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Disciplina: Direito Constitucional 
Prof. Jonathas de Oliveira 
 
 www.exponencialconcursos.com.br 
 
 
1- (FGV / Estágio Forense do MPE – RJ / 2014 / 
Adaptada) Julgue o item a seguir: 
O sistema jurídico brasileiro adota o princípio da supremacia constitucional. 
Segundo os juristas pátrios e, principalmente, a jurisprudência do STF, o 
referido princípio informa-nos que o intérprete deve ter em conta que as normas 
constitucionais encontram-se posicionadas no topo do ordenamento jurídico e 
configuram o fundamento de validade de todas as demais normas do sistema 
que estejam em posição hierárquica inferior. 
Resolução: Correto. O princípio da Supremacia da Constituição postula que a 
Lei Fundamental (Constituição) do Estado se encontra na parte mais elevada do 
ordenamento jurídico, de modo que nenhuma norma pode contrariar suas 
disposições normativas. Este princípio orienta toda interpretação da 
Constituição, lei fundamental do Estado, que não pode ser contrariada por 
nenhuma outra norma. 
 
2- (CESPE / Defensor Público Federal – DPU / 2017) 
A respeito da evolução histórica do constitucionalismo no Brasil, das concepções 
e teorias sobre a Constituição e do sistema constitucional brasileiro, julgue o 
item a seguir. 
A CF goza de supremacia tanto do ponto de vista material quanto do formal. 
Resolução: Correto. 
A supremacia formal é consequência direta da rigidez constitucional. Uma 
vez que as normas constitucionais devem observar um processo legislativo 
próprio, dotado de maior complexidade e rigidez, isso as coloca em um patamar 
especial. 
Por seu turno, a supremacia material diz com o conteúdo das normas 
constitucionais. Uma vez que o conteúdo do texto constitucional trata de 
matérias basilares em relação à organização do Estado, ela é materialmente 
superior a todas as demais normas do ordenamento jurídico. 
 
3- (CESPE / STJ – Conhecimentos Básicos / 2015) 
Julgue o item subsecutivo, acerca da República Federativa do Brasil. 
A Constituição é instituto multifuncional que engloba entre seus objetivos a 
limitação do poder e a conformação e legitimação da ordem política. 
Questões Comentadas 
 
Disciplina: Direito Constitucional 
Prof. Jonathas de Oliveira 
 
 www.exponencialconcursos.com.br 
Resolução: Correto. A Constituição é a lei máxima do Estado e tem como 
alguns de seus objetivos limitar os poderes do próprio Estado e dos particulares 
e estabelecer as diretrizes da ordem política. 
 
4- (CESPE / Defensor Público Estadual da DPE – RN / 
2015 / Adaptada) Julgue o item abaixo. 
O preâmbulo da CF possui caráter dispositivo. 
Resolução: Errado! 
Revejamos o que dispõe o preâmbulo constitucional: 
PREÂMBULO 
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional 
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o 
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de 
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia 
social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica 
das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 
 
Como já vimos, o STF adotou, expressamente, a tese da irrelevância 
jurídica. 
Por exemplo, sendo instado a examinar se a invocação da “proteção de 
Deus” seria ou não norma de reprodução obrigatória pelas Constituições 
Estaduais (CE) e Leis Orgânicas (LO) do Distrito Federal e dos Municípios, o STF 
se manifestou contrário a um discutível caráter normativo do 
preâmbulo da CF/88 (ADI 2.076/AC). Ou seja, as CE e LO não precisam 
invocar a “proteção de Deus”. 
Extrapolando, o preâmbulo não possui caráter de norma jurídica cogente, 
mas expressa tão somente um posicionamento político-ideológico, não se 
tratando de norma de reprodução obrigatória. 
 
5- (FCC / Assessor Jurídico do TCE – PI / 2014 / 
Adaptada) Julgue o item a seguir: 
O preâmbulo não se situa no âmbito do Direito, mas no domínio da política, 
refletindo posição ideológica do constituinte e não apresentando, portanto, força 
normativa, nem criando direitos ou obrigações. 
Disciplina: Direito Constitucional 
Prof. Jonathas de Oliveira 
 
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Resolução: Correto. Conforme já se posicionou o STF, o preâmbulo da 
Constituição não possui natureza jurídico-normativa, mas político-ideológica, 
não sendo fonte de direitos ou obrigações. 
 
6- (IBFC / Gestor de Transportes e Obras SEPLAG – 
MG / 2014) Considerando as categorias de elementos que definem o conteúdo 
das Constituições, pode-se afirmar que as disposições constitucionais 
transitórias são elementos: 
a) Limitativos. 
b) Socioideológicos. 
c) Orgânicos. 
d) Formais de aplicabilidade. 
Resolução: Alternativa D. O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias é 
uma parte das normas constitucionais que contém regras de transição do 
regime constitucional anterior (1969) para o atual regime (1988), assim, se 
caracteriza como formal de aplicabilidade. 
 
7- (FCC / Defensor Público Estadual – ES / 2016 / 
Adaptada) Em relação ao fenômeno da “constitucionalização” do Direito, 
impactando as diversas disciplinas jurídicas, como, por exemplo, o Direito Civil, 
o Direito Processual Civil, o Direito Penal etc., e a força normativa da 
Constituição, é correto afirmar que a “despatrimonialização” do Direito Civil, 
conforme sustentada por parte da doutrina, é reflexo da centralidade que o 
princípio da dignidade da pessoa humana e os direitos fundamentais passam a 
ocupar no âmbito do Direito Privado, notadamente após a Constituição Federal 
de 1988. 
Resolução: Correto. Alguns autores, como Pedro Lenza (2012), chamam a 
atenção para a progressiva superação da clássica dicotomia direito público vs 
direito privado. 
 Fato é que, no atual Estado Democrático de Direito em que vivemos, 
observa-se uma tendência de supremacia dos direitos fundamentais 
sobre os direitos particulares estruturados pelo Direito Privado, 
notadamente pelo Direito Civil. 
Por exemplo, o Código Civil sofre um processo de descodificação tendo 
como contrapartida a criação de microssistemas (como o Estatuto da Criança e 
do Adolescente, o Código de Defesa do Consumidor, o Estatuto do Idoso, dentre 
outros). Estes, por sua vez, extraem seu fundamento de validade diretamente 
dos direitos fundamentais expressos na Constituição. 
Disciplina: Direito Constitucional 
Prof. Jonathas de Oliveira 
 
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 Assim, mesmo as relações entre particulares, tradicionalmente regidas 
pelo direito privado (como aquelas delineadas no Código Civil) e pela 
supremacia do interesse dos particulares, não estão, por exemplo, isentas da 
força normativa dos direitos fundamentais assegurados pela Carta Magna. 
 
8- (IBADE / Contador da JARU-PREVI-RO / 2019) 
“___________ é, juridicamente, a lei fundamental e suprema de um Estado, 
contendo as normas referentes à estruturação do Estado, à formação dos 
poderes públicos, forma de governo e aquisição do poder de governar, 
distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos”. O 
documento que completa corretamente a lacuna acima é: 
a) Constituição. 
b) Lei complementar. 
c) Lei ordinária. 
d) Resolução legislativa. 
e) Decreto presidencial. 
Resolução: Alternativa A. A Constituição é a norma suprema do Estado, se 
situando acima de todas as demais espécies legislativas e atos normativos 
expedidos pelas autoridades estatais. É a Constituição que estabelece e 
organiza, a priori, todo o sistema jurídico, servindo de parâmetro para todo o 
agir público (e mesmo privado) subsequente. A Constituição é, assim, a base 
de todo o ordenamento, nada nele podendo subsistir que com ela não seja 
compatível. 
 
 
 
 
1- (FGV /Estágio Forense do MPE – RJ / 2014 / 
Adaptada) Julgue o item a seguir: 
O sistema jurídico brasileiro adota o princípio da supremacia constitucional. 
Segundo os juristas pátrios e, principalmente, a jurisprudência do STF, o 
referido princípio informa-nos que o intérprete deve ter em conta que as normas 
constitucionais encontram-se posicionadas no topo do ordenamento jurídico e 
configuram o fundamento de validade de todas as demais normas do sistema 
que estejam em posição hierárquica inferior. 
 
Lista de Exercícios 
 
Disciplina: Direito Constitucional 
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2- (CESPE / Defensor Público Federal – DPU / 2017) 
A respeito da evolução histórica do constitucionalismo no Brasil, das concepções 
e teorias sobre a Constituição e do sistema constitucional brasileiro, julgue o 
item a seguir. 
A CF goza de supremacia tanto do ponto de vista material quanto do formal. 
 
3- (CESPE / STJ – Conhecimentos Básicos / 2015) 
Julgue o item subsecutivo, acerca da República Federativa do Brasil. 
A Constituição é instituto multifuncional que engloba entre seus objetivos a 
limitação do poder e a conformação e legitimação da ordem política. 
 
4- (CESPE / Defensor Público Estadual da DPE – RN / 
2015 / Adaptada) Julgue o item abaixo. 
O preâmbulo da CF possui caráter dispositivo. 
 
