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ESTOMATOLOGIA – AV2 – 2018.2 LUIZ PEDRO MENDES DE AZEVEDO – FOP/UPE – 4º PERÍODO DOENÇAS INFECCIOSAS Infecção: vem de “inferece” = macular, contaminar. É a penetração num organismo de um microrganismo patogênico, que nele se reproduz, determinando uma doença característica Agentes infecciosos o Vírus o Fungos o Protozoários o Bactérias LESÕES MICÓTICAS Paracoccidioidomicose (blastomicose americana) Micose sistêmica causada por um fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis Localização geográfica: América latina (Brasil – sul, sudeste e centro-oeste; Colômbia e Venezuela) Entre 4ª e 5ª década de vida Sexo masculino, predominantemente Pessoas ligadas à agricultura Inalação do fungo pulmão Lesões secundárias o Mucosas o Linfonodos o Pele o Adrenais Em 1909, Adolpho Lutz chama atenção para as lesões de boca P. brasiliensis invade por via inalatória disseminação por vias linfáticas e hematológicas (vasos linfáticos e sanguíneos) Radiografia de tórax semelhante à tuberculose Infecção ocorre na infância ou adolescência Infecção subclínica (assintomática) complexo primário (em que ocorre nódulo fibrótico) Reativação ou Reinfecção Infecção se dá em momentos de desequilíbrio imunológico. Sintomatologia o Geral Indisposição Mal estar Letargia (estado de profunda e prolongada inconsciência, semelhante ao sono profundo, do qual a pessoa pode ser despertada, mas ao qual retorna logo a seguir.) Anorexia Emagrecimento o Pulmonar (silencioso) Tosse Dispneia Expectoração o Tríade Lesões orofaríngeas Lesões ganglionares Lesões pulmonares o Manifestações bucais Estomatite ulcerada moriforme Macroqueilite / Macroglossia Periodontite oculta (envolvimento ósseo e do LP) Granuloma periapical Diagnóstico o Hemograma o Enzimas hepáticas e metabólicas o Eletroforese de proteína o Avaliação renal e adrenal o Radiografia de pulmão Diagnóstico final o Exame microscópico a fresco o Cultura o Histopatológico Tratamento o Drogas antifúngicas: cetoconazol, itraconazol, fluconazol POR ATÉ 2 ANOS (o tratamento não é de competência do CD) CANDIDÍASE / CANDIDOSE Agente etiológico: Candida albicans (albicare = branco, clarear, embranquecer) O hospedeiro e o fungo C. albicans se mantêm em equilíbrio A candidíase é a infecção fúngica mais comum Fatores predisponentes o Sistêmicos Doenças endócrinas Pacientes terminais Antioticoterapia Hipossalivação Alterações imunológicas Diabetes mellitus AIDS Radioterapia o Locais Fumo? Próteses totais Higiene bucal Manifestações clínicas o Pseudomembranosa queimação Placa branca aderente na mucosa bucal semelhante a “leite coagulado” Massa de hifas emaranhadas, levaduras, células epiteliais descamadas e tecido necrótico Podem ser removidas pela raspagem – pseudomembrana Mucosa subjacente normal ou eritematosa Causas Exposição a antibióticos de amplo espectro Disfunções imunológicas: leucemia, AIDS, hipodesenvolvimento do sistema imune – crianças. Sintomas leves: queimação, gosto desagradável Localização: mucosa jugal, palato e dorso de língua o Eritematosa Candidíase atrófica aguda dor e queimação Antibióticos de largo espectro Queimação, ardência Perda difusa das papilas filiformes – língua avermelhada Atrofia papilar central – glossite romboidal mediana Multifocal crônica não há sintomatologia Infecção em outros lugares No lábio – queilite angular Estomatite por dentadura (Estomatite protética) Pacientes que fazem uso de próteses totais ou parciais TTO: orientação de higienização das próteses Candidíase Hiperplásica ou Leucoplásica Placas brancas que não podem ser removidas por raspagem Leucoplasia por Candida – leucoplasia mosqueada Queilite angular Caracteriza-se por fissuras ou linhas ulceradas nas comissuras, geralmente associadas a placas brancas uni ou bilaterais. Dor, desconforto ou sangramento durante a abertura da boca Mucocutânea Síndrome da Candidíase Endócrina Tratamento o Drogas antifúngicas: locais ou sistêmicas Locais: violeta de genciana, solução bicarbonato de sódio, suspensão de nistatina, clorexidina, miconazol (derivado azoico – gel) OMS – Protocolo para Lesões Brancas: tratar como doença fúngica. Se não houver resposta, biópsia. EXAMES COMPLEMENTARES Citologia Esfoliativa Método laboratorial de exame de células superficiais do epitélio para o diagnóstico de