Buscar

APG 14 - MEMORIA E SUAS ALTERACOES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Kamilla Galiza / 5º P / APG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Objetivos 
Ø Caracterizar a memoria destacando o conceito, tipo, 
processamento e Anatomofisiologia. 
Ø Analisar as alterações da memoria 
Ø Discorrer sobre as manifestações clinicas e a semiologia 
das alterações da memoria 
 
Definições básicas 
A memória é a capacidade de codificar, armazenar e evocar 
as experiências, impressões e fatos que ocorrem em nossas 
vidas. Tudo o que uma pessoa aprende em sua existência 
depende intimamente da memória. A capacidade específica 
de memorizar relaciona-se com vários fatores, entre eles o 
nível de consciência e atenção, o estado emocional e o 
interesse motivacional e, particularmente importante, os 
contextos, como lugar, momento, com que pessoas, em que 
tipo de atividade e em que fase da vida a codificação, o 
armazenamento e a evocação das informações ocorrem 
 
Tipos de memória 
Qualitativa 
Memória cognitiva (psicológica): Permite ao indivíduo 
registrar, conservar e evocar a qualquer momento, os dados 
aprendidos. Possui 3 fases: 
1. Fase de registro: Percepção, gerenciamento e início da 
fixação 
2. Fase de conservação: retenção 
3. Fase de evocação: lembranças, recordações ou 
recuperação 
Memória genética (genótipo): Esse tipo de memória 
abrange conteúdos de informações biológicas adquiridos ao 
longo da história filogenética da espécie e ao longo das 
vivências do indivíduo e de seus ancestrais, contidos no 
material biológico (DNA, RNA, cromossomos, mitocôndrias, 
mudanças epigenéticas) dos seres vivos 
Memória imunológica: Registradas e potencialmente 
recuperáveis pelo sistema imunológico. 
Memória coletiva ou cultural: Conhecimentos e práticas 
culturais, costumes, valores, arte, ideologia, preconceitos, 
estilo de vida. 
 
Bases neurobiológicas da memória 
Para a formação das unidades de memória, as estruturas 
límbicas temporomediais, principalmente relacionadas ao 
hipocampo, à amígdala e ao córtex entorrinal, são 
fundamentais. Elas atuam, em especial, na consolidação dos 
registros e na transferência das unidades de memória de 
curto e médio prazos (intermediária) para a de longo prazo 
(estocagem da memória remota). 
 
 
 
O substrato neural da memória de longo prazo (registros 
bem consolidados) repousa basicamente no córtex cerebral, 
ou seja, nas áreas de associação neocorticais, 
principalmente frontais e temporoparietoccipitais. 
 
Há evidências de que o processo neuronal de memorização 
difere entre memórias recentes (minutos a horas) e 
memórias de longo prazo (meses a anos). Nas memórias 
recentes, há mudanças e consolidações de sinapses 
neuronais relacionadas a complexas cascatas de eventos 
moleculares e celulares necessárias para a primeira 
estabilização de informações recentemente adquiridas, nas 
redes neuronais coordenadas pelo hipocampo. Em contraste, 
nas memorizações lentas e de longo prazo, a consolidação 
das memórias se baseia em processos de nível sistêmico 
(redes neuronais), lentos, tempo-dependentes, que 
convertem os traços lábeis de memória recente em formas 
mais permanentes, estáveis e ampliadas, baseadas na 
reorganização de redes neurais de suporte à memória, 
também coordenadas pelos hipocampos. 
 
A interrupção bilateral do circuito hipocampo-mamilo-
tálamo-cíngulo pode determinar a incapacidade de fixação 
de novos elementos mnêmicos, produzindo, assim, a 
síndrome amnéstica, de maior ou menor intensidade. As 
estruturas mais importantes para a memória são, 
certamente, os hipocampos. 
 
