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OPIÓIDES OPIÓIDES Mecanismo de ação: Receptores, mu (µ), Kappa (k), Delta (δ), Sigma (σ). Os opióides promovem a abertura de canais de potássio e inibem canais de cálcio. Causa uma diminuição da excitabilidade da membrana e diminuição da liberação de neurotransmissores. Porém os opióides aumentam a atividade de algumas vias neuronais (disparo de interneurônios inibitórios). E possui efeitos sobre a via nociceptiva em nível espinhal, inibindo a transmissão de impulsos nociceptivos através do corno posterior e suprime reflexos nociceptivosespinhais. OPIÓIDES Tipos de ação: Agonistas (agonista de todos os receptores): morfina, metadona, meperidina, tramadol, codeína, fentanil, remifentanil Agonistas parciais (pode ser agonista parcialmente de um receptor): buprenorfina Agonistas - antagonistas (em alguns receptores de opióide vão ser agonistas e em outros vão ser antagonistas): butorfanol e nalbufina Antagonistas (reverter todos os efeitos dos opióides): naloxona RECEPTORES -Receptor mu analgesia, sedação, euforia, depressão respiratória e dependencia -Receptor kappa analgesia e sedação -Receptor sigma atividade psicomimética, alucinação, estimulação vasomotora e respiratória -Receptor delta efeitos pouco conhecidos EFEITOS PRINCIPAIS -Analgesia - eficaz em dor aguda e crônica. Reduz o componente afetivo da dor, ação supraespinhal ao nível do sistema límbico -Euforia: Causa sensação intensa de contentamento e bem-estar (geralmente observado em equinos e felinos) -Depressão respiratória: Mediada pelos receptores mi e o efeito depressor está associado com uma diminuição na sensibilidade no centro respiratório bulbar a CO2 -Náusea e vômito: ocorrem até 40% dos pacientes, quando fazem o uso da morfina pela 1ª vez EFEITOS PRINCIPAIS -Constrição pupilar: Estimulação do núleo oculomotor mediada pelos receptores mu e kappa -Efeitos viscerais: Diminuição da motilidade, espasmo de esfíncter (animais não conseguem urinar) e náusea/vômito -Metabolismo: O metabolismo hepático é o principal modo de inativação, geralmente conjugado com o ácido glicurônico. Então são eliminados pela urina e pelo intestino (excreção biliar) onde a morfina é reabsorvida. Agonistas (mu) µ totais: Exemplos: morfina, metadona, meperidina (petidina), fentanil, oximorfona e hidromofona -Efeitos: Analgesia potente Sem efeito teto, então conforme o aumento da dose tem-se aumento do efeito -Sistema cardiovascular: causam pequena alteração na contratilidade/débito cardíaco, bradicardia e redução da pressão arterial -Sistema respiratório: causam depressão respiratória e inibição da tosse Agonistas (mu) µ totais: -Sistema urinário: retenção urinária (por espasmo do esfíncter) obs: recomendado sondar pacientes que receberam algum µ total. -Sistema gastrointestinal: aumento do tônus dos esfíncteres (tem-se defecação inicial) e inibição da motilidade propulsiva. Tem-se vômito também. Morfina Características Causa depressão do centro respiratório medular Pequeno efeito cardiovascular Liberação de histamina com vasodilatação periférica quando adminstrada rapidamente pela via endovenosa (evitar usar em mastocitoma) Estimula o centro do vômito Causa defecação Duração entre 2 a 4 horas e até 16 horas (epidural) Dose: cães 0,1-1,0 mg/kg SC, IM, IV LENTO Gatos: 0,1-0,3 mg/kg SC, IM ou IV Metadona Caracteristicas - Estimula FR - Observa-se perda de controle postural em cães -Duração entre 2 a 4 horas -Salivação e defecação -Disforia -Possui os mesmos efeitos da morfina, exceto o vômito Dose: 0,5 mg/kg IM Meperidina (petidina) Características -Duração de 1 hora -Efeito espasmódico -Normalmente não produz vômito e defecação -Pode causar liberação de histamina quando administrada pela via IV - evita usar em mastocitoma (neoplasia de mastócitos onde a histamina irá estar). -Não produz boa analgesia mas tem-se bom efeito sedativo -Dose Cães: 5-10mg/kg IM Gatos: 2-5 mg/kg IM Tramadol Características -Análogo sintetico da codeina -Mecanismo de ação: misto (opioide e não opióide). -Possui