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Sala de Aula LJ _ Estacio (7)

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Linguagem Jurídica
Aula 8 - Noções básicas de Argumentação
Jurídica: formulação de tese, argumentos e
tipos de argumentos
INTRODUÇÃO
Nesta aula, examinaremos as noções básicas da Argumentação Jurídica, que tem como objetivo persuadir o auditório,
mediante a apresentação de razões fundamentadas ou argumentadas em evidências ou indícios, estruturadas em um
raciocínio claro, objetivo, coerente e lógico. Compreenderemos, inclusive, a importância da formulação de uma Tese e a
relevância da construção de argumentos válidos ou fortes e os tipos mais importantes para sustentação de uma Tese.
Explicaremos que um texto não se constrói somente com conhecimentos jurídicos referentes às diversas áreas do
saber, visto que, se o operador do direito não souber se expressar verbalmente (oral e escrita), não atingirá a sua meta. 
Por fim, descreveremos as três valências do discurso jurídico: descritivo, valorativo e normativo, e a importância da
função persuasiva dos operadores argumentativos na estrutura de argumentação. 
Bons estudos!
OBJETIVOS
Conhecer algumas questões relevantes da Teoria da Argumentação Jurídica;
Construir textos claros, coerentes e persuasivos, que sejam capazes de exteriorizar a teoria jurídica aplicável,
adequando-a ao caso concreto;
Formular teses e argumentos persuasivos para alcançar a adesão do auditório à tese proposta;
Identificar os tipos de raciocínios jurídicos mais adequados a cada momento da estrutura da argumentação e os
diferentes tipos de argumentos, visando a maior persuasão da tese proposta.
Argumentação Jurídica: Linguagem
Jurídica 
Os textos jurídicos têm enraizadas características da retórica, são enunciados
textualmente ricos, por vezes altamente persuasivos. Isso se justifica uma vez
que, na essência, os textos jurídicos nascem de uma disputa de interesses
entre as partes do processo e, por isso, a linguagem argumentativa é
intensificada e condiciona às teses apresentadas para determinada
conclusão, além de estruturarem o texto. 
O mundo do Direito é o mundo da linguagem, falada e escrita. Em qualquer
meio de manifestação nessa área o texto se faz presente, com o objetivo de
persuadir e convencer seu receptor. É fundamental que o profissional do
Direito conheça e domine o uso da palavra, sua ferramenta básica de trabalho,
indispensável para sua vida profissional e para a garantia da cidadania. 
Entretanto, a escrita jurídica deve ser simples e objetiva, porque sua eficácia
está na escolha e utilização de palavras precisas: escrever pouco, mas com a
noção exata do que se quer dizer, sem perder a qualidade do texto. 
Veja, como exemplo, a charge a seguir. Tente verificar o que não deve ser feito.
A diretriz contemporânea é a simplicidade na elaboração de textos jurídicos.
Mas isso não signifi ca pobreza de vocabulário nem a supressão de infor ‐
mações necessárias ao caso. Queremos dizer que esse vocabulário deve ser
simples, embora formal; técnico, mas sem exageros. O excesso de linguagem
técnica revela superficialidade, ao contrário de de monstrar competência de
quem escreve. 
Além do mais, não podemos nos esquecer de que um texto jurídico deve ser
eficaz, para que possa atingir seu objetivo e deve ser conciso, pois ao manter
um texto longo, o Autor corre o risco de obter o efeito mais indesejável do
mundo jurídico: ter a sua mensagem desprezada pelo destinatário.
O texto jurídico conciso é uma qualidade redacional que permite ao produtor do texto escrever com clareza e de modo
breve seus textos sem perder de vista a essência da mensagem que deseja transmitir. O texto prolixo, redundante, que
não traz informações novas a cada parágrafo torna a leitura enfadonha.
NOÇÕES BÁSICAS DE ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA: RAZÕES, PROVAS E
RACIOCÍNIOS COERENTES
A argumentação é um dos elementos mais importantes da Ciência Jurídica, pois praticamente todas as atividades dos
operadores do Direito envolvem, de alguma maneira, a apresentação de razões com o intuito de fundamentar,
argumentar, justificar, convencer, persuadir o auditório de que aquilo que se afirma é válido e verdadeiro.
O que define um bom advogado ou jurista é sua capacidade de construir
argumentos e manejá-los com habilidade.
Othon Garcia (2012, p.370) explica que:
Argumentar é persuadir mediante a apresentação de razões, de provas e de um raciocínio coerente. E que a “legítima
argumentação deve ser construtiva na sua finalidade, cooperativa em espírito e socialmente útil”, sendo os seus
elementos principais: a consistência do raciocínio e a evidência das provas.
Manuel Atienza (2003, p.18) afirma que:
Argumentar: “[...] é uma atividade que consiste em dar razões a favor de ou contra uma determinada tese que se trata
de defender ou de refutar.” É fato que a arte de argumentar encontra-se presente na atividade jurídica a todo momento:
o advogado deve argumentar para persuadir o juiz de que seus argumentos são válidos e que ele deve decidir a seu
favor; deve argumentar com o cliente, demonstrando quais são as opções que ele possui para solucionar o seu
problema e qual delas é a mais indicada ou, então, persuadi-lo de que ele é o advogado certo para a causa e que aquele
é o valor justo de honorários.
