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QUESTOES DE FILOSOFIA E ANALISE PERCENTUAL DOS VESTIBULARES INVERNO VERAO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGA

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QUESTÕES E ANÁLISE PERCENTUAL DAS PROVAS ESPECÍFICAS DE FILOSOFIA DOS VESTIBULARES INVERNO/VERÃO DA 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ (UEM)
470 QUESTÕES / 2008 – 2019
Prof. Gabriel Mingareli Cavalini[footnoteRef:1] | Cavalini Educação [1: Licenciado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Câmpus Maringá. Pós-graduado em Filosofia Contemporânea pela Faculdade UniBF. Mestrando em Educação pela Universidade Estadual de Maringá, 2020.
] 
cavalinieducacao@gmail.com
TEMAS DA FILOSOFIA MAIS COBRADOS
PERÍODOS HISTÓRICOS MAIS COBRADOS
FILÓSOFOS MAIS COBRADOS
	FILÓSOFO
	%
	ARISTÓTELES
	8,65 %
	IMMANUEL KANT
	5,50 %
	RENÉ DESCARTES
	4,40 %
	PLATÃO
	4,10 %
	JEAN-JACQUES ROUSSEAU
	4,00 %
	MICHEL FOUCAULT
	3,85 %
	MAURICE MERLEAU-PONTY
	3,45 %
	SOFISTAS
	3,45 %
	KARL MARX E FRIEDRICH ENGELS
	3,20 %
	DAVID HUME
	3,00 %
	NICOLAU MAQUIAVEL
	2,90 %
	GEORG FRIEDRICH HEGEL
	2,90 %
	PRÉ-SOCRÁTICOS
	2,90 %
	JEAN-PAUL SARTRE
	2,90 %
	FILOSOFIA CRISTÃ
	2,60 %
	MITOLOGIA GREGA
	2,60 %
	EPICURO
	2,20 %
	SÓCRATES
	2,00 %
	FRIEDRICH NIETZSCHE
	1,85 %
	THEODOR ADORNO
	1,85 %
	THOMAS HOBBES
	1,85 %
	TOMÁS DE AQUINO
	1,70 %
	AGOSTINHO DE HIPONA
	1,60 %
	VOLTAIRE
	1,60 %
	TRAGÉDIA/TEATRO
	1,30 %
	FRANCIS BACOM
	1,30 %
	KARL POPPER
	1,30 %
	THOMAS KUHN
	1,30 %
	AUGUSTE COMTE
	1,20 %
	BARUCH ESPINOSA
	1,00 %
	JURGEN HABERMAS
	0,90 %
	PEDRO ABELARDO
	0,80 %
	BENEDIDO NUNES
	0,80 %
	CHARLES DARWIN
	0,66 %
	WALTER BENJAMIN
	0,66 %
	GERD BORNHEIM
	0,66 %
	ANTONIO GRAMSCI
	0,66 %
	LUDWIG WITTGENSTEIN
	0,66 %
	SÊNECA
	0,66 %
	GALILEU GALILEI
	0,66 %
	GUILHERME DE OCKHAM
	0,53 %
	JOHN STUART MILL
	0,53 %
	SOREN KIERKEGAARD
	0,53 %
	ALEXANDER BAUMGARTEN
	0,53 %
	JEREMY BENTHAM 
	0,40 %
	EMMANUEL LEVINAS
	0,40 %
	ANSELMO DE CANTUÁRIA
	0,40 %
	NICOLAU COPÉRNICO
	0,40 %
	MONTESQUIEU
	0,40 %
	AVICENA
	0,33 %
	GASTON BACHELARD
	0,26 %
	RENASCIMENTO
	0,26 %
	SIGMUND FREUD
	0,26 %
	RUDOLF CARNAP
	0,26 %
	BERTOLT BRECHT
	0,26 %
	ERASMO DE ROTTERDAM
	0,26 %
	HANNAH ARENDT
	0,26 %
	MARTIN HEIDEGGER
	0,26 %
	PETER SINGER
	0,26 %
	FRIEDRICH SCHLEGEL
	0,26 %
	KUNO FISCHER
	0,26 %
	ANDRÉ COMTE-SPONVILLE
	0,26 %
	ARTHUR GIANNOTTI
	0,26 %
	GEORGE BERKELEY
	0,26 %
	PAUL FEYERABEND
	0,26 %
	ALAIN TOURAINE
	0,26 %
	HENRI BERGSON
	0,24 %
	FRIEDRICH SCHILLER
	0,13 %
	THOMAS MORE
	0,13 %
	GIORDANO BRUNO
	0,13 %
	ADAM SMITH
	0,13 %
	JOHANN FICHTE
	0,13 %
	FRIEDRICH SCHELLING
	0,13 %
	ARTHUR SCHOPENHAUER
	0,13 %
	ALBERT EINSTEIN
	0,13 %
	HERBERT MARCUSE
	0,13 %
	WILHELM WUNDT
	0,13 %
	GOTTLOB FREGE
	0,13 %
	MAX WEBER
	0,13 %
	HENRI POINCARÉ
	0,13 %
	MARCO TÚLIO CÍCERO
	0,13 %
GABARITO 1 UEM/CVU 
VESTIBULAR DE INVERNO 2019
Questão 21 
Sócrates admitia a Filosofia em uma dimensão ética, voltada para melhorar a vida humana. O seu modo de filosofar se identificava com o questionamento: um diálogo travado com seus interlocutores a fim de saber se era sólido aquilo em que acreditavam. A partir da filosofia socrática, exposta por Platão, assinale a alternativa correta. 
01) Sócrates se vale da chamada ironia como pano de fundo de seus diálogos. 
02) Sócrates mostra a seus interlocutores que eles nada sabiam dos assuntos que acreditavam conhecer. 
04) O conhecimento adquirido não é assimilação de coisas desconhecidas, mas a maneira de relacionar coisas já conhecidas. 
08) A estrutura argumentativa de Sócrates em seus diálogos, como é exposta por Platão, conduz ao ceticismo. 
16) Alguns dos acusadores que levaram à condenação de Sócrates eram homens de letras, comediógrafos, poetas. 
 
Questão 22 
No período do idealismo alemão, entre o fim do século XVIII e o início do século XIX, pensadores como Hölderlin e Schelling defendiam a tese de que a experiência estética seria capaz de revelar a identidade entre a atividade livre do espírito e a necessidade das leis que regem os fenômenos naturais, ou seja, revelar um fundamento único para o âmbito da moral e para o âmbito do conhecimento teórico. Acerca da experiência estética no período do idealismo alemão, assinale o que for correto. 
01) Segundo Schelling, a obra de arte tem caráter simbólico porque é capaz de revelar ideias universais na forma do objeto de arte particular. 
02) Durante o período do idealismo alemão, percebe-se um renascimento das teses medievais acerca da relação entre arte, religião e ciência. 
04) O gênio artístico é a capacidade inata do criador de estabelecer regras para a produção do objeto de arte. 
08) Os pensadores do período defendiam a necessidade de uma educação estética como forma de promover a autonomia do indivíduo. 
16) Immanuel Kant propôs que o sentimento estético do sublime permitiria a intuição da coisa-em-si. 
 
Questão 23 
Tomás de Aquino, teólogo e frade dominicano do século XIII, desenvolveu no início de sua obra Suma teológica, uma reflexão sobre Deus (acerca de sua existência e de seus atributos), que se constitui um dos capítulos essenciais da história da metafísica. A partir do pensamento de Tomás de Aquino e do sentido do termo “metafísica”, assinale o que for correto. 
01) A existência de Deus não é algo evidente por si mesmo, daí a necessidade de provar a sua existência. 
02) A metafísica, ao tratar sobre Deus, não se confunde com a experiência religiosa de Deus. 
04) A metafísica nos apresenta uma reflexão sobre o ser das coisas, especialmente sobre o ser primeiro. 
08) A metafísica, tal como desenvolvida por Tomás de Aquino, faz uma abordagem filosófica que tem seu início na consciência pessoal. 
16) A noção de causa eficiente é um argumento central para Tomás de Aquino mostrar que Deus é considerado a primeira causa. 
Questão 24 
 
No domínio do conhecimento, Descartes aponta duas atitudes que estão na origem do erro: a prevenção e a precipitação. Acerca da teoria do conhecimento de Descartes, como expressa no Discurso do método, assinale o que for correto. 
01) Prevenção é a facilidade com que nosso espírito se deixa levar pelas opiniões e pelas ideias alheias. 
02) Precipitação é a facilidade e a velocidade com que nossa vontade nos faz emitir juízos sobre as coisas antes de verificarmos se nossas ideias são verdadeiras ou não. 
04) O erro também está relacionado com o conhecimento puramente intelectual, que tem como ponto de partida as ideias inatas. 
08) Descartes considera necessária a reforma do entendimento e das ciências para se alcançar o conhecimento certo e seguro. 
16) A reforma do entendimento e das ciências implica, segundo Descartes, reformas sociais e políticas. 
 