diversas doenças, principalmente câncer. Obs.: Não traz informações sobre profundidade Vale lembrar que: exame clínico = anamnese + exame físico diagnóstico clínico Indicações o Lesões da mucosa inócua, que não apresente razão suficiente para biópsia o Lesões extensas ou múltiplas o No controle de áreas tratadas de câncer o Em pacientes cujas condições gerais não permitem intervenções. Ex.: doenças sistêmicas o Em caso de recusa à biópsia pelo paciente o Lesões com vesículas, bolhas e úlceras Contraindicações o Lesões profundas cobertas por mucosa normal o Lesões ceratóticas o Lesões com necrose Vantagens o Simplicidade do método o Rapidez na obtenção do resultado o Economia de tempo o Custo Coleta do material o Lâminas de vidro o Espátulas de metal ou de madeira (esta última deve ser molhada) o Fixador (álcool etílico 95% / fixador de cabelo) o Clipes de papel o Ponta diamantada o Transportador Passo a passo o A espátula de madeira deve ser molhada o É feito o raspado da lesão com a espátula em movimentos de único sentido o O raspado é colocado na lâmina em um único sentido o A lâmina é colocada dentro de um transportador com fixador dentro. OBS: O raspado também pode ser feito com brush de biópsia vantagem: são coletados espécimes celulares de várias camadas epiteliais. o Coloração: Papanicolau ou PAS Interpretação o Classe 0 = material inadequado o Classe I = células normais o Classe II = células atípicas – inflamação o Classe III = células sugestivas de malignidade o Classe IV = fortemente sugestivas de malignidade o Classe V = CONCLUSIVA DE MALIGNIDADE (a partir de III, a biópsia é INCISIONAL) Citológico (ainda que tenha 96-97% de confiabilidade) é diferente de histopatológico, tendo, este último, análise de estroma Indicação importante: tumores de glândula salivar. BIÓPSIA Conjunto de atos que levam ao diagnóstico: demarcação da área, anestesia, incisão, envio, análise laboratorial e resultado. BIO = VIDA + OPIS = VISÃO Exame complementar que o CD poderá usar, visando estabelecer o diagnóstico conclusivo de um grande número de lesões É importante que se mantenha o tecido com as mesmas propriedades e características, e como se estivesse in vivo (uso do fixador) Indicações o Lesões suspeitas (câncer) o Úlceras que não cicatrizam o Nódulos de crescimento rápido o Auxílio no diagnóstico de infecções Atenção especial para (não são contraindicações) o Lesões vasculares o Lesões melanóticas Tipos de biópsia indicações o Incisional pele, boca, colo de útero o Excisional pequenas lesões o Curetagem órgãos cavitários o Punção (Paaf – punção por agulhamento fino) órgãos inacessíveis, para verificar o conteúdo da lesão o Trefina ossos (é usado instrumento deferenciado, mas também é incisinal) o Punch tecidos moles (outra biópsia incisional, sem bisturi, mas usando punch) – normalmente não se anestesia nem sutura o Congelamento na sala de cirurgia (patologista na sala – serve de orientação para retirada de mais tecido comprometido ou se o fragmento retirado foi suficiente – também chamada de biópsia de decisão cirúrgica) Coleta do material o Instrumentaladequado (bisturi, punch ou trefina) o Escolha da área Marcação com nanquim estéril Forma elíptica, que permita junção dos bordos durante a sutura Deve pegar parte da lesão e parte de tecido sadio o Antissepsia não deve ser feita para não modificar as características do tecido o Anestesia: infiltrativa (longe da área – 0,5 a 1cm), para não edemaciar as células da lesão) o Tamanho da peça 2 a 10mm + 4mm de profundidade Cuidados o Amparo psicológico o Conforto o Estética Manipulação do fragmento o Evitar esmagamento, desidratação (não colocar em gaze) e embebição sai da pinça direto para o vidro o Cuidado com tecidos retráteis Colocar num papel filme e depois no vidro Evitar dobras o Fixador: formol a 10% o Tamanho do vidro e volume do líquido: 10x o tamanho da peça Vidro deve estar identificado com o nome do paciente e a data de nascimento Mais de uma biópsia = mais de um frasco identificação acima + indicações da área da lesão. Ex.: Frasco A = mucosa jugal / Frasco B = bordo de língua o Tempo de fixação: 8 a 48h o DADOS IMPORTANTES: Lesão calcificada Fragmento boiou Envio do material para laboratório o Rapidez o Identificação no vidro o Relatório clínico com dados pessoais, descrição da lesão e diagnóstico