Na obra Tratado da Argumentação - A Nova Retórica do filósofo Chaim Perelman (2012, p. 324) podemos entender que:
A argumentação tem como objeto o estudo das técnicas discursivas cujo intuito é ganhar ou reforçar a adesão das
mentes às teses que se lhes apresentam ao assentimento. Toda argumentação pressupõe um orador, aquele que
apresenta um discurso (o qual pode, aliás, ser comunicado tanto por escrito, como verbalmente), um auditório, aquele
a que visa à argumentação (o qual pode identificar-se com o orador, na deliberação íntima e uma finalidade, a adesão a
uma tese ou o crescimento da intensidade da adesão, que deve criar uma disposição à ação e, se for o caso,
desencadear uma ação imediata).
Fonte da Imagem: Shutterstock
Na atividade jurisdicional, a capacidade de persuasão dos argumentos irá exercer grande influência no julgador no
momento de decidir qual das partes envolvidas será favorecida. Para conseguir esse objetivo, a argumentação usa a
linguagem como instrumento essencial nessa tarefa de convencimento e persuasão. Nesse particular, a argumentação
pressupõe a existência de uma linguagem em comum, isto é, de uma técnica que possibilite a comunicação entre os
participantes e, por meio dessa linguagem comum (auditório), haverá um contato intelectual entre os participantes
para que possa tentar persuadir o ouvinte da tese pretendida.
No que se refere à força de argumento, a conclusão ou a pretensão, pode ser afirmada com um grau de certeza maior
ou menor, o que irá caracterizar a força do argumento. 
Todo argumento permite sempre a discussão de duas teses contrárias, inclusive este de que a tese favorável e
contrária são igualmente defensáveis. Observe a seguir.
Assim sendo, a argumentação jurídica caracteriza-se, especialmente, por servir de instrumento para expressar a
interpretação sobre uma questão do Direito, que se desenvolve em um determinado contexto espacial e temporal. Ao
operarmos a interpretação, impõe-nos: 
Clique no “check” a seguir.
1
Considerar esses contextos;
2
Ater-nos aos fatos, às provas, às circunstâncias em que os fatos ocorreram;
3
Limitarmo-nos aos indícios, extraídos do caso concreto, sustentando a interpretação;
4
Precisarmos a argumentação nos limites impostos pelas fontes do direito.
Com efeito, o profissional do Direito recorre à argumentação jurídica para defender seu ponto de vista ou tese diante do
caso concreto, lembrando-se sempre que o nascedouro da argumentação se inicia na narrativa jurídica, porque os
fatos narrados e descritos serão transformados em argumentos.
Estabelecer a verossimilhança e provar os fatos narrados e descritos,
argumentando em favor de uma causa, é a linha seguida pelo advogado que
pretende conquistar a adesão do juiz.
Na passagem da narrativa dos fatos para a argumentação temos a constituição do fundamento legal,a citação do
artigo de lei e da norma jurídica que reveste o fato de juridicidade. É comum que sejam transcritos os artigos de lei
para que sirvam como demonstração e argumentação, mas por meio de uma paráfrase para que o advogado mostre a
sua competência linguística e torne o texto mais conciso e dinâmico.
Os argumentos podem ser avaliados da seguinte maneira:
Na prática forense, o operador do Direito busca sempre superar os argumentos contrários à sua tese, de forma a
invalidar a tese contrária e, por isso, a argumentação constitui, em todos os sentidos, a principal ferramenta dos
profissionais do Direito.
Por essa razão, o objeto da argumentação jurídica é visar à sustentação de uma tese, de tal modo que cada tese é
passível de uma antítese, o que determina que as escolhas dos argumentos aspiram a superar ou a minimizar as
fragilidades dos sentidos da linguagem e a reforçar os procedimentos de sustentação da tese, já que a verdade dos
argumentos é sempre parcial, pois não há verdade absoluta (PERELMAN, 2000, p. 11).
Saiba mais
, Para saber mais sobre esse assunto, recomendamos a seguinte leitura: 
Planejamento da Argumentação Jurídica. Cap. 3. p. 97. In: Redação Instrumental. LEITE, Maria Tereza de Moura; PALADINO,
Valquiria C. Rio de Janeiro: Seses, 2016.
ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA: FORMULAÇÃO DE TESE(S) E
ARGUMENTO(S)
Fonte da Imagem: Shutterstock
Produzir um texto argumentativo (glossário) equivale a inserir-se em um debate, em uma disputa de teses conflitantes.
Ao argumentar a favor de uma determinada tese (glossário), estamos também, ao mesmo tempo, argumentando
contra todas as possíveis teses contrárias. Em um texto argumentativo, portanto, o argumentador não apenas defende
o seu ponto de vista, mas também ataca os pontos de vistas contrários. 
É por isso que, nesse tipo de texto, estão presentes pelo menos estas duas vozes ou pontos de vista distintos:
A voz do argumentador (que defende a tese apresentada no texto);
A voz do seu adverso, que defende a tese contrária.
A tese é o posicionamento diante do caso concreto, atendendo aos interesses
da parte. Geralmente, a tese está ligada à pretensão que será feita ao juiz. A
tese é o que precisa ser provado na argumentação jurídica, objetivando
persuadir o julgador ou tribunal de júri acerca da verossimilhança e por ser a
mais útil e razoável. Geralmente a tese está relacionada à pretensão que será
feita ao juiz. 