Questão 25 
Segundo Maurice Merleau-Ponty, filósofo do século XX, a experiência do corpo próprio revela-nos um modo de existência ambíguo, pois se o corpo é pensado como um conjunto de processos em terceira pessoa, tais como “visão”, “motricidade”, “sexualidade”, percebe-se que essas “funções” estão implicadas confusamente uma na outra, e não podem estar ligadas entre si por relações de causalidade. (Cf. ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando. São Paulo: Moderna, 2003, p. 333). Por sua vez, Espinosa, filósofo do século XVII, afirma que nem o corpo pode determinar a alma a pensar, nem a alma determinar o corpo ao movimento ou ao repouso, porque o que determina a alma a pensar é um modo do pensamento e não da extensão, quer dizer, não é um corpo, e, por outro lado, o movimento ou repouso do corpo deve vir de outro corpo, e não pode provir da alma, que é um modo de pensar. (Cf. ESPINOSA, B. Ética, III, proposição II. Trad. J. F. Gomes. São Paulo: Abril, 1973, p. 185). Com base no exposto, assinale o que for correto. 
01) Para Espinosa não há relação alguma de causalidade entre alma e corpo. 
02) Merleau-Ponty não aceita a ideia segundo a qual o corpo seria a soma de partes sem interior. 
04) As filosofias de Espinosa (século XVII) e de Merleau-Ponty (século XX) visam superar a dicotomia entre alma e corpo. 
08) O corpo é, para a fenomenologia deMerleau-Ponty, parte integrante da totalidade do ser humano: eu sou meu corpo. 
16) Na filosofia de Espinosa o corpo é passivo, e a alma, por sua vez, é ativa. 
Questão 26 
“Em uma de suas principais obras, A república, ele [Platão] desenvolveu ideias sobre um Estado ideal. Em outras palavras, refletiu sobre a melhor maneira de chegar a um Estado perfeito, no qual imperasse a justiça para todos. O Estado perfeito e justo só poderia ser atingido por meio da educação dos cidadãos. Platão acreditava que os sucessivos fracassos dos regimes e governos em Atenas eram decorrentes principalmente do despreparo dos governantes e da falta de respeito pela ordem natural das classes sociais.” (MELANI, R. Diálogo: primeiros estudos em Filosofia. São Paulo: Moderna, 2013, p. 369). Acerca da filosofia política de Platão, assinale o que for correto. 
 01) Segundo Platão, o governo da cidade justa deve ser exercido por aqueles que alcançam a excelência em suas respectivas profissões, como o mercador, o artesão, o filósofo. 
02) A autoridade dos governantes da cidade ideal pensada por Platão é derivada de sua capacidade e de sua preparação para servir e aplicar leis justas. 
04) No diálogo A república, de Platão, a personagem Sócrates procura refutar a tese do sofista Trasímaco de que a justiça é aquilo que convém ao mais forte, pois essa concepção leva a um governo injusto. 
08) Platão propõe que a estrutura da cidade ideal é análoga à estrutura da alma humana. 
16) Porque o governante da cidade ideal se dedica ao Bem, os seus desejos particulares devem se sobrepor àqueles dos demais cidadãos, pois expressam os interesses mais justos. 
Questão 27 
O pensamento ético de Sêneca a respeito das paixões apresenta quatro ideias fundamentais: 1) as paixões (fortes ou fracas) não são obedientes à razão; 2) as paixões estão na origem de certos vícios, como a avareza e a crueldade; 3) se não podemos evitar as paixões, não podemos controlar seu grau de intensidade; 4) tudo que é nocivo não pode ter uma justa medida, uma medida equilibrada. (Cf. FIGUEIREDO, V. (Org). Filosofia: temas e percursos. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2013, p. 61 e 62). A respeito dos temas da paixão e da virtude na ética de Sêneca e na Antiguidade Clássica, assinale o que for correto. 
01) Sêneca se opõe à ideia de que devemos moderar ou atenuar as paixões. 
02) O homem virtuoso é aquele no qual as paixões estão ausentes. 
04) Sêneca possui a mesma compreensão da noção de virtude estabelecida por Aristóteles. 
08) Os vícios são, para Sêneca, doenças da alma. 
16) Paixão é a inclinação da alma fixada em um hábito e decorrente de um assentimento. 
 
Questão 28 
O filósofo inglês John Locke (século XVII) propôs que a alma é como uma “tábula rasa”, ou seja, como um papel em branco que não possui ideias inatas, adquirindo conhecimento somente por meio da experiência. Segundo o empirismo de Locke, assinale o que for correto. 
 01) A sensação é a faculdade por meio da qual os estímulos externos produzem em nós qualidades primárias, como a percepção do movimento, e qualidades secundárias, como a percepção do calor. 
02) As ideias simples são formadas a partir da percepção das qualidades universais, tais como “cor azul”, “círculo”, “solidez”, a partir das quais as ideias complexas são formadas. 
04) No campo da moral, Locke defendeu uma ética baseada na reflexão acerca dos motivos de nossas ações a partir de seus resultados observáveis. 
08) A linguagem é um sistema simbólico construído de maneira independente das sensações, as quais constituem as ideias. 
16) Para Locke, embora o conhecimento de nós mesmos e de Deus seja certo, o conhecimento da existência das coisas fora de nós, que dependem do testemunho dos nossos sentidos, é somente provável. 
Questão 29 
“‘Não faças o que não gostarias que te fizessem’. Ora não se percebe como, de acordo com esse princípio, um homem poderia dizer a outro: ‘Acredita no que acredito, ou morrerás’. É o que dizem, porém, em Portugal, na Espanha, em Goa. [...] Se fosse direito humano conduzir-se dessa forma, caberia então que o japonês detestasse o chinês, o qual execraria o siamês. [...] O direito da intolerância é, pois, absurdo e bárbaro; é o direito dos tigres, e bem mais horrível, pois os tigres só atacam para comer, enquanto nós exterminamo-nos por parágrafos.” (VOLTAIRE, Tratado sobre a intolerância. In: FIGUEIREDO, V. B. de. Filosofia: temas e percursos. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2013, p. 219 e 220). Com base no texto acima e no pensamento de Voltaire, assinale o que for correto. 
01) O contexto histórico do Tratado sobre a intolerância remete ao conflito religioso entre protestantes e católicos franceses no século XVIII. 
02) Voltaire defende a tese de que a intolerância não se funda nem no direito natural, nem no direito humano. 
04) O respeito pelas opiniões e pelas crenças alheias equivale necessariamente a concordar com elas. 
08) O fanatismo religioso, uma verdadeira doença do espírito, devia ser submetido à razão. 
16) Para Voltaire, o imperativo “não faças o que não gostarias que te fizessem” é o fundamento tanto do direito natural quanto do direito humano. 
Questão 30 
Michel Foucault, em As palavras e as coisas e em A arqueologia do saber, critica a noção dominante da história como uma sucessão contínua e progressiva de acontecimentos, regidos por finalidades determinadas que poderiam ser investigadas sistematicamente. Acerca das críticas de Foucault à organização tradicional das formas de saber, assinale o que for correto. 
01) As ciências históricas se distinguem das ciências naturais porque estas se baseiam em princípios necessários e universais válidos. 
02) As relações de poder, os mecanismos de controle e as formas de normalização dos comportamentos humanos constituem as diferentes estruturas do saber em cada época. 
04) As condições materiais da sociedade, segundo Foucault, determinam as relações entre indivíduos e conduzem a mudanças históricas. 
08) Instituições como hospícios e prisões são formas de excluir os indivíduos das relações sociais, enquanto escolas e quartéis são formas de inclusão na sociedade. 
16) O método arqueológico proposto por Foucault compara formas discursivas de diferentes épocas sobre um mesmo assunto, mostrando as rupturas entre elas. 
Questão 31 
“Vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e toda comunidade se forma com vistas a algum bem, pois todas as ações de todos os homens são praticadas com vistas ao que lhes parece um bem; se todas as comunidades visam a algum bem, é evidente que a mais importante de todas elas e que inclui todas as outras tem mais que todas este objetivo e visa ao mais importante de todos os bens; ela se chama cidade e é a comunidade política.” (ARISTÓTELES. Política. Livro I, cap. 1, 1252a. Trad. Mário da Gama Kury. Brasília: Editora da UNB, 1985). Com base no texto acima e no pensamento político de Aristóteles, assinale o que for correto. 
01) O bem próprio almejado pela comunidade política é o bem soberano. 
02) O homem é um animal político por natureza, isto é, é de sua natureza buscar a vida em comunidade. 
04) A comunidade política se distingue da família e da aldeia (vida social) pelo tipo de poder próprio a cada uma delas. 
08) Para Aristóteles, o tema da felicidade humana não faz parte da reflexão específica da comunidade política. 
16) O Estado (politeia) está sujeito ao perecimento, à corrupção e, por isso, para cada regime político há o seu contrário. 
 
Questão 32 
O seguinte argumento é composto por dois silogismos simples: 
a) Tudo aquilo que tem uma causa tem um começo no tempo. b) Tudo aquilo que está em movimento tem uma causa. c) Tudo o que está em movimento tem um começo no tempo. d) O mundo está em movimento. e) Portanto o mundo tem um começo no tempo. 
A partir de noções da lógica silogística, assinale o que for correto. 
01) A proposição “Tudo o que está em movimento tem um começo no tempo.” é, ao mesmo tempo, conclusão do primeiro silogismo e premissa dosegundo silogismo que compõe o argumento. 
02) O argumento acima é uma falácia do tipo “petição de princípio”, pois suas premissas são teses que não podem ser comprovadas. 
04) A partir das premissas “b” e “d” é possível construir um silogismo cuja conclusão válida é a proposição “o mundo tem uma causa”. 
08) A conclusão “o mundo tem um começo no tempo” não é válida, considerando-se como premissas somente as proposições “a” e “b”. 
16) A partir das premissas dadas, é válido concluir que “ter um começo no tempo” é causa do movimento. 
 
Questão 33 
Segundo Benedito Nunes, o conceito de “expressão”, no sentido dos efeitos exteriores da consciência, é utilizado na estética moderna para explicar a natureza da arte. Segundo o autor, “A palidez é um sintoma do medo, como o rubor da face é um sintoma da cólera. Essas reações constituem a expressão espontânea das emoções com elas relacionadas, única espécie de linguagem natural para Darwin, comum aos animais e aos homens. Sob esse aspecto, a linguagem verbal, que utiliza signos artificiais, as palavras, nada mais seria do que um produto convencional do pensamento. De fato, as palavras, na antiga lição que vem de Aristóteles, estão em lugar das coisas que representam. Elas são “signos”, pertencendo a um gênero vasto e rico, no qual se acham incluídos todos aqueles elementos cuja função é assinalar, indicar, referir e representar.” (NUNES, B. Introdução à filosofia da arte. São Paulo: Editora Ática, 2010, p. 73 e 74). Acerca da arte como expressão da experiência, assinale o que for correto. 
01) Para a fenomenologia, os significados são inerentes às próprias palavras que os expressam, de forma que o signo e aquilo que ele indica não estão separados; constituem um mesmo objeto intencional. 
02) Formas artísticas como a fotografia e o cinema não podem ser simbólicas, pois expressam a realidade tal como ela é, de maneira naturalista. 
04) O juízo de gosto não produz conhecimento sobre um objeto, porém expressa o prazer decorrente da apreciação do belo. 
08) A exemplaridade da obra de arte implica a capacidade do artista de criar convenções e regras que servirão de modelo para outros artistas. 
16) Porque as palavras são signos que se referem a coisas, as formas poéticas não podem representar objetos cuja existência não pode ser verificada pelos sentidos. 
 