alta seletividade por receptores mi, porém baixa afinidade e também age inibindo a recaptação de noradrenalina e serotonina -Metabolismo hepático -Um dos poucos opiódes que não interferem na pupila (causa pouca miose), sendo muito utilizado em procedimentos oftálmicos Dose Cães: 4- 8 mg/kg IV, SC ou IM 6-8 mg/kg VO Gatos: 2-4 mg/kg IV, SC ou IM 6-10 mg/kg VO -> Não utilizar tramadol quando se há administração prévia de ondansetrona (bloqueio de receptores de serotonina) Fentanil Características -Não é comumente usado em MPA -Utilização: neuroleptoanalgesia, analgesia tran-operatória e analgesia pós operatória -250x mais potente que a morfina -Duração entre 20 e 30 min e leva cerca de 1 minuto para exercer seu efeito -Causa depressão respiratória (dose-dependente) severa por isso deve ser usada no centro cirurgico, pois o animal pode entrar em apnéia -Reduz drasticamente a concentração alveolar minima- CAM, (concentraçao de vapor nos pulmões que é necessária para prevenir o movimento em resposta ao estimulo cirurgico -Pequeno efeito na contratilidade do miocardio e bradicardia (facilmente reversivel com a atropina) -Salivação e defecação -Dose: MPA 5-10 ug/kg IV ou IM ---------->(0,1 ml/kg) Agonistas mu parciais -Ex: buprenorfina -Efeitos -Analgesia menos profunda do que agonistas mu totais -Possui efeito teto (o aumento da dose não aumenta a analgesia) -Desloca agonistas mu totais dos receptores e reduz a analgesia -Possui um periodo de latência longo (muito tempo pra começar o efeito) -Alta afinidade pelo receptor causando uma longa duração (entre 6-8horas) Buprenorfina Caracteristicas -33x mais potente que a morfina -longo periodo de latência (cerca de 30 min) -causa depressão cardio-respiratória insignificante Dose: 5-10 ug/kg IV ou IM ->pode-se aplicar via transmucosa (abaixo da língua) Agonista kappa e antagonistas mu -Ex: butorfanol -Efeitos: menos efeitos colaterais (disforia depressão respiratória) -Analgesia menos intensa (ação nos receptores kappa) Butorfanol Características -5x mais potente que a morfina -Duração entre 1 e 2 horas -Discreta alteração cardiovascular -Reduz a CAM, dos anestesicos inalatórios -Pequeno efeito sobre a respiração e motilidade intestinal -Reverte o efeito sedativo e respiratório de agonistas mu puros, resultando em analgesia residual -Dose cães: 0,2 - 0,4 mg/kg IV, IM, ou SC Antagonistas Esses fármacos tem afinidade alta pelos receptores opioides e deslocam os agonistas dos sitios receptores opioides mi e kappa. Após o deslocamento o antagonista puro ocupa os receptores opioides mas não mostram atividade intrinseca ou seja não os ativam. Devem ser reservados para situações de emergência por superdose ou depressão respiratória profunda Exemplo: naloxona Naloxona Características Esse opióide pode reverter todos os efeitos dos opióides agonistas, aumentando o estado de alerta e a movimentação e eleva potencialmente a percepção da dor. Os efeitos da naloxona nas doses recomendadas são bem mais curtos do que a maioria dos opioides agonistas, durando entre 30-60 min. Em concequência os animais precisam ser monitorados com cautela em razão do risco de renarcotização apos o uso da naloxona. As vezes agitação ou excitação pode ser observada depois da reverção com a naloxona Contrações ventriculares prematuras (por conta das catecolaminas) podem ocorrer Dose: Cães/ gatos 0,002-0,02 IV PLANOS ANESTÉSICOS -Critérios indicados por Guedel - Não é válido para anestesia dissociativa e neuroleptoanalgesia – não há narcose - Anestesia dissociativa – “desligamento”, catatonia, catalepsia e amnésia Fatores a considerar: 1- Espécie animal – Ex: o reflexo palpebral desaparece no cão no 2º plano do estágio III e no gato ocorre no 3º a 4º plano (choque bulbar). O reflexo lariongotraqueal no felino desaparece tardiamente dificultando a intubação; o reflexo pupilar (midríase ou miose) e conformação da pupilavariam (concêntrica: homem, suíno, coelho, rato, cão; transversal: felinos e longitudinal nos eqüinos e ruminantes. 