Buscar

8 ALIMENTOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITARIO SALGADO DE OLIVEIRA – JUIZ DE FORA
CURSO DE DIREITO – PROF FABIO VARGAS
DIREITO CIVIL V – DIREITO DE FAMILIA –22/9/21
TEMA: ALIMENTOS
1 – CONCEITO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA: 
	É a obrigação de satisfazer necessidades vitais de uma outra pessoa com base no princípio da solidariedade familiar. Sabemos que o Estado tem diversos tipos de prestações que auxiliam as pessoas em estado de vulnerabilidade (ex: aposentadoria, pensão por morte, auxílio-doença, bolsa familia, auxilio emergencial covid, benefício de prestação continuada – BPC/ LOAS, etc). Entretanto esses benefícios não eximem a ajuda que a família deve prover a seus próprios membros.
CC, Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.
	A obrigação alimentar promove uma relação jurídica continuativa entre alimentante e alimentado, pois ela se prolonga no tempo, portanto é sujeita à revisão judicial . A ideia é a de que o credor ainda depende da ajuda de alguém para se manter. Fala-se em alimentos, mas a pensão não é só a comida, é também o estudo, o passeio, a roupa, a escola, o plano de saúde,a farmácia, etc, todas as necessidades do alimentando que puderem ser cobertas pelo alimentante. 
REGRA DE OURO: os alimentos apenas são devidos após fixação, seja judicial seja extrajudicialmente através de escritura pública em Cartório de Notas!
Não devemos confundir o direito a alimentos com as parcelas devidas da pensão! 
2 – CRITÉRIO DE FIXAÇÃO: O BINÔMIO NECESSIDADE X POSSIBILIDADE (CC, 1694, §1º)
	O Juiz deve verificar a necessidade de quem pede x com a possibilidade de quem paga. Devemos conjugar as duas realidades e buscar as provas possíveis. Geralmente a pensão é fixada em torno de 30% dos ganhos líquidos do alimentante. Os alimentos só são exigíveis depois de judicialmente fixados!
Ex: 
necessidade do alimentando = 1000 reais mensais (ALEGAR E PROVAR)	
possibilidade do alimentante = 700 reais mensais (ALEGAR E PROVAR)
CC Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação(“alimentos civis” = mantém o status social da pessoa) .
§ 1 o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada (binômio necessidade x possibilidade = o juiz deve sopesar o que o alimentando precisa e o que o alimentante pode dar).
§ 2 o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia. (“alimentos naturais” = apenas o indispensável para viver minimamente – culpa da 
Obs: Mais um critério a ser levado em conta na fixação dos alimentos = "razoabilidade"!!! Já se fala em trinômio para fixação da pensão.Sinônimo de proporcionalidade.
"Sinais exteriores de riqueza" = indícios públicos e ostensivos da condição econômica da pessoa (ex: fotos em rede social), podem ajudar na prova da possibilidade do alimentante
3 – CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS:
3.1QUANTO À ABRANGÊNCIA: quais necessidades a pensão deve abranger?
a) CIVIS: quando tentam manter o status social do alimentando, estilo de vida (CC, 1694, caput, regra);
b) NATURAIS: apenas o necessário para sobrevivência da pessoa; só o básico para aquele que tem culpa em seu próprio estado de vulnerabilidade;
CC Art. 1.704. Se um dos cônjuges separados judicialmente vier a necessitar de alimentos, será o outro obrigado a prestá-los mediante pensão a ser fixada pelo juiz, caso não tenha sido declarado culpado na ação de separação judicial.
Parágrafo único. Se o cônjuge declarado culpado vier a necessitar de alimentos, e não tiver parentes em condições de prestá-los, nem aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será obrigado a assegurá-los, fixando o juiz o valor indispensável à sobrevivência.
Obs: Culpa do alimentando na situação de necessidade (CC, 1694, §2 e 1704)
Ex: marido traiu a mulher, houve divórcio e ele ficou numa situação ruim.Ele pode pedir alimentos a ela, mas só os necessários à sobrevivência, os naturais. 