Hipocampo (direito e esquerdo) 
São estruturas do cérebro, localizadas na parte medial dos 
lobos temporais, filogeneticamente antigas, de importância 
central para os processos de aprendizagem e memória. 
Entretanto, de certa forma, quase toda a cognição está 
relacionada a eles, pois os hipocampos se conectam a 
múltiplas áreas do córtex cerebral, organizam eventos 
relacionados entre si em uma rede estruturada de memórias, 
além de atuarem na percepção e na organização mental, 
espacial e temporal dos eventos. Eles são possivelmente a 
estrutura mais bem estudada em neurociências cognitivas, 
havendo uma revista científica específica para eles, 
chamada Hippocampus. 
 
A retirada cirúrgica ou destruição por doença dos dois 
hipocampos causa uma terrível síndrome de amnésia 
anterógrada, na qual o indivíduo fica totalmente sem 
memória para fatos novos e com profunda incapacidade 
para aprender (com exceção de funções da memória de 
procedimentos, como abordado a seguir). Anatomicamente, 
o hipocampo dos mamíferos tem três grandes regiões: o giro 
denteado (GD), o corno de Ammon (CA, este dividido em 
quatro partes: CA1, CA2, CA3 e CA4) e o córtex entorrinal lateral 
Memória 
alterações 
Memória 
 
Kamilla Galiza / 5º P / APG 
 
e medial. Essas três regiões têm diferentes padrões de 
conectividade, tipos de neurônios e suscetibilidade a fatores 
destrutivos. Funcionalmente, os hipocampos são divididos em 
hipocampo dorsal (mais ligado especificamente ao 
aprendizado e à memória) e hipocampo ventral (mais ligado 
ao processamento emocional). Todo o hipocampo tem 
grande capacidade de plasticidade sináptica. 
 
Os hipocampos foram tradicionalmente relacionados à 
memória explícita consciente, e não à implícita. Entretanto, 
pesquisas têm revelado que eles desempenham um papel 
que vai além dos processos conscientes da memória. Estudos 
neuroanatômicos indicam que tanto a memória explícita 
como a implícita usam o hipocampo nos mesmos locais, mas 
com processos funcionais diferentes. Em nosso cérebro, é 
criado um modelo do mundo a nossa volta. Experienciar e 
reexperienciar vivamente cenas do passado e poder 
imaginar o futuro são ações que dependem intimamente da 
integridade dos hipocampos. Utilizamos as representações 
do mundo para perceber e compreender o que ocorre a 
cada momento. Trabalhos recentes indicam que funções 
como percepção, imaginação e lembrança de cenas e 
eventos estão particularmente ligadas ao hipocampo 
anterior. 
 
Amígdala e o TEPT 
Situações temerosas estimulam o cérebro a ativar o sistema 
nervoso simpático e as glândulas suprarrenais, causando a 
liberação de neurotransmissores e hormônios do estresse e 
volumes de cortisol (cortisol é uma hormona corticosteroide 
da família dos esteróides, produzido pela parte superior da 
glândula suprarrenal (no córtex suprarrenal, porção 
fasciculada ou média) diretamente envolvido na resposta ao 
estresse). Essas substâncias ativam a resposta de “fuga ou 
luta” que inclui um aumento na frequência cardíaca para 
facilitar a entrega de sangue aos músculos em atividade 
após ativada a resposta de fugir ou ficar para lutar. Esses 
hormônios também estimulam a estrutura cerebral 
chamada amígdala. A natureza seletiva de nossa memória 
faz sentido; nossa própria sobrevivência pode depender as 
lições de episódios que ameaçam a vida. No entanto, nossa 
capacidade de lembrar seletivamente episódios traumáticos, 
também pode nos prejudicar. 7% da população geral sofre de 
Transtorno de Estresse Pós Traumático (TEPT). Episódios que 
produzem medo intenso podem levar ao TEPT com efeitos 
que podem durar um mês ou persistir por toda a vida, 
conforme Susan R Barry em seu texto Eyes on the Brain. 
 
