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ESTRESSE OXIDATIVO: UM MODULADOR CHAVE EM DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS Universidade Federal de Alagoas Faculdade de Medicina – FAMED Bases Morfofisiológicas III - Bioquímica Introdução O estresse oxidativo (EO) é provocado pelo desequilíbrio entre oxidantes e antioxidantes, e é um elemento regulador para o envelhecimento e vários outros distúrbios neurológicos. Quando na presença de oxidantes em excesso, é notada uma redução de antioxidantes que, consequentemente, provoca um desequilíbrio na oxirredução do organismo. A partir da diminuição do sistema antioxidante é formado o estresse oxidativo, que apresenta níveis elevados de espécies reativas como oxigênio, radical livre hidroxila, e alguns outros. O oxigênio é uma molécula essencial para a manutenção da vida. Envolvido em diversas atividades celulares como a transdução de sinal, transcrição gênica e outras, também possui efeito deletério em biomoléculas na forma de radicais livres e espécies reativas de oxigênio (EROs). Seu efeito adverso surge através da redução metabólica univalente, que sintetiza EROs. O oxigênio está presente na composição química de vários radicais livres, e para que não esteja em excesso e provoque efeitos deletérios, é necessário que seu uso e absorção estejam em equilíbrio, o que é fiscalizado pelas mitocôndrias. Os radicais livres têm várias fontes, o metabolismo de fosfolipídios, vias proteolíticas, e o metabolismo redox nas mitocôndrias, que são responsáveis por fornecer ATP para a célula através da fosforilação oxidativa. Nessa via várias reações redox são catalisadas por várias enzimas e, quando essas reações são ineficientes, são formadas espécies reativas de oxigênio (EROs), que promovem a disfunção mitocondrial. É fundamental que as EROs estejam em concentração baixa para ocorrer a sinalização celular normal, e quando em altas concentrações e exposição prolongada provocam danos a macromoléculas celulares (DNA, proteínas e lipídios etc.) levando à apoptose celular. O sistema de defesa do corpo, como um antioxidante, também busca regular a quantidade e o efeito das espécies reativas de oxigênio no organismo, nesse intuito são produzidos vários antioxidantes, como glutationa, taurina, creatina, zinco, vitaminas A C e E. Esse efeito é fortalecido pelas enzimas antioxidantes, como superóxido, dismutase, catalase, glutationa perioxidase, e outras. Outra espécie importante é o óxido nítrico (NO), essencial para a regulação do relaxamento e proliferação das células musculares lisas vasculares, agregação plaquetária, adesão leucocitária, angiogênese, trombose, entre outras. Em sua forma livre, o monóxido nítrico se torna prejudicial para as biomoléculas. Para que o sistema nervoso central (SNC) consiga realizar bem seu papel é indispensável que sua composição química esteja em homeostase. Devido ao grande consumo de oxigênio pelo cérebro e por ser altamente rico em conteúdo lipídico, ele é um órgão que está propenso a sofrer estresse oxidativo, pois quando há um alto consumo de O2 acontece uma produção excessiva de EROs. Também, como as membranas neuronais são ricas em ácidos graxos poli-insaturados, são altamente suscetíveis a EROs. Uma alteração bioquímica na composição neuronal (provocada pelo estresse oxidativo) pode levar a condições patológicas de várias doenças neurodegenerativas como as doenças de Parkinson (DP), Alzheimer (DA), Huntington (DH), Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), e outras. Isso pode acontecer devido às alterações nos componentes biomoleculares. Assim, para combater as EROs e evitar essas patologias, a partir de estudos, foram desenvolvidos neuroprotetores que buscam proteger as células neuronais. Docente: Professora Doutora Ana Maria Queijeiro Lopez Discente: