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207 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA Pedro Brugada Andrés Ricardo Pérez Riera José Carlos Pachón Mateos Síncope — Epidemiologia e Mecanismos Fisiopatológicos 8 CONCEITO Síncope é uma perda súbita e momentânea da consciência e do tônus postural, seguida de recuperação espontânea, sem seqüelas neurológicas. A diferença entre síncope e morte súbita é que na primeira o paciente se recupera sem a necessidade de manobras de ressuscitação. EPIDEMIOLOGIA A síncope é um sintoma freqüente mesmo na população aparentemen- te normal. Apesar de ocorrer em todas as idades, 80% dos pacientes apre- sentam mais de 65 anos. Nestes, em 30%, o sintoma é recorrente. É respon- sável por um de cada 2.000 consultas pediátricas de emergência. Tem inci- dência de 6% por ano na população de idosos asilados e está presente na história clínica de até 47% de estudantes universitários. É a causa de 2% a 6% das internações hospitalares e de 3% dos atendimentos de emergência. FISIOPATOLOGIA A síncope ou pré-síncope são ocasionadas por queda súbita da oxige- nação cerebral, mais comumente relacionada com redução do fluxo san- güíneo cerebral. Além disto, mesmo que o fluxo sangüíneo cerebral seja quantitativamente normal, pode ocorrer síncope ou pré-síncope por fal- ta mais ou menos rápida de nutrientes cerebrais, dos quais a glicose é o principal. Basicamente, podemos considerar quatro distúrbios básicos como causas de síncope: 208 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA 1. Uma queda súbita do débito cardíaco; 2. Uma queda súbita da pressão arterial por redução da resistência vascular periférica; 3. Um aumento brusco da resistência vascular cerebral e; 4. Uma redução significativa da glicemia. Não será considerada a disritmia cerebral como causa de perda da consciência. Antes de analisar- mos a fisiopatologia da síncope, é conveniente uma rápida menção de al- guns conceitos da fisiologia: Consciência e Tônus Postural A consciência e o tônus postural dependem do funcionamento adequa- do (alto nível metabólico) da formação reticular ascendente, um grande con- junto de neurônios na intimidade do tronco cerebral, conectados a prati- camente todas as regiões do diencéfalo, mesencéfalo, telencéfalo e medula espinhal. Como as células cerebrais não têm sistemas eficazes de arma- zenamento de energia e de nutrientes, sua atividade metabólica depende de forma crucial, a cada instante, do fornecimento de oxigênio, glicose e demais nutrientes pelo sistema circulatório. Dessa forma, a redução súbita do fluxo sangüíneo cerebral, mesmo por 5 a 10 segundos, provoca disfun- ção imediata da formação reticular ascendente e, conseqüentemente, perda da consciência e do tônus postural. Fisiologia do Fluxo Sangüíneo Cerebral O fluxo sangüíneo cerebral é um parâmetro biológico de extrema im- portância na fisiopatologia da síncope. Corresponde aproximadamente a 15% do débito cardíaco, ou seja, 65 ml por 100 g de tecido cerebral ou 750 a 900 ml/minuto, apesar de o cérebro representar somente 2% do peso corporal. Depende basicamente da pressão arterial média, da pres- são venosa central, da pressão intracraniana e da resistência vascular ce- rebral, na seguinte proporção: FSC = PA m˚dia - (Pressıo Venosa Central + Pressıo Intracraniana) 1 Resist¸ncia Vascular Cerebral Na maioria das vezes, a síncope ocorre por redução súbita da pressão arterial média. O aumento da resistência vascular cerebral como fenôme- no isolado é raro como causa de síncope. O aumento da pressão venosa central e/ou o aumento da pressão intracraniana atuam essencialmente como fatores coadjuvantes favorecendo o aparecimento da síncope. En- tretanto, a síncope da tosse e outras relacionadas a aumento das pressões 209 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA intratorácica e intra-abdominal são em grande parte induzidas pelo au- mento da pressão intracraniana, principalmente em portadores de doen- ça pulmonar obstrutiva crônica ou malformações craniocervicais. Pressão Arterial Média (PAM) Equivale à pressão contínua capaz de manter o mesmo fluxo sangüí- neo sistêmico que a pressão