Memoria psicológica 
Dois aspectos importantes sobre a memória psicológica. 
Primeiro: a memória não é um processo unitário. Ela é 
composta de múltiplos elementos, que podem ser 
organizados e expostos de distintas formas e exigem redes e 
estruturas cerebrais diferentes. Segundo: a memória não é 
um processo passivo e fidedigno de fixação de elementos e 
de evocação exata e realista do que foi arquivado. Nesse 
sentido, ela é muito mais um processo ativo, no qual vários 
elementos do indivíduo participam da codificação e da 
evocação, como elementos sensoriais, imaginativos, 
semânticos e afetivos. 
 
A memória é frequentemente reeditada, ou seja, as 
informações de eventos, cenas e acontecimentos do 
passado, que já foram armazenadas, podem ser 
reconfiguradas com acréscimosde elementos novos (vividos 
ou imaginados pelo próprio indivíduo ou instigados por 
estímulos externos, conscientes ou não). Assim, há um 
processo de recriação e reinterpretação no arquivo de longo 
prazo de nossas memórias. Elas frequentemente não são “o 
filme realista do que aconteceu”, mas “reedições criativas” de 
vários “diretores” que influem no conteúdo do arquivo de 
memórias. 
 
Elementos básicos da memória 
Codificação: captar, adquirir e codificar informações. 
Armazenamento: reter as informações de modo fidedigno. 
Recuperação ou evocação: também denominada de 
lembranças ou recordações; é fase em que as informações 
são recuperadas para distintos fins. 
 
A codificação é o processo inicial da memorização. Ela 
depende muito da atenção. A evocação, a capacidade de 
acessar os dados fixados, seria a etapa final do processo de 
memória. Lembrança é a capacidade de acessar elementos 
no banco da memória de longo prazo. Reconhecimento é a 
capacidade de identificar uma informação apresentada ao 
sujeito com informações já disponíveis na memória de longo 
prazo. Esquecimento, por sua vez, é a denominação que se 
dá à impossibilidade de evocar e recordar. 
 
Termos 
1. Evocação: capacidade de recuperar e atualizar os dados 
fixados 
2. Esquecimento: impossibilidade de evocar e recordar 
3. Reconhecimento: capacidade de identificar o conteúdo 
mnêmico como lembrança e diferenciá-la da imaginação e 
de representações atuais. 
4. Priming: evocação de conteúdo mnêmico amplo a partir 
de fragmentos - Sugere que fragmentos de memória são 
armazenados parcialmente independentes Ex.: Músico que 
lembra a música após 3 notas 
5. Esquecimento (oposto da evocação) se dá por 3 vias: 
a. Esquecimento fisiológico, por desinteresse ou desuso. 
b. Por repressão (Freud, séc.19): estocados no pré-consciente, 
reprimidos, recuperáveis por esforço próprio, em geral 
desagradáveis. 
c. Esquecimento por recalque (Freud): Certos conteúdos 
mnêmicos, devido ao fato de serem emocionalmente 
insuportáveis, são banidos da consciência, podendo ser 
recuperáveis apenas em circunstâncias especiais. 
 
Kamilla Galiza / 5º P / APG 
 
OBS.: LEI DE RIBOT (século 18) 
O indivíduo que sofre lesão ou doença cerebral, e atinge seus 
mecanismos mnêmicos. Tende a perder os conteúdos da 
memória em uma sequência: 
1) Perda do conteúdo na ordem e no sentido inverso que os 
adquiriu; 
2) Perde primeiro elementos recentes e depois os mais 
antigos; 
3) Perde primeiro os elementos mais complexos, depois os 
mais simples; 
4) Perder primeiro os elementos menos habituais e 
posteriormente os mais familiares. 
5) Perde os conteúdos mais neutros, depois os afetivos e 
apenas no fim, os hábitos e comportamentos costumeiros. 
 
