Prévia do material em texto
Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS EXPEDIENTE Todo o conteúdo do Curso CoPlanar - Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas, da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (SENAD), Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) do Governo Federal - 2022, está licenciado sob a Licença Pública Creative Commons Atribuição - Não Comercial- Sem Derivações 4.0 Internacional. BY NC ND GOVERNO FEDERAL MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS E GESTÃO DE ATIVOS DIRETORIA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E ARTICULAÇÃO INSTITUCIONAL COORDENAÇÃO-GERAL DE INVESTIMENTOS, PROJETOS, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO PLANEJAMENTO Gustavo Camilo Baptista Carlos Timo Brito CONTEUDISTAS Hugo Torres do Val Rolf Hartmann REVISÃO DE CONTEÚDO Fernanda Flávia Rios dos Santos Maria de Fátima de Moura Barros Jessica Santos Figueiredo Sueli Souza Silva APOIO Carlos Roberto da Silva Grazielle Teles de Araújo Kathyn Rebeca Rodrigues Lima Maria Aparecida Alves Dias Laudilina Quintanilha Mendes Pedretti de Andrade UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA LABEAD COORDENAÇÃO GERAL Luciano Patrício Souza de Castro FINANCEIRO Fernando Machado Wolf SUPERVISÃO TÉCNICA EAD Giovana Schuelter SUPERVISÃO DE PRODUÇÃO DE MATERIAL Daniele Weidle SUPERVISÃO DE MOODLE Andreia Mara Fiala SECRETARIA ADMINISTRATIVA Elson Rodrigues Natário Junior Maria Eduarda dos Santos Teixeira DESIGN INSTRUCIONAL Supervisão: Milene Silva de Castro Gregório Bembua Kambundo Tchitutumia Gabriel de Melo Cardoso Sofia Santos Stahelin DESIGN GRÁFICO Supervisão: Douglas Luiz Menegazzi Juliana Jacinto Teixeira Luana Pillmann de Barros Mariane Ronsani Patricio Vanessa de Oliveira Vieira Vinicius Alves Jacob Simões REVISÃO TEXTUAL Cleusa Iracema Pereira Raimundo PROGRAMAÇÃO Supervisão: Alexandre Dal Fabbro Eduardo Perottoni Thiago Assi AUDIOVISUAL Supervisão: Rafael Poletto Dutra Daniel Almeida Vital de Oliveira Fabíola de Andrade Borges Luiz Felipe Moreira Silva Oliveira Robner Domenici Esprocati SUPERVISÃO TUTORIA João Batista de Oliveira Júnior Thaynara Gilli Tonolli TÉCNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Wilton Jose Pimentel Filho SIGLAS ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária CCTV - Circuito Fechado de TV CdE - Centro de Excelência para a Redução da Oferta de Drogas Ilícitas CFA - Conselho Federal de Administração CNAE - Classificação Nacional de Atividades Econômicas COAF - Conselho de Controle de Atividades Financeiras CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento CONAD - Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas COPASA - Companhia de Saneamento de Minas Gerais DENATRAN - Departamento Nacional de Trânsito DETRAN - Departamento Estadual de Trânsito FBSP - Fórum Brasileiro de Segurança Pública FUNAD - Fundo Nacional Antidrogas GFUNAD - Sistema que Promove a Guarda e Gerenciamento de Dados dos Bens do Fundo Nacional Antidrogas GT - Grupo de Trabalho IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INFOSEG - Rede de Integração Nacional de Informações de Segurança Pública e Justiça IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ISP - Inteligência em Segurança Pública JIFE - Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes MJSP - Ministério da Justiça e Segurança Pública NSP - Novas Substâncias Psicoativas OIT - Organização Internacional do Trabalho PNAD - Política Nacional sobre Drogas PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento SAR-SISNAD - Subsistema de Alerta Rápido do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas SEI - Sistema Eletrônico de Informações SEJUSP - Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública SENAD - Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos SENAPRED - Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas SENASP - Secretaria Nacional de Segurança Pública SIEVAP - Sistema Integrado de Educação e Valorização Profissional SINASE - Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo SINESP - Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas SISNAD - Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas SPU - Superintendência do Patrimônio da União SUPEC - Subsecretaria de Prevenção à Criminalidade SUSP - Sistema Único de Segurança Pública SWOT - Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats (FOFA – Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) TCU - Tribunal de Contas da União UNODC - Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime VOIP - Voice Over Internet Protocol (Voz sobre Protocolo de Internet) SUMÁRIO UNIDADE 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA UNIDADE 2 | GESTÃO DE ATIVOS 1.1 Problemas relacionados ao tráfico de drogas 2.1 Panorama sobre a gestão de ativos apreendidos do tráfico de drogas 1.2 Programas e ações para redução da oferta de drogas 2.2 Programas e ações voltados para a gestão de ativos 8 13 28 28 APRESENTAÇÃO 6 18 37 REFERÊNCIAS 43 Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 6 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas APRESENTAÇÃO Olá, cursista! Seja bem-vindo ao nosso segundo módulo de estudos. Projetamos este módulo para tratar, em linhas gerais, das políticas públicas relacionadas à redução da oferta de drogas, abordando o combate ao tráfico de drogas ilícitas e a gestão dos ativos oriundos do tráfico. Você aprenderá os principais conceitos, problemas e desafios existentes relacionados a essas políticas e conhecerá exemplos de programas e iniciativas voltados para sua solução. OBJETIVOS DO MÓDULO z Identificar as diretrizes para a redução da oferta de drogas estabelecidas pela Política Nacional sobre Drogas. z Relacionar os problemas vinculados ao tráfico de drogas e as ações voltadas para a solução, a partir do estudo das principais linhas de atuação da política sobre drogas para a redução da oferta. z Citar as quatro etapas sequenciais de trabalho dos Sistemas de Alerta Rápido como resposta dos governos à constante criação de novas drogas ilícitas pelo crime organizado. z Identificar a legislação nacional relacionada à gestão de ativos apreendidos do tráfico de drogas. QR CODE Clique ou aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet) no QR Code ao lado para assistir o vídeo sobre a apresentação do módulo. https://youtu.be/N9l27i1QRkY Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 7 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas HUGO TORRES DO VAL CONTEÚDISTA DO MÓDULO Especialista em Planejamento e Orçamento pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) e bacharel em Administração pela Universidade de Brasília (UnB). É servidor público federal da carreira de Analista de Planejamento e Orçamento do Ministério da Economia, atualmente exercendo o cargo de Coordenador-Geral de Planejamento e Gestão Estratégica do Ministério do Desenvolvimento Regional. Atua desde 2013 com as temáticas de planejamento e estratégia go- vernamental, com passagem pelo Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, bem como pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Neste último, trabalhou na Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (SENAD) e foi responsável pelo desenvolvimento da metodologia da Análise Executiva da Questão das Drogas no Brasil e do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas. Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 8 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas UNIDADE 1 POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA As políticas públicas de redução da oferta de drogas englobamo con- junto de ações integradas de segurança pública, defesa, inteligência, regulação de substâncias precursoras, de substâncias controladas e de drogas lícitas, repressão da produção não autorizada, de combate ao tráfico de drogas, à lavagem de dinheiro e crimes conexos, inclusive por meio da recuperação de ativos que financiam ou que sejam re- sultado dessas atividades criminosas (BRASIL, 2019a), além daqueles utilizados para o transporte de drogas ilícitas (BRASIL, 2022). | CONJUNTO DE AÇÕES INTEGRADAS Fonte: Adaptado de Brasil (2021a). As ações de redução da oferta devem ter como base os grandes acordos, convenções e planos firmados em nível internacional, a legislação nacional, bem como as orientações gerais e diretrizes definidas no âmbito da Política Nacional sobre Drogas (PNAD), apresentadas a seguir. As orientações gerais estabelecidas foram: Política Nacional sobre Drogas "6.1.1. A redução substancial dos crimes relacionados ao tráfico de drogas ilícitas, ao uso de tais substâncias e ao uso de drogas lícitas, responsáveis pelo alto índice de violência no País, deve proporcionar melhoria nas condições de segurança das pessoas. Segurança pública Recuperação da ação não autorizada Recuperação de ativos vinculados ao tráfico de drogas Inteligência Operações especiais Regulação de substâncias precursoras, substâncias controladas e drogas lícitas Defesa Realização Conjunta e Integrada Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 9 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas 6.1.2. Ações contínuas de combate à corrupção, à lavagem de dinheiro, ao crime organizado e de gestão de ativos criminais vinculados ao narcotráfico serão consideradas as principais questões a serem alvo das ações de redução da oferta. 6.1.3. Meios adequados serão assegurados à promoção da saúde e à preservação das condições de trabalho e da saúde física e mental dos profissionais de segurança pública, incluída a assistência jurídica, em especial pelo Sistema Integrado de Educação e Valorização Profissional - SIEVAP. 