré-pró-hormônios inativos e processados em pró-hormônios. Os pró-hormônios são clivados formando hormônios ativos e fragmentos peptídicos, os quais são cossecretados 9. Os hormônios peptídicos dissolvem-se no plasma e têm uma meia-vida curta. Eles ligam-se a receptores na membrana das células-alvo e iniciam respostas celulares rápidas pela transdução de sinal. Em alguns casos, os hormônios peptídicos também estimulam a síntese de novas proteínas. 10. Os hormônios esteróides são sintetizados à medida que são necessários. Eles são hidrofóbicos, e a maior parte dos hormônios esteróides presente no sangue está ligada a proteínas carreadoras. Esteroides têm uma meia-vida prolongada. 11. Os receptores esteroides clássicos estão dentro das células, onde eles ativam e desativam genes e regulam a síntese de novas proteínas. A resposta celular é mais lenta do que com os hormônios peptídicos. Os hormônios esteróides podem se ligar a receptores na membrana e ter efeitos não genômicos. 12. Os hormônios amínicos podem se comportar como hormônios peptídicos típicos ou como uma combinação de hormônio esteroide e hormônio peptídico. Controle da liberação hormonal 13. As células endócrinas clássicas agem tanto como sensor quanto como centro integrador na via reflexa simples. 14. Muitos reflexos endócrinos envolvem o sistema nervoso, tanto por meio de neuro-hormônios como por meio de neurônios que influenciam a liberação de hormônios. 15. A glândula hipófise é composta pela adeno-hipófise (uma glândula endócrina verdadeira) e pela neuro-hipófise (uma extensão do encéfalo). 16. A neuro-hipófise libera dois neuro-hormônios, a ocitocina e a vasopressina, que são produzidos no hipotálamo. 17. Os hormônios tróficos controlam a secreção de outros hormônios. 18. Os hormônios hipotalâmicos liberadores e inibidores controlam a secreção de hormônios da adeno-hipófise. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 24 19. Os hormônios tróficos hipotalâmicos alcançam a hipófise pelo sistema porta hipotálamo-hipofisário. 20. Existem seis hormônios da adeno-hipófise: prolactina, hormônio do crescimento, hormônio folículo-estimulante, hormônio luteinizante, hormônio estimulador da tireoide e hormônio adrenocorticotrófico. 21. Nos reflexos endócrinos complexos, os hormônios da via agem como sinais de retroalimentação negativa. Medicina Resumida O eixo hipotálamo, hipófise e glândula endócrina é o principal eixo de regulação hormonal. O hipotálamo tem núcleos produtores e secretores de hormônios que atuam na hipófise levando a secreta outros hormônios que irão variar nas outras glândulas endócrinas do corpo. Hipotálamo - faz parte da região do encéfalo chamada de diencéfalo. É formado por duas outras estruturas chamadas de tálamo e epitalamo. É delimitado pelo quiasmo óptico anterior, infundíbulo inferiormente e quem liga o hipotálamo à hipófise são os tuber cinereum e corpos mamilares. Ele é formado especialmente por substâncias cinzentas que internamente se agrupa formando núcleos. Desempenha funções: controle do SNA, regulação da temperatura corporal, controle da sede, fome, vigília, ciclo circadiano e comando endócrino. Coneccoes: tálamo, área frontale hipófise . Hipófise - também chamada de pituitária, é uma glândula muito pequena com 12mm de diâmetro transversal e 8mm de diâmetro anteroposterior. Se localiza na sela turca(depressão) do osso esfenóide. Formato ovóide e com coloração vermelha acinzentada. É contínua com o infundíbulo e coberta superiormente pelo diafragma da célula. A hipófise não tem como crescer para baixo, se houver crescimento, pode atingir o quiasma óptico -> distúrbios visuais. Origem embrionária dupla - nervosa derivada do diencéfalo cresce em direção caudal (neuro-hipófise ou hipófise posterior) e ectodérmica originada da cavidade oral cresce em direção cranial (bolsa de rathe -> adeno-hipófise ou hipófise anterior). Neuro-hipófise -> tecido nervoso, contínua ao hipotálamo pelo infundíbulo. Formada pela: eminência mediana, infundíbulo e lombo neural ou parte posterior ou pars nervosa. Armazena e secreta os hormônios (NÃO PRODUZ). Não contêm células secretoras -> formadas por axônios hipotalâmicos amielínicos magnocelulares -> núcleos supra óptico e paraventriculares. Seus axônios chegam especialmente no lombo