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PRE-VESTIBULAR - PORTUGUES - VOLUME 3

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17 GÊNERO TEXTUAL JORNALÍSTICO 61
18 GÊNERO TEXTUAL PUBLICITÁRIO 67
19 TIPOLOGIA TEXTUAL I: TEXTO INJUNTIVO, PREDITIVO E DIALOGAL 71
20 TIPOLOGIA TEXTUAL II: NARRAÇÃO, DESCRIÇÃO E DISSERTAÇÃO 75
21 TIPOS DE DISCURSO 81
22 NOÇÕES DE SINTAXE: FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO 87
23 PERÍODO SIMPLES I: SUJEITO 91
24 PERÍODO SIMPLES II: TRANSITIVIDADE VERBAL E PREDICADO 97
 
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PORTUGUÊS
PRÉ-VESTIBULAR 61SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO
GÊNERO TEXTUAL 
JORNALÍSTICO17
Há muita confusão no que se refere à diferenciação entre 
“tipos textuais” e “gêneros textuais”. Pode-se dizer que narração, 
descrição e dissertação são tipos porque são modos de uma 
organização de texto. Os gêneros constituem-se na escrita que 
atende a uma dessas estruturas predominantemente.
Segundo o teórico Luiz Antônio Marcushi, os gêneros são os 
textos materializados encontrados em nosso cotidiano. 
Esses apresentam características sociocomunicativas 
definidas por seu estilo, função, composição, conteúdo e canal.
(MARCUSHI, Luiz Antônio; XAVIER, Antônio Carlos [orgs.]. Hipertexto e gêneros digitais. 
Rio de Janeiro: Lucerna, 2004)
Os gêneros textuais ordenam e viabilizam as atividades de 
comunicação do dia a dia. Situam-se e se integram funcionalmente 
nas culturas, caracterizando-se por suas atividades institucionais, 
além de suas particularidades linguísticas e estruturais.
O TEXTO JORNALÍSTICO
O jornal é um veículo diário de comunicação e serve como 
espaço para noticiar, reproduzir entrevistas, reportar, veicular 
opiniões e publicidades.
NOTÍCIA
A notícia expressa um fato novo, interessante para o público. 
Embora predomine a narração, o jornal não se limita ao ocorrido, 
procura informar o modo, o porquê, o local, o agente de determinado 
fato. A notícia não deve expressar opiniões, por isso sua linguagem 
é impessoal, normalmente fazendo uso da 3ª pessoa, de frases 
curtas com predomínio da função referencial da linguagem.
De forma geral, a notícia apresenta a seguinte estrutura:
• Título / Manchete: deve ser claro e objetivo. Trata-se da 
síntese da informação contida no texto. Deve ser criativo e 
sedutor, chamando a atenção do leitor;
• Lide (LEAD): fornece as principais informações 
respondendo às perguntas O QUÊ, QUEM, QUANDO, ONDE, 
COMO e PORQUÊ;
• Corpo: traz os detalhes do que foi antecipado pelo lide. 
As informações respeitam uma ordem cronológica ou de 
importância.
A linguagem deve ser formal, porém simples e direta, 
esclarecendo todas as informações necessárias. Veja o exemplo:
Palmares amanhece alagada após dois dias de chuva
Precipitação atinge cidade pernambucana desde sábado.
Defesa Civil Municipal fez alerta de nova cheia do Rio Una neste 
domingo
Os moradores de Palmares (PE) acordaram com cerca de 
um metro de água acima do chão na manhã desta segunda-feira 
(28). A chuva não deu trégua desde a tarde deste sábado (26). O 
alagamento na parte baixa da cidade é provocado por causa do 
solo já encharcado pela inundação da semana passada, quando a 
água chegou a mais de seis metros de altura.
Na tarde deste domingo (27), um sistema improvisa- do de 
comunicação da Defesa Civil do município passou a circular pelas 
ruas da cidade. O carro de som pedia para as pessoas deixarem 
suas casas. Era um alerta para a possível cheia do leito do Rio Una, 
que acabou se confirmando durante a madrugada desta segunda-
feira.
O novo alagamento em Palmares deixou parte dos moradores 
desanimados. Muitos tinham aproveitado os dias de estiagem para 
tentar recuperar móveis e eletrodomésticos que foram levados pela 
enxurrada. Alguns também lavaram suas casas, mas o trabalho terá 
de ser refeito, principalmente no Bairro Modelo, na parte baixa do 
município, onde a água e a quantidade de lama voltam a preocupar.
(http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/06/ 
palmares-amanhece-alagada-apos-dois-dias-de-chuva.html)
A REPORTAGEM
A reportagem pode ser considerada a própria essência de 
um jornal. Embora apresente estrutura semelhante à notícia, 
com apresentação de um “lide” – dela se difere por ampliar 
o fato principal, acrescentando opiniões e diferentes versões, 
preferencialmente comprovadas.
A reportagem costuma relacionar um fato central, enunciado 
no “lide”, a fatos paralelos, por meio de citações, trechos de 
entrevistas, boxes informativos, dados estatísticos, fotografias etc.
Por vezes, é possível encontrar na reportagem caráter opinativo, 
questionando causas e consequências, interpretando e orientando 
os leitores.
Quanto à linguagem, é impessoal, objetiva, direta, com 
predomínio da função referencial e do padrão culto da língua. 
Vamos a um exemplo:
A Terra em alerta
O planeta esquenta e a catástrofe é iminente. Mas existe solução
Ondas de calor inéditas. Furacões avassaladores. Secas 
intermináveis onde antes havia água em abundância. Enchentes 
devastadoras. Extinção de milhares de espécies de animais e 
plantas. Incêndios florestais. Derretimento dos polos. E toda a sorte 
de desastres naturais que fogem ao controle humano.
 
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PRÉ-VESTIBULARSISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO62
PORTUGUÊS 17 GÊNERO TEXTUAL JORNALÍSTICO
Há décadas, pesquisadores alertavam que o planeta sentiria 
no futuro o impacto do descuido do homem com o ambiente. 
Na virada do milênio, os avisos já não eram mais necessários – 
as catástrofes causadas pelo aquecimento global se tornaram 
realidades presentes em todos os continentes do mundo. Os 
desafios passaram a ser dois: se adaptar à iminência de novos 
e mais dramáticos desastres naturais; e buscar soluções para 
amenizar o impacto do fenômeno.
Em tempos de aquecimento planetário, uma nova entidade 
internacional tomou as páginas de jornais e revistas de toda a 
Terra – o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática 
(IPCC), criado pela ONU para buscar consenso internacional sobre 
o assunto. Seus aguardados relatórios ganharam destaque por 
trazer as principais causas do problema, e apontar para possíveis 
caminhos que podem reverter alguns pontos do quadro.
Em 2007, o painel escreveu e divulgou três textos. No primeiro, 
de fevereiro, o IPCC responsabilizou a atividade humana pelo 
aquecimento global – algo que sempre se soube, mas nunca 
tinha sido confirmado por uma organização deste porte. Advertiu 
também que, mantido o crescimento atual dos níveis de poluição 
da atmosfera, a temperatura média do planeta subirá 4 graus até 
o fim do século. O relatório seguinte, apresentado em abril, tratou 
do potencial catastrófico do fenômeno e concluiu que ele poderá 
provocar extinções em massa, elevação dos oceanos e devastação 
em áreas costeiras.
A surpresa veio no terceiro documento da ONU, divulgado em 
maio. Em linhas gerais, ele diz o seguinte: se o homem causou o 
problema, pode também resolvê-lo. E por um preço relativamente 
modesto – pouco mais de 0,12% do produto interno bruto mundial 
por ano até 2030. Embora contestado por ambientalistas e ONGs 
verdes, o número merece atenção.
O 0,12% do PIB mundial seria gasto tanto pelos governos, para 
financiar o desenvolvimento de tecnologias limpas, como pelos 
consumidores, que precisariam mudar alguns de seus hábitos. O 
objetivo final? Reduzir as emissões de gases do efeito estufa, que 
impede a dissipação do calor e esquenta a atmosfera.
(http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/ 
aquecimento_global/contexto_int.html)
O ARTIGO DE OPINIÃO
O artigo de opinião é um gênero textual predominantemente 
argumentativo, que tem por objetivo expressar o ponto de vista do 
autor acerca de questões relevantes em termos sociais, políticos, 
culturais etc. Assim, ele é a base para vários tipos de texto dentro 
de um jornal, como colunas assinadas e, extrapolando um pouco, 
o próprio editorial – que, emlugar de expressar a opinião de um 
autor, representa o posicionamento “oficial” do jornal ou revista.
O caráter argumentativo vem dos comentários, avaliações, 
expectativas sobre um tema da atualidade que, por sua relevância, 
no plano nacional ou internacional, pode ser considerado objeto de 
análise. Portanto, nesse gênero, cabem reflexões mais detalhadas 
sobre o tema tratado.
O artigo tem como marca principal o fato de se dirigir a um dado 
público leitor, visto ser um gênero típico do domínio jornalístico. 
Assim, é fundamental que se perceba a natureza do veículo que se 
apresenta. Um artigo situado em uma seção para jovens poderá 
empregar uma linguagem mais coloquial, próxima da realidade do 
público a que se destina, por exemplo.
Ainda tendo como foco esse público leitor, é fundamental em 
um artigo o emprego de marcas de interlocução, afinal, ainda que 
não se dirija a um leitor específico, endereça-se a mensagem do 
texto a alguém, diferente de uma dissertação, em que não há um 
interlocutor. Dessa forma, a presença de marcas, como vocativo, 
imperativo e outras serão imprescindíveis nesse tipo de gênero 
argumentativo.
Outro traço importante do artigo são as possibilidades de 
estratégias discursivas que se apresentam. Por ser um gênero em 
que a reflexão deve ser mais aprofundada, há uma abertura para 
que a língua e seus instrumentais sejam explorados. Metáforas, 
ironias, enumeração de fontes de informação, acusações a 
oponentes, apelo à sensibilidade do leitor, incursões poéticas 
são, ao lado da óbvia pertinência dos argumentos, a base para a 
efetividade do texto.
Como o artigo, ao contrário de um editorial, não reflete a opinião 
de uma instituição, mas de um indivíduo, a presença do “eu” é 
relevante nesse gênero, uma vez que a subjetividade é intrínseca 
aqui. Para exemplificar, vamos ler um artigo publicado na Folha de 
São Paulo:
Ciência, ética e escolhas
Marcelo Gleiser
Folha de S. Paulo, 02/05/2010
Na semana passada, tive o prazer de ciceronear a escritora e 
filósofa Rebecca Newberger Goldstein, que veio à Dartmouth dar 
uma palestra sobre seu último livro, o romance “36 Argumentos 
para a Existência de Deus, Uma Obra de Ficção”.
Goldstein é famosa pela sua habilidade de tratar de assuntos 
cabeludos de filosofia e ciência dentro da narrativa ficcional de um 
romance. 
O livro é excepcional em vários níveis. Seu estilo é brilhante 
e extremamente engraçado, uma descrição contagiante e 
sincera do mundo acadêmico, da busca pela glória, da inevitável 
inveja profissional, da competição entre as escolas e da vaidade 
intelectual que tanto colore as discussões em tópicos que vão 
desde a mitologia grega à existência do Multiverso (ou seja, de 
infinitos universos). 
Como o título informa, o livro trata também da questão da 
existência de Deus. Mas, para nós aqui nesta coluna, ao menos no 
contexto do tema de hoje, que é a ética, o livro é principalmente 
sobre escolhas. 
Somos produto das escolhas que fazemos ao longo da vida. É 
bem verdade que, às vezes, as escolhas são feitas à nossa revelia. Por 
exemplo, quando falha a saúde, ou devido a pressões econômicas. 
Por falta de emprego, um pacifista com um doutorado em 
física pode se ver forçado a trabalhar na indústria armamentista. 
Por outro lado, pode fazê-lo por opção, por ser um patriota. 
Como Goldstein sugeriu, temos um cerne pessoal (estou 
criando esse termo) que funciona de forma bem específica. 
Podemos até deduzir as posições que um conservador ou um 
liberal tomarão numa variedade de questões, desde a liberação da 
maconha até a regulação das práticas do mercado de capitais. A 
correlação das escolhas é bem forte, produto desse cerne pessoal, 
que “guia” nossas decisões. 
Será que a ética é parte desse cerne pessoal? Especulo que sim. 
Algumas pessoas têm padrões éticos mais elevados do que outras. 
Não há dúvida de que esses padrões podem ser influenciados por 
eventos na vida, pela educação, por relações etc. Mas alguns casos 
são mais flexíveis do que outros. 
E os cientistas? São menos dados a cometer fraudes do que 
outros profissionais? Na nossa profissão, devemos obedecer a 
uma regra ética básica: “Nunca minta”. 
De fato, mentir em ciência é uma péssima ideia. Mais cedo ou 
mais tarde, a comunidade exporá a sua fraude e sua carreira estará 
arruinada. É bem simples, na verdade: a natureza não tolera trapaças. 
Quem lembra, por exemplo, da história da fusão a frio? (Veja 
pt.wikipedia.org/wiki/Fusao-a-frio) Inocentemente, gostaria de 
acreditar que essa regra do não mentir deveria valer para todas 
as profissões. 
No entanto, é o contexto que determina a aplicação de 
princípios éticos. Mesmo que você se considere um indivíduo 
extremamente ético, pode sofrer terríveis pressões para contrariar 
suas próprias regras. 
 