Contudo, uma tese pode ser admitida ou afastada porque é ou não oportuna,
socialmente justa ou equilibrada, por isso é fundamental que o advogado tente
obter com a sua tese a adesão do juiz, dos jurados, da opinião pública e da
audiência e, para tal adesão, a tese deve estar bem fundamentada ou
justificada.
CASO CONCRETO
Analisemos esta situação fática:
O cliente de um determinado hotel fica ferido porque, enquanto ele dormia, se soltou do teto um pedaço de gesso.
Surge, então, a questão de se a administração do hotel se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar o
cliente.
Cada uma das partes (o advogado do hotel e o do cliente) deve formular uma tese e desenvolver uma argumentação,
que poderia ser assim sintetizada:
O laboratório de sismologia informa que no dia D à hora H se registrou um terremoto de baixa intensidade.
A partir do caso analisado, vamos, agora, conceituar com maior precisão ainda Raciocínio e Argumento.
Raciocínio
É uma operação mental, uma forma de reflexão ordenada e coerente que pode ser
comunicada por uma expressão verbal. Caracteriza-se por um encadeamento lógico de
proposições, que forma a matéria argumento.
Argumento
Significa convencimento, persuasão, refutação (negação), afirmação, declaração. É vocábulo
que se usa para designar o raciocínio ou arrazoado, seja escrito ou oral, por meio do qual se
quer tirar a consequência de uma ou mais proposições, isto é, em virtude do qual se procura
provar, mostrar ou evidenciar a veracidade, procedência ou exatidão de afirmação feita, ou
seja, da(s) tese(s) apresentada(s). O argumento tem a finalidade de defender a(s) tese(s)
proposta(s) e a construir provas ou destruí-las. Assim, argumentar é apresentar argumentos;
aduzir os raciocínios que constituem uma argumentação; tirar ilações; deduzir, concluir. 
Dessa maneira, os argumentos devem se basear em fatos (exemplos, comparações,
ilustrações, decla rações, narrações, citações). Também devem ser fundamentados os
argumentos contrários à tese apresentada, momento este em que o argumentador passa à
contestação ou à refu tação da possível tese contrária àquela formulada por ele, para que
sua argumentação se torne mais convincente e persuasiva, conforme já assinalado.
Ressaltamos que em muitos contextos argumentativos, um único bom argumento vale mais
do que muitos argumentos melhores.
CONSTRUÇÃO DOS ARGUMENTOS: RACIOCÍNIOS DEDUTIVO E
INDUTIVO
A Lógica estuda o silogismo ou argumento. Este possui formas próprias capazes de evidenciar que uma conclusão é
derivada daquilo que fora estabelecido nas premissas ou proposições dadas anteriormente. Há duas formas de se
proceder quando se pretende formar uma argumentação, são elas:
Silogismo ou Argumento Dedutivo
É aquele que procede de proposições cada vez mais universais para proposições particulares, proporcionando o que
chamamos de demonstração, pois sua inferência (a conclusão extraída das premissas) é a inclusão de um termo
menos extenso em outro de maior extensão. Observemos os exemplos a seguir:
Todo homem é mortal. Todo brasileiro é mortal. 
Pedro é homem. Todo mineiro é brasileiro. 
Logo, Pedro é mortal. Logo, todo mineiro é mortal.
No primeiro exemplo, o argumento parte de uma premissa universal para uma conclusão com proposição particular
(porque a segunda premissa é também particular).
Já no segundo exemplo, todas as premissas, bem como a conclusão, são universais. No entanto, em ambos ocorrem a
inferência, pois os termos dados (mortal, homem e Pedro - primeiro argumento; mortal, brasileiro e mineiro - segundo
argumento) possuem uma relação de extensão entre si que vai do maior termo, passando pelo médio (por meio do
qual há mediação) e chegando, por fim, ao termo menor.
Indutivo
Este é o segundo tipo de argumento. Ele procede de proposições particulares ou com termos relativamente menores
do que os que estão na conclusão, e chega a termos mais universais ou mais extensos. Vejamos os exemplos a seguir:
O ferro conduz eletricidade. Todo cão é mortal. 
O ouro conduz eletricidade. Todo gato é mortal. 
O chumbo conduz eletricidade. Todo peixe é mortal.
A prata conduz eletricidade. Todo pássaro é mortal. 
Logo, todo metal conduz eletricidade. Logo, todo animal é mortal.
Assim como nos dedutivos, os termos têm entre si uma relação de extensão que permite a inclusão de um no outro,
ainda que no primeiro argumento as proposições das premissas sejam particulares e no segundo sejam universais. No
entanto, a inclusão ocorre porque a menor extensão faz parte das premissas e não da conclusão, que deverá ser
sempre mais extensa ou universal que as premissas.
A vantagem da dedução é que todos os termos envolvidos nas premissas estabelecem relações que podem ser
encontradas na conclusão. No entanto, suas premissas são indemonstráveis, pois isso nos levaria a uma regressão ao
infinito (a dedução é muito usada por matemáticos):
Portanto, podemos construir argumentos por dedução ou por indução. Cada
um deles será aplicado, segundo as necessidades e intenções do
representante legal da parte, no momento em que estiver produzindo sua
argumentação jurídica.