clínico o Radiografias em caso de lesões ósseas o Resultados de Exames Complementares Aspectos da biópsia em relação ao paciente o Ansiedade pelo resultado o Direitos legais sobre o material o fragmento é do paciente Competência para realização da biópsia: “qualquer cirurgião dentista pode executar a biópsia como rotina em consultório; ressaltando a necessidade de medidas específicas” (Shafer, Hine, Levy, 1979) “A biópsia não só permite assegurar o diagnóstico, mas principalmente, quando se refere a câncer, pois indica o grau de diferenciação, tipo histológico, infiltração e margens” (Boraka, 1996) LESÕES BRANCAS Leucoplasia termo genérico “Placa branca da mucosa bucal que não pode ser removida por raspagem e que não pode ser classificada como nenhuma outra doença.” (OMS) Não há condição de fechar diagnóstico necessário o histopatológico para identificar o grau de severidade Causas gerais e locais o Fatores gerais internos o Fatores irritativos locais (externos) o Hábito de fumar o Mecanismos físicos, químicos o Vinculados a dentes e próteses mal adaptadas o Hábitos parafuncionais (trauma resposta biológica tecidual leucoplasia) o Má higiene bucal o Outros fatores Aspectos clínicos o Homogênea: mesmas características anatômicas mesma dimensão, mesma superfície o Não homogênea: características anatômicas distintas se apresenta de diversas formas em várias áreas Diagnóstico o Eminentemente clínico o Grau de severidade depende do histopatológico Diagnóstico diferencial o Hiperqueratose o Carcinoma espinocelular Tratamento e prognóstico o Remoção da causa o Remoção da lesão por: Excisão cirúrgica Eletrocautério Criocirurgia – nitrogênio líquido Laser Proservação OMS: recomenda biópsia para quaisquer lesões brancas o Eritroleucoplasia: lesão vermelha associada a lesão branca necessário muito cuidado pela capacidade de malignidade Leucoedema Aspecto clínico comum, encontrado em cerca de ¾ da população, de causa desconhecida. Sua ocorrência mais frequente é em indivíduos da raça negra em 90%. Aspectos clínicos o Bilateral o Mucosa jugal o Aspecto esbranquiçado brilhante (névoa difusa) Manobra semiotécnica: ao distendermos a mucosa jugal com as mãos, a lesão desaparece, retornando, quando deixamos de exercer a tração. Tratamento e prognóstico o Não é necessário o Prognóstico bom Leucoplausia pilosa outro termo genérico Lesão induzida pelo vírus Epstein Barr, geralmente associada com a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) ou outras condições imunossupressivas “Pilosa” hipertrofia das papilas filiformes podem ter aparência de pelos Só ocorre em borda lateral de língua. Associações com partículas virais o Grupo herpes Herpes simples Citomegalovírus Epstein Barr Varicela zoster o Papilomavírus Aspectos clínicos o Placas brancas que aparecem nas bordas laterais da língua o Não removível por raspagem o Assintomática Tratamento e prognóstico o Não requer tratamento o Prognóstico bom Língua geográfica (áreas atróficas circundadas) Condição benigna comum que afeta principalmente a língua e ocorre em 1 a 3% da população. As mulheres são afetadas com mais frequência que os homens na razão de 2:1. Etiopatogênese desconhecida. Nomenclatura o Glossite migratória benigna o Língua migratória o Eritema Areata migratório o Estomatite Areata migratória o Estomatite psoriasiforme HLACW8 antígeno presente na psoríase e na língua geográfica Alguns autores acreditam que a língua geográfica é uma lesão secundária à psoríase Tratamento e prognóstico: não requer tratamento específico. Líquen plano Doença dermatológica crônica relativamente comum, que frequentemente afeta a mucosa bucal, tratando-se de um distúrbio mucocutâneo imunologicamente mediado Etiologia idiopática Associa-se a alterações autoimunes Aspectos clínicos o Adultos de meia idade o As mulheres são mais afetadas na razão de 3:2 em relação aos homens o A prevalência na cavidade bucal é entre 0,1% e 2,2% o Linhas brancas em forma de rede (estrias de Wickham) o As formas clínicas mais comuns Reticular Erosivo – associado a lesões vermelhas Diagnóstico o Frequentemente feito com base em aspectos clínicos o As estrias brancas entrelaçadas bilateralmente na mucosa jugal posterior são virtualmente patognomônicas o A biópsia é necessária para descartar outras doenças no diagnóstico diferencial