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CAPÍTULO 4 Limpeza, Desinfecção e Esterilização A partir da perspectiva do saber e fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Conceituar os agentes infecciosos relacionados ao risco biológico. � Descrever os métodos de limpeza, desinfeção e esterilização de materiais e equipamentos utilizados em estabelecimentos prestadores de serviços na área da estética. � Relacionar os equipamentos utilizados na área da estética que possuam risco potencial (biológico e físico). � Aplicar os conceitos de biossegurança na prevenção e minimização dos riscos biológicos pelos processos de utilização de EPIs e processos de limpeza, desinfecção e esterilização. 72 BIOSSEGURANÇA EM ESTÉTICA 73 Limpeza, Desinfecção e Esterilização Capítulo 4 Contextualização Os estabelecimentos que prestam serviços na área de beleza e estética estão atendendo a um contingente cada vez maior de consumidores em todo o mundo. No Brasil, há uma grande valorização no campo da estética corporal, pois algumas pessoas precisam estar em perfeita sintonia com os padrões estabelecidos para alcançar um patamar socioeconômico; outras, para melhorar a autoestima (GARBACCIO, 2013). E com isto aumenta a preocupação e o cuidado em manter utensílios e equipamentos limpos, higienizados ou esterilizados após cada atendimento, medidas que possibilitam a prevenção e minimização de transmissão de doenças por meio de infecção cruzada. Algumas pesquisas realizadas por profissionais da saúde em alguns salões de beleza na Região Norte do Brasil apresentaram resultados de que o conhecimento e aplicação da Biossegurança ainda são praticamente nulos. A propagação da informação por meio de campanhas educativas na área da estética é uma das formas de ajudar na prevenção de transmissão de doenças infectocontagiosas, principalmente, as hepatites e HIV. Você, neste capítulo, conhecerá os processos existentes sobre limpeza, desinfecção e esterilização, desenvolvidos e padronizados para a área da saúde e adaptados para a estética, procedimentos estes, fundamentais na prevenção e minimização dos riscos biológicos, aos quais, tanto profissional como cliente podem estar expostos durante o desenvolvimento da Estética Facial, Estética Corporal, Estética Capilar e Embelezamento dos Anexos (manicure e pedicure, depilação). Conceitos e Classificação de Agentes Infectantes Os micro-organismos desempenham funções vitais para a manutenção da vida na Terra, sendo agentes primários de processos de decomposição e reciclagem de matéria orgânica. Associam-se simbioticamente aos seres humanos, colonizando diversos tecidos e órgãos, incluindo a pele, mucosas e no trato respiratório, geniturinário e digestório, formando a chamada microbiota natural (RAMOS, 2009). 74 BIOSSEGURANÇA EM ESTÉTICA Devido à sua localização e extensa superfície, a pele é constantemente exposta a vários tipos de micro-organismos do ambiente. A colonização microbiana da pele em diferentes áreas do corpo tem concentração de bactérias variáveis por centímetro quadrado (cm²), porém semelhantes entre si. Citam-se como exemplo: Couro cabeludo: 106 UFC (Unidades Formadoras de Colônias)/cm²; Axila: 105 UFC/cm²; Abdome ou antebraço: 104 UFC/cm²; Mãos de profissionais de saúde: 104 a 106 UFC/cm² (CARDOSO; MIMICA, 2008). Como descreveu Ramos (2009), os micro-organismos que colonizam os diversos tecidos do organismo formam a macrobiota natural, entretanto, a pele apresenta dois tipos de microbiota: a transitória e a residente. A microbiota transitória, que coloniza a camada superficial da pele, sobrevive por curto período de tempo e é passível de remoção pela higienização simples das mãos, com água e sabonete, por meio de fricção mecânica. É geralmente adquirida por profissionais de saúde durante contato direto com o paciente (colonizados ou infectados), ou em ambiente, superfícies próximas ao paciente, produtos e equipamentos contaminados (CARDOSO; MIMICA, 2008). E a microbiota transitória consiste de microrganismos não patogênicos ou potencialmente patogênicos, tais como