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ESTUDO E PERSPECTIVA DA UTILIZAÇÃO 
DA TECNOLOGIA HVDC 
 
Luiz Leonardo de L. Saunders e Victor Marques Silva 
Relatório Final – Estudo HVDC – Disciplina: Técnicas de Alta Tensão 
Professor: Ivan José da Silva Lopes 
UFMG – Belo Horizonte – Dezembro/2019 
 
 
I. INTRODUÇÃO 
 
O uso do HVDC (High Voltage Direct Current), vem 
aumentando no cenário mundial e podemos destacar os 228 
projetos em operação ou construção em todo o mundo, 
correspondendo a uma capacidade total de transmissão de 
317.717 MW (Comitê de Transmissão e Distribuição - IEEE, 
2012). Em menos de 10 anos, a capacidade de transporte de 
energia envolvendo o sistema HVDC mais que triplicou e isso 
mostra que essa tecnologia está voltando a ser viável nas 
necessidades atuais e demanda energética graças ao avanço 
das tecnologias e da pesquisa em torno desta técnica. 
Sendo assim frente a tal expansão, no contexto da disciplina 
de Técnicas de Alta Tensão, essa tecnologia chamou nossa 
atenção, motivando este estudo comparativo entre a tecnologia 
HVDC e HVAC. Dados os nossos conhecimentos, é razoável 
acreditar que em casos semelhantes, os sistemas CA 
apresentam desvantagens consideráveis, sendo uma das mais 
relevantes a indutância da linha. Essa indutância deve ser 
compensada durante a transmissão por meio de equipamentos 
específicos, que aumenta o custo e viabiliza o uso do sistema 
CC, cuja frequência das grandezas corrente. Desta forma, ao 
se considerar um dos principais requisitos de análise, que é a 
distância entre a geração e o consumo, é de se esperar que para 
uma grande quantidade de energia transmitida a longas 
distâncias, deve-se considerar a corrente contínua como uma 
alternativa. 
 
Fig. 1. Potência Acumulada HVDC entre 1965 e 2020 (IEEE, 2012) 
 
II. O CONTEXTO DA TECNOLOGIA HVDC 
 
A. Histórico do uso da corrente contínua na transmissão de 
energia elétrica 
Partindo do pressuposto de que a transmissão de energia é o transporte 
da mesma de um ponto de geração até o centro consumidor, 
com o passar do tempo, temos em vista diferentes níveis das 
grandezas que envolvem este fenõmeno. Assim, inicia-se uma 
descrição histórica com início no século XIX onde pode-se identificar 
diversos fatores que explicam o uso e o posterior desuso dessa 
tecnologia. 
O uso dos sistemas de transmissão de energia elétrica em corrente 
contínua iniciou-se com Thomas Edison em 1882, onde a primeira 
subestação de energia elétrica do mundo foi construída. Localizada 
na Pearl Street em Nova York, onde era fornecido uma tensão de 110 
V que supria a demanda de 59 clientes em um raio de 
aproximadamente 1,6 Km, utilizava-se máquinas a vapor para atender 
a um gerador CC. Contudo, existia uma dificuldade em manipular a 
tensão, além dos altos níveis de perdas que fizeram com que essa 
tecnologia ficasse limitada no quesito distãncia entre a geração e o 
centro consumidor. 
Partindo deste pressuposto, Nikola Tesla em parceria com 
George Westinghouse desenvolveram uma nova tecnologia que 
utiliza a corrente alternada (CA) e juntamente com o transformador, 
o motor de indução e os circuitos polifásicos marcaram o início de 
uma nova era. Desta forma, foi possível implantar sistemas 
elétricos de potência em CA, sendo que o transformador por ser 
robusto, simples e eficiente permitiu o uso de diferentes níveis de 
tensão desde a geração até a distribuição de energia. Os 
motores de indução, por serem simples e relativamente baratos 
foram de perfeito encaixe nas indústrias e residências. Já o sistema 
polifásico foi importante para evitar pulsos de potência, com isso, o 
movimento do motor de indução é suavizado. O sistema AC se 
mostrou mais vantajoso por essas e outras diversas razões, e essa 
competição entre os sistemas DC e AC foi chamado de "Guerra das 
Correntes". 
Com isso, no final do século 19, os sistemas DC foram superados 
e sua utilização ficou cada vez mais escassa. Assim, os sistemas AC 
 Figura 2. Primeiro sistema HVDC a entrar em operação – Suécia 
se provaram mais eficientes e viáveis, e desta forma, desde aquela 
época a vitória dos sistemas AC foram instaladas no mundo inteiro. 
Em 1930, após o desenvolvimento das válvulas a arco de 
mercúrio em 1930, um sistema HVDC foi comissionado em Berlim, 
mas nunca entrou em operação devido às consequências do final da 
Segunda Guerra Mundial. O primeiro sistema a realmente entrar 
em operação foi uma ligação entre a costa da Suécia e uma ilha 
situada a aproximadamente 90 Km à seu leste (vide Figura 2). 
Baseado em conversores a arco de mercúrio e cabos submarinos, 
essa tecnologia foi adotada em outros lugares como Sardenha — 
Itália em 1967, em uma Linha de Transmissão (LT) de longa 
distãncia Pacific Intertie - EUA em 1970 e em 1973 no Canadá. O 
retificador a arco de mercúrio foi utilizado para a transmissão de 
sistemas de potência e processos industriais entre 1930 e 1975, 
até que foi superada pelas válvulas de tiristores. O início dos 
tiristores foi marcado pelo primeiro sistema HVDC back-to-back em 
El River, no Canadá. Essa tecnologia dominou o mercado durante os 
anos de 1975 até o ano 2000. 
Com o desenvolvimento dos semicondutores para a eletrõnica de 
potência, os chamados IGBTs (Insulated-gate bipolar transistor), 
GTOs (Gate turn-off thyristor), os conversores fonte de tensão 
(VSC — Voltage Source Converter) têm alcançado altos 
níveis de suportabilidade de tensão e corrente e hoje são as 
tecnologias mais utilizadas. 
 
