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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB) Autorização Decreto nº 9237/86. DOU 18/07/96. Reconhecimento: Portaria 909/95, DOU 01/08-95 GABINETE DA REITORIA UNIDADE ACADÊMICA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (UNEAD) Criação e Implantação Resolução CONSU nº 1.051/2014. DOU 20/05/14 CURSO: LICENCIATURA EM MATEMÁTICA A DISTÂNCIA COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA DA MATEMÁTICA ROTEIRO DE ESTUDOS 3 Professor Formador: Caio Eduardo Pinheiro Costa Prezados Cursistas, Trabalharemos com o tema Resolução das Equações Algébricas. Vale salientar que os referidos exercícios deste Roteiro são simples e visam facilitar a assimilação do conteúdo abordado. Desejo sucesso! Continuando a História da Matemática, conheceremos como ocorreu a transição entre o período de ouro da matemática grega para a época do renascimento cultural e científico vivido na Europa no século 16. Durante toda a Idade Média, o conteúdo matemático alcançado pelos gregos foi preservado e enriquecido pelos árabes. É um longo capítulo da História da Matemática marcado pelo respeito que a cultura árabe teve pelos resultados obtidos anteriormente. Mas não foi só isso, neste período também ocorreram grandes contribuições de matemáticos indianos. Com o declínio das civilizações grega, e depois romana, foi a vez dos árabes se expandirem. Em 711 eles cruzaram o Estreito de Gibraltar e ocuparam Córdoba e Toledo, na Espanha. Até o século 12 permaneceram também em território português e só saíram de Granada, na Espanha, em 1492. Tinham uma cultura rica e eram capazes de absorver e transformar os conhecimentos dos povos que dominavam ou das culturas com que mantinham contato. Como os árabes eram originários de regiões de clima inóspito, tinham grande conhecimento sobre irrigação e semeadura. Além de tudo isso, o amor que tinham pela abstração e pelos números deixou uma marca forte na Matemática. Da Índia trouxeram o zero, aperfeiçoaram os algarismos e contribuíram para a parte mais abstrata da Matemática, que leva um nome árabe – a Álgebra. O número Zero Os babilônios usavam um sistema numérico posicional, mas mesmo assim o zero não se estabeleceu nessa cultura. Também alguns gregos, astrônomos, usavam um sistema numérico posicional, mas isso ficou restrito a um número muito pequeno de pessoas. O zero se estabeleceu, definitivamente, como um símbolo para representar números num sistema posicional, na Índia. Inscrições que datam do ano 876 descrevem um problema (sobre plantações de flores, para a produção de guirlandas) em que os números 270 e 50 são denotados como o fazemos hoje. Já sua outra função, como número, deu mais trabalho aos matemáticos. Foi um longo caminho do concreto para o abstrato. Alguns matemáticos da Índia definiram regras para as operações aritméticas envolvendo números positivos, zero e números negativos. Primeiro Brahmagupta e depois Mahavira e, perto de 500 anos depois de Brahmagupta, Bhaskara. Tudo funcionou bem, a menos da operação de divisão, onde eles tentavam estabelecer o resultado de uma divisão por zero. É difícil crer que a solução para o problema seja tão simples: basta estabelecer que não se divide por zero, e pronto! De qualquer forma, esta questão afeta muitos iniciantes na Matemática, até hoje. Precisamos lembrar nossos alunos constantemente que não se divide por zero. A representação dos números por um sistema posicional, que demanda dez algarismos, bem como as regras que definem as operações básicas da Aritmética, envolvendo o zero e números negativos, é um importante avanço matemático que foi transmitido para a cultura árabe