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PRÉ-VESTIBULAR SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO
17 GÊNERO TEXTUAL JORNALÍSTICO
63
PORTUGUÊS
É fácil pensar em exemplos, desde os mais dramáticos (os 
alemães que “tinham” de se juntar aos nazistas) aos mais amenos 
(o estudante que cola na prova do vestibular). A moralidade de 
uma pessoa pode ser medida pela resistência que oferece a essas 
pressões, permanecendo fiel aos seus princípios éticos. Trapacear 
é construir a sua própria prisão. 
Se ser livre é poder escolher ao que se prender, gostaria de 
acreditar que, quanto mais seguimos princípios morais elevados, 
mais livres somos.
Marcelo Gleiser é professor de física teórica no Dartmouth College, emHanover (EUA) e 
autor do livro “Criação Imperfeita”. 
Vejamos agora um exemplo de editorial:
Nação apática
Observação, no mínimo instigante, tem sido revelada por 
deputados já engajados na garimpagem dos votos de outubro. 
Nas andanças que praticam pelo interior, o que têm visto não 
é, propriamente, antes de tudo, ser a favor ou contra o governo. 
Como também menosprezam-se conceitos de esquerda e direita. 
O que se percebe, de acordo com os que testemunham, é certa 
tendência a encarar a próxima eleição com espírito de profunda 
apatia; gente que chega à triste conclusão de que nada vale a pena; 
que os políticos se igualam no mesmo baixo nível de escassez de 
competência ou fartura de imoralidade. Portanto, tanto faz, como 
tanto se fará, votando-se em qualquer um. 
A se confirmar semelhante situação, as coisas andarão piores, 
muito além da imaginação dos pessimistas. O cidadão apático 
é capaz de conduzir malefícios superiores àquele que se vai 
praticar com um voto inconsciente. Outra conclusão lamentável 
é que esse quadro de desânimo significa que o brasileiro manda, 
para o mesmo cadafalso, sem distinção e injustamente, os bons e 
os maus; e nisso acaba enforcando a própria política, a instituição 
sagrada, vítima dos que dela se aproveitam para praticar crimes. 
Nivelar bons e maus políticos, como se nada os diferenciasse, 
é péssimo; a começar pelo fato de os bons se envergonharem 
da comparação e se ausentarem. Recolhem-se, sob os aplausos 
dos maus, que calçam a cara e vão em frente; na verdade, os 
indesejáveis acabam contemplados e favorecidos, pois já não 
têm gente séria a enfrentar. 
Isso posto, há que se considerar que, à frente dos desafios que 
nos reserva a campanha eleitoral, segue, como bandeira descorada 
e sinistra, essa apatia endêmica. Haverá tempo para abatê-la, 
impedindo que influencie e comprometa a eleição? Teriam os 
candidatos fôlego e disposição para sacudir o que resta de ânimo 
na alma da sociedade brasileira? Está longe de ser fácil a tarefa a 
enfrentar, se, no descortinar dos fatos de agora, o que se vê são 
tropeços, crises dentro e fora do governo. 
O estado de desânimo, a bem da verdade, não é de hoje; vem 
prosperando há algum tempo, principalmente quando ganharam 
publicidade os ensaios de analistas que se debruçavam sobre 
consultas à opinião pública, que pretenderam aferir o grau de 
confiabilidade das instituições. Ocorreu há menos de duas décadas: 
observou-seque a quebra de credibilidade, consequentemente, da 
admiração e do respeito, acabaria por conduzir, em futuro não muito 
distante, a um quadro coletivo de esmaecimento e indiferença em 
relação a elas e aos que as dirigem. Não seria mera coincidência 
se comparadas antigas previsões com a realidade que se projeta 
sobre nossos dias. 
Naquele passado a que se referem essas linhas, o respeito 
e a admiração populares contemplavam, entre os primeiros, a 
Igreja, o Exército e a Justiça. Corroeram-se, em parte, os números 
simpáticos à religião, que paga pelas indefinições e pelos pecados 
de uma minoria praticante de abusos sexuais, além da hipertrofia 
que sofreu, resultando na migração que levou milhões a seitas 
exóticas. Dos ombros dos militares ainda não foi possível remover 
o ônus do fatídico 64.
A Justiça consta como o mais recente prestígio a capitular, por 
conviver com o elitismo que tolera os poderosos, eterniza recursos 
protelatórios e festeja caríssimos causídicos, absolutamente 
inacessíveis aos não milionários. Nos tribunais nem falta o cenário 
de pugilatos verbais, quando esquentam as divergências. 
Pergunta-se, então, ao fim e ao cabo, o que dizer ao eleitor 
para automedicar-se contra o mal-estar da apatia. Outro 
remédio inexiste, a não ser aplicar, quando chegar a hora, o voto 
rigorosamente consciente. Pode ser até que depois sobrevenha a 
decepção, mas, antes, convém saber que, se o Estado está enfermo, 
quem pode curá-lo é a nação. Ninguém mais.
Jornal do Brasil, 28/05/2018
PROPOSTOS
EXERCÍCIOS
01. (ENEM)
Árvore da Língua
Ao longo dos três andares, uma instalação de 16 metros de 
altura mostra palavras com mais de 6 mil anos, projetadas em 
folhas da Árvore da Língua. Ela faz os significados dançarem para 
falar da evolução do indoeuropeu ao latim e, dele, ao português. 
Criada pelo designer Rafic Farah, a escultura é pontuada por um 
mantra de Arnaldo Antunes, com os termos “língua” e “palavra” 
cantados em vários idiomas.
SCARDOVELI, E. Revista Língua Portuguesa. Ano II, n° 6. São Paulo: Segmento, 2006.
O texto apresentado pertence ao domínio jornalístico. Sua finalidade 
e sua composição estrutural caracterizam-no como
a) quadro informativo, pois apresenta dados sobre um objeto.
b) notícia, já que leva informação atual a um público específico.
c) reportagem, porque enfoca um assunto de forma abrangente.
d) legenda, porque descreve elementos e retoma uma informação.
e) entrevista, pois apresenta uma opinião sobre o local inaugurado.
02. (ENEM)
Anfíbio com formato de cobra é descoberto no Rio Madeira (RO)
Animal raro foi encontrado por biólogos em canteiro de obras de usina.
Exemplares estão no Museu Emilio Goeldi, no Pará O trabalho 
de um grupo de biólogos no canteiro de obras da Usina Hidrelétrica 
Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho, resultou na 
descoberta de um anfíbio de formato parecido com uma cobra. 
Atretochoanaeiselti é o nome científico do animal raro descoberto 
em Rondônia. Até então, só havia registro do anfíbio no Museu de 
História Natural de Viena e na Universidade de Brasília. Nenhum 
deles tem a descrição exata de localidade, apenas “América do Sul”. 
A descoberta ocorreu em dezembro do ano passado, mas apenas 
agora foi divulgada.
XIMENES, M. Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 1 ago. 2012.
A notícia é um gênero textual em que predomina a função referencial 
da linguagem. No texto, essa predominância evidencia-se pelo(a)
a) recorrência de verbos no presente para convencer o leitor.
b) uso da impessoalidade para assegurar a objetividade da 
informação.
c) questionamento do código linguístico na construção da notícia.
d) utilização de expressões úteis que mantêm aberto o canal de 
comunicação com o leitor.
e) emprego dos sinais de pontuação para expressar as emoções 
do autor.
 