pulsátil normal. É diretamente proporcional ao débito cardíaco (DC = Volume Sistólico × Freqüência Cardíaca) e à re- sistência periférica (RP) PAM = DC × RP [2] ou FC × VS × RP3 Se um destes fatores tende a zero (bradicardia/assistolia, hipovolemia, vasodilatação), a PAM também tende a zero, portanto, ocorre hipotensão severa e síncope. Clinicamente, o efeito hemodinâmico das pressões ar- teriais sistólica e diastólica pode ser representado pela pressão arterial média (pressão diastólica mais 1/3 da pressão diferencial): PAM = PAD + PAS ó PAD 4 3 Reflexo Pressorreceptor ou Barorreflexo É o principal mecanismo neural responsável pelo ajuste rápido da pres- são arterial. Responde, por exemplo, pelo controle imediato da pressão arterial quando passamos da posição supina para a posição ortostática, momento em que ocorre seqüestro de 300 a 800 ml de sangue nos mem- bros inferiores. A evolução deste reflexo foi muito importante para o de- senvolvimento dos ancestrais de postura bípede. É constituído por um arco reflexo cujos receptores são terminações nervosas na túnica média da croça da aorta e seios carotídeos (pressorreceptores) (Fig. 8.1-A). As vias aferen- tes, nervos de Cyon e de Hering, chegam ao sistema nervoso central pelo vago e pelo glossofaríngeo, respectivamente. Os centros, constituem o centro vasomotor localizado no assoalho do IV ventrículo, no 1/3 inferior da pon- te e 2/3 superiores do bulbo (Fig. 8.1-B). As vias eferentes são o nervo vago e o contingente vascular do sistema nervoso simpático. O coração e os va- sos são os efetuadores (Fig. 8.1-C). Os pressorreceptores são elementos ini- bidores. Seu estiramento, ocasionado pelo aumento da pressão arterial e conseqüente distensão da parede arterial, ocasiona inibição do centro vasomotor. Este diminui o tônus simpático e aumenta o tônus vagal, oca- sionando vasodilatação e queda da freqüência cardíaca, reduzindo a pres- são arterial. 210 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA Resistência Vascular Cerebral Depende essencialmente do H+, CO 2 e O 2 . A acidose, a hipercapnia ou a hipoxia provocam vasodilatação da circulação cerebral. Os vasos cere- brais têm extensa inervação simpática suprida pela cadeia simpática pa- ravertebral através do gânglio cervical superior. No entanto, a auto-regu- lação local normalmente se sobrepõe ao efluxo simpático no controle da vasomotricidade, fato que tornaria sem efeito a inervação destes vasos. Contudo, é no exercício físico extremo que se entende sua importância. A vasoconstrição ocasionada pelo simpático, principalmente nas artérias de médio calibre, é fundamental para proteger a microcirculação cerebral de eventuais hemorragias ocasionadas pelo aumento rápido e intenso da pressão arterial. Nestas condições, se o paciente cessa a atividade física de forma súbita, a redução rápida do retorno venoso diminui o débito car- díaco com prejuízo momentâneo e transitório do fluxo sangüíneo cere- bral, podendo ocorrer síncope. Conforme a lei de Poiseuille, a resistência vascular cerebral (RVC) se- gue a seguinte proporção: RVC = L . η . 8π5 q2 L = comprimento do leito vascular; η = viscosidade do sangue; π = 3,1416; q = área da seção transversa vascular. Fig. 8.1 — Reflexo pressorreceptor. A: receptores e vias aferentes; B: centros; C: vias eferentes e efetuadores. 211 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA Em condições normais, considerando que L, η e π são constantes, o flu- xo sangüíneo cerebral depende essencialmente de q ou seja, da área da secção transversa dos vasos cerebrais. Além disto, como a resistência vas- cular cerebral é inversamente proporcional ao quadrado da secção trans- versa dos vasos cerebrais, pode-se deduzirque pequeno grau de vasocons- trição provoca grande redução do fluxo sangüíneo cerebral. É o que se verifica na síncope por hipocapnia, na qual a redução do CO 2 provoca acentuada vasoconstrição cerebral. O ajuste da resistência vascular cere- bral permite que, em condições normais, o fluxo sangüíneo cerebral seja praticamente constante mesmo com oscilações da pressão arterial média entre 60 e 140 mmHg. CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA E FISIOPATOLÓGICA DA SÍNCOPE As causas de síncope são muito numerosas e variadas. Além disto fre- qüentemente são multifatoriais, sendo difícil obter-se uma classificação sintética e abrangente. A mortalidade de pacientes com síncope de origem cardíaca é 18% a 33% em um ano, ao passo que a de origem não-cardíaca é 0% a 12%, e a de causa desconhecida é 6%. Além disto, a incidência de morte súbita é significativamente maior nas de origem cardíaca. Portanto, sob o ponto de vista do prognóstico, é conveniente dividi-las basicamente em cardíacas e não-cardíacas. Considera-se que as causas cardíacas podem ser não-obstrutivas (por arritmias) ou obstrutivas (por obstrução ao esva- ziamento ventricular). Por outro lado, as causas não-cardíacas podem ser neuromediadas, hipotensão ortostática, neurológicas e psiquiátricas. Final- mente, apesar dos grandes avanços da investigação semiológica e labora- torial, existe o grupo de causa desconhecida (Tabela 8.1). Fisiopatologia da Síncope Cardíaca Não-obstrutiva (por Arritmias) As arritmias além de causa freqüente de síncope compreendem uma população de pacientes com elevado risco de morte súbita. Clinicamen- te podem se manifestar como a conhecida síndrome de Morgagni-Adams- Stockes,, na qual, a síncope é provocada por bradi ou taquiarritmia seve- ras. As síncopes de maior risco neste grupo são relacionadas com taqui- cardia ventricular pós-infarto do miocárdio, torsade de pointes, síndrome do QT longo, síndrome de Wolff-Parkinson-White, taquicardia por efei- to pró-arrítmico e bloqueio atrioventricular total. Fisiopatologia da Síncope por Bradiarritmias Estas ocasionam quadros muito típicos de síncope. Evidentemente, vê- se pela equação [3] que a redução abrupta da freqüência cardíaca (FC) 212 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA ocasiona queda imediata do débito cardíaco e da pressão arterial média, podendo ocasionar síncope por redução do fluxo sangüíneo cerebral abai- xo de 40ml/minuto/100g de tecido cerebral. Indivíduos devidamente adap- tados podem manter a pressão arterial média, na posição ortostática, mes- mo com freqüências tão baixas quanto 25 a 30 bpm, entretanto, se a que- da da freqüência é súbita, pode ocorrer síncope devido ao tempo neces- sário para a adaptação vasomotora reflexa. A relação entre síncope e ar- ritmia (pulso lento) foi descrita em 1580 por Mercuriale e consagrada por Gerbesius, Morgagni e, finalmente Adams e Stokes. As principais causas de bradiarritmias isoladas ou associadas são: • doença do nó sinusal; • bloqueios atrioventriculares; • bloqueios intraventriculares; • disfunção de marca-passo/desfibrilador cardíaco; • bradicardia induzida por drogas. Tipicamente, nestas causas, ocorrem tonturas ou síncope não relacio- nadas a esforços, conseqüentes à instalação da bradicardia (Fig. 8.2). En- Tabela 8.1 Classifica˘ıo Fisiopatolðgica e Etiolðgica de Sˇncope Origem Tipos Exemplos Cardˇacas Nıo obstrutivas (Arritmias) Bradiarritmias, Taquiarritmias, Disfun˘ıo MP/DA› Obstrutivas (obstru˘ıo Ú Esquerdas (estenose aðrtica valvar/ eje˘ıo dos ventrˇculos hipertrðfica, estenose mitral, mixoma) Direitas esquerdo e/ou direito) (estenose pulmonar, hipertensıo pulmonar, embolia pulmonar, mixoma) Outras (fal¸ncia de bomba, tamponamento, dissec˘ıo aðrtica, espasmo coronÛrio, infarto do miocÛrdio, etc.) Nıo-cardˇacas Neuromediadas Neurocardiog¸nica, mic˘ıo, tosse, defeca˘ıo, degluti˘ıo, neuralgias, sˇndrome do seio carotˇdeo, exercˇcio fˇsico, altitude, mergulho, etc. Hipotensıo ortostÛtica PrimÛria, secundÛria (drogas, senilidade, neuropatias, metabðlicas, hipovolemia, etc.) Neurolðgicas Cerebrovasculares, enxaqueca PsiquiÛtricas Hiperventila˘ıo, autonÞmicas, conversivas, abuso de drogas Desconhecida 213 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA tretanto, nos bloqueios de segundo grau freqüência-dependentes podem ocorrer síncopes de esforço devido à instalação do bloqueio durante a ta- quicardia fisiológica do exercício. Isto também acontece nos marca-pas- sos e/ou desfibriladores bicamerais programados no modo DDD e com- portamento 2:1 no upper-rate-limit ou na mudança automática de modo. Além