2- Fármacos: planos mais bem individualizados nos anestésicos voláteis PLANOS ANESTÉSICOS 3- Suscetibilidade ao fármaco – sensibilidade ao halotano pelos suínos (Landrace e Pietrain) causando morte por hipertermia maligna 4- Estado do paciente: debilitados e desnutridos atinge planos profundos rapidamente, obesos deve-se administrar o anestésico mais lentamente; jovens e idosos atingem planos profundos com doses menores; 5- Tipo de intervenção cirúrgica: 6- CAM PRINCIPAIS REFLEXOS AVALIADOS Pequenos animais: 1- Oculopalpebrais (palpebral, corneano pupilar) – variam indicando o plano anestésico; considerar alterações que alguns fármacos provocam (atropina causa midríase; barbitúricos causam miose puntiforme) 2- Interdigital: indica início do plano cirúrgico começando a desaparecer no 2º plano do estágio III. É feito pressionando a membrana interdigital com as unhas. 3- Laringotraqueal: importante para intubar 4- Cardíaco: avaliar freqüência e tipo de batimento. Barbitúrico causa bloqueio vagal – taquicardia; Em geral os anestésicos causam depressão do centro vasomotor – redução da contratilidade cardíaca ou até bradicardia PRINCIPAIS REFLEXOS AVALIADOS 5- Respiratório: Quantidade e qualidade dos movimentos respiratórios. Início – excitação com respiração arrítmica, dessincronizada e entrecortada; Planos + profundos aumenta a amplitude e baixa a FR tornando-se toracoabdominal; em seguida, bloqueia mus intercostais tornando-se abdominocostal (2ºp/3º planos) p/ em seguida tornar-se + abdominocostal (2º p/ 3º planos) podendo evoluir p/ abdominal superficial (4º plano) e diafragmática a agônica (lariongotraqueal). A parada respiratória antecede a parada cardíaca por overdose anestésica, a menos que haja síncope cardíaca reflexa (parada cardíaca e respiratória simultâneas). PRINCIPAIS REFLEXOS AVALIADOS Grandes animais: 1- Oculopalpebral – o palpebral é semelhante em todas as especies; o pupilar varia em eqüinos, bovinos e peq. Ruminantes pois neles a presença de miose (longitudinal) é indicativo de plano profundo (3º plano) sendo que nos eqüinos nota-se nistagmo indicando 1º p/ 2º plano. 2- Digitais : não verificado nos eqüinos (unidáctilo) 3- Laringotraqueal: semelhante aos peq animais 4- Cardíacos: semelhante aos peq animais PRINCIPAIS REFLEXOS AVALIADOS 5- Respiratórios: nos bovinos a resp é abdominocostal e nos eqüinos é costoabdominal. Nos bovinos durante cirurgias demoradas ocorre dilatação dos compartimentos gástricos por gases que pressionam o difragma dificultando ainda mais a respiração costal, mascarando o reflexo respiratório. Deve-se introduzir sonda gástrica para obs a tênue respiração costal 6- Anal: em eqüinos desaparece do 3º p/ o 4º plano, o que não é conveniente CARACTERÍSTICAS DOS ESTÁGIOS ANESTÉSICOS Guedel (1951) estabeleceu quatro estágios definidos em algarismos romanos e dividiu o estágio III em quatro planos representados em algarismos arábicos: Estagio I – Analgesia e perda da consciência Estágio II – Fase de excitação ou delírio Estágio III – Anestesia Cirúrgica 1º Plano 2º Plano-planos cirurgicos 3º Plano 4º Plano – depressão bulbar Estágio IV – Choque bulbar e morte Estagio I – Analgesia e perda da consciência - Início da administração do fármaco até a perda da consciência - Início da analgesia - Comportamento diferente frente ao anestésico empregado - Libera adrenalina ocorrendo taquicardia e midríase - Desorientação, excitação, respiração irregular Estágio II – Fase de excitação ou delírio -Incoordenação, hiper-reflexia desagradáveis p/ paciente e p/ o profissional - incoordenação motora, hiperalgesia - tosse, vômito, defecação por hiper-reflexia - dilatação pupilar - taquipnéia com hiperventilação e respiração arrítmica - reação anormal aos estímulos externos (sonoros, luminosos e táteis) - Ruminantes e felinos – salivação - Bloqueio vagal quando aplica barbitúrico rapidamente - Estágio evitado com uso de MPA Estágio III – Anestesia Cirúrgica 1º Plano – início do plano cirúrgico: - respiração rítmica, costoabdominal de baixa FR e alta amplitude - miose responsiva - início