Questão 34 
A Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas é um documento que foi promulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro de 2007, com a aprovação inicial de 144 países, inclusive o Brasil. O objetivo dessa declaração é estabelecer um padrão importante para o tratamento dos povos indígenas, servindo como embasamento para eliminar as violações dos direitos humanos dos povos indígenas e auxiliá-los no combate à discriminação e à marginalização. A Declaração contempla direitos individuais, coletivos, culturais e educacionais, assegurando saúde, emprego e o uso da língua, entre outros. O documento afirma que os povos indígenas têm direito de desfrutar individual e coletivamente todos os direitos humanos e as liberdades fundamentais, reconhecidas na Carta das Nações Unidas, na Declaração Universal dos Direitos Humanos e nas leis internacionais sobre direitos humanos. Acerca da temática dos direitos humanos, assinale o que for correto. 
 01) A Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas, aprovada pela Assembleia Geral da ONU, passou a valer como lei para todos os países membros da organização. 
02) A Declaração reconhece tanto os direitos humanos considerados de primeira geração quanto os direitos civis e políticos dos indivíduos; reconhece também os direitos considerados de segunda geração, de natureza econômica, social e cultural, tais como o direito à educação e à habitação. 
04) A Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas inclui o direito à autodeterminação, ou seja, os povos indígenas têm o direito de determinar livremente seu status político e de buscar seu desenvolvimento econômico, social e cultural. 
08) O conceito de indivisibilidade dos direitos humanos significa que todos os direitos são inerentes à dignidade humana e interdependentes, e não podem ser separados. A negação de um direito significa a obstrução de todos os demais. 
16) Apesar do reconhecimento do princípio da soberania e da autodeterminação política dos povos, os acordos internacionais sobre os direitos humanos preveem que o indivíduo pode recorrer a organismos internacionais para se defender contra atos do próprio Estado do qual é cidadão. 
Questão 35
A lógica aristotélica está baseada nos princípios de identidade, de não contradição e do terceiro excluído. Esses princípios sustentam as relações possíveis entre proposições descritas no diagrama denominado “quadrado de oposições”. Acerca dos princípios da lógica aristotélica, assinale o que for correto. 
01) As proposições “alguns seres humanos são corajosos” e “alguns seres humanos não são corajosos” podem ser ambas falsas ou verdadeiras. 
02) Proposições que dizem respeito a estados de coisas futuros, como “se chover amanhã, eu levarei um guarda-chuva”, não podem ser nem verdadeiras nem falsas. 
04) Se a proposição “algumas árvores não dão frutos” é verdadeira, a proposição “todas as árvores dão frutos” é falsa. 
08) Juízos universais, como “todo triângulo tem três lados” e “nenhum mamífero põe ovos”, são necessariamente verdadeiros. 
16) O raciocínio: “todas as leis são criadas pelo Estado; portanto, a lei da gravidade foi criada pelo Estado”, é uma falácia, pois viola o princípio de identidade. 
GABARITO 1 UEM/CVU 
VESTIBULAR DE VERÃO 2019
Questão 21
O filósofo contemporâneo Peter Singer argumenta que cada indivíduo no mundo tem responsabilidade ética diante do sofrimento pela fome dos demais indivíduos. A omissão e a falta de ações efetivas na distribuição das riquezas por parte dos governos, das empresas, dos indivíduos fazem que aqueles que vivem nos países mais pobres sofram com a miséria, a doença, a morte. Para ele, permitir que alguém morra não é intrinsecamente diferente de matar alguém. As diferenças entre essas atitudes são meramente externas e não nos eximem da responsabilidade ética diante do sofrimento dos demais indivíduos. Acerca dos conceitos de justiça distributiva e da responsabilidade social no pensamento contemporâneo, assinale o que for correto. 
01) Segundo a visão liberal clássica, a preocupação com as consequências éticas das atividades econômicas seria um obstáculo à eficiência dos negócios. A economia não poderia, portanto, ser gerida com base em virtudes morais. 
02) De acordo com Peter Singer, o mundo é capaz de produzir alimento suficiente para todos os seus habitantes, porém populações sofrem de fome e de desnutrição devido à má distribuição dos recursos. 
04) As posturas éticas adotadas pelas empresas em suas atividades econômicas são baseadas nas decisões morais livres de seus dirigentes. 
08) O indivíduo tem a responsabilidade ética de calcular as consequências de suas ações e de suas omissões antes de tomar quaisquer decisões. 
16) Uma das diferenças externas entre “matar” e “deixar morrer” é o fato de que é mais difícil obedecer ao princípio ético de que sempre devemos salvar todas as vidas possíveis do que obedecer ao princípio de que nunca devemos matar pessoas. 
 
Questão 22 
O período da história da filosofia grega que cobre os séculos V e IV a.C. é entendido como o despertar de um ideal consciente de educação e cultura. Dele fazem parte, além de Sócrates e de seu discípulo Platão, os chamados sofistas. A propósito dos sofistas, assinale o que for correto. 
01) Os sofistas foram responsáveis pelo desenvolvimento da reflexão antropológica e da reflexão ética na filosofia. 
02) Os sofistas foram os mestres da nova areté (virtude, excelência) política, e o instrumento desse processo foi a retórica. 
04) Os sofistas eram comumente vistos como especialistas do pensamento e não propriamente como filósofos. 
08) Sócrates adotou uma posturabastante complacente com os sofistas na Atenas do século V a.C. 
16) Ao afirmar que “o homem é a medida do que é e do que não é”, Protágoras confirmou o papel do subjetivismo na sua concepção filosófica. 
Questão 23 
“Se é verdade que a verdade da fé cristã ultrapassa as capacidades da razão humana, nem por isso os princípios inatos naturalmente à razão podem estar em contradição com esta verdade sobrenatural. É um fato que estes princípios naturalmente inatos à razão humana são absolutamente verdadeiros; são tão verdadeiros, que chega a ser impossível pensar que possam ser falsos. Tampouco é possível considerar falso aquilo que cremos pela fé, e que Deus confirmou de maneira tão evidente. Já que só o falso constitui o contrário do verdadeiro, [...] é impossível que a verdade da fé seja contrária aos princípios que a razão humana conhece em virtude de suas forças naturais. [...] Todavia, já que a palavra de Deus ultrapassa o entendimento, alguns acreditam que ela esteja em contradição com ele. Isto não pode ocorrer.” (AQUINO, T. de. Suma contra os gentios. Apud ARANHA, M. L de. Filosofando. São Paulo: Moderna, 2ª ed. p. 103). A partir do texto citado e de conhecimentos do pensamento filosófico de Tomás de Aquino, assinale o que for correto. 
01) Fé e razão não se opõem, porque seus princípios são verdadeiros. 
02) Tomás de Aquino tomou por tarefa compatibilizar, a partir da relação fé e razão, a filosofia aristotélica com a verdade cristã. 
04) O âmbito do racionalmente demonstrável é restrito se comparado com a imensidão dos mistérios divinos. 
08) Para Tomás de Aquino, o conteúdo da fé é revelado por Deus aos homens, segundo a sua sabedoria. 
16) A existência de Deus para Tomás de Aquino é tão somente afirmada pela fé, jamais reconhecida pela razão. 
Questão 24 
“O que chamamos aqui saber é conhecer por meio da demonstração. Por demonstração entendo o silogismo científico e chamo científico um silogismo cuja posse constitui para nós a ciência [....]; é necessário também que a ciência demonstrativa parta de premissas que sejam verdadeiras, primeiras, imediatas, mais conhecidas que a conclusão, anteriores a ela e causa dela. [....] Um silogismo pode seguramente existir sem essas condições, mas não será uma demonstração, não será produtor de ciência.” (ARISTÓTELES. Segundos analíticos. In CHAUÍ, M. et alii. Primeira filosofia. Lições introdutórias. São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 183 e 184). Considerando o texto transcrito e conhecimentos da filosofia de Aristóteles, assinale o que for correto. 
01) O que se caracteriza como teoria do conhecimento para Aristóteles está estritamente vinculado à lógica. 
02) O silogismo se caracteriza pela extração de conhecimentos particulares de outros conhecimentos mais gerais e anteriores. 
04) A dedução é a característica básica da concepção aristotélica de ciência. 
08) O saber obtido através do raciocínio dedutivo não parte de um conhecimento preexistente. 
16) Para Aristóteles silogismo científico é “mediato e necessário”. 
Questão 25 
“A alienação social se exprime numa teoria do conhecimento espontânea, formando o senso comum da sociedade. Por seu intermédio, são imaginadas explicações e justificativas para a realidade tal como é diretamente percebida e vivida. [...] A produção ideológica da ilusão social tem como finalidade fazer com que todas as classes sociais aceitem as condições em que vivem, julgando-as naturais, normais, corretas, justas, sem pretender transformá-las ou conhecê-las realmente, sem levar em conta que há uma contradição profunda entre as condições reais em que vivemos e as ideias.” (CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2011, p. 218). Acerca do conceito de ideologia e de suas formas de proceder, assinale o que for correto. 
01) Como forma de conhecimento por meio do senso comum, a ideologia é um discurso crítico às teses científicas predominantes nas ciências sociais e exatas. 
02) Uma ideologia procede por meio de “inversão” de causas e efeitos quando afirma, por exemplo, que mulheres devem ser submissas aos homens porque isso seria natural, tomando aquilo que é o efeito de condições históricas e sociais contingentes como a justificativa para essa própria organização social. 
04) Um discurso ideológico é caracterizado pela lógica e pela coerência interna de seus argumentos, ainda que suas proposições não possam ser consideradas corretas. 
08) A ideologia produz o imaginário social ao representar a experiência social imediata como um conjunto de normas e explicações para as relações sociais. Aquilo “que todo mundo faz” constitui o comportamento “normal”, “correto”, sem que se questionem suas razões. 
16) A diversidade das posições ideológicas indica que os indivíduos são livres para aderirem às visões de mundo que melhor correspondem às suas preferências. 
Questão 26 
“Concebei agora, se quiserdes, que a pedra, enquanto continua a mover-se, saiba e pense que se esforça tanto quanto pode para continuar a mover-se. Seguramente, essa pedra, visto não ser consciente senão de seu esforço e não ser indiferente, acreditará ser livre e perseverar no movimento apenas porque quer. É essa a tal liberdade humana que todos se jactam de possuir e que consiste apenas em que os seres humanos são cônscios [conscientes] de seus apetites [desejos], mas ignorantes das causas que os determinam. É assim que uma criança crê apetecer livremente o leite; um rapazinho, se irritado, querer vingar-se, mas fugir quando intimidado.” (ESPINOSA. Carta 58. Apud SAVIAN FILHO, J. Filosofia e filosofias. Existência e sentido. Belo Horizonte: Autêntica, 2016, p. 213). A partir do fragmento citado e do pensamento ético de Espinosa, assinale o que for correto. 
01) A passagem acima aponta a crítica de Espinosa à concepção tradicional de livre-arbítrio. 
02) A imagem da pedra, segundo o texto, sugere que o seu “querer” provém de sua “consciência”. 
04) O homem, para Espinosa, imagina-se livre porque acredita que é a origem ou o princípio de suas ações. 
08) Para Espinosa, as paixões ou os desejos não influenciam na tomada de nossas decisões. 
16) Espinosa defende uma definição de liberdade na qual existe a possibilidade de cooperação entre razão e paixão. 
 