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PRÉ-VESTIBULARSISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO64
PORTUGUÊS 17 GÊNERO TEXTUAL JORNALÍSTICO
03. (ENEM) Deficientes visuais já podem ir a algumas salas de 
cinema e teatros para curtir, em maior intensidade, as atrações 
em cartaz. Quem ajuda na tarefa é o aplicativo Whatscine, recém-
chegado ao Brasil e disponível para os sistemas operacionais 
iOS (Apple) ou Android (Google). Ao ser conectado à rede wi-fi de 
cinemas e teatros, o app sincroniza um áudio que descreve o que 
ocorre na tela ou no palco com o espetáculo em andamento: o 
usuário, então, pode ouvir a narração em seu celular.
O programa foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade 
Carlos III, em Madri. “Na Espanha, 200 salas de cinema já oferecem 
o recurso e filmes de grandes estúdios já são exibidos com o 
recurso do Whatscine!”, diz o brasileiro Luis Mauch, que trouxe a 
tecnologia para o país. “No Brasil, já fechamos parceria com a São 
Paulo Companhia de Dança para adaptar os espetáculos deles! 
Isso já é um avanço. Concorda?”
Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em 25 jun. 2014 (adaptado).
Por ser múltipla e apresentar peculiaridades de acordo com a 
intenção do emissor, a linguagem apresenta funções diferentes. 
Nesse fragmento, predomina a função referencial da linguagem, 
porque há a presença de elementos que 
a) buscam convencer o leitor, incitando o uso do aplicativo.
b) definem o aplicativo, revelando o ponto de vista da autora.
c) evidenciam a subjetividade, explorando a entonação emotiva.
d) expõem dados sobre o aplicativo, usando linguagem denotativa. 
e) objetivam manter um diálogo com o leitor, recorrendo a uma 
indagação.
04. (ENEM)
Mais big do que bang
A comunidade científica mundial recebeu, na semana passada, 
a confirmação oficial de uma descoberta sobre a qual se falava com 
enorme expectativa há alguns meses. Pesquisadores do Centro de 
Astrofísica Harvard-Smithsonian revelaram ter obtido a mais forte 
evidência até agora de que o universo em que vivemos começou 
mesmo pelo Big Bang, mas este não foi explosão, e sim uma súbita 
expansão de matéria e energia infinitas concentradas em um ponto 
microscópico que, sem muitas opções semânticas, os cientistas 
chamam de “singularidade”. Essa semente cósmica permanecia 
em estado latente e, sem que exista ainda uma explicação definitiva, 
começou a inchar rapidamente [...]. No intervalo de um piscar de 
olhos, por exemplo, seria possível, portanto, que ocorressem mais 
de 10 trilhões de Big Bangs.
ALLEGRETTI. F. Veja. 26 mar. 2014 (adaptado).
No título proposto para esse texto de divulgação científica, ao 
dissociar os elementos da expressão Big Bang, a autora revela a 
intenção de 
a) a evidenciar a descoberta recente que comprova a explosão de 
matéria e energia.
b) resumir os resultados de uma pesquisa que trouxe evidências 
para a teoria do Big Bang.
c) sintetizar a ideia de que a teoria da expansão de matéria e 
energia substitui a teoria da explosão.
d) ï destacar a experiência que confirma uma investigação 
anterior sobre a teoria de matéria e energia.
e) condensar a conclusão de que a explosão de matéria e energia 
ocorre em um ponto microscópico.
05. (ENEM)
Farejador de Plágio: uma ferramenta contra a cópia ilegal
No mundo acadêmico ou nos veículos de comunicação, 
as cópias ilegais podem surgir de diversas maneiras, sendo 
integrais, parciais ou paráfrases. Para ajudar a combater esse 
crime, o professor Maximiliano Zambonatto Pezzin, engenheiro de 
computação, desenvolveu junto com os seus alunos o programa 
Farejador de Plágio.
O programa é capaz de detectar: trechos contínuos e 
fragmentados, frases soltas, partes de textos reorganizadas, frases 
reescritas, mudanças na ordem dos períodos e erros fonéticos e 
sintáticos.
Mas como o programa realmente funciona? Considerando 
o texto como uma sequência de palavras, a ferramenta analisa 
e busca trecho por trecho nos sites de busca, assim como um 
professor desconfiado de um aluno faria. A diferença é que o 
programa permite que se pesquise em vários buscadores, gerando 
assim muito mais resultados.
Disponível em: http://reporterunesp.jor.br.Acesso em: 19 mar. 2018.
Segundo o texto, a ferramenta Farejador de Plágio alcança seu 
objetivo por meio da 
a) seleção de cópias integrais.
b) busca em sites especializados.
c) simulação da atividade docente.
d) comparação de padrões estruturais.
e) identificação de sequência de fonemas.
06. (ENEM) No tradicional concurso de miss, as candidatas 
apresentaram dados de feminicídio, abuso sexual e estupro no 
país.
No lugar das medidas de altura, peso, busto, cintura e quadril, 
dados da violência contra as mulheres no Peru. Foi assim que as 23 
candidatas ao Miss Peru 2017 protestaram contra os altos índices 
de feminicídio e abuso sexual no país no tradicional desfile em 
trajes de banho.
O tom político, porém, marcou a atração desde o começo: 
logo no início, quando as peruanas se apresentaram, uma a uma, 
denunciaram os abusos morais e físicos, a exploração sexual, o 
assédio, entre outros crimes contra as mulheres.
Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acesso em: 29 nov. 2017.
Quanto à materialização da linguagem, a apresentação de dados 
relativos à violência contra a mulher 
a) configura uma discussão sobre os altos índices de abuso físico 
contra as peruanas.
b) propõe um novo formato no enredo dos concursos de beleza 
feminina.
c) condena o rigor estético exigido pelos concursos tradicionais.
d) recupera informações sensacionalistas a respeito desse tema.
e) subverte a função social da fala das candidatas a miss.
07. (ENEM) O projeto DataViva consiste na oferta de dados oficiais 
sobre exportações, atividades econômicas, localidades e ocupações 
profissionais de todo o Brasil. Num primeiro momento, o DataViva 
construiu uma ferramenta que permitia a análise da economia 
mineira embasada por essa perspectiva metodológica complexa 
e diversa. No entanto, diante das possibilidades oferecidas pelas 
bases de dados trabalhadas, a plataforma evoluiu para um sistema 
mais completo. De maneira interativa e didática, o usuário é guiado 
por meio das diversas formas de navegação dos aplicativos. Além 
de informações sobre os produtos exportados, bem como acerca 
do volume das exportações em cada um dos estados e municípios 
do País, em poucos cliques, o interessado pode conhecer melhor o 
perfil da população, o tipo de atividade desenvolvida, as ocupações 
formais e a média salarial por categoria.
MANTOVANI. C. A. Guardião de informações. 
Minas faz Ciência. n. 58. jun.-jul.-ago. 2014 (adaptado).
 