projeção da 3ª pálpebra no cão - Presença de reflexo interdigital e laringotraqueal discretos - Presença de reflexos oculares em todas as especies - Salivação profusa e discreta com uso dos halogenados e fenotiazínicos como MPA - Pode ocorrer vômito - Felinos apresentam gemidos - reduz tônus muscular - Nistagmo em eqüinos Estágio III – Anestesia Cirúrgica 2º Plano - Centralização do globo ocular, c/ miose (puntiforme se usado barbitúrico) - Midríase se pré-tratado com atropina - Respiração abdominocostal, porém profunda e rítmica com redução do volume corrente e da FR - Acidemia e elevação discreta da PaCO2 - reduz a PA e os batimentos cardiacos com a maioria dos anestésicos; elevação discreta com o éter Estágio III – Anestesia Cirúrgica 2º Plano - Estímulo doloroso – discreta liberação de catecolaminas - Ausência de refelexo interdigital e às vezes palpebral - Miose puntiforme ou início de midríase - reduz tônus muscular e ausência de secreções → é o plano + adequado para manter o animal, pq os parâmetros estão estáveis os reflexos ausentes. (mais facil de reverter) → sinais que o animal está aprofundando da anestesia é a redução da FC, FR e amplitude resp. Atenção se apofundar muito o animal entra em obito Estágio III – Anestesia Cirúrgica 3º Plano - Respiração superficial abdominocostal - Inspiração curta - Volume corrente e FR reduzidos - Silêncio abdominal - Início de midríase c/ reflexo bem reduzido - Reflexos interdigital, palpebral e corneano ausentes - Ausência de secreções de mucosas - Secura da boca (xerostomia) - Córnea seca e pupila em posição central - Miose em felinos - Plano requerido em cirurgias nas quais exploram cavidades torácicas e abdominais que requerem maior relaxamento Estágio III – Anestesia Cirúrgica 4º Plano - Respiração apenas diafragmática, taquipnéica superficial - Paralisia da musculatura intercostal e abdominal - Volume corrente reduzido - Ventilação alveolar baixa - Acidose respiratória acentuada - PaCO2 alta, mesmo com PaO2 alta em caso de administração de O2 a 100% - Midríase acentuada não responsiva - Córnea seca - Início de apnéia e cianose por hipoventilação - Gatos com miose cuidado, pois é difícil a recuperação Estágio IV - Estágio crítico – parada respiratória e cardíaca que se não socorrida em seundos levará a morte - Midríase não responsiva acompanhada de hipotermia e respiração laringotraqueal e agônica, levando ao choque bulbar - Esse conjunto de sintomas durante 3 a 4 minutos ocorre anóxia cerebral na eletroencefalografia. É irreversível e acusa morte clínica. → importante monitorar sempre! ANESTESIA GERAL Anestesicos injetáveis: Os anestésicos injetáveis produzem sedação e anestesia confiáveis em animais. Frequentemente, esses agentes são administrados por via intravenosa para induzir um estado de inconsciência apropriado para intubação e aplicação de um anestésico inalatório. Entretanto, quando administrados por infusão de velocidade constante, bolus intermitente ou por via intramuscular, os anestésicos injetáveis também podem ser usados para manter a anestesia por curtos períodos de tempo. Anestesicos injetáveis Um anestésico injetável, para ser ideal, deve ser hidrossolúvel, ter um prazo longo de validade e permanecer estável quando exposto ao calor e à luz. Apenas um pequeno volume do fármaco deve ser necessário para produzir anestesia, e esses agentes devem ter uma grande margem de segurança. Seu período hábil anestésico deve ser curto, sem efeitos cumulativos, e deve ser prontamente metabolizadoa metabólitos atóxicos e/ou excretados do corpo. A sua meia-vida deve ser bem caracterizada, assim como seus limites residuais máximos, de modo que se possa estabelecer um intervalo de segurança para abate nos animais destinados a consumo humano. Anestesicos injetáveis Um anestésico injetável ideal também deve produzir analgesia adequada para o procedimento, bem como certo grau de relaxamento muscular. Talvez o mais importante é que o anestésico injetável ideal não produza alterações imprevisíveis e potencialmente fatais