Processo de fixação 
Esse processo depende de: 
Ø Nível de consciência; 
Ø Atenção global e tenacidade; 
Ø Sensopercepção preservada; 
Ø Vontade e afetividade; 
Ø Conhecimento prévio; 
Ø Capacidade de compreensão do conteúdo a ser fixado; 
Ø Organização temporal das repetições; 
Ø Canais sensoperceptivos envolvidos na percepção 
(quanto maior, mais eficaz a fixação: sons, imagens etc.) 
 
Fatores associados ao processo de memorização 
Processo de memorização (codificação, armazenamento e 
futura evocação) de novos elementos da memória depende 
de: 
Ø Nível de consciência e estado geral do organismo: o 
indivíduo deve estar desperto, não muito cansado, 
calmo, em bom estado geral, para que a memorização 
ocorra da melhor maneira possível. 
Ø Atenção focal: diz respeito à capacidade de 
manutenção de atenção concentrada sobre o 
conteúdo novo a ser fixado. Informações novas entram 
na memória de longo prazo principalmente quando se 
presta bastante atenção durante o aprendizado. 
Ø Organização e distribuição temporal: diz respeito a 
distribuir, no processo de aprendizado de novas 
informações, as tentativas de aprendizado ao longo de 
um período de tempo mais longo e cadenciado; é 
melhor praticar “pouco e sempre” do que tentar 
memorizar e aprender tudo apressadamente, em um 
único dia (p. ex., no dia antes da prova). 
Ø Interesse e colorido emocional: relaciona-se às 
informações a serem fixadas, assim como ao empenho 
do indivíduo em aprender (vontade e afetividade). 
Ø Conhecimento anterior: elementos já conhecidos 
ajudam a adquirir elementos novos, principalmente 
quando se articulam os novos conhecimentos a 
informações, classificações e esquemas cognitivos já 
bem assentados, formando uma cadeia de elementos 
mnêmicos. 
Ø Capacidade de compreensão do significado da 
informação: buscar entender o significado da 
informação ou conhecimento que se está tentando 
aprender é de fundamental ajuda para a memorização. 
Se a informação não tem um significado particular (é 
algo aleatório), então é útil atribuir-lhe um significado 
arbitrário. 
Ø Estabelecimento de um contexto rico e elaborado: o 
contexto e as circunstâncias associadas à informação 
que se quer memorizar têm papel central na eficácia da 
memorização. 
Ø Codificação da informação nova em mais de uma via: 
para o armazenamento mais eficaz de uma informação 
nova, quanto maior for o número de canais sensoriais e 
dimensões cognitivas distintas, mais eficaz será a 
fixação. Por exemplo, se a informação for uma palavra, 
deve-se buscar associar uma imagem visual; se for 
visual, deve-se buscar associar uma palavra. Com isso, 
são criados mapas mentais, que colaboram para o 
armazenamento eficaz. 
 
Memória quantitativa 
Em relação ao processo temporal de aquisição, 
armazenamento e evocação de elementos mnêmicos, a 
neuropsicologia moderna divide a memória em quatro 
momentos temporais 
 
Memória imediata ou de curtíssimo prazo 
Esse tipo de memória se confunde conceitualmente também 
com a atenção e com a memória de trabalho. Trata-se da 
capacidade de reter o material (palavras, números, imagens, 
etc.) imediatamente após ser percebido, como reter um 
número telefônico para logo em seguida discar. A memória 
imediata tem também capacidade limitada e depende da 
concentração, da fatigabilidade e de certo treino. As 
memórias imediata e de trabalho dependem sobretudo da 
integridade das áreas pré-frontais. 
Obs.: ocorre de poucos segundos até 3 minutos 
 
