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Luísa Bombassaro – Medicina UFR Valvopatias Estenose Aórtica Definição: ✓ Obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo pela calcificação das estruturas valvares, associada ou não à fusão das comissuras da valva aórtica. FISIOPATOLOGIA ✓ Na maioria das vezes, a calcificação do aparelho valvar restringe a abertura da valva na sístole, gerando um gradiente de pressão VE – aorta e, com a sobrecarga do VE, levando à disfunção ventricular esquerda. ✓ O fluxo reduzido pela válvula aórtica pode levar à hipoperfusão de coronárias e cerebral. Além disso, o gradiente criado pela obstrução pode gerar aumento na tensão da parede ventricular, ocasionando dor torácica, lipotimia ou síncope, principalmente ao exercício. ETIOLOGIAS: CLÍNICA: ✓ Se congênita: inicia por volta de 5 anos. ✓ Se senil: sétima década. ✓ TRÍADE CLÁSSICA: angina pectoris + dispneia (IC) + síncope aos esforços ✓ 35% - angina (por aumento da demanda de O2; por redução da pressão de perfusão coronariana). ✓ Necessário sempre avaliar insuficiência coronariana, principalmente se EAo degenerativa. ✓ 15% - síncope aos esforços (por redução de perfusão cerebral, com vasodilatação periférica sem aumento do débito cardíaco. Luísa Bombassaro – Medicina UFR A síncope pode ocorrer ao repouso – nesses casos: descartar presença de arritmias. ✓ 50% - IC ✓ Pode haver sangramentos gastrointestinais associados à EAo grave (por diminuição do fator de Von Willebrand e pela presença de angiodisplasia intestinal – Sd. De Heyde). EXAME FÍSICO: ✓ AUSCULTA: sopro sistólico rude, ejetivo, com irradiação para fúrcula e carótidas. Se auscultado em ápice: fenômeno de GALLAVARDIN (diferenciar de insuf. Mitral). ✓ SINAIS DE GRAVIDADE: sopro com pico tardio, desdobramento paradoxal da B2 ou B2 inaudível, pulso parvus et tardus (atraso no pico de fluxo carotídeo e amplitude reduzida), presença de B4. EXAMES COMPLEMENTARES ✓ ECG: o Sobrecarga ventricular esquerda. o Pode haver bloqueio de ramo ou bloqueio atrioventricular. o Alterações de repolarização ventricular. o Inespecífico. ✓ RX de tórax: o Área cardíaca normal ou pouco aumentada. o Alargamento da sombra aórtica (dilatação pós estenótica) o Calcificação da aorta ✓ Teste ergométrico: o Indicado para pacientes assintomáticos ou com sintomas duvidosos. o Contraindicado se pcte. Sintomático. ✓ Ecocardiograma: o Folhetos valvares aorticos espessados, mobilidade reduzida. o Medida dos gradientes de pressao, area valvar e velocidade maxima de fluxo. o Hipertrofia ventricular. o Deve ser solicitado a cada 6 meses para reavaliação de pacientes assintomáticos com EAo grave, a cada 1 ano se EAo moderada e a cada 2 a 3 anos se EAo leve. Solicitar também após intervenções percutâneas ou cirúrgicas. Ecocardiograma com dobutamina: ✓ O estudo ecocardiográfico com dobutamina baseia-se no aumento do débito cardíaco, podendo discriminar a estenose aórtica verdadeiramente importante da pseudoestenose aórtica importante. ✓ Indicações: FEVE < 40%, área valvar < 1 cm2, gradiente médio VE-Ao < 40 mmHg. Se EAo verdadeiramente importante, não haverá alterações significativas da dimensão valvar. Se pseudo-EAo importante, haverá um aumento do orifício efetivo valvar (> 1 cm2). ✓ Se velocidade de jato da estenose > 4 m/s ou gradiente VE-Ao médio > 40 mmHg, não há necessidade de realização do ecocardiograma com dobutamina. A troca valvar pode ser benéfica nesses casos. ✓ Em pacientes com disfunção ventricular esquerda (FEVE < 40%), a avaliação da estenose aórtica importante deve ser mais criteriosa, pois pode haver duas situações: o 1. Estenose aórtica verdadeiramente importante: a valvopatia aórtica leva a repercussões hemodinâmicas a tal ponto que a disfunção ventricular se deve principalmente pela resistência valvar ao fluxo. As cúspides são rígidas e o baixo fluxo pela valva estenotica