na função cardiovascular e respiratória. Só que ainda não foi produzido um anestésico injetável que reúna todas essas características. → Quando se seleciona um anestésico injetável, o médico deve considerar a sua farmacocinética e farmacodinâmica, bem como o estado físico do paciente, a fim de escolher o agente e a dose mais apropriados para o paciente em particular. ANESTESICOS INJETÁVEIS DROGAS DE INDUÇÃO Entende-se por indução anestésica o momento que se segue à pré-medicação. É o passo prévio à manutenção anestésica e caracteriza-se pela administração de fármacos que produzem inconsciência e abolição dos reflexos no animal. Barbituricos - Tiopental, pentobarbital Composto imidazolico - etomidato Alqui-fenois – Propofol Dissociativos - derivados da feniciclina - quetamina e tiletamina BARBITÚRICOS Tiopental Os tiobarbitúricos são os agentes anestésicos de indução mais baratos existentes no mercado, não requerem equipamento especializado para a sua administração e produzem efeitos hipnóticos de forma rápida e previsível. Estas características podem ser úteis em animais com grave patologia respiratória nos quais é desejável um rápido controle das vias aéreas para administrar oxigénio. Outras vantagens como uma recuperação rápida de uma dose de indução e ótimas propriedades anticonvulsivas, tornam estas drogas, os anestésicos de eleição para animais epilépticos ou que vão ser submetidos a procedimentos capazes de originar convulsões Tiopental A recuperação de uma dose de indução com tiobarbitúricos ocorre de uma forma rápida devido à redistribuição da droga pelo organismo. A recuperação torna-se extremamente prolongada em animais aos quais foram administradas várias doses, visto a recuperação ocorrer por metabolização hepática e ser bastante lenta. O tiopental sódico produz depressão da função cerebral e diminuição do consumo de O2 pelo cérebro, o que diminui a pressão intracraniana. Produz também diminuição da pressão intra-ocular. Pode deprimir a contratilidade do miocárdio e causar vasodilatação provocando uma diminuição do débito cardíaco. No início da sua administração intravenosa provoca uma taquicardia reflexa o que leva ao aumento do consumo de oxigênio. Tiopental Como contra-indicações está a sua administração a Sighthounds (Greyhounds, Whippets, Borzoi, Afghans e Salukis) os quais apresentam recuperações notavelmente prolongadas (duas a quatro vezes superiores a outras raças). A sua administração está também contra-indicada em animais hemodinamicamente instáveis ( ICC, derrame pericárdico, cardiomiopatia dilatada, bloqueios cardíacos) nos quais a margem de segurança é estreita. Evitar também o seu uso em animais com arritmias ventriculares preexistentes porque a sua administração está associada a disrritmias (contrações ventriculares prematuras) e também porque diminuem a dose necessária de epinefrina para induzir arritmias ventriculares (induzida por outros fármacos como a xilazina e o halotano ). Tiopental Em animais saudáveis a maioria das vezes as arritmias são inconsequentes e desaparecem logo após a indução (a pré medicação com acepromazina ajuda a preveni-las). É bom salientar, que os efeitos secundários são dose-dependentes, por isso pequenas doses podem ser bem toleradas por muitos animais, inclusive aqueles com problemas cardíacos (do tipo insuficiência valvular mitral/tricúspide compensadas). → Evitar o uso de tiopental em animais que vão ser sujeitos a esplenectomia visto este originar um acúmulo de eritrócitos no baço, o que pode dificultar a remoção deste e aumentar as perdas em sangue. Tiopental A administração de tiopental está também associada a depressão respiratória e apneia que tende a ocorrer se a droga for administrada de forma rápida por via intavenosa. A sua administração fora da veia é bastante irritante para os tecidos por se tratar de uma solução de pH extremamente alcalino, originando extensa necrose tissular. Normalmente apresentam-se sob a forma de pó e, uma vez preparada, a solução é estável à temperatura ambiente por duas