3.2 QUANTO À FONTE DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR: qual o fundamento da obrigação de pensionar?
a) LEGAIS: fundados no parentesco ou no casamento/ união estável (lei). São devidos entre parentes em linha reta (pais e filhos, avós e netos) e na colateral apenas entre irmãos. Na separação ou divórcio, entre os ex-cônjuges ou ex-companheiros tb podem ser fixados. No pensionamento, devemos sempre buscar os mais próximos em grau (ex: primeiro o pai, depois os avós). E a pensão pode ser repartida entre os pagadores (ex: pai paga 300 e avô paga 200) 
CC Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros (A obrigação é dos parentes mais próximos, sendo subsidiária a obrigação dos mais distantes. Ex: Só posso pedir alimentos dos meus avós se em hipótese alguma consegui a pensão contra meu pai. A jurisprudência entende também que e possível que os avós complementem a pensão dada pelo pai)
CC Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais (então tios, sobrinhos, primos, tios-avós, sobrinhos-netos não são obrigados a me pensionar. O limite é o 2 grau colateral: irmãos germanos sao filhos do mesmo casal ).
CC Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide. (Pode haver complementação de pensão e todos os devedores podem ser chamados a integrar o processo. Ex: A mãe idosa necessitada tem 5 filhos. Ela pode processar apenas 1 deles, e esse um pode chamar os irmãos na lide para repartir o encargo)
CC Art. 1.702. Na separação judicial litigiosa, sendo um dos cônjuges inocente e desprovido de recursos, prestar-lhe-á o outro a pensão alimentícia que o juiz fixar, obedecidos os critérios estabelecidos no art. 1.694.(Pensão entre ex cônjuges ou ex-companheiros).
CC Art. 1.703. Para a manutenção dos filhos, os cônjuges separados judicialmente contribuirão na proporção de seus recursos.
Obs: Em regra, madrasta/padrasto não tem obrigação de pensionar enteado nem genro/nora tem que pensionar sogro/sogra. Pois o parentesco é por afinidade , que não gera vínculo jurídico, apenas impedimento matrimonial. Se os padrastos adotarem o enteado então eles se tornam pai ou mae e ai nasce a obrigação de alimentar. 
b) VOLUNTÁRIOS: fundados na vontade do alimentante, não são obrigatórios, e se forem dados podem ter base contratual/ testamentária, ou seja, não são caracterizados se há uma ajuda “informal”. A ajuda informal é bem-vinda mas não caracteriza um pensionamento pois não há um ato oficial de fixação.
Ex: padrinho resolve pagar uma pensão mensal para afilhado
c) INDENIZATÓRIOS: quando acontece ato ilícito - homicídio, o homicida deverá pensionar os dependentes do falecido (CC, 948, II)
Ex: Hudson atropela e mata um pai de familia. Então ele fica obrigado a pensionar os dependentes do falecido! Todo homicida é obrigado a indenizar a familia pela morte e a pensionar os dependentes do morto, mas isso deve ser buscado via ação de responsabilidade civil, usando a sentença penal condenatória como título judicial. A condenação criminal determina a condenação civil, restando ao juízo cível apenas definir o valor da indenização. 
CC Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seuautor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. (Condenação criminal implica condenação civil) 
CC Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família (dano moral e material);
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima (pensão indenizatória).
CPC, Art. 533. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, caberá ao executado, a requerimento do exequente, constituir capital cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão.
§ 1º O capital a que se refere o caput , representado por imóveis ou por direitos reais sobre imóveis suscetíveis de alienação, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, será inalienável e impenhorável enquanto durar a obrigação do executado, além de constituir-se em patrimônio de afetação.
§ 2º O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do exequente em folha de pagamento de pessoa jurídica de notória capacidade econômica ou, a requerimento do executado, por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz.
§ 3º Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer, conforme as circunstâncias, redução ou aumento da prestação.