Memória recente ou de curto prazo: 
Refere-se à capacidade de reter a informação por curto 
período. Também é um tipo de memória de capacidade 
limitada. Muitas vezes, as memórias de curto prazo e de 
curtíssimo prazo são consideradas simplesmente como 
memória de curto prazo. A memória recente depende de 
estruturas cerebrais das partes mediais dos lobos temporais, 
como a região CA1 do hipocampo, do córtex entorrinal, assim 
como do córtex parietal posterior 
Obs.: ocorre de poucos minutos, até 3-6 h 
 
Memória remota ou de longo prazo: meses a anos 
É a função relacionada à transferência de informações para 
depósitos de longo prazo, tendo capacidade quase ilimitada. 
Ela também se relaciona à evocação de informações e 
acontecimentos ocorridos no passado, geralmente após 
muito tempo do evento (pode durar por toda a vida). É um 
tipo de memória de capacidade bem mais ampla em termos 
de itens a serem guardados que a memória imediata e a 
recente. As informações a serem guardadas na memória de 
longo prazo são armazenadas de modo organizado, em 
sistemas que proporcionam uma estrutura organizacional. 
Assim, as informações são arquivadas e conservadas de 
acordo com seu significado, em redes semânticas nas quais 
conceitos semelhantes ou semanticamente relacionados 
são armazenados de maneira vinculada, próximos uns dos 
outros. Acredita-se que a memória remota se relacione tanto 
ao hipocampo, no processo de transferência de memórias 
recentes para memórias de longo prazo, como implicando 
também, para o armazenamento de longo, amplas e difusas 
áreas corticais de associação em todos os lobos cerebrais 
Kamilla Galiza / 5º P / APG 
 
 
Tipos de memórias específicas 
Dependentes do caráter consciente ou não consciente do 
processo mnêmico. 
ExplícitaØ Adquirida de forma consciente; 
Ø Mais relevante do ponto de vista clínico 
Ø Ex.: Lembranças de fatos autobiográficos 
 
Implícita 
Ø Adquirida de forma automática; 
Ø Relacionada com as sensações de familiaridade; 
Ø O indivíduo não se da conta de que está aprendendo a 
habilidade 
Ø Ex.: Andar de bicicleta 
 
Declarativa 
Ø Fatos e eventos memorizados que são possíveis 
declarar verbalmente de que forma são memorizados, 
é sempre explícita. 
Ø Ex.: Contar o que comeu ontem 
 
Não declarativa 
Hábitos e capacidades motores, sensórias, linguísticos (Ex.: 
nadar, andar de bicicleta, soletrar), sobre os quais é difícil 
declarar como são lembrados. 
 
Classificados segundo a estrutura cerebral envolvida 
Memória de trabalho 
Explícita e declarativa 
a) P.E: memorizar o número de telefone para depois discar. 
b) Mantidas ativas por curto período (1-3 min), a fim de serem 
manipuladas com o objetivo de selecionar um plano de ação 
e executá-lo. 
c) É um gerenciador de memória: seu papel não é formar 
arquivos, mas analisar e selecionar as informações que 
chegam e compará-las as demais memórias. 
d) Regiões corticais: tarefas verbais (áreas pré-frontais 
esquerdas, áreas de Broca e Wericke) e tarefas 
visuoespaciais (préfrontais direitas) 
e) Investigação: mini mental (pedir para fazer tarefa no 
papel) 
f) Demência vascular, DA, esquizofrenia, TDAH, TOC. 
 
Memória episódica 
Explícita e declarativa 
a) Eventos concretos, em geral autobiográficos, bem 
circunscritos em determinado momento, local e contexto. 
b) P.E: relatar o que foi feito na noite anterior 
c) Obedece a Lei de Ribot: 1º perde memória recente. 
d) Regiões da face medial dos lobos temporais (hipocampo) 
e córtices entorrinal e perirrinal. 
e) Avaliação por mini mental: pedir para repetir palavras ou 
frases (nem aqui, nem ali, nem lá). Relato de acompanhantes 
é muito necessário para confirmar a veracidade do que foi 
dito pelo paciente. 
f) Síndrome Korsakoff, DA, DFT (mais rápidas), demência 
vascular. 
 