5- (FCC / Assessor Jurídico do TCE – PI / 2014 / 
Adaptada) Julgue o item a seguir: 
O preâmbulo não se situa no âmbito do Direito, mas no domínio da política, 
refletindo posição ideológica do constituinte e não apresentando, portanto, força 
normativa, nem criando direitos ou obrigações. 
 
6- (IBFC / Gestor de Transportes e Obras SEPLAG – 
MG / 2014) Considerando as categorias de elementos que definem o conteúdo 
das Constituições, pode-se afirmar que as disposições constitucionais 
transitórias são elementos: 
a) Limitativos. 
b) Socioideológicos. 
c) Orgânicos. 
d) Formais de aplicabilidade. 
 
7- (FCC / Defensor Público Estadual – ES / 2016 / 
Adaptada) Em relação ao fenômeno da “constitucionalização” do Direito, 
Disciplina: Direito Constitucional 
Prof. Jonathas de Oliveira 
 
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impactando as diversas disciplinas jurídicas, como, por exemplo, o Direito Civil, 
o Direito Processual Civil, o Direito Penal etc., e a força normativa da 
Constituição, é correto afirmar que a “despatrimonialização” do Direito Civil, 
conforme sustentada por parte da doutrina, é reflexo da centralidade que o 
princípio da dignidade da pessoa humana e os direitos fundamentais passam a 
ocupar no âmbito do Direito Privado, notadamente após a Constituição Federal 
de 1988. 
 
8- (IBADE / Contador da JARU-PREVI-RO / 2019) 
“___________ é, juridicamente, a lei fundamental e suprema de um Estado, 
contendo as normas referentes à estruturação do Estado, à formação dos 
poderes públicos, forma de governo e aquisição do poder de governar, 
distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos”. O 
documento que completa corretamente a lacuna acima é: 
a) Constituição. 
b) Lei complementar. 
c) Lei ordinária. 
d) Resolução legislativa. 
e) Decreto presidencial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disciplina: Direito Constitucional 
Prof. Jonathas de Oliveira 
 
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1 Correto 
2 Correto 
3 Correto 
4 Errado 
5 Correto 
6 D 
7 Correto 
8 A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disciplina: Direito Constitucional 
Professor: Jonathas de Oliveira 
 
Direito Constitucional - Teoria 
Professor Jonathas de Oliveira 
 
 
Prof. Jonathas de Oliveira 2 de 14 
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Sumário 
Conceitos de Constituição .................................................................... 2 
Conteúdo: normas materialmente constitucionais e formalmente 
constitucionais .................................................................................... 4 
Tipos de Constituição ........................................................................... 5 
Quanto à Origem.................................................................................. 5 
Quanto à Forma ................................................................................... 6 
Quanto à Extensão ............................................................................... 7 
Quanto ao Conteúdo ............................................................................ 7 
Quanto ao Modo de Elaboração ............................................................ 8 
Quanto à Alterabilidade ....................................................................... 8 
Quanto à Dogmática ............................................................................ 8 
Quanto à Correspondência com a Realidade (ontologia) ...................... 9 
Quanto ao Sistema ............................................................................... 9 
Quanto à Origem de sua decretação .................................................... 9 
Quanto à Finalidade ........................................................................... 10 
Resumo da Constituição Federal de 1988 .......................................... 10 
Constitucionalismo e Neoconstitucionalismo ..................................... 12 
 
 
 Podemos identificar na doutrina três conceitos mais destacados de 
Constituição. São diferentes sentidos sob as quais tal termo pode ser 
compreendido. Com um ou outro ajuste, são os conceitos mais cobrados em 
concursos públicos. 
Conceitos de Constituição 
 
Direito Constitucional - Teoria 
Professor Jonathas de Oliveira 
 
 
Prof. Jonathas de Oliveira 3 de 14 
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Nos nossos estudos, prepondera a visão kelseniana de Constituição como 
norma jurídico-positiva. 
Desse modo, temos uma Constituição que funciona como fundamento jurídico 
das demais normas do ordenamento e que se escora na ideia lógica de que 
todo o sistema deve a ela observância. 
 
Refinando a ideia de força normativa da Constituição (e se afastando ainda 
mais de Lassale), Konrad Hesse desenvolveu a ideia que as questões 
constitucionais devem ser autônomas em relação às questões de poder. 
Isso não significa que a Constituição deva se afastar da realidade e 
historicidade de determinado Estado ignorando a realidade e as forças 
políticas, pelo contrário. 
Porém, quanto maior a vontade de realização dos conteúdos da Constituição 
(vontade de Constituição), quanto maior a vontade de que os valores 
constitucionais moldem e orientem os fatores de poder e não lhes sejam 
simplesmente subordinados, maior será sua capacidade de conservação e de 
efetivar sua própria realização, ou seja, sua força normativa. 
 
Político
Principal expoente: Carl Schimtt
Constituição é a decisão política fundamental (as 
normas que estruturam a base da sociedade). As demais 
normas, ainda que inscritas no mesmo documento, 
seriam somente leis constitucionais.
Teoria Decisionista - só é constitucional o que organiza o 
Estado ou limita o seu poder. 
Se preocupa com o conteúdo (conceito material das 
normas) e não com a forma.
Sociológico
Principal expoente: Ferdinand Lassale
Constituição é o somatório das forças sociais 
(fatores reais) que compoem o poder dentro da 
sociedade. 
Admite-se a existência de uma Constituição 
independente de um documento escrito. Inclusive, em 
último caso, o Estado pode ter duas Constituições, uma 
que é a folha de papel (pois não reflete as forças sociais 
que compõem o poder político) e outra que é a "real".
Jurídico
Principal expoente: Hans Kelsen
Constituição como norma logíco-jurídica: é a norma 
hipotética fundamental. É uma construção de natureza 
lógica.
Constituição como norma jurídico-positiva: é a norma 
que fundamenta a existência das demais e lhes servede 
referência. É fruto de uma decisão racional humana.
Direito Constitucional - Teoria 
Professor Jonathas de Oliveira 
 
 
Prof. Jonathas de Oliveira 4 de 14 
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Karl Loewenstein é bastante conhecido por seus trabalhos relacionados aos 
tipos de Constituição, em especial no que concerne à classificação das 
constituições quanto à correspondência com a realidade social (critério 
ontológico). 
Já Peter Häberle sagrou-se no campo da hermenêutica (interpretação) 
constitucional. 
É dele a lição de “não existe norma jurídica, senão norma jurídica 
interpretada”. Nesse processo de interpretação deve haver necessariamente 
uma participação de todos aqueles alcançados pela norma. 
Disso deriva a ideia de superação de um modelo fechado de interpretação, a 
cargo de um grupo seleto de agentes e órgãos do Estado (como os 
magistrados) para o de uma sociedade aberta dos intérpretes da 
Constituição, na qual esta seria interpretada de forma pluralista e 
democrática. A rigidez constitucional pode assim dar lugar a um modelo mais 
permeável, tanto em seu processo de formação, como em seu 
desenvolvimento e mutações posteriores. 
 
 
 Ao abordamos o conceito de Constituição, quer sob o prisma formal, 
quer sob o ponto de vista material, podemos tirar as seguintes conclusões em 
relação às normas constitucionais. 
 
Desde já, considere-se uma afirmativa correta: o Brasil adota o critério 
formal na identificação da constitucionalidade de suas normas. 
NORMAS MATERIALMENTE
CONSTITUCIONAIS
• Fator distintivo: qual a qualidade do
conteúdo da norma?
• É materialmente constitucional a
norma que versa sobre aspecto
nuclear da sociedade em seu
modus operandi jurídico-positivo
(forma de Estado, forma de
governo, sistema de governo,
divisão de Poderes etc.).
• Tal critério admite a existência de
normas constitucionais fora do texto
constitucional.
NORMAS FORMALMENTE
CONSTITUCIONAIS
• Fator distintivo: qual procedimento
legislativo de introdução da norma
no ordenamento jurídico?
• É formalmente constitucional a
norma existente por simples
manifestação do poder constituinte
(originário, revisor ou reformador),
independentemente do seu teor.
• Tal critério admite como
constitucionais normas indiferentes
ao funcionamento estrutural da
sociedade (ex.: CF/88, art. 242,
§2º, que trata do Colégio Pedro II).
Conteúdo: normas materialmente constitucionais e formalmente 
constitucionais 
 
Direito Constitucional - Teoria 
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Por exemplo, se o texto constitucional tratar do preço dos automóveis (seja 
pelo texto original, seja por mudança oriunda de revisão ou reforma), então o 
preço dos automóveis será considerado matéria constitucional. 
Se resolver disciplinar regras para a soltura de balões de São João, então a 
soltura de balões de São João será matéria constitucional. 
 
 
Algumas vozes doutrinárias chamam a atenção para o fato de que com o 
advento da Emenda Constitucional nº 45 de 2004, seria adequado afirmar que 
o Brasil comporta um critério misto, em especial pelo o que dispõe o art. 5º, 
§3º da Constituição Federal, por ela inserido: 
Art. 5º [...] § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes às emendas constitucionais. 
 