Guilherme Agusto Barcelos - Turma 86 A SENSOR E BIOMARCADORES DO ESTRESSE OXIDATIVO Em situações de estresse oxidativo, algumas estruturas celulares e biomoléculas estão mais propensas a sofrer alterações morfofuncionais sob ação das EROs, e isso é usado como um marcador do EO. Como na doença de Parkinson, com um elevado número de DNA e RNA que sofreram alterações por dano oxidativo, em especial em suas bases de guanina que são mais sensíveis às EROs. Já na doença de Alzheimer é notado a carbonização e nitração de proteínas. Dentre os biomarcadores do EO, os lipídios são os principais devido ao seu importante papel na composição de membranas plasmáticas e função neuronal. O que é visto nos neurônios, onde as membranas têm alta concentração de ácidos graxos poli-insaturados que, na ação de radicais livres, pode sofrer peroxidação lipídica, o que diminui a fluidez da membrana aumentando o extravasamento de substâncias. Isso também permite que os radicais entrem na célula com mais facilidade. Doença neurodegenerativa FIGURA 1: Participação das EROs no desenvolvimento de doenças neurodegenerativas. O aumento intracelular de EROs pode resultar na oxidação de proteínas, alterações em vias de sinalização, danos ao DNA, alterações epigenéticas e mudanças na expressão gênica, fatores que podem contribuir com o desenvolvimento de d. neurodegenerativas. MITOCÔNDRIA E ESTRESSE OXIDATIVO Na mitocôndria, quando há uma disfunção e/ou aumento da concentração de enzimas envolvidas em reações redox, está associada a um aumento na produção de EROs, uma vez que essa organela é responsável por mediar as principais reações energéticas das células, que também formam as EROs. A mitocôndria também é importante para a produção de moléculas que remediam o estresse oxidativo e na morte celular programada. Quando, na mitocôndria, acontece um aumento da produção de EROs, há uma ação deletéria na própria organela, o que provoca uma disfunção e processos que levam a um estado patológico. Isso se deve, principalmente, à atividade dos radicais livres nas biomoléculas, prejudicando sua atuação na função bioenergética da mitocôndria. Como exemplo há a cardiolipina, constituinte da membrana interna da mitocôndria e que tem papel importante na cadeia transportadora de elétrons, assim, ela está propensa à ação das EROs e quando sofre alteração provoca disfunção na cadeia, pela obstrução da função bioenergética, além de estar envolvida na liberação das proteínas apoptóticas. As EROs também podem desregular a expressão gênica, afetando o DNA mitocondrial. Quando em altas concentrações de substratos oxidáveis, como catecolaminas, e alta demanda energética há a diminuição das enzimas antioxidantes, o que está relacionado a uma maior vulnerabilidade do cérebro ao dano oxidativo. Como exemplo, o catabolismo da dopamina no cérebro foi associado a uma produção de espécies oxidativas que provocam acúmulo de mutações no DNA mitocondrial, como consequência do dano oxidativo que está associado ao envelhecimento. PAPEL DOS PRÓ-OXIDANTES NO ESTRESSE OXIDATIVO Vários pró-oxidantes, além de outras fontes exógenas e endógenas, tem papel importante para o estresse oxidativo. A partir de relatórios foi constatado que frutas e vegetais são ricos em polifenóis, assim, funcionam como eficazes antioxidantes. A partir dessa compreensão há uma maior inclusão desses ingredientes na dieta diária. Apesar desse consumo ainda ocorrem problemas crônicos de saúde e doenças neurodegenerativas, o que indica que além destes antioxidantes ainda há outros fatores que estão relacionados ao EO, e eles são identificados como pró-oxidantes. Então, pró-oxidantes fazem a absorção de qualquer espécie endobiótica ou xenobiótica, o que leva ao estresse oxidativo pela produção de EROs e espécies reativas de nitrogênio (ERNs) ou inibição