Tratamento e prognóstico o Líquen plano reticular não precisa o Líquen plano erosivo biópsia Corticoide tópico: gel de fluocinonida, Acetonido de triancinolona Queimaduras mucosas Lesões produzidas pelo uso inadequado de algumas substâncias o Aspirina o Fenol o Nitrato de prata o Peróxido de hidrogênio o Líquidos quentes e frios Aspectos clínicos o Sintomatologia dolorosa o Escaras ou membrana branca o Desprendimento da mucosa branca o Fundo sangrante e dolorido Diagnóstico o História clínica o Identificação do agente agressor Tratamento e prognóstico o Remoção da causa o Terapia sintomática local ou sistêmica LESÕES PIGMENTADAS Alterações fisiológicas ou patológicas que exibem coloração escura, negra, parda, violácea ou café com leite. Melanoses fisiológicas Pontos e zonas de melanose o Generalizada o Localizada Gengiva libre ou inserida Língua, rebordo, palato Efélides (sardas) Melanose da gravidez Lentigem ou manchas de senilidade Melanoses patológicas Nevo pigmentado: sinais comuns de pele o Classificação histológica Intradérmica: acima da camada basal Juncional: na camada basal (maior cuidado, devido à sua localização numa área de grande atividade mitótica) Composto: na camada epitelial e no conjuntivo o Pode mudar seu comportamento em regiões de trauma ou em caso de inflamação o Diagnóstico diferencial: hemangioma (excluído por semiotécnica de vitropressão) o Tratamento: caso exista modificação de atividade biológica; questões estéticas. o Prognóstico: bom, quando não há alterações biológicas Neurofibromatose (ou doença cutânea de von Reclinghausen) o Doença herdada autossômica dominante o Manchas café-com-leite maiores que 1,5cm o Numerosos nódulos sésseis ou pediculados o Sardas axilares (sinal de Crowe) no mínimo 3 o Manchas de coloração castanha na íris (sinal/nódulos de Lisch) Melanoma maligna o Um dos mais agressivos o É mesenquimal e, dessaforma, metastatiza por vasos sanguíneos o Predileção pelo gênero masculino o Leucodermas com 90% dos casos ocorrendo acima dos 30 anos o Pacientes de pele branca o Fatores de risco Pele e cabelos claros Exposição severa à radiação História pregressa de melanoma o Padrão de crescimento radial e vertical o Características (ABCDE) A = Assimetria B = Bordos irregulares C = Coloração em matizes D = Diâmetro maior que 6mm E = Evolução o Tratamento Excisão cirúrgica com margem de segurança Pior prognóstico quando maior invasividade e quando localizados na área interescapular, braço (região posterior superior), pescoço (região superior e lateral) e couro cabeludo Alterações vasculares Intravasculares o Varizes bucais (ou varicosidades) Veias anormalmente dilatadas e tortuosas Etiologia incerta Varizes sublinguais em 2/3 da população o Telangectasia (são varizes pontuais) o Hemangioma (capilar e cavernoso) Proliferação benigna de vasos sanguíneos Tipos Capilar o 3 a 5 vezes mais predominante em mulheres o Semelhante a morango (moriforme) o Mácula vermelha evolução em 6 meses a 1 ano o Massa elevada o Involução Cavernoso o Grande diâmetro de vasos sanguíneos proliferantes o Crianças – sexo feminino – cabeça e pescoço o Maiores e menos circunscritas o Atingem estruturas profundas o Não há regressão Complementos Vitropressão Punção Arteriografia Tratamento Compressão Embolização Esclerose Corticoterapia Crioterapia Medicação: Ethamolin ® (oleato de monoetanolamina) por infiltração Extravasculares o Petéquias ponto hemorrágico o Hematomas aumento de volume por acúmulo de sangue extravascular o Equimoses sem aumento de volume, com infiltração de sangue nos tecidos o Coágulos Corpos estranhos Tatuagem por amálgama impregnação por sais do amálgama no tecido o Protocolo: exame radiográfico – artefatos metálicos (radiopaco) Projétil por arma de fogo sais impregnam o tecido, são encapsulados e escurecem o tecido – aspecto radiográfico: artefatos metálicos (radiopaco) Não classificados Mancha negra dentária: impregnação de sujidades e pigmentos (fumo, café) Língua negra pilosa o Hipertrofia das papilas filiformes: alongamento das papilas o Associada a descuido de higiene, leva à proliferação de bactérias cromogênicas e consequente pigmentação da língua. Pode também estar associado a pigmentos extrínsecos. LESÕES ULCERATIVAS Lesões ulcerativas: são patologias que se apresentam na forma da lesão fundamental úlcera/ulceração. Úlceras