6.1.4. As ações contínuas de repressão serão promovidas para redução da oferta das drogas ilegais e seu uso, para erradicação e apreensão permanentes de tais substâncias produzidas no território nacional ou estrangeiro, para bloqueio do ingresso das drogas oriundas do exterior, destinadas ao consumo interno ou ao mercado internacional, para identificação e desmantelamento das organizações criminosas e para gestão de ativos criminais apreendidos por meio das ações de redução da oferta. 6.1.5. A coordenação, a promoção e a integração das ações dos setores governamentais, responsáveis pelas atividades de prevenção e repressão ao tráfico de drogas ilícitas, nos níveis de governo, orientarão a todos que possam apoiar, aprimorar e facilitar este trabalho. 6.1.6. A execução da PNAD deve estimular e promover a participação e o engajamento de organizações não- governamentais e dos setores organizados da sociedade, de forma harmônica com as diretrizes governamentais. 6.1.7. As ações dos integrantes do SUSP, do Conselho de Controle de Atividades Financeiras do Ministério da Justiça e Segurança Pública, do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, da Secretaria Especial da Receita Federal do Ministério da Economia, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e dos demais setores governamentais com responsabilidade na redução da oferta devem receber irrestrito apoio na execução de suas atividades. 6.1.8. É necessária a interação permanente entre os órgãos do SISNAD, o Poder Judiciário e o Ministério Público, por meio dos órgãos competentes, com vistas a agilizar a implementação da tutela cautelar, com o objetivo de evitar a deterioração dos bens apreendidos." Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 10 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Já as diretrizes da PNAD voltadas para a redução da oferta de drogas foram as seguintes: Conscientizar e estimular a colaboração espontânea e segura das pessoas e das instituições cujos órgãos sejam encarregados da prevenção e da repressão ao tráfico de drogas, garantido o anonimato. Centralizar, por meio do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas (SINESP), informações que permitam promover o planejamento integrado e coordenado das ações repressivas dos diferentes órgãos, disponibilizar tais informações aos entes federativos e atender às solicitações de organismos nacionais e internacionais com os quais o país mantém acordos. Estimular operações repressivas e assegurar condições técnicas e financeiras para ações integradas entre os órgãos federais, estaduais, municipais e distritais, responsáveis pela redução da oferta, coordenadas de acordo com os princípios do SUSP, sem relação de subordinação, com o objetivo de prevenir e combater os crimes relacionados às drogas, inclusive o combate à corrupção, à lavagem de dinheiro e ao crime organizado vinculado ao narcotráfico, como alvo das ações de redução da oferta. Incrementar a cooperação internacional, estabelecer e reativar protocolos e ações coordenadas e fomentar a harmonização de suas legislações, especialmente com os países vizinhos, em consonância com os pressupostos, as orientações gerais e as diretrizes fixados na PNAD relativos à redução da oferta, observada a soberania nacional. Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 11 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Apoiar a realização de ações dos órgãos responsáveis pela investigação, fiscalização e controle nas esferas federal, estadual, municipal e distrital, para impedir que bens e recursos provenientes do tráfico de drogas sejam legitimados no Brasil e no exterior. Planejar e adotar medidas para tornar a repressão eficaz e cuidar para que as ações de fiscalização e investigação sejam harmonizadas, mediante a concentração dessas atividades dentro da jurisdição penal em que o Poder Judiciário e a polícia repressiva disponham de recursos técnicos, financeiros e humanos adequados para promover e sustentar a ação contínua de desmonte das organizações criminosas e de apreensão, destinação e destruição do estoque de suas drogas, ativos e mercadorias correlatas. Manter fluxo de informações entre a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça e Segurança Pública e os integrantes do SUSP sobre os bens móveis, imóveis e financeiros apreendidos de narcotraficantes, a fim de agilizar sua utilização ou alienação, por via da tutela cautelar ou de sentença com trânsito em julgado. Priorizar as ações de combate às drogas ilícitas vinculadas ao crime organizado, em especial nas regiões com maiores indicadores de homicídios. Controlar e fiscalizar, por meio dos órgãos competentes dos Ministérios da Justiça e Segurança Pública, da Saúde e da Economia e das Secretarias de Fazenda estaduais, municipais e distrital, o comércio e o transporte de insumos que possam ser utilizados para produzir drogas, sintéticas ou não. Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 12 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Coibir o plantio e cultivo, não autorizado pela União, de plantas de drogas ilícitas, tais como as do gênero Cannabis. Estimular e assegurar a coordenação e a integração entre os membros do SUSP vinculados ao SISNAD, para o aperfeiçoamento das políticas, das estratégias e das ações comuns de combate ao narcotráfico e aos crimes conexos. Promovere incentivar as ações de desenvolvimento sustentável de forma a diminuir o peso da vulnerabilidade econômica e social como fator de risco para o envolvimento no narcotráfico. Estabelecer, de forma harmônica, planos, objetivos e metas comuns para os componentes do SISNAD e do SUSP responsáveis por ações de redução da demanda, que considerem o conjunto da PNAD e da Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, em especial dados criminais, epidemiológicos e de inteligência. Assegurar, por meio de avaliação de resultados, recursos orçamentários no âmbito da União, dos estados e do Distrito Federal para o aparelhamento das polícias especializadas na repressão às drogas e estimular mecanismos de integração e coordenação dos órgãos que possam prestar apoio adequado às suas ações. Intensificar a capacitação dos profissionais de Segurança Pública, dos membros do Poder Judiciário e do Ministério Público, com funções nas áreas de prevenção e repressão ao tráfico de drogas ilícitas em todos os níveis de governo e estimular a criação de departamentos especializados nas atividades de combate às drogas no território nacional. Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 13 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Estruturar, no âmbito do SISNAD, o Sistema de Alerta Rápido para novas drogas, e estimular as universidades e outras instituições de pesquisa, públicas ou privadas, a pesquisar novas drogas, em relação à sua composição, ao seu potencial de ação, ao potencial tóxico, aos agravos à saúde, à dependência química, entre outros. Fonte: Adaptado de Brasil (2019a). 1.1 PROBLEMAS RELACIONADOS AO TRÁFICO DE DROGAS O tráfico de drogas é considerado um grande problema em muitos países. O consumo das drogas ilícitas, por si só, já traz sérios danos aos indivíduos e à sociedade. Por se encontrar na ilegalidade, o tráfico de drogas causa um problema ainda maior, pois representa uma im- portante fonte de renda para as organizações criminosas, financiando seu armamento e a realização de diversos outros crimes. Para entender melhor os problemas, as causas e as consequências do tráfico de drogas, foi elaborada uma árvore de problemas acerca do assunto no âmbito do estudo “Análise Executiva da Questão das Drogas no Brasil” (BRASIL, 2021b), documento técnico utilizado como base para a elaboração do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas. Na parte de baixo (raízes da árvore), estão identificadas as principais causas do problema; no centro (o tronco da árvore), é apresentado o problema central; na parte superior (copa da ár- vore), apresentam-se as consequências. A seguir, você verá a figura e os principais achados do estudo. Foto: © [Couperfield] / Shutterstock. Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 14 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Inibição do desenvolvimento econômico do país CONSEQUÊNCIAS EVIDÊNCIAS 1 — Acórdão TCU nº 360/2012 (original) e nº 541/2020 (monitoramento) 2 — World Drug Report 2020 (UNODC) 3 — Atlas da Violência 2019 – FBSP e IPEA 4 — Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2019 – FBSP 5 — INFOPEN 2019 – DEPEN/MJSP 6 — New Psichoative Substances – UNODC (2017) 7 — Relatório de Trabalho 2017-2018 do GT para Classificação de Substâncias Controladas – ANVISA (2019) 8 — Crianças no narcotráfico: um diagnóstico rápido – OIT (2002) 9 — Relatório Anual da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes – JIFE (2010) 10 — Sistemas de Contas Nacionais – IBGE (valor adicionado bruto relacionado atividades de vigilância, segurança e investigação _ CNAE 8000 de 2010 a 2017) Crianças, adolescentes e jovens de regiões de alta vulnerabilidade social dominadas pelo tráfico de drogas Autoridades governamentais de repressão ao tráfico de drogas Sociedade em geral PÚBLICOS AFETADOS Tráfico de drogas e produção não autorizadaPROBLEMA CENTRAL CAUSAS Sensação de insegurança, impunidade e descrença na atuação governamental pela população Aumento do custo Brasil 9 Ampliação da necessidade de gastos públicos e privados com segurança 10 Prejuízo da capacidade de reinserção social Aumento da população privada de liberdade 5 Mortes violentas 3 Corrupção de agentes estatais 9 Disputas entre facções para domínio dos mercados ilegais 4 3 Aumento da criminalidade 4 Financiamento de outras atividades criminosas Consumo de drogas ilícitas 1 Enriquecimento do crime organizado 3 Lucratividade do tráfico de drogas 2 Facilidade de entrada, circulação e saída de drogas no país