§ 4º A prestação alimentícia poderá ser fixada tomando por base o salário-mínimo.
§ 5º Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o capital, cessar o desconto em folha ou cancelar as garantias prestadas.
Obs: Cabimento do pedido de prisão civil do devedor de alimentos
APENAS OS ALIMENTOS LEGAIS SUJEITAM À PRISAO! Obviamente os alimentos voluntários e indenizatórios podem ser cobrados sim, mas não sujeitam o devedor à prisão civil. 
 3.3 – QUANTO À FORMA DE PAGAMENTO: 
a) IN PECUNIA: envolve pagamento em dinheiro(regra)
b) IN NATURA: não há dinheiro, mas auxílio direto com outros bens da vida (ex: habitação e comida)
CC Art. 1.701. A pessoa obrigada a suprir alimentos poderá pensionar o alimentando, ou dar-lhe hospedagem e sustento, sem prejuízo do dever de prestar o necessário à sua educação, quando menor.
Parágrafo único. Compete ao juiz, se as circunstâncias o exigirem, fixar a forma do cumprimento da prestação.
3.4 – QUANTO AO MOMENTO DA FIXAÇÃO DOS ALIMENTOS:
a) DEFINITIVOS (Lei 5.478/68 e CPC): são aqueles fixados pelo juiz ao final da ação de alimentos, no final do processo, após análise de todas as provas e realização de audiência. 
b) PROVISÓRIOS (Lei 5.478/68 e CPC):concedidos em caráter liminar em ação de alimentos pelo juiz, desde que haja PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA DA OBRIGAÇÃO DE ALIMENTAR (ex: certidão de nascimento ou de casamento). Serão pagos desde já, desde o inicio da ação, e podem ser fixados “inaudita altera pars” (sem ouvir o devedor). Os alimentos provisórios serão transformados em definitivos ao final do processo.
c) PROVISIONAIS: também é fixado no início do processo, havia previsão no antigo CPC, mas foi revogada no novo CPC. Entretanto, é pacifico na doutrina e jurisprudência que esses alimentos ainda existem!!! A diferença é que NÃO HÁ PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA DEVER ALIMENTICIO, apenas FORTES indícios ... (ex: ação de investigação de paternidade cumulada com alimentos. Não sabemos ainda se o sujeito é de fato o pai!). Tem caráter do que se chamava medida cautelar, dependendo sempre de outra ação... Deve haver prova do fumus boni juris e periculum in mora. O juiz deve se cercar do seu poder geral de cautela e só fixar se tiver segurança desses 2 requisitos. Os alimentos provisionais serão transformados em definitivos ao final do processo.
d) GRAVÍDICOS: são aqueles pedidos pela mulher durante a gravidez contra o suposto pai(Lei 11.804/2008). Convertem-se automaticamente em pensão para o recém-nascido após o nascimento, não sendo necessário novo pedido judicial (art. 6) . Se o DNA negar a paternidade, os alimentos pagos não podem ser pedidos de volta (vedação da repetição dos alimentos), mas o suposto pai pode reavê-los do verdadeiro devedor, caso saiba quem seja (ação de danos materiais - Ação de Responsabilidade Civil - CC 927).
Obs: Na petição o autor é o menor, representado pela mãe . Nos gravídicos dizemos, "o nascituro de fulana".
3.5 QUANTO À DEFINITIVIDADE
a) DEFINITIVOS: são regra, fixados pelo juiz em sentença final, que obviamente sempre pode ser revista, já que os alimentos são uma relação jurídica continuativa mais longa. Os definitivos vão durar enquanto houver a situação de necessidade.