ou ulcerações: consistem em soluções de continuidade da mucosa Detalhes semiológicos o Número o Distribuição (região queratinizada ou não queratinizada?) o Tamanho o Cor o Forma o Sensibilidade o Consistência o Implantação o Deslizamento o Superfície Afta / estomatite aftosa Não há fase anterior (já se abre como úlcera) Dolorosa Geralmente em tecido mole não queratinizado OBS.: por trauma, não é afta é úlcera traumática (importante, pois tratamentos são diferentes) Agentes etiológicos o Alergias o Predisposição genética o Deficiências nutricionais o Anormalidades hematológicas o Influências hormonais o Agentes infecciosos o Trauma/injúria tecidual (não mecânico ou químico) o Estresse É uma doença MULTIFATORIAL Diagnóstico: CLÍNICO Tipos o Menor (80-85%) mais comuns o Maior (10%) Pilar amigdaliano, palato mole, face interna de lábio Cicatrização em 2 meses Deixa cicatriz o Herpetiforme lesões bem pequenininhas e numerosas Regiões mais frequentes: língua, face interna de lábio, mucosa jugal o Quando surge na gengiva afta ou úlcera traumática? Tratamento Menor e Herpetiforme o Corticosteroides tópicos (Oncilom A em orabase) – 3 a 4x ao dia secar a aplicar sem manipulação o Xarope de betametasona o Elixir de dexametasona (0,01%) o Dipropionato de betametasona Tratamento Maior o Corticosteroides potentes o Injeção de acetonida de triancinolona o Gel de dipropionato de clobetasol a 0,05% o Triancinolona em comprimidos o Corticosteroides sistêmicos Úlcera traumática Causas o Alimentos cortantes o Mordidas acidentais o Escovação excessiva o Hábitos o Injúrias intencionais o Dentes com arestas cortantes o Edentação Tratamento o Remoção do fator causal o Cloridrato de diclonina o Hidroxipropil de celulose o Biópsia o Extração dentária Diagnóstico: clínico Queimadura química Agentes o Aspirina o Perborato de sódio o Peróxido de hidrogênio o Gasolina o Fenol o Terebentina o Eugenol o Álcool o Perfume o Ácido de bateria o Merthiolate Agentes odontológicos o Nitrato de prata o Formocresol o Hipoclorito de sódio o Paraformaldeído o Ácido crômico o Ácido tricloroacético Importante nas queimaduras o Infecção secundária a retirada da escara se faz com gaze embebida em soro fisiológico, causando hidratação do tecido necrosado e seu destacamento. Tratamento o Não utilizar substâncias cáusticas o Cobertura antibiótica, evitando disseminação de microrganismo Queilite ou queilose actínica É uma alteração pré-maligna do vermelhão do lábio inferior, que resulta da exposição excessiva ou por longo período ao componente UV da radiação solar Como agir: 1) tratamento 2) não regredindo, biópsia incisional Formas clínicas o Lesão branca o Lesão ulcerada/erodida o Lesão branca e ulcerada o Outras formas (ex.: bolhas) Tratamento o Uso de protetor solar o Corticoide tópico dexametasona / predsin o Biópsia o Vermelhonectomia (tratamento cirúrgico): indicado para quando a lesão não fecha, mas não é carcinoma Alergia / Eritema multiforme É uma condição mucocutânea, bolhosa e ulcerativa de etiologia incerta. É um processo imunologicamente mediado, podendo ter infecção associada, como herpes simples, ou exposição a várias drogas e medicamentos, como antibióticos e analgésicos Edema: de lábio, de glote Edema + ulceração Tratamento o Corticosteroide sistêmico o Elixir / xarope de corticosteroides tópicos Carcinoma espinocelular tem como apresentação clínica mais comum a úlcera (outras – brancas, nodulares) Etilogia: multifatorial o Fumo o Álcool Formas clínicas o Úlcera o Nódulo o Lesão exofítica o Ulcerovegetante Nos casos em que há limitação do movimento da língua prognóstico péssimo: significa infiltração para região muscular Em casos de sangramento e mobilidade dental NÃO FAZER EXODONTIA Localização: lábio, língua (lateral e posterior), soalho, palatos, rebordo, mucosa jugal Mucosite Por tratamento antineoplásico, tanto pela quimioterapia sistêmica quanto radioterapia Carcinoma basocelular Câncer de pele mais comum, localmente invasivo, que se dissemina lentamente Pode se apresentar sob a forma de lesões: pigmentadas, ulceradas e/ou vascularizadas. LESÕES VESICULOBOLHOSAS Patologias que se apresentam sob a forma das lesões fundamentais vesícula ou bolha. Vesícula: elevação do epitélio com líquido em seu interior. Menor (até 3mm) e histologicamente compartimentada. Bolha: semelhantes às vesículas, porém maiores que 3mm. Podem apresentar teto de espessura maior. Vesículas e bolhas são frágeis, rompendo-se e expondo uma úlcera na região. Família do herpesvírus (maior fator etiológico das lesões vesiculobolhosas) o HSV-1: Herpes vírus tipo I metade superior do corpo (estomatite herpética, herpes simples) o HSV-2: Herpes vírus tipo II metade inferior do corpo (herpes genital) o VZV: Vírus Varicela-Zoster varicela e zoster o EBV: Epstein-Barr Vírus mononucleose infecciosa, linfoma de Burkitt, carcinoma nasofaríngeo, leucoplasia pilosa o CMV: citomegalovírus doença das glândulas salivares o HHV-6: roseola infantum o HHV-7: roséola infantum o HHV-8: associado ao sarcoma de Kaposi (em pacientes HIV +) Vírus o Parasita intracelular obrigatório o Composição Material genético: DNA ou RNA Capsídeo proteico Envelope lipídico (alguns) Ligantes (receptores) superficiais, que determinam o tropismo por células específicas o Interação vírus-célula hospedeira Replicação: entrada na célula com perda de envelope interação com o material nucleico síntese de estrutura viral lise celular Pode ser citocida ou não citocida Estomatite herpética / herpes simples Agente etiológico herpesvirus hominis HSV-1 / HSV-2 Patogênese o Hospedeiro soronegativo entra em contato com HSV doença primária (gengivoestomatite herpética aguda OU subclínica – 90%) hospedeiro soropositivo (vírus latente) REATIVAÇÃO doença secundária (herpes simples em lábio, palato, gengiva, dedo) resolução reativação........ Estomatite herpética Sinonímia: primo-infecção / gengivoestomatite herpética aguda Características o Preferencialmente crianças (6 meses a 5 anos) o Início abrupto o Sintomatologia sistêmica febre, moleza, falta de apetite o Linfadenopatia cervical o Vesículas disseminadas na cavidade bucal e região peribucal o Afeta frequentemente gengiva o Resolução espontânea Diagnóstico: o CLÍNICO o TESTES SOROLÓGICOS IgM infecção recente IgG houve contato anterior o Exame citológico mostra inclusões virais o Cultura o Biópsia Diagnóstico diferencial o Gengivite necrosante aguda (excluído por não haver acometimento de periodonto de sustentação na estomatite herpética) o Faringite estreptococócica (excluído por acontecer em pacientes de maior idade) o Eritema multiforme o Varicela o Herpes recidivante – mais focal Tratamento o Local: higiene das lesões o Sistêmico Hidratação Analgésicos: Ibuprofeno Nutrição Antivirais: para casos mais graves e para imunodeprimidos CUIDADO: risco de resistência viral Herpes simples Sinonímia: herpes recidivante/recorrente, herpes labial Geralmente não é muito comum que seja apenas intrabucal. Lesões intrabucais localizadas geralmente em palato Características o Sintomatologia prodrômica: prurido, queimação o Vesículas em ramalhete o Memória imunológica (lesão aparece geralmente no mesmo lugar) o Remissão espontânea o Recorrências o Relato do paciente: “potó fez xixi” Diagnóstico o CLÍNICO o SOROLÓGICO o Citologia o Cultura o Biópsia Diagnóstico diferencial o Estomatite aftosa o Estomatite herpética o Úlceras traumáticas o Impetigo (em pele) Prognóstico: bom. Tratamento o Antivirais (zovirax, aviral – 5x ao dia) o Fotoinativação: isolamento da lesão com gaze, rompimento com agulha estéril e incidência de luz o Rompimento das vesículas: pede isolamento da lesão com gaze o Laser: quando vesículas rompidas o PDT (terapia fotodinâmica) Panarício herpético Características o Infecção menos comum o Compromete os dedos o Pode estar associado a manifestações sistêmicas o Tende a prolongar-se OBS.: Manejo de pacientes com lesões herpéticas não indicado, a menos que seja um procedimento de urgência. Varicela / Zoster Agente etiológico: VZV – Vírus varicela-zoster Vírus neutrofílico Infecção primária: varicela o Características clínicas Sintomatologia prodrômica – febre, moleza Exantema (erupções cutâneas vermelhas por todo o corpo) pruriginoso (que coça) Mais frequente entre crianças Acometimento craniocaudal Febre sinal frequente Lesões bucais Contágio pelo ar o Diagnóstico: CLÍNICO o Tratamento de suporte Antitérmicos Nutrição e hidratação Banhos com permanganato de potássio Loções calmantes – Caladryl Vacina Infecção secundária: zoster o Características clínicas Sintomatologia prodrômica – DOR muito intensa Erupção vesicular que acompanha o