Localização do Brasil estratégica para o tráfico (rota entre países produtores e países consumidores de drogas) Articulação internacional insuficiente Integração insuficiente dos atores da política sobre drogas Insuficiência de uma política de pessoal para fronteira Limitação de inteligência e gerenciamento da atuação governamental na política sobre drogas Baixa integração de bancos criminais nacionais e internacionais Baixa disponibilidade de estatísticas métricas padronizadas Extensa fronteira seca com países produtores e extensa fronteira marítima para o acesso ao mercado europeu 1 1 1 2 2 2 8 Facilidade de obtenção de mão de obra disposta ao tráfico de drogas Busca por dinheiro, acesso a bens de consumo, identidade com o grupo, status, poder e adrenalina Facilidade de recrutamento nos presídios Baixa investigação financeira e patrimonial do poder público sobre o tráfico de drogas Existência de demanda em nível nacional e internacional para o consumo de drogas ilícitas Falta de perspectivas educacionais e profissionais 8 2 8 8 Pobreza e vulnerabilidade social 8 Ausência ou insuficiência de acesso a direitos sociais básicos: educação, assistência social, moradia, trabalho etc. Cooptação de agentes públicos Controle de regiões de vulnerabilidade social pelo crime organizado 9 3 Criação constante pelo crime organizado de novas substâncias psicoativas (NSP) não catalogadas para controle Dificuldade no controle e regulação de substâncias precursoras, adulterantes e diluentes Investimentos insuficientes em pesquisa, tecnologia, estrutura e manutenção Quantitativo de agentes públicos e de capacitação insuficientes para a vigilância, fiscalização e repressão ao tráfico de drogas 6 7 Dificuldade para coibir a comercialização e produção de drogas ilícitas 9 3 76 Aumento do poder de facções e expansão do seu domínio sobre diversas regiões 3 4 Déficit de vagas em presídios 5 5 1 8 | ÁRVORE DE PROBLEMAS: TRÁFICO DE DROGAS E PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA Fonte: Adaptado de Brasil (2021b). Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 15 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas O estudo explica que, entre as causas principais do tráfico de drogas, está a lucratividade inerente a essa atividade ilegal, com um mercado consumidor relevante em nível nacional e, especialmente, interna- cional. Além disso, o tráfico recruta facilmente mão de obra barata, principalmente nos presídios e em localidades onde pessoas se en- contram em grave situação de vulnerabilidade. Foto: © [Tinnakorn jorruang] / Shutterstock. O país também possui localização estratégica na rota do trá- fico, em posição intermediária entre países produtores de drogas e os grandes consumidores mundiais. Países como Colômbia, Peru e Bolívia (maiores produtores de cocaína), além do Paraguai (maior produtor de maconha) fazem divisa com o Brasil (BRASIL, 2021b). A figura a seguir apresenta as principais rotas do tráfico de drogas no Brasil. Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 16 Capacitação de Gestores para a Elaboraçãode Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Argentina Chile Bolívia EUA América Central Peru Colômbia Venezuela Guiana Suriname Caribe Europa África EUA Guiana Francesa Paraguai AM AC PA RO MT MS TO RR MA PI CE RN PE AL PB SE BA MG SP PR SC RS GO DF AP Produção de Coca/ Cocaína e Derivados Rota da Cocaína e Derivados Produção de Maconha e Derivados Laboratórios de produção de Cocaína Transporte Marítimo Área de Trânsito Plataformas de Exportação Rota da Maconha e Derivados Faixa de Fronteira (150km) Estados do Arco Norte Estados do Arco Central Estados do Arco Sul Principais rotas do tráfico de drogas. Fonte: Centro de Excelência para a Redução da Oferta de Drogas Ilícitas (2022a). | PRINCIPAIS ROTAS DO TRÁFICO DE DROGAS Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 17 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas O controle da entrada de drogas se mostra um grande desafio, uma vez que o Brasil possui 16 mil quilômetros de fronteira (7.363 km de linha por terra e 9.523 km de rio, lagos e canais), além dos 7,4 mil quilômetros de extensão litorânea (BRASIL, 2021b). Com essa mag- nitude, faz-se necessário um grande aparato de equipes e tecnologias avançadas para a atividade, realidade que muitas vezes não se verifica, dadas as limitações para contratação de pessoal e investimento em tecnologia com recursos orçamentários do governo. A cooptação de agentes públicos e a criação constante de novas substâncias psicoativas (NSP) se somam aos problemas existentes, resultando em dificuldade para coibição do comércio e da produção de drogas ilícitas. Além dessas causas, o estudo indicou as principais consequências do tráfico de drogas. As duas mais diretas são a viabilização do consumo de drogas e o enriquecimento de organizações criminosas. VÍDEO Clique ou aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet) no QR Code ao lado para assistir ao vídeo de animação sobre as principais rotas do tráfico de drogas. Como mencionado no início deste módulo, o enriquecimento das facções do crime com o tráfico de drogas tem como resultado o financiamento de outras práticas criminosas e aumento da capa- cidade de cooptação de agentes públicos. Com o enriquecimento, esses grupos criminosos também vão crescendo e expandindo suas áreas de influência. Muitas vezes eclodem disputas entre facções por territórios e áreas de influência, gerando grande quantitativo de mortes violentas. https://youtu.be/YMkWI6XWEcs Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 18 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas A árvore de problemas demonstra ainda que, com o aumento da cri- minalidade e das mortes a ela vinculadas, há ampliação da sensação de insegurança, impunidade e descrença na atuação governamental, o que exige ampliação dos investimentos e custos do setor público e do setor privado em segurança, prejudicando a economia brasileira. Ao final, com o crescimento da criminalidade, ocorrem também mais prisões, retroalimentando o sistema, uma vez que as peniten- ciárias, superlotadas e com dificuldades de promover a reinserção social do indivíduo, representam um dos principais ambientes de recrutamento para o crime organizado (BRASIL, 2021b). Foto: © [Joa Souza] / Shutterstock. Para sair desse ciclo vicioso do tráfico de drogas, as políticas de redução da oferta têm que se atualizar e se adaptar continuamente. A seguir, apresentaremos alguns programas e iniciativas relevantes acerca do assunto. 1.2 PROGRAMAS E AÇÕES PARA REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS Para a redução efetiva da oferta de drogas, não basta a realização de apreensões de pequenas quantidades de drogas sob posse de pequenos traficantes que estão apenas na ponta de toda a estrutura do crime organizado. Faz-se necessária a realização de ações de investigação e de Inteligência em Segurança Pública (ISP) voltadas para o des- mantelamento completo dos grupos criminosos. Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 19 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Enquanto a investigação policial está orientada pelo modelo de persecução penal previsto e regulamentado na norma processual própria, objetivando a produção de provas (autoria e materialidade delitiva), a Inteligência Policial está orientada para a produção de conhecimentos, com o intuito de subsidiar a tomada de decisões nos níveis político, estratégico, tático e operacional (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARANÁ, 2022). No curso “Fundamentos para Repressão ao Narcotráfico e ao Crime Organizado – FRoNt” (BRASIL, 2021c), a vigilância é destacada como um dos mecanismos mais eficazes para o desmonte de organizações criminosas. Esse trabalho depende de capacitação das forças policiais, além de investimento nas tecnologias que serão utilizadas (especial- mente no caso de vigilância eletrônica). A seguir, serão apresentados os diferentes tipos de vigilância. Cumpre observar que há limitações quanto à entrada de autoridades gover- namentais em espaços privados e interceptação de comunicações, de forma que geralmente é necessário ter autorização judicial prévia e justificação com base em causa provável, suspeita razoável e fun- damentos (BRASIL, 2021c). Vigilância de áudio Vigilância visual Vigilância de rastreamento Vigilância de dados Escuta telefônica Câmeras de vigilância oculta Aparelhos de localização georreferenciada (GPS) Computadores e internet (spyware e cookies) Roteamento de conversação humana usando a internet ou qualquer outra rede de computadores baseada no Protocolo de Internet (VOIP - Voice over Internet Protocol) Dispositivos de escuta (ex.: escuta ambiental) Câmeras embarcadas em veículos Câmeras corporais Circuito fechado de TV (CCTV) Câmeras infravermelhas Dispositivo de identificação de radiofrequência Dispositivo para leitura de informação biométrica (ex.: leitura de retina) Telefones portáteis Telefones móveis Dispositivos de monitoramento de teclados (keystroke monitoring) Fonte: Adaptado de Brasil (2021c). | TIPOS DE VIGILÂNCIA E TECNOLOGIAS UTILIZADAS Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 20 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas No âmbito do Banco de Projetos apresentados pelas polícias civis e habilitados pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (SENAD), pode-se verificar diversas propostas de investi- mento nessa área, envolvendo especialmente a aquisição de tecnologias de processamento e análise de dados, mecanismos de rastreamento, equipamentos vinculados a técnicas investigativas especializadas, viaturas descaracterizadas e inteligência pericial para interpretação de provas materiais. Saiba Mais Visite o Banco de