B. Aspectos Gerais 
Atualmente, os principais fornecedores da tecnologia para projetos 
HVDC são as empresas ABB, Siemens e Alstrom que juntos, 
atuam em 155 projetos dentre os 228 citados na introdução deste 
estudo. Dentre outros fabricantes, encontram-se gigantes no setor como 
GE, Hitachi, Toshiba e Areva. Os países que mais investem em 
projetos no mundo são a China e EUA, seguidos por Canadá, 
India e Brasil, como pode ser observado na Figura 3. Podemos 
observar que todos os países citados acima possuem 
características territoriais que geram a necessidade de transportes a 
longas distâncias, todos são países com grandes áreas, além da grande 
quantidade de energia demandada pelos mesmos. 
Outro importante fator que leva ao investimento na transmissão de energia 
é o crescimento econõmico acelerado de países asiáticos como 
a China e também a Índia, este fato estão intimamente ligados, levando 
em consideração que o crescimento econõmico sempre esteve em 
sintonia com a demanda energética de um país. 
 
Figura 3. Projetos HVDC por país (IEEE, 2012) 
III. COMPOSIÇÃO DO SISTEMA HVDC 
 
A tecnologia HVDC é utilizada na transmissão de energia 
em longas distãncias para interligar estações de sistemas síncronos 
e assíncronos. O sistema HVDC é basicamente composto por duas 
estações conversoras e uma linha CC (vide Figura 4). As estações são 
responsáveis pela conversão CC/CA e CA/CC e possuem 
diversos componentes envolvidos nessa atividade. Alguns 
desses componentes de extrema importãncia dos sistemas 
HVDC serão listados abaixo: 
Disjuntor CA: Isolador do sistema HVDC do sistema CA 
quando ocorre alguma falha ou incidente. O disjuntor é 
dimensionado para transporte de corrente em plena carga, mas 
interrompem a condução na ocorrência de faltas. São normalmente 
posicionados entre o barramento CA e a linha HVDC. 
Filtros CA e Bancos de Capacitores: Remove harmõnicos 
gerados pelo conversor, podem ser usados para absorver ou injetar 
potência reativa 
Transformador Conversor: Manipula a tensão do sistema CA 
para alimentar a linha HVDC, além de servir como um isolador dos 
sistemas. 
Reatores de Alisamento e Filtros CC: O reator de alisamento 
reduz a ondulação de corrente CC, assim evita a descontinuidade em 
níveis de baixa potência. O filtro CC em conjunto com o reator 
protegem a válvula de falhas durante a comutação. 
Conversor: Executa a conversão de tensão CC paraCA ou o 
inverso, é o principal componente dos sistemas HVDC e tem 
extrema importãncia. 
Portanto, é importante destacar que estes equipamentos que 
envolvem o sistema HVDC e também o fluxo de energia entre as 
estações e os sistemas envolvidos em uma visão simplificada e geral da 
transmissão. O custo desses equipamentos são mais caros que os 
sistemas de transmissão CA, porém, em uma determinada faixa de 
operação e distãncia de transmissão os custos são compensados, como 
será discutido no decorrer deste trabalho. 
 