bactérias, fungos e vírus, que raramente se multiplicam na pele. No entanto, alguns micro-organismos podem provocar infecções relacionadas à saúde (GARBACCIO, 2013). A microbiota residente, que está aderida às camadas mais profundas da pele, é mais resistente à remoção apenas por água e sabonete. As bactérias que compõem esta microbiota (e.g., estafilococos coagulase negativos e bacilos difteroides) são agentes menos prováveis de infecções veiculadas por contato. As mãos dos profissionais de saúde podem ser persistentemente colonizadas por microrganismos patogênicos (e.g., Staphylococcus aureus, bacilos Gram- negativos ou leveduras) que, em áreas críticas como unidades com pacientes imunocomprometidos, pacientes cirúrgicos e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), podem ter um importante papel adicional como causa de infecção relacionada à assistência à saúde (CARDOSO; MIMICA, 2008). Kampf e Kramer (2004 apud GARBACCIO, 2013) advertem que os fungos (Candida spp.) e alguns vírus, como os da hepatite A, B, C; da imunodeficiência humana/HIV, podem colonizar transitoriamente a pele, principalmente polpas digitais, após contato com pessoas ou superfícies inanimadas, podendo ser transmitidos ao hospedeiro susceptível (entretanto, algumas espécies de micro-organismos são causadoras de doenças patogênicas. Júnior e Costa (2009) alertam que a contaminação das mãos dos profissionais da saúde pode ocorrer durante o contato direto com o paciente ou por meio de contato com equipamentos e produtos. 75 Limpeza, Desinfecção e Esterilização Capítulo 4 Figura 14 – Microrganismo Fonte: Espaciociencia.com (2017). As doenças infecciosas são manifestações clínicas de um desequilíbrio no sistema parasito-hospedeiro-ambiente provocado pelo aumento da patogenicidade do parasita em relação aos mecanismos de defesa anti-infecciosa do hospedeiro (RAMOS, 2009). A autora ainda menciona que a transmissão dos agentes infecciosos pode ocorrer de maneira direta e indireta. A transmissão direta se dá por meio de contato físico entre transmissor e receptor por via cutânea ou secreções. E o indireto ocorre por meio de instrumentos contaminados, especialmente os perfurocortantes ou por meio de infecção cruzada. Os micro-organismos podem ser veiculados por via aérea, via cutânea e via ocular. • Via aérea: o contágio ocorre pela inalação de micro-organismos presentes nas partículas de aerossóis. • Via cutânea: ocorre por meio de contato de sangue e secreções contaminadas com a pele não íntegra (cortes, pústulas, dermatites). • Via ocular: a contaminação da mucosa conjuntiva ocorre invariavelmente, por lançamentos de gotículas ou aerossóis de material infectante no olho. Os serviços de beleza e estética podem também ser responsáveis pela transmissão e disseminação de micro-organismos, além de parasitas, como os causadores da escabiose e pediculose, pelo contato direto com secreções e artigos contaminados (GARBACCIO; OLIVEIRA, 2012). 76 BIOSSEGURANÇA EM ESTÉTICA Outro tipo de infecção muito comum de ser encontrada em clientes durante os atendimentos dos serviços de manicure e pedicure são as infecções fúngicas, entre elas as mais comuns são as micoses de unha. As infecções fúngicas, segundo Mamikusa e Hirata (2002), têm assumido grande importância devido ao aumento da incidência em pessoas com comprometimento imunológico. Cerca de cem mil espécies de fungos descritos na literatura têm sido capazes de causar infecção em pessoas saudáveis. Ramos (2009) complementa a informação de Mamikusa e Hirata (2002) evidenciando que as micoses podem ser oportunistas quando atingem pessoas com algum grau de comprometimento na barreira protetora externa (pele), no sistema imunológico, pelo uso contínuo de corticoides e antibióticos, e naqueles acometidos por doenças de basecomo diabetes e câncer. Na classificação proposta por Mamikusa e Hirata (2002), as micoses podem se apresentar como: • Superficiais: acometem as camadas mais superficiais da pele e pelos. • Cutâneas ou dermatomicoses: localizadas na pele, no pelo, nas unhas e nas mucosas. • Subcutâneas: acometem