Projetos da SENAD, disponível em: https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/ politicas-sobre-drogas/banco-de-projetos-1. VÍDEO Clique ou aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet) no QR Code ao lado para assistir ao vídeo sobre redução da oferta de drogas. Boas Práticas O desenvolvimento de novas substâncias psicoativas (NSP), fenômeno que abordamos no primeiro módulo deste curso, também tem exigido crescente inovação da ação governamental, como a criação de Sistemas de Alerta Rápido (SAR). Esse é um passo fundamental para o rápido e eficiente controle de drogas e para a mitigação dos efeitos deletérios causados pelo abuso de substâncias psicoativas. Esses sistemas atuam por meio de quatro etapas fundamentais: a) detecção; b) caracterização; c) análise de risco e d) geração de alerta (SENAD, 2022), as quais são descritas a seguir. Detecção Descoberta e identificação de novas substânciase/ou de novos padrões de oferta e demanda de drogas. https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/banco-de-projetos-1 https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/banco-de-projetos-1 https://youtu.be/M-zR420sVJE Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 21 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Caracterização Detalhamento da droga sob diferentes aspectos: formas de apresentação, composição química, efeitos toxicológicos, riscos para a saúde e situação jurídica, entre outros. Se o fenômeno envolver a identificação de novos padrões de demanda e oferta de drogas, o detalhamento abordará o escopo temporal, a área geográfica, as quantidades apreendidas etc. Análise de riscos Todos os dados e informações disponíveis são examinados por um grupo multidisciplinar de especialistas quanto à avaliação dos riscos e relevância para que se possa gerar um alerta de informações. Um documento reúne esses dados e informações e começa a circular entre as autoridades de saúde, controle e interdição. Geração de alerta Envolve a emissão de um aviso/advertência contendo informações de interesse público sobre a emergência de uma nova substância psicoativa ou sobre um novo padrão de oferta e/ou demanda de droga. Essa etapa envolve a produção de um documento de síntese, o qual constitui o próprio alerta, que resume a informação específica sobre drogas e é voltado para o público em geral, usuário de drogas. Tal relatório será divulgado maciçamente nos canais específicos de comunicação. Fonte: Adaptado de Brasil (2022a). Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 22 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Saiba Mais No Brasil, foi criado o Subsistema de Alerta Rápido do Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas (SAR- SISNAD), em caráter experimental. Para entender mais sobre o assunto, acesse o material disponível em: https://dspace.mj.gov.br/bitstream/1/5211/2/RES_ CONAD_2021_6.html. Após um ano de sua constituição, a SENAD apresentará ao CONAD um relatório de avaliação da iniciativa com um dos seguintes enca- minhamentos possíveis: a) proposição de normatização definitiva acerca do assunto; b) ampliação do período para sua implementação em caráter experimental; ou c) apresentação de uma nova proposta relacionada a essa temática. Fonte: SAR (2021). O SAR-SISNAD conta com a participação dos principais atores da Polí- tica Nacional sobre Drogas, além da participação voluntária de atores subnacionais especializados em repressão ao tráfico (polícias civis e científicas), das unidades especializadas em toxicologia do Sistema Único de Saúde dos estados e municípios, bem como de universidades e centros de pesquisa da área de saúde e segurança pública. Para participação voluntária, basta que os interessados elencados apresentem essa intenção por meio oficial à SENAD. https://dspace.mj.gov.br/bitstream/1/5211/2/RES_CONAD_2021_6.html https://dspace.mj.gov.br/bitstream/1/5211/2/RES_CONAD_2021_6.html Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 23 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Veja, na figura a seguir, um detalhamento da composição do SAR-SISNAD. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos – SENAD Comitê Técnico OBID Grupo de Trabalho de NSP Universidades e organizações parceiras (projetos Baco, Tanatos, Cloacina e CdE) Polícia Federal Receita Federal do Brasil Secretaria Nacional de Segurança Pública – SENASP Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA Ministério da Saúde Polícias Civis e Polícias Científicas Serviço voluntário de pesquisa Centros de Toxicologia CdE (MJSP, PNUD, UNODC) Subsistema Brasileiro de Alerta Rápido Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas – SENAPRED | COMPOSIÇÃO SAR-SISNAD Fonte: Adaptado de Brasil (2021c). Por fim, outra ação que vem ganhando grande evidência na redução da oferta de drogas são os programas de desenvolvimento alternativo integral e sustentável. Parceria entre Fica Vivo! e Copasa profissionaliza jovens. Fonte: SEJUSP (2022). Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 24 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Os programas envolvem a realização de diversas ações integradas com foco na prevenção de que pessoas em regiões de risco/violência/ vulnerabilidade se envolvam com o cultivo, a produção ou o tráfico de drogas (BRASIL, 2020a). Foto: © [Pablo Lupa] / Shutterstock. Boas Práticas Uma referência no assunto é a Estrategia Andina de Desarrollo Alternativo Integral y Sostenible, estabelecida pela Comunidade Andina (formada por Bolívia, Colômbia, Peru e Equador) e que tem como finalidade substituir o cultivo de drogas ilícitas, qualificado internacionalmente como ameaça naquelas regiões, por atividades econômicas consideradas lícitas, com o objetivo de se alcançar um melhor nível de vida e a redução da pobreza (SANTOS, 2015). Saiba Mais Para entender mais sobre a Estrategia Andina de Desarrollo Alternativo Integral y Sostenible, acesse o material “Decisão nº 614”, ratificada na 15ª reunião do Conselho Andino de Ministros de Relações Exteriores, disponível em: http://www.sice.oas.org/trade/junac/decisiones/ anexodec614.pdf. http://www.sice.oas.org/trade/junac/decisiones/anexodec614.pdf http://www.sice.oas.org/trade/junac/decisiones/anexodec614.pdf Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 25 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Aos poucos, essa estratégia foi adaptada em outros países não só para a realidade do cultivo, mas também para a produção, armazenagem, trânsito e tráfico de drogas. Esses projetos também receberam o título de “Desenvolvimento Alternativo Urbano” ou “Desenvolvimento Preventivo” (BRASIL, 2020a). A nova Política Nacional sobre Drogas prevê a diretriz para redução da oferta de drogas: Política Nacional sobre Drogas "Promover e incentivar as ações de desenvolvimento sustentável de forma a diminuir o peso da vulnerabilidade econômica e social como fator de risco para o envolvimento no narcotráfico." Os programas de desenvolvimento alternativo devem abarcar po- líticas públicas integradas a serem direcionadas às comunidades e considerar as realidades locais e a participação da população en- volvida, a fim de que sejam estabelecidas estratégias voltadas para redução das vulnerabilidades que mais afetam aquela comunidade específica (BRASIL, 2021c). Boas Práticas Um exemplo de iniciativa nesse sentido aplicada no Brasil é o “Programa de Controle de Homicídios – Fica Vivo!”, implementado desde 2003 pelo Governo de Minas Gerais. Conforme reconhecido pela própria SENAD, esse programa, apesar de ser um programa focado na prevenção e na redução de homicídios dolosos de adolescentes e jovens moradores das áreas de abrangência das Unidades de Prevenção à Criminalidade (UPC), tem em seus pressupostos e metodologia de aplicação várias características de desenvolvimento alternativo sustentável (BRASIL, 2020a). Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 26 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Com a finalidade de aproveitar as boas práticas verificadas nesse programa e estabelecer uma metodologia para a coordenação in- terfederativa de ações de desenvolvimento alternativo para redução de oferta de drogas por parte dos estados, a SENAD criou o Projeto “Tô de Boa”. O projeto envolve ainda a implantação de piloto da metodologia que será criada. Saiba Mais Conheça os detalhes do Programa“Fica Vivo!” e do Projeto “Tô de Boa”, acessando os materiais disponíveis em: http://www.seguranca.mg.gov.br/2013-07-09-19-17- 59/2020-05-12-22-29-51/programas-e-acoes https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/ politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/projeto-to- de-boa. Para finalizarmos, é importante que você conheça uma nova fonte de estudos e informações relevantes sobre a oferta de drogas, criada a partir de 2019, o Centro de Excelência para a Redução da Oferta de Drogas Ilícitas (CdE). O CdE foi constituído por meio de uma parceria entre a SENAD, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Disponibiliza dados sobre a oferta de drogas e publica boletins e estudos acerca do assunto, sendo, assim, uma fonte valiosa para as ações de segurança pública nessa área. http://www.seguranca.mg.gov.br/2013-07-09-19-17-59/2020-05-12-22-29-51/programas-e-acoes http://www.seguranca.mg.gov.br/2013-07-09-19-17-59/2020-05-12-22-29-51/programas-e-acoes https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/projeto-to-de-boa-1/projeto-to-de-boa https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/projeto-to-de-boa-1/projeto-to-de-boa https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/projeto-to-de-boa-1/projeto-to-de-boa https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/projeto-to-de-boa-1/projeto-to-de-boa Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 27 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Saiba Mais Em 2021, o CdE divulgou um estudo sobre a Covid-19 e o tráfico de drogas no Brasil, indicando as adaptações feitas pelo crime organizado e a atuação das forças policiais na pandemia. Até março de 2022, foi publicado um boletim sobre um assunto de grande relevância: o monitoramento do preço de drogas ilícitas. Para conhecer os boletins e estudos do CdE, acesse o material disponível em: https:// www.cdebrasil.org.br/boletins/. https://www.cdebrasil.org.br/boletins/ https://www.cdebrasil.org.br/boletins/ Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 28 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas UNIDADE 2 GESTÃO DE ATIVOS Nesta unidade, você aprenderá sobre a política de gestão de ativos apreendidos do tráfico de drogas. 