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ANÁLISE-DE-DISCURSO-4

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 4 
2 INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS TEÓRICOS DA ANÁLISE DO 
DISCURSO: ORIGEM E NOÇÕES PRELIMINARES. A CONSTITUIÇÃO DA 
ANÁLISE DO DISCURSO ....................................................................................... 5 
2.1 Introdução aos estudos teóricos da Análise do Discurso: origem e 
noções preliminares. A constituição da Análise do Discurso ............................... 5 
2.2 Origem e função ............................................................................ 5 
2.3 Noções preliminares ..................................................................... 7 
3 DISCURSO E IDEOLOGIA .................................................................. 8 
3.1 Ideologia: noções iniciais .............................................................. 8 
3.2 Algumas características da Ideologia ............................................ 9 
3.2.1 Aparelhos Ideológicos de Estado: a manutenção da Ideologia .... 10 
3.3 Discurso e Ideologia .................................................................... 10 
4 GÊNEROS DO DISCURSO .............................................................. 12 
4.1 Enunciado e gêneros do discurso ............................................... 12 
4.1.1 Gêneros primários e secundários ................................................ 13 
4.1.2 Enunciado: importância e características ..................................... 13 
4.2 Enunciados, orações e palavras ................................................. 15 
5 LINGUAGEM, DISCURSO, SUJEITO E SUBJETIVIDADE ............... 16 
5.1 A subjetividade nos Estudos da Linguagem................................ 16 
5.2 Sujeito e Discurso ....................................................................... 17 
5.2.1 Sujeito e discurso para Foucault .................................................. 17 
5.2.2 Sujeito e discurso para Pêcheux .................................................. 19 
6 PRÁTICAS DE ANÁLISE DE DISCURSO ......................................... 20 
 
3 
 
6.1 A vertente foucaultiana ............................................................... 20 
6.2 A vertente pecheutiana ............................................................... 21 
6.3 A Análise Crítica por Fairclough .................................................. 23 
6.4 Uma breve comparação .............................................................. 24 
7 OS MODOS DE ANÁLISE DISCURSIVA .......................................... 25 
7.1 A análise pela vertente pecheutiana ........................................... 25 
7.2 A análise pela vertente foucaultiana ........................................... 26 
7.3 A análise pela vertente crítica de Fairclough ............................... 28 
8 NA TEORIA DE CHARAUDEAU, A NOÇÃO DE MODOS DE 
ORGANIZAÇÃO DO DISCURSO .......................................................................... 30 
8.1 Modos de organização do discurso: a noção .............................. 30 
8.1.1 Ato de linguagem e situação de comunicação ............................. 31 
8.2 Os modos de organização do discurso ....................................... 33 
8.2.1 Enunciativo ................................................................................... 33 
8.2.2 Descritivo ..................................................................................... 34 
8.2.3 Narrativo....................................................................................... 34 
8.2.4 Argumentativo .............................................................................. 35 
8.3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................ 36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase 
improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor 
e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. 
O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos 
ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, 
as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS TEÓRICOS DA ANÁLISE DO DISCURSO: 
ORIGEM E NOÇÕES PRELIMINARES. A CONSTITUIÇÃO DA ANÁLISE DO 
DISCURSO 
2.1 Introdução aos estudos teóricos da Análise do Discurso: origem e 
noções preliminares. A constituição da Análise do Discurso 
Introdução aos estudos teóricos da Análise do Discurso: origem e noções 
preliminares. A constituição da Análise do Discurso estudada) que tocam a 
Ideologia, o sujeito, as condições de produção, entre outras. Atualmente, no Brasil, 
são tantas as vertentes abrigadas sob o escopo da Análise do Discurso que seria 
possível falar em “análises do discurso” (SARGENTINI, 1999), enfatizando assim a 
pluralidade dessa teoria. 
O que há de similar entre suas vertentes é que todas estudam a linguagem 
em funcionamento (SARGENTINI, 1999). Isso significa que a língua enquanto 
sistema, como foi proposta por Ferdinand de Saussure, deixa de ser o principal 
constituinte do sentido, sendo necessário remeter o enunciado às suas condições 
de produção, à exterioridade. Assim, a leitura e a interpretação a partir dessa teoria 
vão além da estrutura sintática ou da semântica tal como apresentada no dicionário. 
 
2.2 Origem e função 
Para entender e situar temporalmente o estabelecimento da Análise do 
Discurso, você precisa antes compreender o contexto em que os estudos 
linguísticos se encontravam na época. 
O teórico responsável por estabelecer a linguística como ciência autônoma, 
Ferdinand de Saussure, instaurou a dicotomia língua/fala. Para ele, o único modo 
de estudar a língua seria deixando de lado os fatores externos, focando no seu 
funcionamento como sistema (SAUSSURE, 2012). 
O teórico responsável por estabelecer a linguística como ciência autônoma, 
Ferdinand de Saussure, instaurou a dicotomia língua/fala. Para ele, o único modo 
 
6 
 
de estudar a língua seria deixando de lado os fatores externos, focando no seu 
funcionamento como sistema (SAUSSURE, 2012). 
Os estudos baseados em Saussure e Benveniste, portanto, não tinham o 
texto como centro de suas investigações. Foram estudos posteriores, abrigados sob 
o escopo da Linguística Textual, que começaram a introduzir, nos estudos 
linguísticos, o texto como unidade principal de análise. É importante salientar que, 
numa fase inicial, o texto era visto de uma forma que não se diferenciava muito de 
uma soma de frases, ou ainda como uma frase de maior dimensão. O estudo do 
texto era focado em questões como coesão e coerência, não havendo muito espaço 
para a discussão de elementos como a subjetividade linguística e a dimensão 
histórico-social, por exemplo (SARGENTINI, 1999). 
Como uma forma de analisar o texto de modo mais global, considerando 
sua complexidade, os estudos linguísticos “adotam a postura de conceituar o texto 
como uma manifestação do discurso, considerando que o discurso comporta vários 
níveis de análise” (SARGENTINI, 1999, p. 41). 
É nas décadas de 1960 e 1970 que são lançados os textos fundadores da 
disciplina que hoje denominamos de Análise do Discurso. Sargentini (1999,p. 42) 
salienta que as bases teóricas da Análise do Discurso, num primeiro momento, são 
“radicalmente estruturalistas”. Ao remeter o enunciado às suas condições de 
produção, o discurso é relacionado com a história, com “hipóteses histórico-sociais 
de constituição do sentido”. 
Uma particularidade da Análise do Discurso é que a Linguística não é seu 
único braço constituinte: ela é considerada uma disciplina de entremeio, que se vale 
de conhecimentos de outras áreas, como o Materialismo Histórico e a Psicanálise. 
É por isso que você pode encontrar trabalhos em Análise do Discurso que mobilizam 
as noções de modo nem sempre similar, a depender do viés teórico adotado. 
Neste texto, a Análise do Discurso é trabalhada com ênfase no viés da 
Linguística, mas é importante que você saiba que este não é o único ponto de vista 
possível. Veja um exemplo: as primeiras publicações em Análise do Discurso 
propunham a análise de panfletos com cunho político específico. Esses panfletos 
diziam respeito às manifestações das classes estudantil e trabalhadora na década 
 
