Buscar

11 GENERALIDADES MORTE E SUCESSÕES

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITARIO SALGADO DE OLIVEIRA – JUIZ DE FORA
CURSO DE DIREITO – PROF FABIO VARGAS
DIREITO CIVIL VI – SUCESSOES– RESUMO DA AULA DO DIA 21/10/21
TEMA: INTRODUÇÃO AO DIREITO SUCESSÓRIO
1 – MORTE E AS TRÊS PRINCIPAIS RELAÇÕES JURÍDICAS ORIGINADAS
1.1 EFEITOS JURÍDICOS DA MORTE:
- MORTE: fim da personalidade da pessoa natural. É no momento da morte que transferimos nossos bens, direitos e obrigações, constituindo o espólio do falecido. Esse momento DO ÓBITO é chamado ABERTURA DE SUCESSÃO. Nós temos 60 dias após o óbito para a ABERTURA DO INVENTÁRIO, sob pena de multa sobre o ITCD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação). Em MG Alíquota = 5% sobre o valor real do espólio. Em MG, se abrirmos o inventário após 90 dias, há multa de 10% sobre o valor do ITCD, após 180 dias, multa é de 20%, fora juros e correção monetária diária. A morte transfere imediata e automaticamente os bens aos herdeiros (ficção jurídica chamada droit du saisine - CC, 1784), mas o inventário regulariza essa transferência e promove a partilha entre os herdeiros.
- EFEITOS DA MORTE SOBRE AS RELAÇÕES JURÍDICAS CIVIS:
a) direitos personalíssimos: são extintos com a morte
b) direitos obrigacionais (crédito/débito): são transferidos ao espólio
c) direitos reais (bens móveis ou imóveis): são transferidos ao espólio
Antes de qualquer partilha, as dívidas do falecido devem ser quitadas pelo espólio, desde que esse espólio tenha dinheiro suficiente para esse pagamento ("forças da herança"). 
2. ENCAMINHAMENTOS POS-MORTE: diante da morte, precisamos pensar em 3 encaminhamentos jurídicos fundamentais, que seguem caminhos diferentes:
a) PENSAO POR MORTE - o falecido era segurado de algum regime previdenciário? 
Se era, devemos buscar o recebimento da pensão por morte para os dependentes do morto, normalmente de forma administrativa. Só haverá ação judicial se houver negativa injustificada do pensionamento.
Ex: INSS para trabalhador celetista, IPSM para servidores militares, etc
b)SEGUROS - o falecido tinha seguro de vida, ou morreu em acidente de trânsito (DPVAT) ou alguma dívida sua era objeto de seguro (ex: imóvel financiado pela CEF)? 
Se tinha seguro de vida, devemos buscar administrativamente o pgto desse seguro para as pessoas indicadas na apólice junto à seguradora. 
Se foi acidente de trânsito, temos que acionar o DPVAT (procurar Caixa Econômica). 
Dívidas seguradas devem ser quitadas com o falecimento do titular (ex: imóveis financiados por bancos, como o antigo programa Minha Casa minha Vida). 
Obs: RESPONSABILIDADE POR DIVIDAS E SEGURO DE VIDA
CC, Art. 794. No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de morte, o capital estipulado não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera herança para todos os efeitos de direito.
SEGURADO = FALECIDO
BENEFICIÁRIO = QUEM VAI RECEBER O CAPITAL
c) INVENTARIO - o falecido deixou bens, direitos e obrigações? 
Se deixou, ai temos que abrir o inventário para transferir aos herdeiros as relações jurídicas obrigacionais e reais, pois os direitos personalíssimos sao extintos com a morte. O inventário pode ser judicial ou via Cartório de Notas - se a partilha for amigável, nao houver incapazes como herdeiros nem testamento a cumprir(Lei 11.441/07). VIA CARTÓRIO É MAIS RAPIDO E MAIS CARO! Pq alem do imposto vc tem que pagar os emolumentos cartoriais e registros.
Obs: RESPONSABILIDADE POR DIVIDAS DO FALECIDO
Todas as dívidas do falecido devem ser cobradas somente contra seu espólio! Não é do herdeiro!
CC Art. 1.997. A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas, feita a partilha, só respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que na herança lhe coube.
Ex: dívidas de empréstimos, cartão de crédito, condomínio, IPTU, IPVA, 
Os herdeiros não são obrigados a responder pessoalmente pelas dívidas do falecido. Entretanto, em alguns casos, para evitar desdobramentos indesejáveis, pode ser que eles tenham que quitar débitos em aberto.