Saiba mais
, Para saber mais sobre esse assunto, recomendamos a seguinte leitura: 
Métodos indutivos e dedutivos. Disponível em: //www.emiologiamedica.blogspot.com.br/2011/01/os-metodos-inditivo-e-
dedutivo-de.html (//www.emiologiamedica.blogspot.com.br/2011/01/os-metodos-inditivo-e-dedutivo-de.html) Acesso em: 21 nov.
2016.
COMO TRANSFORMAR FATOS EM ARGUMENTOS?
Todo discurso jurídico comporta necessariamente três valências:
Descritiva
Refere-se à exposição dos fatos. Essas proposiçõesestabelecem que algo é ou não é, quer
dizer, que sucedeu algo que afetou uma coisa ou uma pessoa.
Valorativa
Refere-se à qualificação dos fatos que são transformados em argumentos por meio da
interpretação. As proposições valorativas apreciam as pessoas e as condutas, qualificando-
as de valiosas ou desvaliosas à luz do ordenamento jurídico e do contexto social.
Consequentemente, as proposições e os juízos descritivos são proposições ou juízos
https://www.emiologiamedica.blogspot.com.br/2011/01/os-metodos-inditivo-e-dedutivo-de.html
racionais que se podem qualificar de verdadeiros ou falsos, acabando por ser o tópico
basilar da argumentação forense. 
Os valores, juridicamente considerados, não se confundem com os modismos nem com a
comoção pública, pois estes são inconstantes. Ao contrário, os argumentos de valor
impõem-se como instrumentos de estabilidade, demolindo conduta ultrapassada, em busca
da vivificação e da efetivação do Direito e da forma mais justa, razoável e humana, por isso
deve estar sempre interpretado à luz do contexto histórico político-social em que o homem
está inserido.
Normativas
Refere-se ao Direito. Elas mandam, permitem ou proíbem as pessoas de fazer algo ou
alguma coisa.
Ao considerarmos esse entendimento sobre o discurso jurídico, partimos do
pressuposto que uma Interpretação deve ser ativa e construtiva, e não passiva
e meramente descritiva.
Vejamos as etapas para transformar um fato em argumento:
Vamos analisar o exemplo a seguir:
FATO
O recém-nascido Alan Marques Amaral, filho de mãe desnutrida e fumante, nasceu na Casa de Saúde X, privada, sem
convênio com o SUS, na Rua Y, número 0, no bairro Z, no município tal, em X de abril de X, de parto normal, com peso
inferior ao normal, 1.800 gramas, com deficiências respiratórias, mas, 24 horas após o seu nascimento, ele e a mãe
receberam alta hospitalar (doc.1) e a criança veio a falecer, oito horas após a data da alta, de insuficiência respiratória,
conforme consta do atestado de óbito.
VALORAÇÃO
Negligência do hospital ao conceder alta hospitalar prematura a uma criança que nasceu com peso muito inferior ao
normal - 1800 g - e com deficiência respiratória, sem tê-la encaminhada sequer à UTI neonatal para o tratamento
devido.
JUSTIFICATIVA/EMBASAMENTO LEGAL (NORMA)
Veja, a seguir, o desenvolvimento do parágrafo argumentativo:
“A culpa dos prepostos da Ré resultou plenamente configurada na modalidade de negligência porque tinham o dever de
cuidar e isso não foi feito, pois deram alta hospitalar prematura, vinte e quatro horas após o parto, a uma criança que
nasceu com deficiências respiratórias e, ainda, com peso muito inferior ao normal, filho de mãe desnutrida (fls. 21),
resultando essa conduta na morte do recém-nascido”, o que prova o nexo de causalidade entre a conduta negligente da
Ré e o resultado morte. 
Assim, temos o fato, que dará ensejo à tese daquele parágrafo jurídico (Introdução) - “a alta hospitalar prematura” -,
situando o juiz sobre o assunto que será desenvolvido na Ação, a valoração objetiva desse fato, em uma linha lógica e
coerente de raciocínio, sempre voltada para os limites impostos pelo ordenamento jurídico e pelo nosso contexto
social, que nos propiciará a linguagem para o Desenvolvimento - “Dever de cuidar” - que nada mais é do que a
expansão da ideia apresentada na introdução em uma linha lógica de raciocínio, trazendo informações novas sobre o
caso e, por fim, a apresentação da Conclusão do que foi nele fundamentado - “Culpabilidade da Ré por conduta
negligente”. Lógico que a conclusão tem de estar articulada aos fatos narrados e descritos.
Atenção
, Deve-se evitar o uso excessivo de adjetivos e advérbios na estrutura da frase, que em nada acrescenta, pois o texto jurídico é
técnico. Esses exageros linguísticos até atrapalham a interpretação da ideia central daquilo que se está requerendo. 
Exemplo: “A enfraquecida vítima foi profundamente massacrada pelo réu inescrupuloso. Melhor dizermos: “O réu agrediu a
vítima”.
ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA: TIPOS DE ARGUMENTOS
Os argumentos são recursos linguísticos que visam à persuasão, ao convencimento. O argumento não é uma prova
inequívoca da verdade. Argumentar não significa impor uma forma de demonstração, como nas ciências exatas. O
argumento implica um juízo do quanto é provável ou razoável. Veja, a seguir, os tipos de argumentos:
Argumento por vínculo causal ou causa e consequência
O tipo de argumento mais adequado para a introdução é o argumento por vínculo causal ou
argumento de causa e consequência, que é muito elucidativo, porque contém as partes
processuais envolvidas (autor e réu), nexo causal (conduta e resultado ou obrigação/dever e
descumprimento da obrigação/inadimplência, por exemplo) e a tese a ser defendida. Esse
tipo de argumento já esclarece toda a situação fática ocorrida entre as partes. O conector
argumentativo adequado para esse tipo de argumento é o causal. 
