Buscar

Valvulopatias: Estenose Aórtica e Mitral

Prévia do material em texto

1 CM 
Valvulopatias 
Arthur Linhares de Almeida : 201910865 : UniFOA 
 
 
 
Estenose Aórtica 
Anatomia 
→ posteriormente à pulmonar 
→ início da aorta é a valva 
→ da valva aórtica e da raiz aórtica saem as 
artérias coronárias 
Epidemiologia 
→ causa degenerativa (+ comum) – idoso 
(>70a)+ fator de risco CV (diabete, 
dislipidemia...) 
→ valva aórtica bicúspide – adultos (<50a) / 
causa congênita; relacionada em até 70% dos 
casos com doença da aorta (como aneurisma 
de aorta, coarctação, dissecção...) 
→ febre reumática – associada à valva mitral 
(mitral é a principal acometida nesse caso); 
ocorre fusão comensural 
Fisiopatologia 
→ estenose aórtica causa hipertrofia 
concêntrica 
→ com a estenose cria-se uma “barreira” entre 
a aorta e o VE levando a um  de pressão; q 
será transmitido para AE q sofrerá dilatação 
e no VE hipertrofia concêntrica 
→ o  de pressão no AE será transmitido para a 
v. pulmonar q irá transmitir para o pulmão 
causando hipertensão pulmonar secundária 
Clínica 
→ dispneia ou intolerância aos esforços 
→ tríade clássica 
• angina (prognóstico de 5a) 
• síncope (prognóstico de 3a) 
• IC (prognóstico de 2a) 
o esquerda (dispneia/ortopneia) 
o direita (TJ, edema de MMII) 
→ síndrome de Heyde – associação da estenose 
aórtica com episódio de sangramento 
gastrointestinal (principalmente cólon direito) 
por lesões angiodisplásicas 
• a origem do sangramento vem da estenose 
aórtica que causa cisalhamento do fator de 
von Willebrand 
• o cisalhamento perde a conformação e fica 
suscetível à ADMS13 
• a ADMAS13 irá realizar clivagem causando 
angiodisplasia e sangramento colônicos 
→ sopro ejetivo – crescente até metade da 
sístole; relacionado com redução de pulso 
periférico – lento e periférico (pulso parvus 
et tardus); na fase inicial o ictus não desvia 
 
→ sinal de gravidade do sopro – pico tardio, B2 
hipofonética e fenômeno de Gallavardin 
Exames complementares 
→ ECG 
• índice de Sokolov = S (V1) + R (V5) > 35mm 
 
 2 CM 
• padrão de Strain é característico de 
sobrecarga 
 
→ RX 
• área cardíaca ñ indicativa de cardiomegalia 
• pontos de calcificação são visualizáveis na 
aorta 
 
→ TC 
• calcificação de base da aorta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ ECO 
• fundamental para determinar a gravidade 
• parâmetros de gravidade – área valvar 
aberta, gradiente entre ventrículo e aorta e 
velocidade de jato 
parâmetro leve moderado grave 
gradiente médio 
(mmHg) 
<25 25-40 >40 
área (cm²) >1,5 0,8-1,5 <0,8 
vel do jato (m/s) ><3 3-4 >4 
• gravidade tbm pode ser vista no ECO por 
o queda fração de ejeção (FEVE < 50%) 
o queda de PA em teste ergométrico 
Tratamento Farmacológico 
→ medicamento tratam sintomatologia, mas não 
alteram evolução 
→ estatinas – eficácia não comprovada em 
estenose aórtica 
→ diuréticos (congestão) – Furosemida 
→ vasodilatadores – podem causar choque; pois 
na estenose a pressão é mt dependente da 
FC e RVP 
Tratamento Intervencionista 
→ indicação 
• qlqr sintomas (principalmente sínd de 
Heyde) 
• complicadores (principais – FEVE, vel de 
jato mt alta, gradiente acima de 60) 
→ TAVI (troca valvar trans cateter) tratamento 
de escolha 
• transfemoral 
• transpical – incisão em ápice cardíaco 
→ troca valvar cirúrgica (faz-se qnd ñ há 
anatomia adequada, estrutura valvar mt 
calcificada) 
• biológica – deve ser trocada a cada 10a 
• mecânica – risco de trombose então deve-
se usar Varfarina (cumarínico) 
→ valvoplastia aórtica por cateter-balão – taxa 
de recorrência mt alta; usado como 
tratamento paliativo em momento de 
urgência 
 
