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TAREFAS: O grupo deve ler os textos de apoio “Collor faz o maior choque e revoluciona toda a economia” e “Bloqueio de cruzados era inevitável, diz Collor”, a Lei 8.240/90, além do texto de Marco Aurélio Greco, “Breves notas à definição de tributo adotada pelo CTN do Brasil” para responder às seguintes perguntas- guia:
 1) O bloqueio de valores instituído pela Medida Provisória n. 168/90 (convertida na Lei n. 8.024/90) – “Plano Collor” – possui natureza tributária? Responder com base nas cláusulas que compõem o artigo 3º do Código Tributário Nacional. Em caso afirmativo, identificar a espécie tributária e seus fundamentos constitucionais e legais (Código Tributário Nacional).
Considerando o artigo 3º do CTN, o bloqueio instituído pela Medida Provisória 168/90 não tem natureza tributária.
O artigo 3º, do CTN diz o seguinte;
 Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 
Embora empréstimo compulsório seja um tributo e podemos atribuir ao bloqueio natureza de empréstimo compulsório, ele não possui natureza tributaria. Todavia, embora seja uma prestação pecuniária compulsória em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir instituída mediante lei e cobrada por atividade administrativa plenamente vinculada, constitui sanção de ato ilícito.
Normalmente, a lei que institui tributos é uma lei ordinária, salvo quando a constituição explicitamente exigir lei complementar. Segundo o art.62, parágrafo 1, inciso III, da Constituição Federal, se determinada matéria exige lei complementar não pode ser tratada por medida provisória. Logo, o plano Collor não possui natureza tributaria. Já que, considerando empréstimo compulsório o bloqueio de cruzados novos em poupança esse tipo de empréstimo só poderia vir mediante Lei Complementar. Logo, a medida Provisória violava a Constituição, sendo vedado pela CRFB / 88 que Medida Provisória trate desse assunto.
Ainda, pode-se dizer que o tributo é o pagamento de uma quantia em dinheiro do Estado em função da ocorrência de fato gerador, e não no bloqueio de valores, como era no Plano Collor. Sabe-se que o tributo tem que ser instituído por lei, apesar que, atualmente o STF entende que a criação de tributos pode ser realizada através de Medida Provisória.
 2) Levando em consideração os argumentos dos juízes Américo Lacombe e Márcio Moraes, pode-se atribuir ao “bloqueio” a natureza de empréstimo compulsório? Em caso positivo, desenhar a estrutura da norma de incidência do tributo (hipótese ou antecedente – critérios material, espacial e temporal - e consequente – sujeito ativo, sujeito passivo, conduta, base de cálculo e alíquota).
Diante dos argumentos explicitados pelos juízes Américo Lacombe e Márcio Moraes, o bloqueio não poderá ser considerado empréstimo compulsório, pois não tem presente todos os requisitos do tributo, não possuindo natureza jurídica de tributo, bem como não existe respaldo legal. 
3) Em relação aos princípios da legalidade e do não confisco, responda:
 a. Analisando os argumentos do voto do Juiz Américo Lacombe, o fato de os valores bloqueados serem restituíveis descaracteriza o confisco? 
Tendo em vista a posição expressada pelo digníssimo juiz e professor Américo Lacombe, vê-se que ele embasa a sua decisão nas características do que seria o confisco. Assim, em seu voto, o ministro diz que não seria possível a caracterização de um confisco por existir a restituição dos valores retidos. Além disso, não haveria no que se falar em confisco temporário, pois o instituto referido não existe, pelo caráter definitivo do confisco. Também, não seria possível a caracterização da servidão de uso, pelos mesmos motivos da não caracterização do confisco, ou seja, pela ausência de pressupostos. Por fim, poderia ser caracterizado pelo empréstimo compulsório, mas haveria um problema de inconstitucionalidade formal, pois deveria ter sido editada por lei complementar, além de ter que obedecer os princípios da anterioridade e da capacidade contributiva. 
b. Supondo que os valores tenham caráter de empréstimo compulsório, podemos dizer que houve respeito ao princípio da legalidade tributária? A situação econômica pela qual passava o País naquele momento justificava a edição da Medida Provisória (MP n. 168/90)?
O princípio da legalidade tributária é responsável por controlar a imposição de tributos, exigindo legislação tributária para serem efetuadas cobranças aos contribuintes. Sabe-se que o empréstimo compulsório está previsto em lei, contudo, o motivo da implementação do empréstimo compulsório no Plano Collor não atende aos requisitos impostos nos incisos I e II do artigo 148, da Constituição Federal. 
Deste modo, a situação que passava o país naquele momento não justifica a MP 168/90, pois não era uma medida que traria um benefício imediato a população que vinha sofrendo com a inflação, o que era para ser bom se transformou em tragédia diminuindo o poder de compra da população além de ter novamente uma alta na inflação que por poucos meses tinha dado bons sinais, deixando claro que a medida não resolveria o problema.

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