 
Figura 4. Sistema elétrico simplificado aliado à transmissão de energia C.C. 
 
 
 
IV. HVDC VS HVAC 
 
A escolha entre esses dois sistemas de transmissão é baseada 
na avaliação dos custos de transmissão, aliado aos quesitos 
técnicos e relacionados à questão ambiental. Um dos 
principais pontos no planejamento do sistema é a distância 
entre a unidade geradora e as unidades consumidoras. Em 
distâncias superiores a 400 km, a potência mínima dos elos 
CC, é na grande maioria das vezes, superior a 500 MW. Para 
essa faixa de potência, o transporte de energia utilizando 
corrente alternada apresenta desvantagens, sendo uma das 
principais a indutância inerente a essas linhas. Os efeitos 
causados por esse fenômeno devem ser compensados ao longo 
de toda a transmissão CA, o que acarretará no aumento do 
custo à medida em que a linha se torna maior. No caso da 
transmissão CC, cujo a frequência de tensão e corrente são 
iguais a zero, a reatância indutiva é irrelevante. 
Avaliando sistemas de isolamentos semelhantes para níveis 
de tensão de pico para ambas as linhas CA e CC, a linha de 
corrente contínua consegue transportar a mesma quantidade de 
energia, com dois condutores (polaridade positiva e polaridade 
negativa) quanto uma linha de corrente alternada com três 
condutores de mesma dimensão. Sendo assim, cmo visto na 
Figura 5, para a mesma potência, uma linha CC requer menos 
linhas e torres mais simples e mais baratas, o que implica na 
redução dos custos de condutores e isoladores. Além disso, a 
necessidade de uso de bancos de reatores em paralelo para 
compensação de reativos é um fator a mais no custo das linhas 
CA à medida em que sua extensão aumenta. 
Em contrapartida, as estações conversoras e seus 
componentes, como disjuntores CC, que são utilizadas nas 
extremidades do sistema HVDC, são mais caras que os 
terminais equivalentes para o sistema HVAC, e de tal forma, 
há um ponto de equilíbrio entres os dois sistemas. Esse ponto 
de equilíbrio é denominado de “breakeven distance” e pode 
ser ilustrado na Figura 6. 
 
 
Figura 5. Torres HVAC (a) e HVDC (b). 
 
Como mostrado na Figura 6, o ponto de equilíbrio composto 
por linhas aéreas está localizado entre 400 km e 800 km, 
sendo que para cabos subterrâneos ou subaquáticos, essa 
distância está entre 25 km e 50 km. Em outras palavras, a 
partir dessas distâncias, o sistema HVDC passa a ser 
economicamente mais atrativo do que um sistema equivalente 
HVAC. 
Outro ponto a ser destacado pela figura, são as perdas que 
apresentam em cada um deles. Como pode ser ilustrado na 
Figura 6, percebe-se que em um sistema HVDC possui menos 
perdas quando comparado ao sistema HVAC, para a mesma 
quantidade de energia transportada. Na Figura 6, as curvas 
tracejadas, representam a transmissão desconsiderando as 
perdas. Na curva contínua, onde as perdas são consideradas, o 
ponto de interseção se localiza a uma distância inferior as das 
curvas tracejadas, o que leva a concluir que, ao incluir as 
perdas, os sistemas em HVDC se tornam mais viáveis do que 
os sistemas HVAC a partir de uma distância inferior. 
A rápida controlabilidade do sistema de transmissão em 
corrente contínua faz com que no mesmo tenha pleno controle 
sobre a potência transmitida, além de conferir a capacidade de 
melhoria no estado de transitório e estabilidade dinâmica em 
redes CA conectadas ao sistema. Outros problemas associados 
aos sistemas de transmissão em corrente alternada também são 
superados pelo sistema HVDC. Dentre eles, podem ser 
citados: 
a) Limites de estabilidade: o limite de transmissão de energia 
em uma linha CA é reduzido à medida que a distância e os 
ângulos das tensões aumentam, o que não ocorre no HVDC, 
pois não existe defasagem angular entre as tensões. 
b) Controle de tensão: o HVAC requer controle de potência 
reativa para manutenção de tensão constante nos terminais. 
Como as linhas CC não requerem potência reativa, controle de 
tensão é facilitado. 
b) Controle de tensão: o HVAC requer controle de potência 
reativa para manutenção de tensão constante nos terminais. 
Como as linhas CC não requerem potência reativa, controle de 
tensão é facilitado. 
c) Problemas de interconexão nos sistemas CA: sistemas CA 
necessitam de um perfeito sincronismo entre os Controladores 
Automáticos de Geração – GAC, para garantir a manutenção 
da frequência nominal de operação do sistema. A rápida 
controlabilidade do fluxo de energia nas linhas CC elimina o 
problema referido. 
d) Transmissão por cabos a longas distâncias: um sistema 
HVAC através de cabos subterrâneos não é viável para uso em 
longas distâncias devido aos efeitos capacitivos dos mesmos. 
O HVDC não sente os efeitos capacitivos desses cabos. 
e) Interconexão assíncrona: diferente do sistema HVAC, a 
tecnologia HVDC pode conectar dois sistemas de energia 
assíncronos através de chaveamento dos conversores. Essa 
característica é utilizada em sistemas back-to-back, que não 
possuem linhas de transmissão (LT). Além disso, por 
apresentar rápida controlabilidade, o sistema HVDC 
proporciona melhoria no estado transitório e estabilidade 
dinâmica em redes CA fracas conectadas a ele, que podem 
apresentar maiores oscilações e desvios de frequência 
nominal. 
 