a pele e o tecido subcutâneo. • Sistêmicas: acometem órgãos internos e vísceras. As infecções fúngicas de maior relevância para a área da estética são as onicomicoses e as dermatites fúngicas, sendo estas caracterizadas pelo crescimento de fungos nas unhas e dobras periungueais (ao redor da unha), sendo que a lâmina ungueal pode ser infectada principalmente por fungos dermatófitos e mais raramente pela levedura Candida albicans (RAMOS, 2009). Os fungos causadores de micoses têm como reservatórios principais o homem, os animais e o solo (MAMIKUSA; HIRATA, 2002). As onicomicoses são consideradas como as micoses superficiais mais difíceis de diagnosticar e tratar. A forma clínica mais frequente da onicomicose por fungos filamentosos não dermatófitos é a proximal, associada à inflamação da dobra proximal, podendo ser limitada à região da lúnula ou afetar a totalidade da unha (ARAÚJO et al., 2003). 77 Limpeza, Desinfecção e Esterilização Capítulo 4 Figura 15 – Onicomicose de unha Fonte: Gonzales (2013). Atividade de Estudos: 1) Qual é a diferença entre microbiota residente e microbiota transitória? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Higienização das Mãos As mãos do profissional são grandes veículos para o transporte dos agentes infectados. Estando muito bem higienizadas, podem prevenir uma infinidade de doenças que na maioria das vezes são causadas por infecções cruzadas. Mãos limpas são consideradas a prevenção e o controle mais importantes para não ocorrer contaminações em serviços de saúde e beleza (RAMOS, 2009). 78 BIOSSEGURANÇA EM ESTÉTICA Figura 16 – Campanha de conscientização na higienização das mãos nos hospitais Fonte: Socel News (2018). A higienização das mãos tem como objetivos: retirar sujidade, suor, oleosidade, pelos, células mortas e microbiota da pele, interrompendo a transmissão de infecções veiculadas ao contato; prevenção e redução das infecções causadas pelas transmissões cruzadas (SOUZA; SANTANA, 2009). São poucos os profissionais que têm a conscientização sobre a higienização correta das mãos, o número varia sempre de 16% a 81%. A transmissão de agentes infecciosos por contato das mãos se baseia no potencial que estas têm de armazenamento em sua microbiota resistente e transitória (MIMS; WAKELIN; WILLIAN, 1999). Conforme relata Kawagoe (2009, p. 33), o principal problema de higienização das mãos “não é o produto utilizado, mas a falta de adesão desta prática entre profissionais da saúde”. Em uma clínica de estética, o ato de friccionar as mãos com detergente específico e enxaguá-las com água pode ser feito várias vezes durante um único atendimento, principalmente quando há presença de secreções, sangue e mucosas, pode reduzir em até 80% das infecções cruzadas (ANDRADE, 2008). Procedimento correto de lavagem das mãos (GUADALINI, 1997): 79 Limpeza, Desinfecção e Esterilização Capítulo 4 01) Retirar anéis, pulseiras, relógios das mãos e antebraços. 02) Ficar em uma posição confortável. 03) Não se encostar na pia com o corpo. 04) Abrir a torneira com a mão dominante ou cotovelo, neste caso é melhor possuir uma torneira com acionamento por pedal ou por sensor elétrico que o aciona. 05) Molhar as mãos com água potável corrente com temperatura de 24ºC. 06) Colocar na palma das mãos apenas 3 ml de detergente ou sabão líquido à base de clorexidine ou qualquer outra substância que realiza assepsia, espalhar pelas duas mãos e antebraços. 07) Friccionar as palmas das mãos uma contra a outra, dorso das mãos, abrir os dedos e esfregar as regiões interdigitais, primeiro uma e após a outra. Em seguida, friccionar as pontas dos dedos e as unhas nas palmas das mãos, friccionar as laterais das mãos uma a outra, finalmente friccionar o polegar e sua região interdigital. 08) Enxaguar as mãos com água potável corrente e repetir todo o processo. 09) Fechar a torneira com o auxílio de um papel toalha, para torneiras convencionais. 10) Enxugar as mãos com papel toalha descartável ou compressa ou tolha de pano que deve ser trocada a cada paciente. Figura 17 – Como lavar as mãos corretamente 1- PALMA 2- DORSO DAS MÃOS 3- ESPAÇOS INTERDIGITAIS 4- POLEGAR 5- ARTICULAÇÃO 6- UNHAS E EXTREMIDADES DOS DEDOS 7- PUNHOS Como lavar corretamente as mãos. Fonte: Genesi (2010). 