b) TRANSITÓRIOS: fixados temporariamente, por um curto período, para ajudar o credor de alimentos por um certo tempo (ex: entre ex-cônjuges, o juiz pode fixar alimentos para a ex-mulher até que ela consiga se colocar no mercado de trabalho novamente ou terminar a faculdade, por exemplo)
4 - AÇÕES CORRELATAS AOS ALIMENTOS 
Existem basicamente 5 ações judiciais que envolvem alimentos:
- ação que pede pensão
- ação que oferece pensão
- ação que cobra pensão fixada e não paga
- ação que pede revisão da pensão
- ação que pede para acabar com a pensão
 
A) AÇÃO DE PEDIDO DE ALIMENTOS (LEI 5.478/68 E CPC): deve ser movida por quem nunca pediu nem fixou alimentos judicialmente nem extrajudicialmente. Seu autor é o futuro alimentando, ou seja, o credor da pensão. É o primeiro pedido oficial de pensão e pode ser cumulado com pedido de alimentos provisórios(liminares) ou mesmo provisionais. Os alimentos não são devidos enquanto não houver ordem judicial!
CC Art. 1.705. Para obter alimentos, o filho havido fora do casamento pode acionar o genitor, sendo facultado ao juiz determinar, a pedido de qualquer das partes, que a ação se processe em segredo de justiça.
CC Art. 1.706. Os alimentos provisionais serão fixados pelo juiz, nos termos da lei processual.
Obs: APELAÇÃO EM AÇÃO DE ALIMENTOS = EFEITOS APENAS DEVOLUTIVO
CPCArt. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que:
II - condena a pagar alimentos;
Mesmo que o pai seja condenado e recorra, o menor já poderá pedir o cumprimento da sentença! 
B) AÇÃO DE OFERTA DE ALIMENTOS (Lei 5478/68): movida pelo alimentante/devedor, que se antecipa ao pedido do credor de alimentos e oferece a pensão. Ele não quer esperar ser processado. Réu será o alimentando.
C) PETIÇÃO DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA DE ALIMENTOS (CPC, 528 a 530) –move-se depois que os alimentos foram fixados na Ação de Alimentos ou Oferta de Alimentos e não foram pagos!!!! Antes do novo CPC falava-se Execução de Alimentos. É usada para cobrar os alimentos já determinados, considerando que já existe sentença em ação de alimentos ou de oferta de alimentos e o devedor parou de pagar ou nem começou a pagar, devemos pedir o cumprimento da sentença nos mesmos autos. Não é uma nova ação, apenas uma petição nos mesmo autos da ação de alimentos!!! Essa ação dá 2 opções ao credor :
	
“Pedido de prisão civil”:esse pedido só pode abranger os 3 últimos meses devidos e os que se vencerem no curso do processo. Se o devedor pagar esses 3 meses ele não é preso. Se mesmo preso, o pai não pagar os alimentos, ele será colocado em liberdade mas aquelas parcelas devidas deverão ser pedidas pelo rito de penhora. A prisão pode ser decretada pelo prazo de 1 a 3 meses. A prisão cumprida não quita a dívida!!!
“Pedido de penhora”:Deve ser movida quando os alimentos já estão em atraso há mais de três meses. Nesse caso, não se pode pedir prisão, mas sim a penhora de bens (SREI para imóveis), contras bancárias (SISBAJUD), veículos (RENAJUD), inclusive não há proteção do bem de família nesse caso (Lei 8009/90). Se houver desconfiança de que os bens do devedor estão em nome de empresa, pode haver o pedido de desconsideração da personalidade da pessoa jurídica (teoria da desconsideração reversa da PJ) para buscar a divida alimentar contra os bens da empresa do devedor.A junta comercial (JUCEMG) e o Cartório de Registro de Pessoa Jurídica de cada estada informa sobre PJs em nome do devedor.O juiz pode acionar o sistema Sisbajud, usando seu poder geral de cautela, para penhora de ativos financeiros em nome do devedor!
DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS
CPC, Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
§ 1º Caso o executado, no prazo referido no caput , não efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517 .
§ 2º Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento.
§ 3º Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1º, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.
§ 4º A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns.
§ 5º O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas.
§ 6º Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão.
§ 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.
§ 8º O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.