7 
 
de 1960, na França. No entanto, como é próprio da teoria a pluralidade de objetos, 
hoje é possível encontrar análises de diferentes materialidades e gêneros textuais, 
de notícias a slogans publicitários, passando por filmes, imagens, músicas... 
 
2.3 Noções preliminares 
Agora que você já conheceu o contexto de estabelecimento da Análise do 
Discurso, vai conhecer, de modo introdutório, algumas noções básicas da teoria. 
A principal diferença epistemológica da Análise do Discurso dentro dos 
estudos linguísticos diz respeito às questões que não foram consideradas 
fundamentais pelas correntes precedentes – como a Linguística Textual e a 
Enunciação, por exemplo (INDURSKY, 1998). Entre elas, você pode destacar as 
noções de sujeito e de discurso e a importância dos elementos sócio-históricos na 
constituição do sentido. 
Você vai começar este estudo pelo sujeito, que nessa teoria assume um 
papel bem diferente do que em outras vertentes dos estudos linguísticos. O sujeito 
na Análise do Discurso não é apenas o sujeito da enunciação, como para 
Benveniste, nem o falante individual, como para Saussure. 
Ao menos duas concepções de sujeito podem ser preliminarmente 
consideradas na Análise do Discurso: 
 
 
 Para Foucault, o sujeito é um lugar determinado e vazio, com 
potencialidade para ser ocupado por indivíduos diferentes 
(FOUCAULT, 1995). 
 
 Para Pêcheux, com influência de Althusser, o sujeito é o indivíduo 
interpelado pela ideologia e afetado pelo inconsciente (PÊCHEUX, 
2010) 
 
 
8 
 
Do mesmo modo, o discurso poderá ser conceituado de maneiras 
diferentes, a depender do autor estudado. Veja os seguintes exemplos: 
 
 Para Foucault, o discurso é uma forma de poder, um poder do qual 
desejamos nos apoderar, e está sujeito a modos de legitimação e de 
interdição (FOUCAULT, 2004). 
 
 Para Pêcheux, o discurso é um efeito de sentido entre interlocutores, 
ou melhor, entre suas representações, determinadas pelo estado da 
luta de classes (PÊCHEUX, 2010). 
 
Já as condições de produção dizem respeito ao fato de que os discursos 
são sempre produzidos em certas condições específicas, e elas estão associadas 
às relações de força que se estabelecem entre esses discursos (PÊCHEUX, 2010). 
Usando o exemplo da fala de um deputado na Câmara, Pêcheux, de filiação 
marxista-althusseriana, remete essas condições a um estado determinado pela luta 
de classes – o que nos permite pensar no papel que a Ideologia exerce sobre a 
produção, interpretação e manutenção dos discursos. 
 
3 DISCURSO E IDEOLOGIA 
3.1 Ideologia: noções iniciais 
A Ideologia com que trabalhamos hoje na Análise do Discurso tem suas 
bases na teoria marxista, que pressupõe uma relação entre os modos de produção 
dos sujeitos e suas realidades histórica e social. Pensando a relação entre as ideias 
e representações das pessoas com as suas realidades, a ideologia seria a 
explicação para que as realidades das pessoas não fossem percebidas exatamente 
como são na verdade (MARX; ENGELS, 1986). 
 
9 
 
Chauí (2004) explica essa visão invertida da realidade a partir da divisão do 
trabalho entre manual e intelectual: essa divisão é responsável pela manutenção 
dos indivíduos nos lugares que ocupam socialmente. Assim, é trazida a noção de 
alienação: uma vez que as pessoas não se percebem como produtoras da 
sociedade, as configurações sociais são percebidas como prontas, estabilizadas, 
dadas de antemão – e não construídas. 
 
3.2 Algumas características da Ideologia 
Relendo Marx, Althusser apresenta três proposições sobre a Ideologia. São 
elas: 
 
 A Ideologia não tem história: isto é, a Ideologia é uma realidade não 
histórica devido à sua estrutura e ao seu funcionamento. É eterna, 
atemporal, e, por isso, sem uma história sua. 
 
 A Ideologia é uma “representação” da relação imaginária dos 
indivíduos com suas condições reais de existência: isto é, na 
ideologia, não são representadas as condições reais de existência, 
mas, sim, as relações das pessoas com suas condições reais de 
existência, de forma necessariamente imaginária. 
 
 A Ideologia interpela os indivíduos enquanto sujeitos: isto é, só existe 
ideologia quando existem sujeitos e só existem sujeitos porque existe 
ideologia. Dizer sujeito, então, é dizer sujeito ideológico, pois ele vive 
espontaneamente na ideologia. 
 
 
 
10 
 
3.2.1 Aparelhos Ideológicos de Estado: a manutenção da Ideologia 
As relações de classe de que fala Marx, não sendo dadas de antemão, 
precisam ser asseguradas de alguma forma. Althusser propõe a noção de 
Aparelhos Ideológicos de Estado (AIE) para explicar essa manutenção. 
Os AIE, nas palavras de Althusser, seriam “um certo número de realidades 
que se apresentam ao observador imediato sob a forma de instituições distintas e 
especializadas”. São oito os AIE enumerados por Althusser: AIE religiosos, familiar, 
jurídico, político, sindical, cultural, de informação e escolar. É pela inserção do 
sujeito nesses aparelhos reprodutores da ideologia dominante que é assegurada a 
manutenção dessa ideologia em seu status de dominância. 
 