Observe-se que o dispositivo condiciona a referida equivalência à matéria 
(tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos) e a seu 
modo de introdução no ordenamento jurídico (rito de aprovação idêntico 
ao das emendas constitucionais). 
Ou seja, é constitucional tanto pela forma quanto pelo conteúdo. 
De todo modo, a menos que a banca faça referência específica ao critério 
misto, considere-se como mais correto afirmar que o Brasil adota o critério 
formal! 
 
 
Antes de mais nada, cumpre destacar que não há tipologia mais ou menos 
acertada. 
As diferentes classificações dizem apenas com perspectivas a partir das quais 
a Constituição (para fins didáticos, entenda-se o termo aqui em seu sentido 
jurídico) é visualizada. 
Adotamos e adaptamos aqui a estrutura de apresentação proposta por Lenza 
(2012). 
 
 
 
Tipos de Constituição 
 
Quanto à Origem 
 
Direito Constitucional - Teoria 
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Até o hoje o Brasil teve 8 Constituições Federais. 
“Ok professor, mas como eu vou lembrar qual foi outorgada e qual foi 
promulgada caso a banca pergunte?” 
 
Se você for contemplado com uma questão 
dessas, para lembrar qual vem primeiro pense 
no alfabeto. “O” vem antes do “P”, logo, a 
primeira é Outorgada. Lembre-se que ela é a 
de 1824 e que a próxima, de 1891, é 
promulgada. Na sequência use as dicas 
abaixo: 
- Outorgadas: A primeira é ano par e as 
demais ímpar 
- Promulgada: A primeira é ano ímpar e as 
demais são ano par 
 
 
 
 
 
Outorgadas
Instituídas unilateralmente pelo agente ou classe política 
dirigente num movimento de auto contenção/restrição. Não 
obtiveram legitimidade por parte do povo. 
Ex.: No Brasil, as de 1824, 1937 e 1967.
Promulgadas
Instituídas pela via democrática, resultantes de uma 
Assembleia Nacional Constituinte eleita e, portanto, 
legitimada por parte do povo.
Ex.: No Brasil, as de 1891, 1934, 1946 e 1988.
Cesaristas
Semelhantes às outorgadas. No entanto, 
referendadas/ratificadas (ação a posteriori) pelo povo. 
Também chamadas de bonapartistas. 
Pactuadas
Se originam do compromisso (instável) de duas forças 
políticas rivais ou antagônicas. Surgem como tentativa 
institucional de equilibrar essa relação. 
CF brasileiras 
1824 ----------> Outorgada 
1891 ----------> Promulgada 
1934 ----------> Promulgada 
1937 ----------> Outorgada 
1946 ----------> Promulgada 
1967 ----------> Outorgada 
1969 ----------> Outorgada 
1988 ----------> Promulgada 
Quanto à Forma 
 
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Escritas
Materializadas num documento escrito e único. 
Ex.: No Brasil, a de 1988.
Não escritas 
(costumeiras)
Materializadas em textos legais diversos e 
esparsos, além de se fazerem presentes por meio 
das convenções sociais, costumes, 
jurisprudência etc. 
Ex.: A Constituição da Inglaterra.
Sintéticas
(concisas, sumárias, 
sucintas)
Consubstanciam princípios fundamentais e 
estruturais do Estado, pouco ou nada versando
sobre pormenores. Tendem a ser mais duradouras e 
estáveis. Ex.: A Constituição norte-america e a brasileira 
de 1981.
Analíticas
(amplas, extensas, 
volumosas)
Consubstanciam, além de elementos estruturantes, 
diversas minúcias de índole não essencial ao 
funcionamento e à organização do Estado. Ex.: No 
Brasil, a de 1988 (vide art. 242, §2º).
Materialmente 
constitucionais
Textos legais que contém as normas essenciais ao 
funcionamento e à organização do Estado. O elemento 
distintivo é o conteúdo normativo e não necessariamente a 
existência de uma Constituição escrita ou outros fatores de 
natureza formal. Ex.: No Brasil, a de 1824.
Formalmente 
constitucionais
Elemento distintivo é o processo de formação da norma 
e sua inserção no mundo jurídico por um órgão 
constituinte (originário ou derivado), independentemente 
de seu teor. Ex.: No Brasil, a de 1988.
Quanto à Extensão 
 
Quanto ao Conteúdo 
 
Direito Constitucional - Teoria 
Professor Jonathas de Oliveira 
 
 
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Dogmáticas
Constituições escritas que são elaboradas racional e 
sistematicamente por um órgão constituinte, a partirde 
ideologias e dogmas previamente concebidos. Ex.: No 
Brasil, a de 1988.
Históricas
Constituições (escritas ou não) elaboradas gradativamente 
como reflexo imediato das características peculiares do 
povo do Estado e sua dinâmica ao longo do tempo. Ex.: A 
Constituição da Inglaterra
Imutáveis 
(permanentes)
Pretensamente eternas. Desconsideram a evolução da 
sociedade a qual pretendem normatizar.
Super rígidas
Parcialmente imodificáveis pelo poder constituinte derivado. 
O que as caracteriza é a existência de um núcleo de 
matérias impossível de ser modificado (suprimido). 
Ex.: Para alguns autores, no Brasil, a de 1988 (vide as 
cláusulas pétreas).
Rígidas
Processo de modificação requer um rito legislativo 
mais solene e moroso. Ex.: No Brasil, a de 1988 (vide 
processo legislativo – art. 60 – de emenda à Carta Magna).
Semi rígidas
Suas normas podem ser alteradas, em parte pelo processo 
legislativo comum e em parte, por processo especial, de 
emendamento à Constituição.
Flexíveis 
(plásticas)
Processo de modificação se assemelha àquele das leis 
infraconstitucionais (notadamente, medidas provisórias, 
leis ordinárias, leis complementares e leis delegadas).
Ortodoxas
Constituições formadas por basicamente uma única corrente 
ideológica. Ex.: A Constituição soviética de 1977
Ecléticas
Constituições formadas por diversas correntes ideológicas. 
Ex.: A brasileira de 1988.
Quanto ao Modo de Elaboração 
 
Quanto à Alterabilidade 
 
Quanto à Dogmática 
 
Direito Constitucional - Teoria 
Professor Jonathas de Oliveira 
 
 
Prof. Jonathas de Oliveira 9 de 14 
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Normativas 
Constituições que, de fato, disciplinam o agir do Estado e 
estabelecem em seu sistema estrutural elevada 
correspondência com a realidade social e política. Ex.: A 
brasileira de 1988 é (ou para alguns autores, ‘pretende ser’) 
normativa. 
Nominalistas
Constituições que tentam estabelecer critérios limitadores 
ao poder político, porém não logram êxito. Estabelecem 
em seu sistema estrutural média correspondência com a 
realidade social e política.
Semânticas
Constituições que apenas visam a legitimar as ações dos 
agentes ou classes políticas dominantes. Estabelecem 
em seu sistema estrutural baixa correspondência com a 
realidade social e política.
Principiológicas
Constituições em que predominam princípios. Ex.: 
A brasileira de 1988.
Preceituais Constituições em que predominam regras.
Heterônomas
Constituições decretadas por outro Estado ou 
organismo internacional. Ex.: A Constituição 
japonesa de 1946.
Autônomas
Constituições decretadas pelo próprio Estado que 
por ela será regido. Ex.: Todas as Constituições 
brasileiras.
Quanto à Correspondência com a Realidade (ontologia) 
 
Quanto ao Sistema 
 
Quanto à Origem de sua decretação 
 
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TIPOLOGIA CF/88 
Origem Promulgada 
Forma Escrita 
Extensão Analítica 
Conteúdo Formalmente constitucional 
Modo de elaboração Dogmática 
Alterabilidade Super rígida / Rígida 
Dogmática Eclética 
Correspondência com a 
realidade (ontologia) 
Pretende ser normativa 
Sistema Principiológica 
Origem de sua decretação Autônoma 
Finalidade Dirigente 
 
 
 
 
 (FGV / Advogado da AL – RO / 2018) O grupo que tomou 
o poder, após um golpe de estado, constituiu uma comissão de notáveis para 
elaborar um projeto de Constituição, o qual foi submetido à apreciação 
popular, tendo a população liberdade para escolher entre as opções sim e não. 
Garantia 
(liberais ou 
negativas)
Constituições que visam a garantir a proteção dos 
direitos civis e políticos dos cidadãos em face à 
potencial arbitrariedade do Estado, numa típica 
atuação negativa deste. Marcam a passagem de um 
Estado autoritário para um Estado de Direito.
Balanço
Constituições que consubstanciam princípios socialistas. 
Marcam a passagem de um Estado de Direito para um 
Estado Democrático de Direito.
Dirigentes 
(sociais ou 
positivas)
Constituições que estabelecem uma diretiva ou projeto 
de Estado, numa típica atuação positiva deste.
Quanto à Finalidade 
 