Questão 27 
“No século XX, a humanidade passou a se preocupar cada vez mais com a preservação dos recursos naturais e as questões ambientais em geral. Segundo o filósofo Bruno Latour, um problema ecológico é um híbrido, pois não envolve apenas uma ciência ou um conjunto de ciências; tem também um aspecto político. Por essa razão, Latour fala em ‘políticas da natureza’: já não basta produzir uma ciência, um conhecimento da natureza, é necessário também construir ações políticas na relação entre o ser humano e a natureza.” (GALLO, S. Filosofia: experiência do pensamento. São Paulo: Scipione, 2013, p. 283). A partir das noções de ética ambiental e das relações entre o ser humano e a natureza, assinale o que for correto. 
01) A partir da revolução científica no início do período Moderno, o conhecimento dos fenômenos naturais levou o ser humano a uma convivência harmoniosa com a natureza. 
02) A noção de “direito natural”, que emerge na filosofia política da Modernidade, diz respeito somente à natureza humana e não considera digno de direitos o mundo natural. 
04) A ética ambiental critica o antropocentrismo, isto é, a ideia de que o ser humano ocupa lugar central na natureza em relação aos demais seres vivos. 
08) A ética ambiental contemporânea prescreve que as relações entre o ser humano e a natureza devem ser estabelecidas na forma de leis. 
16) Na ética contemporânea, a teoria da responsabilidade propõe que é dever do ser humano agir de maneira compatível com a permanência da vida humana e com a conservação do planeta. 
 
Questão 28 
“Não há ninguém tão jovem e inexperiente que não tenha formado, a partir da observação, muitas máximas gerais e corretas relativas aos assuntos humanos e à conduta da vida; mas deve-se confessar que, quando chega a hora de pô-las em prática,um homem estará extremamente propenso a erros até que o tempo e as experiências adicionais venham a expandir essas máximas e ensinar-lhe seu adequado uso e aplicação. [...] A verdade é que um raciocinador inexperiente não poderia de forma alguma raciocinar se lhe faltasse por completo a experiência; e, quando dizemos que alguém é inexperiente estamos aplicando essa denominação num sentido apenas comparativo e supondo que ele possui experiência em um grau menor e mais imperfeito.” (HUME, D. Investigações sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral. In FIGUEIREDO, V. B. de. Filosofia: temas e percursos. São Paulo: Berlendis & Vertecchia Editores, 2013, p. 336). Com base no fragmento transcrito e em conhecimentos sobre a filosofia de Hume, assinale o que for correto. 
01) Hume, no fragmento, contrapõe-se aos filósofos que defendem o poder da razão em estabelecer verdades. 
02) A importância dada à temporalidade é condição para formar as máximas gerais e corretas do nosso agir. 
04) Para Hume a experiência não é determinante para a elaboração de nossas regras de conduta pois podemos nos equivocar sobre o que sentimos. 
08) Em assuntos de moral e de teoria do conhecimento, Hume é considerado um empirista. 
16) De acordo com a filosofia moral de Hume, o tempo é a condição para o adequado uso e para a adequada aplicação das regras morais por parte do homem. 
 
Questão 29 
Na obra Discurso do método, René Descartes, filósofo francês do século XVII, propõe quatro regras que esclarecem a forma como a liberdade do arbítrio deve ser disciplinada segundo a razão, a fim de se aplicar na tarefa de separar os juízos verdadeiros dos juízos falsos, e, com isso, realizar o projeto do conhecimento humano a partir de fundamentos sólidos. De acordo com o pensamento de Descartes, assinale o que for correto. 
01) Uma das quatro regras do método cartesiano afirma que só se deve aceitar alguma coisa como verdadeira se não houver causa para dela duvidar. 
02) A filosofia de Descartes é uma forma de ceticismo, porque propõe suspender o juízo sobre a existência do mundo exterior. 
04) O método cartesiano pressupõe que todo problema verdadeiro tem uma solução, porque, sendo o mundo racional, deve ser sempre possível descobrir as razões que nele se encontram. 
08) A quarta e última regra do método cartesiano estipula que se deve garantir a correta aplicação das regras anteriores a um problema por meio da revisão exaustiva de todos os passos de sua solução. 
16) O uso disciplinado da razão exige que a construção do conhecimento comece com os objetos mais complexos para decompô-los em seus elementos mais simples. 
 
Questão 30 
Considere os seguintes argumentos: 
1. a) Todos os silogismos são inferências triviais distantes da experiência cotidiana. b) Nenhuma inferência trivial distante da experiência cotidiana vale a pena ser estudada. c) Portanto, nenhum silogismo vale a pena ser estudado. 
2. d) Todo conhecimento verdadeiro é formado por argumentos válidos. e) Todos os argumentos válidos são silogismos. f) Portanto, todos os silogismos são conhecimentos verdadeiros. 
De acordo com os princípios da lógica silogística, assinale o que for correto. 
01) O argumento “1” é dedutivo, enquanto o argumento “2” é indutivo. 
02) Os argumentos “1” e “2” são ambos válidos, pois suas respectivas premissas são verdadeiras. 
04) A partir de duas premissas afirmativas, tais como as premissas “d” e “e” do argumento “2”, não é possível inferir uma conclusão negativa. 
08) A premissa “a” é uma sentença universal afirmativa, e a premissa “b” é uma sentença universal negativa. 
16) Os argumentos “1” e “2” são contraditórios entre si. 
 
Questão 31 
O argumento de autoridade, também chamado pelo termo em latim de argumento ad verecundiam (isto é, argumento por “respeito” ou “reverência”), é um tipo de argumento que apela a uma autoridade em um determinado assunto, reconhecida pelo público a quem nos dirigimos, para provar que nossas afirmações são verdadeiras. A partir da noção do argumento de autoridade e de seus usos, assinale o que for correto. 
01) Um argumento de autoridade não é dedutivo, porque sua conclusão não segue necessariamente suas premissas. 
02) Ao apelar a autoridades reconhecidas em determinados assuntos, argumentos de autoridade têm usos legítimos para fins de convencimento dos interlocutores. 
04) Argumentos de autoridade são válidos à medida que citam um determinado indivíduo para sustentar uma tese; são falaciosos quando não identificam a fonte de suas afirmações. 
08) Porque os argumentos de autoridade refletem diferentes perspectivas e visões de mundo, eles não podem ser utilizados em contextos científicos, os quais exigem o uso de argumentos cujas premissas devem ser universalmente verdadeiras. 
16) Os argumentos de autoridade seguem princípios éticos, porque exigem o respeito às leis e às autoridades em geral. 
 
Questão 32 
“[....] uma observação que deverá servir de base a todo sistema social: o pacto fundamental, em lugar de destruir a igualdade natural, pelo contrário substitui por uma igualdade moral e legítima aquilo que a natureza poderia trazer de desigualdade física entre os homens, os quais, podendo ser desiguais na força ou no gênio, todos se tornam iguais por convenção e direito. Afirmo, pois, que a soberania, não sendo senão o exercício da vontade geral, jamais pode alienar-se, e que o soberano, que nada é senão um ser coletivo, só pode ser representado por si mesmo. O poder pode transmitir-se; não, porém, a vontade.” (ROUSSEAU, J. J. Do contrato social. Apud ARANHA, M. L. de A. Filosofando. São Paulo: Moderna, 1993, p. 229). A partir desse fragmento e do pensamento político de Rousseau, assinale o que for correto. 
01) O contrato social para Rousseau se origina do consentimento unânime, em que cada associado se aliena de todos os seus direitos. 
02) Ao alienar-se em favor da comunidade, cada associado nada perde, pois, como povo incorporado, mantém sua soberania. 
04) A soberania do povo para Rousseau é inalienável, ou seja, não pode ser representada. 
08) Como a vontade geral é a soma da vontade de todos (considerados individualmente), ela não pode ser a expressão da lei. 
16) O homem, no pensamento político de Rousseau, é livre na medida em que oferece o livre consentimento à lei. 
 
Questão 33 
O positivismo, tal como formulado em meados do século XIX, estabeleceu critérios rígidos para o domínio da ciência, mesmo para as chamadas ciências humanas, as quais compartilhavam nessa época o pressuposto metodológico de que os fatos humanos deviam ser observados como coisas. A respeito do positivismo nas ciências humanas, especialmente no campo da psicologia, assinale o que for correto. 
01) A psicologia surgiu como ciência no final do século XIX, relacionada com problemas da psicofísica. 
02) A psicologia, em seus primórdios, principalmente com Wilhelm Wundt, desenvolveu um método no qual imita a fisiologia. 
04) A fenomenologia representou, nos campos da filosofia e da psicologia, uma reação crítica ao positivismo. 
08) A psicologia behaviorista, entendida como comportamentalista, adota o princípio do positivismo para ser considerada uma ciência. 
16) A psicologia do tipo comportamental reconhece como fundamental o papel dos instintos e da inteligência inata para a compreensão do ser humano. 
 