posterior na hipófise devido ao trato hipotálamo-hipofisário. Hormônios: ocitocina - contração da parede uterina e glândulas mamárias e ADH ou vasopressina - aumenta a reabsorção de água diminuindo urina e diurese. Adeno-hipófise -> tecido ectodérmico, 75% da hipófise, não conexão anatômica com o sistema nervoso. Se divide em: parte tuberal mais superior que abraça o fundíbulo -> haste da hipófise, parte intermediária entre a neuro-hipófise e a distal, parte distal ou lombo anterior ou pars distalis que são células produtoras de hormônios e células Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 25 folículo estelares. Tipos Celulares: Basófilos - corticotrofos (ACTH), tirotropos (TSH), gonadotrofos (LH e FSH) e Acidófilos - somatotrofos (GH) e lactotrofos (prolactinas). A secreção desses hormônios precisam ser reguladas e o meio que isso ocorre é a retroalimentação negativa ou através de hormônios liberadores, inibidores da liberação que são secretados pelo hipotálamo. Esses hormônios liberadores vão ser produzidos por neurônios nos núcleos dorso medial, ventral e arqueado do hipotálamo que em conjunto são chamados de região hiperfisiotrofica. Possuem corpos celulares pequenos. Chegam na adeno-hipófise através do sistema porta-hipofisário. Sistema porta -> vaso porta que começa e termina nos capilares podendo ser venoso ou arterial. Ex: sistema porta do fígado, porta renal e porta hipofisária. Transporta os hormônios reguladores da hipófise e secretá-los no hipotálamo ao receber respostas neurológicas. Esses hormônios hipotalâmicos são transportados pelos axônios até eminência média -> plexo capilar primário -> veia porta hipofisária -> plexo secundário -> liberação. Eixo hipotálamo-hipófise -> possui 3 níveis de células endócrinas: 1. neurônios hipotalâmicos, 2. células da hipófise anterior e 3. glândulas periféricas. Alça de retroalimentação longa e alça de retroalimentação curta. RESUMO A hipófise é composta de duas glândulas. Lobo anterior, o maior, é a adenohipófise. Veio do tecido epitelial da cavidade oral. O lobo posterior é a neurohipófise que veio do diencéfalo. A hipófise é irrigada pela carótida interna. Ela penetra no crânio e se divide em dois vasos de cada lado, inferiores e superiores. As artérias hipofisárias superiores irrigam o infundíbulo e a eminência mediana. As artérias hipofisárias inferiores irrigam a neurohipófise, basicamente. Na hipófise existe um sistema porta, que é uma forma de irrigação que tem duas sequências de sistemas venosos. O sangue arterial chega na eminência mediana pelas artérias hipofisárias superiores. Capilares fenestrados, em rede, chamado capilares primários, de onde saem as veias porta hipofisárias, que saem da eminência mediana e vão até a adenohipófise. Lá elas formam uma nova rede de capilares, secundária. E aí sim vão ser drenadas pelas veias hipofisárias. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 26 O corpo celular do neurônio está no hipotálamo, nos núcleos magnocelulares e paraventriculares. Lá será produzido o hormônio. Os axônios descem por todo o infundíbulo e vão terminar na neurohipófise. Os axônios dos neurônios responsáveis por controlar a adenohipófise vão só até a eminência mediana. Os neuropeptídios são lançados lá. Como eles chegam na adenohipófise? Pelo sistema porta hipofisário, uma vez que a rede capilar primária é fenestrada. De lá, eles vão para as veias porta e depois para a rede capilar secundária, que também é fenestrada. Sistema magnocelular = trato supraóptico- hipofisário (é um trato no hipotálamo). Aqui estão os corpos dos neurônios cujo axônios vão até a neurohipófise. Aqui são produzidos ocitocina e ADH. O axônio magnocelular produz e empacota em vesícula, que viaja dentro do axônio e vai até a neurohipófise. Chegando lá, mediante estímulo, esses hormônios são liberados e caem direto na circulação sistêmica. Sistema parvocelular = tuberoinfundibular. Neurônios cujo axônios vão até a eminência mediana. Produz, empacota, tem transporte axonal até a eminência mediana. Chegando lá, mediante estímulo há liberação. Serão coletados pela rede de capilares primário, e por meio de transporte vascular (veias porta) chegam na adenohipófise, controlando células específicas de lá.
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