Memória semântica 
Explícita e declarativa 
a) Registro e a retenção de conteúdos em função do 
significado que tem ou arquivo de conhecimentos. 
b) Componente da memória de longo prazo e corresponde à 
nomeação e categorização. 
c) Episódica X Semântica: lembrar do “almoço na casa dos 
avós em SP no mês passado” depende da memória 
episódica, e o conhecimento das palavras “avós”, “SP”, 
“almoço”, depende da memória semântica. 
d) Regiões inferiores e laterais dos lobos temporais. 
e) Avaliação por mini mental: nomear objetos: caneta, relógio 
ou dizer o maior número de animais possíveis. 
f) DA, AVC, encefalites. 
 
Memória de procedimentos 
Implícita e não declarativa 
a) Tipo de memória automática e não consciente; 
b) P.E: andar de bicicleta, digitar no computador, tocar violão, 
aprendizado de línguas. 
c) Pode até ser explícita: aprender a dirigir seguindo ordens 
d) A memorização destas ocorre de forma lenta, por 
repetições. 
e) Áreas envolvidas: área motora suplementar (lobos 
frontais), gânglios da base e cerebelo. 
f) Avaliar perda de habilidades motoras ou visuoespaciais 
previamente aprendidas (pregar botão, escrever) ou grande 
dificuldade de aprender novas. 
g) DP, Coreia de Huntington, paralisia supranuclear 
progressiva, degeneração olivopontocerebelar. 
 
Alterações patológicas 
Quantitativas 
Hipermnésia: É mais uma característica do taquipsiquismo 
(aceleração do ritmo de pensamento) do que uma alteração 
propriamente da memória. 
Hipomnésia: Perda da capacidade de fixar, manter ou evocar 
conteúdos antigos. 
1. Amnésia psicogênica: perda da memória focal, com 
valor psicológico específico (simbólico/afetivo) 
§ Pode ser superada por estado hipnótico. 
2. Amnésia orgânica: menos seletiva 
§ Segue a Lei de Ribot 
3. Amnésia anterógrada: Não há fixação de elementos 
mnêmicos a partir do elemento que causou danos 
cerebrais; 
§ Distúrbio chave e frequente nos distúrbios 
neurocognitivos. 
4. Amnésia retrógrada: perda da memória de fatos 
ocorridos antes do início da doença ou trauma, em 
quadros dissociativos, amnésia dissociativa e fuga 
dissociativa podem ocorrer. 
 
OBS.: TCE é comum AMNÉSIA RETROANTERÓGRADA (ocorre 
amnésia dias, semanas ou meses antes e depois do evento) 
 
Alterações qualitativas 
Paramnésias: Envolvem a deformação do processo de 
evocação de conteúdos mnêmicos previamente fixados 
(lembrança deformada) 
1. Ilusões mnêmicas: Há acréscimo de momentos falsos a um 
núcleo verdadeiro de memória. Ex.: Esquizofrenia, paranoia, 
histeria grave, transtornos de personalidade. 
2. Alucinações mnêmicas: criações imaginativas com 
aparência de lembranças ou reminiscências que não 
Kamilla Galiza / 5º P / APG 
 
correspondem a qualquer lembrança verdadeira, pode ser 
repentino. Ex.: Esquizofrenia e outras psicoses. OBS: em Ilusões 
e alucinações mnêmicas são o material básico para a 
formação e elaboração de delírios. 
3. Fabulações (confabulações): São invenções do paciente 
que preenchem um vazio da memória. 
Ø Sem intenção de mentir ou enganar o entrevistador 
Ø Podem ser produzidas ao perguntar sobre o que fez no 
domingo anterior ou na noite passada (fabulações de 
embaraço) 
Ø Diferem das ilusões e alucinações, as quais não podem 
ser produzidas, induzidas ou direcionadas. 
Ø Síndrome de Korsakoff, TCE, encefalite herpética, 
intoxicação por monóxido de carbono. 
 