As questões 34 e 35 se referem ao fragmento de texto a seguir. 
“O verdadeiro artista intui a forma organizadora dos objetos ou eventos sobre os quais focaliza sua atenção. Ele vê, ou ouve, o que está por trás da aparência exterior do mundo. Por exemplo, a Marcha nupcial, de Mendelsohn, normalmente executada em casamentos durante a entrada da noiva, tem a estrutura do sentimento da alegria. O andamento é rápido e as notas se concentram nas partes mais agudas das escalas, com os clarins anunciando que é chegada a hora da celebração. Já a Marcha fúnebre, de Chopin, apresenta a forma da tristeza: o andamento é lento, a tonalidade é grave, e o tema é repetitivo. Todoartista percebe, pela capacidade seletiva e interpretativa de seus sentidos, formas que não podem ser nomeadas, que não podem ser reduzidas a um discurso verbal explicativo, pois precisam ser sentidas, não explicadas. Ba seando-se na intuição, o artista não cria cópias da natureza, mas símbolos dela e da vida humana.” (ARANHA, M. L. de; MARTINS, M. H. P. Filosofando. Introdução à filosofia. Moderna: São Paulo, 2009, p. 418). 
Questão 34 
Acerca da relação entre o conhecimento e a experiência estética, assinale o que for correto. 
01) A intuição estética é uma espécie de conhecimento pela qual se apreendem aspectos inteligíveis dos objetos. 
02) O pintor é capaz de expressar em sua obra determinados sentimentos por meio do uso de cores e de traços, assim como o músico o faz por meio do ritmo e da melodia. 
04) Embora o artista compreenda o sentido de sua própria obra de arte intuitivamente, é preciso que o crítico de arte traduza a linguagem simbólica da obra para a linguagem verbal, a fim de que o público a compreenda. 
08) As tradições mitológicas e cosmológicas do mundo antigo não podem ser atribuídas à intuição de um artista, motivo pelo qual não são capazes de expressar uma compreensão da estrutura do mundo para além da mera aparência. 
16) A intuição artística da forma organizadora do mundo tem a função pedagógica de ensinar determinadas visões de mundo ao público. 
Questão 35 
A partir do fragmento e das teses tradicionais sobre a estética, considere a relação entre a obra de arte e a natureza, e assinale o que for correto. 
01) A arte não figurativa, tal como a pintura abstrata, não imita aspectos sensíveis da natureza, porém imita princípios e conceitos segundo os quais a natureza se organiza. 
02) A intuição estética é característica das formas artísticas que dependem da imaginação do artista, como a pintura e a escultura; não é característica de formas naturalistas, como o teatro e a fotografia. 
04) Para Aristóteles, a mimese artística não imita primariamente os aspectos sensíveis da natureza, mas sim o ato mesmo da criação ou da produção das coisas. 
08) Segundo Kant, o sentimento do sublime, que eleva a alma acima do lugar-comum vulgar, é despertado pela experiência dos grandiosos espetáculos da natureza, revelando o belo natural como superior ao belo artístico. 
16) Para Platão, as formas artísticas que apresentam meras cópias de aspectos sensíveis não são capazes de levar ao entendimento da ordem racional do mundo.
GABARITO 1 UEM/CVU 
VESTIBULAR DE INVERNO 2018
Questão 01 
“Considera-se que um Estado tenha sido instituído quando uma multidão de homens concorda e pactua, cada um com cada um dos outros, que a qualquer homem ou assembleia de homens a quem seja atribuído pela maioria o direito de representar a pessoa de todos eles (ou seja, de ser seu representante), todos sem exceção, tanto os que votaram a favor dele como os que votaram contra ele, deverão autorizar todos os atos e decisões desse homem ou assembleia de homens, tal como se fossem seus próprios atos e decisões, a fim de viverem em paz uns com os outros e serem protegidos dos demais homens.” (HOBBES, T. Leviatã, Livro I, cap. XVIII. In: FIGUEIREDO, V. de. Filósofos na sala de aula. V. 2. São Paulo: Berlendis & Vertecchia Editores, 2007, p. 60). Com base no fragmento transcrito, assinale o que for correto. 
01) O texto evidencia o caráter absolutista do Estado para Hobbes, uma vez que o poder político se configura pela ação individual do soberano e nele se concentra. 
02) A função da assembleia é apenas confirmar que o poder de decisão se concentra somente na figura do monarca e, após isso, submeter-se obedientemente ao poder desse rei. 
04) O Estado, para Hobbes, é instituído a partir de um livre acordo ou pacto entre homens em assembleia. 
08) A assembleia de homens ou aquele que foi instituído pelo pacto tem o dever de representar e proteger os contratantes contra os seus inimigos. 
16) O representante governa apenas para aqueles que o elegeram, tratando os demais pactuantes como inimigos. 
 
Questão 02 
Na investigação sobre o fundamento da associação política, o pensamento moderno apresenta as chamadas teorias contratualistas. Caso expressivo desse pensamento é J. J. Rousseau, para quem o contrato que institui a sociedade política é realizado por todo o povo consigo mesmo. A respeito da teoria contratualista de Rousseau, assinale o que for correto. 
01) As duas partes contratantes se reduzem a uma só, o povo, que pode ser considerado soberano e súdito. 
02) Somente é legítimo obedecer às leis se elas são expressão da vontade geral. 
04) Para Rousseau, diferentemente de Étienne de La Boétie, a história das comunidades políticas não é a história da servidão. 
08) Essa nova associação recebe o nome de República ou de corpo político, o que antigamente levava o nome de cidade. 
16) Ao violar-se o pacto social o homem perde sua liberdade natural. 
 
Questão 03 
“Os homens, em geral, julgam mais com os olhos do que com as mãos, mais pelas aparências, porque se vêem todos e se conhecem poucos; todos vêem aquilo que tu pareces ser, poucos conhecem aquilo que tu és; e aqueles poucos não se atrevem a opor-se à opinião dos muitos que têm o poder do Estado para os defender; e nas ações de todos os homens, sobretudo na dos príncipes, quando não há juiz para quem reclamar, se olha para os fins. Faça tudo, portanto, um príncipe para vencer e conservar o estado: os meios serão sempre julgados honrosos e por todos serão louvados, porque o vulgo se deixa levar por aquilo que parece e pelo resultado das coisas ...” (MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Hedra, 2009, p. 181-183). Considerando o fragmento transcrito, assinale o que for correto. 
01) Para Maquiavel, cabe ao governante atentar para os efeitos de suas ações, visto que as pessoas julgam em função dos resultados alcançados. 
02) Para Maquiavel, a ação política é avaliada, em grande parte, pela aparência dos resultados, e não pelo que de fato é. 
04) Para Maquiavel, um governante não deve se preocupar com o juízo que a população faz de seu governo, pois ela é composta, em sua maioria, por ignorantes. 
08) Para Maquiavel, os poucos que conhecem os mecanismos do poder político e têm o poder de julgar evitam contrariar a maioria, julgando conforme o gosto popular, e não conforme o que é correto. 
16) O fragmento revela que, para Maquiavel, o poder político de um governante se apoia em muito sobre a opinião que o povo possui dele e sobre os efeitos de suas ações de governo. 
Questão 04 
Na Ética a Nicômaco Aristóteles investiga o gênero ao qual poderíamos identificar as virtudes, se como paixões, ou como faculdades ou ainda como disposição de caráter. A propósito dessa discussão sobre a virtude no pensamento de Aristóteles, assinale o que for correto. 
01) Aristóteles entende as paixões como aqueles sentimentos acompanhados de prazer ou de dor. 02) As virtudes não podem ser entendidas como paixões, uma vez que são modalidade de escolhas ou envolvem a escolha, pois não escolhemos sentir, por exemplo, cólera ou medo. 
04) Não somos bons ou maus por nossas paixões, mas por nossas virtudes ou vícios. 
08) Como ocorre no âmbito das paixões, a virtude é movida para determinada ação. 
16) Para Aristóteles, o estudo da virtude está vinculado com a vida do cidadão na polis (cidade), pois o homem virtuoso será bom cidadão. 
 
Questão 05 
“Porque fomos crianças antes de termos nos tornado adultos, e porque julgamos ora bem, ora mal acerca de coisas que se apresentaram a nossos sentidos em uma época na qual não dispúnhamos ainda do inteiro uso de nossa razão, aconteceu que muitos juízos, formados com precipitação, impedem-nos de chegar ao conhecimento da verdade. E o fazem de modo que não há aparência de que possamos nos libertar, salvo no caso de nos dedicarmos a duvidar uma vez em nossas vidas de todas as coisas nas quais encontramos a menor suspeita de incerteza.” (DESCARTES, R. Princípios de filosofia.In: FIGUEIREDO, V. de. Filosofia: temas e percursos. São Paulo: Berlendis & Vertecchia Editores, 2013, p. 125). Considerando o fragmento transcrito, assinale o que for correto. 
01) Os juízos incorretos ou falsos são aqueles formados na infância, quando ainda não se dispõe do inteiro uso da razão. 
02) A dúvida deve ser um hábito mental para nos livrarmos das incertezas advindas dos sentidos. 
04) Juízos verdadeiros são resultado de um exercício mental que passa pelo questionamento daquilo que conhecemos somente pelos sentidos, pelas aparências. 
08) O critério de verdade sobre os juízos depende de cada um, não havendo uma regra universal para a verdade de uma proposição ou de um juízo. 
16) A dúvida ou o ceticismo em relação àquilo que advém dos sentidos é o início da busca de um conhecimento que se pretende verdadeiro. 
Questão 06 
“Qualquer um está pronto a admitir que existe uma diferença considerável entre as percepções da mente, quando um homem sente a dor decorrente do calor excessivo, ou o prazer de um clima moderado, e quando ele traz de novo à sua memória, mais tarde, tal sensação, ou a antecipa em sua imaginação. Essas faculdades podem imitar ou copiar as percepções dos sentidos; mas elas não chegam jamais a alcançar a força e vivacidade do sentimento original.” (HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento humano. In: MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2007, p. 103). Considerando o fragmento transcrito, assinale o que for correto. 
01) A memória de uma sensação não possui relação com a sensação percebida pelos sentidos. 
02) A percepção da mente é uma imitação daquilo que procede dos sentidos. 
04) A sensação na mente tem força sensível igual àquela produzida nos sentidos. 
08) A memória produzida pelas sensações nos engana, pois cada experiência sensível é única. 
16) A memória da sensação difere das percepções da mente, pois a memória é uma cópia das percepções sensíveis e não possui a força da sensação original. 
 