gera baixos gradientes. Trocando a valva, provavelmente melhorará a função ventricular. o 2. Pseudoestenose aórtica importante: nessa situação, há um comprometimento intrínseco do miocárdio, que produz baixo fluxo Luísa Bombassaro – Medicina UFR transvalvar e consequentemente reduz a amplitude de abertura das valvas, podendo simular estenose valvar (área < 1 cm2 e baixos gradientes). A troca valvar nessa situação não melhorara a função ventricular e pode até aumentar a mortalidade. ✓ Limitação do exame: alguns pacientes mesmo com dobutamina não aumentam o débito cardíaco, por apresentarem baixa reserva contrátil (< 20%). O volume ejetado depende de duas variáveis – o diâmetro da via de saída do VE (que não altera com a dobutamina) e a velocidade do sangue na via de saída do VE. Caso ela aumente mais do que 20%, o volume ejetado também aumenta > 20% – isso define reserva contrátil. CATETERIZAÇÃO CARDÍACA ✓ Indicada se houver angina ou troca valvar programada. ✓ Pode usar se discrepância entre quadro clínico e achados ecocardiográficos ou na presença de EAo associado a disfunção ventricular esquerda e baixo débito, se houver duvida quanto à gravidade da valvopatia. ✓ O gradiente é menor que o visto no Eco. TRATAMENTO CLÍNICO: ✓ Indicado para pacientes não candidatos à cirurgia ou como ponte para o tratamento cirúrgico. ✓ Diuréticos: furosemida – para alívio de sintomas ✓ Vasodilatadores (IECA): cuidar pois reduzem a resistência vascular periférica para aumentar o débito cardíaco MAS em pacientes com EAo grave, não tem esse aumento (há obstrução importante na via de saída do VE) o que pode levar à hipotensão. Usar com cautela se HAS ou disfunção ventricular esquerda. ✓ Se descompensação clínica grave, pensar em vasodilatador endovenoso – nitroprussiato. ✓ Realizar profilaxia de endocardite infecciosa e profilaxia secundária de febre reumática se indicada. ✓ Anticoagular se fibrilação atrial. TRATAMENTO CIRÚRGICO: ✓ Valvoplastia percutânea com balão: para pacientes de alto risco ou sem condições cirúrgicas (IIb) ou como ponte para cirurgia em pacientes com EAo e instabilidade hemodinâmica de alto risco para troca valvar (IIa). Luísa Bombassaro – Medicina UFR Luísa Bombassaro – Medicina UFR INSUFICIÊNCIA AÓRTICA DEFINIÇÃO: ✓ Fechamento inadequado da valva aórtica, causando refluxo de sangue para o ventrículo esquerdo. ✓ Ocorre devido a lesão direita da válvula ou por dilatação na raiz da aorta e sua porção ascendente. FISIOPATOLOGIA: ✓ O sangue que retorna ao VE pelo defeito valvar, somado ao sangue que chega ao VE pelo átrio esquerdo, aumenta o volume diastólico final do VE, assim como o estresse na parede ventricular, gerando resposta ventricular através de hipertrofia excêntrica. ✓ Hipertrofia excêntrica + volume diastólico final aumentado = maior débito cardíaco inicialmente. ✓ Com o tempo há aumento de pressão nas arteríolas gerando aumento na pós-carga e aumentando ainda mais a regurgitação. A perpetuação disso leva à dilatação ventricular e à insuficiência cardíaca. ETIOLOGIA: CLÍNICA: ✓ pode haver sintomas de IC como: dispneia aos esforços, lipotimia e síncope, angina e palpitaçãoes. ✓ Quando aguda: pode se apresentar com IC rapidamente progressiva, com quadro de fraqueza, dispneia e hipotensão EXAME FÍSICO: ✓ AUSCULTA: sopro diastólico, aspirativo, de alta frequência, decrescente. ✓ GRAVIDADE: quanto maior for a duração do sopro, mais grave é a valvopatia. Presença de sopro de Austin-Flint (se associado à ausculta de sopro mesodiastólico em foco mitral com B1 normofonética e na ausência de estalido de abertura. Estenose mitral funcional, e não orgânica, devido ao grande volume de sangue que retorna pela valva aórtica durante a diástole. ✓ Pulsos arteriais: amplos e visíveis. Pode haver alargamentoda pressão de pulso. ✓ Ictus desviado para esquerda e para baixo, hiperdinâmico. EXAMES COMPLEMENTARES: ✓ ECG: o Sobrecarga de câmaras esquerdas (átrio somente em casos avançados). ✓ RX de tórax: o Aumento da área cardíaca. o Avaliar dilatação de aorta: pode sugerir insuficiência aórtica por aortopatia. ✓ Ecocardiograma: o Avalia o grau de insuficiência valvar, função ventricular e diâmetros. ✓ Cateterização cardíaca: o Indicada para: 1. Descartar coronariopatia associada em pacientes com sintomas sugestivos de insuficiência coronariana. 