Figura 6. Custos de linhas de transmissão CC e CA. 
 
f) Aspectos ambientais: o HVDC possui menores restrições 
para os campos magnéticos gerados pela linha CC e menor 
quantidade de torres e linhas, no entanto, a presença de rádio 
interferências ao longo de toda a linha CC devido às 
frequências de chaveamentos das válvulas e de ruídos audíveis 
nas estações conversoras se tornam negativos visto por esse 
aspecto. 
Isso posto, o sistema HVDC possui suas desvantagens e 
limitações, como todo sistema, são eles: 
a) Alto custo dos equipamentos de conversão. 
b) Incapacidade de usar transformadores para alterar os 
níveis de tensão. 
c) Geração de harmônicos. 
d) Exigência de potência reativa pelos conversores. 
e) Dificuldade de inserção de novas cargas ou geração ao 
longo da linha, para topologia de rede ponto a ponto. 
f) Complexidade de controles. 
Com o avanço da tecnologia no setor de transmissão ao 
longo dos últimos anos, a superação gradual tem 
proporcionado a superação das desvantagens listadas acima, o 
que resulta numa melhoria da confiabilidade e redução dos 
custos de conversão em linhas de corrente contínua. 
 
 
V. ITAIPÚ EM NÚMEROS, UM COMPARATIVO DE 
CUSTOS 
 
Um sistema integrado por cinco linhas de transmissão: 
• As linhas cruzam 900 km desde o estado do Paraná 
até São Paulo; 
• Três linhas funcionam em corrente alternada de 750 
kV e duas linhas em corrente contínua de +- 600 kV, 
necessárias para contornar o problema de diferentes 
frequências utilizadas por Brasil e Paraguai; 
• Toda a energia produzida pela Usina de Itaipu para 
atender as necessidades do Sistema Elétrico 
Brasileiro passa pelo sistema de transmissão de 
FURNAS, correspondendo a uma capacidade 
aproximada de 13 mil MW; 
• A energia gerada em Itaipu é transmitida pelas 
seguintes linhas de transmissão de FURNAS: 
a) Em Corrente Contínua (600 kV): 
• Foz do Iguaçu - Ibiúna Bipolo 1: 792 km 
• Foz do Iguaçu - Ibiúna Bipolo 2: 820 km 
b) Em Corrente Alternada (750 kV): 
• Foz do Iguaçu - Ivaiporã 1: 322 km 
• Foz do Iguaçu - Ivaiporã 2: 323 km 
• Foz do Iguaçu - Ivaiporã 3:331 km 
• Ivaiporã - Itaberá - 1: 265 km 
• Ivaiporã - Itaberá 2: 264 km 
• Ivaiporã - Itaberá 3: 272 km 
• Itaberá -Tijuco Preto 1: 305 km 
• Itaberá -Tijuco Preto 2: 304 km 
• Itaberá -Tijuco Preto 3: 312 km 
 