Resumo da Constituição Federal de 1988 
 
MNEMÔNICO (PRAFED - principais características) 
P = Promulgada R = [super]Rígida A = Analítica 
F = Formal E = Escrita D = Dogmática 
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Com a aprovação popular, a nova Constituição entrou em vigor com a edição 
de decreto da junta de governo. Para facilitar a atualização do texto 
constitucional, foi previsto que parte de suas normas poderia ser alterada com 
observância do processo legislativo regular, enquanto a alteração das normas 
restantes exigiria um processo legislativo qualificado. A Constituição, além 
disso, buscou encampar distintas concepções ideológicas, como a livre 
iniciativa e a função social da propriedade. A Constituição acima descrita pode 
ser classificada como: 
a) revolucionária, semirrígida e ideologicamente neutra. 
b) cesarista, semirrígida e compromissória. 
c) promulgada, formal e compromissória. 
d) liberal-social, outorgada e dirigente. 
e) cesarista, flexível e dirigente. 
Resolução: Alternativa B. 
Quanto à origem, a Constituição em apreço é cesarista, posto que, muito 
embora não tenha sido criada pela via democrática, mas sim por um grupo 
político dominante, foi posteriormente referendada/ratificada pelo povo. 
Quanto à rigidez, apenas parte de seu conteúdo requer emendamento pela via 
legislativa qualificada (com aquiescência de maior número de parlamentares), 
podendo haver modificações inclusive da mesma forma observada para outros 
diplomas legais comuns, razão pela qual ela é bastante mitigada. 
Por fim, ela também é tida como compromissória (ou eclética), uma vez que 
fundada em diferentes espectros ideológicos, assegurando assim certa 
pluralidade de princípios e concepções no ordenamento jurídico. 
 (CESPE / Delegado de Polícia Civil da PC – MA / 2018) 
De acordo com a doutrina majoritária, quanto à origem, as Constituições 
podem ser classificadas como: 
a) promulgadas, que são ditas democráticas por se originarem da participação 
popular por meio do voto e da elaboração de normas constitucionais. 
b) outorgadas, que surgem da tradição, dos usos e costumes, da religião ou 
das relações políticas e econômicas. 
c) cesaristas, que são as derivadas de uma concessão do governante, ou seja, 
daquele que tem a titularidade do poder constituinte originário. 
d) pactuadas, que são formadas por dois mecanismos distintos de 
participação popular, o plebiscito e o referendo, ambos com o objetivo de 
legitimar a presença do detentor do poder. 
e) históricas, que surgem do pacto entre o soberano e a organização nacional 
e englobam muitas das Constituições monárquicas. 
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Resolução: Alternativa A. As Constituições promulgadas são aquelas 
instituídas pela via democrática, resultantes de uma Assembleia Nacional 
Constituinte eleita e, portanto, legitimada pelo povo para elaborar as normas 
constitucionais. 
 Vejamos os erros. 
A alternativa “B” erra, pois, as Constituições outorgadas, também conhecidas 
como ditatoriais e autocráticas, surgem unilateralmente por iniciativa do 
agente ou classe política dominante, sem qualquer legitimação por parte do 
povo, seja a priori, seja a posteriori. 
Já a “C” erra uma vez que as cesaristas também surgem unilateralmente por 
iniciativa do agente ou classe política dominante, sendo, no entanto, 
referendadas/ratificadas pelo povo, este sim titular do poder constituinte 
originário. 
A “D”, por seu turno,traz um conceito errado de Constituição pactuada. Esta é 
aquela originária do compromisso (instável) de duas forças políticas rivais ou 
antagônicas. Exemplos são as Constituições europeias que surgiram na 
transição histórica marcada pela ascensão da classe burguesa e declínio das 
monarquias absolutistas. 
 Por fim, a “E” erra duplamente. Primeiramente, as Constituições não são 
classificadas como históricas quanto à origem, mas sim quanto ao seu modo 
de elaboração. Em segundo lugar, o conceito em si está descrito 
erroneamente. Constituições históricas são aquelas (escritas ou não) 
elaboradas gradativamente como reflexo imediato das características 
peculiares do povo e sua dinâmica ao longo do tempo em determinado Estado. 
 
 
 Para Canotilho (1993), o Constitucionalismo pode ser definido como 
uma ideologia/corrente na qual o governo é limitado, limitação essa baseada 
em um sistema de leis, de forma a promover garantia de determinados 
direitos e garantias fundamentais. 
 É importante aqui lembrar, que a dinâmica democrática dos governos 
atuais (principalmente no Ocidente) é relativamente recente na nossa história. 
Particularmente antes do advento do iluminismo, a maior parte dos Estados 
nacionais e, claro, de suas colônias, era governada por monarquias 
absolutistas. 
 Todavia, a partir da independência dos Estados Unidos da América 
e a promulgação de sua Constituição em 1787 e da Revolução Francesa 
em 1789, consolida-se a visão de que o poder dos governos deve ser limitado 
a fim de evitar sua arbitrariedade. 
Constitucionalismo e Neoconstitucionalismo 
 
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 Não que antes do século XVIII já não houvesse mecanismos legais de 
controle dos governos com o intuito de resguardar os direitos individuais. 
 Todavia, é a partir das revoluções burguesas e com o avanço do 
liberalismo político e econômico que teremos a consolidação do 
Constitucionalismo contemporâneo, fundado nas escolas positivista, e, 
posteriormente, normativista do Direito. 
 
 São características centrais desse constitucionalismo: a separação de 
Poderes, o princípio da legalidade1 e a consolidação dos primeiros 
direitos e garantias individuais. 
 
E o que é o Neoconstitucionalismo? 
 
O Neoconstitucionalismo, também conhecido como Constitucionalismo pós-
moderno ou pós-positivismo, nasce no século XXI a partir de diversas 
sistematizações doutrinárias. 
 Aqui, o objetivo maior não é de simplesmente limitar o poder do Estado, 
mas sim conferir eficácia e efetividade ao texto constitucional, de forma que 
os direitos e garantias fundamentais nele consagrados possam, de fato, 
produzir efeitos na relação Estado x particular e na relação particular x 
particular, conduzindo a uma sociedade mais justa e fraterna. 
 Assim, a Constituição assume papel central na vida em sociedade 
e nos afastamos de uma visão eminentemente formal do Direito. 
 Se o positivismo e o normativismo produzem uma leitura meramente 
legalista do Direito (“Direito é o que está na lei”), o pós-positivismo busca 
promover uma nova leitura moral do Direito. 
 
 O contexto histórico de avanço do Neoconstitucionalismo é o período 
pós Segunda Guerra Mundial. 
Os regimes totalitários que deflagraram o conflito e conduziram alguns dos 
maiores horrores da histórica da humanidade de forma alguma estavam 
desamparados de base legal em seus ordenamentos jurídicos pátrios. 
Assim, no pós-guerra, restou evidente que não bastava um sistema jurídico 
fundado na lei se esta se encontra dissociada do ideal de Justiça e não atendia 
ao fim último de propiciar dignidade à existência humana. 
 
1 Para os particulares, implica em que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Já para os agentes do Estado, significa 
que estes somente podem agir se houver permissão legal e na forma que ela 
prescrever. 
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Desta forma, no Neoconstitucionalismo, passou-se da supremacia da lei à 
supremacia da Constituição, com ênfase na força normativa do texto 
constitucional e na concretização das normas nela expressas. 
 
 Para Lenza (2012), são pontos marcantes do neoconstitucionalismo: 
 
 
No neoconstitucionalismo, os vetores constitucionais baseados no primado da 
dignidade humana e em seus direitos e garantias fundamentais espraia-se 
para as relações individuais. Assim, são promovidas alterações tanto nas 
relações de direito público quanto naquelas reguladas pelo direito privado. 
 O Neoconstitucionalismo não ignora o Direito posto, porém, inova ao 
abrir novas perspectivas a sua aplicação. 
 
C
O
N
S
T
IT
U
IÇ
Ã
O
É o centro do sistema
É norma jurídica dotada de imperatividade e 
superioridade
Sua carga valorativa é a dignidade da pessoa humana e 
seus direitos fundamentais
Tem eficácia irradiante em relação aos Poderes do Estado 
e diante dos particulares
Deve efetivamente concretizar os valores nela presentes
Deve promover a garantia de condições existenciais 
dignas
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1- (FGV / XII Exame de Ordem Unificado – OAB / 
2015) Dois advogados, com grande experiência profissional e com a justa 
preocupação de se manterem atualizados, concluem que algumas ideias vêm 
influenciando mais profundamente a percepção dos operadores do direito a 
respeito da ordem jurídica. Um deles lembra que a Constituição brasileira vem 
funcionando como verdadeiro “filtro", de forma a influenciar todas as normas 
do ordenamento pátrio com os seus valores. O segundo, concordando, adiciona 
que o crescente reconhecimento da natureza normativo-jurídica dos princípios 
pelos tribunais, especialmente pelo Supremo Tribunal Federal, tem aproximado 
as concepções de direito e justiça (buscada no diálogo racional) e oferecido um 
papel de maior destaque aos magistrados. 
As posições apresentadas pelos advogados mantêm relação com uma concepção 
teórico-jurídica que, no Brasil e em outros países, vem sendo denominada de: 
a) neoconstitucionalismo. 
b) positivismo-normativista. 
c) neopositivismo. 
d) jusnaturalismo. 
Resolução: Alternativa A. 
O Constitucionalismo pode ser definido como uma ideologia/teoria 
nascida paralelamente às revoluções burguesas dos séculos XVIII e XIX na qual 
o governo é limitado, limitação essa baseada em um sistema de leis, de forma 
a promover garantia de determinados direitos e garantias fundamentais. 
 É importante aqui atentar, que a dinâmica democrática dos governos 
atuais (principalmente no Ocidente) é relativamente recente na nossa história. 
Particularmente antes do advento do iluminismo, a maior parte dos Estados 
nacionais e, claro, de suas colônias, era governada por monarquias absolutistas. 
 À época, passou-se a consolidar a visão de que o poder dos governos 
deve ser limitado a fim de evitar sua arbitrariedade. 
 São características centrais desse constitucionalismo: a separação de 
Poderes, o princípio da legalidade e a consolidação dos primeiros direitos e 
garantias individuais. 
E o que é o Neoconstitucionalismo? 
 O Neoconstitucionalismo, também conhecido como Constitucionalismo 
pós-moderno ou pós-positivismo, nasceu no século XXI a partir de diversas 
sistematizações doutrinárias. 
Questões Comentadas 
 