semanas. Pentobarbital Suas ações farmacológicas básicas são hipnóticas e anestésicas, tendo sido usado por muito tempo antes das drogas específicas para MPA. As alterações farmacodinâmicas que o pentobarbital causa são semelhantes às ações dos demais barbitúricos já descritas anteriormente. Por ser um fármaco de duração moderada, seus efeitos anestésicos são de 60 a 120 minutos, porém o período de recuperação, é tardio. O que se tem observado na recuperação anestésica é que animais que não receberam MPA apresentam um despertar intranqüilo, com pedalar constante, tremores acentuados, às vezes ganidos e excitação com movimentos bruscos de cabeça, quadro este que permanece quando aplicada uma dose única por quatro a seis horas. Já em animais com MPA, esse quadro é bem mais suave, persistindo, entretanto, os tremores discretos, e o tempo de recuperação é reduzido para uma a três horas. Pentobarbital O emprego do pentobarbital sódico, tem-se limitado apenas a pequenos animais e, mesmo assim, de preferência naqueles para fins experimentais, pois, com o advento dos tiobarbituricos e anestésicos voláteis, ele começou a cair em desuso na rotina hospitalar. Em eqüinos, bovinos e suínos o pentobarbital é totalmente excluído, face à recuperação anestésica. É desaconselhável por acidentes causados pela violenta excitação do despertar, acrescido do grande volume a ser injetado. ETOMIDATO O etomidato é um agente anestésico hipnótico que causa mínima depressão dos sistemas cardiovascular e respiratório. É sujeito a rápida hidrólise hepática o que se traduz numa rápida recuperação e sem efeitos cumulativos mesmo quando utilizadas doses repetidas ou em infusão contínua. As taxas de metabolização/eliminação em animais com cirrose são iguais às de animais com função hepática normal Possui uma larga margem de segurança com um índice terapêutico o que significa que a dose letal é dezesseis vezes superior à dose anestesica O etomidato em doses anestésicas (3 mg/kg IV) não altera a frequência cardíaca, pressão arterial, performance do miocárdio nem o consumo de O2 pela musculatura cardíaca. Produz ligeiras alterações na frequência respiratória Por todas estas razões, é o agente ideal para todos os tipos de anestesias (curtas e longas). Outras vantagens do etomidato incluem a diminuição da atividade metabólica cerebral, propriedades anti convulsivas, diminuição da PIC e propriedades protetoras do cérebro após episódios de isquemia resultante de parada cardíaca. ETOMIDATO Como desvantagens encontram-se a ausência de qualquer tipo de propriedade analgésica e o fato de originar dor quando é administrado por via IV. Caracteriza-se também por produzir vômitos, mioclonias e excitação quando a indução ou recuperação, e assim, para prevenir este tipo de ocorrências é aconselhável pré medicar com diazepam ou midazolam PROPOFOL O propofol é um agente anestésico de rápida ação e é utilizado por via IV para induzir curtos períodos de anestesia ou para manutenção de anestesia quer por doses repetidas quer por infusão contínua. Pode também ser utilizado para induzir anestesia em cirurgias onde se vãoutilizar agentes inalatórios para manutenção. O propofol possui como vantagens uma indução anestésica rápida, sem excitação, mesmo quando se utilizam doses reduzidas. A recuperação da anestesia é também rápida e desprovida de excitação, mesmo quando se utilizam doses repetidas ou infusões contínuas. A rápida recuperação deve-se à extensa redistribuição e rápido metabolismo. Sabe-se, por estudos realizados que a farmacocinética do propofol em animais com doença renal e hepática é semelhante à de animais saudáveis, sugerindo que é um agente de indução aconselhável para animais com disfunção renal e hepática. PROPOFOL Em gatos uma dose menor produz uma duração de anestesia maior O propofol possui ainda outras propriedades, tais como, a diminuição do fluxo sanguíneo e do consumo cerebral de O2, e a diminuição da pressão intracraniana e intra-ocular. Produz efeito anticonvulsivo Causa depressão cardiovascular (deve ser