Afinal, não podemos nos esquecer de que situar o juiz sobre o assunto que o advogado irá
desenvolver na Ação (processo) deve ser feita logo no parágrafo introdutório da
argumentação para que haja maior clareza textual, motivando o juiz a ter interesse pela
leitura da peça processual. 
Exemplo: 
“Alan Marques Amaral, a infeliz vítima, nasceu de parto normal, mas com peso muito inferior
ao normal - apenas 1. 800 gramas. Mesmo assim, 24 horas após o parto, a Casa de Saúde X
deu alta hospitalar prematura à vítima e à sua mãe. Cerca de oito horas mais tarde, Alan
retornava ao hospital já desfalecido e veio a morrer pouco depois por insuficiência
respiratória, conforme registro de óbito (fls. 7)”.
Argumento por senso-comum
É o argumento que traz declarações aceitas pela maioria, sendo difícil combatê-las. No
Direito, poucas teses específicas são de senso comum, porque a concordância quanto à
interpretação da lei é rara. Ainda podemos dizer, segundo Rodriguez (2004, p.263), que
essas declarações trazidas pelo argumento de senso comum não podem ser negadas pela
parte contrária, pois são óbvias. Apesar, de parecer convincente, até porque não aceita
réplica, esse argumento tem força de persuasão fraca, “pois seu alcance é por demais vago,
obtuso” além de as duas partes do litígio poderem utilizá-la. 
Dessa forma, para garantir a eficácia desse argumento, ele deve estar acompanhado de
outros argumentos que lhe venham a dar sustentação. Nas demandas judiciais, o
argumento de senso-comum funciona, dando mais ênfase ao texto, “como um recurso
retórico”, sua utilização deve ser com o objetivo de reforçar o contexto do que se pretende.
Caso contrário, a argumentação aproxima-se do lugar comum. O combate desse tipo de
argumento pela parte contrária é feito, pedindo-se argumentações mais pertinentes ou
exigindo comprovação de que houve “violação aos princípios aceitos por unanimidade”. 
Exemplo: 
“Ora, até um leigo é capaz de identificar a relação de causalidade existente entre a alta
hospitalar prematura e a morte de uma criança nascida com peso muito inferior ao normal e
com deficiência respiratória. A eventual desnutrição da mãe e da própria criança não foi a
causa adequada da morte desta última, foi apenas uma concausa antecedental como a
hemofilia, osteoporose etc. - mas que por si só não produziu o resultado morte. Inúmeras
crianças nascem prematuramente e são salvas”.
Argumento de Autoridade
Argumentar por autoridade significa trazer ao discurso a opinião de pessoa reconhecida em
determinada área do saber, para que suas palavras funcionem como reforço à veracidade da
tese que se apresenta. Quando o argumentante usa esse tipo de técnica, toma de
empréstimo o conhecimento e o renome da autoridade citada e acrescenta-os a seu próprio
discurso - por assim dizer, enchendo-o de razão. Por seu alto valor, o argumento de
autoridade é um dos mais utilizados nos textos jurídicos, por meio da citação da doutrina,
jurisprudência. 
Exemplo:Por erro médico podemos entender (FRANÇA, G. V. Direito médico. V.1. 6. ed. São
Paulo: Fundação BYK, 1995): 
“O erro médicopode se verificar por três vias principais. A primeira delas é o caminho da
imperícia decorrente da "falta de observação das normas técnicas", "por despreparo prático"
ou "insuficiência de conhecimento". O segundo caminho é o da imprudência e daí nasce o
erro quando o médico por ação ou omissão assume procedimentos de risco para o paciente
sem respaldo científico ou, sobretudo, sem esclarecimentos à parte interessada. O terceiro
caminho é o da negligência, quando o profissional negligencia, trata com descaso ou pouco
interesse os deveres e compromissos éticos com o paciente e até com a instituição.” 
“Em face desse quadro, a Ré, por ser prestadora de serviços, deve responder objetivamente
pela reparação dos danos causados à família, conforme descreve o nosso Código de Defesa
do Consumidor, em seu artigo 2º, que se enquadra perfeitamente a atividade dos
estabelecimentos hospitalares, sendo os seus clientes, como destinatários finais desses
serviços, consumidores por definição legal.” 
“Pois bem, o artigo 14 do Código do Consumidor é de clareza solar ao responsabilizar o
fornecedor de serviços, independentemente de culpa - vale dizer, objetivamente - pela
reparação à prestação dos serviços. Desse modo, provada a relação de causalidade entre o
serviço defeituoso e o dano, responde o fornecedor independentemente de culpa, à luz da
legislação que protege o consumidor.”
Argumento de Prova
A argumentação jurídica apresenta duas pretensões: comprovar os fatos e comprovar as
consequências jurídicas advindas desses mesmos fatos. 
Os argumentos que persuadem a respeito das ocorrências dos fatos de determinada forma
são chamados de provas e elas só têm a capacidade de persuadir porque são
transformadas pelos advogados das partes em argumentos de prova. 
Todo argumento, entretanto, pode ser contestado; a parte adversa pode trazer outras
arguições que busquem comprovar tese contrária. 