3.3 Discurso e Ideologia 
Quando você pensa em discurso e ideologia, deve considerar que a 
Ideologia não é exterior ao discurso. Pelo contrário: é constitutiva da prática 
discursiva, é um elemento determinante do sentido que está no interior do discurso 
(LEANDRO FERREIRA, 2001). 
Aqui, vamos retomar o “efeito ideológico elementar” proposto por Althusser: 
a ilusão de que o sentido de um discurso já existe como tal, que seria interior à 
interpretação, é assegurada pela ideologia. Assim, é próprio da Análise do Discurso 
questionar o efeito de evidência. Agora, você vai entender como a Ideologia se 
relaciona com o discurso a partir desses pressupostos. 
Quando Pêcheux (2010) apresentou a primeira definição de discurso, ele 
estava contestando a teoria comunicacional, que falava em troca de informações 
entre locutores e receptores. Para contestá-la, ele apresenta este esquema: 
 
 
 
 
 
11 
 
Figura 01 - Esquema 
 
Fonte: Pêcheux (2010, p. 80). 
O que Pêcheux propôs é que essa sequência verbal emitida por A para B 
seja chamada de discurso. Mas essa proposta não é apenas uma substituição dos 
termos, mas também dos conceitos. Para Pêcheux, esse discurso é um efeito de 
sentidos entre lugares sociais determinados pela estrutura social. E esse efeito de 
sentidos não está isento da Ideologia, que vai garantir que algumas palavras tenham 
um sentido “evidente” a depender do lugar social de que se fala. 
Você pode pensar, por exemplo, na palavra “protesto”. Será que o sentido 
que ela mobiliza é o mesmo para todos os sujeitos que a utilizam? Será que ela tem 
o mesmo sentido para o policial que está contendo o protesto, para as pessoas que 
estão organizando o protesto, para o jornalistaque está noticiando o protesto? 
Você percebe como a Ideologia, do modo como foi proposta por Marx, na 
Análise do Discurso, vai repercutir na leitura do texto? Assim, quando você se 
depara com um texto, além de suas características sintáticas e enunciativas, você 
está frente a uma materialidade que veicula um discurso. Esse discurso, por sua 
vez, está determinado pela Ideologia, sem a qual não seria possível produzir 
sentido. 
Desse modo, você pode assumir que tudo que você lê, escreve, interpreta, 
pensa e enuncia está inserido numa formação ideológica. Essa formação 
ideológica, segundo Haroche, Pêcheux e Henry (2007, p. 26), é “um conjunto 
complexo de atitudes e de representações que não são nem ‘individuais’ e nem 
‘universais’, mas que se relacionam mais ou menos diretamente a posições de 
classes em conflito umas em relação às outras”. Isso quer dizer que o sujeito não é 
 
12 
 
autônomo nem original diante da Ideologia; por outro lado, a Ideologia não é uma 
entidade homogênea que se repete da mesma forma em todos os lugares. 
A principal dificuldade no estudo da Ideologia é que, ao contrário de 
algumas noções que podem ser observadas de fora, é impossível para o sujeito se 
situar externamente à Ideologia. Você pode pensar na Ideologia como um tracejado 
que cerceia as nossas ações no mundo: quando pensamos sobre Ideologia, já 
estamos interpelados por ela. Reconhecer a Ideologia não nos isenta de seus 
efeitos. 
 
4 GÊNEROS DO DISCURSO 
4.1 Enunciado e gêneros do discurso 
A noção de gêneros do discurso é fundada sobre a noção de enunciado. É 
por isso que você vai estudar de forma conjunta as duas noções, conforme 
propostas por Bakhtin. 
Para Bakhtin (2010), a comunicação se dá pelo emprego da língua em 
forma de enunciados. O autor afirma que o enunciado é a real unidade da 
comunicação discursiva. Esses enunciados, por sua vez, refletem condições 
específicas e finalidades de cada campo de atividade humana, principalmente por 
sua construção composicional. Com essas condições específicas e finalidades, 
“cada campo de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de 
enunciados, os quais denominamos gêneros do discurso” (BAKHTIN, 2010, p. 262, 
grifos do autor). Ou seja, são a função e as condições de comunicação discursiva 
que geram certos gêneros do discurso. 
Para o autor, são características dos gêneros do discurso a riqueza e 
diversidade infinitas e uma extrema heterogeneidade, razão pela qual é difícil definir 
a natureza geral do enunciado. Além disso, as mudanças nos gêneros do discurso 
estão ligadas às mudanças históricas, de tal forma que, para o autor, é possível 
 
13 
 
pensar a história da sociedade em paralelo à história da linguagem. Os gêneros do 
discurso são um reflexo das mudanças na vida social. 
 
4.1.1 Gêneros primários e secundários 
Bakhtin (2010, p. 263) destaca a diferença essencial entre os gêneros 
primários (simples) e os gêneros secundários (complexos): 
 
 Os gêneros primários se formam nas condições da comunicação 
discursiva imediata. 
 
 Os gêneros secundários, como um processo de formação histórica, 
surgem nas condições de um convívio cultural mais complexo, 
desenvolvido e organizado, predominantemente escrito. 
 
 Ambos os tipos de gêneros estabelecem entre si uma relação mútua, 
sendo comum os gêneros secundários se valerem dos primários (por 
exemplo, um texto literário – secundário – que apresenta um diálogo 
cotidiano – primário). 
 
 
4.1.2 Enunciado: importância e características 
Para Bakhtin, é através de enunciados concretos que a língua passa a 
integrar a vida: esses enunciados realizam a língua. O autor apresenta algumas 
características peculiares dos enunciados, a partir das quais é possível pensar os 
gêneros por eles constituídos: 
 
 
14 
 
 Todo enunciado é individual, e por isso pode refletir a individualidade 
do falante. No entanto, nem todo gênero permitirá que essa 
individualidade se marque da mesma forma. Bakhtin afirma que os 
gêneros dos discursos que menos propiciam o reflexo da 
individualidade são aqueles que requerem uma forma padronizada, 
como os documentos oficiais, por exemplo. 
 