utilizado com precaução em animais hipovolémicos ou com disfunção ventricular) A administração de propofol pode causar apneia, principalmente após administrações rápidas, sendo aconselhável dosear suavemente até ao efeito pretendido. O propofol apresenta-se sob a forma de ampolas e, devido às características do solvente, as quais podem facilitar o rápido crescimento bacteriano, é um agente que deve ser consumido rapidamente, descartando partes restantes de ampolas (a duração máxima aconselhada para uma ampola aberta é de 6 horas) Anestesia dissociativa Não é uma anestesia geral Diferenças : A anestesia geral intravenosa provoca umadepressão general izada do sistema nervoso , deprime o sistema nervoso central até relaxar a musculatura ,causar hipnose e analgesia se em do se alta / Aanestesia dissociativa não deprime o cérebro como um todo, se não faz uma depressão generalizada do cérebro, não se pode chamar de anestesia geral A principal característica desta anestesia, é o estado de catalepsia em que o animal fica. Onde o animal fica imóvel, rígido, não responde aos estímulos, mas continua consciente, de olho aberto, com todos os reflexos protetores e pode estar sentindo dor, mesmo sem responder ao estímulo nocivo e sem demonstrar a dor. Anestesia dissociativa São os Derivados da Fenciclidina: Cetamina e Tiletamina. A Fenciclidina não é mais utilizada, apenas seus derivados, onde a mais utilizada é a Cetamina . A Cetamina e Tiletamina são substâncias soluveis em água e altamente lipossolúveis. Duração da cetamina via IV é de 10 minutos sendo mais prolongada quando feita via IM –30-40 minutos Já a Tiletamina-Zolazepam –cerca de 60 min se feita via IM, sendo o efeito dose-dependente DROGAS DISSOCIATIVAS Quetamina e Tiletamina Dissociativos: induz anestesia por interrupção do fluxo de informaçoes para o córtex sensitivo. -Mecanismo de Ação: -inibição do NMDA (causa analgesia somática) antagonista colinérgico central (causa taquicardia) agonista opióide (causa analgesia) potencializa receptores serotoninérgicos e dopaminérgicos dimiminui atividade gabaergica ativação do sistema límbico (causa hiperexcitabilidade) metabolismo: hepático (cerca de 50% e o restante é eliminado pela urina sem alteração. CI: em felinos com obstruçao uretral ou IR DROGAS DISSOCIATIVAS Quetamina e Tiletamina Efeitos: Sistema Nervoso Central: analgesia e anestesia dose-dependente, pode causar convulsoes e rigidez (quando usada isoladamente) e aumento da pressão intra-craniana (CI: em traumas ou massas intracranianas) Cardiovascular: unico anestésico que estimula o sistema cardiovascular, tem-se vasodilatação, inotropismo positivo, aumento da frequencia cardíaca, aumento da pressão arterial e do débito cardíaco. Respiratorio: não deprime a função respiratória e doses elevadas podem produzir um padrão apneustico (menor volume corrente e maior frequencia respiratória), reflexos faríngeos e laríngeos são mantidos (maior dificuldade na intubação orotraqueal) Outros: hipertonicidade muscular (deve-se fazer uso de relaxantes musculares-diazepam ou midazolam) e aumento da pressão intra ocular. DROGAS DISSOCIATIVAS QUETAMINA A anestesia induzida pela quetamina é caracterizada por produzir sialorreia, respiração apneustica, persistência dos reflexos (corneal, palpebral, deglutição, laríngeo) e marcada rigidez muscular (devido ao seu efeito cataléptico). Os animais mantém os olhos abertos, pelo que é aconselhado o emprego de pomadas oftálmicas com o objetivo de evitar a dessecação ocular. DROGAS DISSOCIATIVAS As vantagens da sua utilização como droga indutora incluem uma rápida indução (muito efetiva por via IV; também se pode utilizar a via IM em gatos) com mínima depressão cardiovascular o que a torna apropriada para animais com problemas cardiovasculares. É uma droga que produz recuperação rápida e é passível de ser combinada com outros fármacos (diazepam, medetomidina, opióides, xilazina) facilitando a indução, entubação ou anestesia de curta duração. DROGAS DISSOCIATIVAS Como contra-indicações: administração