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 O objetivo maior deixou de ser simplesmente limitar o poder do Estado, 
e passou a ser o de conferir eficácia e efetividade ao texto constitucional, de 
forma que os direitos e garantias fundamentais nele consagrados possam, de 
fato, produzir efeitos, conduzindoa uma sociedade mais justa e fraterna. 
 No Neoconstitucionalismo, passou-se da supremacia da lei à supremacia 
da Constituição, com ênfase na força normativa do texto constitucional e na 
concretização das normas nela expressas. 
São pontos marcantes do neoconstitucionalismo: 
 
 
 
2- (FGV / Técnico do MPE – RJ / 2016) Pedro, 
estudante de direito, disse ao seu professor que lera, em um livro, que a 
Constituição brasileira era classificada como rígida. O professor explicou-lhe que 
deve ser classificada como rígida a Constituição que: 
a) precise ser observada por todos os que vivam no território do respectivo 
País. 
b) seja escrita, distinguindo-se, portanto, das Constituições que se formam a 
partir do costume. 
c) vincule todas as estruturas estatais de poder aos seus comandos. 
d) só possa ser reformada mediante um processo legislativo qualificado, mais 
complexo que o comum. 
e) não possa ser revogada por outra Constituição, ainda que haja uma 
revolução. 
Resolução: Alternativa D. A mutabilidade da constitucional diz com as 
características do processo legislativo necessário para promover-lhe alterações, 
C
O
N
S
T
IT
U
IÇ
Ã
O
É o centro do sistema
É norma jurídica dotada de imperatividade e 
superioridade
Sua carga valorativa é a dignidade da pessoa humana e 
seus direitos fundamentais
Tem eficácia irradiante em relação aos Poderes do 
Estado e diante dos particulares
Deve efetivamente concretizar os valores nela presentes
Deve promover a garantia de condições existenciais 
dignas
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bem como com as normas que poderão ser alteradas. Quanto mais complexo e 
restrito for esse processo, maior a rigidez constitucional. 
 O erro das opções “A” e “C” é que elas em nada dizem com as tipologias 
(classificações) constitucionais. A observância da Constituição por toda a 
população que viva no território de determinado Estado decorre do fato de ser 
ela fundamento de validade normativa de todo o ordenamento, sendo soberana 
e cogente para todos seus agentes e instituições internas. 
 Já a opção “B” erra uma vez que o fato de ser escrita diz com a forma da 
Constituição e não com sua alterabilidade. 
 Por fim, a opção “E” apresenta erro uma vez que, muito embora a 
Constituição não preveja sua própria suplantação, é simplesmente um 
contrassenso lógico assumir que ela não possa eventualmente ser substituída 
por força de revoluções e convulsões sociais de vulto. 
 
3- (FGV / Advogado da AL – RO / 2018) O grupo que 
tomou o poder, após um golpe de estado, constituiu uma comissão de notáveis 
para elaborar um projeto de Constituição, o qual foi submetido à apreciação 
popular, tendo a população liberdade para escolher entre as opções sim e não. 
Com a aprovação popular, a nova Constituição entrou em vigor com a edição de 
decreto da junta de governo. Para facilitar a atualização do texto constitucional, 
foi previsto que parte de suas normas poderia ser alterada com observância do 
processo legislativo regular, enquanto a alteração das normas restantes exigiria 
um processo legislativo qualificado. A Constituição, além disso, buscou 
encampar distintas concepções ideológicas, como a livre iniciativa e a função 
social da propriedade. A Constituição acima descrita pode ser classificada como: 
a) revolucionária, semirrígida e ideologicamente neutra. 
b) cesarista, semirrígida e compromissória. 
c) promulgada, formal e compromissória. 
d) liberal-social, outorgada e dirigente. 
e) cesarista, flexível e dirigente. 
Resolução: Alternativa B. 
Quanto à origem, a Constituição em apreço é cesarista, posto que muito 
embora não tenha sido criada pela via democrática, mas sim por um grupo 
político dominante, foi posteriormente referendadas/ratificadas pelo povo. 
Quanto à rigidez, apenas parte de seu conteúdo requer emendamento 
pela via legislativa qualificada (com aquiescência de maior número de 
parlamentares), podendo haver modificações inclusive da mesma forma 
observada para outros diplomas legais comuns, razão pela qual ela é bastante 
mitigada. 
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Por fim, ela também é tida como compromissória (ou eclética), uma vez que 
fundada em diferentes espectros ideológicos, assegurando assim certa 
pluralidade de princípios e concepções no ordenamento jurídico. 
 
4- (FGV / Analista Judiciário do TJ – AL / 2018) Após 
um conflito armado interno, o grupo vitorioso elaborou nova Constituição para 
o País Delta. Ato contínuo, submeteu o texto a plebiscito popular, daí resultando 
a sua aprovação por larga maioria. A Constituição assim aprovada dispôs que 
parte de suas normas somente poderia ser alterada com observância de um 
processo legislativo qualificado, mais rigoroso que o das demais espécies 
legislativas, enquanto que a outra parte poderia ser alterada com observância 
do processo legislativo adotado para as leis ordinárias. 
À luz da classificação das Constituições, a Constituição do País Delta pode ser 
classificada como: 
a) democrática, material e rígida. 
b) cesarista, formal e semirrígida. 
c) promulgada, material e flexível. 
d) participativa, formal e semirrígida. 
e) popular, material e rígida. 
Resolução: Alternativa B. 
A aludida Constituição é classificada como cesarista uma vez que 
instituída unilateralmente pelo grupo dominante, sendo posteriormente apenas 
referendada pelo povo. 
É formal, pois, do que se depreende do enunciado, todas as normas nela 
contidas, independentemente da matéria tratada, são constitucionais. Ou seja, 
na definição de seu status constitucional prioriza-se o processo de formação da 
norma e sua introdução no mundo jurídico, e não o conteúdo específico que ela 
veicula. 
Por fim, ela é semirrígida, pois, se um por um lado contém um núcleo de 
normas que somente pode ser alterado com observância de um processo 
legislativo qualificado, mais rigoroso que o das demais espécies legislativas, por 
outro, admite, mesmo no texto constitucional, que parte das demais normas 
seja alterada por meio do mesmo processo legislativo adotado para leis 
infraconstitucionais. 
 
5- (FGV / Delegado de Polícia da PC – MA / 2012) A 
respeito da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, tendo em 
vista a classificação das constituições, assinale a afirmativa correta. 
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a) A Constituição de 1988 é exemplo de Constituição semi-rígida, que possui 
um núcleo imutável (cláusulas pétreas) e outras normas passíveis de alteração. 
b) A Constituição de 1988 é exemplo de Constituição outorgada, pois resulta do 
exercício da democracia indireta, por meio de representantes eleitos. 
c) O legislador constituinte optou pela adoção de uma Constituição histórica, 
formada tanto por um texto escrito quanto por usos e costumes internacionais. 
d) Na Constituição de 1988, coexistem normas materialmente constitucionais e 
normas apenas formalmente constitucionais. 
e) A Constituição de 1988 pode ser considerada como uma Constituição fixa (ou 
imutável), pois o seu núcleo rígido não pode ser alterado nem mesmo por 
Emenda. 
Resolução: Alternativa D. Na nossa Constituição Federal de 1988 existem 
normas que, a rigor, dizem com aspectos basilares do Estado brasileiro (como 
a organização político administrativa, a tripartição de Poderes, os direitos e 
garantias fundamentais...) e que, por esse motivo, são materialmente 
constitucionais. Todavia, coexistem também temas que, a rigor, não são 
próprios de uma Constituição e poderiam ser tratados pela legislação 
infraconstitucional. De todo modo, como no nosso ordenamento prevalece o 
critério formal na definição do que é ou não constitucional, e nosso constituinte 
optou poralocá-las no corpo da nossa Carta Magna, todas elas possuem o 
mesmo status de normas constitucionais. 
 Analisemos as demais. 
 O problema com a opção “A” é que, ainda que a Constituição Federal de 
1988 possua um núcleo imutável (cláusulas pétreas) e outras normas passíveis 
de alteração, ela se classifica como rígida. 
 Já a opção “B” erra, pois, mesmo que o exercício do poder se dê por meio 
de representantes eleitos (democracia indireta), isso não desqualifica a 
Constituição, que é promulgada. Diferentemente dos demais tipos de 
Constituição, a nossa foi sim instituída pela via democrática, por meio de uma 
Assembleia Nacional Constituinte eleita e, portanto, legitimada previamente 
pelo povo. 
 Por seu turno, a opção “C” erra já que nossa Constituição não é histórica, 
mas sim dogmática. Aqui, os usos e costumes não têm status de norma 
constitucional, prevalecendo como normas constitucionais o texto 
racionalmente escrito e não o direito desenvolvido de forma extra textual. 
 Por fim, a opção “D” desconsidera que parte da Constituição de 1988 pode 
sim ser alterada por emenda, na forma estabelecida pelo constituinte. Deste 
modo, muito embora nossa Constituição seja rígida, ela não é imutável, 
apresentando margem para adaptação e modificação ao longo dos anos, desde 
que preservado seu núcleo essencial (cláusulas pétreas). 
 