 Todo enunciado é um elo na corrente complexamente organizada de 
outros enunciados. “É a posição ativa do falante nesse ou naquele 
campo do objeto e do sentido” (BAKHTIN, 2010, p. 289). São as 
ideias do sujeito do discurso, centradas no objeto e no sentido, que 
determinam a escolha dos meios linguísticos e dos gêneros do 
discurso. Na esfera de comunicação discursiva, os enunciados são 
plenos de ecos e ressonâncias de outros enunciados. Isso quer dizer 
que todo enunciado deve ser visto, dentro de certo campo, como uma 
resposta aos enunciados precedentes. Bakhtin salienta que se deve 
considerar essa “resposta” em sentido amplo: relacionada aos outros 
enunciados, ela pode rejeitá-los, completá-los, reproduzi-los… Não 
é possível separar o enunciado da cadeia discursiva da qual ele é 
um elo: é assim que o enunciado sofre determinações tanto interiores 
quanto exteriores. 
 
 Todo enunciado tem como traço constitutivo seu direcionamento: ele 
parte de um autor para um destinatário. Esse destinatário pode tanto 
ser um interlocutor direto, num diálogo, ou um outro indefinido, não 
concretizado. As modalidades e concepções do destinatário são 
determinadas pelo campo da atividade humana a que o enunciado 
se refere. Por exemplo, é possível imaginar destinatários diferentes 
para os campos do jornalismo, da publicidade, da literatura, da 
palestra religiosa, do artigo científico, do email pessoa. É o modo 
como o autor percebe e representa para si esses destinatários que 
 
15 
 
vai determinar tanto a composição quanto o estilo do enunciado. 
Bakhtin destaca que cada gênero do discurso tem a sua concepção 
típica de destinatário, que o determina como gênero. Espera-se 
sempre do destinatário uma ativa compreensão responsiva, ou seja, 
que ele não apenas compreenda, mas que responda ao enunciado 
com outros enunciados. 
 
4.2 Enunciados, orações e palavras 
Bakhtin estabelece uma analogia entre os gêneros do discurso e a língua 
materna: assim como o falante aprende, reconhece e utiliza a língua materna muito 
antes de entrar em contato com a teorização que existe a seu respeito (gramáticas, 
dicionários, ensino da língua no ambiente escolar), a relação do falante com os 
gêneros do discurso se dá da mesma forma. Isso quer dizer que, mesmo sem 
conhecer a existência da teoria dos gêneros do discurso, mesmo sem saber do que 
se trata esses gêneros, todo falante tem um repertório próprio de gêneros, que 
mobiliza a cada situação de comunicação. Cabe ao falante escolher qual gênero 
será utilizado, o que Bakhtin chama de vontade discursiva. 
Para o autor, aprender a falar significa aprender a construir enunciados, já 
que falamos por enunciados concretos, e não por orações ou palavras. Ao falante 
não são dadas apenas essas formas da língua, mas também suas formas de 
enunciado, ou seja, os gêneros do discurso. Estes, ainda que dotados de relativa 
estabilidade, são mais flexíveis do que as formas da língua. 
Afirmando que, em algumas teorias da linguística, as noções de oração e 
enunciado se confundem, Bakhtin apresenta distinções entre elas. A principal delas 
se relaciona com a característica de direcionamento do enunciado: as palavras e 
orações, ao contrário dos enunciados, são impessoais, não direcionadas a 
ninguém. São recursos linguísticos que podem abastecer o falante e só adquirem 
aspecto expressivo em enunciados concretos. Enquanto a oração é uma unidade 
de língua, o enunciado é uma unidade discursiva. É a alternância entre os sujeitos 
 
16 
 
do discurso (numa relação de compreensão responsiva) que converte a oração em 
um enunciado pleno. 
Para o autor, “só o contato da língua com a realidade, o qual se dá no 
enunciado, gera a centelhada expressão: esta não existe nem no sistema da língua 
nem na realidade objetiva existente fora de nós” (BAKHTIN, 2010, p. 292). Ou seja, 
também na teoria bakhtiniana, as palavras não têm um valor por si mesmas, mas o 
adquirem quando mobilizadas por um enunciado, e este está sempre ligado a um 
certo gênero do discurso. 
 
5 LINGUAGEM, DISCURSO, SUJEITO E SUBJETIVIDADE 
5.1 A subjetividade nos Estudos da Linguagem 
Para pensar a noção de sujeito na Análise do Discurso, você deve retornar 
a Saussure e Benveniste. 
Saussure, ao estabelecer a dicotomia língua/fala, deixou as realizações 
individuais no terreno da fala, não abordando o sujeito em sua teoria. 
Aqui vamos nos focar em Benveniste, que não está no escopo teórico da 
Análise do Discurso, mas que, ao propor a teoria da Enunciação, postulou que a 
língua apresentava em sua própria estrutura elementos que testemunhavam a 
subjetividade como constitutiva. Você pode pensar, então, a teoria da enunciação 
de Benveniste como o marco que instaurou a subjetividade nos Estudos da 
Linguagem e, por isso, é importante revisá-la antes de pensar no sujeito da Análise 
do Discurso. 
Para Benveniste, a linguagem não pode ser comparada a uma ferramenta 
que se utilize, visto que as ferramentas foram criadas pelo homem, e a linguagem, 
por sua vez, está na natureza do homem. O autor propõe que “é na linguagem e 
pela linguagem que o homem se constitui como sujeito” (BENVENISTE, 2005, p. 
286). Ao mesmo tempo, se a linguagem é condição para existência do sujeito, ela 
só é possível porque cada locutor, referindo-se a si mesmo como eu, apresenta-se 
 
17 
 
como sujeito do seu discurso. É por essas peculiaridades que Benveniste afirma 
que a condição do homem na linguagem é única, sem paralelo. 
 
5.2 Sujeito e Discurso 
O papel do sujeito, na Análise do Discurso, é bastante diferente do que na 
Enunciação. Você já viu que a Análise do Discurso é uma disciplina heterogênea. 
Assim, diferentes autores trabalharão com diferentes noções de sujeito e de 
discurso. O que você pode identificar de semelhança entre eles, desde já, é que o 
sujeito é mais uma noção que repercute no sentido dos enunciados e dos discursos 
– o que é característico da Análise do Discurso como um todo e dialoga com a 
remissão dos enunciados às suas condições de produção. 
Você vai conhecer aqui essas noções do modo como foram articuladas por 
Foucault e por Pêcheux. 
 