do sistema antioxidante nas células ou tecidos. Esses pró-oxidantes podem ser tanto endógenos como exógenos, e podem ser classificados em subcategorias, por exemplo: Endógenos: ansiedade, fluxo de íons, clima, ambiente etc. Exógenos: patógenos, drogas, tóxicos, ingredientes alimentaresetc. Quando na presença de metais de transição, alguns flavonóides agem como pró-oxidantes. A estrutura desses metabólitos secundários contribui tanto para propriedades antioxidantes como para as pró-oxidantes iniciadas pelo cobre. Neles, a propriedade antioxidante é desencadeada pela substituição de -OH, já a flavona e flavanona não passam pela substituição de -OH. A partir da variação no ensaio de degradação de desoxirribose, as propriedades antioxidantes e pró-oxidantes do flavonóide miricetina também foi estudada por Chobot. Flavonóides e polifenóis são reconhecidos por suas propriedades de eliminação dietética para pró-oxidantes, e favorecem a proteção a doenças que são induzidas por oxidações pela neutralização de reações prejudiciais de radicais PAPEL DOS METAIS PESADOS NO ESTRESSE OXIDATIVO livres, que atuam diminuindo metais reativos que produzem EROs/ERNs. O ácido ascórbico também pode apresentar comportamento antioxidante e pró-oxidante, dependendo da dose. Devido à sua auto-oxidação ele pode ter efeito tóxico, influenciando a expressão gênica. Pró -oxidantes tem grande influência para o estresse oxidativo e doenças, assim é importante seu conhecimento para evitar o EO e neurodegeneração. Os metais pesados têm efeitos nocivos sobre vários sistemas do corpo humano e no EO. A partir de várias atividades acontece a bioacumulação de íons metálicos, os metais pesados quando estão associados a outros xenobióticos, como pesticidas, tem efeito de deterioração na hematologia e sistema imunológico. Segundo estudos, a exposição a altos níveis de metais pesados como chumbo (Pb) e mercúrio (Hg) e a deficiência de metais essenciais como selênio (Se) e zinco (Zn), provocam estresse oxidativo. Isso causa uma anormalidade no estado redox da célula, causando efeito deletério em biomoléculas, órgãos vitais e SNC. Relatórios mostram que o Hg não é importante a nenhum processo biológico, mas quando encontrado em excesso provoca efeitos nocivos ao organismo e, se induz ao EO, causa danos à membrana e oxidação de biomoléculas, provocando também a síntese de H2O2, peroxidação lipídica na membrana mitocondrial e oxidação de proteínas, além de ser neurotóxico e causar efeito deletério no cérebro quando há exposição prolongada, resultando em timidez, tremores, mudanças na visão e audição e problemas de memória. O chumbo, devido à indução de EO, é tóxico para seres humanos e o dano surge de acordo com a condição de saúde e exposição ao metal. CONCEITO DE FERROPTOSE E SUAS IMPLICAÇÕES PARA NEURODEGENERAÇÃO A atividade de enzimas antioxidantes é reduzida devido à sua alta afinidade com o grupo -SH (presente em aminoácidos) e cofatores metálicos. O Pb pode levar à falência de órgãos vitais quando há aumento do estresse oxidativo e disfunção mitocondrial. O arsênio (As) é um metaloide considerado tóxico a organismos vivos, já que, quando há exposição prolongada, provoca carcinogênese, citotoxicidade e genotoxicidade em seres humanos. Também provoca modificações de GSH em GSSG pela produção de H2O2, isso porque é propenso a se ligar a -SH da glutationa. Está envolvido na inibição da absorção de glicose pelas células, o que causa gliconeogênese, oxidação de ácidos graxos e disfunção mitocondrial devido a seu efeito nocivo no ciclo de Krebs. Então, fica claro que metais pesados estão envolvidos, direta ou indiretamente, à produção de EROs/ERNs e podem levar ao estresse oxidativo. Assim, o EO acaba deteriorando as mitocôndrias e biomoléculas, causando proliferação celular, diferenciação celular e