2.1 PANORAMA SOBRE A GESTÃO DE ATIVOS APREENDIDOS DO TRÁFICO DE DROGAS A apreensão de ativos oriundos do tráfico de drogas e sua aplicação em favor da sociedade é um tema de grande atenção no mundo inteiro. Trata-se da premissa de se aplicarem os recursos do crime contra ele e contra as suas consequências para a sociedade. No Brasil, o assunto ganhou tanta importância, que faz parte da nossa Constituição. Constituição Federal "Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º. Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei." O fundo especial a que a Carta Magna se refere é o Fundo Nacional Antidrogas (FUNAD), gerido pela SENAD, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), disciplinado pela Lei nº 7.560/1986. Assim, todos os bens apreendidos do tráfico devem ser convertidos em recursos para o FUNAD, onde serão direcionados para o desen- volvimento de políticas públicas sobre drogas em favor da sociedade. Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 29 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Programas de formação profissional sobre educação, prevenção, tratamento, recuperação, repressão, controle e fiscalização do uso e tráfico de drogas. Programas de educação técnico-científica preventiva sobre o uso de drogas. Programas de esclarecimento ao público, incluídas campanhas educativas e de ação comunitária. Organizações que desenvolvem atividades específicas de tratamento e recuperação de usuários. Reaparelhamento e custeio das atividades de fiscalização, controle e repressão ao uso e tráfico ilícitos de drogas e produtos controlados. Pagamento das cotas de participação a que o Brasil esteja obrigado como membro de organismos internacionais ou regionais que se dediquem às questões de drogas. Custeio de sua própria gestão e de despesas decorrentes do cumprimento de atribuições da SENAD. Pagamento do resgate dos certificados de emissão do Tesouro Nacional que caucionaram recursos transferidos para a conta do FUNAD. Custeio das despesas relativas ao cumprimento das atribuições e às ações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), no combate aos crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores, previstos na Lei no 9.613, de 1998, até o limite da disponibilidade da receita decorrente do inciso VI do art. 2º. Entidades governamentais e não governamentais integrantes do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE). Fonte: Adaptado de Brasil (1986). Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 30 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Lei nº 7.560/1986 "Art. 5º-A. A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), órgão gestor do Fundo Nacional Antidrogas (FUNAD), poderá financiar projetos das entidades do Sinase desde que: I. o ente federado de vinculação da entidade que solicita o recurso possua o respectivo Plano de Atendimento Socioeducativo aprovado; II. as entidades governamentais e não governamentais integrantes do Sinase que solicitem recursos tenham participado da avaliação nacional do atendimento socioeducativo; III. o projeto apresentado esteja de acordo com os pressupostos da Política Nacional sobre Drogas e legislação específica. Art. 5º-B. A SENAD, órgão gestor do FUNAD, fica autorizada a financiar políticas públicas destinadas às ações e atividades desenvolvidas pelas comunidades terapêuticas acolhedoras referidas no art. 26-A da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006." Infelizmente, apesar da previsão constitucional e legal acerca da gestão de ativos, você já deve ter visto várias notícias mostrando centenas de bens apreendidos do crime, como veículos, aeronaves e embarcações, lotando pátios das polícias em todo o Brasil, sem a devida destinação. Isso representa até hoje uma grande perda de recursos que poderiam estar sendo aplicados em políticas públicas para a sociedade brasileira. O problema foi analisado mais afundo na “Análise Executiva da Questão das Drogas no Brasil” (BRASIL, 2021b), chegando-se a cons- truir uma árvore de problemas que identificou as principais causas e consequências da insuficiência da gestão de ativos apreendidos do tráfico de drogas, apresentada a seguir. VÍDEO Clique ou aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet) no QR Code ao lado para assistir ao vídeo que trata da gestão de ativos apreendidos do tráfico de drogas. Acerca das destinações possíveis do FUNAD, a Lei nº 7.560/1986 trouxe também os seguintes dispositivos, relativos ao financiamento de projetos das entidades do SINASE e às comunidades terapêuticas. https://youtu.be/yLqerFMRfvQ Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DAOFERTA DE DROGAS 31 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Perda de arrecadação Inexpressiva quantidade de alienações antecipadas Oneração do orçamento, em especial, das instituições policiais com o aluguel de espaços para guarda dos ativos 2 Superlotação de espaços de guarda dos ativos Depreciação dos ativos Acondicionamento inadequado e formação de ambientes insalubres com risco de criação de focos do mosquito transmissor de doenças como dengue e zika Aumento no estoque de ativos não destinados Morosidade no processo de destinação do ativo Dificuldade de integração com atores afetos à gestão de ativos Baixa adesão dos juízes à alienação antecipada 7 7 1 2 6 6 7 7 10 1 2 4 7 9 7 7 10 9 Insuficiência de recursos para políticas públicas Insatisfação da sociedade CONSEQUÊNCIAS EVIDÊNCIAS 1 — Quantidade de ativos cadastrados no Sistema GFUNAD (MJSP/SENAD, 2020) 2 — Painel de bens informados pelos pátios de policias — Projeto Check-in (MJSP/ SENAD, 2020) 3 — Projeções Orçamentárias: cenários para 2019-2023, no contexto de tetos de gastos (Câmara dos Deputados, 2018) 4 — Quantidade de ativos leiloados pelo SENAD — Painel Gerencial do Projeto Check-in (MJSP/ SENAD, 2020) 5 — Quantidade de processos recebidos pela Diretoria de Gestão de Ativos — (SEI/ MJSP, 2020) 6 — Exposição de Motivos nº 00044/2019/MJSP/ ME 7 — Acórdão nº 360/2012 (TCU, 2012) 8 — Acórdão nº 540/2020 (TCU, 2020) 9 — Elaboração da Estratégia — Matriz SWOT: Período 2020-2023 (MJSP, 2019) 10 — Relatório de Diagnóstico do Estado da Arte dos Ativos de Responsabilidade da SENAD (PNUD-EY, 2019) Poder Judiciário Forças policiais Organizações da sociedade civil atuantes na política sobre drogas Sociedade em geral PÚBLICOS AFETADOS Insuficiência da gestão de ativos apreendidos do tráfico de drogasPROBLEMA CENTRAL CAUSAS Dificuldade de destinação dos ativos apreendidos sob guarda da União Problemas de rastreabilidade do ativo Falta de procedimentos e dados estruturados Informação do ativo insuficiente ou equivocada Grande volume de ativos espalhados pelo Brasil Extenso e complexo processo de destinação, dependente de atores externos Baixo alinhamento com o Poder Judiciário Falta de canal de comunicação formal com as polícias 10 5 Baixo conhecimento sobre a disponibilização dos serviços de alienação de ativos pela SENAD (inclusive antecipada) Capacitação insuficiente para a gestão de ativos 9 Insuficiência quantitativa e qualitativa de pessoal 7 8 9 Cenário fiscal brasileiro e teto de gastos desfavorável à reposição de pessoal no serviço público 7 10 7 10 1 2 5 10 7 7 7 3Falta de um modelo integrado de sistemas de informação | ÁRVORE DE PROBLEMAS: INSUFICIÊNCIA DA GESTÃO DE ATIVOS APREENDIDOS DO TRÁFICO DE DROGAS Fonte: Adaptado de Brasil (2021b). Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 32 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Como se pode verificar na árvore de problemas, há dificuldades de destinação dos ativos apreendidos, especialmente por conta de problemas de rastreabilidade dos ativos e devido à dependência de diversos atores diferentes dentro do processo, que até poucos anos atrás trabalhavam de forma pouco integrada. A consequência é a superlotação de pátios e a perda de um enorme potencial de arrecadação que poderia estar sendo destinada a pro- gramas para prevenção ao uso de drogas, recuperação das vítimas das drogas ou para o combate ao crime organizado. Foto: © [HB Photo] / Shutterstock. Com isso, desde 2019 a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas foi reestruturada com foco na atuação para a gestão de ativos do crime, participando ativamente em reformas normativas e no esta- belecimento de programas voltados para a solução desses problemas. Assim, a partir daquele ano, foram realizadas mudanças impor- tantes do ponto de vista normativo para o aprimoramento da gestão dos ativos oriundos do tráfico de drogas, por meio da Lei n 13.840, de 5 de junho de 2019, e da Medida Provisória nº 885, convertida na Lei nº 13.886, de 17 de outubro de 2019. Essas leis alteraram e esta- beleceram novos dispositivos na Lei de Drogas e na Lei do FUNAD. Uma dessas mudanças foi a criação de incentivo para atuação in- tegrada entre estados, Distrito Federal e União na gestão de ativos apreendidos, beneficiando as polícias apreensoras de bens do tráfico com parte dos recursos provenientes de sua venda, conforme se pode verificar na figura a seguir. Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 33 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas | INCENTIVO À INTEGRAÇÃO ENTRE ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E UNIÃO NA GESTÃO DE ATIVOS ORIUNDOS DO TRÁFICO DE DROGAS CONDIÇÕES BENEFÍCIO z Existência de estruturas orgânicas destinadas à gestão de ativos apreendidos nas unidades federativas, capazes de auxiliar no controle e na alienação de bens apreendidos e na efetivação de suas destinações. z Regularidade no fornecimento dos dados estatísticos sobre drogas previstos no art. 17 da Lei nº 11.343/2006. Disponibilização de 20% a 40% dos recursos provenientes da alienação de bens apreendidos, a título de transferência voluntária, para as polícias estaduais e distrital responsáveis pela apreensão do bem móvel ou pelo evento que der origem a sequestro de bem imóvel relacionado ao tráfico de drogas. Fonte: Adaptado da Lei nº 13.886/2019, art. 5º, § 1º. As estruturas orgânicas destinadas à gestão de ativos apreendidos correspondem à Comissão Permanente de Avaliação e Alienação de Bens, composta necessariamente por integrantes das polícias e do Departamento de Trânsito do estado, além de outros atores que se considerarem necessários. Saiba Mais Para conhecer o papel da Comissão Permanente de Avaliação e Alienação de Bens, acesse o “Manual de Orientação para Avaliação e Alienação Cautelar e Definitiva de Bens”, disponibilizado pela SENAD/MJSP, disponível em: https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/ sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/ manual-de-avaliacao-e-alienacao-de-bens. https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/manual-de-avaliacao-e-alienacao-de-bens https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/manual-de-avaliacao-e-alienacao-de-bens https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/manual-de-avaliacao-e-alienacao-de-bens Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 34 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas A referida lei ainda promoveu mudanças no processo de gestão de ativos, tornando-o mais célere. Entre as mudanças, destacam-se as elencadas a seguir. Art. 61, Lei nº 11.343/2006 A autoridade policial judiciária deve comunicar imediatamente ao juízo competente quando forem apreendidos de veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte e dos maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza utilizados para a prática dos crimes definidos na Lei de Drogas. § 1º, art. 61, Lei nº 11.343/2006 O juiz tem até 30 dias contados da comunicação da polícia judiciária para determinar a alienação dos bens apreendidos, excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma da legislação específica. Art. 60-A, Lei nº 11.343/2006 O juiz deve determinar imediatamente a conversão em moeda nacional nos casos de apreensão de moeda estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques emitidos como ordem de pagamento, os quais serão alienados na forma prevista pelo Conselho Monetário Nacional. § 3º, art. 61, , Lei nº 11.343/2006 O juiz deve determinara avaliação dos bens apreendidos, que será realizada por oficial de justiça, no prazo de 5 dias a contar da autuação, ou, caso sejam necessários conhecimentos especializados, por avaliador nomeado pelo juiz, em prazo não superior a 10 dias. Foram também adotadas medidas para tornar mais atrativa a compra em leilão dos bens apreendidos do tráfico de drogas, com foco na redução do valor mínimo para arrematação e na facilitação da re- gularização dos bens adquiridos. Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 35 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Por fim, as alterações realizadas em 2019 também organizaram a forma como se dará a utilização dos bens apreendidos no interesse público. Art. 62, Lei nº 11.343/2006 O juízo deve cientificar a SENAD para que, em 10 dias, avalie a existência de interesse público na utilização de bens apreendidos, indicando o órgão que deva recebê-los, tendo prioridade os órgãos de segurança que participaram das ações de investigação ou repressão ao crime que deu causa à medida. Saiba Mais A Portaria SENAD nº 1, de 10 de janeiro de 2020, regulamentou os procedimentos para doação, incorporação e indicação de bens apreendidos para uso no interesse público. Para entender mais sobre este assunto, acesse o material disponível em: https://www. gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas- sobre-drogas/subcapas-senad/doacao-incorporacao- e-indicacao-de-bens. § 11, art. 61, Lei nº 11.343/2006 Bens móveis e imóveis passam a poder ser vendidos em hasta pública por preço de 50% do valor da avaliação judicial (valor mínimo), assegurada a venda pelo maior lance. § 14, art. 61, Lei nº 11.343/2006 Multas, encargos ou tributos pendentes de pagamento não podem ser cobrados do arrematante ou do órgão público alienante como condição para regularização dos bens. § 13, art. 61, Lei nº 11.343/2006 Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, a autoridade de trânsito ou o órgão congênere competente para o registro, bem como as secretarias de fazenda, devem proceder à regularização dos bens no prazo de 30 dias, ficando o arrematante isento do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo proprietário. https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/doacao-incorporacao-e-indicacao-de-bens https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/doacao-incorporacao-e-indicacao-de-bens https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/doacao-incorporacao-e-indicacao-de-bens https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/doacao-incorporacao-e-indicacao-de-bens Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 36 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Mais recentemente foi publicada a Lei nº 14.322/2022, que alterou novamente a Lei nº 11.343/2006, passando a prever o confisco defi- nitivo do veículo utilizado para o transporte de droga ilícita, inde- pendentemente se a aquisição do veículo tiver sido feita com recursos obtidos de forma lícita, ressalvando-se apenas o direito de terceiro de boa-fé. Antes dessa lei, caso provada a origem lícita do veículo, o seu dono, mesmo transportando drogas ilícitas, poderia reaver seu bem. Boas Práticas Essa mudança permitirá um grande aumento na apreensão definitiva de veículos envolvidos com o tráfico de drogas, com perspectiva de potencializar a arrecadação do FUNAD com a venda dos veículos, fortalecendo a política sobre drogas com mais recursos para aplicação em ações e programas governamentais. FUNDO NACIONAL ANTIDROGAS FUNAD 150 100 50 - ARRECADAÇÃO ANUAL – 2017 A 2021 2017 Arrecadação Total do FUNAD 43.297.928,06 44.625.970,20 91.736.648,68 138.421.179,9 142.511.508,4 2018 2019 2020 2021 M ilh õe s Va lo r ar re ca da do Evolução da arrecadação anual do FUNAD. Fonte: Adaptado de Brasil (2022b). Como resultado das alterações legais e de gestão implementadas pela SENAD, com o apoio dos estados e do Distrito Federal por meio das Co- missões Permanentes de Avaliação e Alienação de bens, o Fundo Nacional Antidrogas teve sua arrecadação média anual triplicada de 2017 a 2021. Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 37 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas O recadastramento é feito por meio de formulário em que o órgão policial responsável pela guarda dos bens nos pátios informa à SENAD a relação de bens que se encontram sob sua guarda, indicando a localização exata, os dados de identificação do bem e o processo judicial a ele vinculado. A partir dessas informações, a SENAD aciona os leiloeiros por ela contratados para promover a avaliação e alienação do bem. Nesse momento, entra a importante atuação das Comissões Permanentes de Avaliação e Alienação de Bens nos estados, que têm a função de promover a interlocução para efetivação das atividades que culmi- narão na alienação dos bens. A seguir, apresentam-se algumas das principais responsabilidades dessas comissões no âmbito do Projeto Check-in, que deixam claro o seu papel fundamental na efetivação de uma boa gestão dos ativos. Visando resolver os problemas vinculados à gestão de ativos e uti- lizar esses bens para a geração de recursos com foco no financia- mento de políticas sobre drogas, a SENAD desenvolveu uma série de programas em parceria com as Polícias Civis, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. O principal programa é o Projeto Check-in, que envolve o recadastra- mento dos bens apreendidos em razão da prática do crime de tráfico de drogas e que se encontram em depósitos e pátios espalhados por todo o país (BRASIL, 2022c). Esse projeto foi criado em 2019 em resposta ao grande passivo de veículos nos pátios das polícias, que se deterio- ravam diariamente e geravam custos de guarda para a administração. 