trajeto do nervo sensitivo Unilateral Dor intensa Deixa sequelas – dor, manchas Dor neuralgia pós-zoster (tto: pregabalina) Síndrome de Hamsay Hunt: paralisia do nervo facial por Zoster o Diagnóstico Clínico Citológico Cultura o Tratamento Antivirais Pomadas poliantibióticas Analgésicos Sedativos (morfina) Cremes anestésicos Pênfigos Doenças mucocutâneas caracterizadas pela formação de bolhas intraepiteliais acantolíticas Autoimune – reconhece como estranha a proteína desmogleína dos desmossomos Classificação o Pênfigo vulgar o Pênfigo vegetante o Pênfigo foleáceo (fogo selvagem) o Pênfigo eritematoso o Pênfigo paraneoplásico Pênfigo vulgar Características clínicas o Preferência: mulheres de meia idade o Mais comum entre judeus o Compromete a cavidade bucal em 25-90% dos casos o Lesões bucais antecedem as cutâneas em cerca de 50% dos casos; o Lesões vesiculobolhosas na pele e mucosas o Não deixa cicatrizes o Sintomatologia dolorosa o Odor característico urina de rato o Sinal de Nikolsky positivo pressão na mucosa/pele leva ao aparecimento de vesícula/bolha o Boca: vesículas que se tornam úlceras Diagnóstico o Exame clínico (sinal de Nikolsky) + Exame histopatológico (biópsia perilesional) o Citologia (céls. de Tzank) o Imunofluorescência direta (IgG, IgM e C3) o Imunofluorescência indireta (sorológico) Diagnóstico diferencial o Penfigoides o Líquen plano erosivo o Eritema multiforme o Estomatite Aftosa Herpética Características histológicas o Fenda supra-basal o Acantólise o Células de Tzanck – céls. acantolíticas Tratamento o Corticoterapia Sistêmica – Prednisona (Meticorten) Tópica – Dexametasona (Decadron) o Imunodepressor Azatioprina (Imuran) Ciclosporina Metotrexato o OBS.: Controle periódico Cirurgião-dentista o Corticoide intralesional Triancinolona o Pomadas anestésicas Xilocaína o Dieta hiperproteica o Antibioticoterapia Tetraciclina o Laser de baixa potência Penfigoides Doenças dermatológicas crônicas, vesiculobolhosas, de etiologia autoimune e aspecto clínico semelhante ao pênfigo Classificação o Penfigoide benigno de mucosa 1 a 5 / 500.000 pessoas ano o Penfigoide bolhoso Penfigoide benigno de mucosa (penfigoide cicatricial) Características clínicas o Atinge preferencialmente mulheres idosas (60 anos) o Compromete mucosas e ocasionalmente pele (25%) o Bolhas mais resistentes que as do pênfigo vulgar (bolhas subepiteliais) o Presença de simbléfaro (aderência da pálpebra ao globo ocular), que causa entrópio (reviramento da borda interna da pálpebra para o globo ocular), com consequente triquíase (conversão dos cílios para o globo ocular) e cegueira. o Na boca, acomete com frequência a gengiva (gengivite descamativa) o Deixa cicatrizes o Sintomatologia associada o Não há comprometimento geral ou visceral Diagnóstico o Exame clínico o Exame histopatológico o Imunofluorescência direta (IgG) Diagnóstico diferencial o Pênfigo o Eritema multiforme o Líquen plano erosivo o Gengivite Característica histológica: fenda subepitelial Tratamento o Corticoterapia sistêmica (quando há envolvimento cutâneo e ocular) o Correção cirúrgica o Em lesões bucais: Corticoterapia tópica Pomadas analgésicas Higiene oral LESÕES BACTERIANAS Abscesso odontogênico Processo inflamatório localizado, caracterizado por uma área de necrose e liquefação. Apresentação clínica o Agudo sintomático o Crônico assintomático Agente etiológico o Químico o Físico o Microbiano bactérias da cárie dentária, que chegam à polpa Fatores determinantes o Capacidade imunológica do hospedeiro o Virulência do microrganismo Fases o Faseinicial: dor, rosto inchado, começa a latejar, vermelhidão; o Em evolução: edema, dor latejante e vermelhidão aumentam o Evoluído: dor latejante, drenagem da coleção purulenta Características clínicas e radiográficas o Aguda Sintomatologia dolorosa à percussão Extrusão do dente e tumefação dos tecidos Não responde aos testes pulpares elétricos e ao frio Cefaleia, mal-estar, febre, calafrio Geralmente não apresenta imagem radiográfica Tratamento: obedece ao padrão do controle da infecção Drenagem: dente e tecidos moles Terapêutica medicamentosa o Crônico Assintomático Via de drenagem espontânea (cutânea ou mucosa) Apresenta imagem radiográfica Pode ser utilizada a semiotécnica de rastreamento (com cone de guta percha) associada à radiografia OBS.; em alguns