 
 3 CM 
Estenose Mitral 
Anatomia 
→ composta por duas cúspides (anterior e 
posterior) + aparato subvalvar (músculos 
papilares + cordoalha tendínea) 
Epidemiologia 
→ etiologia principal – febre reumática 
→ outras causas são raras 
• congênitas 
• doença infiltrativa (mucopolissacaridose) 
• endocardite infecciosa 
• síndrome carcinoide 
Fisiopatologia 
→ infecção por S. pyogenes (grupo A) causa 
liberação de anticorpos 
→ problema fica no fato de q esses anticorpos 
podem ter reação cruzada com ptns do 
coração se acumulando no coração 
(principalmente valva mitral) 
→ acúmulo de Ac gera alterações na valva 
(fusão comissural, espessamento, 
fibrose/calcificação) que causam redução de 
mobilidade 
→ a estenose mitral é uma barreira mecânica 
transmitindo um  de pressão no AE q causa 
sua dilatação 
→ o  de pressão no AE é transmitido para o 
pulmão causando um  de pressão passiva 
no pulmão (causando dispneia) 
→ com o tempo essa pressão aumentada será 
transmitida para o VD e AD – sintomas de 
congestão sistêmica 
→ após anos ocorre remodelamentos das 
artérias e arteríolas pulmonares 
(irreversível) por meio de fibrose que causa 
um aumento de pressão ativa 
→ importante notar q o VE é poupado nesse 
caso 
Clínica 
→ dispneia e fadiga 
→ ortopneia 
→ edema agudo de pulmão por taquicardia 
(átrio com menos tempo de ejeção aumenta 
mais pressão que será transmitida para 
pulmão) 
→ palpitações (fibrilação atrial) 
→ rouquidão (Sind de Ortner) – AE dilata tanto q 
comprime o nervo laringeu recorrente 
→ hemoptise (raro) – pela dilatação das veias 
pulmonares 
→ sopro em ruflar (difícil de ser auscultado) 
 
→ crepitações pulmonares 
→ turgência de jugular 
→ refluxo hepatojugular 
→ edema de MMII 
→ pulso arrítmico (fibrilação atrial) – se FA 
ocorre desaparecimento de reforço pre-
sistolico dificultando mais ainda sopro 
Exames Complementares 
→ ECG – alterações da onda P (q denotam 
sobrecarga dos átrios) 
 
 4 CM 
• índice de Morris – sobrecarga AE (+1 de 
quadrado negativo) 
 
•  amplitude – onda P apiculada denota 
sobrecarga AD (+ de 2,5 quadrado de 
amplitude) 
 
• desvio para frente (V1 positivo) e direita (D1 
mais negativo) – denotando sobrecarga VD 
→ RX -  AE 
• 4º arco 
 
• sinal da bailarina – brônquio esquerdo 
horizontalizado 
 
• duplo contorno – AD no fundo e AE na frente 
criando mais um contorno 
 
→ ECO 
• cúspide em valva de hóquei 
 
• abertura em boca de peixe 
 
 
 
 
 
 
 
 5 CM 
• escore de Wilkins – qnt mais pontos pior 
o mobilidade 
o espessamento 
o calcificação 
o aparato subvalvar 
 
gravidade leve moderado grave 
gra. médio (mmHg) <5 5-10 >10 
área (cm²) >1,5 1-1,5 <1 
 