5.2.1 Sujeito e discurso para Foucault 
Para Fischer (2013), uma das dificuldades no estudo de Foucault é a de 
analisar noções separadamente, já que o próprio autor articulava conjuntamente 
diferentes campos de pensamento. Não é possível isolar, da concepção de discurso 
para Foucault, as concepções de sujeito e de relações de poder. É por isso que 
você vai estudar essas noções de modo articulado. 
Para Foucault, o discurso é controlado por minuciosas regras, e estas 
definem quem pode ter acesso a certos discursos ou pode entrar na ordem do 
discurso. O autor enxerga os discursos como práticas que formam os objetos de 
que falam enquanto falam (FISCHER, 2013). 
O que isso quer dizer? Que, na concepção de Foucault, não existe uma 
essência, uma verdade universal anterior à construção de um discurso sobre ela. O 
 
18 
 
discurso é visto como uma luta, uma batalha, e não como um reflexo ou expressão 
de algo. 
E como o sujeito se relaciona com ele? A constituição dos sujeitos se dá 
justamente nesses jogos constantes entre o desejo de “ter” a verdade e o poder de 
afirmá-la (FISCHER, 2013). 
Pense, por exemplo, no enunciado “É preciso escovar os dentes após cada 
refeição”. Você pode escutar isso de um dentista e dificilmente vai contestá-lo, 
afinal, a profissão dele confere ao seu discurso a legitimidade sobre alguns 
discursos, reproduzidos e aceitos como verdades. Mas e se esse mesmo enunciado 
vier de um paciente diagnosticado com Transtorno Obsessivo Compulsivo, que 
escova os dentes quinze vezes por dia? E se vier de um representante de uma 
marca de produtos para higiene bucal? 
É a isso que Foucault se refere quando afirma que o sujeito, em sua teoria, 
não é uma pessoa, mas uma posição que alguém assume diante de um certo 
discurso. E discurso, aqui, diz respeito ao conjunto de enunciados de determinado 
campo de saber (FISCHER, 2013). Falar de sujeito do discurso significa multiplicar 
o sujeito, pensá-lo em suas possibilidades. 
Fischer (2013, p. 133) apresenta as seguintes perguntas para complexificar 
o tema do sujeito numa concepção foucaultiana: 
“Quem fala neste texto? E de que lugar fala? De que autoridade se investe 
alguém para falar aqui e não em outro espaço? Quem pode falar sobre isto? Quais 
as regras segundo as quais a alguém é permitido afirmar isto ou aquilo, neste ou 
naquele lugar?” 
E como essas posições não são fixas, o sujeito não deve ser pensado como 
unidade, mas, sim, como dispersão. O sujeito não ocupará sempre a mesma 
posição frente ao mesmo discurso, e, para demonstrar isso, Fischer (2013) dá o 
exemplo da sala de aula. Em sala de aula, se assume que o professor ocupe o lugar 
de quem decide, de quem explica, de quem define, mas sua posição está sempre 
correndo o risco de ser desestabilizada pelo aluno, que pode contestá- -lo ou 
desacreditá-lo. 
 
 
19 
 
5.2.2 Sujeito e discurso para Pêcheux 
Pêcheux, de base marxista-althusseriana, pensa o sujeito a partir do “efeito 
ideológico elementar” (conforme proposto por ALTHUSSER, 1985), e sustenta que 
a constituição do sentido se une à constituição do sujeito. 
Como efeitos dessa interpelação ideológica, Pêcheux apresenta dois 
esquecimentos inerentes ao discurso: 
 
 O esquecimento número 1, relacionado ao inconsciente, que diz 
respeito ao fato de o sujeito não poder se situar fora de sua 
Formação Discursiva. 
 
 O esquecimento número 2, que diz respeito ao fato de o sujeito poder 
selecionar dentro de sua Formação Discursiva dizeres e enunciados 
que se encontram em relação parafrástica, optando por um em 
detrimento de outro, ainda que este outro também esteja dentro do 
terreno de dizeres autorizados por aquela Formação Discursiva. 
 
 
É também de Althusser que Pêcheux toma a noção de forma-sujeito: a 
forma-sujeito reúne os saberes centrais de determinada Formação Discursiva, e é 
por seu viés que o sujeito se identifica com aquela Formação. 
Essa identificação não se dá sempre do mesmo modo, e é para explicá-la 
que Pêcheux propõe as diferentes modalidades da tomada de posição do sujeito: 
 
 A identificação plena caracteriza o discurso do bom sujeito, que 
reduplica os saberes da Formação Discursiva sem questioná-los. 
 
 A contraidentificação caracteriza o discurso do mau sujeito, que 
contesta, duvida e se afasta dos saberes da Formação Discursiva 
com a qual está identificado. 
 
20 
 
 
 A desidentificação acontece quando o sujeito se desloca de uma 
Formação Discursiva a outra, deixando de se identificar com os 
saberes da antiga para se identificar com os da nova. 
 
 
Nessa perspectiva, o sujeito está sempre inscrito em alguma Formação 
Discursiva: ou seja, deixar de se identificar com uma implica necessariamente se 
identificar com outra. 
 
6 PRÁTICAS DE ANÁLISE DE DISCURSO 
6.1 A vertente foucaultiana 
Para Foucault, o discurso é um bem, com regras de aparição e apropriação, 
e sua própria existência já coloca a questão do poder. Com base nisso, Ferreira e 
Traversini (2013, p. 209) afirmam que “os discursos que circulam ou são interditados 
encontram no poder a sua condição de existir”. Desse modo, uma análise de 
discurso elaborada dentro da vertente foucaultiana deve focar nas relações de 
poder que se constroem, se reproduzem e se mantêm pelo discurso. Para tanto, as 
sínteses discursivas devem ser trazidas para o centro da discussão, mostrando que 
são resultado de uma complexa trama que permite que elas surjam de certa forma 
em certo momento (FERREIRA;TRAVERSINI, 2013). 
No livro A arqueologia do saber, Foucault propõe uma espécie de 
arqueologia para tratar dos discursos. Para o autor, é papel da história transformar 
documentos em monumentos. Sobre isso, Giacomoni e Vargas (2010, p. 122) 
explicam que “sendo o ser humano um ser discursivo, criado ele mesmo pela 
linguagem, a Arqueologia é o método para desvendar como o homem constrói sua 
própria existência” 
 