Ex:
Financiamento não segurado de veículo = se não houver pgto, o veículo será alvo de busca e apreensão e vendido em leilão!
3 - DESNECESSIDADE DE ABERTURA DE INVENTÁRIO
Existem situações em que o processo de inventário não é necessário.
3.1 BENS DOADOS EM VIDA (COM OU SEM RESERVA DE USUFRUTO): FALECIDO NÃO DEIXA BENS
 Ascendentes podem adiantar a herança doando em vida o patrimônio atual aos descendentes (contrato de doação via escritura publica – no cartório de Notas). SE houve a doação, não há necessidade de inventario, pois o que era pra ser inventariado já foi transferido em vida pela doação aos herdeiros e o falecido morreu sem bens. Herdeiros na vdd nem são herdeiros, já são proprietários. Nesse caso o falecido morreu sem patrimônio!
Há duas formas de se fazer essa doação: uma pelo art 544 do CC, quando a doação será adiantamento de herança e deverá ser futuramente informada no processo de inventário (essa informação chama-se colação); outra pelo art. 2005, quando o doador informa que a doação é feita da parte disponível de seu patrimônio e dispensa o donatário de colacionar, liberando essa colação na escritura pública ou no testamento.
	DOAÇÃO = ADIANTAMENTO DE HERANÇA (regra) 
BEM DOADO SAI DA PARTE LEGÍTIMA
	DOAÇÃO EFETIVA
BEM DOADO SAI DA PARTE DISPONÍVEL (50%)
	CC Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
CC Art. 2.002. Os descendentes que concorrerem à sucessão do ascendente comum são obrigados, para igualar as legítimas, a conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena de sonegação. (INSTITUTO DA COLAÇÃO)
Ex: 
Doação = valor de 100
Futuro quinhão hereditário = 120
Herd. Donatário só receberá 20
	CC Art. 2.005. São dispensadas da colação as doações que o doador determinar saiam da parte disponível, contanto que não a excedam, computado o seu valor ao tempo da doação. 
Parágrafo único. Presume-se imputada na parte disponível a liberalidade feita a descendente que, ao tempo do ato, não seria chamado à sucessão na qualidade de herdeiro necessário. 
CC Art. 2.006. A dispensa da colação pode ser outorgada pelo doador em testamento, ou no próprio título de liberalidade (escritura pública de doação). 
Ex: 
Doação valor de 100 com dispensa de colação
Futuro quinhão hereditário 120
Herd. Donatário receberá 120 (além dos 100)
- Comumente as pessoas usam a expressao 'passar para o nome de fulano" . Isso é uma doação! Não existe "passar para o nome" . Passar para o nome é doar! 
- Depois de mortos os doadores, se eles se reservaram o usufruto dos bens doados, os herdeiros devem dar baixa no usufruto (Cartório de Registro de Imóveis). 
- Na doação tem que pagar tb o ITCD!!! 
- Se o bem for doado para vários herdeiros simultaneamente então será criado um condomínio. Na divergência entre os condôminos na destinação do bem único pode ser movida Ação de Extinção de Condomínio. Não se fala em inventário pq o bem já não pertence mais ao falecido. - Lembrar que os condôminos tem direito de preferência na aquisição das cotas condominiais. O bem será vendido em hasta publica caso não haja acordo entre os condôminos (“leilão”) 
IMPORTANTE: DOAÇÃO PARA DESCENDENTES X COMPRA E VENDA PARA DESCENDENTES
A doação de ascendente para descendentes não demanda autorização dos demais herdeiros (a não ser do cônjuge, pelo CC art 1647), justamente porque o donatário deverá prestar contas futuramente dessa doação no inventario do ascendente.
CC, Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
Quem tem descendentes , ascendentes e cônjuge/ companheiro SÓ PODE DISPOR POR MEIO DE DOAÇÃO DE 50% DO QUE É SEU .
Já a compra e venda de pai pra filho já exige que os demais herd. concordem justamente porque não há obrigação de colação. Esse consentimento pode ser dado assinando junto o contrato de compra e venda ou pode ser dado em outro documento autentico.
CC, Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvose os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.
3.2 LEI 6.858/80 – DISPENSA ABERTURA DE INVENTARIO PARA VERBAS ESPECÍFICAS 
Se o falecido só deixou as verbas listadas nessa lei, o recebimento vai ser meramente administrativo para os dependentes (viúvo ou filhos menores/ incapazes) do falecido ou via alvará judicial para outros herdeiros!!!! Mas não pode ter outros bens a inventariar! 
Você vai receber direto na "boca do caixa" (dependentes habilitados no INSS) ou , para outros herdeiros, através de alvará judicial. Para usar esse expediente, o falecido não pode ter deixado outros bens.