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6- (FGV / Analista Judiciário do TJ - PI / 2015) A 
Constituição do Estado de Direito X, recém promulgada, dispôs que (1) certas 
normas nela inseridas eram insuscetíveis de alteração por qualquer processo de 
reforma constitucional, (2) outras poderiam ser alteradas com observância das 
regras do processo legislativo ordinário e ainda indicou (3) aquelas que 
exigiriam um processo mais complexo para reforma, com menor número de 
legitimados à sua deflagração e quórum qualificado de aprovação. 
Sob a ótica da estabilidade, é correto afirmar que essa Constituição é: 
a) rígida. 
b) permeável. 
c) flexível. 
d) oscilante. 
e) semirrígida. 
Resolução: Alternativa E. A resposta ao enunciado nos exige que façamos um 
“balanço”, “tirando a média” das normas da referida Constituição de acordo com 
sua mutabilidade. 
(1) Perfil imutável 
(2) Perfil flexível 
(3) Perfil rígido 
 Assim, fazendo uma ponderação, nossa “balança” pende para algo entre 
o perfil rígido e semirrígido. Contudo, como parte das normas pode ser alterada 
simplesmente pelo mesmo rito do processo legislativo ordinário, é mais seguro 
dizer que ela pende ainda mais para o perfil semirrígido. 
 
 
 
 
1- (FGV / XII Exame de Ordem Unificado – OAB / 
2015) Dois advogados, com grande experiência profissional e com a justa 
preocupação de se manterem atualizados, concluem que algumas ideias vêm 
influenciando mais profundamente a percepção dos operadores do direito a 
respeito da ordem jurídica. Um deles lembra que a Constituição brasileira vem 
funcionando como verdadeiro “filtro", de forma a influenciar todas as normas 
do ordenamento pátrio com os seus valores. O segundo, concordando, adiciona 
que o crescente reconhecimento da natureza normativo-jurídica dos princípios 
pelos tribunais, especialmente pelo Supremo Tribunal Federal, tem aproximado 
Lista de Exercícios 
 
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as concepções de direito e justiça (buscada no diálogo racional) e oferecido um 
papel de maior destaque aos magistrados. 
As posições apresentadas pelos advogados mantêm relação com uma concepção 
teórico-jurídica que, no Brasil e em outros países, vem sendo denominada de: 
a) neoconstitucionalismo. 
b) positivismo-normativista. 
c) neopositivismo. 
d) jusnaturalismo. 
 
2- (FGV / Técnico do MPE – RJ / 2016) Pedro, 
estudante de direito, disse ao seu professor que lera, em um livro, que a 
Constituição brasileira era classificada como rígida. O professor explicou-lhe que 
deve ser classificada como rígida a Constituição que: 
a) precise ser observada por todos os que vivam no território do respectivo 
País. 
b) seja escrita, distinguindo-se, portanto, das Constituições que se formam a 
partir do costume. 
c) vincule todas as estruturas estatais de poder aos seus comandos. 
d) só possa ser reformada mediante um processo legislativo qualificado, mais 
complexo que o comum. 
e) não possa ser revogada por outra Constituição, ainda que haja uma 
revolução. 
 
3- (FGV / Advogado da AL – RO / 2018) O grupo que 
tomou o poder, após um golpe de estado, constituiu uma comissão de notáveis 
para elaborar um projeto de Constituição, o qual foi submetido à apreciação 
popular, tendo a população liberdade para escolher entre as opções sim e não. 
Com a aprovação popular, a nova Constituição entrou em vigor com a edição de 
decreto da junta de governo. Para facilitar a atualização do texto constitucional, 
foi previsto que parte de suas normas poderia ser alterada com observância do 
processo legislativo regular, enquanto a alteração das normas restantes exigiria 
um processo legislativo qualificado. A Constituição, além disso, buscou 
encampar distintas concepções ideológicas, como a livre iniciativa e a função 
social da propriedade. A Constituição acima descrita pode ser classificada como: 
a) revolucionária, semirrígida e ideologicamente neutra. 
b) cesarista, semirrígida e compromissória. 
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c) promulgada, formal e compromissória. 
d) liberal-social, outorgada e dirigente. 
e) cesarista, flexível e dirigente. 
 
4- (FGV / Analista Judiciário do TJ – AL / 2018) Após 
um conflito armado interno, o grupo vitorioso elaborou nova Constituição para 
o País Delta. Ato contínuo, submeteu o texto a plebiscito popular, daí resultando 
a sua aprovação por larga maioria. A Constituição assim aprovada dispôs que 
parte de suas normas somente poderia ser alterada com observância de um 
processo legislativo qualificado, mais rigoroso que o das demais espécies 
legislativas, enquanto que a outra parte poderia ser alterada com observância 
do processo legislativo adotado para as leis ordinárias. 
À luz da classificação das Constituições, a Constituição do País Delta pode ser 
classificada como: 
a) democrática, material e rígida. 
b) cesarista, formal e semirrígida. 
c) promulgada, material e flexível. 
d) participativa, formal e semirrígida. 
e) popular, material e rígida. 
 
5- (FGV / Delegado de Polícia da PC – MA / 2012) A 
respeito da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, tendo em 
vista a classificação das constituições, assinale a afirmativa correta. 
a) A Constituição de 1988 é exemplo de Constituição semi-rígida, que possui 
um núcleo imutável (cláusulas pétreas) e outras normas passíveis de alteração. 
b) A Constituição de 1988 é exemplo de Constituição outorgada, pois resulta do 
exercício da democracia indireta, por meio de representantes eleitos. 
c) O legislador constituinte optou pela adoção de uma Constituição histórica, 
formada tanto por um texto escrito quanto por usos e costumes internacionais. 
d) Na Constituição de 1988, coexistem normas materialmente constitucionais e 
normas apenas formalmente constitucionais. 
e) A Constituição de 1988 pode ser considerada como uma Constituição fixa (ou 
imutável), pois o seu núcleo rígido não pode ser alterado nem mesmo por 
Emenda. 
 
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6- (FGV / Analista Judiciário do TJ - PI / 2015) A 
Constituição do Estado de Direito X, recém promulgada, dispôs que (1) certas 
normas nela inseridas eram insuscetíveis de alteração por qualquer processo de 
reforma constitucional, (2) outras poderiam ser alteradascom observância das 
regras do processo legislativo ordinário e ainda indicou (3) aquelas que 
exigiriam um processo mais complexo para reforma, com menor número de 
legitimados à sua deflagração e quórum qualificado de aprovação. 
Sob a ótica da estabilidade, é correto afirmar que essa Constituição é: 
a) rígida. 
b) permeável. 
c) flexível. 
d) oscilante. 
e) semirrígida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 A 
2 D 
3 B 
4 B 
5 D 
6 E 
 
 
Gabarito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
Eficácia, aplicação e aplicabilidade das normas constitucionais. 
Normas de eficácia plena, contida e limitada. ...................................... 2 
 
 
No campo da teoria constitucionalista, é de extrema relevância registrar 
a distinção entre a eficácia, a aplicação e a aplicabilidade das normas 
constitucionais. 
Aqui nos perfilhamos à classificação proposta por José Afonso da Silva, 
sem dúvidas, a mais adotada nos concursos. 
 
 
 
A partir da clara definição desses conceitos, podemos estabelecer um 
quadro geral da eficácia jurídica das normas jurídicas do nosso ordenamento. 
 Nem todas as normas têm a mesma eficácia, vale dizer, nem todas, 
após serem introduzidas no sistema jurídico, produzem, ao mesmo tempo e 
com a mesma completude, seus efeitos. 
 De igual modo, nem todas têm a mesma aplicabilidade, podendo ou não 
depender de outra (ou outras) normas complementares para que sejam 
plenamente aplicáveis. 
 
• Amplitude legal da produção de efeitos da
norma. Quanto mais eficaz a norma, mais
plena a geração dos seus efeitos jurídicos
pretendidos.
Eficácia
• Temporalidade legal da produção de
efeitos da norma. Vale dizer, em que
momento a norma está apta a produzir seus
efeitos concretos para os quais se destina.
Aplicação
• Instrumentalidade legal da produção de
efeitos da norma. A norma por si só pode
produzir todos seus efeitos ou depende de
outra(s) para que seja plenamente
"operacionalizável"?
Aplicabilidade
Eficácia, aplicação e aplicabilidade das normas constitucionais. 
Normas de eficácia plena, contida e limitada. 
 