a animais predispostos a convulsões, com aumento da PIC ou submetidos a determinados procedimentos diagnósticos (p. ex. mielografia) e animais com doença hepática e/ou renal devido ao aumento do seu tempo de eliminação. O seu uso em obstruções uretrais não está contra-indicado desde que a função renal esteja normal. Este tipo de anestesia está associada a hipertonia muscular o que torna necessário a associação a outras drogas para produzir relaxamento muscular. A associação quetamina/diazepam produz uma indução de anestesia muito suave, sem excitação e com poucos efeitos secundários, mesmo para animais com problemas cardiovasculares. DROGAS DISSOCIATIVAS TILETAMINA A combinação tiletamina/zolazepam mantém estáveis as funções cardiovascular e respiratória, produzindo um bom relaxamento muscular devido ao sedativo associado (zolazepam), o qual possui uma duração de atividade mais prolongada que a maioria das benzodiazepinas. Esta combinação apresenta como efeitos indesejáveis uma recuperação agitada e prolongada. Estes efeitos indesejáveis são de ocorrência imprevisível, mesmo quando se utilizam pequenas doses, e são observados mais frequentemente quando se utilizam doses repetidas. NEUROLEPTOANALGESIA •É a associação entre um opióide (analgésico), com um tranquilizante (neuroléptico) ou com um sedativo. •Essa associação tem como objetivo promover analgesia intensa e tranquilização, sem perda da consciência. Vantagens da Neuroleptoanalgesia: 1. Diminuição da dose dos fármacos utilizados. 2. Diminuição dos efeitos colaterais, pela dose dos fármacos ser mais baixa. 3. Promove um sinergismo entre os fármacos, causando uma sedação e analgesia mais intensas. 4. Podem ser utilizados antagonistas, que vão promover uma recuperação mais rápida NEUROLEPTOANALGESIA •Indicado para MPA em casos de: Contenção química de curta duração, em procedimentos pouco invasivos ou que não necessitam de anestesia geral; Para contenção química para procedimentos ambulatoriais em an imais com dor, para melhor manipulação do animal; Para realização de cirurgias em grandes animais, associado à técnicas de anestesia local. Imobilização externa de fraturas Para realização de exames físicos-específicos (Exemplo: da cavidade oral, exame otológico.) Remoção de espinho de ouriço Desbridamento de feridas Desobstrução uretral em felinos Para contenção para posicionamento radiográfico NEUROLEPTOANALGESIA Fenotiazídicos + opióides - Cães Acepromazina (0,05 mg /k g) + Fentanil (5 μg /kg) IM Acepromazina (0,05 mg /kg) + Morfina (0,5 mg /kg) IM Acepromazina (0,05 - 0,1 mg /kg) + Buprenorfina (3 -10 μ g /kg) IM Acepromazina (0,05 - 0,1 mg /kg) + Butorfanol (0,2 - 0,4 mg /kg) IM NEUROLEPTOANALGESIA Benzodiazepínicos + opióides : Diazepam (0,2 mg /k g) + Morfina (0,2 - 0,5 mg /kg) IM Midazolam (0,1 - 0,2 mg /kg) +Butorfanol (0,2 mg /kg) IM Midazolam (0,1 - 0,2 mg /kg) + Morfina (0,2 - 0,5 mg /kg) IM A morfina se for utilizada IV, deve-se diminuir a dose. Diazepam somente utilizar IV e Midazolam pode ser por via IV ou IM. Estes são mais utilizados em pacientes debilitados, deprimidos. No caso de animais hígidos, deve-se fazer previamente acepromazina, a fim de não causar excitação no animal. NEUROLEPTOANALGESIA Agonistas alfa-2 + opióides: Xilazina (0,4 - 0,6 mg /k g) + Butorfanol (0,2 - 0,4 mg /kg) IM Xilazina (0,4 - 0,6 mg /kg) + Morfina (0,2 - 0,5 mg /kg) IM Administração em animais hígidos. •OBS: temos que estar ciente de que a associação de xilazina com metadona aumenta consideravelmente a frequência cardíaca. NEUROLEPTOANALGESIA Em gatos temos as seguintes associações: Fenotiazídicos + opióides: Acepromazina (0,05 mg /k g) + Morfina (0,1 mg /k g) I M Acepromazina (0,05 - 0,1 mg /k g) + Buprenorfina (10 μ g /k g) IM Benzodiazepínicos + opióides: Diazepam (0,2 mg /kg) + Morfina (0,1 mg /kg) IM Diazepam (0,2 mg /kg) + Buprenorfina (10 μ g /kg) IM entre outras associações como o midazolam + butorfanol. Utilizar em pacientes debilitados, com obstrução uretral; tendo o mesmo princípio do uso da acepromazina antes