80 BIOSSEGURANÇA EM ESTÉTICA Produtos para higiene das mãos: • Sabão neutro, que tem menor potencial irritativo, deve ser usado na higiene rotineira das mãos. Preferencialmente, deve ser acondicionado individualmente em saboneteira tipo “bag”, diminuindo assim o risco de contaminação do produto. • Saboneteiras com sabão líquido podem ser utilizadas, desde que não preenchidas antes do esvaziamento total e higienizadas antes do novo envaze. Estas saboneteiras devem ter um dispositivo com acionamento que não permita o contato direto com as mãos. • Papel toalha descartável: a utilização deste produto para secar as mãos é indispensável. Toalhas de tecido que ficam penduradas não são recomendadas para a utilização em serviços de saúde. Álcool 70% com emoliente (álcool gel ou álcool glicerinado): antisséptico com excelente atividade germicida, pode ser usado em substituição à lavagem de mãos com água e sabão, quando não estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com fluidos corporais. Pode ser acondicionado em saboneteiras tipo “bag” ou em frascos tipo “pamper” e ser disponibilizado próximo do local onde se desenvolvem atividades de assistência direta ao paciente ou requeiram a higiene das mãos (RAMOS, 2009). Souza e Santana (2009) ainda fazem as seguintes recomendações no que se refere à higienização das mãos: manter as unhas naturais, limpas e curtas; não usar unhas postiças quando entrar em contato direto com os pacientes; evitar o uso de esmaltes nas unhas; evitar utilizar anéis, pulseiras e outros adornos quando assistir ao paciente; aplicar creme hidratante nas mãos (uso individual) diariamente, para evitar ressecamento da pele. Álcool 70% com emoliente (álcool gel ou álcool glicerinado): antisséptico com excelente atividade germicida, pode ser usado em substituição à lavagem de mãos com água e sabão, quando não estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com fluidos corporais. Doenças Infecciosas Transmitidas Ocupacionalmente em Estabelecimentos Prestadores de Serviço na Área da Saúde e Estética Os profissionais da área da saúde, assim como os da estética, estão frequentemente expostos aos agentes infecciosos transmitidos por acidentes ocupacionais envolvendo materiais contaminados com sangue ou fluidos 81 Limpeza, Desinfecção e Esterilização Capítulo 4 corpóreos. Os principais agentes são os vírus da imunodeficiência humana (HIV) e das hepatites tipos B (HBV) e C (HVC). Evitar a exposição ocupacional é o principal caminho para prevenir a transmissão dos vírus das hepatites B e C e do HIV. Entretanto, a imunização contra hepatite B e o atendimento adequado pós-exposição são componentes importantes para um completo programa de prevenção de infecção após acidente ocupacional e importantes elementos para segurança do trabalho (DESTRA, 2008). Vamos ver então os conceitos das doenças infecciosas mais importantes que podem ser transmitidas durante as atividadesrealizadas durante os procedimentos estéticos. a) Hepatites As hepatites virais acometem milhares de pessoas em todo o mundo. Vários são os vírus que podem causar hepatites, sendo os mais conhecidos os vírus da hepatite A, B, C, D, citomegalovírus e outros. Os de maior frequência na população são os três primeiros tipos, sendo que as vacinas disponíveis previnem a infecção apenas contra as duas primeiras, A e B (BRASIL, 2002; BRASIL, 2008; RAMOS, 2009). A hepatite B, provocada por vírus, é hoje uma doença bem conhecida do ponto de vista clínico, laboratorial e epidemiológico. Trata-se da mais frequente forma de hepatite infecciosa, sendo a nona causa de mortalidade no mundo. O Ministério da Saúde estima que, no Brasil, pelo menos 15% da população já esteve em contato com o vírus da hepatite B e que 1% da população apresenta doença crônica relacionada a este vírus (BRASIL, 2002; BRASIL, 2008; YOSHIDA,1996). A hepatite B na área da estética pode ser transmitida ocupacionalmente