Quais são as verbas da lei 6858/80?
- valores residuais de contrato de trabalho (ex: saldo de salário);
- FGTS
- PIS-PASEP
- restituição de IR
- valores em contas bancárias e fundos de investimento de até 500 OTN (OTN não existe mais – na internet conseguimos calcular esse valor)
Obs: 500 otns (2020 – 1 OTN = 20,88) = R$10.440,00
4 – VOCABULÁRIO TÉCNICO DO DIREITO SUCESSÓRIO
a) Autor da herança = falecido, de cujus
b) Herdeiro legítimo = previsto em lei (pode ser necessário ou facultativo)
c) Herdeiro testamentário = previsto em testamento (pode ser comum ou legatário)
d) Cônjuge supérstite = viúvo 
e) Espólio = conjunto de bens, direitos e obrigações transferidos pela morte, tem natureza de condomínio necessário até a partilha; cada herdeiro tem uma fração ideal do espólio 
f) Testador = quem fez o testamento, autor da herança
g) Testamenteiro = quem foi incumbido de cumprir o testamento, pode ser herdeiro tb
h) Monte partível ou monte-mor = patrimônio deixado pelo de cujus, espólio
i) Quinhão hereditário = parte da cada herdeiro definida na partilha
j) Abertura de sucessão= MORTE, óbito 
k) Forças da herança = valor do patrimônio deixado, garantia das dívidas do falecido; nenhum herdeiro é obrigado a suportar dividas superiores às forças da herança 
l) Devolução da herança = transferência da herança aos herdeiros; entrega , transmissão
m) ITCD = imposto estadual recolhido no inventário (imposto de transmissão causa mortis e doação)
n) Direito hereditário = tem natureza jurídica de bem imóvel (CC, art. 80) independentemente do tipo de bem que componha o espólio.
 5 - A ABERTURA DA SUCESSÃO (CC, 1789)
· Suceder = ocupar a posição do falecido nas relações jurídicas obrigacionais e reais por ele deixadas 
· Abertura de sucessão = óbito - A sucessão é aberta imediatamente após o falecimento (dia da morte). Não confunda abrir sucessão com abrir inventário. O inventario é somente o processo judicial ou adm. (via Cartório de Notas) que regulariza a transmissão operada na data da morte! Tanto que a sentença na partilha de bens retroage seus efeitos à data do óbito, indicando que todos eram donos do patrimônio desde então (efeitos ex tunc). 
 
CC Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.
Insere no Direito brasileiro a ficção jurídica do “droit du saisine” (direito francês medieval). Essa expressão significa “direito de instituição”.
DIREITO ROMANO ANTIGO – quando ocorria o falecimento a herança deixada ficava sem dono (herança jacente)até que fosse aberto o testamento do autor da herança (de cujus), quando então os bens geralmente eram entregues ao seu filho mais velho. Havia um vácuo de propriedade entre a morte e a abertura do testamento com apreensão física dos bens pelo herdeiro. Normalmente os romanos faziam testamento por uma razão de crenças religiosas. Havia um grande medo da morte ab intestato (sem testamento). Na Roma antiga os antepassados falecidos eram tidos como deuses domésticos e eram venerados diariamente no âmbito da casa. Havia uma crença de que o morto viveria dentro da sepultura e teria as mesmas necessidades dos vivos.
DIREITO FRANCO-GERMÂNICO MEDIEVAL – Esse direito modifica essa concepção romana. O senhor feudal aproveitou-se desse "vácuo de propriedade" romano e tomava os bens dos servos falecidos para si, cobrando um imposto para devolução. Os juristas medievais se revoltaram contra isso e passaram a sugerir a adoção de um novo sistema sucessório. Baseado no direito bárbaro, foi implantado o “droit du saisine”, pelo qual a herança era imediatamente transferida do morto para o vivo (“le mort saisit le vif” – o morto institui o vivo), como acontece com os bens em uma tribo. Ou seja, a transferência do patrimônio opera-se imediatamente após o falecimento. Não há mais vácuo de propriedade.
Importante: quem transfere os bens aos herdeiros, portanto, é a morte. O inventário vem apenas regularizar essa transferência, tendo sua sentença efeitos retroativos à data da morte (efeitos ex tunc). O inventário não regulariza o bem, regulariza a transferência do bem no estado em que ele se encontra. 
O herdeiro não representa o morto, mas age em nome próprio a partir de agora, do óbito. Nem o inventariante representa o morto, mas o seu espólio, que é um ente despersonificado. Espólio deve ser entendido como o conjunto de bens, direitos e obrigações deixados por quem faleceu. 