§ 9º Além das opções previstas no art. 516 , parágrafo único, o exequente pode promover o cumprimento da sentença ou decisão que condena ao pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio.
CUIDADO!
1 - O IMÓVEL DO DEVEDOR DE ALIMENTOS PODE SER PENHORADO! NAO TEM A PROTEÇÃO DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMILIA 
Lei 8009/90, Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida;
2 - O DESEMPREGO NÃO EXIME O DEVEDOR DE PAGAR PENSAO! A CRIANÇA COME TODO DIA NÃO SÓ QUANDO O PAI ESTÁ EMPREGADO! PODE SER A HORA DE PEDIR ALIMENTOS CONTRA OS AVÓS (ALIMENTOS AVOENGAS).
3 - ALIMENTOS DEVIDOS EM INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE
Súmula 277, STJ“Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir da citação.”
OU seja, os alimentos são retroativos à citação do pai na investigação de paternidade e podem ser cobrados desde então!
D) AÇÃO DE EXECUÇÃO DE ALIMENTOS FIXADOS EM TITULO EXTRAJUDICIAL -	Vamos imaginar que os alimentos foram fixados em divórcio/ separação consensual, sem incapazes, feito em Cartório de Notas (Lei 11.441/07). A escritura pública nesse caso será o titulo extrajudicial, que será submetido a Registro no Cartorio de Reg. de Pessoas Naturais para constar o divórcio . Aí o devedor não pagou. Esse é o único caso em que o processo de execução sobrevive no novo CPC! Aqui não teve ação de alimentos anterior, nem ela é necessária pq os alimentos foram definidos voluntariamente pelo casal na escritura. Haverá efetivamente uma ação judicial para essa cobrança. 
DA EXECUÇÃO DE ALIMENTOS
CPC Art. 911. Na execução fundada em título executivo extrajudicial que contenha obrigação alimentar, o juiz mandará citar o executado para, em 3 (três) dias, efetuar o pagamento das parcelas anteriores ao início da execução e das que se vencerem no seu curso, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de fazê-lo.
Parágrafo único. Aplicam-se, no que couber, os §§ 2º a 7º do art. 528 .
CPC Art. 912. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa, bem como empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento de pessoal da importância da prestação alimentícia.
§ 1º Ao despachar a inicial, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do protocolo do ofício.
§ 2º O ofício conterá os nomes e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a ser descontada mensalmente, a conta na qual deve ser feito o depósito e, se for o caso, o tempo de sua duração.
CPC Art. 913. Não requerida a execução nos termos deste Capítulo, observar-se-á o disposto no art. 824 e seguintes, com a ressalva de que, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo aos embargos à execução não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.
E) AÇÃO DE REVISÃO DE ALIMENTOS (CC, 1699): Deve ser movida quando as partes querem modificar o valor da pensão, sempre é possível mover essa ação para majorar ou diminuir a pensão, pode ser movida tanto pelo devedor quanto pelo credor, desde que se comprove mudança no binômio necessidade x possibilidade.
CC Art. 1.710. As prestações alimentícias, de qualquer natureza, serão atualizadas segundo índice oficial regularmente estabelecido (Conjur = IGPM)
F)AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS: deve ser movida quando não se pode mais pagar ou quando a necessidade do credor terminou. O devedor nunca jamais pode parar de pagar a pensão por conta própria, deve sempre aguardar a sentença!
CC Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo.
5 – QUESTOES PROCESSUAIS RELEVANTES
5.1 JURISDICAO: quais ações de alimentos são processadas no Brasil? 
CPC Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil (credor = alimentado);
Ex: o pai mora em Portugal, a ação vai ser proposta no Brasil pq o filho mora aqui. O pai é citado no exterior via carta rogatória.
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos (réu com vínculos econômicos no país);
Ex: réu recebe aposentadoria no Brasil ou tem empresas aqui
5.2 COMPETENCIA: onde devo propor a ação de alimentos?
 
CPC Art. 53. É competente o foro:
(...)