por meio de instrumentos perfurocortantes contaminados. O sangue é o principal veículo para transmissão, embora sêmen, secreções vaginais, saliva, lágrima e suor possam contribuir para sua disseminação (RAMOS, 2009). O vírus da hepatite B pode sobreviver ativo no ambiente externo por vários dias. O período de incubação dura, em média, de um a quatro meses. Uma pessoa infectada por ele pode desenvolver as seguintes formas da doença: hepatite aguda, hepatite crônica (ou ambas) e hepatite fulminante, uma forma rara da doença que pode ser fatal (PINHEIRO; ZEITOUNE, 2008; YOSHIDA, 1996). O risco de aquisição do vírus após exposição percutânea a materiais e instrumentos contaminados varia de 6% a 30%. Sabe-se também que o vírus da hepatite B é altamente resistente, podendo sobreviver por até sete dias no sangue seco em temperatura ambiente. Além disso, sua infectividade é 100 vezes maior que o HIV e 10 vezes maior que o HCV (MORAES et al., 2012). 82 BIOSSEGURANÇA EM ESTÉTICA Ramos (2009) salienta que a exposição a sangue por material cortante ou perfurocortante de uso coletivo sem esterilização adequada, como é o caso de procedimentos realizados em acupuntura, tatuagem, manicure e pedicure com instrumentos contaminados, é um fator de risco importante para o contágio com o vírus da hepatite B e C. A hepatite A é doença autolimitada, que não apresenta formas crônicas, evoluindo para cura na maioria das vezes. A forma fulminante pode ocorrer em até 1% dos casos e a incidência aumenta com a idade, sendo maior em pessoas com mais de 65 anos. O homem é o único reservatório natural do vírus da hepatite A (HAV), sendo de maior importância para saúde pública os casos assintomáticos ou oligossintomáticos, que mantêm a cadeia de transmissão (BRASIL, 2002; BRASIL, 2008). O Ministério da Saúde (BRASIL, 2008) cita que o vírus da hepatite C (HCV) foi identificado nas pesquisas realizadas por Choo e colaboradores (1989 apud BRASIL, 2008), mas os exames para detecção do vírus só se tornaram disponíveis comercialmente a partir de 1992. O HCV é o principal agente etiológico da hepatite crônica não-A não-B. Sua transmissão ocorre principalmente por via parenteral. Em percentual significativo de casos não é possível identificar a via de infecção. São consideradas populações de risco acrescido para a infecção pelo HCV por via parenteral: indivíduos que receberam transfusão de sangue e/ou hemoderivados antes de 1993, usuários de drogas intravenosas, usuários de cocaína inalada, pessoas com tatuagem, piercing ou que apresentem outras formas de exposição percutânea (BRASIL, 2002; BRASIL, 2008). A transmissão sexual é menos frequente e ocorre principalmente em pessoas com múltiplos parceiros e com prática sexual de risco (sem uso de preservativo). A transmissão vertical é rara quando comparada à hepatite B. Entretanto, já se demonstrou que gestantes com carga viral do HCV elevada ou coinfectadas pelo HIV apresentam maior risco de transmissão da doença para os recém-nascidos. Em adultos, a cronificação ocorre em 80% a 85% dos casos, sendo que um terço deles evolui para formas graves no período de 20 anos. O restante evolui de forma mais lenta e talvez nunca desenvolva hepatopatia grave (BRASIL, 2002; BRASIL, 2008; RAMOS, 2009; YOSHIDA, 1996). • Prevenção contra a hepatite Nenhuma cura é prevista para hepatite B, portanto, prevenção é essencial. Vacinas podem oferecer proteção de 90% a 95%, ao profissional de saúde. A vacina pode ser dada seguramente às crianças, em três doses, num período de seis meses. Recomendação para Profilaxia de Hepatite B para profissionais de saúde com exposição a materiais biológicos (YOSHIDA, 1996). 