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65
PORTUGUÊS
Entre as novas possibilidades promovidas pelo desenvolvimento 
de novas tecnologias, o texto destaca a 
a) auditoria das ações de governo.
b) publicidade das entidades públicas.
c) obtenção de informações estratégicas.
d) disponibilidade de ambientes coletivos.
e) comunicação entre órgãos administrativos.
08. (ENEM) “O computador, dando prioridade à busca pela própria 
felicidade, parou de trabalhar para os humanos”. E assim que 
termina o conto O dia em que um computador escreveu um conto, 
escrito por uma inteligência artificial com a ajuda de cientistas 
humanos.
Os cientistas selecionaram palavras e frases que seriam 
usadas na narrativa, e definiram um roteiro geral da história, 
que serviria como guia para a inteligência artificial. A partir daí, 
o computador criou o texto combinando as frases e seguindo 
as diretrizes que os cientistas impuseram. Os juízes não sabem 
quais textos são escritos por humanos e quais são feitos por 
computadores, o que mostra que o conto estava bem escrito. O dia 
só não passou para as próximas etapas porque, de acordo com os 
juízes, os personagens não foram muito bem descritos, embora o 
texto estivesse estruturalmente impecável.
A ideia dos cientistas é continuar desenvolvendo a criatividade 
da IA para que ela se pareça cada vez mais com a humana. Simular 
esse tipo de resposta é difícil, porque o computador precisa ter, 
primeiro, um banco de dados vasto vinculado a uma programação 
específica para cada tipo de projeto – escrita, pintura, música, 
desenho e por aí vai.
DANGELO, H. Disponível em: https: /isuper.abril.com.br. Acesso em: 5 dez. 2018.
O êxito e as limitações da tecnologia utilizada na composição do 
conto evidencia a 
a) indistinção entre personagens produzidos por máquinas e 
seres humanos.
b) necessidade de reformulação da base de dados elaborada por 
cientistas.
c) autonomia de programas computacionais no desenvolvimento 
ficcional.
d) diferença entre a estrutura e a criatividade da linguagem 
humana.
e) qualidade artística de textos produzidos por computadores.
09. (ENEM) 
Romanos usavam redes sociais há dois mil anos, diz livro
Ao tuitar ou comentar em baixo do post de um de seus vários 
amigos no Facebook, você provavelmente se sente privilegiado 
por viver em um tempo na história em que é possível alcançar 
de forma imediata uma vasta rede de contatos por meio de um 
simples clique no botão “enviar”. Você talvez também reflita sobre 
como as gerações passadas puderam viver sem mídias sociais, 
desprovidas da capacidade de verem e serem vistas, de receber, 
gerar e interagir com uma imensa carga de informações. Mas o que 
você talvez não saiba é que os seres humanos usam ferramentas 
de interação social há mais de dois mil anos. É o que afirma Tom 
Standage, autor do livro Writing on the Wall – Social Media, The first 
2.000 Years (Escrevendo no mural – mídias sociais, os primeiros 2 
mil anos, em tradução livre).
Segundo Standage, Marco Túlio Cícero, filósofo e político 
romano, teria sido, junto com outros membros da elite romana, 
precursor do uso de redes sociais. O autor relata como Cícero 
usava um escravo, que posteriormente tornou-se seu escriba, 
para redigir mensagens em rolos de papiro que eram enviados 
a uma espécie de rede de contatos. Estas pessoas, por sua vez, 
copiavam seu texto, acrescentavam seus próprios comentários e 
repassavam adiante. “Hoje temos computadores e banda larga, 
mas os romanos tinham escravos e escribas que transmitiam 
suas mensagens”, disse Stand age à BBC Brasil. “Membros da elite 
romana escreviam entre si constantemente, comentando sobre as 
últimas movimentações políticas e expressando opiniões”.
Além do papiro, outra plataforma comumente utilizada pelos 
romanos era uma tábua de cera do tamanho e da forma de um tablet 
moderno, em que escreviam recados, perguntas ou transmitiam os 
principais pontos da acta diurna, um “jornal” exposto diariamente 
no Fórum de Roma. Essa tábua, o “iPad da Roma Antiga”, era levada 
por um mensageiro até o destinatário, que respondia embaixo da 
mensagem.
NIDECKER, F. Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 7 nov. 2013 (adaptado}.
Na reportagem, há uma comparação entre tecnologias de 
comunicação antigas e atuais. Quanto ao gênero mensagem, 
identifica-se como característica que perdura ao longo dos tempos 
o(a) 
a) imediatismo das respostas.
b) compartilhamento de informações.
c) interferência direta de outros no texto original.
d) recorrência de seu uso entre membros da elite.
e) perfil social dos envolvidos na troca comunicativa.
10. (ENEM) TEXTO I
A língua ticuna é o idioma mais falado entre os indígenas 
brasileiros. De acordo com o pesquisador Aryon Rodri gues, há 
40 mil índios que falam o idioma. A maioria mora ao longo do Rio 
Solimões, no Alto Amazonas. É a maior nação indígena do Brasil, 
sendo também encontrada no Peru e na Colômbia. Os ticunas falam 
uma língua considerada isolada, que não mantém semelhança 
com nenhuma outra língua indígena e apresenta complexidades 
em sua fonologia e sintaxe. Sua característica principal é o uso de 
diferentes alturas na voz.
O uso intensivo da língua não chega a ser ameaçado pela 
proximidade de cidades ou mesmo pela convivência com falantes 
de outras línguas no interior da própria área ticuna: nas aldeias, 
esses outros falantes são minoritários e acabam por se submeter 
à realidade ticuna, razãopela qual, talvez, não representem uma 
ameaça linguística.
Língua Portuguesa, n. 52, fev. 2010 (adaptado).
TEXTO II
Riqueza da língua
“O inglês está destinado a ser uma língua mundial em sentido 
mais amplo do que o latim foi na era passada e o francês é na 
presente", dizia o presidente americano John Adams no século XVIII. 
A profecia se cumpriu: o inglês é hoje a língua franca da globalização. 
No extremo oposto da economia linguística mundial, estão as 
línguas de pequenas comunidades declinantes. Calcula-se que hoje 
se falem de 6.000 a 7.000 línguas no mundo todo. Quase metade 
delas deve desaparecer nos próximos 100 anos. A última edição do 
Ethnologue – o mais abrangente estudo sobre as línguas mundiais 
–, de 2005, listava 516 línguas em risco de extinção.
Veja, n. 36, set. 2007 (adaptado).
Os textos tratam de línguas de culturas completamente diferentes, 
cujas realidades se aproximam em função do(a) 
a) semelhança no modo de expansão.
b) preferência de uso na modalidade falada.
c) modo de organização das regras sintéticas.
d) predomínio em relação às outras línguas de contato.
e) fato de motivarem o desaparecimento de línguas minoritárias.
 
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PORTUGUÊS 17 GÊNERO TEXTUAL JORNALÍSTICO
05. GABARITO
 EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01. A
02. B
03. D
04. C
05. D
06. E
07. C
08. D
09. B
10. D
ANOTAÇÕES
 
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GÊNERO TEXTUAL 
PUBLICITÁRIO18
O texto publicitário é um gênero textual cuja finalidade é 
promover um produto ou uma ideia e estimular o interlocutor 
a consumi-lo de alguma forma, seja comercialmente, seja pelo 
engajamento ou pela mudança de comportamento.
De forma básica, é um gênero de natureza argumentativo-
persuasiva, de clara função conativa e que faz usos de inúmeros 
recursos linguísticos, verbais e não verbais, para constituir-se 
como texto. A ideia básica é persuadir o interlocutor a realizar 
determinada ação pretendida pelo discurso. Assim, é comum 
que sejam apresentados argumentos relacionados a vantagens 
no “consumo” do produto ou na adoção de determinado 
comportamento, bem como a exploração de aspectos emocionais 
ou volitivos (relativos ao despertar de vontades) para a consecução 
dos objetivos.
É comum que as “vantagens” apresentadas enquadrem-se em 
três grupos “temáticos”: vantagens quantitativas (o produto é mais 
barato, rende mais, tem mais quantidade de algo, é o mais vendido, 
favorito, campeão de vendas etc); vantagens qualitativas (é 
melhor, mais gostoso, mais nutritivo, melhor acabamento etc.) ou 
vantagens ideológicas (exclusividade, classe, estilo, público restrito 
ou diferenciado, comprometimento com alguma causa etc.).
A mensagem publicitária, para ser eficiente, guarda a 
necessidade de difundir determinada marca ou produto criando-
lhe uma imagem clara e duradoura, com a qual algum setor da 
sociedade identifique-se. Assim, tudo o que estiver em um texto 
publicitário deve ser intencional na tarefa de despertar a atenção, 
o interesse, o desejo de compra ou engajamento do interlocutor.
Por ter a necessidade de transmissão, esse conjunto de 
ideias depende de uma mídia para alcançar seu público. Assim, 
a escolha da mídia – que seria o meio no qual o texto publicitário 
flui para seu destinatário – revela a escolha de um tipo de público, 
a forma como o publicitário pensa sobre as necessidades desse 
público, as expectativas em relação àquilo que é anunciado, além 
do formato final da mensagem, incluindo o uso da linguagem e a 
estrutura do discurso.
CARACTERÍSTICAS DO GÊNERO
São características comuns do texto publicitário:
• Apresentação em linguagem mista, com elementos verbais 
e não verbais.
• Linguagem persuasiva, voltada à despertar reações no 
público.
• Adequação da linguagem às características do 
público-alvo.
• Uso de verbos no imperativo.
• Uso de recursos estilísticos como figuras de linguagem, 
jogos de palavras etc.
• Estrutura variável, mas com a presença comum de frases 
de impacto, slogan e nome da marca/produto.
Há alguns esquemas básicos de construção que podem ser 
identificados no texto publicitário, como:
USO DE ESTEREÓTIPOS
Diz respeito ao uso de esquemas e de fórmulas conhecidas 
e consagradas, ainda que não correspondam a uma verdade. 
Entretanto, como são de conhecimento geral e grande aceitação, 
os estereótipos evitam questionamentos, já que são tomados 
como “verdades conhecidas”. Esse tipo de esquema vem caindo 
em desuso na sociedade atual, já que enfrenta enormes problemas 
e questionamentos por parte de determinados grupos que se 
sentem atingidos por esses estereótipos, já que muitas vezes esse 
comportamento revela-se preconceituoso. Assim as marcas, cada 
vez mais, tornam-se cuidadosas para evitar que os estereótipos 
representem uma avaliação negativa do anunciante.
Propaganda que usa os estereótipos 
do corpo da mulher negra de forma preconceituosa.
A caracterização da mulher como dona de casa 
é um dos estereótipos mais utilizados na publicidade.
USO EUFÊMICO OU HIPERBÓLICO DA 
LINGUAGEM 
É comum a modificação de termos com a clara intenção de 
influenciar o entendimento do público, escondendo ou minimizando 
problemas, acusando concorrentes ou potencializando aspectos 
do próprio produto. Assim, por vezes, surgem conceitos e ideias 
de forma suavizada e, em outras, de maneira absolutamente 
exagerada.
A morte é suavizada para parecer algo bom, 
estratégia combinada ao estereótipo da sogra.
 
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PORTUGUÊS 18 GÊNERO TEXTUAL PUBLICITÁRIO
Aqui o “maior poder de sucção” é exagerado 
para um acontecimento inverossímil.
CRIAÇÃO DE ANTAGONISTA 
A ideia de transformar o produto ou ideia em herói, enaltecendo 
suas qualidades, passa pela criação de um antagonista, mais ou 
menos verossímil, mas elevados a uma categoria de “inimigo”, que 
adquire grande importância, valorizando, assim, o produto como 
única forma possível de resolução.
Os insetos são um grande inimigo, dos quais o produto protege 
(redoma) e contra os quais é “terrrível”.
DISCURSO DE AUTORIDADE 
O discurso de autoridade consiste em utilizar-se de um 
depoimento, fala, pensamento ou atitude de alguém que detenha 
reconhecimento sobre alguma área, como especialistas, estudiosos 
entre outros. Entretanto, é comum que haja também a utilização 
de pseudoautoridades, indivíduos que possuem reconhecimento 
na sociedade (artistas, cantores etc.) e que “testemunham” a favor 
de ideias ou produtos em que não importam suas especialidades. 
Esse reconhecimento busca associar uma marca, ideia ou produto 
à fama ou reconhecimento individual. Desta forma, o artista 
“empresta” sua credibilidade e empatia à ideia anunciada.
O uso da imagem de um dentista 
aliado à recomendação médica 
dão credibilidade ao produto.
A propaganda da marca de carnes 
coloca a figura do ator Tony 
Ramos como “garantidor” da 
qualidade do produto
USO DE DISCURSO AFIRMATIVO E 
REPETIÇÃO DE CONCEITOS
Publicidades utilizam-se de frases normalmente afirmativas, 
sempre expressando verdades incontestáveis. Daí verbos no 
presente, acompanhados de expressões de reforço, além do uso 
de imperativos buscam guiar a vontade e o entendimento do 
interlocutor, não lhe fornecendo chance para contrapor as ideias 
apresentadas. De outra forma, a repetição como “mantra” de 
slogans e ideias ajuda a construir a verdade do conceito e a fixar a 
necessidade de uma determinada ação.
A repetição torna-se hipnótica e fixa o 
 comando para a compra do produto.
PROPOSTOS
EXERCÍCIOS
01. (ENEM)
Os meios de comunicação podem contribuir para a resolução de 
problemas sociais, entre os quais o da violência sexual infantil. 
Nesse sentido, apropaganda usa a metáfora do pesadelo para 
a) informar crianças vítimas de abuso sexual sobre os perigos 
dessa prática, contribuindo para erradicá-la.
b) denunciar ocorrências de abuso sexual contra meninas, com o 
objetivo de colocar criminosos na cadeia.
c) dar a devida dimensão do que é o abuso sexual para uma 
criança, enfatizando a importância da denúncia.
d) destacar que a violência sexual infantil predomina durante 
a noite, o que requer maior cuidado dos responsáveis nesse 
período.
e) chamar a atenção para o fato de o abuso infantil ocorrer 
durante o sono, sendo confundido por algumas crianças com 
um pesadelo.
 