Questão 07 
O estoicismo antigo advoga a ideia de que um destino inflexível governa certos aspectos de nossa vida, imprimindolhes uma inevitável necessidade. A respeito do estoicismo antigo, assinale o que for correto. 
01) Para os estoicos, o mundo é um sistema de seres e de acontecimentos ordenado por uma razão divina. 
02) Todos os acontecimentos do mundo estão concatenados rigorosamente e se relacionam como causas e efeitos. 
04) Os estoicos negam qualquer tipo de liberdade, pois defendem rigorosamente a noção de destino. 
08) Os estoicos defendiam a ideia de que é preciso “viver segundo a natureza”, que entendiam como “viver de acordo com a virtude”. 
16) O homem deve abster-se das paixões para assegurar uma vida tranquila e virtuosa. 
 
Questão 08 
No início da Suma teológica (Primeira parte, questão 2, artigos 1-3) encontramos a questão mais importante que se impõe ao pensamento filosófico de Tomás de Aquino referente à existência de Deus: ela se impõe imediatamente à inteligência humana? Dessa questão central decorrem duas outras. Caso a existência de Deus não seja evidente, pode ser demonstrada? Em caso afirmativo, como isso poderia ser feito? A respeito do tema da existência de Deus, para Tomás de Aquino, assinale o que for correto. 
01) Ao ouvir o nome “Deus”, o homem reconhece que ele existe na sua mente e na realidade. 
02) Embora a existência de Deus seja evidente em si mesma, ela não o é para nós. 
04) A existência de Deus não pode ser demonstrada, pois é um artigo de fé. 
08) É possível demonstrar a existência de Deus, mas não conhecê-la. 
16) O ponto de partida da reflexão de Tomás de Aquino acerca da existência de Deus é a experiência sensível, fonte segura de todo conhecimento humano. 
 
Questão 09 
“Parece que enquanto o conhecimento técnico expande horizontes da atividade e do pensamento humano, a autonomia do homem enquanto indivíduo, a sua capacidade de opor resistência ao crescente mecanismo de manipulação de massas, o seu poder de imaginação e o seu juízo independente sofreram uma redução. O avanço dos recursos técnicos de informação se acompanha de um processo de desumanização.” (HORKHEIMER, M. Eclipse da razão. In: COTRIM, G.; FERNANDES, M. Fundamentos de filosofia. São Paulo: Editora Saraiva, 2010, p. 280). Com base no fragmento transcrito, assinale o que for correto. 
01) As novas tecnologias, principalmente a facilitação do acesso às redes sociais e aos portais de notícias, permitem ao cidadão ter mais acesso à informação. 
02) Os avanços tecnológicos reduzem a capacidade do pensamento humano, como as calculadoras simples de nossos celulares, que limitam o conhecimento matemático. 
04) O uso intensivo da tecnologia nas consultas médicas, reduzindo a interação médico/paciente, humanizou os tratamentos. 
08) O rápido desenvolvimento das tecnologias está produzindo massas de analfabetos funcionais, o que mostra o quanto essas tecnologias são prejudiciais ao avanço do conhecimento. 
16) A tecnologia pode ser usada para manipular grupos sociais, como a disseminação de notícias falsas (fake news) que circulam pelas redes sociais. 
 
Questão 10 
“Jamais conhecerá a Natureza quem não a conhece por meio do amor [...]. Somente pelo amor e pela consciência do amor o homem se torna homem [...]. No amor, em primeiro lugar vem o sentido de um para o outro, e o mais elevado é a crença de um no outro. Entrega é a expressão da crença, e o deleite pode vivificar e apurar o sentido, mas não o produzir, como é a opinião comum. Por isso, durante um breve tempo, a sensibilidade pode dar a pessoas más a ilusão de que poderiam se amar.” (SCHLEGEL, F. Dialeto dos fragmentos. In: SAVIAN FILHO, J. Filosofia e filosofias. Existência e sentidos. BH: Autêntica, 2016). Com base no fragmento transcrito e em conhecimentos sobre o Romantismo, assinale o que for correto. 
01) O amor não é apenas oposto à razão; também é compreendido como a atitude de percepção da vida para os românticos. 
02) Os românticos alemães, e Schlegel em um primeiro plano, elegem a razão e o amor como formadores do sentimento humano. 
04) A ciência, ao impor-se como uma explicação verdadeira da natureza, fecha os olhos para o sublime. 
08) A experiência estética, a exemplo da experiência religiosa, apresenta-se como um novo olhar para a vida; ambas educam o sentimento. 
16) Para Schlegel, amor é diferente de crença, pois aquele é um sentimento, e esta é a expressão da fé. 
 
Questão 11 
“A concepção científica do mundo rejeita a concepção metafísica [...]. É precisamente a rejeição da possibilidade do conhecimento sintético a priori que constitui a tese fundamental do empirismo moderno. A concepção científica do mundo só admite proposições experimentais sobre objetos de qualquer tipo e proposições analíticas da lógica e da matemática.” (A concepção científica do mundo: O Círculo de Viena. In: CHAUÍ, M. et al. Primeira filosofia. Lições introdutórias. São Paulo: Brasiliense, 1987). O fragmento acima é um extrato do manifesto do Círculo de Viena, escrito por Carnap, Hahn e Neurath, em 1929. Com base nesse excerto e em conhecimentos sobre filosofia da ciência do século XX, assinale o que for correto. 
01) Esse manifesto apresenta as principais ideias do chamado positivismo lógico ou empirismo lógico. 02) O Círculo de Viena sofreu influência da lógica de Frege, das filosofias de Russel e de Wittgenstein. 
04) Os autores do Círculo de Viena apresentam teorias na quais a experiência e a linguagem se completam. 
08) As proposições da metafísica dizem respeito a situações que são observáveis empiricamente. 
16) A principal tese filosófica defendida pelos autores do Círculo de Viena diz respeito à unidade real da ciência. 
 
Questão 12 
“A arte capacita o homem para compreender a realidade e o ajuda não só a suportá-la como a transformá-la, aumentandolhe a determinação de torná-la mais humana e mais hospitaleira para a humanidade. A arte, ela própria, é uma realidade social. A sociedade precisa do artista, este supremo feiticeiro, e tem o direitode pedir-lhe que ele seja consciente de sua função social. Tal direito nunca foi discutido numa sociedade em ascensão, ao contrário do que ocorre nas sociedades em decadência. A ambição do artista que se apoderou das idéias e experiências do seu tempo tem sido sempre não só de representar a realidade como a de plasmá-la.” (FISCHER, E. A necessidade da arte. In: ARANHA, M.; MARTINS, M. Filosofando. São Paulo: Moderna, 2003, p. 376). Considerando o fragmento transcrito, assinale o que for correto. 
01) Cercear e proibir as manifestações artísticas implica limitar a própria expressão que uma sociedade faz de si mesma. 
02) As manifestações artísticas, em função de sua grande influência, devem ser mais controladas nas sociedades avançadas. 
04) A arte não inventa costumes, modos, gostos, mas os representam em suas manifestações artísticas. 
08) As sociedades em decadência são aquelas que questionam a função social do artista. 
16) Os artistas devem possuir consciência de sua função na sociedade e de sua importância para humanizá-la. 
 
Questão 13 
“O cientista virou um mito. E todo mito é perigoso, porque induz o comportamento e inibe o pensamento. Esse é um dos resultados engraçados (e trágicos) da ciência. Se existe uma classe especializada em pensar de maneira correta (os cientistas), os outros indivíduos são liberados da obrigação de pensar e podem simplesmente fazer o que os cientistas mandam. Quando o médico lhe dá uma receita você faz perguntas? Sabe como os medicamentos funcionam? Será que você se pergunta se o médico sabe como funcionam? Ele manda, a gente compra e toma. Não pensamos. Obedecemos. Não precisamos pensar, porque acreditamos que há indivíduos especializados e competentes em pensar.” (ALVES, R. Filosofia da ciência. São Paulo, 2000, p. 10). Considerando o fragmento transcrito, assinale o que for correto. 
01) A alta especialização da ciência produz um efeito social danoso, que é o distanciamento entre a produção do conhecimento e os usos desse conhecimento. 
02) A alta respeitabilidade social dos cientistas é trágica, pois justifica o acomodamento das pessoas na busca pelo conhecimento, visto ser responsabilidade de especialistas. 
04) O conhecimento científico deve ficar restrito aos especialistas, pois são poucas as pessoas com capacidade para conhecer a fundo os problemas da ciência. 
08) A existência de uma comunidade científica ratifica a divisão de funções na sociedade, na qual o homem comum não deve se envolver com problemas científicos. 
16) O mito do cientista é trágico justamente porque se trata de um mito, ou seja, de uma imagem irreal, produzida para legitimar um discurso social. 
Questão 14
O problema do mal foi uma preocupação central para Agostinho (354-430 d.C.) durante grande parte de sua vida. Como existe o mal no mundo criado por um Deus bom? Tal é a interrogação filosófica que está na base de muitas teodiceias modernas. A resolução desse problema por Agostinho reconhece que a origem do mal não está em Deus, mas no livre-arbítrio da vontade humana. O homem é livre e não é determinado a agir de um modo ou de outro. A respeito desse pensamento de Agostinho, assinale o que for correto. 
01) Agostinho, quando jovem, fora simpatizante do maniqueísmo, uma religião de origem oriental.
02) O homem é totalmente livre, e a graça divina não ocupa papel algum na constituição da ação humana. 
04) O mal é uma força positiva pela qual o homem é impelido a realizar certas ações. 
08) O mal é sinônimo do pecado, é resultante da soberba humana. 
16) A solução de Agostinho para o problema do mal tem seu ponto de partida nos livros dos filósofos neoplatônicos. 
 