disto, a síncope pode ocorrer por incompetência cronotrópica, du- rante esforço físico, sem bloqueio AV ou, logo após o esforço, por queda rápida da freqüência. Na doença do nó sinusal, a síncope é mais freqüen- te na síndrome taqui-bradicardia, não só pelas taquicardias, mas princi- palmente pelas pausas subseqüentes aos surtos de taquiarritmias. Nos ca- sos com fibrilação atrial, podem surgir quadros sincopais originados por microembolia cerebral. Em todas estas condições, é importante conside- rar a existência de uma cardiopatia subjacente que poderá ocasionar sín- copes por taquiarritmias. A disfunção de marca-passo ou de um desfibri- lador pode ocasionar bradiarritmia súbita e síncope por falha de coman- do, desgaste de bateria, parada do gerador, inibição por miopotenciais, por interferências ou pelo fenômeno de cross-talk. Fisiopatologia da Síncope por Taquiarritmias Tanto as taquicardias ventriculares como as supraventriculares podem ocasionar síncope, porém o sintoma é muito mais freqüente nas ventricu- lares na proporção de 10:1. O mecanismo básico é a queda súbita da pres- são arterial média pela redução do débito cardíaco (equação [2]) devido à freqüência muito alta que impede o enchimento ventricular e o funcio- namento eficaz das valvas. No entanto, a ativação ventricular anômala, o refluxo das valvas atrioventriculares, a movimentação paradoxal do septo Fig. 8.2 — Traçado de Holter em portador de doença do nó sinusal com síncopes e pré- síncopes. No traçado maior observa-se uma parada sinusal maior que três segundos. 214 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA interventricular, a falta de sincronismo atrioventricular e a possível isque- mia miocárdica associada parecem ter grande significado na fisiopatolo- gia deste tipo de síncope. De um modo geral taquicardias ventriculares com freqüências > 220bpm ocasionam síncope. Já nas taquicardias supra- ventriculares não há uma relação nítida entre síncope e a freqüência da taquicardia, parecendo ser necessário uma maior interação de respostas autonômicas, à semelhança da síncope neurocardiogênica vasodepressora, para a ocorrência de síncope. Independentemente da origem, um fator co- adjuvante de grande importância na determinação da tolerância hemodi- nâmica à taquicardia é a condição miocárdica. Em qualquer circunstân- cia, a suspeita de síncope relacionada com a taquicardia deve ser exten- samente investigada pelo fato de ser um sintoma de extrema gravidade e fortemente relacionado à ocorrência de morte súbita (Fig. 8.3). As disfunções de marca-passo e desfibriladores também podem ocasi- onar síncope por taquiarritmias nas seguintes condições: competição por falha de sensibilidade induzindo fenômeno R/T ou alternância de ciclos (Fig. 8.4), favorecendo a indução de taquiarritmias; taquicardias media- das em marca-passos fisiológicos; taquicardias conduzidas dos átrios para os ventrículos por marca-passos bicamerais sincronizados pelos átrios (fi- brilação, flutter ou taquicardia atriais, interferências eletromagnéticas), fenômeno de runaway (aceleração excessiva do marca-passo por disfun- ção do circuito), etc. Além disto, nos desfibriladores, podem ocorrer sín- copes relacionadas a disfunções, como, por exemplo, se ocorrer sensibi- lidade de miopotenciais,de interferências eletromagnéticas, de ruídos por fratura de eletrodo, ou dupla sensibilidade (QRS e onda T), o sistema po- derá detectar alta freqüência e iniciar terapia de reversão por overdrive em ritmo sinusal o que, por sua vez, poderá ocasionar taquicardia e síncope. Adicionalmente, mesmo sob funcionamento normal, na tentativa de rever- ter uma taquicardia hemodinamicamente bem tolerada, o desfibrilador Fig. 8.3 — Traçado de Holter em portador de síncope ocasionada por taquicardia ventricular sustentada na fase crônica do infarto do miocárdio. Esta é a etiologia de maior incidência de morte súbita entre os portadores de síncope por arritmias. 