apoptose. O estresse oxidativo já é bem associado à disfunção neuronal e doenças neurodegenerativas. Então, surgiram características que se relacionam à apoptose celular com a presença de ferro (Fe), induzida pelo EO e dano celular neuronal, que foi identificada como Ferroptose. Neitmeier, a partir do mecanismo bioquímico, mostrou que o BID (agonista de morte do domínio de interação BH3) tem relação direta à disfunção mitocondrial mediada pelo EO na Ferroptose. Esse processo de ferroptose contempla, a partir de reações enzimáticas mediando Fe, a produção de EROs solúveis e lipídicas. Recentemente isso foi demonstrado em células PC12, e o estudo pode ser estendido com a finalidade de resolver e desenvolver formas para proteger o corpo da degeneração neuronal. O conceito de ferroptose e sua influência para o EO tem sido estudado por vários grupos. PAPEL DA SINALIZAÇÃO DE ESTRESSE OXIDATIVO NA SENESCÊNCIA X APOPTOSE Com o envelhecimento e senescência celular vários processos biológicos sofrem degeneração, assim, associado à várias doenças neurodegenerativas causadas com o passar dos anos, incluindo DA, DP, HD e ELA. Junto à apoptose, envelhecimento e as EROs, há aumento em grande escala do número de células senescentes nos tecidos devido à senescência celular. As biomoléculas ajudam na identificação de senescência e apoptose celular provocadas por EO, sendo usadas como biomarcadores. Quando há um nível elevado de EROs, e os níveis de antioxidantes abaixam, pode acometer várias doenças e patologias, que estão relacionadas à idade, como câncer, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas. Quando exposto a essa condição, a homeostase celular é perturbada, comprometendo as biomoléculas. Vários tipos de células podem apresentar senescência. O e estresse oxidativo e as EROs provocam encurtamento e disfunção que levam à senescência celular. Devido ao efeito deletério das EROs nas células neuronais, elas podem ter efeitos nocivos ao cérebro. A sinalização que é mediada por elas é utilizada como marcador eficaz da apoptose celular. Com o acúmulo do efeito das enzimas e da senescência celular é provocado o envelhecimento acometido por várias doenças neurodegenerativas.De acordo com a literatura, há indícios que mostram a influência das EROs para o início do desenvolvimento de várias patologias. ESTRESSE OXIDATIVO: MODULADOR DE DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS Substâncias de caráter antioxidante neutralizam o efeito do EO, reduzindo o desenvolvimentos de doenças provocadas por ele. Esses antioxidantes tem boa eficácia para a prevenção e tratamento de doenças sem provocar efeitos colaterais. O oxigênio é uma molécula que tem importante papel para a sobrevivência dos organismos vivos. A partir do oxigênio molecular são derivados vários radicais livres e moléculas que são abrigadas no estresse oxidativo. As mitocôndrias fazem um controle homeostático na célula para verificar, em condições normais, o nível de EROs mesmo que elas sejam uma organela centro de oxigênio e EROs. Quando há um efeito maligno decorrente de apoptose, necrose ou disfunção das células neuronais é caracterizada uma doença neurodegenerativa. O cérebro, por ser a parte mais ativa do corpo, consumindo 20% a mais de oxigênio que o restante do corpo, está mais propenso a sofrer estresse oxidativo. Este órgão é rico em metais redox ativos (cobre e ferro) importantes para a produção de EROs. As membranas das células cerebrais são ricas em PUFA, por isso estão mais propensas a sofrer peroxidação lipídica. O antioxidante glutationa (GSH), mesmo em concentração ideal, tem função importante em células cerebrais para promover a desintoxicação de espécies de EROs. Quando em níveis reduzidos, devido ao nível elevado de EROs, podem ser desenvolvidas doenças neurodegenerativas. DOENÇA DE