83 Limpeza, Desinfecção e Esterilização Capítulo 4 Quadro 5 – Recomendação para profilaxia de hepatite b para profissionais de saúde com exposição a materiais biológicos Profissional de Saúde Paciente Fonte Hbs Ag positivo ou desconhecido COM RISCO Paciente Fonte Hbs Ag positivo ou desconhecido SEM RISCO Paciente Fonte Hbs Ag NEGATIVO Não vacinado ou vacinação Incompleta 01 dose de HBIG e iniciar esquema vacinal completar vacinação Iniciar esquema vacinal ou completar vacinação Iniciar esquema vacinal ou completar vacinação. Vacinado com resposta Adequada Não Imunizar Não Imunizar Não Imunizar Vacinado sem resposta adequada 01 dose de HBIG REVACINAR REVACINAR REVACINAR Vacinado com resposta Não conhecida Fazer Anti HBS, com resposta adequada não imunizar e sem resposta adequada: 01 dose de HBIG e Revacinar Fazer Anti Hbs, com resposta adequada não imunizar e sem resposta adequada: Revacinar Fazer Anti HBs, Não imunizar. Fonte: Adaptado de ANVISA (2000). b) AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) A AIDS é causada pelo vírus HIV (sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana), que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+, os quais são utilizados pelo vírus HIV para se multiplicar através de alterações no DNA dessas células. Depois de se multiplicar, o vírus rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. O HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns: período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune (BRASIL, 2018; RAMOS, 2009). O conhecimento e a divulgação dos métodos de proteção anti- infecciosa são de extrema relevância, uma vez que a atuação do profissional de saúde e da estética está na interdependência do material que está sendo usado como veículo de transmissão de infecção, tanto para o paciente/cliente como na manipulação dos artigos sem os devidos cuidados. O conhecimento e a divulgação dos métodos de proteção anti-infecciosa são de extrema relevância, uma vez que a atuação do profissional de saúde e da estética está na interdependência do material que está sendo usado como veículo de transmissão de infecção, tanto para o paciente/cliente como na manipulação dos artigos sem os devidos cuidados. 84 BIOSSEGURANÇA EM ESTÉTICA A exposição ao vírus e sua transmissão podem ocorrer com a utilização principalmente de objetos perfurocortantes utilizados durante as atividades, portanto, alicates, agulhas e lâminas devem ser manuseados com cuidado e atenção, sempre utilizando os EPIs adequados para sua proteção. Oda, Rocha e Teixeira (1996) acrescentam que alguns dos principais fatores de risco para a transmissão da AIDS ocupacional estão relacionados ao próprio acidente, à fonte contaminadora ou doadora e ao receptor acidentado. Agregam também como fatores o grau de risco os tipos de exposição, como: percutânea, mucosa ou cutânea; o tipo de fluido envolvido, como: sangue ou fluidos corpóreos, assim como outros fatoresenvolvidos, como: temperatura, pH, umidade, tempo de exposição e gravidade da exposição. Classificação de Materiais Quanto ao Risco de Contaminação A variedade de materiais utilizados nos estabelecimentos de saúde e estética pode ser classificada segundo riscos potenciais de transmissão de infecções para os pacientes/clientes, em três categorias: críticos, semicríticos e não críticos. a) Artigos críticos Os artigos destinados aos procedimentos invasivos em pele e mucosas adjacentes, nos tecidos subepiteliais e no sistema vascular, bem como todos os que estejam diretamente conectados com este sistema, são classificados em artigos críticos. Estes requerem esterilização (BRASIL, 1994; RAMOS, 2009). b) Artigos semicríticos Os artigos que entram em contato com a pele não íntegra, porém, restrito às camadas da pele ou com mucosas íntegras são chamados de artigos semicríticos e requerem desinfecção de médio ou de alto nível ou esterilização (ANVISA, 2000; RAMOS, 2009). c) Artigos não críticos Os artigos destinados ao contato com a pele íntegra e também os que não entram em contato direto com o paciente são chamados artigos não críticos e requerem limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível, dependendo do uso a que se destinam ou do último uso realizado (RAMOS, 2009). 