Cabos: 
a) Nas linhas de transmissão de FURNAS são utilizados cabos 
condutores de alumínio, reforçados mecanicamente por alma 
de aço, denominados ACSR (Aluminum Conductor Steel 
Reinforced). Nas linhas de corrente alternada (750 kV), esses 
cabos são do tipo BLUEJAY, 1.113 MCM, e nas linhas de 
corrente contínua (600 kV) são do tipo BITTERN, 1.272 
MCM; 
b) São utilizados quatro cabos desse tipo para cada fase, 
totalizando 12 cabos por linha de transmissão; 
 
Torres: 
a) As alturas das torres típicas de FURNAS variam de 27,5 m 
a 60,5 m para as linhas de transmissão de 750 kV e de 24m a 
57m para as linhas de 600 kV. 
b) Em Corrente Contínua (600 kV): 
• Foz do Iguaçu - Ibiúna Bipolo 1: 1707 torres 
• Foz do Iguaçu - Ibiúna Bipolo 2: 1828 torres 
Média de peso de cada torre 8.420 kg 
c) Em Corrente Alternada (750 kV): 
• Foz do Iguaçu - Ivaiporã 1: 697 torres 
• Foz do Iguaçu - Ivaiporã 2: 697 torres 
• Foz do Iguaçu - Ivaiporã 3: 720 torres 
• Ivaiporã - Itaberá 1: 572 torres 
• Ivaiporã - Itaberá 2: 577 torres 
• Ivaiporã - Itaberá 3: 618 torres 
• Itaberá - Tijuco Preto 1: 686 torres 
• Itaberá - Tijuco Preto 2: 674 torres 
• Itaberá - Tijuco Preto 3: 727 torres 
Média de peso de cada torre 14.950 kg 
A cotação de torres foi realizada na empresa SAE Towers 
em Set/2014 fornecendo: 
• Preço da estrutura metálica R$ 10,50/kg 
A cotação de cabos foi realizada na empresa Prismiam em 
Set/2014 fornecendo: 
• BLUEJAY, 1.113 MCM – R$ 13,41/metro 
• BITTERN, 1.272 MCM – R$ 14,75/metro 
 
 
 
Tabela 1. Orçamento simples dos custos das torres e cabos em Linhas CC e 
AC. 
 
Tabela 2. Custo total de um sistema de transmissão em CC x AC 
 
Quando as características dos sistemas HVDC e HVAC são 
dispostos na Tabela 1, e são analisados os custos das 
estruturas, fica clara a vantagem financeira de se optar por um 
sistema de transmissão HVDC. Percebe-se que um grande 
diferencial está nos custos dos cabos e sua mão de obra, pois é 
muito trabalhoso erguer cabos de transmissão, o que implica 
no seu alto preço. Mesmo se tendo em mente o maior custo 
dos equipamentos das estações conversoras de um sistema 
HVDC, quando comparados aos terminais em corrente 
alternada, a economia feita no sistema de transmissão se 
mostra capaz de cobri-las conforme visto nas tabelas 1 e 2, 
sendo, em Itaipú, o sistema de transmissão HVAC 2,73 vezes 
mais caro que o HVDC. 
 