casos, o abscesso odontogênico crônico pode reagudizar (abscesso fênix), caso a via de drenagem seja obstruída, por exemplo. Tuberculose Brasil o 14º entre os países responsáveis por 80% dos casos o Prevalência de 58/100.000 hab. o 50 milhões de infectados o 111.000 novos casos ao ano Mundo o 1/3 da população mundial esta infectado com o bacilo da tuberculose (1,8 bi) o 45 milhões de brasileiros estão infectados o 5-10% dos infectados contraem a doença o 30 milhões de pessoas no mundo podem morrer da doença nos próximos 10 anos Agente etiológico: Mycobacterium tuberculosis Pernambuco 4.670 casos (2017) Infecção o Primária Infecção inicial com sede nos pulmões Curso subclínico Reparação por fibrose e calcificação No complexo estomatognático Lesões raras Lesões ulceradas e nodulares Linfadenopatia (principalmente submandibular) o Secundária Reinfecção ou ativação do foco existente Manifestações clínicas variadas No complexo estomatognático Raras Lesões ulceradas e nodulares Linfadenopatia Contaminação: gotículas infectadas Tratamento preventivo: vacina BCG Tratamento curativo (os três juntos) o Rifampicina o Pirazinamida o Izoniazida Outras informações o É uma doença de notificação compulsória. O governo, que é responsável pela terapêutica medicamentosa, é notificado através da Secretaria de Saúde, com base nos dados das unidades de atendimento (postos de saúde, hospitais, etc.) o Após 21 dias do início do tratamento, o indivíduo não é bacilífero. o Cuidados para o CD: uso de EPIs. Hanseníase (lepra) Agente etiológico: Mycobacterium laprae (bacilo aeróbico) Brasil – 2º lugar no mundo quanto ao índice de casos Mais de 11 milhões de pessoas afetadas 700.000 Manifestações clínicas o Pele Manchas avermelhadas / esbranquiçadas Áreas anestesiadas Perda de pelos Câimbras o Nervos Perda do movimento das mãos e pés Diminuição da força muscular .... .... o Boca Lesões nodulares ou ulcerativas Principalmente em língua e lábios Classificação o Multibacilar (lepra lepomatose/virchowiana): forma mais grave da doença e de mais fácil contágio o Paucibacilar (lepra tuberculoide): forma menos grave; geralmente sintomas levam de 2 a 5 anos para se manifestar Diagnóstico o Clínico o Epidemiológico o Laboratorial BAAR – técnica de ziehl-neelsen Tratamento poliquimioterapia por 6-24 meses o Daptazona o Rifampicina o Clofazimina Actinomicose Doença transmissível causada por bacilos gram-positivos Agente etiológico: Actinomyces israelli, o mais frequente Patógenos oportunistas, que necessitam de uma via de entrada para manifestação da doença Tipos o Cervicofacial o Torácica o Abdominal Actinomicose cervicofacial Associada a: o Cárie dental o Cirurgia oral o Doença periodontal o Traumatismo facial Quadro clínico o Infecção difusa o Inclui dor e tumefação nodular o Presença de fístulas e drenagem o Patognomônico: grânulos de enxofre Diagnóstico o Clínico: presença de partículas de enxofre na drenagem ou coleção de pus o Laboratorial: coloração de Gram e imunofluorescência Tratamento o Poliantibioticoterapia o Drenagem Sífilis Sinonímia o Lues o Peste sexual o Sifilose o Doença britânica o Doença venérea Infecção crônica causada por Treponema pallidum Contágio o Sexual o Hematogênico o Transplacentário Tipos o Congênita Recente: nos primeiros 2 anos de vida, mais evidente do 1º ao 3º mês Tardia: a partir do 2º ano Tíbia em sabre, surdez labiríntica, etc. Tríade de Hutchinson o Dentes de Hutchinson: incisivos em chave de fenda / molares em amora o Queratite intersticial o Comprometimento do VIII par craniano o Adquirida Primária 21 dias após infecção Ferida com bordas endurecidas, fundo necrótico e pouco dolorida (cancro) Secundária Erupção cutânea maculopapular difusa indolor e amplamente sobre o corpo Clinicamente: 4 a 10 semanas após infecção (roséola sifilítica) Terciária Após longo período de latência Comprometimento de vários órgãos e sistemas Lesões intrabucais língua e palato (goma) Diagnóstico o Biópsia o Imunofluorescência o Testes sorológicos de campo escuro Não específicos: VDRL e PPR Específicos: FTA-ABS Tratamento o Fase primária: Penicilina G Benzantina – 1 dose (2.400.000 UI) o Fase secundária: Penicilina G Benzantina – 2 doses (4.800.000 UI) o Fase terciária: Penicilina G Benzantina – 3 doses (7.200.000 UI)
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