5.1 LUGAR DA ABERTURA DA SUCESSAO
CC, Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido.
Não se abre sucessão onde se morre! Nem onde estejam os bens! Mas onde o morto tinha domicilio. Portanto, aí também deverá ser aberto o seu inventário!!! O foro do inventário é o do domicílio do morto. Se o falecido tem bens em diferentes países, cada país abrirá seu inventário para os bens nele situados (Pluralidade de juízos sucessórios). Se há vários domicílios no Brasil (domicilio plúrimo), o inventario será apenas um, para o juiz que se tornar prevento, aquele que primeiro receber o processo de inventário. Mas os ITCDs (imposto estadual) vão ser pagos conforme cada estado para os bens que nele se situarem.
5.2 ESPÉCIES DE SUCESSAO: EX LEGE E EX VOLUNTATE
CC Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.
Brasil adota SISTEMA MISTO: haverá sucessão por lei e por testamento, ambas podem conviver! O testamento gera expectativa de direito para o herdeiro nele nomeado. Só tem eficácia após a morte do testador. 
Por lei (ex lege) = sucessão legítima, está prevista no artigo 1829 do CC
Por última vontade (ex voluntate) = sucessão testamentária (em inglês, “last will”)
O Brasil adota 2 tipos de sucessão : um ditado pela lei, outro pela vontade do falecido; esses dois sistemas convivem . Um testamento só não será cumprido se contiver vícios (nulidade, anulabilidade, revogação, rompimento e caducidade). Qualquer problema com o testamento, os bens nele previstos voltam para a sucessão definida pela lei. Mas não é obrigatório fazermos testamento (As pessoas podem testar a partir dos 16 anos sem necessidade de assistente). MAS É OBRIGATORIO FAZER INVENTARIO, a não ser que o morto não tenha patrimônio. 
CCArt. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento(morte ab intestato), transmite a herança aos herdeiros legítimos (sucessão ex lege - herdeiros definidos pela lei); o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo(faltam mais 3 outras causas de problemas com testamento mas a regra vale para todas elas).
Ex; Fulano tinha 10 imóveis. Fez testamento sobre 3 deles apenas. Os outros 7 seguirão a sucessão legitima (ex lege). 
5.3 LEI APLICAVEL À SUCESSÃO 
CC Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela.
A lei que se aplica ao inventário é a lei material que estava vigente QUANDO A PESSOA MORREU!!!!! Mesmo que essa lei já tenha sido revogada quando forem abrir o inventário! É um caso de ultratividade da lei velha! Essa lei define quem vai herdar, quanto vai herdar e qual será a alíquota do ITCD (Lei estadual MG 14.941/03 – Decreto estadual 43.981/05). Também é uma aplicação do “droit du saisine”, já que a transferênciahereditária é do tempo da morte. 
Ex: 
A pessoa morre em 2010. Nessa época, digamos, primos não poderiam herdar.
Em 2011 os primos passaram a poder herdar.
Mas abriram o inventario em 2013.
Um primo poderá se habilitar nesse inventário?
R = NAO, pq aplico a lei de 2010 e nela primos não eram herdeiros! 
5.4 HERDEIROS NECESSÁRIOS E O DIREITO À LEGÍTIMA (50% DA HERANÇA)
CC Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança.
Quem tem descendentes, ascendentes ou cônjuge/companheiro só pode testar 50% da herança (parte disponível). A outra metade (chamada parte legítima) tem que ficar reservada para esses herdeiros, chamados necessários.
Os demais parentes colaterais sao chamados herdeiros facultativos. Esses não têm direito à nada e só recebem se não houver herdeiros necessários na frente deles.
Curiosidade: um pai ou uma mãe podem favorecer um filho, deixando em testamento para ele até 50% da herança, que é a parte disponível! E ele ainda vai dividir com os irmãos a parte legítima (CC, 2005)!
Ex: 
Patrimônio do de cujus = 500 mil
Herd. necessários = 2 filhos
Parte disponivel = 250 mil (essa parte pode ter qualquer destinação)
Parte legítima = 250 mil
Cada filho tem que receber no mínimo 250/2 = 125 mil (parte obrigatória para cada filho)
Os outros 250 podem ficar para qq pessoa, inclusive para um dos filhos (CC, 2005) . 
Obvio que se não houver testamento, os 2 filhos vão dividir os 500 mil.
Ex2 
De cujus só tem 3 irmãos.
Patrimonio = 300 mil 
Inteiramente disponível!
Se ele quiser, pode deixar tudo em testamento para 1 irmão só.

Continue navegando