215 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA poderá ocasionar sua aceleração e conseqüente síncope por deterioração hemodinâmica. Muitas taquicardias ventriculares se aceleram quando se tenta reverter com estimulação. Por isto, todo aparelho antitaquicardia deve possuir sistema de desfibrilação automática de back-up. Fisiopatologia da Síncope Cardíaca por Obstrução ao Fluxo Também chamadas de síncopes hemodinâmicas, são provocadas por queda no débito cardíaco em decorrência de anomalias estruturais com obstrução dos lados esquerdo ou direito do coração ou de grandes va- sos (Equação [2]) Tabela 8.1. A impossibilidade de aumento do débito cardíaco ao esforço explica sua ocorrência tipicamente durante ou logo após exercícios físicos. Entretanto, síncope de repouso não afasta a etiologia obstrutiva, mesmo porque arritmias que freqüentemente po- dem levar a síncope comumente estão presentes como parte da cardiopatia subjacente. A origem obstrutiva é pouco freqüente, respon- de por 2% a 3% das síncopes, metade destas ocasionada por estenose aórtica e um quarto por embolia pulmonar. Outras causas são raras. Na estenose aórtica severa, ocorre síncope ao esforço em 42% dos casos. A fisiopatologia é multifatorial e inclui baixo débito cardíaco ao esforço e vasodilatação muscular com hipotensão subseqüente. A alta pressão intraventricular, no entanto, provoca estimulação dos barorreceptores com hipotensão reflexa por bradicardia e vasodilatação periférica, à semelhança da síncope neurocardiogênica. Além disso, isquemia miocárdica, bloqueio AV transitório e taquiarritmias atriais e/ou ventriculares podem contribuir para a síncope em alguns casos. Na cardiomiopatia hipertrófica, as síncopes são mais freqüentes por arritmias do que por obstrução. Na hipertensão pulmonar ocorre sínco- pe relacionada a esforço em 30% dos casos, devido à obstrução ao flu- xo associada à baixa resistência periférica pelo exercício, analogamen- te ao que ocorre na síncope da estenose pulmonar. Cardiopatias congê- nitas (tetralogia de Fallot, CIA, CIV, PCA) podem apresentar síncope de Fig. 8.4 — Traçado de monitor em portador de síncopes ocasionadas por taquicardia ventricular induzidas por disfunção de marca-passo (competição por falha de sensibilidade). 216 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA esforço ou durante choro por inversão do shunt com súbita queda da sa- turação arterial de oxigênio. Tumores primários do coração são raros. O mixoma atrial é o tumor cardíaco primário mais freqüentemente en- contrado. Pode ocasionar obstrução mitral ou tricúspide. Muitas vezes, o comportamento pendular da obstrução pode ocasionar síncope, dispnéia e sopros cardíacos que dependem da posição corporal. A estenose mitral ra- ramente ocasiona síncope por si só. Esta pode ser devida a estenose severa, a fibrilação atrial com rápida resposta ventricular, a hipertensão pulmonar ou a embolia cerebral. Na falência de bomba, no tamponamento cardíaco e na dissecção aórtica ocorrem condições equivalentes às síncopes por obstrução ao fluxo e/ou hipovolemia. SÍNCOPE NÃO-CARDÍACA Nestas não há patologia cardíaca associada, entretanto o coração pode participar como órgão efetuador de reflexos autonômicos. Fisiopatologia das Síncopes Neuromediadas Nestas ocorre bradicardia e vasodilatação reflexas mediadas pelo sistema nervoso autônomo. Os exemplos mais típicos são a síncope neurocardiogênica e síndrome do seio carotídeo; entretanto, existem causas menos freqüentes, tais como: síncope da deglutição, síncope da tosse, síncope do espirro, síncope da micção, síncope da defecação, neuralgia do glossofaríngeo, síncope por estimulação de vias aéreas, síncope do mergulho, síncope de altitude, etc. Apesar de, em cada uma destas condições ser distinto o estímulo deflagrador, ao nível dos cen- tros, das vias eferentes e dos efetuadores, a fisiopatologia é a mesma. Em todas ocorre intensa inibição reflexa do centro vasomotor (Fig. B) que ocasiona resposta vagal acentuada (bradicardia/assistolia) e/ou intensa inibição do tônus simpático vasomotor (vasodilatação). Os dois elementos da Equação [2] (débito cardíaco e resistência perifé- rica) são subitamente comprometidos, ocasionando queda abrupta da pressão arterial média, reduzindo o fluxo sangüíneo cerebral e ocasi- onando a síncope. Síncope Neurocardiogênica É a causa mais freqüente de