2.2 PROGRAMAS E AÇÕES VOLTADOS PARA A GESTÃO DE ATIVOS Após essa contextualização, abordaremos, nos tópicos a seguir, os principais programas e ações existentes relacionados à gestão de ativos. Analisar, instruir o processo e emitir parecer à SENAD sobre eventuais pedidos de cancelamento de compra em leilão, apresentado pelo arrematante, tal como em caso de comprovado impedimento na obtenção do registro de propriedade. Analisar e, em caso de ausência de incorreções, aprovar a prestação de contas entregue pelo leiloeiro. Analisar termo/laudo de avaliação elaborada pelo leiloeiro contratado e, caso concorde com os valores avaliados para os bens, aprová-lo. Conferir os valores da arrematação recolhidos em favor de fundos geridos pelo MJSP, realizados pelo leiloeiro e/ou arrematante, e verificadas inconsistências, solicitar ao leiloeiro correção. Fazer a interlocução entre o leiloeiro, no caso de bem imóvel, com a Superintendência do Patrimônio da União (SPU). Acompanhar a realização de leilões eletrônicos junto ao sistema indicado pelo leiloeiro, de modo simultâneo à sessão pública. Fonte: Adaptado de Manual de Avaliação e Alienação Cautelar e Definitiva de Bens (BRASIL, 2021d). Analisar e solicitar as correções julgadas necessárias em relação aos termos da minuta de edital preenchida pelo leiloeiro. Conferir, aprovar e assinar, por meio de seu presidente, a minuta de edital apresentada pelo leiloeiro, conforme modelos disponibilizados pela SENAD, e encaminhar para a conferência do fiscal, para posterior publicação. Analisar e validar relatórios gerenciais, textos e tabelas elaborados pelo leiloeiro, que evidenciem todos os números e informações associados ao certame, tais como: valor de avaliação, valor de lance inicial, valor de arremate e percentual de ganhopara cada bem, valores totais associados ao processo de leilão, lotes vendidos, lotes não vendidos, bens retirados do certame, relato de intercorrências etc. Promover as necessárias gestões, a fim de garantir adequado apoio ao leiloeiro, com auxílio de polícia especializada, para detalhada inspeção (vistoria) nos bens a serem alienados. No caso de vistoria veicular, garantir o adequado apoio para verificação de chassi, número de motor e estrutura veicular. Promover ações necessárias junto aos órgãos de trânsito, de forma a tornar os veículos livres e desembaraçados de quaisquer ônus para alienação, realizando: a) confrontação de dados com as informações do sistema informatizado do DETRAN e DENATRAN ou INFOSEG; e b) verificação de débitos; gravames (alienação fiduciárias, ou outro instituto jurídico), restrições administrativas e/ou judiciais. | PRINCIPAIS RESPONSABILIDADES DAS COMISSÕES PERMANENTES DE AVALIAÇÃO E ALIENAÇÃO DE BENS Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 39 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas | BANCO DE PROJETOS – SENAD Além do Projeto Check-in, há a Alienação Antecipada, ação de extrema relevância para a política de gestão de ativos. Essa ação depende da articulação entre autoridades policiais apreen- soras, o Poder Judiciário e a SENAD, consistindo na realização de ava- liação e alienação do ativo ao início do decorrer do processo judicial. Veja a seguir os papéis de cada um nessa articulação. Quais são os órgãos que podem participar? Que tipos de projetos podem ser apresentados? Que tipos de projetos serão priorizados neste momento? Os órgãos de segurança pública federal, estadual e distrital: Devem ser enviados projetos que tenham por objetivo: Todos os projetos que tenham relação com os objetivos serão recepcionados e, se habilitados, integrarão o Banco de Projetos. Serão priorizados projetos que tenham por linha de atuação: Polícia Militar, Civil e Federal. Polícia Rodoviária Federal. Secretaria de Segurança Pública. Perícia Criminal. Fomento da política pública sobre drogas. Difusão do conhecimento sobre crimes relacionados a drogas ilícitas. Combate ao tráfico de drogas e crimes conexos. Detecção de drogas. Reaparelhamento dos órgãos de segurança pública. Desarticulação financeira de organizações criminosas relacionadas ao tráfico de drogas. Após a conversão dos bens e recursos ao FUNAD, 20 a 40% desses valores poderão retornar para as polícias apreensoras nos estados, por meio de transferências voluntárias selecionadas no âmbito do Banco de Projetos, organizado pela SENAD, conforme apresentado na figura a seguir. Fonte: Adaptado de Brasil (2021a). Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 40 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Papéis Autoridades policiais Têm o papel de requerer ao juízo a alienação dos bens. Poder Judiciário Tem o poder de determinar sua alienação e peticionar a SENAD para apoio nessa tarefa. SENAD Disponibiliza os leiloeiros por ela contratados para realizar essa função. Deve-se ainda destacar que as Comissões Permanentes de Avaliação e Alienação de Bens nos estados também atuam nesse processo, intermediando a comunicação entre leiloeiros e a Justiça no âmbito do Estado, com a prestação do devido apoio institucional para que o Poder Judiciário possa solicitar à SENAD, via peticionamento no Sistema Eletrônico de Informações (SEI), a alienação antecipada (BRASIL, 2021d). A alienação antecipada garante que haja o mínimo de depreciação do ativo até o momento do leilão, o que amplia o potencial de arrecadação. Além disso, com a alienação antecipada, gera-se menor custo de manutenção daquele ativo em galpões ou pátios mantidos pelas autoridades policiais. Essa é uma ação essencial no caso de ativos especiais, como ativos biológicos e empresas que sejam objeto do sequestro devido à atuação relacionada ao tráfico de drogas ou à lavagem de dinheiro oriunda do tráfico. Podcast transcrito Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 41 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas “ "a) sugerir a venda imediata de ativos biológicos (animais vivos, plantações ativas, grãos colhidos etc.), por se tratar de bens perecíveis, mediante uso de acordo de cooperação técnica entre SENAD e CONAB, que permite a realização de periódicos leilões eletrônicos capaz de conectar pequenos, médios e grandes compradores ao produto ofertado; b) informar a existência de acordo de cooperação técnica entre SENAD e CFA, que permite a indicação de profissionais de gestão de empresas, fazendas, postos de combustíveis e quaisquer outros tipos de empresas sequestradas; e c) reforçar a existência da estrutura da SENAD em apoio à imediata venda dos bens, incluindo empresas e ativos biológicos, bem como informar a sistemática para acionamento SENAD.” (BRASIL, 2022d) A alienação antecipada de ativos especiais exige atuação ágil e articu- lada entre o Poder Judiciário, as autoridades policiais apreensoras e a SENAD. Nesse sentido, para esses bens especiais, a SENAD orienta que sejam adotados os seguintes procedimentos pela polícia apreensora junto ao Poder Judiciário: Com a soma das ações do Projeto Check-in e da Alienação Ante- cipada, espera-se alcançar alto nível de aproveitamento dos bens e recursos apreendidos do tráfico em políticas públicas para benefício da população brasileira. Encerramos, assim, mais uma unidade em que apresentamos um panorama sobre a gestão de ativos no Brasil. Veja a seguir uma retomada dos principais pontos abordados neste módulo. SÍNTESE Na Unidade 1, vimos os principais conceitos, problemas, programas e ações relacionados à redução da oferta de drogas, especialmente no que tange ao combate ao tráfico de drogas. Na Unidade 2, foi possível conhecer mais sobre a gestão de ativos apreendidos do tráfico de drogas, os problemas existentes, os avanços normativos recentes e os principais projetos em curso. Curso CoPlanar MÓDULO 2 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS 42 Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas Chegamos ao fim deste segundo módulo do curso “Capacitação de Ges- tores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas”. Até mais! 43 REFERÊNCIAS AGÊNCIA DE INTELIGÊNCIA DA POLÍCIA CIVIL – AIPC. Governo do Estado do Paraná. Perguntas Frequentes. [S.l.], 2022. Disponível em: https://www.policiacivil.pr.gov.br/AIPC#:~:text=perguntas%20 frequentes. Acesso em: 25 abr. 2022. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República. Brasília, DF: Presidência da República, [2020b]. Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 22 fev. 2022. BRASIL. Decreto nº 9.761, de 11 de abril de 2019. Aprova a Política Nacional sobre Drogas. Brasília, DF: Presidência da República, 2019a. Disponível em: http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/ Kujrw0TZC2Mb/content/id/71137357. Acesso em: 25 abr. 2022. BRASIL. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad; prescreve me- didas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004- 2006/2006/lei/l11343.htm. Acesso em: 22 fev. 2022. BRASIL. Lei nº 13.840, de 5 de junho de 2019. Altera as Leis nos 11.343, de 23 de agosto de 2006, 7.560, de 19 de dezembro de 1986, 9.250, de 26 de dezembrode 1995, 9.532, de 10 de dezembro de 1997, 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 8.315, de 23 de dezembro de 1991, 8.706, de 14 de setembro de 1993, 8.069, de 13 de julho de 1990, 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e 9.503, de 23 de setembro de 1997, os Decretos-Lei nos 4.048, de 22 de janeiro de 1942, 8.621, de 10 de janeiro de 1946, e 5.452, de 1º de maio de 1943, para dispor sobre o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas e as condi- ções de atenção aos usuários ou dependentes de drogas e para tratar do financiamento das políticas sobre drogas. Brasília, DF: Pre- sidência da República, 2019. Disponível em: https://www.pla- nalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13840.htm. Acesso em: 22 fev. 2022. BRASIL. Lei nº 13.886, de 17 de outubro de 2019. Altera as Leis nos 7.560, de 19 de dezembro de 1986, 10.826, de 22 de dezembro de 2003, 11.343, de 23 de agosto de 2006, 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), 8.745, de 9 de dezembro de 1993, e 13.756, de 12 de dezembro de 2018, para acelerar a destinação de bens apreendidos ou sequestrados que tenham vinculação com o tráfico ilícito de drogas. Brasília, DF: Presidência da República, 2019. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019- 2022/2019/Lei/L13886.htm. Acesso em: 22 fev. 2022. https://www.policiacivil.pr.gov.br/AIPC#:~:text=perguntas%20frequentes https://www.policiacivil.pr.gov.br/AIPC#:~:text=perguntas%20frequentes http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/71137357 http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/71137357 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13840.