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos;
Ex: devemos mover a ação na comarca de domicilio do menor/idoso/incapaz. Se o pai quer revisão ou exoneração da pensão, deve propor ação no domicilio do menor.
5.3 NÃO SUSPENSAO POR FÉRIAS FORENSES
CPC Art. 215. Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não se suspendem pela superveniência delas:
I - os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de direitos, quando puderem ser prejudicados pelo adiamento;
II - a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e curador;
5.4- VALOR DA CAUSA
CPC Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será:
(...)
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor;
Ex: valor mensal = 1.000 reais/ valor da causa = 12.000. Esse valor interfere nas custas processuais (sempre verTabela de Custas TJMG) 
6 – PRINCIPIOS DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR:
6.1 RECIPROCIDADE (CC, 1694): os pais devem alimentos aos filhos e vice-versa, os irmãos também devem entre si, e cônjuges e companheiros tb;
OBS: FRUSTRAÇÃO DA RECIPROCIDADE – jurisprudência: quem nega alimentos hoje não pode pedi-los futuramente caso venha precisar!!!! Ex: hoje o pai nega alimentos ao filho. Se um dia ele idoso vier a precisar de alimentos o filho já adulto pode usar a antiga negação como uma excludente da obrigação de pensionar. 
6.2 IMPRESCRITIBILIDADE: o direito a pedir alimentos é vitalício, ou seja, imprescritível! Mas não devemos confundir a obrigação alimentar(imprescritível) com as parcelas em atraso(prescrevem em 2 anos) da pensão alimentícia em si. O crédito alimentar é prescritível. 
CC, 205 – Prescrevem:
 § 2 o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem.
IMPORTANTE: A pensão alimentícia só é exigível após sua fixação judicial ou extrajudicial! Então se o juiz fixa mas a pessoa não paga e outro não cobra, então as parcelas em atraso prescrevem em 2 anos. Vamos lembrar que a prescrição não prejudica os absolutamente incapazes (CC, 198, III). Então, tecnicamente, até os 16 anos não há perda dos alimentos pois a prescrição não corre contra esses menores.
6.3 INTRANSMISSIBILIDADE: o direito a alimentos e o dever de alimentar são personalíssimos e não se transmitem a ninguém! Mas as parcelas devidas por pessoa falecida são transferidas aos bens do espólio do morto. Devem ser cobradas no inventário. 
CC, Art. 1.700. A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694.
Absurdo: Joao pensiona seu filho menor Miguel. Joao falece e é casado com Maria, que é madrasta de Miguel. Pela letra fria da lei, parece que Maria será obrigada a pensionar um filho que não é dela! O CC deveria ter usado a expressão “credito alimentício” e não obrigação de prestar alimentos.
Obs: Correto entendimento do art. 1700 do CC
O CC erra ao dizer que o dever alimentar transfere-se aos herdeiros do morto! JAMAIS! O q se transfere ao espólio do morto são as prestações devidas e não pagas, ou seja o crédito alimentício.
Ex: Joao devia 5000 de pensão a seu filho Pedrinho. Se João morrer, seu espólio deve pagar 5000 a Pedrinho desde que a herança tenha fundos para isso (forças da herança). Mas os herdeiros de Joao, obviamente, não tem que continuar pensionando Pedrinho.Se forem irmãos, o menino deve mover nova ação contra eles. 
6.4 DIVISIBILIDADE (CC, 1698): várias pessoas podem pensionar um único credor (ex: 4 irmãos pensionando 1 irmao inválido ou 3 avós pensionando 1 neto)
OBS: COMO TRAZER OS DEMAIS PARENTES DEVEDORES AO PROCESSO? DUAS CORRENTES
1 - Didier e Carlos roberto gonçalves: litisconsórcio passivo facultativo ao credor. O credor de alimentos escolhe quem ele quer processar!!!