e, posteriormente, para as culturas europeias. Os algarismos hindu-arábicos, com o sistema numérico posicional e as frações decimais, são provas de que nossa cultura deve muito aos esforços das gerações anteriores. De qualquer forma, esse sistema não foi rapidamente absorvido e, por muito tempo, o sistema posicional e o sistema numérico representado por letras conviveram lado a lado. Segue abaixo um texto retirado do site Só Matemática www.somatematica.com.br: Embora a grande invenção prática do zero seja atribuída aos hindus, desenvolvimentos parciais ou limitados do conceito de zero são evidentes em vários outros sistemas de numeração pelo menos tão antigos quanto o sistema hindu, se não mais. Porém o efeito real de qualquer um desses passos mais antigos sobre o desenvolvimento pleno do conceito de zero - se é que de fato tiveram algum efeito - não está claro. O sistema sexagesimal babilônico usado nos textos matemáticos e astronômicos era essencialmente um sistema posicional, ainda que o conceito de zero não estivesse plenamente desenvolvido. Muitas das tábuas babilônicas indicam apenas um espaço entre grupos de símbolos quando uma potência particular de 60 não era necessária, de maneira que as potências exatas de 60 envolvidas devem ser determinadas, em parte, pelo contexto. Nas tábuas babilônicas mais tardias (aquelas dos últimos três séculos a.C.) usava-se um símbolo para indicar uma potência ausente, mas isto só ocorria no interior de um grupo numérico e não no final. Quando os gregos prosseguiram o http://www.somatematica.com.br/ desenvolvimento de tabelas astronômicas, escolheram explicitamente o sistema sexagesimal babilônico para expressar suas frações, e não o sistema egípcio de frações unitárias. A subdivisão repetida de uma parte em 60 partes menores precisava que às vezes “nem uma parte” de uma unidade fosse envolvida, de modo que as tabelas de Ptolomeu no Almagesto (c.150 d.C.) incluem o símbolo 0̅ ou 0 para indicar isto. Bem mais tarde, aproximadamente no ano 500, textos gregos usavam o ômicron, que é a primeira letra palavra grega oudem (“nada”). Anteriormente, o ômicron, restringia a representar o número 70, seu valor no arranjo alfabético regular. Talvez o uso sistemático mais antigo de um símbolo para zero num sistema de valor relativo se encontre na matemática dos maias das Américas Central e do Sul. O símbolo maia do zero era usado para indicar a ausência de quaisquer unidades das várias ordens do sistema de base vinte modificado. Esse sistema era muito mais usado, provavelmente, para registrar o tempo em calendários do que para propósitos computacionais. É possível que o mais antigo símbolo hindu para zero tenha sido o ponto negrito, que aparece no manuscrito Bakhshali, cujo conteúdo talvez remonte do século III ou IV d.C., embora alguns historiadores o localize até no século XII. Qualquer associação do pequeno círculo dos hindus, mais comuns, com o símbolo usado pelos gregos seria apenas uma conjectura. Como a mais antiga forma do símbolo hindu era comumente usada em inscrições e manuscritos para assinalar um espaço em branco, era chamado sunya, significando “lacuna” ou “vazio”. Essa palavra entrou para o árabe como sifr, que significa “vago”. Ela foi transliterada para o latim como zephirum ou zephyrum por volta do ano 1200, mantendo-se seu som mas não seu sentido. Mudanças sucessivas dessas formas, passando inclusive por zeuero, zepiro e cifre, levaram as nossas palavras “cifra” e “zero”. O significado duplo da palavra “cifra” hoje - tanto pode se referir ao símbolo do zero como a qualquer dígito - não ocorria no original hindu. FONTE: Tópicos de História da Matemática para uso em sala de