Tratamento Farmacológico 
→ medicamentos são sintomáticos, não alteram 
evolução 
→ caso esteja com dispneia, palpitações – 
betabloq, digitálicos e BCC 
→ mt congesta – diuréticos (Furosemida) 
→ se houver FA usa-se anticoagulantes 
(cumarínicos como Varfarina) independente 
de CHADSVAC; novos anticoagulantes estão 
contraindicados 
Tratamento Intervencionista 
→ indicado se houver sintomas e/ou alterações 
de gravidade (área mt pqn, gradiente mt 
baixo, hipertensão pulmonar) 
→ VMCB (valvoplastia mitral por cateter balão) 
• contraindicações – escore de Wilkins mt 
alto (>8); trombo em AE; insuf mitral 
moderada/grave 
→ cirurgia 
• comissurotomia 
• troca valvar mitral 
o prótese biológica – degeneração em 10a 
o prótese mecânica – anticoagulante 
(varfarina) para sempre 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Insuficiência Aórtica 
Definição 
→ corresponde a um fechamento incompleto da 
valva aórtica 
→ pode ser causada por doença primária da 
valva ou doença da aorta com repercussão 
na valva 
Epidemiologia 
→ problema da valva aórtica 
• valva aórtica bicúspide 
• febre reumática – acomete principalmente 
mitral 
• endocardite infecciosa 
→ dilatação da aorta – mais prevalentes 
• HAS 
• dissecção de aorta e aneurisma 
• doença do tec conjuntivo (Marfan) 
• sífilis 3ária 
• doenças reumáticas – principal é a 
espondilite anquilosante 
Fisiopatologia 
→ IAo sangue é regurgitado na diástole para VE; 
causando sobrecarga de volume no VE 
→ a sobrecarga de volume leva a uma 
hipertrofia excêntrica 
→ essa sobrecarga será transmitida causando de pressão no pulmão surgindo sintomas de 
congestão pulmonar 
→ posteriormente essa sobrecarga será levada 
ao lado direito do coração 
Clínica 
→ dispneia/ ortopneia/ dispneia paroxística 
noturna 
→ congestão sistêmica 
→ “sensação” de batimento 
→ sopro aspirativo – ocorre na diástole; começa 
intenso e diminui antes da sístole 
 
 
 6 CM 
→ ictus cordis desviado 
→  pressão de pulso:  PAS e  PAD 
→ pulsos amplos achados 
• pulso de Corringan – martelo d’água 
• sinal de Musset – movimentação da cabeça 
• pulso de Quincke – leito ungueal pulsando 
• sinal de Mueller – úvula pulsando 
• sinal de Traube – ausculta de pulso femoral 
agudo “pistol shot” 
Exames Complementares 
→ ECG – evidência de sobrecarga VE 
 
• SVE Sokolov – S (V1) + R (V5) > 35mm 
• strain 
 
 
 
 
 
→ RX -  índice cardiotorácico (>0,5) 
 
→ ECO - regurgitação aórtica 
• avalia-se a regurgitação por 
o volume regurgitante 
o fração regurgitante 
o vena contracta – qnt maior largura do jato 
pior 
o área do orifício regurgitante 
• sinais de gravidade 
o diâmetro de VE > 70x50mm 
o FEVE < 50% 
Tratamento Farmacológico 
→ medicamentos sintomáticos; não alteram a 
evolução 
→ vasodilatadores (IECA/BRA) -  RVP e  
sangue regurgitado 
→ diuréticos (furosemida) 
Tratamento Intervencionista 
→ indicação se sintomas e/ou alterações de 
gravidade 
→ cirurgia de troca valvar 
• biológica - sofre degeneração em 10a 
• mecânica – precisa ser feita anticoagulação 
para sempre com cumarínicos (Varfarina) 
→ se o paciente apresenta aorta ascendente mt 
dilatada (>50/55mm) aproveita a cirurgia de 
valva para trocar aorta ascendente tbm 
 
 
 
 
 