ALZHEIMER (DA) Com a perda progressiva e deterioração cognitiva e comportamental, é caraterizado um quadro de DA, que compromete as atividades diárias do portador. Ela é uma das doenças neurodegenerativas com mais prevalência no mundo. Acomete tanto idosos como jovens e sua manifestação é a partir da deposição de agregados de proteínas, placas amiloides extracelulares, tau intracelular ou emaranhadosde neurofibrilas com deficiência sináptica em algumas regiões do cérebro. O diagnóstico da DA é feito a partir da caracterização pelo acúmulo de peptídeos oligômeros neurotóxicos que, com a proteína y, levam à neurodegeneração, provocando distúrbios neuronais. Segundo alguns relatórios as EROs e o EO tem muita influência para DA. Assim, com um desequilíbrio oxidativo é provocado um dano neuronal que caracteriza a DA. Quando em concentrações menores de antioxidantes, como ácido úrico, vitamina C e E, enzimas antioxidantes como superóxido dismutase, catalase etc. são notificadas em portadores de DA. DOENÇA DE PARKINSON (DP) Em idosos a DP é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente, proveniente do comprometimento neuronal seletivo de neurônios dopaminérgicos (DA) na substância negra compacta, com redução da concentração de DA na via nigroestriatal. Caracterizada pelo surgimento de inclusões insolúveis de corpos de Lewy, que forma a sinucleína. Algumas funções físicas são comprometidas com a deterioração dos neurônios que regulam e controlam os movimentos voluntários do corpo. Com o envelhecimento há mudança nos processos celulares, provocando a degeneração dos neurônios dopaminérgicos. Segundo alguns estudos as EROs e o EO têm influência para o desenvolvimento de DP. Com a presença de altos níveis de oligoelementos (Fe++) os danos celulares que acometem a substância negra pela peroxidação lipídica são agravados. Surge pela mutação no gene da huntingtina (HTT), e é caracterizada por ter uma extensão anormal na repetição citosina-adenina-guanina (CAG), que consequentemente leva à uma repetição anormal longa de poliglutationa na proteína mutante HTT. A DH comumente acomete pacientes entre 35 e 50 anos, com uma progressão ao longo do tempo, sendo fatal após surgir os primeiros sintomas. Inicialmente esses pacientes tem comprometimento das funções motoras e, em estágios mais avançados, comprometimento cognitivo e demência profunda. Apesar de a toxicidade do HTT mutante ser demonstrado como a causa primária da DH, há vários outros fatores e processos que são associados à essa patologia. A morte neuronal na HT está associada ao desdobramento de proteínas, proteólise anormal, agregação de proteínas, disfunção transcricional, estresse oxidativo e excitatório e ativação glial. O cérebro, é um órgão vulnerável a EROs e ERNs, que afetam a neurodegeneração por uma disfunção mitocondrial na DH. A reparação do DNA danificado por provocar expansão e instabilidade das repetições de trinucleotídeos CAG na huntingtina mutante. Como os radicais livre tem efeito oxidativo em níveis intra e extracelular, provocam a oxidação do DNA, proteínas intracelulares e peroxidação lipídico da membrana. A partir do dano oxidativo que o DNA sofre induz vias de reparo, causando deleção de bases oxidadas e restauração da estrutura e função normais. O EO, por ser regulador da progressão da DH, pode ser tratado através de terapias antioxidantes, eliminando as EROs em neurônios, para evitar complicações. Dentre os antioxidantes enzimáticos estão o superóxido mutase (SOD), glutationa peroxidase (Gpx) e catalase (CAT), e como não enzimáticos estão o ascórbico ácido (vitamina C), ÿ-tocoferol (vitamina E), glutationa (GSH), ácido retinóico, carotenóides, flavonóides e outros. Ainda não são claras a origem da DH e suas vias, mesmo sendo neurodenerativa e com o EO bem detectado. DOENÇA DE HUNTINGTON (DH) Doença neurodegenerativa progressiva hereditária fatal e autossômica dominante que primeiro causa degeneração neuronal no corpo estriado, depois no córtex cerebral e tálamo. ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (ELA) A ELA é o tipo mais comum de doença do neurônio motor, também é identificada como doença de Lou Gehrig. Tem caráter fatal caracterizado pela degeneração progressiva dos neurônios motores superiores e inferiores na medula espinhal, córtex e tronco cerebral. Segundo estudos, foi identificado que aproximadamente 10% dos casos estão relacionados à mutação do gene que faz a codificação da superóxido dismutase, já os outros 90% são esporádicos. Em portadores de ELA foi identificado lesões proteicas que foram influenciadas por EO, peroxidação lipídica e oxidação de DNA e RNA. Apesar dos estudos, a etiologia da patologia ainda não foi evidenciado. Seu tratamento, até então, envolve o uso de Riluzol que atua como antagonista glutamatérgico e antioxidantes para diminuir os níveis de radicais livres. Também há em estudo, uma sequestradora de radicais livres, a Edavarona, que tem ação que remove de forma eficiente o peróxido lipídico e os radicais hidroxila a partir da transferência de elétrons para o radical, protegendo os neurônios. A edavarona também tem ação que elimina o estresse nitrosativo no LCR de portadores de ELA. O dano mitocondrial associado a outros fatores na ELA está em estudo, já que a disfunção mitocondrial e o EO são diretamente interligados, aumentando os níveis de EROs e ERNs. estresse oxidativo diminui GAPDH destrói a mitocôndria neurodegeneração diminui GLUT-3 diminui glucose diminui energia aumenta lactato ativação de CaN, BAD e caspase apoptoseneurodegeneração deposição beta-amilóide ativação JNK/p38 MAPK hiperfosforilação da TAU acúmulo de NFT DA CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do artigo fica claro a relação do aumento do estresse oxidativo, e a influência de EROs e ERNs, para o surgimento de várias doenças neurodegenerativas. Formadas em várias organelas celulares, principalmente nas mitocôndrias, as EROs e ERNs quando em níveis ideais é fundamentar para a atividade celular. Através da neutralização e inibição de radicais livres, o EO é combatido com antioxidantes antes de provocar distúrbios de saúde e envelhecimento prematuro. Quando em condições normais, o próprio sistema antioxidante natural consegue eliminar as EROs e manter a homeostase celular. O texto trabalha o assunto de uma forma clara mas repetitiva, ficando fácil sua leitura e compreensão, porém cansativa. referências Melo, Ailton et al. “Oxidative stress in neurodegenerative diseases: mechanisms and therapeutic perspectives.” Oxidative medicine and cellular longevity vol. 2011 (2011): 467180. doi:10.1155/2011/467180 Hamer M., Chida Y. Physical activity and risk of neurodegenerative disease: a systematic review of prospective evidence. Psychological Medicine. 2009;39:3–11. LIU, Zewen; ZHOU, Tingyang; ZIEGLER, Alexander C.; et al. Oxidative Stress in Neurodegenerative Diseases: From Molecular Mechanisms to Clinical Applications. Oxidative Medicine and Cellular Longevity, v. 2017, p. 1–11, 2017. SILVA, Camila Tainah da ; JASIULIONIS, Miriam Galvonas. Relação entre estresse oxidativo, alterações epigenéticas e câncer. Ciência e Cultura, v. 66, n. 1, p. 38–42, 2014. DH mutação de SOD1 aumenta GLT1 aumenta glutamato extracelular desregulação de astrócitos dano aos motoneurônios ELA defeito no complexo I disfunção mitocondrial apoptose das células de Purkinje SCAs apoptose dos neurônios dopaminérgicos DP comprometimento proteassômico agregação de alfa-sinucleína FIGURA 2: Esquema mostrando a influência do estresse oxidativo para o desenvolvimento de DA, DH, DP, SCAs e ELA.
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