síncope em pessoas jovens, aparentemen- te normais. Ocorre bradicardia, assistolia e/ou vasodilatação severas, em decorrência de vários estímulos tais como, dor, emoções, estresse, para- da súbita de esforço físico, sangramento, permanência em posição ortos- 217 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA tática, ação de beta-agonistas, etc. Trata-se de um reflexo mediado pelo sistema nervoso autônomo que parece ter sido muito importante na evo- lução dos animais superiores, para preservar a vida em situações extre- mas de ataque e defesa. Sua fisiopatologia ainda não está totalmente en- tendida. Aparentemente, o estímulo inicial está relacionado a uma redu- ção do retorno venoso, a fortes emoções ou mesmo a uma isquemia mio- cárdica. Numa primeira etapa,a queda da pressão arterial média é com- pensada pela resposta simpática. O aumento do inotropismo resultante com reduzido volume sistólico permite a estimulação dos mecanorre- ceptores do ventrículo esquerdo (reflexo de Bezold-Jarisch, — ver capi- tulo). Estes, iniciam uma reação vagal e uma inibição simpática. O re- sultado é bradicardia e/ou bloqueio AV (Fig. 8.5) e vasodilatação, ou seja, os três elementos da Equação [3] são subitamente prejudicados: bradicardia reduzindo a freqüência cardíaca, redução do retorno venoso diminuindo o volume sistólico e finalmente a vasodilatação ocasionando queda da resistência periférica. Aparentemente, a perda dos sentidos e do tônus postural e, conseqüentemente, queda ao solo, é uma forma dramá- tica, porém eficiente para aumentar o retorno venoso e recuperar a nor- malidade hemodinâmica. Fig. 8.5 — Traçado de Holter em portador de síncope neurocardiogênica maligna recorrente. Ocorre bloqueio atrioventricular total com assistolia inicial de 5,5 segundos. A seguir, verifica-se outro episódio de assistolia de 26 segundos. No final do traçado central e início do traçado inferior, observa-se interferência na linha de base induzida por massagem cardíaca externa. 218 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA Síndrome do Seio Carotídeo Trata-se de causa reflexa de síncope comum em pessoas idosas. Sua fi- siopatologia está relacionada ao endurecimento esclerodegenerativo de grandes artérias que contêm pressorreceptores. A manifestação mais típica ocorre no nível dos seios carotídeos. O estímulo para o reflexo é a com- pressão e/ou o estiramento dessas artérias, que podem ocorrer por movi- mentos da cabeça e pescoço ou por compressão direta. Nestes casos, como os pressorreceptores são hipersensíveis pelo envolvimento na esclerose da parede do vaso, ocorre, freqüentemente, resposta intensa e desproporcio- nal, com acentuada inibição do centro vasomotor. Da mesma forma que na condição anterior, a síncope ocorre por hipotensão súbita por bradi- cardia ou assistolia com graus variados de vasodilatação. Hipotensão OrtostáticaA posição ortostática promove significativo seqüestro de sangue para os membros inferiores e a circulação esplâncnica. Estima-se que 500 a 900ml de sangue são represados abaixo do coração num adulto normal, nos primeiros segundos subseqüentes ao assumir a posição ortostática. A redução do retorno venoso resultante reduz a pressão arterial média di- minuindo o estiramento dos pressorreceptores. O resultado é uma libera- ção do centro vasomotor (menor inibição), com aumento do tônus simpá- tico e redução do tônus vagal produzindo vasoconstrição (aumento da re- sistência periférica) e aumento da freqüência cardíaca (aumento do débito cardíaco), ocasionando aumento da pressão arterial (Equação [3]). Obtém- se desta forma a manutenção da pressão arterial às custas de aumento do tônus simpático, e como este não tem efeito sobre a microcirculação cere- bral, mantém-se praticamente constante o fluxo sangüíneo cerebral (Equa- ção [3]). Caso exista falha de algum dos elementos deste arco reflexo e/ou hipovolemia, ocorre hipotensão postural. Os sintomas são muito variados, porém podem surgir cefaléia, sensação de cabeça vazia, tonturas, alterações visuais, sensação de fraqueza intensa e síncope. Tais sintomas tendem a ser piores no período da manhã ou após exercícios e refeições. As