Podemos contra-argumentar o argumento de prova de duas formas: 
• Apresentar argumento que “diminua a força do valor pela parte contrária à prova que traz”; 
• Apresentar outro elemento de convencimento “mais forte que a prova da parte adversa”. 
Portanto, a prova é capaz de convencer quando elaborada como argumento de prova, se o
advogado a transforma em argumentos convincentes e persuasivos. 
Exemplo: 
“O próprio médico que prestou depoimento às fls. 21 informou que, quando alguma criança
nasce com problema, nas 24 horas seguintes ao nascimento, a clínica transfere o recém-
nascido para a UTI neonatal para receber o devido tratamento; mas isso não foi feito com
Alan M. Amaral, o que torna a Ré responsável por sua morte, como comprova o próprio
registro feito no atestado de óbito da criança das causas da morte: insuficiência respiratória
e hemorragia digestiva (fls.22).” 
Atenção! 
A prova pericial é desenvolvida mediante aplicação de procedimentos técnicos, a partir da
verdade formal e produzida com o objetivo de estabelecer o nexo causal do dano ao objeto
de pedir da ação. Torna-se, assim, a certeza jurídica para influenciar o magistrado quanto à
sua decisão no ato processual de juntada da peça, elaborada pelo Perito nos autos do
processo.
Argumento de Concessão: conectores concessivos e adversativos
Concessão, no sentido retórico do termo, é a aceitação de um argumento do adversário, que
não se refuta, mas que se faz seguir de um argumento em sentido inverso, a partir do qual
se conclui. É um tipo de manobra argumentativa muito utilizada na argumentação jurídica,
por ser um meio persuasivo muito importante. 
Concordando “aparentemente” com o adversário que sua tese é justa e pertinente, o
advogado, de um lado, concilia-se com ele, de outro, torna-lhe menos penoso admitir os
argumentos contrários a ele. 
A concessão surge, assim, como um passo feito em direção ao adversário; ela é constitutiva
de um ethos positivo (abertura, atenção para com o outro), mas para tirar a força da tese do
adversário. 
Esclarecemos, portanto, o fato de que o valor de concessão não é veiculado somente por
estruturas com conectores que, tradicionalmente, são chamados de concessivos (embora,
apesar de, mesmo que, ainda que), mas também pode ocorrer com conectores adversativos
(mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto). 
Exemplo: 
“Embora assim não o fosse, a culpa dos prepostos da Ré resultou plenamente configurada
na modalidade de negligência e imperícia. Negligência porque não foram capazes de
detectar as deficiências físicas de Alan, mormente respiratórias, a despeito de ter nascido
com peso muito inferior ao normal, filho de mãe desnutrida (fls. 21), imperícia porque a
hemorragia digestiva, apontada na certidão de óbito de fls. 7, como uma das causas da
morte da vítima, foi provocada pela introdução da sonda nasogástrica (fls. 21).” 
“Por fim, é inegável sim a fragilidade da condição de saúde do recém-nascido, todavia, o fato
de ele NÃO ter sido encaminhado para uma unidade de tratamento intensivo, evidencia a
redução drástica da possibilidade de cura do filho da genitora e o erro no procedimento é
suficiente para caracterizar a culpa da Ré, assim como a negligência e a imperícia
demonstradas por parte do preposto da Ré. Ressalta-se que, nesses casos, os pais devem
fazer jus à indenização pelo dano moral, por graves danos psicológicos, de acordo com a
mais atual doutrina e jurisprudência, pois sofreram prejuízo moral”.
Argumento por Analogia
É o argumento que pressupõe que se deve tratar algo de maneira igual, em situações iguais.
As citações de jurisprudência são os exemplos mais claros do argumento por analogia, que
é bastante útil porque o juiz será, de algum modo, influenciado a decidir de acordo com o
que já se decidiu, em situações anteriores. 
Exemplo: 
TJ-RJ - APELACAO APL 47040520068190014 RJ 0004704-05.2006.8.19.0014 (TJ-RJ) 
Data de publicação: 04/4/2012 
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE CIVIL. MORTE DE RECÉM-
NASCIDO LOGO APÓS O PARTO. DEMORA NA REMOÇÃO PARA UTI. FALHA NA PRESTAÇÃO
DE SERVIÇO. APLICAÇÃO DA TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE. 1 - Inegável a fragilidade
da condição de saúde do recém-nascido. Todavia, o fato de a criança não ter sido
encaminhada para uma unidade de tratamento intensivo, evidencia a redução drástica da
possibilidade de cura do filho da genitora. 2 - O erro no procedimento é suficiente para
caracterizar a culpa do réu e, portanto, ensejar a responsabilidade do hospital que reduziu a
sobrevivência da criança. 3 - Sentença que fixou os danos morais, levando em conta a sua
extensão, bem como os patamares estabelecidos por esta Corte. RECURSO A QUE SE NEGA
PROVIMENTO. 
Fonte: //tj-rj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/21595496/apelacao-apl-47040520068190014-
rj-0004704-0520068190014-tjrj (//tj-rj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/21595496/apelacao-
apl-47040520068190014-rj-0004704-0520068190014-tjrj) 
Atenção! 