2 - Maria Berenice e Cristiano Chaves:nova modalidade de intervenção de 3os. (não é denunciação da lide nem chamamento ao processo) , podendo ser feita pelo credor ou pelo próprio devedor. Então tanto quem pede quanto quem paga pode chamar os outros na relação processual, cada um pagará parcela conforme sua possibilidade, mas todos serão co-obrigados a pensionar. 
ex: neto, não tendo conseguido pensão do pai,processa a avó paterna. Ela, por sua vez, poderia chamar o avô paterno no processo para dividir com ele o encargo. 
6.5 IRRENUNCIABILIDADE (CC, 1707): não se pode abrir mão do direito a alimentos, nem mesmo por instrumento escrito! Trata-se de direito indisponível.
CC Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.
Uma pessoa pode até não querer entrar com Ação de Alimentos agora, mas o direito de movê-la é irrenunciável.mas nao se pode cobrar alimentos enquanto eles nao tiverem sido fixados!
Ex: um irmão em necessidade nunca processou seus irmaos pedindo pensao. Entao ele nao pode simplesmente mover ação de alimentos e pedir 5 anos de pensao para trás. Os alimentos só são devidos da sentença em diante! 
Obs: Renúncia de alimentos entre ex-cônjuges e companheiros: Entre eles pode haver renúncia, caso nenhum deles precise! Esse é o entendimento majoritário. A renuncia pode constar do divórcio/separação.Mas os pais jamais podem renunciar ao direito dos menores!
Cuidado! O divorciado que recebe alimentos tem facilidade para pedir pensao por morte, pq ele prova a dependência econômica.Outro caso é o ex-cônjuge que não era pensionista por renúncia: essa pessoa, mesmo tendo renunciado à pensão em vida, pode pedir pensao por morte em face do falecimento de seu ex-cônjuge.
STJ Súmula 336 – renúncia a alimentos não afeta pensão por morte.
Ex: Maria renunciou a alimentos quando se divorciou de Pedro. Mas se Pedro falecer ela ainda pode solicitar pensão por morte. 
Pode haver litígio com o atual cônjuge ou companheiro do falecido!
6.6 EXTINÇÃO (CC, 1708): se o credor se casar ou constituir união estável ele perde o pensionamento (isso nao acontece com pensão por morte)! Namoro ou relações eventuais não tem esse poder de tirar a pensão! Mas não se pode parar de pagar automaticamente. Deve-se sempre mover ação de exoneração.
CC Art. 1.708. Com o casamento, a união estável ou o concubinato do credor, cessa o dever de prestar alimentos (isso em relação ao ex-cônjuge e mesmo assim isso é questionável...).
Parágrafo único. Com relação ao credor cessa, também, o direito a alimentos, se tiver procedimento indigno em relação ao devedor.
CC Art. 1.709. O novo casamento do cônjuge devedor não extingue a obrigação constante da sentença de divórcio.
INDIGNIDADE- ANALOGIA COM DIREITO SUCESSÓRIO
Os casos de indignidade são, portanto e no conjunto dos dispositivos mencionados, divididos em cinco categorias, nesses casos também deve-se mover ação de exoneração: 
a) ofensa física (Art. 1.962, I; Art. 1.963, I), 
b)tentativa de homicídio ou homicídio consumado (Art. 1.814, I); 
c) calúnia (Art. 1.814, II) 
d)injúria (Art. 1.962, II; Art. 1.963, II); 
e) violência ou fraude contra ato de última vontade - vontade testamentária (Art. 1.814, III); 
f) relações ilícitas com cônjuge do prestador de alimentos (Art. 1.962, III; Art. 1.963, III); 
g) desamparo em momento de necessidade (Art. 1.962, IV; Art. 1.963, IV)”.
“CIVIL. FAMÍLIA. ALIMENTOS. EX-CÔNJUGE. PROCEDIMENTO INDIGNO. EXONERAÇÃO DE PRESTAÇÃO ALIMENTAR. VIOLAÇÃO AO DEVER DE FIDELIDADE. HONORÁRIOS. CRITÉRIOS. PARCIAL PROVIMENTO.