causas mais freqüentes de hipotensão ortostática são a hipovole- mia e efeitos indesejáveis de drogas (álcool, tranqüilizantes, antidepres- sivos, diuréticos, betabloqueadores, anti-hipertensivos, nitratos, vasodi- latadores, antiarrítmicos) ou ainda por idiossincrasia ou alergia. Nos idosos, esta condição é particularmente freqüente e delicada, pelo uso de drogas, por depleção de volume, pela redução da sensibilidade dos pressorreceptores, pela perda excessiva de sódio pelos rins, por freqüen- te associação com doença de Addison senil, por funcionamento inadequa- 219 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA do do mecanismo da sede e pela neuropatia degenerativa autonômica co- mumente associada. O paciente idoso tem um risco maior de síncope que o jovem porque seu fluxo sangüíneo cerebral é menor. Aos 70 anos de idade, existe redu- ção de pelo menos 25% do fluxo sangüíneo cerebral em decorrência da perda de elasticidade do leito vascular. Além disto, os neuro-reflexos cir- culatórios, tais como o pressorreceptor ou barorreflexo, são mais lentos e menos confiáveis nos idosos, tornando o paciente susceptível à síncope em decorrência das mais variadas alterações circulatórias sistêmicas. Con- dições associadas, tais como hipertensão arterial, diabetes, polineuropa- tias, vasculopatias, insuficiência cardíaca, insuficiência venosa, aumento da pressão venosa central, uso de diuréticos, vasodilatadores, hipotenso- res, etc. aumentam a susceptibilidade. Hipotensão Ortostática Primária Se deve à disfunção primária do sistema nervoso autonômico. Os prin- cipais exemplos são (a) disautonomia pura (síndrome de Bradbury- Eggleston), que, além da hipotensão ortostática, apresenta impotência e anidrose, e (b) disautonomia com atrofia de múltiplos sistemas (síndro- me de Shy-Drager), na qual, além da disfunção autonômica generalizada, ocorre envolvimento dos tratos corticoespinhal, extrapiramidal e cerebe- lar, (assemelhando-se à síndrome de Parkinson). As causas de hipotensão ortostática são numerosas e heterogêneas (Ta- bela 8.2). Fisiopatologia das Causas Neurológicas de Síncope Doença Cerebrovascular A síncope, apesar de rara nesta condição (6% dos casos), pode ser pro- vocada por acidentes isquêmicos devidos a patologias dos vasos cerebrais (aterosclerótica, inflamatória, degenerativa, embólica, espondilite cervi- cal, doença de Takayasu, etc.). Comumente existe envolvimento do siste- ma vertebrobasilar, demonstrando que o mecanismo principal é a obstru- ção da irrigação das áreas responsáveis pelo equilíbrio e tônus postural. Não obstante, pode ocorrer isquemia em área distante, vasodilatação rea- tiva e “roubo intracerebral” com prejuízo da circulação das regiões envol- vidas com tônus motor. Analogamente, pode ocorrer o “roubo extracere- bral” (síndrome do roubo da subclávia), causa rara de síncope, relacionada a esforço físico do braço esquerdo, em decorrência de obstrução da arté- ria subclávia esquerda antes da origem da artéria vertebral. Esta passa a 220 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA ser irrigada por inversão do fluxo da artéria vertebral esquerda com pre- juízo do sistema vértebro-basilar do mesmo lado. Enxaqueca O espasmo da artéria basilar pode levar à enxaqueca severa e à sínco- pe, por isquemia vertebrobasilar ou por reação vaso-vagal em decorrên- cia da dor. É mais comum na infância e na adolescência. Tabela 8.2 Principais Causas de Hipotensıo OrtostÛtica com Exemplos Mais Comuns PrimÛria Atrofia de mltiplos sistemas Sˇndrome de Shy-Drager Disfun˘ıo autonÞmica pura Sˇndrome de Bradbury-Eggleston SecundÛria Distrbios gerais Diabetes, amiloidose, alcoolismo, hipovolemia Auto-imune Guillain-Barr˚, colagenoses, tabes dorsalis Neuropatia carcinomatosa Metabðlica Hipovitamin. B 12, porfiria, D. de Fabry e Tangier Neuropatias hereditÛrias Infec˘þes do SNC Chagas, Sˇfilis, HIV, botulismo, Herpes Zoster Lesþes do SNC Tumores, vasculares, esclerose mltipla Lesþes da medula espinhal Siringomielia, tumores, mielite transversa Disautonomia familiar Hiperbradicininismo familiar Insufici¸ncia renal Defic. fator de cresc. Neuronal Defic. de Dopamina β-hidroxilase