 
VI. CONCLUSÃO DOS AUTORES DOS ESTUDOS 
 
As considerações finais explicitadas nos artigos base desse 
estudo foram consoantes concluir que mediante ao estudos 
realizados, comparando as tecnologias de transmissão HVDC 
e HVAC apresentadas sob aspectos ambientais, econômicos e 
técnicos, já se tem base para entender e analisar caso a caso 
qual escolha os engenheiros podem fazer em relação à 
tecnologia de transmissão a ser utilizada em determinado 
empreendimento. 
Um importante fator na análise para a tomada de decisão em 
questão é o fator ambiental. Foi apresentado que a tecnologia 
HVDC mostra-se mais ambientalmente amigável que a 
tecnologia HVAC em diversos aspectos. Além disso vale 
ressaltar a utilização da tecnologia HVDC em conjunto com 
plataformas eólicas off shore,o que elimina a necessidade de 
queima de combustíveis fósseis como o dísel para geração de 
energia das plataformas além da compatibilidade com a 
geração de energia em CC proporcionada por fontes solares, 
uma alternativa energética renovável e mais limpa que as 
derivadas do petróleo ou carvão, ainda presentes em grande 
peso na matriz energética global. 
Sob o aspecto econômico, é necessário levar em 
consideração que as estações conversoras DC são bem mais 
caras que as subestações de transformação de tensão em AC, 
no entanto existe um comprimento crítico das linhas de 
transmissão, que vai de 500 a 800 km. Este comprimento 
crítico estabelece um marco a partir do qual é 
economicamente mais viável a implementação da tecnologia 
HVDC, mediante ao impacto que as linhas de transmissão 
possuem em relação ao custo total de todo o sistema de 
transmissão. 
Outra conclusão observada foi que dado o crescimento do 
sistema elétrico brasileiro e a prospecção de desenvolvimento 
para os próximos anos, enxerga-se na região Norte uma 
atraente alternativa para suprir essa crescente demanda, e é de 
comum acordo entre os estudiosos desse sistema, que a 
transmissão da energia produzida para os grandes centros 
consumidores se feita em corrente contínua, apresentará 
melhor custo benefício em âmbito nacional. 
 
 
VII. CONCLUSÃO DOS AUTORES DESTE 
TRABALHO 
 
A tecnologia HVDC está sendo redescoberta como uma 
alternativa a HVAC. A nossa matriz elétrica é composta, em 
sua maioria, de geradoras de energia em corrente alternada, 
sendo que para transmitir em corrente contínua seria 
necessária uma estação de conversão. Com o advento de novas 
tecnologias de geração de energia elétrica em corrente 
contínua como a solar, a transmissão em HVDC pode ser 
bastante vantajoso. 
Como podemos ver nesse trabalho, os países que mais 
investem nesse tipo de transmissão são os que tem dimensões 
continentais. As linhas de transmissões nesses casos se tornam 
extremamente importantes para entregar energia de qualidade 
para todo o país. Como pode-se observar na Figura 6, os 
custos para se construir uma linha de transmissão depende 
muito de sua distância, sendo que quanto maior ela for, mais 
vantajoso financeiramente será se ela for feita em corrente 
contínua. 
Além das observações citadas anteriormente, a eletrônica de 
potência está evoluindo muito rápido tecnologicamente. A 
busca por soluções que utilizam a eletrônica de potência 
cresceram bastante, o que leva a transmissão em corrente 
contínua ficar cada vez mais barata. Com isso concluímos que 
a tecnologia HVDC é uma ótima alternativa para longas 
distâncias, sendo que a tendência é essa distância ser cada vez 
menor. 
 
REFERÊNCIAS 
 
[1] CARVALHO, Antônio Pedro Santos Dias de. ANÁLISE TÉCNICO-
ECONÔMICA DE LINHAS DE TRANSMISSÃO EM CORRENTE 
CONTÍNUA EM ALTA TENSÃO: ESTUDOS DE CASOS. Projeto 
submetido ao corpo docente do departamento de engenharia elétrica da escola 
politécnica da universidade federal do rio de janeiro como parte dos requisitos 
necessários para obtenção do grau de engenheiro eletricista, 2013. Disponível 
em: http://www.monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10005037.pdf 
 
[2] Costa, Robson. Santos, Guilherme. SOLUÇÃO PARA A 
TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA EM LONGAS DISTÂNCIAS, 
UTILIZANDO LINHAS DE TRANSMISSÃO EM CC. Revista Científica 
Semana Acadêmica. Fortaleza, ano MMXIV, Nº. 000062, 06/11/2014. 
Disponível em: 
https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/solucao_para_a_transmiss
ao_de_energia_eletrica_em_longas_distancias_utilizando_linhas_de_transmis
sao_em_cc.pdf 
 
[3] Coutinho Sato, A.K., TRANSMISSÃO DE POTÊNCIA EM 
CORRENTE CONTÍNUA E EM CORRENTE ALTERNADA: ESTUDO 
COMPARATIVO. 2013. 89 f. Trabalho de graduação (Graduação em 
Engenharia Elétrica) – Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá, 
Universidade Estadual Paulista, Guaratinguetá, 2013. Disponível em: 
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/121076/000734882.pdf?se
quence=1 
http://www.monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10005037.pdf
https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/solucao_para_a_transmissao_de_energia_eletrica_em_longas_distancias_utilizando_linhas_de_transmissao_em_cc.pdf
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https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/121076/000734882.pdf?sequence=1

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