Questão 15 
A bioética se afirma como uma reflexão voltada para enfrentar os problemas do mundo contemporâneo, especialmente aquele da sobrevivência da espécie humana em um ambiente saudável. Sobre a bioética, assinale o que for correto. 
01) O desenvolvimento inicial da bioética esteve relacionado com temas de ética ambiental e de ética médica. 
02) O núcleo aglutinador de toda reflexão bioética é aquele relacionado com a noção de pessoa. 
04) O liberalismo em bioética define-se pelo cuidado que o Estado oferece à pessoa humana. 
08) O princípio da benevolência, presente no código de Hipócrates e central em bioética, afirma que se deve buscar o bem. 
16) A casuística em bioética acentua a importância dos estudos de casos particulares, com o intuito de levar em conta o bem do agente. 
 
Questão 16 
Considere os seguintes argumentos: 
A) Quem gosta de comer carne também gosta de ouvir rock. Quem não toma banhos demorados gosta de comer carne. Portanto, quem gosta de ouvir rock não toma banhos demorados. 
B) Débora é paranaense. Débora toma chimarrão. Todo paranaense toma chimarrão. 
Assinale o que for correto. 
01) Os argumentos A e B são válidos. 
02) A conclusão do argumento A é válida e o argumento possui estrutura proposicional. 
04) As premissas do argumento A são falsas, visto serem generalizações indevidas. 
08) A conclusão do argumento B é inválida. 
16) A conclusão do argumento B é uma universalização indevida. 
Questão 17 
Platão descreve, na obra A República, as condições de uma cidade justa e os passos necessários para se alcançar uma educação filosófica na busca do bem, assentada em quatro etapas: 1) na percepção das próprias coisas, campo da confiança naquilo que captamos pelos sentidos (nível da opinião); 2) na redução das coisas do mundo às hipóteses matemáticas (nível da inteligência e do conhecimento); 3) na transição para o mundo inteligível (nível em que se reconhecem as próprias formas); e 4) na captação da forma do bem (nível em que se encontra a forma reguladora máxima do nosso conhecimento). A respeito da noção de educação e da teoria do conhecimento em Platão, assinale o que for correto. 
01) Esse procedimento que leva ao bem é chamado de método dialético. 
02) A alegoria da caverna é uma metáfora que explicita o procedimento dialético para Platão. 
04) Platão valoriza as aparências e os prazeres na busca da verdade e do bem. 
08) As entidades matemáticas são sombras das formas e só podem ser compreendidas quando contrastadas com elas. 
16) A atitude da crença deve ser entendida como algo falso no domínio do conhecimento. 
 
Questão 18
“... o Estado nasceu da necessidade de conter o antagonismo das classes, e como, ao mesmo tempo, nasceu em meio ao conflito delas, é, por regra geral, o Estado da classe mais poderosa, da classe dominante, classe que, por intermédio dele, se converte em classe politicamente dominante e adquire novos meios para a repressão e exploração da classe oprimida. [...] Entretanto, por exceção, há períodos em que as lutas de classes se equilibram de tal modo que o poder do Estado, como mediador aparente, adquire certa independência momentânea em face das classes.” (ENGELS, F. A origem da família, da propriedade privada e do Estado. In: COTRIM, G; FERNANDES, M. Fundamentos de filosofia. São Paulo: Editora Saraiva, 2010, p. 326). Considerando o fragmento transcrito, assinale o que for correto. 
01) O Estado nasceu como expressão dos interesses da classe dominante. 
02) O Estado, em certos momentos, deixa de defender os interesses de uma classe específica, particularmente a burguesia. 
04) O conflito de classes é algo inerente ao Estado. 
08) A repressão à classe oprimida revela a vinculação dos interesses do Estado à classe dominante. 
16) Não é contrário à natureza do Estado se vincular ao interesse de uma classe específica. 
 
Questão 19 
“O conhecimento científico, então, é a disposição graças à qual podemos fazer demonstrações [...], o discernimento não pode ser conhecimento científico nem arte. Ele não pode ser ciência porque aquilo que se refere às ações admite variações, nem arte, porque agir e fazer são coisas de espécies diferentes.” (ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco [1139b25–1140a20]. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1985). Com base no fragmento transcrito, assinale o que for correto. 
01) O objeto da ciência para Aristótelesnecessariamente é. 
02) A arte diz respeito aos aspectos contingentes do individual. 
04) Uma pessoa tem discernimento quando é capaz de deliberar bem. 
08) Para Aristóteles, a arte não pode ser considerada uma forma de conhecimento. 
16) A arte é uma disposição relacionada com o fazer. 
 
Questão 20 
“Do justo e do injusto. Também se proferem duplos discursos sobre o justo e o injusto. Uns defendem que uma coisa é o justo e outra coisa o injusto; outros dizem que justo e injusto são o mesmo. Quanto a mim, tentarei defender esse último argumento. E, em primeiro lugar, direi que é justo dizer mentiras e enganar. Dir-se-ia que fazer isto aos inimigos é [decente e justo] e é vergonhoso e perverso fazê-lo [aos amigos]. [Mas como é que é justo fazê-lo aos inimigos] e não aos mais amados? Por exemplo, aos pais: se o pai ou a mãe precisarem beber ou ingerir um medicamento e não quiserem, não é justo dar-lho na comida ou na bebida e não dizermos que se encontra aí? Por conseguinte é justo mentir e enganar os pais.” (Sofista anônimo do século III a.C., Discursos duplos. In: FIGUEIREDO, V. de. Filósofos na sala de aula. Vol. 2. São Paulo, 2007, p. 26). Com base no fragmento transcrito, assinale o que for correto. 
01) As noções de justo e de injusto devem ser extraídas a partir da natureza da ação, e não do seu efeito. 
02) Mentir para os inimigos é justo e decente. 
04) Há uma incompatibilidade entre justiça e mentira. 
08) Mentir para os amados, tendo em vista um fim justo, é algo necessário e louvável. 
16) O autor aponta as contradições das ações justas ou injustas quando tomadas em sua aparência, sem a preocupação de se perguntar sobre a natureza da ação.
GABARITO 1 UEM/CVU 
VESTIBULAR DE VERÃO 2018
Questão 01 
A relação entre arte e natureza é discutida pelos filósofos desde Platão e Aristóteles. Para Platão, o artista é capaz de produzir somente cópias das ideias verdadeiras; portanto não podemos confiar nos produtos da arte para conhecer o que são as coisas. Para Aristóteles, a arte é capaz de imitar a realidade de tal forma que representa as coisas, os sentimentos e os fatos tais como são verdadeiramente, e não como meras cópias de coisas reais. Sobre a relação entre arte e natureza, assinale o que for correto. 
01) Para Platão, a beleza está na relação harmônica entre as partes e o todo das coisas, e a beleza verdadeira, portanto, não é um aspecto sensível das coisas, porém é captada pelo intelecto. 
02) Segundo Aristóteles, a arte é uma espécie de ciência, porque podemos distinguir os diferentes tipos de imitação, seus efeitos e as regras de construção das obras de arte. 
04) Para ambos os pensadores, a arte somente é imitação da natureza quando representa seres e coisas que realmente existem; quando ela representa animais míticos como as sereias ou o minotauro, ela é imaginativa, e não imitativa. 
08) Para Platão, embora a ideia do belo esteja ligada à ideia do Bem, que é a ideia suprema, os poetas não são bons educadores, pois em suas obras eles visam somente as coisas belas contingentes, e não o Bem em si. 
16) Para Aristóteles, a arte imita as ações, e não somente aspectos sensíveis; por isso a música, por meio do ritmo e da melodia, e a tragédia, por meio das ações das personagens, são ambas imitações da natureza. 
 
Questão 02 
A partir da publicação de A história da loucura, Foucault mostrou que o capitalismo exige mecanismos disciplinares para que seja mantida a ordem no âmbito do governo: trata-se de normalizar os indivíduos para que sejam aptos ao trabalho. Com base no pensamento de Foucault, assinale o que for correto. 
01) Na história do Ocidente a partir do mundo moderno viu-se a progressiva medicalização da loucura e da existência humana. 
02) A temática da medicalização constitui um poder que funciona de modo eficaz. 
04) O marxismo fornece a Foucault referenciais e conceitos teóricos consistentes sobre o mundo do capitalismo. 
08) As relações de poder na sociedade ocidental são complexas por conter um elemento extrajurídico que pesa sobre os indivíduos. 
16) A loucura como doença mental é algo relativamente novo no Ocidente.
 
Questão 03 
A Filosofia ocupa um papel crítico no pensamento do jovem Marx. Trata-se da crítica ao estado não democrático e da crítica à religião, como se observa na Introdução de sua obra de 1844, Sobre a crítica da filosofia de Hegel. A respeito do pensamento político de Marx, assinale o que for correto. 
01) Marx se insurge contra a monarquia prussiana e trabalha para a constituição de um Estado de Direito na Prússia. 
02) Marx rompe com os hegelianos de esquerda ao defender uma democracia radical. 
04) Ao colocar a Filosofia a serviço da História sua tarefa principal é desmascarar a autoalienação humana. 
08) A crítica de Marx à religião não sofreu influência dos estudos de Feuerbach sobre o cristianismo. 
16) A religião é o ópio do povo em uma sociedade opressora e desprovida de cidadania. 
Questão 04 
A respeito do utilitarismo ético proveniente dos filósofos Jeremy Bentham e John Stuart Mill, assinale o que for correto. 
01) O utilitarismo surgiu na Inglaterra no século XIX, onde florescia o capitalismo industrial. 
02) O utilitarismo é uma versão moderna do pensamento epicurista. 
04) A finalidade da ação humana é produzir a felicidade pelo prazer e pela ausência de dor. 
08) A felicidade em si mesma não é nada; o que conta é o conjunto dos prazeres ou a ausência de dor. 
16) O utilitarismo ético é uma das formas das teorias deontológicas. 
Questão 05 
A fenomenologia é uma tendência filosófica desenvolvida no início do século XX pelo alemão Edmund Husserl. Parte da ideia de que a consciência não é vazia ou sem conteúdo, mas é sempre consciência de algo, ou seja, a consciência é sempre intencional. Para compreendermos como podemos conhecer as coisas é preciso, portanto, investigar como ocorre essa atividade em que a consciência só existe em relação com as coisas, e as coisas só podem ser pensadas de acordo com o modo como aparecem para a consciência, isto é, como fenômenos. Acerca da fenomenologia, assinale o que for correto. 
01) A fenomenologia é um tipo de filosofia empirista, pois seu objeto são as experiências vividas da consciência. 
02) Para Husserl, a fenomenologia é uma filosofia transcendental, pois investiga as estruturas a priori que constituem a realidade. 
04) O método fenomenológico de Husserl propõe suspender o juízo sobre a existência da realidade exterior à consciência. 
08) A fenomenologia considera, ao contrário do que afirmava Kant, que as “coisas em si” são acessíveis para a consciência. 
16) O objetivo da fenomenologia de Husserl é estabelecer critérios de distinção entre a verdade e a falsidade das proposições das ciências naturais. 
 