aula; números e numerais, de Bernard GUNDLACH. Surgimento da Álgebra Abu Jafar Mohamed ibn Musa al-Khwarizmi foi o primeiro matemático da Casa da Sabedoria, uma espécie de universidade fundada pelo califa al-Mamum, no início do século 9, em Bagdá. Ele escreveu um livro sobre matemática elementar: uma compilação de regras para solução aritmética de equações lineares e de segundo grau, baseado nos trabalhos de Diofante, chamado Hisab al-jabr w’almuqabalah. A palavra árabe al-jabr significa combinar, reunir, e a tradução latina desse título deu origem à palavra álgebra. O livro inicia com uma frase do tipo “Assim faloual-Kwarizmi... ”, cuja tradução latina resultou no termo algoritmo. Também entre os matemáticos da Índia floresceu a Álgebra. Com a introdução da teoria de números negativos, Brahmagupta (598 - 670) podia dar a solução completa para equações lineares diofantinas, do tipo 4𝑥 + 6𝑦 = 2. Vamos compreender melhor. Equações Diofantinas Lineares Diofanto de Alexandria viveu provavelmente no século III dC. De sua produção matemática conhecem-se apenas os fragmentos de uma obra que trata de números poligonais e a extremamente original e criativa Arithmetica, graças à qual ele é às vezes considerado o pai da Álgebra. Devido à Arithmetica, hoje são chamadas equações diofantinas todas as equações polinomiais (não importando o número de incógnitas) com coeficientes inteiros, sempre que seu estudo seja feito tomando como universo das variáveis o conjunto dos números inteiros. Isso não obstante Diofanto só ter trabalhado com alguns poucos casos particulares dessas equações e seu universo numérico ter sido o dos números racionais estritamente positivos. Uma equação diofantina linear em duas incógnitas é uma equação do tipo 𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 = 𝑐 em que 𝑎 𝑒 𝑏 são inteiros não nulos. Uma solução da equação é, nesse contexto, um par (𝑥0, 𝑦0) de inteiros tais que a sentença 𝑎𝑥0 + 𝑏𝑦0 = 𝑐 é verdadeira. Proposição: Uma equação diofantina linear 𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 = 𝑐 tem solução se, e somente se, 𝑑 = 𝑚𝑑𝑐(𝑎, 𝑏) é um divisor de 𝑐. Exemplo: Encontrar uma solução da equação: 26𝑥 + 31𝑦 = 2. Solução: Como 𝑚𝑑𝑐(26,31) = 1, que é divisor de 2, então a equação possui solução. Usaremos o método das divisões sucessivas (visto no Roteiro de Estudos II) para exprimir o máximo divisor de 26 e 31. Veja: 31 = 26 . 1 + 5 26 = 5 . 5 + 1 5 = 1 . 5 Assim: 1 = 26 − 5 . 5 = 26 − (31 − 26 . 1). 5 = 26 . 6 + 31 . (−5) Então, o par (𝑥0, 𝑦0) = (6, −5) e, portanto, o par (2 . 6 , 2 . (−5)) = (12, −10) é uma solução da equação dada. Proposição: Se a equação diofantina linear 𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 = 𝑐 tem solução (𝑥0, 𝑦0), então possui infinitas soluções e o conjunto destas é: 𝑆 = {𝑥0 + 𝑏 𝑑 𝑡 , 𝑦0 − 𝑎 𝑑 𝑡} , 𝑡 ∈ ℤ em que 𝑑 = 𝑚𝑑𝑐(𝑎, 𝑏). Equações Cúbicas Problemas cuja solução recaía numa equação cúbica já eram conhecidos desde a Antiguidade. No entanto, o completo entendimento dessas equações levou bastante tempo. O exemplo mais famoso é a questão da duplicação do cubo. Omar Khayyam (1050 - 1123), que, além de poeta, foi matemático, dedicou sua atividade a estudar a equação cúbica: 𝑥3 + 𝑎𝑥2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0. Bem longe de Khayyam, um matemático italiano se ocupa com o sistema numérico árabe e lida com equações cúbicas. O ano de 1202 assistiu à publicação de um livro chamado Liber Abaci (Livro dos Ábacos), que apresentaria para a Europa o sistema numérico árabe. Esse livro fora escrito por um matemático genial, Leonardo de Pisa, mais conhecido pelo apelido de Fibonacci. Um dos problemas apresentados no livro é o que