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02. (ENEM)
Essa propaganda defende a transformação social e a diminuição 
da violência por meio da palavra. Isso se evidencia pela 
a) predominância de tons claros na composição da peça 
publicitária.
b) associação entre uma arma de fogo e um megafone.
c) grafia com inicial maiúscula da palavra “voz” no slogan.
d) imagem de uma mão segurando um megafone.
e) representação gráfica da propagação do som.
03. (ENEM)
Nesse texto, a combinação de elementos verbais e não verbais 
configura-se como estratégia argumentativa para 
a) manifestar a preocupação do governo com a segurança dos 
pedestres.
b) associar a utilização do celular às ocorrências de atropelamento 
de crianças.
c) orientar pedestres e motoristas quanto à utilização responsável 
do telefone móvel.
d) influenciar o comportamento de motoristas em relação ao uso 
de celular no trânsito.
e) alertar a população para os riscos da falta de atenção no 
trânsito das grandes cidades.
04. (ENEM)
No Brasil, milhares de crianças e adolescentes trabalham em 
casas de família. Isso não é legal.
O trabalho infantil doméstico encurta a infância, prejudica a 
autoestima e provoca grande defasagem escolar.
Desenvolvemos diversos programas sociais que protegem e dão 
dignidade a crianças e jovens, como o PETI, PROJOVEM URBANO, 
PROJOVEM ADOLESCENTE E PROJOVEM TRABALHADOR, entre 
outros.
Disponível em: http://servicos.prt16.mpt.mpbr. Acesso em: 15 jul. 2015 (adaptado). 
A peça publicitária, em pauta, busca promover uma conscientização 
social. Pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados 
pelo autor, o texto
a) opõe a fragilidade da criança aos desmandos dos adultos.
b) elenca as causas da existência do trabalho infantil no Brasil.
c) detalha as iniciativas governamentais de solução do problema 
abordado.
d) divulga ações institucionais locais para o enfrentamento de um 
problema nacional.
e) ressalta a responsabilidade das famílias na proteção das 
crianças e dos adolescentes.
05. (ENEM)
Nessa propaganda, a combinação entre linguagem verbal e não 
verbal promove um apelo à população para que 
a) tome a vacina contra gripe.
b) se engaje em movimentos pela saúde no trabalho.
c) se proteja contra o contágio pelo vírus HIV.
d) combata a discriminação no local de trabalho.
e) contribua com ações a favor de portadores do vírus HIV.
06. (ENEM)
 
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PORTUGUÊS 18 GÊNERO TEXTUAL PUBLICITÁRIO
Campanhas publicitárias podem evidenciar problemas sociais. O 
cartaz tem como finalidade 
a) alertar os homens agressores sobre as consequências de seus 
atos.
b) conscientizar a população sobre a necessidade de denunciar a 
violência doméstica.
c) instruir as mulheres sobre o que fazer em casos de agressão.
d) despertar nas crianças a capacidade de reconhecer atos de 
violência doméstica.
e) exigir das autoridades ações preventivas contra a violência 
doméstica.
07. (ENEM) PROPAGANDA – O exame dos textos e mensagens de 
Propaganda revela que ela apresenta posições parciais, que refletem 
apenas o pensamento de uma minoria, como se exprimissem, em 
vez disso, a convicção de uma população; trata-se, no fundo, de 
convencer o ouvinte ou o leitor de que, em termos de opinião, está 
fora do caminho certo, e de induzi-lo a aderir às teses que lhes são 
apresentadas, por um mecanismo bem conhecido da psicologia 
social, o do conformismo induzido por pressões do grupo sobre o 
indivíduo isolado.
BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. 
Dicionário de política. Brasília: UnB, 1998 (adaptado).
De acordo com o texto, as estratégias argumentativas e o uso da 
linguagem na produção da propaganda favorecem a 
a) reflexão da sociedade sobre os produtos anunciados.
b) difusão do pensamento e das preferências das grandes 
massas.
c) imposição das ideias e posições de grupos específicos.
d) decisão consciente do consumidor a respeito de sua compra.
e) identificação dos interesses do responsável pelo produto 
divulgado.
08. (ENEM)
PALAVRAS TÊM PODER
Palavras informam, libertam, destroem preconceitos.
Palavras desinforma, aprisionam e criam preconceitos.
Liberdade de expressão. A escolha é sua. 
A responsabilidade, também.
A liberdade de expressão é uma conquista inquestionável. O 
que todos precisam saber é que liberdade traz responsabilidades. 
Publicar informações e mensagens sensacionalistas, explorar 
imagens mórbidas, desrespeitar os Direitos Humanos e estimular o 
preconceito e a violência são atos de desrespeito à lei.
Para promover a liberdade de expressão com responsabilidade, 
o Ministério Público de Pernambuco se une a vários parceiros 
nesta ação educativa. Colabore. Caso veja alguma mensagem que 
desrespeite os seus direitos, denuncie.
0800 281 9455 – Ministério Público de Pernambuco
Disponível em: http://palavrastempoder.org. Acesso em: 20 abr. 2015.
Pela análise do conteúdo, constata-se que essa campanha 
publicitária tem como função social 
a) propagar a imagem positiva do Ministério Público.
b) conscientizar a população que direitos implicam deveres.
c) coibir violações de direitos humanos nos meios de 
comunicação.
d) divulgar políticas sociais que combatem a intolerância e o 
preconceito.
e) instruir as pessoas sobre a forma correta de expressão nas 
redes sociais.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 09 E10
Nós adoraríamos dizer que somos perfeitos. Que somos 
infalíveis. Que não cometemos nem mesmo o menor deslize. E 
só não falamos isso por um pequeno detalhe: seria uma mentira. 
Aliás, em vez de usar a palavra “mentira”, como acabamos de 
fazer, poderíamos optar por um eufemismo. “Meia-verdade”, por 
exemplo, seria um termo muito menos agressivo. Mas nós não 
usamos esta palavra simplesmente porque não acreditamos que 
exista uma “Meia-verdade”. Para o Conar, Conselho Nacional de 
Autorregulamentação Publicitária, existem a verdade e a mentira. 
Existem a honestidade e a desonestidade. Absolutamente nada no 
meio. O Conar nasceu há 29 anos (viu SÓ? não arredondamos para 
30) com a missão de zelar pela ética na publicidade. Não fazemos 
isso porque somos bonzinhos (gostaríamos de dizer isso, mas, 
mais uma vez, seria mentira). Fazemos isso porque é a única forma 
da propaganda ter o máximo de credibilidade. E, cá entre nós, para 
que serviria a propaganda se o consumidor não acreditasse nela? 
Qualquer pessoa que se sinta enganada por uma peça publicitária 
pode fazer uma reclamação ao Conar. Ele analisa cuidadosamente 
todas as denúncias e, quando é o caso, aplica a punição.
 Anúncio veiculado na Revista Veja. 
São Paulo: Abril. Ed.2120, ano 42, nº27, 8 jul. 2009
09. (ENEM) O recurso gráfico utilizado no anúncio publicitário - 
de disfarçar a potencial supressão de trecho do texto - reforça a 
eficácia pretendida, revelada na estratégia de 
a) ressaltar a informação no título, em detrimento do restante do 
conteúdo associado.
b) incluir o leitor por meio do uso da 1ª pessoa do plural no 
discurso.
c) contar a história da criação do órgão como argumento de 
autoridade.
d) subverter o fazer publicitário pelo uso de sua metalinguagem.
e) impressionar o leitor pelo jogo de palavrasno texto.
10. (ENEM) Considerando a autoria e a seleção lexical desse texto, 
bem como os argumentos nele mobilizados, constata-se que o 
objetivo do autor do texto é 
a) informar os consumidores em geral sobre a atuação do Conar. 
b) conscientizar publicitários do compromisso ético ao elaborar 
suas peças publicitárias.
c) alertar chefes de família, para que eles fiscalizem o conteúdo 
das propagandas veiculadas pela mídia.
d) chamar a atenção de empresários e anunciantes em geral para 
suas responsabilidades ao contratarem publicitários sem ética.
e) chamar a atenção de empresas para os efeitos nocivos que 
elas podem causar à sociedade, se compactuarem com 
propagandas enganosas.
GABARITO
 EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01. C
02. B
03. D
04. D
05. E
06. B
07. C
08. B
09. D
10. A
 