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Assim, sob o ponto de vista da eficácia (amplitude legal da 
produção de efeitos da norma), podemos classificar as normas em: 
 
Vamos ver alguns exemplos. 
Norma de eficácia 
plena 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos 
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
Norma de eficácia 
contida 
[Art. 5º] XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício 
ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que 
a lei estabelecer; [...] 
Norma de eficácia 
limitada 
[Art. 18] § 2º - Os Territórios Federais integram a União, e 
sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao 
Estado de origem serão reguladas em lei complementar. 
 
 Ter a distinção acima em mente é de suma importância para o estudo 
da Constituição Federal. 
 
 
 Costumeiramente as normas de eficácia contida e limitada são objeto de 
confusão, não sendo de todo claro se a intenção do legislador foi estabelecer 
se elas são restringíveis (eficácia contida) ou se precisam de uma legislação 
para que possam gerar efeitos (eficácia limitada). 
Eficácia das 
normas 
constitucionais
Plena
- Produzem
integralmente seus 
efeitos a partir da 
vigência da 
Constituição;
- Desnecessitam de 
norma
infraconstitucional 
integradora;
- Aplicabilidade plena
e imediata. 
Contida
- A produção de efeitos
também é integral. No 
entanto, há margem
para que norma 
constitucional ou 
infraconstitucional os 
limite;
- A priori, 
desnecessitam de 
norma
infraconstitucional 
integradora;
- Aplicabilidade plena
e imediata.
Limitada
- A produção de efeitos
é reduzida (apenas os 
mais gerais são notados 
a partir da vigência da 
Constituição);
- Necessitam de 
norma
infraconstitucional 
integradora;
- Aplicabilidade
reduzida e mediata.
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 Sob esse aspecto, podemos pensar que na norma de eficácia contida 
quase todos os efeitos possíveis da norma são sentidos desde que ela 
entra em vigor, ou seja, são sentidos “a priori“. 
Já no que diz com as normas de eficácia limitada os efeitos 
próprios da norma necessariamente só serão sentidos após haver 
edição de normas complementares, vale dizer, serão sentidos “a 
posteriori“. 
Perceba-se que ambas abrem margem para atuação de lei posterior. 
Ocorre que quando se trata de eficácia contida a lei vai apenas ordenar 
ou restringir certos efeitos da norma. Já quando se trata de eficácia limitada 
apenas com a lei e outros atos normativos supervenientes seus efeitos serão 
sentidos de fato. 
 
Por fim, válido aduzir que, consoante consagrada classificação de José 
Afonso da Silva, as normas de eficácia limitada subdividem-se em dois 
subgrupos: as normas de princípios institutivos (ou organizativos, ou 
ainda, orgânicos) e as normas de princípios programáticos. 
 
 
 
 
 
Normas de eficácia limitada
Princípios institutivos 
(organizativos/orgânicos)
Esboçam a organização de 
instituições e órgãos, e 
estabelecem ainda 
competências, limites e 
vedações aos entes.
Exemplos: art. 25; 33; 37, 
VII, 113; 121; 146; 161, I, 
dentre outros. 
Princípios programáticos
Esboçam programas e 
compromissos que o Estado 
deve implementar, 
especialmente no âmbito dos 
chamados "direitos sociais".
Exemplos: art. 6º; 196; 205; 
215, dentre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
Poder constituinte ............................................................................... 2 
Poder constituinte originário ............................................................... 3 
Poder constituinte derivado ............................................................... 10 
Poder constituinte derivado revisor ................................................... 10 
Poder constituinte derivado reformador ............................................ 11 
Poder constituinte derivado decorrente ............................................. 11 
Poder constituinte difuso ................................................................... 12 
 
 
 Poder constituinte é aquele que, de alguma forma, cria ou promove 
mudanças na Constituição. 
 
O poder constituinte originário é uma força pré-jurídica, social e 
política, um poder de fato, de 1º grau, que, conforme expõem Mendes e 
Branco (2010), é consciente de si e disciplina as bases da convivência na 
comunidade política. 
 Dele deriva o poder constituinte derivado (revisor, decorrente ou 
reformador), verdadeira força pós-jurídica (uma vez que nasce do Direito já 
estruturalmente constituído, e não antes dele), de 2º grau. 
 Ao lado desses dois poderes, traremos à análise mais um “poder”, qual 
seja, o poder constituinte difuso. 
Por razões didáticas, assumiremos tal nomenclatura. Contudo, ressaltem-se 
também corretas as assertivas que o classificam primariamente como simples 
fenômeno interpretativo. 
 
Poder constituinte 
 
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 Alguns autores falam ainda em um poder constituinte supranacional, 
que seria identificado especialmente a partir do esforço global de assegurar 
direitos e garantias fundamentais mínimos em todos os Estados. 
 Assim, haveria uma tendência de deslocamento do 
(neo)constitucionalismo local para um transconstitucionalismo. 
 De todo modo, entendemos que ao menos por ora: 
(i) não há verdadeiramente uma Constituição comunitária que intervenha 
substancialmente no plano interno; e 
(ii) essa atuação em escala mundial não repercute diretamente sobre nossa 
Constituição Federal a ponto de promover mudanças equiparáveis àquelas dos 
poderes originário, derivado e difuso. 
 
 
Este poder é aquele que pode estabelecer uma nova ordem jurídica 
constitucional. Assim, pode modificar todo o ordenamento jurídico do Estado 
em sua essência, rompendo com a ordem anterior. 
Alguns autores fazem ainda a seguinte distinção: 
 
Poder Constituinte Originário Histórico: é aquele que estabelece a 
primeira Constituição do Estado, que o estrutura pela primeira vez. 
Poder Constituinte Originário Revolucionário: é todo aquele posterior ao 
poder originário histórico. Por exemplo, o poder originário que deu origem à 
Constituição de 1988. 
 
 Temos como características centrais desse poder: 
Poder Constituinte
Originário Derivado
Revisor (esgotado)
Decorrente (CE dos Estados e LO do DF)
Reformador (Emendas à Constituição)
Difuso (mutação)
Poder constituinte originário 
 
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A ilimitação do poder originário deve ser vista de forma relativizada. 
Com efeito, do ponto de vista jurídico, no processo de elaboração da 
Constituição o poder originário inaugura um novo ordenamento jurídico, não 
se subordinando a qualquer norma jurídica do ordenamento anterior. 
Todavia, do ponto de vista político e social, o poder originário encontra 
limitações nos valores e regras não jurídicas da sociedade na qual se insere. 
Conforme expõem Mendes e Branco (2010), “se o poder constituinte é a 
expressão da vontade política da nação, não pode ser entendido sem a 
referência aos valores éticos, religiosos, culturais que informam essa mesma 
nação e que motivam as suas ações”. 
Por esse motivo, se os representantes do poder constituinte originário 
hostilizarem os valores sociais dominantes, podem não ser reconhecidos como 
manifestação de tal poder. 
 
 
Abrimos um breve parêntese para expor alguns tópicos correlatos ao nosso 
tema central. 
 
a) Recepção 
 A pergunta inevitável é: o advento de uma nova Constituição implica na 
revogação de todas as normas infraconstitucionais (hierarquicamente, abaixo 
O poder 
constituinte 
originário
(de 1º grau) é:
Inicial → precede a ordem jurídica. O Direito do Estado 
começa a partir dele e não antes.
Ilimitado → O Direito porventura anterior (conjunto 
normativo do Estado anterior) não lhe serve de molde. 
É livre para criar e inovar o ordenamento. 
OBS.: por outro lado, valores suprapositivos (religiosos 
e éticos, por exemplo) que inspiram a nação, 
certamente lhe servem como parâmetro.
Incondicionado → é um poder político, uma força 
social pré-jurídica.
Permanente → não se esgota após editada e outorgada 
ou promulgada a Constituição. Pelo contrário, é latente 
ao longo da existência do Estado.
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da Constituição, como as leis ordinárias e complementares, decretos e leis 
delegadas) da ordem anterior? 
Não necessariamente. 
 Nessa situação, podemos ter dois casos: 
 
 A norma recepcionada pode, inclusive, adquirir novo status. Exemplo 
clássico é o Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/1966). Editado com 
quórum de lei ordinária, o Código foi recepcionado pela ordem inaugurada com 
a CF/88 com status de lei complementar, versando sobre tema que a 
Constituição atual reserva a esta espécie legal. 
Art. 146. Cabe à lei complementar: [...] 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, 
especialmente sobre: 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos 
impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, 
bases de cálculo e contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; [...] 
 
 Ou seja, o Código apresenta compatibilidade material (de conteúdo), 
porém não formal (de observância estrita ao processo legislativo). 
O CTN é elucidativo por dois aspectos. 
 