gera a famosa sequência de Fibonacci. A vida dos matemáticos nos dias de Fibonacci não era nada fácil. A competência era a principal segurança de cada um. Os problemas mais difíceis que circulavam naquela época eram aqueles que demandavam a resolução de uma equação de grau três, as chamadas equações cúbicas, ou simplesmente cúbicas, para os íntimos. Em 1225, Frederico II organizou um torneio que foi vencido de maneira brilhante por Fibonacci. Ele simplesmente resolveu todos os problemas propostos. Um desses problemas consistia em resolver a equação 𝑥3 + 2𝑥2 + 10𝑥 = 20 Fibonacci afirma que 𝑥 ≅ 1 + 22 60 + 7 602 + 42 603 + 33 604 + 4 605 + 40 606 , o que dá 𝑥 ≅ 1,368808108. No caso da equação quadrática, basta usarmos a fórmula de Bhaskara, 𝑥 = −𝑏±√𝑏2−4𝑎𝑐 2𝑎 A busca de uma fórmula semelhante para o caso das cúbicas, e demais equações de maior grau, era a grande questão que ocupava os matemáticos naqueles dias. O primeiro matemático a encontrar uma fórmula que se aplica a um certo tipo de cúbica foi Scipione dal Ferro (1465 - 1526). Ele descobriu como resolver as chamadas cúbicas comprimidas, isto é, equações da forma 𝑦3 + 𝐴𝑦 = 𝐵, com 𝐴 𝑒 𝐵 positivos. Scipione descobriu que, neste caso, bastava determinar 𝑠 𝑒 𝑡 tais que { 3𝑠𝑡 = 𝐴 𝑠3 − 𝑡3 = 𝐵 pois 𝑦 = 𝑠 − 𝑡 é solução de 𝑦3 + 𝐴𝑦 = 𝐵. Scipione guardou esse segredo até quase seu último suspiro. Antes de morrer, passou- o para seu assistente, Antonio Fior. Este não esperou muito. Em 1535 desafiou para um duelo um dos melhores matemáticos da época, Niccolo Fontana Tartaglia (1499 - 1557). Tartaglia, acostumado às vicissitudes da vida, sabia que os lobos estavam à porta. Em pouco tempo resolveu o problema das cúbicas comprimidas e foi além. Descobriu uma maneira de resolver equações do tipo 𝑥3 + 𝑎𝑥2 = 𝑐, onde 𝑎, 𝑏, 𝑐 são constantes positivas, e conseguiu vencer o desafio de Fior. Em 1539, Girolamo Cardano (1501 - 1576) recebeu Tartaglia em sua casa para uma longa visita. Ele só conseguiu que Tartaglia lhe revelasse o segredo da cúbica após ter jurado que guardaria o segredo para si. Assim, com a ajuda de Tartaglia, Cardano e seu aluno, Ludovico Ferrari (1522 - 1565), dominaram o método de resolver equações cúbicas. Cardano foi o primeiro matemático a divisar os números complexos. Isso lhe permitiu dar um tratamento mais completo às cúbicas. A solução das cúbicas mostrou que a Matemática estava pronta para vôos mais altos. Nesse período destacam-se, também, os trabalhos de François Viète (1540 1603). Ele foi o responsável pelo uso de letras para representar incógnitas e usou trigonometria para resolver equações de grau maior do que 3 e 4. Foi nesse período que se passou a usar os símbolos =, + e −. Um passo gigantesco foi dado no momento em que os matemáticos passaram a usar estes símbolos, combinados com letras para representar valores a serem determinados, causando o surgimento das equações. Fora uma caminhada milenar para se atingir essa etapa da Matemática. É preciso ter isso em mente quando vemos alunos tendo dificuldades em resolver um problema literal. Exercícios Propostos: Questão 1: Resolva as seguintes equações diofantinas lineares: a) 3𝑥 + 4𝑦 = 20 b) 18𝑥 − 20𝑦 = −8 c) 24𝑥 + 138𝑦 = 18 Solução: a) Pelo Método das divisões sucessivas: 4 = 3 . 1 + 1 3 = 1 . 3 Logo, 𝑚𝑑𝑐(4,3) = 1. Disto, obtemos: 1 = 4 − 3 . 1. Assim, 𝑥 = −1 𝑒 𝑦 = 1. Multiplicando por 20, temos: 𝑥0 = −20 𝑒 𝑦0 = 20. Como solução geral, obtemos: 𝑥 = −20 + 4 1 . 𝑡 = −20 + 4𝑡 𝑦 = 20 − 3 1 . 𝑡 = 20 − 3𝑡 b) Pelo Método das divisões sucessivas: 20 = 18 . 1 + 2 18 = 2 . 9 Logo, 𝑚𝑑𝑐(18,20) = 2. Disto, obtemos: 2 = 20 − 18 . 1, 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑗𝑎, −2 = 18 . 