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PRÉ-VESTIBULAR 71SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO
TIPOLOGIA TEXTUAL I: TEXTO 
INJUNTIVO, PREDITIVO E DIALOGAL19
TEXTO INJUNTIVO
O gênero injuntivo, também conhecido como instrucional, tem 
a função de explicar e expor métodos, maneiras e instruções a 
fim de demonstrar como uma ação deve ser realizada. De forma 
direta, é o tipo de texto que enuncia o procedimento para executar 
um determinado ato. É um gênero textual que embasa receitas de 
cozinha, bulas de medicamentos, manuais de instruções, editais de 
concursos e, até mesmo, algumas publicidades.
Por não ser um gênero argumentativo, não busca o 
convencimento do leitor, mas tão somente instruí-lo de forma 
detalhada sobre a realização de um procedimento, transmitindo-
lhe informações precisas e comandos para a efetivação do ato.
Dessa forma, é um gênero que apresenta a necessidade de 
um interlocutor ao qual o discurso se dirige e tem como principal 
objetivo a realização de alguma ação por parte dele, modificando de 
alguma maneira o seu comportamento, na medida em que fornece 
instruções e indicações para a execução de uma tarefa ou mesmo 
a recomendação sobre a forma de uso de um determinado objeto.
Alguns estudiosos enxergam no gênero injuntivo uma divisão, 
separando da categoria os textos chamados “prescritivos”. Enquanto 
o texto injuntivo forneceria instruções sem buscar evidenciar 
uma imposição ao leitor – tornando-se mera instrução, como em 
manuais ou receitas –, o texto prescritivo estabelece uma atitude 
coercitiva, proibindo comportamentos ou indicando a única maneira 
de realizar algo, a qual deve submeter-se o interlocutor – como seria 
o caso de editais de concursos, regulamentos e leis em geral.
A linguagem utilizada no gênero é normalmente simples, clara, 
direta e objetiva. É característica, por conta da necessidade de um 
interlocutor, a existência de verbos no imperativo, indicando as 
ações que devem ser realizadas por meio de “ordens” para sua 
realização. É comum que esse tipo texto também se utilize de 
descrições sobre objetos, ou ações, de modo a informar o leitor 
com precisão para que ele possa realizar as ações indicadas.
TEXTO PREDITIVO
O texto preditivo prediz, ou seja, diz antes. De fato, o 
entendimento do termo é a exata compreensão de seu contexto. 
O gênero preditivo é aquele cujo discuro serve para indicar uma 
previsão, dar uma informação sobre o futuro, de forma a antecipar 
os eventos que, segundo o enunciador, deverão ocorrer.
É um gênero que abarca textos como previsões do tempo, 
horóscopo, profecias e mesmo alguns provérbios. Como principal 
característica, apresenta seus verbos no futuro do presente e, por 
vezes, o presente do indicativo. É comum o uso de expressões com 
valor de futuro, além da existência de interlocução.
Na atualidade, reconhece-se o texto preditivo ligado às novas 
tecnologias. Pode-se afirmar sua presença como resultado de 
algoritmos de sites de busca ou mesmo dos próprios aplicativos 
de celulares. Nesses casos, há a criação de uma espécie de banco 
de dados de termos mais procurados ou palavras mais digitadas 
pelos usuários e, durante o preenchimento das primeiras letras de 
um termo, o aplicativo ou site “prediz”, em forma de sugestão, um 
termo ou expressão que corresponderia à busca realizada.
TEXTO DIALOGAL
O texto dialogal é baseado na construção de um diálogo e, 
portanto, necessita de, no mínimo, dois interlocutores, criando uma 
espécie de texto “cogerido”, construído à base da integração de 
turnos entre esses interlocutores.
Evidentemente, cada sentença de um enunciador relaciona-se 
com aquilo que seu interlocutor enunciou e vice-versa, fazendo, 
assim, com que a trama do texto estabeleça-se por meio do 
diálogo que vai sendo construído, uma vez que esses interlocutores 
concordam, discordam, concluem, generalizam, particularizam, 
justificam, exemplificam etc.
É um gênero que se percebe em diversos textos, como as 
entrevistas jornalísticas, os debates, as reuniões de trabalho, 
conversas telefônicas, bate-papos em aplicativos e sites de 
mensagens diretas etc.
PROPOSTOS
EXERCÍCIOS
01. (ENEM) E se a água potável acabar? O que aconteceria se a 
água potável do mundo acabasse?
As teorias mais pessimistas dizem que a água potável deve 
acabar logo, em 2050. Nesse ano, ninguém mais tomará banho 
todo dia. Chuveiro com água, só duas vezes por semana. Se alguém 
exceder 55 litros de consumo (metade do que a ONU recomenda), 
seu abastecimento será interrompido. Nos mercados, não haveria 
carne, pois, se não há água para você, imagine para o gado. 
Gastam-se 43 mil litros de água para produzir 1 kg de carne. Mas 
não é só ela que faltará. A Região Centro-Oeste do Brasil, maior 
produtor de grãos da América Latina em 2012, não conseguiria 
manter a produção. Afinal, no país, a agricultura e a agropecuária 
são, hoje, as maiores consumidoras de água, com mais de 70% do 
uso. Faltariam arroz, feijão, soja, milho e outros grãos.
Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012.
A língua portuguesa dispõe de vários recursos para indicar a atitude 
do falante em relação ao conteúdo de seu enunciado. No início do 
texto, o verbo “dever” contribui para expressar 
a) uma constatação sobre como as pessoas administram os 
recursos hídricos.
b) a habilidade das comunidades em lidar com problemas 
ambientais contemporâneos.
c) a capacidade humana de substituir recursos naturais 
renováveis.
d) uma previsão trágica a respeito das fontes de água potável.
e) uma situação ficcional com base na realidade ambiental 
brasileira.
02. (ENEM)
Fogo frio
O Poeta
A névoa que sobe
dos campos, das grotas, do fundo dos vales,
é o hálito quente da terra friorenta.
O Lavrador
Engana-se, amigo.
Aquilo é fumaça que sai da geada.
 
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PORTUGUÊS 19 TIPOLOGIA TEXTUAL I: TEXTO INJUNTIVO, PREDITIVO E DIALOGAL
O Poeta
Fumaça, que eu saiba,
somente de chama e brasa é que sai!
O Lavrador
E, acaso, a geada não é
fogo branco caído do céu,
tostando tudinho, crestando tudinho, queimando tudinho,
sem pena, sem dó?
FORNARI, E. Trem da serra. Porto Alegre: Acadêmica, 1987.
Neste diálogo poético, encena-se um embate de ideias entre o 
Poeta e o Lavrador, em que 
a) a vitória simbólica é dada ao discurso do lavrador e tem como 
efeito a renovação de uma linguagem poética cristalizada.
b) as duas visões têm a mesma importância e são equivalentes 
como experiência de vida e a capacidade de expressão.
c) o autor despreza a sabedoria popular e traça uma caricatura do 
discurso do lavrador, simplório e repetitivo.
d) as imagens contraditórias de frio e fogo referidas à geada 
compõem um paradoxo que o poema não é capaz de organizar.
e) o discurso do lavrador faz uma personificação da natureza para 
explicar o fenômeno climático observado pelos personagens.
03. (ENEM)
14 coisas que você não deve jogar na privada
Nem no ralo. Elas poluem rios, lagos e mares, o que contamina 
o ambiente e os animais. Também deixa mais difícil obter aágua 
que nós mesmos usaremos. Alguns produtos podem causar 
entupimentos:
- cotonete e fio dental;
- medicamento e preservativo;
- óleo de cozinha;
- ponta de cigarro;
- poeira de varrição de casa;
- fio de cabelo e pelo de animais;
- tinta que não seja à base de água;
- querosene, gasolina, solvente, tíner. 
Jogue esses produtos no lixo comum. Alguns deles, como óleo 
de cozinha, medicamento e tinta, podem ser levados a pontos de 
coleta especiais, que darão a destinação final adequada.
MORGADO, M.; EMASA. Manual de etiqueta. 
Planeta Sustentável, jul.-ago. 2013 (adaptado). 
O texto tem objetivo educativo. Nesse sentido, além do foco no 
interlocutor, que caracteriza a função conativa da linguagem, 
predomina também nele a função referencial, que busca 
a) despertar no leitor sentimentos de amor pela natureza, 
induzindo-o a ter atitudes responsáveis que beneficiarão a 
sustentabilidade do planeta.
b) informar o leitor sobre as consequências da destinação 
inadequada do lixo, orientando-o sobre como fazer o correto 
descarte de alguns dejetos.
c) transmitir uma mensagem de caráter subjetivo, mostrando 
exemplos de atitudes sustentáveis do autor do texto em 
relação ao planeta.
d) estabelecer uma comunicação com o leitor, procurando 
certificar-se de que a mensagem sobre ações de 
sustentabilidade está sendo compreendida.
e) explorar o uso da linguagem, conceituando detalhadamente os 
termos utilizados de forma a proporcionar melhor compreensão 
do texto.
04. (ENEM)
Receita
Tome-se um poeta não cansado,
Uma nuvem de sonho e uma flor,
Três gotas de tristeza, um tom dourado,
Uma veia sangrando de pavor.
Quando a massa já ferve e se retorce
Deita-se a luz dum corpo de mulher,
Duma pitada de morte se reforce,
Que um amor de poeta assim requer.
SARAMAGO, J. Os poemas possíveis. Alfragide: Caminho, 1997.
Os gêneros textuais caracterizam-se por serem relativamente 
estáveis e podem reconfigurar-se em função do propósito 
comunicativo. Esse texto constitui uma mescla de gêneros, pois 
a) introduz procedimentos prescritivos na composição do poema.
b) explicita as etapas essenciais à preparação de uma receita.
c) explora elementos temáticos presentes em uma receita.
d) apresenta organização estrutural típica de um poema.
e) utiliza linguagem figurada na construção do poema.
05. (ENEM) O Instituto de Arte de Chicago disponibilizou para 
visualização on-line, compartilhamento ou download (sob licença 
Creative Commons), 44 mil imagens de obras de arte em altíssima 
resolução, além de livros, estudos e pesquisas sobre a história da arte.
Para o historiador da arte, Bendor Grosvenor, o sucesso das 
coleções on-line de acesso aberto, além de democratizar a arte, 
vem ajudando a formar um novo público museológico. Grosvenor 
acredita que quanto mais pessoas forem expostas à arte on-line, 
mais visitas pessoais acontecerão aos museus.
A coleção está disponível em seis categorias: paisagens 
urbanas, impressionismo, essenciais, arte africana, moda e 
animais. Também é possível pesquisar pelo nome da obra, estilo, 
autor ou período. Para navegar pela imagem em alta definição, 
basta clicar sobre ela e utilizar a ferramenta de zoom. Para fazer 
o download, disponível para obras de domínio público, é preciso 
utilizar a seta localizada do lado inferior direito da imagem.
Disponível em: www.revistabula.com. Acesso em: 5 dez. 2018 (adaptado).
A função da linguagem que predomina nesse texto se caracteriza 
por
a) evidenciar a subjetividade da reportagem com base na fala do 
historiador de arte.
b) convencer o leitor a fazer o acesso on-line, levando-o a 
conhecer as obras de arte.
c) informar sobre o acesso às imagens por meio da descrição do 
modo como acessá-las.
d) estabelecer interlocução com o leitor, orientando-o a fazer o 
download das obras de arte.
e) enaltecer a arte, buscando popularizá-la por meio da 
possibilidade de visualização on-line.
06. (ENEM) Menino de cidade – Papai, você deixa eu ter um 
cachorro no meu sítio? – Deixo. – E um porquinho-da-índia? E 
ariranha? E macaco e quatro cabritos? E duzentos e vinte pombas? 
E um boi? E vaca? E rinoceronte? – Rinoceronte não pode. – Tá 
bem, mas cavalo pode, não pode? O sítio é apenas um terreno no 
estado do Rio sem maiores perspectivas imediatas. Mas o garoto 
precisa acreditar no sítio como outras pessoas precisam acreditar 
no céu. O céu dele é exatamente o da festa folclórica, a bicharada 
toda e ele, que nasceu no Rio e vive nesta cidade sem animais.
CAMPOS, P. M. Balé do pato e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1988.
Nessa crônica, a repetição de estruturas sintáticas, além de fazer 
o texto progredir, ainda contribui para a construção de seu sentido, 
 