21 
 
Isso tem a ver com a noção de discurso proposta por Foucault. Para o autor, 
os objetos seriam construídos sistematicamente pelos discursos que se fazem a 
respeito deles. É por isso que os discursos são tomados como monumentos, 
construídos pela história. A leitura arqueológica desses elementos consiste na 
delimitação das regras de formação dos objetos, das modalidades enunciativas, dos 
conceitos, dos termos e das teorias. O objetivo dessa delimitação é estabelecer o 
tipo de positividade que caracteriza esses elementos (FERREIRA; TRAVERSINI, 
2013). 
Nesse sentido, a análise de discurso pela vertente foucaultiana poderia ser 
resumida como uma análise de como o poder se exerce nos discursos e pelos 
discursos, através de uma mecânica que controla a produção desses discursos, que 
restringe sua circulação e que institui as disciplinas que os veiculam (PERUCCHI, 
2008). Deve buscar as regularidades que existem por trás da dispersão dos 
elementos, identificando nessas regularidades o resultado do processo da formação 
discursiva (GIACOMONI; VARGAS, 2010). 
 
6.2 A vertente pecheutiana 
Desenvolvida por Michel Pêcheux no final da década de 1960, na França, 
a análise de discurso de vertente pecheutiana, segundo Santos (2013), atualmente 
pode ser situada na articulação entre: 
 
 O materialismo histórico: entendido pela teoria das formações e 
transformações sociais, compreendendo aí a teoria das ideologias 
 
 A linguística: entendida como teoria que estuda a sintaxe e os 
processos de enunciação. 
 
 A teoria do discurso: entendida como teoria que investiga os 
processos semânticos relacionados à determinação histórica. 
 
22 
 
 
Desse modo, a análise elaborada dentro dessa vertente deve ultrapassar a 
superfície linguística e remeter os enunciados às suas condições de produção. Uma 
noção importante para a análise é a de formação discursiva. Ela explica como as 
palavras e expressões, que não têm um sentido em si, a priori, criam sentido e 
podem significar diferentemente, a depender da formação discursiva na qual o 
sujeito está inscrito. Considerando um sujeito interpelado pela ideologia, as noções 
de intenção e de controle do sentido são refutadas, pois não cabe ao sujeito 
escolher o que vai dizer – seu dizer já é determinado pela sua inscrição numa 
formação discursiva. Além disso, a vertente pecheutiana de análise do discurso 
também convoca saberes do campo da psicanálise, trazendo o papel do 
inconsciente para a constituição do sujeito, o que reforça a inexistência de um 
controle consciente e voluntário do discurso. 
 
Quanto a essas redes de paráfrases ou polissemias, Orlandi (1996) 
apresenta a classificação de pelo menos três modelos de discurso: 
 
 Autoritário: procurando impor apenas um sentido; nele a polissemia 
é contida 
 
 Polêmico: usando argumentos, estabelece um equilíbrio tenso entre 
o sentido único e a possibilidade de sentidos diferentes; nele a 
polissemia é controlada. 
 Lúdico: tendendo para a multiplicidade de sentidos; nele a polissemia 
é aberta. 
 
 
É assim que a análise produzida nessa vertente procura situar o enunciado 
em suas relações parafrásticas e/ou polissêmicas, identificando o funcionamento da 
memória discursiva e inscrevendo o enunciado nesta ou naquela formação 
discursiva – que não são preestabelecidas, mas delineadas pelo analista a partir da 
 
23 
 
análise do corpus. Ela não procura o sentido real por trás do texto nem um projeto 
de verdade, mas, sim, elucidar como certos sentidos foram estruturados na relação 
entre ideologia, linguística e inconsciente. 
 
6.3 A Análise Crítica por Fairclough 
A Análise Crítica do Discurso figura como um modo de, através da semiose, 
analisar problemas sociais e propor uma solução para eles. Por esse motivo, apesar 
de a linguagem exercer um papel fundamental na análise, essa vertente é 
majoritariamente mobilizada por estudos desenvolvidos nas áreas de Comunicação 
e Ciências Sociais 
Rodrigues-Júnior (2009, p. 100-101) apresenta a seguinte fundamentação 
epistemológica para a Análise Crítica: 
 
(i) a linguagem é um tipo de prática social; 
(ii) os textos resultam de práticas sociais de seus produtores; 
(iii) os textos traduzem a desigualdade social em que se situam seus 
produtores; 
(iv) os significados textuais expressam-se por meio das interações entre 
produtores dos textos e seus leitores/ouvintes; 
(v) os traços linguísticos não são um conjunto arbitrário de formas e 
significados; 
(vi) esses mesmos traços linguísticos apresentam discursos 
ideologicamente camuflados; 
(vii) os usuários da língua adotam posicionamentos particulares frente ao 
discurso que produzem; 
(viii) por fim, a ideologia e as relações de poder, mormente presentes no 
discurso, tornam-se visíveis por meio de análise textual precisa e acurada. 
 
A análise mobilizada nessa vertente conta com a instrução de Fairclough 
para fases preestabelecidas bastante claras: começa pela ênfase num problema 
social com aspecto semiótico e avança para a identificação dos obstáculos para 
resolver esse problema. Essa identificação se dá pela análise da rede de práticas 
na qual ele se insere, das relações de semiose com outros elementos dentro dessas 
práticas e do discurso, entendido como a semiose em si. Finalmente, considera-se 
 
24 
 
se a rede de práticas constitui um problema, identifica-se possíveis maneiras para 
superar os obstáculos e se reflete criticamente sobre a análise. 
Também na Análise Crítica do Discurso a ideologia é uma questão 
relevante, principalmente quando pensada em relação às hegemonias presentes na 
prática social (OLIVEIRA; CARVALHO, 2013). A ideologia, na perspectiva de 
Fairclough, aparece como plural, como significações/construções da sociedade que 
contribuem para a produção, a reprodução ou a transformação das relações de 
dominação (FAIRCLOUGH, 2008 apud OLIVEIRA; CARVALHO, 2013). 
Considerando as ideologias imbricadas com as práticas discursivas, é levantada a 
questão do perigo da naturalização do discurso: ela levaria as pessoas a 
reproduzirem ideologias que são nocivas para elas mesmas ou para outras 
pessoas. Uma vez naturalizado, o discurso atinge o status de senso comum, o que 
estabiliza os sentidos e cerceia os questionamentos. 
 