2. Luísa Bombassaro – Medicina UFR Descartar coronariopatia em pacientes homens acima de 40 anos; em mulheres pre-menopausa acima de 40 anos com fatores de risco para doença coronariana; ou em mulheres pós-menopausa. 3. Avaliação da gravidade da valvopatia caso haja discrepância clinico- radiológica. ✓ TRATAMENTO CLÍNICO: o Vasodilatadores arteriais – IECA - se houver sintomas e/ou disfunção ventricular esquerda. Indicação classe I se estiver contraindicada cirurgia ou se utilizados como terapêutica pré-operatória para melhorar perfil hemodinâmico até intervenção cirúrgica. Não devem ser usados como teste terapêutico ou para adiar a cirurgia. o Vasodilatadores podem ser usados também em casos de IAo acentuada, em indivíduos assintomáticos e com função ventricular normal, mas com dilatação de VE, com objetivo de tentar retardar a evolução da doença (classe IIb). o Se congestão: diuréticos – furosemida. o Profilaxia secundária para febre reumática se necessário. o Profilaxia para endocardite infecciosa em procedimentos cirúrgicos ou odontológicos. ✓ TRATAMENTO CIRÚRGICO: o Troca valvar ou plástica valvar. o Na hipótese de IAo secundaria a doença de raiz de aorta, deve-se indicar cirurgia se houver dilatação ≥ 55 mm e/ou expansão progressiva da raiz da aorta (aumento ≥ 5 mm/ano), com qualquer grau de regurgitação. Na síndrome de Marfan, operar se ≥ 50 mm. o Técnica de Bentall De Bono: indicada para correção de problemas na raiz da aorta, como dilatação de aorta ascendente com insuficiência aórtica, síndrome de Marfan ou disseccao de aorta ascendente com disfunção valvar. Consiste na substituição da raiz da aorta por um enxerto composto, formado por uma prótese aórtica (tubo de Dacron), acoplado a uma prótese valvar mecânica, reimplantando os óstios das artérias coronárias. INSUFICIÊNCIA AÓRTICA AGUDA ✓ Causas: dissecção de aorta ascendente, endocardite infecciosa, trauma. ✓ Tratamento: o vasodilatadores arteriais e venosos – nitroprussiato de sódio. o Inotrópio se necessário; o Diurético – diminuir pré-carga. o Cirurgia de mergência. ✓ Balão intra-aórtico é CONTRAINDICADO. Luísa Bombassaro – Medicina UFR Luísa Bombassaro – Medicina UFR ESTENOSE MITRAL DEFINIÇÃO: ✓ Resistência na passagem de sangue pela valva mitral, comprometendo o enchimento ventricular e levando a diversas consequências no átrio esquerdo, na artéria pulmonar e nas cavidades direitas do coração. FISIOPATOLOGIA: ✓ Na doença reumática – resposta imunológica exagerada a um epítopo bacteriano em um hospedeiro suscetível. A inflamação exagerada da válvula leva a espessamento das bordas dos folhetos, fusão de comissuras e encurtamento e fusão das cordoalhas tendíneas. Resultado: área de orifício valvar mitral reduzida -> gradiente transvalvar elevado, aumento do tempo de enchimento diastólico, aumento da pressão atrial esquerda e das pressões pulmonares capilar e venosa. ETIOLOGIAS: CLÍNICA: ✓ Pode haver dispneia e edema pulmonar. ✓ Aumento da pressão em AE é transmitida ao sistema vascular pulmonar, levando à hipertensão pulmonar secundária. ✓ Pode ter: hemoptise, dor torácica (aumento da pressão em VD) e fadiga. ✓ Pode ter embolia sistêmica – 50% para SNC. ✓ Sintomas podem ser precipitados por início de FA (presente em 50 a 80% dos casos), gestação, infecções, estresse emocional. ✓ O aumento da FC diminui o tempo diastólico e aumenta o gradiente mitral, podendo precipitar edema pulmonar. EXAME FÍSICO: ✓ AUSCULTA: 1ª bulha hiperfonética, estalido de abertura, sopro diastólico em ruflar, com reforço pré-sistólico (contração atrial). Sentar pode acentuar o sopro. Pode haver B2 hiperfonética devido à hipertenão pulmonar ✓ GRAVIDADE: o quanto menor o tempo entre B2 e o estalido de abertura, mais grave a lesão. o B1 hipofonética o B2 hiperfonética ✓ PULSO VENOSO JUGULAR: onda a proeminente – hipertensão pulmonar e sobrecarga de VD ✓ Bochechas com coloração rósea: fácies mitral – estenose mitral grave EXAMES COMPLEMENTARES: ✓ ECG: o sobrecarga de AE – p. mitralis. o Hipertensão pulmonar – eixo para a direita e sobrecarga de VD, o Pode haver FA. ✓ RX de tórax: o Área cardíaca normal com coração em bota; o Sinais de aumento de AE – duplo contorno e sinal de bailarina ✓ ECOCARDIOGRAMA: o Confirma diagnóstico e quantifica lesão. o Escore de Wilkins: pontuação de 1 a 4 para quatro critérios: espessura, mobilidade e calcificação do folheto mitral e espessamento subvalvar. Se escore até 8, boa resposta a valvoplastia por balão; entre 9 e 10, não e possível predizer a resposta; acima de 11, resposta ruim. Luísa Bombassaro – Medicina UFR o O ECO transesofágico é importante para descartar presença de trombos antes da valvoplastia. Pode ser usado também para avaliação do grau de insuf. Mitral associada em pctes. Candidatos à valvuloplastia percutânea com suspeita de trombo atrial. o Taquicardia pode superestimar os gradientes diastólicos no ECO. ✓ TESTE ERGOMÉTRICO: indicado se assintomático ou sintomas duvidosos. ✓ CATETERISMO CARDÍACO: o Geralmente após decisão de intervenção cirúrgica, para homens com mais de 40 anos, mulheres pós menopausa ou que tenham mais de um fator de risco coronariano. o Auxilia na avaliação do grau de regurgitação. o Indicado se exames inconclusivos ou se discrepância entre exames e achados clínicos de gravidade da EMi. o Calcular gradiente e área valvar mitral (fórmula de Gorlin) TRATAMENTO CLÍNICO: ✓ Sintomático. ✓ Restrições hídrica e salina. ✓ Diuréticos: para controlar sintomas de congestão e insuficiência cardíaca – furosemida 40 a 160 mg/dia, hidrocloro 25 a 50 mg/dia. Clortalidona 25 a 50 mg/dia. ✓ Betabloqueadores: controlar FC, diminuir gradiente transmitral e pressão capilar pulmonar. Podem melhorar tolerância aos esforços – atenolol 25 a 100 mg/dia, propranolol 20 a 160 mg/dia e metroprolol 25 a 100 mg/dia ✓ Digitálicos: controlar FA se FA ou IC – digoxina 0,125 a 0,5 mg/dia ✓ Profilaxia para febre reumática e endocardite infecciosa. ✓ Anticoagulante: se FA, evento embólico prévio ou trombo ao ecocardiograma ✓ Contraceptivos reversíveis de menor risco tromboembólicos (evitar DIU – endocardite infecciosa) ✓ Mau prognóstico: desenvolvimento de sintomas, FA, evolução para hipertensão pulmonar. TRATAMENTO CIRÚRGICO ✓ Preferir cateter-balão se não houver contraindicação. Se cirurgia for necessária – optar por comissurotomia aberta e anuloplastia ou troca valvar mitral (última opção). ✓ VALVOLPLASTIA POR BALÃO: o Valvoplastia por balão (VPB): indicada se o paciente for sintomatico [New York Heart Association (NYHA II-IV)] ou assintomático com hipertensão pulmonar (PSAP > 50 mmHg ao Luísa Bombassaro – Medicina UFR repouso e > 60 ao exercício), em pacientes com EMi moderada a severa e morfologia favorável (classe I). o CONTRAINDICAÇÃO: trombo em AE (solicitar ecocardiograma transesofágico) ou presença de insuficiência mitral moderada a grave. o COMPLICAÇÕES: AVC, tamponamento cardíaco, insuficiência mitral importante.Luísa Bombassaro – Medicina UFR INSUFICIÊNCIA MITRAL DEFINIÇÃO: ✓ Regurgitação de sangue par o AE durante a sístole ventricular. FISIOPATOLOGIA: ✓ COMPONENTES DA VALVA: músculos papilares e miocárdio (abaixo), cordoalha, folhetos e anel valvar. ✓ Alteração nesses -> regurgitação mitral -> de pré-carga e diminui a pós -carga -> leva a um incremento do VE e aumento inicial da fração