1 − 20. Assim, 𝑥 = 1 𝑒 𝑦 = 1. Multiplicando por 4, temos: 𝑥0 = 4 𝑒 𝑦0 = 4. Como solução geral, obtemos: 𝑥 = 4 + −20 2 . 𝑡 = 4 − 10𝑡 𝑦 = 4 − 18 2 . 𝑡 = 4 − 9𝑡 c) Pelo Método das divisões sucessivas: 138 = 24 . 5 + 18 24 = 18 . 1 + 6 18 = 6 . 3 Logo, 𝑚𝑑𝑐(24,138) = 6. Disto, obtemos: 18 = 138 − 24 . 5 𝑒 6 = 24 − 18 . 1 = 24 − (138 − 24 . 5) = 24 + 24 . 5 − 138, 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑗𝑎, 6 = 24 . 6 − 138. Assim, 𝑥 = 6 𝑒 𝑦 = −1. Multiplicando por 3, temos: 𝑥0 = 18 𝑒 𝑦0 = −3. Como solução geral, obtemos: 𝑥 = 18 + 138 6 . 𝑡 = 18 + 23𝑡 𝑦 = −3 − 24 6 . 𝑡 = −3 − 4𝑡 Questão 2: Bhaskara, como vimos, foi um matemático da Índia, cujo nome permanece até hoje. Como era comum em sua época, ele redigia os problemas propostos de forma poética. Bhaskara tinha uma filha chamada Lilavati, cujo nome foi dado a um de seus livros. Veja um problema típico do Lilavati: Oh, sábio homem! Um certo rei deu a cinco cavaleiros 57 moedas. Cada um, por ordem, obteve o dobro e mais uma moeda do que o seu antecessor. Quantas moedas obteve o primeiro cavaleiro, assim como cada um dos outros? Obtenha asolução desse problema. Solução: Considere 𝑥 = 𝑛° 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑒𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑜 1° 𝑐𝑎𝑣𝑎𝑙𝑒𝑖𝑟𝑜. Assim: 𝑥 + (2𝑥 + 1) + 2(2𝑥 + 1) + 1 + 2(2(2𝑥 + 1) + 1) + 1 + 2(2(2(2𝑥 + 1) + 1) + 1) + 1 = 57 31𝑥 + 26 = 57 𝑥 = 1 Assim, o primeiro cavaleiro recebeu 1 moeda, o segundo 3 moedas, o terceiro 7, o quarto 15 e o último cavaleiro recebeu 31 moedas. Questão 3: Ninguém sabe exatamente quando nasceu ou morreu Diofanto. No entanto, sabemos quantos anos ele viveu, devido ao enigma elaborado por um de seus discípulos para descrever a vida do mestre: A juventude de Diofanto durou 1/6 de sua vida; depois de mais 1/12, nasceu-lhe a barba. Ao fim de mais 1/7 de sua vida, Diofanto casou-se. Cinco anos depois teve um filho. O filho viveu exatamente metade do que viveu o pai, e Diofanto morreu quatro anos depois da morte de seu filho. Tudo isso somado é o número de anos que Diofanto viveu. Então, quantos anos Diofanto viveu? Solução: Considere 𝑥 = 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑜𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝐷𝑖𝑜𝑓𝑎𝑛𝑡𝑜 𝑣𝑖𝑣𝑒𝑢. Assim: 1 6 𝑥 + 1 12 𝑥 + 1 7 𝑥 + 5 + 1 2 𝑥 + 4 = 𝑥 14𝑥 + 7𝑥 + 12𝑥 + 420 + 42𝑥 + 336 84 = 𝑥 75𝑥 + 756 = 84𝑥 𝑥 = 84 Questão 4: Use o truque de Tartaglia para transformar a equação de Fibonacci 𝑥3 + 2𝑥2 + 10𝑥 = 20 na equação 𝑦3 + 26 3 𝑦 = 704 27 . Em seguida, use a solução de Scipione ou Cardano, para cúbicas comprimidas, e calcule a raiz √352 + 6√3930 3 + √352 − 6√3930 3 − 2 3 ≅ 1,368808108 Solução: Usando o truque de Tartaglia, fazemos 𝑥 = 𝑦 − 2 3 . Substituindo na equação 𝑥3 + 2𝑥2 + 10𝑥 = 20 , ficamos com: (𝑦 − 2 3 ) 3 + 2 (𝑦 − 2 3 ) 2 + 10 (𝑦 − 2 3 ) = 20 Desenvolvendo os termos e simplificando, obtemos: 𝑦3 + 26 3 𝑦 = 704 27 . Agora, utilizando a solução de Scipione, adquirimos a equação: 𝑡6 + 704 27 𝑡3 − 17576 27 27 = 0 𝑡6 + 704 27 𝑡3 − 17576 729 = 0 Fazendo a substituição 𝑡3 = 𝑧, temos: 𝑧2 + 704 27 𝑧 − 17576 729 = 0 Resolvendo a equação quadrática e realizando simplificações, obtemos como solução positiva: 𝑧 = −704 27 + 12√3930 27 2 = 6√3930−352 27 . Lembrando que 𝑡3 = 𝑧, encontramos: 𝑡 = √6√3930−352 3 3 Utilizando 𝑠3 − 𝑡3 = 704 27 , segue que: 𝑠3 = 704 27 + 6√3930−352 27 = 352+6√3930 27 , e então, 𝑠 = √352+6√3930 3 3 . Agora, como 𝑦 = 𝑠 − 𝑡, obtemos: 𝑦 = √352+6√3930 3 3 − √6√3930−352 3 3 = √352+6√3930 3 + √352−6√3930 3 3 . Por fim, como 𝑥 = 𝑦 − 2 3 , encontramos: 𝑥 = √352+6√3930 3 + √352−6√3930 3 3 − 2 3 = √352+6√3930 3 + √352−6√3930 3 −2 3 , como desejávamos.
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