6.4 Uma breve comparação 
Sobre as noções teóricas e as práticas mobilizadas pelas teorias aqui 
apresentadas, é possível apontar as seguintes semelhanças e diferenças. 
 
 Formação discursiva: a noção está presente com diferentes 
definições nas vertentes pecheutiana e foucaultiana, mas ausente na 
Análise Crítica do Discurso. 
 
 Procedimentos de análise: seguem um padrão esquematizado por 
estágios na Análise Crítica do Discurso, mas nas vertentes 
foucaultiana e pecheutiana são definidos pelo analista conforme os 
objetivos da análise e o corpus trabalhado. 
 
 O discurso: na vertente foucaultiana, figura como um modo de poder; 
na pecheutiana, como um efeito de sentidos; na Análise Crítica do 
 
25 
 
Discurso, é constituído pelas práticas sociais ao mesmo tempo que 
as constitui. 
 
 
7 OS MODOS DE ANÁLISE DISCURSIVA 
7.1 A análise pela vertente pecheutiana 
O exemplo de análise dentro da vertente pecheutiana que você vai ver foi 
desenvolvido por Indursky (1995), no artigo A construção metafórica do povo 
brasileiro. Ao analisar o item lexical povo no funcionamento do discurso presidencial 
da República Militar Brasileira (1964-1984), a autora mobiliza principalmente asnoções de efeito de sentido, efeito metafórico e transparência de sentido. No recorte 
apresentado aqui, você vai ver como o efeito de sentido de povo pode variar nas 
diferentes sequências discursivas. 
“As análises mostraram-me que em lugar de um sentido único e estável, 
havia cinco diferentes efeitos de sentido – que chamo de níveis referenciais – dos 
quais decorre a referência de povo nesse discurso.” (INDURSKY, 1995, p. 147). A 
autora designa esses diferentes níveis referenciais como POVO1, POVO2, POVO3 
e POVO4, conforme o seguinte quadro: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
Quadro 01 – NÍVEIS DE REFERENCIAS 
 
Fonte: SAGAH (2020). 
 
A análise apresentada por Indursky (1995) é significativa porque demonstra 
um dos principais pressupostos da vertente pecheutiana de análise do discurso: as 
palavras não têm um sentido em si mesmas, mas dependem das posições 
assumidas pelos sujeitos dentro de dada formação discursiva. Assim, a análise 
identificou como uma mesma palavra, povo, pode significar diferentemente em 
diferentes espaços de enunciação. 
 
7.2 A análise pela vertente foucaultiana 
O exemplo de análise dentro da vertente foucaultiana que você vai ver foi 
desenvolvido por Mauricio dos Santos Ferreira e Clarice Salete Traversini no artigo 
A Análise Foucaultiana do Discurso como Ferramenta Metodológica de Pesquisa. 
Ao analisar um dos cadernos de empregos de um jornal, os autores mobilizam 
 
27 
 
principalmente a noção de procedimentos de subjetivação e interdição discursiva, 
considerando como os objetos são construídos pelo próprio discurso. 
 
Figura 02 – Objetos e análise 
 
 
Fonte: SAGAH (2020). 
 
28 
 
 
Os autores salientam da análise a pertinência de estratégias midiáticas e 
digitais como maquinarias de subjetivação, encontrando na análise desses objetos 
indícios da construção de um perfil profissional, na ordem discursiva 
contemporânea, baseado na flexibilidade. A análise é demonstrativa da perspectiva 
foucaultiana de discurso enquanto construtor dos objetos de que fala e ferramenta 
de poder a que nem todos têm acesso. 
 
7.3 A análise pela vertente crítica de Fairclough 
A análise que você vai ver como exemplo de análise crítica foi apresentada 
pelo próprio Fairclough (2012), no artigo Análise crítica do discurso como método 
em pesquisa social científica. Abordando a temática das representações de 
mudança na economia global, o autor propõe uma análise que obedeça às etapas 
preestabelecidas da Análise Crítica do Discurso. O material selecionado para 
análise é o texto Prefácio, escrito pelo primeiro-ministro britânico Tony Blair, em 
1998, para o Ministério do Comércio e Indústria, sobre competitividade do 
Departamento de Indústria e Comércio. 
A análise apresentada por Fairclough é representativa do tipo de análise 
feita por essa vertente porque se refere frequentemente aos problemas sociais, 
valendo-se de outros textos, além daquele que está em análise, e mobilizando 
conhecimentos da ordem social que não necessariamente estejam expressos nos 
textos analisados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
Quadro 02 – Etapas e Análise 
 
 
30 
 
 
Fonte: SAGAH (2020). 
8 NA TEORIA DE CHARAUDEAU, A NOÇÃO DE MODOS DE ORGANIZAÇÃO 
DO DISCURSO 
8.1 Modos de organização do discurso: a noção 
Na teoria de Charaudeau, a noção de modos de organização do discurso é 
apresentada como um componente do dispositivo de linguagem. Para Charaudeau 
(1992 apud CHARAUDEAU; MAINGUENEAU, 2012), o modo de organização do 
 
31 
 
discurso seria “o conjunto dos procedimentos de colocação em cena do ato de 
comunicação, que correspondem a algumas finalidades (descrever, narrar, 
argumentar…)”. 
Assim, o estudo dos modos de organização dos discursos deve distinguir 
as operações linguageiras postas em funcionamento em cada um dos níveis de 
competência: 
 
 Nível situacional: também chamado de comunicacional, está ligado 
ao reconhecimento das coerções psicossociodiscursivas da situação 
de comunicação; é onde se encontram os dados externos que 
desempenham o papel de coerções, considerando a identidade dos 
parceiros e os lugares que ocupam na troca, a finalidade que os une 
e as circunstâncias materiais em que a troca se realiza. 
 
 Nível discursivo: mais diretamente ligado aos modos de 
organização do discurso, é onde se instauram as diferentes maneiras 
de dizer do sujeito, que nesse nível pode utilizar diferentes 
procedimentos de encenação discursiva. 
 