Contra-argumentação 
Um modo bastante eficiente de organizar um texto argumentativo é antecipar os
argumentos contrários à posição que se pretende defender. Uma vez expostos os
argumentos alheios, o advogado pode buscar contra-argumentos, ou seja, fatos, dados,
https://tj-rj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/21595496/apelacao-apl-47040520068190014-rj-0004704-0520068190014-tjrj
reflexões que demonstrem porque os argumentos contrários à posição sustentada no texto
poderiam ser questionados. Essa estratégia faz com que o advogado pareça uma pessoa
ponderada, capaz de analisar diferentes pontos de vista, o que reforça a ideia de que a
perspectiva por ele defendida é a mais razoável.
Questão 1 - (Enade 2012)
No diálogo entre Calvin e seu pai reproduzido acima, a discussão das personagens pode ser relacionada a temas da
filosofia do Direito. Assim, considerando-se uma suposta norma que houvesse instituído o mandato de pai:
A) a afirmação de Calvin acerca da necessidade de um novo pai suscita a questão da validade da norma.
B) a resposta do pai de Calvin, que nega o término de seu mandato, constitui questão referente à vigência da norma.
C) a afirmaçãodo pai de Calvin sobre a impossibilidade de recontagem de votos evoca um problema de eficácia da norma.
D) a pergunta feita por Calvin sobre a autoria da “Constituição” levanta questões acerca da eficácia da norma.
E) a informação de que a mãe de Calvin teria participado na redação da “Constituição” evoca questão acerca da vigência da
norma.
Justificativa
Questão 2 - (Enade 2012)
Chamamos de julgamento (isto é, a faculdade graças à qual dizemos que uma pessoa julga compreensivamente) a
percepção acertada do que é equitativo. Uma prova disso é o fato de dizermos que uma pessoa equitativa é, mais que
todas as outras, um juiz compreensivo, e identificamos a equidade com o julgamento compreensivo acerca de certos
fatos. E julgamento compreensivo é o julgamento em que está presente a percepção do que é equitativo, e de maneira
acertada; e julgar acertadamente é julgar segundo a “verdade”. ARISTÓTELES. Ética a Nicômacos. Trad.: Mário da
Gama Kury. 4. ed. Brasília: EDUnB, 2001, p. 121-123. 
Na direção do que aponta o texto de Aristóteles, verifica-se que o ser humano, de modo constante, exerce a arte de
julgar. Assim o faz em situações determinadas do cotidiano, decidindo acerca de suas condutas e das dos outros,
analisando medidas e fatos e avaliando situações. Com o operador do direito não é diferente, mormente com
magistrados, agentes responsáveis pela tomada de decisões nas relações processuais. 
Com base nesse entendimento e no texto acima apresentado, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre
elas. 
I. A relação processual pressupõe o julgamento, o qual representa, para o magistrado, um agir com deliberações, uma
vez que, ao decidir, esse operador jurídico se baseia na antecedente análise dos fatos e, de modo reflexivo, atinge o seu
convencimento diante das provas apresentadas pelas partes no âmbito do processo. 
PORQUE 
II. Ao analisar os fatos apresentados na relação processual, o magistrado deve ser equânime e aproximar-se das
partes envolvidas, para formar o seu convencimento com base nas opiniões por elas emitidas, o que lhe permite
deliberar de modo mais sensato, justo e compreensivo com todos. A respeito dessas asserções, assinale a opção
correta.
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
E) As asserções I e II são proposições falsas.
Justificativa
Questão 3 
No argumento por analogia defende-se que, se duas coisas são semelhantes em alguns aspetos, é provável que
também sejam semelhantes noutros. Uma das premissas é uma analogia entre duas coisas, ou seja, apresenta
semelhanças conhecidas entre elas. 
Como podemos combater o argumento por analogia?
Resposta Correta
Questão 4 
O uso da jurisprudência ou doutrina é determinante e persuasivo como argumento de autoridade? Justifique.
Resposta Correta
Questão 5
Com base nos estudos feitos sobre ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA, a única alternativa CORRETA é:
A) É fundamental para o Direito enquanto ciência porque demonstra pontos de vista sem a interferência de outras ciências.
B) Pode ser considerada uma forma de exercício de poder diante daqueles que não dispõem da mesma capacidade
argumentativa ou contra-argumentativa.
C) Não apresenta características peculiares em frente à argumentação geral, apesar da utilização de expressões próprias do
Direito.
D) Pode ser realizada pelos mais diversos profissionais da área jurídica, cada qual com sua especificidade, mas é mais
importante nos Pareceres e nas Petições Iniciais.
E) É a forma da máxima expressão da evidente supremacia intelectual dos juristas sobre profissionais de outras áreas do
conhecimento.
Justificativa
Questão 6
Marque a única alternativa que NÃO condiz com o que se entende por ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA:
A) Uma teoria argumentativa, dentro das exigências atuais, necessita de se basear em determinadas estruturas formais com o
objetivo de proporcionar razoabilidade e sistematicidade aos argumentos. Sendo assim, a estrutura argumentativa é entendida,
como um processo, a fim de que possa persuadir um auditório universal; tendo em vista um acordo racionalmente motivado; cuja
intenção seja fundamentar a pretensão de validez por meio de argumentos.
B) As descrições servem para a constatação de fatos que podem ser asseverados ou negados sob o aspecto de “verdade” de
uma proposição: as orações normativas ou orações de dever que servem à justificação de ações, sob o aspecto de justiça de uma
forma de atuar; as avaliativas ou os juízos de valor que servem à valoração de algo, sob o aspecto de adequação dos princípios e
as regras normativas que servem para julgar, fundamentar os casos concretos.