Primeiro, nem todos os seus artigos foram recepcionados, o que reitera que a 
recepção pode ser parcial. Exemplo é seu art. 15, III: 
(CTN) Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode 
instituir empréstimos compulsórios: 
I - guerra externa, ou sua iminência; 
Norma infraconstitucional
Compatível com a 
nova Constituição?
Será recepcionada (explícita ou 
tacitamente, total ou 
parcialmente)
Incompatível com a 
nova Constituição?
Será revogada por ausência 
de recepção
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II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os 
recursos orçamentários disponíveis; 
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo [não 
recepcionado]. 
 
 Ora, o Sistema Tributário Nacional expresso na CF/88 não admite mais 
tal situação como ensejadora de instituição de empréstimos compulsórios! 
 
Em segundo lugar, vale fazer uma importante distinção: 
Recepção de norma com status infraconstitucional → Pode ser tácita 
Recepção de norma com status constitucional → Deve ser expressa 
 
No caso do CTN, a recepção foi expressa, como dispõe o ADCT: 
 Art. 34. O sistema tributário nacional entrará em vigor a partir do primeiro dia 
do quinto mês seguinte ao da promulgação da Constituição, mantido, até 
então, o da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda nº 1, de 
1969, e pelas posteriores. [...] 
§ 5º - Vigente o novo sistema tributário nacional, fica assegurada a aplicação 
da legislação anterior, no que não seja incompatível com ele [...]. 
 
 
 
(1) A posição esposada pelo STF é que, não havendo compatibilidade material 
da norma anterior com a nova Constituição, teremos um caso de revogação 
e não de inconstitucionalidade superveniente (ADI 02/DF). Voltaremos a 
este conceito posteriormente. 
Requisitos para 
recepção da norma
necessidade de que ela seja constitucional no 
ordenamento anterior
apresentar compatibilidade formal e material 
com a Constituição em que fora editada
necessidade de que ela esteja em vigor quando da 
superveniência da nova Constituição
apresentar compatibilidade material com a 
Constituição pela qual é recepcionada
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(2) Mesmo espécie normativa “extinta” pode ser recepcionada pela nova Carta 
Magna. Exemplo clássico são os “decretos-lei”. Não é mais possível a criação 
de tais decretos. No entanto, vários continuam em plena vigência. 
 
b) Repristinação (e efeito repristinatório) 
 Imagine-se o seguinte esquema: 
 
Pois bem. O Brasil adotou como regra a impossibilidade da repristinação, 
que seria a restauração de norma revogada pelo fato da norma revogadora ter 
perdido a vigência, exceto se a nova Carta assim dispuser (o poder 
constituinte originário é ilimitado, estabelece o que quiser). Assim dispõe a Lei 
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro: 
Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra 
a modifique ou revogue. [...]§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter 
a lei revogadora perdido a vigência. 
 
Por outro lado, o efeito repristinatório é um fenômeno observado no controle 
de constitucionalidade. Ilustremos: 
 
 Observe-se que a revogação é somente aparente. 
A norma B sendo declarada inconstitucional será considerada nula desde a 
origem (salvo modulação dos efeitos da decisão) e seus efeitos, inexistentes. 
 
 
Constituição A
Norma X
Constituição B
(revoga efetivamente
toda a Constituição A)
Constituição C
(Norma X é 
compatível e poderia 
ser recepcionada)
Norma A
Norma B
(revoga aparentemente
a Norma A)
Norma B é declarada 
inconstitucional e a 
Norma A "recupera" 
sua vigência
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c) Desconstitucionalização 
 
A desconstitucionalização seria o fenômeno por meio do qual as normas 
constitucionais da Constituição anterior, compatíveis com a nova Constituição, 
seriam por ela recepcionadas. Contudo, tais normas seriam “rebaixadas” à 
categoria de leis infraconstitucionais (leis comuns que compõe o ordenamento, 
hierarquicamente abaixo da Constituição). 
 
 Pois bem. 
 A menos que haja disposição expressa da nova Constituição 
vigente, tal fenômeno não ocorrerá de forma automática. 
 O único modo de ocorrer tal desconstitucionalização seria por previsão 
do poder constituinte originário, que é ilimitado e incondicionado. 
 
 
 Interessante questão que pode emergir diz com a relação entre o 
poder originário e o direito adquirido. 
 Diz-se que direito adquirido é aquele incorporado ao patrimônio jurídico 
de determinado titular. 
 Se, por exemplo, num contexto de absoluta legalidade, eu sou herdeiro 
de determinada pessoa que veio a óbito, tenho direito adquirido à herança. 
 Se cumpri todos os requisitos constitucionais e legais para me 
aposentar, tenho direito adquirido à aposentadoria. E, após aposentado, não 
posso ser forçosamente “desaposentado” por uma eventual mudança da 
norma. 
 Dito isso, o que ocorrem com os direitos adquiridos com o advento de 
uma nova Constituição Federal? 
 Sabendo que, de regra, a lei somente alcança fatos ocorridos após sua 
vigência, uma norma de Constituição nova, que disponha de forma diversa da 
anterior sobre determinada situação jurídica, pode retroagir (alcançar fatos 
pretéritos) e prejudicar direito adquirido? 
Constituição A
Norma X (status de 
norma constitucional)
Constituição B
(não revoga a norma 
X)
Constituição B
Norma X (status de 
norma 
infraconstitucional)
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Para responder, vejamos algumas questões. 
 
 Seguindo os ensinamentos do STF (ADI 493 e outras), as leis podem 
apresentar três graus de retroatividade: 
 
 Nesse mister, o STF já decidiu que: 
 
 
 Portanto, respondendo o questionamento, de regra, o direito adquirido 
não será prejudicado. 
Contudo, excepcionalmente (embora não seja comum), se houver 
disposição expressa nesse sentido, é possível que o constituinte originário, que 
é ilimitado e incondicionado, estabeleça norma que retroaja de forma máxima 
e modifique situações e relações jurídicas já sedimentadas, inclusive direito 
adquirido. 
Retroatividade da lei
Máxima
A lei nova alcança 
situações e relações 
jurídicas já consumadas, 
inclusive a coisa julgada.
Média
A lei nova alcança os 
efeitos pendentes de 
situações e relações 
jurídicas outrora 
reguladas por outra lei. 
Ex.: em um contrato, a 
lei disciplinava que o não 
cumprimento de 
obrigação sujeitava o 
inadimplente à multa de 
20% sobre o valor do 
objeto contratado. Antes 
de o devedor pagar a 
multa, sobreveio lei nova 
estabelecendo multa de 
10%.
Mínima
A lei nova não alcança 
situações e relações 
jurídicas já consumadas 
ou pendentes, mas 
apenas eventuais efeitos 
decorrentes delas e que 
são posteriores a sua 
vigência.
RETROATIVIDADE
de norma 
constitucional
REGRA
A norma constitucional tem 
retroatividade mínima. 
Trata-se de regra relativa
para a Constituição Federal 
e absoluta para as 
Constituições Estaduais e Lei 
Orgânica do DF. 
EXCEÇÃO
Se houver disposição 
expressa, a norma 
constitucional (CF) pode ter 
retroatividade média ou 
máxima.
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 Avancemos. 
 
 
O poder constituinte derivado tem essa denominação pois deriva do efeito 
criador do poder constituinte originário. 
 Suas características são: 
 
 
 Tal poder desdobra-se em três eixos de competência. 
 
Poder constituinte derivado revisor 
 Quando da promulgação da Carta de 1988, assim dispôs o ADCT: 
Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da 
promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros 
do Congresso Nacional, em sessão unicameral. 
 
Observe-se que a revisão constitucional fora bem mais flexível que o rito para 
aprovação de emendas constitucionais (que exige discussão e aprovação em 
ambas Casas do Congresso Nacional, com quórum de três quintos dos votos 
dos parlamentares). 
 De todo modo, como resultado, tivemos a aprovação de 6 emendas de 
revisão. 
Atualmente, a eficácia de tal poder encontra-se exaurida, ou seja, não 
pode mais ser exercida a revisão constitucional nos termos acima. 
 
É pacífico no STF (ADI 1.722 MC) que ao Poder Legislativo, federal e estadual, 
não está aberta a via da (re)introdução, no cenário jurídico, do instituto da 
revisão constitucional. 
 
O poder 
constituinte 
derivado
(de 2º grau) é:
Constituído → criado pelo poder constituinte 
originário.
Limitado → deve observância aos critérios materiais, 
formais, temporais elencados pelo poder de 1º grau.
Condicionado → sua manifestação é limitada aos ritos 
processuais delineados pelo poder originário.
Poder constituinte derivado 
 
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Poder constituinte derivado reformador 
 Este é o poder que se manifesta por meio das emendas à 
Constituição. 
 O rito processual encontra-se disposto no art. 60 da CF/88. 
 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do 
Senado Federal; 
II - do Presidente da República; 
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da 
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus 
membros. 
§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção 
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. 
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 
três quintos dos votos dos respectivos membros. 
§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. 
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a 
abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por 
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão 
legislativa. 
 
Os elementos relativos às emendas à Constituição (iniciativa, rito, limitações 
etc.) são detidamente estudados no tópico do processo legislativo. 
 
Poder constituinte derivado decorrente 
 É o poder que se manifesta na elaboração das Constituições 
Estaduais e da Lei Orgânica do Distrito

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