 Nível discursivo: mais diretamente ligado aos modos de 
organização do discurso, é onde se instauram as diferentes maneiras 
de dizer do sujeito, que nesse nível pode utilizar diferentes 
procedimentos de encenação discursiva. 
8.1.1 Ato de linguagem e situação de comunicação 
Como os princípios e modos de organização do discurso são agrupados por 
meio das finalidades discursivas do ato de comunicação, você vai conhecer os 
elementos envolvidos nesse processo, a partir do seguinte esquema proposto por 
Charaudeau: 
 
 
32 
 
Figura 03 - O Ato de Linguagem e seus Sujeitos (reprodução). 
 
Fonte: Charaudeau, 2008 apud Ramos, 2008 
Neste esquema, destaca-se o envolvimento tanto do espaço externo quanto 
do espaço interno no circuito de produção e interpretação. Para Charaudeau, todo 
ato de linguagem entre dois interlocutores tem um desdobramento pelo efeito do 
discurso, resultando numa rede imaginária com quatro protagonistas: dois externos 
e reais e dois internos e imaginários (RAMOS, 2008): 
 
 Circuito externo, sujeitos ativos 
EUc: comunicante, produz a fala. 
TUi: interpretante, fora do ato de enunciação de EUc. 
 
 Circuito interno 
TUd: sujeito fabricado pelo EU comunicante (EUc), é visto como um 
destinatário ideal, adequado ao seu ato de enunciação; concretizado 
pelo TUi, que nem sempre corresponde à idealização. 
EUe: imagem do enunciador criada pelo sujeito produtor da fala, 
subentendido na sua intencionalidade como produtor. 
 
 
 
33 
 
Desse modo, você pode pensar que, para Charaudeau, o ato de linguagem 
inclui como protagonistas sempre protagonistas reais e imaginários, a partir dos 
quais o autor compreende a situação de comunicação. 
 
8.2 Os modos de organização do discurso 
Charaudeau apresenta a organização do discurso dividida em quatro 
modos distintos: 
 
8.2.1 Enunciativo 
Para Charaudeau, este modo é essencial e comanda os demais, pois sua 
vocação é a de “dar conta da posição do locutor com relação ao interlocutor, a si 
mesmo e aos outros – o que resulta na construção de um aparelho enunciativo” 
(CHARAUDEAU, 2008, p. 74 apud RAMOS, 2008). Este modo repercute em cada 
um dos outros três modos de organização. Seus princípios de organização são as 
posições em relação ao interlocutor, ao mundo e aos outros discursos (TESSARO, 
2016). 
O modo enunciativo estabelece a posição e o papel do interlocutor no ato 
de linguagem, e apresenta três funções que geram três tipos de comportamentos 
(TESSARO, 2016): 
 
 Comportamento alocutivo: organiza o discurso em função do outro, 
buscando influenciá-lo e convencê-lo. 
 
 Comportamento elocutivo: apresenta uma posição, uma reflexão, 
uma constatação, um ponto de vista, mas sem que isso envolva o 
locutor. 
 
 
34 
 
 Comportamento delocutivo: apaga o locutor e caracteriza-se por 
ser impessoal. 
 
 
8.2.2 Descritivo 
Para Charaudeau, este modo criaria uma imagem atemporal do mundo. 
Caracteriza-se por três formas de construção (TESSARO, 2016): 
 
 Nomear: através de procedimentos de identificação, dá existência a 
um sujeito. 
 
 Localizar-situar: através de procedimentos de construção objetiva do 
mundo, localiza o sujeito no tempo e no espaço que ocupa. 
 
 Qualificar: através de construções objetivas e subjetivas, identifica as 
características constitutivas do sujeito. 
 
8.2.3 Narrativo 
Este modo costuma englobar uma sucessão de situações ligadas demaneira coerente, e é caracterizado por uma dupla articulação (TESSARO, 2016): 
 Organização da lógica narrativa: sucessão de ações segundo uma 
lógica que constrói a trama da história, composta pelos actantes, 
pelos processos e pelas sequências. 
 
 Organização da encenação narrativa: construção do universo a 
ser narrado. 
 
 
35 
 
 
8.2.4 Argumentativo 
Organizado de modo triangular e buscando possíveis verdades através da 
razão, engloba um sujeito argumentante, uma proposta sobre o mundo e um sujeito-
alvo (TESSARO, 2016). A lógica argumentativa é encenada por modos de 
raciocínio, que se dividem em dedução, explicação, associação, escolha alternativa 
e concessão restritiva (Idem). Ela é composta por: 
 
 Asserção de partida: é onde os seres passam a existir, com a 
atribuição de propriedades e descrição de ações. 
 
 Asserção de chegada: estabelece uma relação de causalidade com 
a asserção de partida. 
 
 Asserção de passagem: justificando a relação entre a asserção de 
partida e a asserção de chegada, consiste na inferência, no 
argumento, e pode ser: 
 possível: não é a única conclusão da asserção de partida. 
 obrigatória: é obrigatoriamente a conclusão da asserção de partida. 
 
Além disso, as asserções se relacionam dentro de um escopo de verdade, 
que engloba a generalização (quando uma asserção se aplica a todos os casos), a 
particularização (quando ela se aplica a um caso específico) e a hipótese (quando 
pode se aplicar a um caso suposto) (TESSARO, 2016). 
 
 
 
 
 
 
36 
 
8.3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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ideológicos de Estado (AIE). 2. ed. Tradução de Walter José Evangelista e Maria 
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verbal. 5. ed. Tradução de Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2010. p. 261-
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Novak e Maria Luisa Neri. 5. Ed. Campinas: Pontes Editores, 2005. 
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Contexto, 2008 
CHARAUDEAU, P.; MAINGUENEAU, D. Dicionário de análise do discurso. 3. ed. 
São Paulo: Contexto, 2012. 
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Tradução de Iran Ferreira de Melo. Linha d’Água, n. 25, v. 2, p. 307-329, 2012. 
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perspectivas teóricas. São Paulo: Parábola, 2013. v. 1, p. 123-151. 
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Neves. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. 
 
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Tradução de Eni Puccinelli Orlandi, Lourenço Chacon Jurado Filho, Manoel Luiz 
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