C) “A compreensão requerida pelo Direito poderá ser realizada e apresentada concretamente, mediante o recurso técnico da
argumentação, enquanto a argumentação, como instância dialógica, permite o exercício da liberdade, do confronto e do
amadurecimento de ideias, em direção a uma solução jurídica nem certa nem errada, mas razoável”.
D) A hermenêutica atual deve fazer apenas a operação de subsunção m busca de uma justiça mais justa, equânime e razoável,
embora na decisão dos casos mais com-plexos, chamados de casos difíceis, há que se encontrar critérios para lidar com os
princípios e regras, evitando-se, assim, uma excessiva ênfase na vontade do juiz.
E) No contexto da Teria da Argumentação Jurídica, justificar uma decisão significa algo mais do que efetuar uma operação
dedutiva que consiste em extrair uma conclusão a partir de premissas normativas e fáticas.
Justificativa
Questão 7 
Leia o fragmento a seguir: 
O ex-governador Sérgio Cabral é suspeito de participar de esquema de desvios de dinheiro público em obras realizadas
pelo governo do Estado do Rio de Janeiro. 
“O juiz federal Sérgio Moro, em sua fundamentação, citou a atual situação de crise financeira do Estado do Rio de
Janeiro para justificar a prisão do ex-governador Sério Cabral (PMDB), ocorrida em 17/11/16. Moro afirmou que seria
uma afronta deixar que o investigado continuasse usufruindo dos recursos das supostas propinas.” 
“Essa necessidade da prisão faz-se ainda mais presente diante da notória situação de ruína das contas públicas do
Governo do Rio de Janeiro. Constituiria afronta permitir que o investigado persistisse fruindo em liberdade do produto
milionário de seus crimes, inclusive com aquisição, mediante condutas de ocultação e dissimulação, de novo
patrimônio, parte em bens de luxo, enquanto, por conta da gestão governamental aparentemente comprometida por
corrupção e inépcia, impõe-se à população daquele estado tamanhos sacrifícios, com aumento de tributos, corte de
salários e de investimentos públicos e sociais. Uma versão criminosa de governantes ricos e governados pobres",
disse o juiz. 
Fonte: //estaticog1.globo.com/2016/11/17/decisao-moro-prende-cabral.pdf (glossário) 
A partir do texto, como advogado do ex-governador Cabral, formule uma tese de defesa e construa um parágrafo
argumentativo (4 a 6 linhas) que a sustente, fazendo uso de um dos tipos dos argumentos estudados nesta aula.
Resposta Correta
Questão 8 
Leia a Ementa da decisão dada pelo TJ-RS e, em seguida, responda às questões propostas:
TJ-RS – Recurso Cível 71005227798 RS (TJ-RS) 
Data de publicação: 01/12/2015 
Ementa: RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, MATERIAIS E LUCRO CESSANTE.
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. PROVA INSUFICIENTE PARA CONFIGURAR O DEVER DE INDENIZAR. Trata-se de ação
por meio da qual o autor objetiva o pagamento de indenização a título de danos
materiais, danos morais e lucros cessantes, pelo fato de ter passado em um elevado quebra mola, situado na BR 428,
na cidade de Petrolina/PE, julgada improcedente na origem. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA - Nas hipóteses de
omissão do Poder Público,aplica-se a Teoria da Responsabilidade Civil Subjetiva, exigindo, então, a comprovação da
falha do ente público no dever de agir, consubstanciada na não adoção de medida efetiva e eficaz a fim de impedir o
resultado danoso. Precedentes doutrinários e jurisprudenciais. No caso concreto, o julgamento de improcedência se
deu, principalmente, pelo reconhecimento de que o autor foi o único responsável pelo evento danoso, pois foi ele quem
não adotou as cautelas necessárias ao conduzir o seu caminhão em velocidade não compatível com a permitida
naquela rodovia, no qual ocorreu o sinistro, e que o conjunto probatório coligido nos autos limitou-se a demonstrar que
o autor experimentou danos, entretanto não trouxe elementos de prova suficientes que indicassem a culpa dos réus.
RECURSO INOMINADO DESPROVIDO (Recurso Cível Nº 71005227798, Turma Recursal da Fazenda Pública, Turmas
Recursais, Relator: Niwton Carpes da Silva, Julgado em 26/11/2015).
a) Identifique na Ementa lida a Tese apresentada pela decisão do colegiado do Tribunal de Justiça do Rio Grande do
Sul, fazendo a transcrição dela. 
b) Descreva os argumentos apresentados na Ementa pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que justificam o
porquê do não acolhimento do PEDIDO do AUTOR.
Resposta Correta
INDICAÇÃO DE LINK
Você poderá exercitar os conhecimentos construídos por você nesta aula por meio de uma lista de exercícios que
preparamos. 
Para acessar à lista, clique aqui (glossário).
https://estaticog1.globo.com/2016/11/17/decisao-moro-prende-cabral.pdf
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/GON831/galeria/aula8/docs/A8_T10.pdf
Glossário
ARGUMENTATIVO
É a fundamentação da tese ou as razões ou justificativas evocadas com o objetivo de demonstrar a validade da tese.
TESE
É o ponto de vista ou posicionamento a ser defendido pelo argumentador.

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