Senilidade Drogas Neurotðxicas, alcoolismo Tranq•ilizantes Fenotiazinas, barbitricos Antidepressivos Tricˇclicos, inibidores da MAO Vasodilatadores Bloqueadores de cÛlcio, hidralazina, prazosin Hipotensores centrais Clonidina, metildopa Bloq. Adren˚rgicos neuronais Guanetidina Bloq. Alfa adren˚rgicos Fenoxibenzamina, labetalol Bloq. Ganglionares Hexamethonium, mecamylamine Bloq. EnzimÛticos Captopril, enalapril, lisinopril 221 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA Disritmia Cerebral Neste capítulo a epilepsia não foi incluída nas causas de síncope. Al- gumas diferenças clínicas ajudam no diagnóstico de disritmia cerebral: (a) episódios que ocorrem em decúbito, (b) convulsões que começam antes da perda de consciência, (c) paciente ruborizado ou cianótico em vez de pálido e diaforético. Existe no entanto a epilepsia autonômica, que pode ocasionar síncope relacionada a crises hipertensivas. Fisiopatologia da Síncope de Origem Psiquiátrica Trata-se de uma condição difícil de ser avaliada. No entanto, pode ser suspeitada em pacientes poliqueixosos com síncopes de origem indeter- minada, nos quais a origem psiquiátrica é identificada em até 25% dos casos. A fisiopatologia não está totalmente definida. Alguns mecanismos foram identificados: 1. estresse, pânico e ansiedade podem, comprovada- mente, ocasionar hiperventilação, hipocapnia, vasoconstrição cerebral e síncope; 2. alguns casos se devem a síncopes autonômicas neuromediadas deflagradas por fobias psicogênicas em decorrência do distúrbio psiqui- átrico; 3. pânico e estresse podem agravar cardiopatias ocasionando taqui- arritmias severas com síncope, infarto do miocárdio e morte súbita; 4. es- tados conversivos, que podem ocasionar síncope sem nenhuma manifes- tação hemodinâmica, e 5. abuso de drogas. SÍNCOPE METABÓLICA Existem muitas condições que, mesmo sem modificar o fluxo sangüí- neo cerebral, mas, alterando a constituição bioquímica sangüínea, podem levar a estados progressivos de torpor e perda da consciência. Entretan- to, raramente apresentam uma manifestação clínica súbita caracterizan- do a síncope. Diabéticos em uso crônico de insulina podem, eventualmen- te, desenvolver hipoglicemia severa. Geralmente estes pacientes toleram níveis muito baixos de glicose sem sintomas significativos; entretanto quando o teor é muito baixo, pode ocorrer um quadro sincopal. INCIDÊNCIA DAS ETIOLOGIAS DESÍNCOPE As diversas etiologias de síncope têm-se modificado nos últimos anos devido à evolução dos métodos diagnósticos. Atualmente, a causa mais freqüente é a síncope neurocardiogênica (Tabela 8.3). O aumento de sua incidência ocorreu principalmente com uma redução significativa das sín- copes de origem desconhecida pelo advento do tilt-test. 222 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Engel GL. Psychologic stress, vasodepressor syncope, and sudden death. Ann Intern Med 89:403-412, 1978. 2. Day SC, Cook EF, Funkenstein H et al. Evaluation and outcome of emergency room patients with transient loss of consciousness. Am J Med 73:15, 1982. 3. Driscoll DJ, Jacobsen SJ, Porter CJ, et al. 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Syndrome der Kardiologie und ihre Schöpfer. Medikon, München, 1989. Tabela 8.3 Estimativa da Incid¸ncia das Diversas Etiologias de Sˇncope Causa Incidência (%) Neuromediadas Neurocardiog¸nicas 42 Sˇndrome do seio carotˇdeo 1 Outras 5 Hipotensıo ortostÛtica 8 Medicamentos 3 PsiquiÛtricas 2 Neurolðgicas 10 Cardˇacas Nıo-obstrutivas (arritmias) 14 Obstrutivas 4 Causa desconhecida 11 223 © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU LTDA 11. Lüderitz B. History of the Disorders of Cardiac Rhythm. Futura Publishing, NY, 2ª edição, páginas 33-34, 1998. 12. Kestner CW. Medicinisches Gelehrten-Lexicon. Olms, Hildesheim/New York, 1971. 13. Sasaki S, Shimotori M, Akahane K, et al. Long term follow-up of patients with sick sinus syndrome: A comparision of clinical aspects among unpaced, ven- tricular inhibited paced, and physiologically paced groups. Pacing Clin Electrophysiol 11:1575-1583, 1988. 14. Hamer AWF, Rubin AS, Peter T, et al. 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