Questão 06 
“Tales de Mileto, o primeiro a indagar estes problemas, disse que a água é a origem das coisas e que deus é aquela inteligência que tudo faz da água.” (Cícero, Da natureza dos deuses). “Princípio (arkhé) dos seres [...] ele disse que era o ilimitado [...]. Pois donde a geração é para os seres, é para onde também a corrupção se gera segundo o necessário; pois concedem eles mesmos justiça e deferência uns aos outros pela injustiça, segundo a ordenação do tempo.” (Anaximandro). In: CHAUÍ, M. Introdução à história da filosofia. São Paulo: Brasiliense, 1994, p. 49-51). A partir dos dois fragmentos acima, assinale o que for correto. 
01) A água é, para Tales, expressão da vida, em que tudo se transforma e se conserva. 
02) Tales não indagava sobre a qualidade ou coisa originária, mas qual é a qualidade ou coisa originária. 
04) A physis (natureza), para Anaximandro, não é nenhuma das qualidades percebidas nas coisas. 
08) A escola jônica protagonizou um grande debate sobre as questões de ontologia. 
16) A origem dos seres, para Anaximandro, ocorre por um processo de luta entre os contrários; sua dissolução, por um processo de justiça. 
Questão 07 
O filósofo ThomasKuhn, em sua obra Estrutura das revoluções científicas, entende que o progresso da ciência acontece por meio da substituição dos paradigmas nos quais se baseiam os conhecimentos e as hipóteses científicas de uma época por novos paradigmas. Os paradigmas são questionados porque já não podem mais resolver os problemas científicos acumulados, e o surgimento de hipóteses que exigem princípios diferentes e contraditórios para a explicação dos fenômenos revela uma crise que poderá dar lugar à construção de um novo modelo consensual para as ciências. Acerca das teorias sobre as revoluções científicas, assinale o que for correto. 
01) Atualmente, os métodos das ciências humanas entendem que as realidades sociais seguem uma progressão constante, de forma que encontramos na história leis e padrões semelhantes àqueles das ciências naturais. 
02) Segundo Kuhn, a ciência não possui pontos de vista neutros, pois os cientistas sempre levam em conta o seu contexto histórico. 
04) Karl Popper propôs que a verdade das proposições científicas pode ser verificada por meio do método lógico dedutivo. 
08) O método da falseabilidade proposto por Karl Popper permitiu que as proposições das ciências humanas fossem avaliadas de acordo com critérios objetivos. 
16) Segundo Popper, uma proposição do tipo “choverá ou não choverá aqui amanhã” não é um enunciado científico, pois não pode ser refutada pela experiência. 
 
Questão 08 
“Os que se dedicaram às ciências foram ou empíricos, ou dogmáticos. Os empíricos, à maneira das formigas, acumulam e usam as provisões; os racionalistas, à maneira das aranhas, de si mesmos extraem o que lhes serve para a teia. A abelha representa a posição intermediária; recolhe a matéria-prima das flores do jardim e do campo e com seus próprios recursos a transforma e digere. Não é diferente o labor da verdadeira filosofia, que se não serve unicamente das forças da mente nem tampouco se limita ao material fornecido pela história natural ou pelas artes mecânicas, conservado intato na memória. Mas ele deve ser modificado e elaborado pelo intelecto. Por isso muito se deve esperar da aliança estreita e sólida (ainda não levada a cabo) entre essas duas faculdades, a experimental e a racional.” (BACON, F. Novo organum. Trad. José Aluysio Reis de Andrade. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 76). Com base no fragmento acima, assinale o que for correto. 
01) Os “empíricos” mencionados são aqueles que afirmam a prevalência da experiência direta e constituem um saber sem forma. 
02) Os “dogmáticos” mencionados são aqueles que afirmam com a autoridade própria e constituem uma razão sem matéria. 
04) Pode-se afirmar que, na interpretação de Bacon, o intelecto interfere na produção do conhecimento. 
08) Há na alma humana, para Bacon, algumas ideias inatas que permitiriam a compreensão dos dados captados pelos sentidos. 
16) Bacon propõe a aliança da faculdade racional com a faculdade experimental até então jamais realizada. 
Questão 09 
O filósofo inglês Thomas Hobbes elaborou sua filosofia política com a intenção de mostrar como a constituição do Estado pelos indivíduos estabeleceria a paz e cessaria o que ele chamou de o “estado de guerra de todos contra todos”. Ele afirmou que: “A única maneira de instituir um tal poder comum, capaz de os defender das invasões dos estrangeiros e dos danos uns dos outros, garantindo-lhes uma segurança suficiente para que, mediante o seu próprio labor e graças aos frutos da terra, possam alimentar-se e viver satisfeitos, é conferir toda sua força e poder a um homem, ou a uma assembleia de homens, que possa reduzir todas as suas vontades por pluralidade de votos, a uma só vontade.” (HOBBES, T. Leviat㸠XVII, apud FIGUEIREDO, V. B. (org.) Seis filósofos na sala de aula, v. 2. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2007, p. 57). Sobre a filosofia política de Hobbes, assinale o que for correto. 
01) A noção de “estado de guerra de todos contra todos” proposta por Hobbes concorda com a definição de Aristóteles de que o homem é um “animal político”. 
02) O Estado concebido por Hobbes é representativo, isto é, cada cidadão se reconhece como autor dos atos que o governante pratica em nome de todos os governados. 
04) O soberano não pode estar sujeito às leis civis, pois, se estivesse, seria necessário um juiz, acima do soberano, que pudesse julgá-lo. 
08) As vontades de todos os cidadãos devem ser reduzidas à vontade única do soberano. Hobbes não admite a divisão entre os poderes executivo, legislativo e judiciário, como ocorre nos Estados democráticos modernos. 
16) Para Hobbes, a justiça consiste no cumprimento do pacto estabelecido pela comunidade, e não há nada que seja naturalmente justo ou injusto. 
 
Questão 10
“Devemos considerar agora o que é a virtude. Visto que na alma se encontram três espécies de coisas – paixões, faculdades e disposições de caráter –, a virtude deve pertencer a uma destas.” (ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, p. 54, 1979). A partir do fragmento acima e de conhecimentos sobre a ética aristotélica, assinale o que for correto. 
01) Para Aristóteles, o homem virtuoso será o bom cidadão, ou seja, aquele que vive sob as normas da justiça. 
02) A virtude, para Aristóteles, é a equidistância entre dois vícios, um por excesso, outro por falta. 
04) Segundo Aristóteles, somos chamados bons e maus pelas nossas paixões, quando agimos, por exemplo, tomados pela ira. 
08) A virtude é uma modalidade de escolha ou envolve algum tipo de escolha. 
16) Segundo Aristóteles, somos virtuosos pelas nossas faculdades, entendidas como capacidades que temos de sentir emoções. 
 
Questão 11 
“Em todos os juízos em que for pensada a relação de um sujeito com o predicado (se considero apenas os juízos afirmativos, pois a aplicação aos negativos torna-se depois fácil), essa relação é possível de dois modos. Ou o predicado B pertence ao sujeito A, como algo que está contido (ocultamente) nesse conceito A; ou B encontra-se totalmente fora do conceito A, ainda que esteja em conexão com ele. No primeiro caso denomino o juízo de analítico, no outro de sintético.” (KANT, I. Crítica da razão pura. In: MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2007, p. 119). Com base nas ideias de Kant sobre juízos analíticos e sintéticos, assinale o que for correto. 
01) Juízos analíticos, tais como “o triângulo tem três lados”, expressam a identidade entre sujeito e predicado. 
02) Os princípios de nossas ações morais devem ser fundados em juízos sintéticos a priori teóricos, isto é, de validade universal e necessária. 
04) De acordo com a definição de Kant, as proposições “todos os corpos ocupam lugar no espaço” e “todos os corpos são pesados” são juízos analíticos. 
08) As proposições das ciências da natureza obtidas por meio da experiência, à medida que expressam conhecimentos verdadeiros sobre o mundo, podem ser juízos analíticos ou sintéticos. 
16) A função do juízo analítico é elucidar aquilo que já está contido no conceito de algo, e nada acrescenta a esse conceito. 
 
Questão 12 
“Estudando, assim, o desenvolvimento total da inteligência humana em suas diversas esferas de atividade, desde seu primeiro vôo mais simples até nossos dias, creio ter descoberto uma grande lei fundamental, a que se sujeita por uma necessidade invariável, e que me parece poder ser solidamente estabelecida, quer na base de provas racionais fornecidas pelo conhecimento de nossa organização, quer na base de verificações históricas resultantes do exame atento do passado. Essa lei consiste em que cada uma de nossas concepções principais, cada ramo de nossos conhecimentos, passa sucessivamente por três estados históricos diferentes: estado teológico [...] estado metafísico [...] estado positivo [...]”. (COMTE, A. Curso de filosofia positiva. Trad. José Arthur Giannotti. São Paulo: Abril, 1985, p. 9-11). A partir do fragmento transcrito e de conhecimentos sobre o pensamento de Comte, assinale o que for correto. 
01) No estado teológico, o espírito humano

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