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19 TIPOLOGIA TEXTUAL I: TEXTO INJUNTIVO, PREDITIVO E DIALOGAL
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PORTUGUÊS
a) demarcando o diálogo desenvolvido entre o pai e o menino 
criado na cidade.
b) opondo a cidade sem animais a um sítio habitado por várias 
espécies diferentes.
c) revelando a ansiedade do menino em relação aos bichos que 
poderia ter em seu sítio.
d) pondo em foco os animais como temática central da história 
narrada nessa prosa ficcional.
e) indicando a falta de ânimo do pai, sem maiores perspectivas 
futuras em relação ao terreno.
07. (ENEM)
Primeira lição
Os gêneros de poesia são: lírico, satírico, didático, épico, ligeiro.
O gênero lírico compreende o lirismo.
Lirismo é a tradução de um sentimento subjetivo, sincero e 
pessoal.
É a linguagem do coração, do amor.
O lirismo é assim denominado porque em outros tempos os 
versos sentimentais eram declamados ao som da lira.
O lirismo pode ser:
a) Elegíaco, quando trata de assuntos tristes, quase sempre a 
morte. 
b) Bucólico, quando versa sobre assuntos campestres.
c) Erótico, quando versa sobre o amor.
O lirismo elegíaco compreende a elegia, a nênia, a endecha, o 
epitáfio e o epicédio.
Elegia é uma poesia que trata de assuntos tristes.
Nênia é uma poesia em homenagem a uma pessoa morta.
Era declamada junto à fogueira onde o cadáver era incinerado.
Endecha é uma poesia que revela as dores do coração.
Epitáfio é um pequeno verso gravado em pedras tumulares.
Epicédio é uma poesia onde o poeta relata a vida de uma 
pessoa morta.
CESAR, A. C. Poética, São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
No poema de Ana Cristina Cesar, a relação entre as definições 
apresentadas e o processo de construção do texto indica que o(a) 
a) caráter descritivo dos versos assinala uma concepção irônica 
de lirismo.
b) tom explicativo e contido constitui uma forma peculiar de 
expressão poética.
c) seleção e o recorte do tema revelam uma visão pessimista da 
criação artística.
d) enumeração de distintas manifestações líricas produz um 
efeito de impessoalidade.
e) referência a gêneros poéticos clássicos expressa a adesão do 
eu lírico às tradições literárias.
08. (ENEM)
Reclame
se o mundo não vai bem
a seus olhos, use lentes
... ou transforme o mundo.
ótica olho vivo
agradece a preferência.
CHACAL. Disponível em: www.escritas.org. Acesso em: 14 ago. 2014.
Os gêneros podem ser híbridos, mesclando características de 
diferentes composições textuais que circulam socialmente. Nesse 
poema, o autor preservou, do gênero publicitário, a seguinte 
característica: 
a) Extensão do texto.
b) Emprego da injunção.
c) Apresentação do título.
d) Disposição das palavras.
e) Pontuação dos períodos.
09. (ENEM)
Blues da piedade
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
CAZUZA. Cazuza: O poeta não morreu. 
Rio de Janeiro: Universal Music, 2000 (fragmento).
Todo gênero apresenta elementos constitutivos que condicionam 
seu uso em sociedade. À letra de canção identifica-se com o gênero 
ladainha, essencialmente, pela utilização da sequência textual 
a) expositiva, por discorrer sobre um dado tema.
b) narrativa, por apresentar umacadeia de ações.
c) injuntiva, por chamar o interlocutor à participação.
d) descritiva, por enumerar características de um personagem.
e) argumentativa, por incitar o leitor a uma tomada de atitude.
10. (ENEM)
Essa campanha se destaca pela maneira como utiliza a linguagem 
para conscientizar a sociedade da necessidade de se acabar com o 
bullying. Tal estratégia está centrada no(a) 
 
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PORTUGUÊS 19 TIPOLOGIA TEXTUAL I: TEXTO INJUNTIVO, PREDITIVO E DIALOGAL
a) chamamento de diferentes atores sociais pelo uso recorrente 
de estruturas injuntivas.
b) variedade linguística caracterizadora do português europeu.
c) restrição a um grupo específico de vítimas ao apresentar 
marcas gráficas de identificação de gênero como “o(a)”.
d) combinação do significado de palavras escritas em línguas 
inglesa e portuguesa.
e) enunciado de cunho esperançoso “passe à história” no título 
do cartaz.
f) 05.GABARITO
 EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01. D
02. A
03. B
04. A
05. C
06. C
07. B
08. B
09. C
10. A
ANOTAÇÕES
 
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PRÉ-VESTIBULAR 75SISTEMA PRODÍGIO DE ENSINO
TIPOLOGIA TEXTUAL II:
NARRAÇÃO, DESCRIÇÃO E DISSERTAÇÃO20
INTRODUÇÃO
Os textos são classificados, de acordo com suas características, 
em determinados tipos, que variam conforme a predominância da 
existência de figuras ou de ideias abstratas. Com isso, temos dois 
tipos de texto e seus decorrentes discursos de base, conforme o 
exposto na tabela abaixo.
Textos concretos
(figurados)
Descrição
Narração
Textos abstratos
(conceituais)
Exposição
Argumentação
Diz-se que os textos são concretos quando apresentam 
palavras ou expressões que correspondem a algo existente (o 
que se imagina como tal) no mundo natural ou social (figuras). Os 
textos abstratos são aqueles que apresentam ideias que organizam 
e ordenam a realidade percebida pelos sentidos. Já com relação 
aos discursos de base, os textos mais concretos apresentam-se 
como narrações ou descrições. Já aqueles mais abstratos, como 
exposições ou argumentações. 
Em contextos escolares, o discurso expositivo, quando fundido 
ao argumentativo, gera o modelo dissertativo-argumentativo, típico 
das provas de vestibular. 
QUEM FALA
Narração narrador
Descrição observador
Dissertação argumentador
FALA O QUÊ
Narração ações, acontecimentos
Descrição seres, objetos, cenas, processos
Dissertação argumentos, conceitos, definições
OBJETIVO
Narração relatar
Descrição identificar, localizar, caracterizar
Dissertação discutir, informar, expor
NARRAÇÃO
Falar de texto narrativo é observar que a matéria da narração 
é o fato. O relato de um episódio real ou de ficção implica outros 
elementos (quem os vivencia, o fato em si e as circunstâncias), ou 
seja: o quê, quem, como, quando, onde, porquê, por isso.
Esses elementos não estão, necessariamente, presentes em 
todas as narrativas. No entanto, são imprescindíveis os elementos 
quem e o quê para que possa haver narração.
São cinco as categorias da narrativa, também chamadas de 
elementos da narrativa: o enredo, o narrador, os personagens, o 
tempo e o espaço (ambiente).
O enredo engloba a estrutura da narrativa. Mais do que entender 
a sequência de fatos constituintes da história, o enredo atua na 
compreensão do conflito; é a trama que envolve personagens que 
se opõem, diante de um complicador que leva a história para a 
frente.
Um enredo desenvolve-se nos seguintes estágios:
• Exposição
O narrador apresenta as circunstâncias da história, situando 
em época e ambiente determinados, introduzindo algumas 
personagens.
• Complicação
Ao se iniciar o conflito, há o choque de interesses entre 
personagens.
• Clímax
O ápice da história, o ponto de maior tensão. No clímax, o 
conflito de interesses entre as personagens chega ao ponto em que 
não há como adiar o desfecho.
• Desfecho ou desenlace
O material do enredo é o tema, resultante do tratamento dado 
ao assunto pelo autor, ou seja, o ponto de vista ou enfoque dado.
Além da sequência temporal que observamos no texto narrativo, 
temos como característica a apresentação de personagens que 
vivem fatos em determinado lugar (espaço) e tempo. Os fatos 
são narrados por um narrador. É importante observar que o 
narrador é uma entidade literária, sem existência real; logo, não 
pode ser confundido com o autor do texto. É ele quem conta a 
história, apresenta as personagens e, ao fazer isso, constrói um 
determinado foco narrativo. O foco narrativo é, então, a perspectiva 
a partir da qual uma história é contada.
O narrador em 1ª pessoa pode assumir duas posições diante 
do que narra:
NARRADOR-PROTAGONISTA OU 
PERSONAGEM PRINCIPAL
Não tem acesso aos sentimentos, pensamentos e intenções 
dos outros personagens, mas narra suas percepções, sentimentos 
e pensamentos. Por meio desse foco, é possível ao leitor traçar o 
perfil do protagonista.
NARRADOR-TESTEMUNHA OU 
PERSONAGEM SECUNDÁRIO 
Embora narre de dentro da trama os acontecimentos, não 
consegue saber os sentimentos das outras personagens, limitando-
se a inferências e hipóteses. Pode ou não tecer comentários.
O narrador em 3ª pessoa, por sua vez, pode assumir duas 
posições diante do que narra:
NARRADOR-ONISCIENTE
Tem conhecimento de tudo, até dos pensamentos e 
sentimentos dos personagens. Está acima de tudo, por isso, pode 
antecipar ações e fatos futuros.
 