1. O dever alimentício decorrente do casamento ou da união estável exige a plena comprovação do binômio necessidade de quem recebe e capacidade de quem presta e, em razão de seu caráter de excepcionalidade, devem ser fixados tão somente para manutenção das despesas efetivamente necessárias.
2. Uma vez configurada a adoção de comportamento indigno, disso acarreta ao credor a perda do direito aos alimentos e, ao devedor, a consequente exoneração da obrigação alimentar.3. Quanto à questão da dilação probatória, é de se ter presente que o seu destinatário final é o juiz, a quem cabe avaliar quanto à sua efetiva conveniência e necessidade, advindo daí a possibilidade de indeferimento das diligências inúteis ou meramente protelatórias, em consonância com o disposto na parte final do artigo 130 do CPC. 4. Dada a natureza, importância da causa e o tempo exigido para a realização do trabalho do advogado, foi modificado o valor dos honorários. 
5. Deu-se parcial provimento ao recurso para fixar novo valor aos honorários” (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (7ª Câmara Cível). Apelação Cível nº 70067426395.
6.7 IMPENHORABILIDADE:a pensão não pode ser penhorada por dívida do alimentando, pois é verba alimentar. Se o alimentando deve a alguém, o crédito de alimentos não pode ser atingido por essa dívida.
6.8 IRREPETIBILIDADE: uma vez paga, a pensão não pode ser recobrada, retomada, nem pedida de volta do credor, mesmo que seja paga indevidamente! Pagou já era. Repetir em direitocivil significa “pedir de volta”.
Obs: há uma única hipótese de repetição da pensão, quando vc paga e descobre que não
é o pai. Ai vc pode pedir uma indenização contra o verdadeiro pai.Mas tecnicamente isso não é uma repetição de indébito mas uma ação de responsabilidade civil 
6.9 NÃO SOLIDARIEDADE ENTRE OS DEVEDORES (EXCETO EM FAVOR DE IDOSOS): se várias pessoas estão pagando a pensão, eu não posso exigir a totalidade da pensão de apenas 1 delas (regra da solidariedade)! Cada uma delas pagará a sua parte, respeitando a sua possibilidade. Entretanto o Estatuto do Idoso criou solidariedade em dívida alimentícia. Um filho pode ser chamado a pagar a totalidade do débito de todos os irmãos!
Estatuto do Idoso – Lei 10.741/03
CAPÍTULO III - Dos Alimentos
        
Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil.
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores.
Art. 13.  As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei processual civil.         (Redação dada pela Lei nº 11.737, de 2008)
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social.
6.10 NÃO LIMITAÇÃO NO PARENTESCO EM LINHA RETA (CC, 1696): entre ascendentes e descendentes o pensionamento não encontra limite, mas os de grau mais próximo preferem aos de grau mais remoto. 
Ex: Se eu tenho filhos , netos e bisnetos, todos podem me pensionar, mas primeiro devo pedir dos filhos, depois dos netos e assim por diante. O filho é o devedor principal, o neto é devedor subsidiário. 
Obs: Limitação na linha colateral (CC, 1697) - Apenas os irmãos tem obrigação de se pensionar! 
Parentes por afinidade não são obrigados , nem tios, nem sobrinhos , nem primos, nem tio-avó, nem sobrinho-neto.
6.11LIMITAÇÃO NO TEMPO: ALIMENTOS APÓS 18 ANOS (SUMULA 358, STJ)
Regra: a pensão cai aos 18 anos, ou mantém-se até o fim do curso superior! Acima de 18 anos pode haver pensionamento sim, mas o filho maior deve PROVAR SUA NECESSIDADE, QUE É PRESUMIDA PARA MENORES DE 18. 
Obs: O pai não pode parar automaticamente de pagar quando o filho atinge maioridade. Ele deve mover Ação de Exoneração de pensão!!!!!! Cuidado!

Continue navegando