OBS: PSEUDOLOGIA FANTÁSTICA OU MENTIRA PATOLÓGICA: 
Construções e histórias fantasiosas, extensas e mescladas 
com a realidade, vividas com tanta intensidade que o 
paciente crê nelas. 
 
4. Criptomnsésias: falseamento da memória, em que as 
lembranças aparecem como fatos novos ao paciente, que 
não as reconhece como lembrança, vivendo-as como uma 
descoberta. Ex.: Comum na doença de Alzheimer. 
5. Ecmnésia: uma recordação condensada de muitos 
eventos que ocorrem rapidamente, como forma de 
presentificação do passado. Ex.: Pacientes com crise 
epilépticas, histeria, estados de hipnose. Ex.2: Experiências de 
quase morte desencadeiam visões panorâmica da vida, 
consistem em um tipo de ECMNÉSIA. 
 
Lembrança obsessiva ou ideia fixa: 
Ø Surgimento espontâneo de imagens mnêmicas ou 
conteúdos do passado que, uma vez instalados na 
consciência, não podem ser repelidos voluntariamente. 
Ø Embora reconhecida como absurda e indesejável, 
reaparece de forma constante e permanente, como um 
incômodo na consciência do paciente. 
Ø Ocorrem no transtorno obsessivo- compulsivo (TOC) 
 
Agnosia 
Agnosias táteis 
Astereognosia: incapaz de reconhecer a forma dos objetos 
em sua mão, estando de olhos fechados. 
Agnosia tátil propriamente dita: o paciente identifica as 
formas elementares do objeto, mas há incapacidade de 
reconhecimento global de tal objeto. 
 
Agnosias visuais 
Não reconhece mais pela visão, enxerga, pode descrevê-los, 
mas não sabe o que realmente são. 
Prosopagnosia: Agnosia de reconhecimento das faces e 
incapacidade de reconhecer membros específicos de 
determinado grupo genérico de coisas, como uma marca de 
trânsito. 
 
Agnosias auditivas 
Agnosia auditiva seletiva: incapacidade de reconhecer sons 
não linguísticos. 
Agnosia verbal ou surdez verbal pura: o paciente pode falar, 
ler e escrever corretamente, mas não entende qualquer 
palavra falada, as reconhece como ruídos. 
Cegueira verbal pura: paciente fala, escreve e entende 
palavras faladas, mas não pode ler de forma compreensível 
um texto (alexia agnóstica sem disgrafia) 
Outros 
Anosognosia: incapacidade de reconhecer um déficit ou 
doença que o acomete. 
Anosodiaforia: incapacidade de reconhecer o estado afetivo 
que se encontra. 
Simultanagnosia: incapacidade de reconhecer mais de um 
objeto ao mesmo tempo. 
Grafestesia: reconhecimento da escrita pelo tato 
Paramnésia duplicada: paciente consegue reconhecer o 
hospital onde se encontra, mas afirma erroneamente que 
está em casa 
 
Semiotécnica 
Memória recente 
Ø Há quanto tempo está nessa enfermaria? 
Ø Onde dormiu? 
Ø Quemsou eu e qual meu nome? 
Ø Que horas se levantou? 
 
Memória remota 
Ø Estado civil? 
Ø Com quanto anos se casou/divorciou? 
Ø Como se chama seu cônjuge? 
 
Testes 
1) Memória verbal 
2) Memória visual 
3) Teste por associação 
4) Teste de memória lógica 
 
 
Referencias 
Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais – Paulo 
Dalgalarrondo. 
 
CORRÊA, Nísea de Azevedo. Associação entre o desempenho 
da memória e os volumes do hipocampo e do lobo frontal 
em idosos saudáveis. 2016. Dissertação de Mestrado. 
Universidade Federal de Pernambuco.

Outros materiais