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PORTUGUÊS 20 TIPOLOGIA TEXTUAL II: NARRAÇÃO, DESCRIÇÃO E DISSERTAÇÃO
NARRADOR-INTRUSO 
Simula um diálogo com o leitor, julga, comenta e analisa o 
comportamento e atitudes narradas.
DESCRIÇÃO
É o tipo de texto que mostra de forma verbal um objeto, ser, 
coisa, paisagem ou mesmo um sentimento, sempre por meio da 
apresentação de seus elementos mais característicos, de suas 
particularidades e a forma e a ordem de sua organização.
A finalidade básica de uma descrição é estimular os sentidos 
provocados pela coisa observada, como se pudesse dar ao leitor 
as mesmas impressões que se tem ao estar diante daquilo que 
é descrito. Para isso, é importante atentar para o ponto de vista, 
seja ele a posição física em que se encontra o observador, seja a 
orientação afetiva que apresenta diante daquilo que é descrito.
Daí decorrem dois tipos de descrição. A descrição objetiva e 
a descrição subjetiva. Na primeira, a coisa descrita é mostrada de 
forma concreta, com foco em seus aspectos intrínsecos, sem revelar 
as impressões do observador; assim, o foco são características 
como forma, tamanho, volume, coloração, espessura etc. 
Na descrição subjetiva atenta-se para a percepção do 
observador em relação ao que é descrito. Neste tipo de descrição, 
existe a parcialidade do observador que demonstra suas emoções 
e impressões individuais acerca daquilo que descreve. 
É também particularmente importante em uma descrição 
a ordem dos elementos apresentados ao longo do texto. Essa 
progressividade auxilia o leitor a combinar os detalhes descritos 
em uma imagem unificada.
DISSERTAÇÃO
A dissertação se caracteriza pela defesa de uma ideia, de um 
ponto de vista, ou pelo questionamento acerca de um determinado 
assunto. Para a fundamentação desse ponto de vista, o texto 
dissertativo utiliza-se de uma estrutura argumentativa, pois é 
a partir desses argumentos que se justificará a ideia central da 
dissertação.
Em geral, para se obter maior clareza na exposição de um 
ponto de vista, costuma-se distribuir o texto dissertativo em três 
partes:
• Introdução: em que se apresenta a ideia ou o ponto de 
vista a ser defendido.
• Desenvolvimento ou argumentação: em que se desenvolve 
o ponto de vista para tentar convencer o leitor, usando 
uma sólida argumentação, com exemplos, citações, ou 
fornecimentode dados.
• Conclusão: em que se dá um fecho ao texto, coerente com 
o desenvolvimento e com os argumentos apresentados.
Em um texto dissertativo não há, de forma alguma, a marca 
de interlocução. Argumenta-se para convencer um leitor hipotético, 
chamado de interlocutor universal. Portanto, em uma estrutura 
dissertativa, a presença da 2ª pessoa ou de vocativos implica uma 
inadequação ao tipo de texto.
Como a elaboração de uma dissertação não está centrada na 
função poética da linguagem, mas na exposição e defesa de ideias, 
não se justifica o uso exagerado de figuras de linguagem, pois os 
subtextos que a linguagem figurada cria podem, de alguma forma, 
esvaziar o poder argumentativo do texto.
PROPOSTOS
EXERCÍCIOS
01. (ENEM)
As cores
Maria Alice abandonou o livro onde seus dedos longos liam uma 
história de amor. Em seu pequeno mundo de volumes, de cheiros, 
de sons, todas aquelas palavras eram a perpétua renovação dos 
mistérios em cujo seio sua imaginação se perdia. [...] Como seria 
cor e o que seria? [...]. Era, com certeza, a nota marcante de todas 
as coisas para aqueles cujos olhos viam, aqueles olhos que tantas 
vezes palpara com inveja calada e que se fechavam, quando os 
tocava, sensíveis como pássaros assustados, palpitantes de vida, 
sob seus dedos trêmulos, que diziam ser claros. Que seria o claro, 
afinal? Algo que aprendera, de há muito, ser igual ao branco. [...]
E agora Maria Alice voltava outra vez ao Instituto. E ao grande 
amigo que lá conhecera. [...]. Lembrava-se da ternura daquela voz, 
da beleza daquela voz. De como se adivinhavam entre dezenas de 
outros e suas mãos se encontravam. De como as palavras de amor 
tinham irrompido e suas bocas se encontrado... De como um dia 
seus pais haviam surgido inesperadamente no Instituto e a haviam 
levado à sala do diretor e se haviam queixado da falta de vigilância 
e moralidade no estabelecimento. E de como, no momento em que 
a retiravam e quando ela disse que pretendia se despedir de um 
amigo pelo qual tinha grande afeição e com quem se queria casar, 
o pai exclamara, horrorizado:
– Você não tem juízo, criatura? Casar-se com um mulato? 
Nunca!
Mulato era cor. Estava longe aquele dia. Estava longe o Instituto, 
ao qual não saberia voltar, do qual nunca mais tivera notícia, e do 
qual somente restara o privilégio de caminhar sozinha pelo reino 
dos livros, tão parecido com a vida dos outros, tão cheio de cores.. .
LESSA, O. Seleta de Orígenes Lessa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973.
No texto, a condição da personagem e os desdobramentos da 
narrativa conduzem o leitor a compreender o(a)
a) percepção das cores como metáfora da discriminação racial. 
b) privação da visão como elemento definidor das relações 
humanas.
c) contraste entre as representações do amor de diferentes 
gerações.
d) prevalência das diferenças sociais sobre a liberdade das 
relações afetivas.
e) embate entre a ingenuidade juvenil e a manutenção de 
tradições familiares.
02. (ENEM)
Ed Mort só vai
Mort. Ed Mort. Detetive particular. Está na plaqueta. Tenho um 
escritório numa galeria de Copacabana entre um fliperama e uma 
loja de carimbos. Dá só para o essencial, um telefone mudo e um 
cinzeiro. Mas insisto numa mesa e numa cadeira. Apesar do protesto 
das baratas. Elas não vencerão. Comprei um jogo de máscaras. No 
meu trabalho o disfarce é essencial. Para escapar dos credores. 
Outro dia entrei na sala e vi a cara do King Kong andando pelo 
chão. As baratas estavam roubando as máscaras. Espisoteei meia 
dúzia. As outras atacaram a mesa. Consegui salvar a minha Bic e o 
jornal. O jornal era novo, tinha só uma semana. Mas elas levaram a 
agenda. Saí ganhando. A agenda estava em branco. Meu último caso 
fora com a funcionária do Erótica, a primeira ótica da cidade com 
balconista topless. Acabara mal. Mort. Ed Mort. Está na plaqueta.
VERISSIMO, L. F. Ed Mort: todas as histórias. Porto Alegre: L&PM, 1997 (adaptado).
 
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20 TIPOLOGIA TEXTUAL II: NARRAÇÃO, DESCRIÇÃO E DISSERTAÇÃO
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PORTUGUÊS
Nessa crônica, o efeito de humor é basicamente construído por 
uma 
a) segmentação de enunciados baseada na descrição dos 
hábitos do personagem.
b) ordenação dos constituintes oracionais na qual se destaca o 
núcleo verbal.
c) estrutura composicional caracterizada pelo arranjo singular 
dos períodos.
d) sequenciação narrativa na qual se articulam eventos absurdos. 
e) seleção lexical na qual predominam informações redundantes. 
03. (ENEM)
Menina
A máquina de costura avançava decidida sobre o pano. Que 
bonita que a mãe era, com os alfinetes na boca. Gostava de olhá-
la calada, estudando seus gestos, enquanto recortava retalhos de 
pano com a tesoura. Interrompia às vezes seu trabalho, era quando 
a mãe precisava da tesoura. Admirava o jeito decidido da mãe ao 
cortar pano, não hesitava nunca, nem errava. A mãe sabia tanto! 
Tita chamava-a de ( ) como quem diz ( ). Tentava não pensar as 
palavras, mas sabia que na mesma hora da tentativa tinha-as 
pensado. Oh, tudo era tão difícil. A mãe saberia o que ela queria 
perguntar-lhe intensamente agora quase com fome depressa 
depressa antes de morrer, tanto que não se conteve e – Mamãe, o 
que é desquitada? – atirou rápida com uma voz sem timbre. Tudo 
ficou suspenso, se alguém gritasse o mundo acabava ou Deus 
aparecia – sentia Ana Lúcia. Era muito forte aquele instante, forte 
demais para uma menina, a mãe parada com a tesoura no ar, tudo 
sem solução podendo desabar a qualquer pensamento, a máquina 
avançando desgovernada sobre o vestido de seda brilhante 
espalhando luz luz luz.
ÂNGELO. I. Menina. In: A face horrível. São Paulo: Lazuli, 2017.
Escrita na década de 1960, a narrativa põe em evidência uma 
dramaticidade centrada na 
a) insinuação da lacuna familiar gerada pela ausência da figura 
paterna.
b) associação entre a angústia da menina e a reação intempestiva 
da mãe.
c) relação conflituosa entre o trabalho doméstico e a emancipação 
feminina.
d) representação de estigmas sociais modulados pela perspectiva 
da criança.
e) expressão de dúvidas existenciais intensificadas pela 
percepção do abandono.
04. (ENEM)
Machado de Assis
Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, 
dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e 
ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 
1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco 
José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele 
que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, 
perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, 
também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola 
pública, única que frequentou o autodidata Machado de Assis.
Disponível em: http://www.passeiweb.com. Acesso em: 1 maio 2009.
Considerando os seus conhecimentos sobre os gêneros textuais, o 
texto citado constitui-se de 
a) fatos ficcionais relacionados a outros de caráter realista, 
relativos à vida de um renomado escritor.
b) representações generalizadas acerca da vida de membros da 
sociedade por seus trabalhos e vida cotidiana.
c) explicações da vida de um renomado escritor, com estrutura 
argumentativa, destacando como tema seus principais feitos.
d) questões controversas e fatos diversos da vida de personalidade 
histórica, ressaltando sua intimidade familiar em detrimento de 
seus feitos públicos.
e) apresentação da vida de uma personalidade, organizada 
sobretudo pela ordem tipológica da narração, com um estilo 
marcado por linguagem objetiva.
05. (ENEM) Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula 
disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-
história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia 
o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais 
começou.
[…]
Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas continuarei 
a escrever. Como começar

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