de ejeção. Isso em longo prazo pode levar à queda da FE e aumento do volume sistólico final do VE devido à disfunção ventricular. ETIOLOGIAS: CLÍNICA: ✓ Pode ser assintomático por um tempo; ✓ Pode levar à IC. ✓ Se IM aguda -> aumento abrupto de pressão no AE -> edema pulmonar ✓ Sintomas: dispneia aos esforços, fraqueza progressiva. ✓ Pode ter FA mas com risco de embolização menor. ✓ Pode ter dor torácica atípica e palpitações. ✓ Estágios avançados: sintomas de IC direita – edema de mmii e ascite + hipertensão pulmonar EXAME FÍSICO: ✓ AUSCULTA: sopro holossistólico regurgitativo que irradia para a axila e é mais audível em decúbito lateral esquerdo. B1 hipofonética (normofonética se prolapso de válvula mitral ou dupla lesão). ✓ Pode ter B3 se grande volume regurgitante ✓ Ápice cardíaco desviado para a esquerda, amplo e hiperdinâmico associado a frêmito ou regurgitação palpável – ictus valvar. ✓ Sopro piante -> sugere rotura de cordoalha: se irradiação anterior pensar em cordoalha posterior. EXAMES COMPLEMENTARES: ✓ ECG: o Sobrecarga de VE: sobrecarga de AE (P. mitralis) o Pode ter FA o Sobrecarga de câmaras direitas SE hipertensão pulmonar ✓ RX de tórax: o Aumento da área cardíaca o Aumento de AE – duplo contorno o Calcificação de valva mitral o Sinais de congestão pulmonar ✓ Ecocardiograma: o Avalia gravidade e identifica etiologia da doença. ✓ Cateterismo cardíaco: o Descartar coronariopatia associada em pacientes com sintomas sugestivos. o Descartar coronariopatia em homens acima de 40 anos, mulheres em pré-menopausa acima de 40 anos com fatores de risco para doença coronariana e mulheres pós- menopausa o Avaliar gravidade da regurgitação valvar e suas implicações Luísa Bombassaro – Medicina UFR hemodinâmicas, caso haja discrepância clínico-radiológica. TRATAMENTO CLÍNICO: ✓ Não tem benefício quanto a morbimortalidade. ✓ Indicado como ponte para cirurgia se paciente sintomático. ✓ Pode utilizar IECA e diuréticos + restrição hidrossalina ✓ De FA: digoxina e anticoagulação. ✓ IM aguda: nitroprussiato e suporte com balão intra-aórtico (diminui pós-carga). Se necessário: inotrópico TRATAMENTO CIRÚRGICO ✓ Valvoplastia!!! ✓ Se FE < 30% e não for conseguir preservar a valva por valvoplastia: não operar. ✓ IM funcional secundária à IC: tratar IC. ✓ Ressincronização elétrica pode melhorar a fração regurgitante e os sintomas quando indicada. PROLAPSO DE VALVA MITRAL: ✓ Geralmente assintomático. ✓ Pode estar associado a dor torácica inespecífica, dispneia, fadiga ou palpitações. ✓ Pode associar-se a deformidades da caixa torácica – peito escavado -, defeito do septo atrial, sd de Turner, persistência do ducto arterial sd de MARFAN, cardiomiopatia, sd de Wolff-Parkinson-White e pdeudoxantoma elástico ✓ AUSCULTA: clique mesossistólico. Pode haver sopros sistólicos tardios. Manobras que reduzem volume do VE trazem o estalido perto de B1. Manobras que aumentam o volume de VE atrasam o clique e reduz a duração do sopro. ✓ Diagnóstico: clínico confirmado por ecocardiograma - prolapso de uma ou ambas as cúspides de pelo menos 2 mm além do plano valvar no eixo longo, com ou sem espessamento. Espessamento valvar ≥ 5 mm reforça a possibilidade do diagnóstico. ✓ Piora se ruptura de cordoalha tendínea ✓ Plástica valvar é preferida à troca valvar. Luísa Bombassaro – Medicina UFR SOPRO E BULHAS NAS VALVOPATIAS VALVOPATIA SOPRO IRRADIAÇÃO B1 B2 Estenose aórtica Sistólico rude; Ejetivo. Fúrculas e carótidas Insuficiência aórtica Diastólico; Aspirativo; Alta frequência; Decrescente Estenose mitral Diastólico em ruflar; Reforço pré-sistólico (contração atrial). Sentar pode acentuar o sopro. Hiperfonética. Hiperfonética. Insuficiência mitral Holossistólico; Regurgitativo; Mais audível em decúbito lateral esquerdo; Sopro piante -> sugere rotura de cordoalha. Axila Hipofonética
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