 7 CM 
Insuficiência Mitral 
Definição 
→ fechamento incompleto da mitral 
→ insuficiência mitral – problema é da válvula 
(cúspide / aparato subvalvar) 
→ secundário – geralmente dilatação do anel ou 
doença no VE 
Epidemiologia 
→ primárias 
• prolapso de valva mitral 
o doença comum – acomete até 2,5% da pop 
o mais comum em ♀ 
o evolução benigna 
o fatores de pior prognóstico 
▪ insuf mitral moderada-grave 
▪ FEVE < 50% 
▪ FA 
▪  diâmetro diastólico do VE 
• febre reumática – principal doença q 
acomete mitral 
• endocardite infecciosa 
→ secundárias – causam dilatação ou 
hipertrofia do ventrículo 
• cardiomiopatia dilatada 
• cardiomiopatia hipertrófica 
• isquemia miocárdica 
Fisiopatologia 
→ na insuf mitral irá ocorrer sobrecarga de 
volume no átrio esquerdo e na sístole 
sobrecarga de volume no VE; VE sofre 
hipertrofia excêntrica e AE dilatação 
→ o aumento de vol no AE gera aumento de 
pressão no pulmão causando congestão 
→ posteriormente é transmitido o aumento de 
pressão para o lado direito do coração 
gerando congestão sistêmica 
Clínica 
→ prolapso de valva mitral no geral os 
pacientes são assintomáticos 
→ dispneia/ orotpneia 
→ arritmias (FA) 
→ IC direita – em casos agudos 
→ sopro regurgitativo – melhor escutado no 
foco mitral; B1 hipofonética 
• Prolapso VM – clique mesossistólico 
• sopro piante – reuptura de cordoalha 
 
→ ausculta dinâmica pode facilitar a ausculta do 
sopro 
• agachamento – causa aumento do retorno 
venoso levando ao aumento do sopro 
• isométrico (hand grip) – força no punho 
aumenta RVP q causa aumento do sopro 
• levantar – diminui retorno venoso 
diminuindo o sopro 
Exames Complementares 
→ ECG – achados de sobrecarga de camaras 
esquerdas (principalmente ventrículo) 
 
 
 8 CM 
• sinal de Sokolov – S (v1) + R (v5) > 35mm 
• strain – infra de ST q começa lento e dps 
fica rápido 
 
→ RX – sobrecarga das câmaras esquerdas 
• sinal do 4º arco 
 
• sinal da bailarina – ângulo da carina com 
mais de 90º 
 
• duplo contorno – aumento do AE faz sombra 
no AD 
 
 
• aumento do VE – índice cardiotorácico > 0,5 
 
→ ECO – importante são as medidas de 
regurgitação 
• volume regurgitante 
• fração regurgitante 
• vena contracta – avalia o jato q regurgita 
• área do orifício regurgitante 
• sinais de gravidade 
o diâmetro sistólico do VE > 40mm 
o pressão sistólica art pulmonar > 50mmHg 
o FEVE < 60% 
Tratamento Farmacológico 
→ medicamentos são sintomáticos; não alteram 
evolução 
→ vasodilatadores (IECA/BRA) 
→ diruéticoss (furosemida) 
→ se FA – controle de FC + anticoagulantes 
Tratamento 
→ indicado se sintomas e/ou alterações de 
gravidade 
→ cirurgia 
• plástica mitral – mantem valva nativa 
aumentando sua resistência; é melhor se 
for factível; se um problema na cúspide 
posterior é mais fácil 
• troca valvar 
o biológica – degeneração em 10a 
o mecânica – anticoagulação para sempre 
com cumarínicos (Vafarina) 
→ mitraclip – paciente mais grave e risco 
cirúrgico alto; cateter até a valva e posiciona 
clip 
• indicado em 
o insuf mitral 1áia se houver risco cirúrgico 
elevado 
o insuf mitral 2ária sintomáticos q n 
respondem ao tratamento clássico, mas 
ainda sob avaliação

Continue navegando