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13840.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13886.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13886.htm 44 BRASIL. Lei nº 14.322, de 6 de abril de 2022. Altera a Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 (Lei Antidrogas), para excluir a possibili- dade de restituição ao lesado do veículo usado para transporte de droga ilícita e para permitir a alienação ou o uso público do veículo independentemente da habitualidade da prática criminosa. Bra- sília, DF: Presidência da República, 2022. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14322. htm#art1. Acesso em: 25 abr. 2022. BRASIL. Lei nº 7.560, de 19 de dezembro de 1986. Cria o Fundo de Prevenção, Recuperação e de Combate às Drogas de Abuso, dispõe sobre os bens apreendidos e adquiridos com produtos de tráfico ilícito de drogas ou atividades correlatas, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1986. Disponível em: http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/leis/L7560compilado.htm. Acesso em: 22 fev. 2022. BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas. Análise Executiva da Questão das Drogas no Brasil. Brasília, DF, 2021b. Disponível em: https://www.gov.br/ mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/arquivo- -manual-de-avaliacao-e-alienacao-de-bens/aeqdb___analise- -executiva-da-da-questao-de-drogas-no-brasil___versao-final. pdf. Acesso em: 21 fev. 2022. BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas. Resolução nº 6, de 3 de agosto de 2021. Cria, em caráter experimental, no âmbito do Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas, o Subsistema de Alerta Rápido sobre Drogas (SAR). Brasília, DF: MJSP, 2021e. Disponível em: https://dspace.mj.gov.br/ bitstream/1/5211/2/RES_CONAD_2021_6.html. Acesso em: 21 fev. 2022. BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Capacitação em Política Nacional sobre Drogas – CaPtaNDo. Florianópolis: SEAD-UFSC, 2021a. BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Secretaria Na- cional de Políticas sobre Drogas. Ativos especiais: orientações gerais. Brasília, DF, 2022d. Disponível em: https://www.gov.br/mj/pt-br/ assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/ ativos-especiais-orientacoes-gerais. Acesso em: 21 abr. 2022. BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Funad em Números. Brasília, DF, 2022b. Disponível em: https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-pro- tecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/funad-em-numeros. Acesso em: 21 abr. 2022. BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Secretaria Na- cional de Políticas sobre Drogas. Fundamentos para Repressão ao Narcotráfico e ao Crime Organizado – FRoNt. Florianópolis: SEAD-UFSC, 2021c. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14322.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14322.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14322.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7560compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7560compilado.htm https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/arquivo-manual-de-avaliacao-e-alienacao-de-bens/aeqdb___analise-executiva-da-da-questao-de-drogas-no-brasil___versao-final.pdf https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/arquivo-manual-de-avaliacao-e-alienacao-de-bens/aeqdb___analise-executiva-da-da-questao-de-drogas-no-brasil___versao-final.pdf https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/arquivo-manual-de-avaliacao-e-alienacao-de-bens/aeqdb___analise-executiva-da-da-questao-de-drogas-no-brasil___versao-final.pdf https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/arquivo-manual-de-avaliacao-e-alienacao-de-bens/aeqdb___analise-executiva-da-da-questao-de-drogas-no-brasil___versao-final.pdf https://dspace.mj.gov.br/bitstream/1/5211/2/RES_CONAD_2021_6.html https://dspace.mj.gov.br/bitstream/1/5211/2/RES_CONAD_2021_6.html https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/ativos-especiais-orientacoes-gerais https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/ativos-especiais-orientacoes-gerais https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/ativos-especiais-orientacoes-gerais https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/funad-em-numeros https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/funad-em-numeros 45 BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Manual de Avaliação e Alienação Cautelar e Definitiva de Bens. Brasília, DF: SENAD, 2021d. Disponível em: https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas- -sobre-drogas/subcapas-senad/manual-de-avaliacao-e-aliena- cao-de-bens. Acesso em: 23 abr. 2022. BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Secretaria Na- cional de Políticas sobre Drogas. Portaria nº 1, de 10 de janeiro de 2020. Regulamenta o art. 63-D da Lei n.º 11.343, de 23 de agosto de 2006, dispondo sobre a incorporação e a doação de bens do Fundo Nacional Antidrogas, e dispõe sobre a indicação para uso provisório no curso de processo judicial e sobre os casos de destruição e de inutilização de bens objetos de apreensão e perdimento em favor da União. Brasília, DF: Presidência da República, 2020. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-1-de-10-de-ja- neiro-de-2020-237871602. Acesso em: 15 mar. 2022. BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Secretaria Na- cional de Políticas sobre Drogas. Portaria nº 18, de27 de agosto de 2019. Estabelece diretrizes e orientações para o encaminhamento de projetos à Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Mi- nistério da Justiça e Segurança Pública e institui o Banco de Projetos – SENAD. Brasília, DF: Presidência da República, 2019. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-18-de-27-de- -agosto-de-2019-213190383. Acesso em: 23 abr. 2022. BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Projeto BRA/15/009: Convocação nº 1/2020. Brasília, DF: SENAD/MJSP, 2020b. Disponível em: https://www. gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/ arquivo-manual-de-avaliacao-e-alienacao-de-bens/1edital-to- -de-boa-final.pdf/view. Acesso em: 23 abr. 2022. BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Projeto Check in. Brasília, DF, 2022c. BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Secretaria Na- cional de Políticas sobre Drogas. Subsistema de Alerta Rápido sobre Drogas. Brasília, DF, 2022a. Disponível em: https://www.gov.br/mj/ pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subsistema- -de-alerta-rapido-sobre-drogas-sar/subsistema-de-alerta-rapi- do-sobre-drogas. Acesso em: 22 abr. 2022. CENTRO DE EXCELÊNCIA PARA A REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS ILÍCITAS – CdE. Dados: Mapa de Rotas do Tráfico. [S.l.], 2022a. Dispo- nível em: https://www.cdebrasil.org.br/dados/. Acesso em: 25 abr. 2022. CENTRO DE EXCELÊNCIA PARA A REDUÇÃO DA OFERTA DE DROGAS ILÍCITAS – CdE. Sobre. [S.l.], 2022b. Disponível em: https://www. cdebrasil.org.br/sobre/. Acesso em: 25 abr. 2022. https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/manual-de-avaliacao-e-alienacao-de-bens https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/manual-de-avaliacao-e-alienacao-de-bens https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subcapas-senad/manual-de-avaliacao-e-alienacao-de-bens https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-1-de-10-de-janeiro-de-2020-237871602 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-1-de-10-de-janeiro-de-2020-237871602 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-18-de-27-de-agosto-de-2019-213190383 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-18-de-27-de-agosto-de-2019-213190383 https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/arquivo-manual-de-avaliacao-e-alienacao-de-bens/1edital-to-de-boa-final.pdf/view https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/arquivo-manual-de-avaliacao-e-alienacao-de-bens/1edital-to-de-boa-final.pdf/view https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/arquivo-manual-de-avaliacao-e-alienacao-de-bens/1edital-to-de-boa-final.pdf/view https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/arquivo-manual-de-avaliacao-e-alienacao-de-bens/1edital-to-de-boa-final.pdf/view https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subsistema-de-alerta-rapido-sobre-drogas-sar/subsistema-de-alerta-rapido-sobre-drogas https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subsistema-de-alerta-rapido-sobre-drogas-sar/subsistema-de-alerta-rapido-sobre-drogas https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subsistema-de-alerta-rapido-sobre-drogas-sar/subsistema-de-alerta-rapido-sobre-drogas https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/subsistema-de-alerta-rapido-sobre-drogas-sar/subsistema-de-alerta-rapido-sobre-drogas https://www.cdebrasil.org.br/dados/ https://www.cdebrasil.org.br/sobre/ https://www.cdebrasil.org.br/sobre/ 46 SANTOS, L. F. S. Tráfico de drogas ilícitas nos Andes: a dimensão regional da cooperação e da segurança. Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais) – Programa San Tiago Dantas de Pós-gra- duação em Relações Internacionais. UNESP/UNICAMP/PUCSP, São Paulo, 2015. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/ handle/11449/132117/000853717.pdf. Acesso em: 23 abr. 2022. https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/132117/000853717.pdf https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/132117/000853717.pdf Capacitação de Gestores para a Elaboração de Planos Estaduais e Municipais sobre Drogas