85 Limpeza, Desinfecção e Esterilização Capítulo 4 A seguir apresentamos uma tabela proposta por Ramos (2009) em que consta a classificação dos materiais, exemplos e forma de descontaminação. A autora inclui os artigos descartáveis, entretanto alerta que estes materiais não devem ser processados por métodos de limpeza, desinfecção ou esterilização, pois perdem suas características originais, e devem sim ser descartados. Os artigos descartáveis não devem ser reaproveitados, sendo de uso individual. Os utensílios perfurocortantes devem ser manuseados e descartados conforme apresentado no Capítulo 5. Quadro 6 - Exemplos de artigos utilizados nas atividades da estética Artigos Exemplos Processamento Críticos Alicates, pinças, espátulas de cutícula e podologia, bro- cas, espátulas e pinças de depilação. Limpeza, secagem, desinfecção (opcional), esterilização. Semicríticos Escovas e pentes para cabelos, pincéis de ma- quiagem, toalhas, acessórios de equipamentos. Limpeza, secagem, desin- fecção de alto nível ou esterilização. Não críticos Recipientes e espátulas para aplicação de produtos cosméticos na pele e nos cabelos, macas e cadeiras de atendimentos. Limpeza, secagem e desinfecção de baixo nível. Descartáveis Lençóis, protetores de ma- cas, protetores de bacias e recipientes de manicure, lixas de unhas, palitos, luvas, máscaras, gorros. Separação, acondiciona- mento, identificação, trans- porte e descarte adequado, dependendo do grau e natureza da contaminação (ver cap. 5). Perfurocortantes Descartáveis Agulhas e navalhas Separação, acondicio- namento, identificação, transporte e descarte adequados. Fonte: Adaptado de Ramos (2009). 86 BIOSSEGURANÇA EM ESTÉTICA • Limpeza É o procedimento de remoção de sujidade e detritos para manter em estado de asseio os artigos, reduzindo a população microbiana. Constitui o núcleo de todas as ações referentes aos cuidados de higiene com os artigos críticos, semicríticos e não críticos. A limpeza deve preceder aos procedimentos de desinfecção ou de esterilização, pois reduz a carga microbiana através da remoção da sujidade e da matéria orgânica presentes nos materiais (ANVISA, 2000; RAMOS, 2009). O excesso de matéria orgânica aumenta não só a duração do processo de esterilização, como altera os parâmetros para este processo. O avanço tecnológico tem lançado no mercado equipamentos complexos dotados de estreitos lúmens que tornam a limpeza um verdadeiro desafio. Assim, é lícito afirmar que a limpeza rigorosa é condição básica para qualquer processo de desinfeção ou esterilização. “É possível limpar sem esterilizar, mas não é possível garantir a esterilização sem limpar” (ANVISA, 2000, p. 10). A limpeza de artigos é uma condição básica que antecede qualquer processo de desinfecção ou esterilização. Deve ser realizada imediatamente após o uso do material, evitando que a matéria orgânica fique colada à sua superfície e, consequentemente, dificultando sua remoção. Antes de iniciar a limpeza, o material deve ser desmontado em todas as partes possíveis, facilitando o contato do detergente com todas as suas superfícies, com atenção especial a ranhuras e canais. A limpeza pode ser realizada de forma mecânica (automatizada) ou manual. Na limpeza manual o processo é realizado por meio de fricção com auxílio de escovas. É fundamental a utilização rigorosa de equipamentos de proteção individual (EPI). Os detergentes a serem utilizados devem ser de uso hospitalar e possuir registro na Anvisa, sendo recomendados os enzimáticos (RAMOS; 2009; SANTOS, 2008; ANVISA, 2000). • Desinfecção Descontaminação e desinfecção não são sinônimos. A descontaminação tem por finalidade reduzir o número de microrganismos presentes nos artigos sujos, de forma a torná-los seguros para manuseá-los, isto é, ofereçam menor risco ocupacional. O termo desinfecção deverá ser entendido como um processo de eliminação ou destruição de todos os microrganismos na forma vegetativa, independentemente de serem patogênicos ou não, presentes nos artigos e objetos inanimados (ANVISA, 2000). 87 Limpeza, Desinfecção e Esterilização Capítulo 4 O uso de agentes químicos desinfetantes como glutaraldeído, formaldeído, hipoclorito de sódio e outros no processo de descontaminação, prática largamente utilizada, não tem fundamentação. O agente químico é impedido de penetrar nos microrganismos, pois há tendência de as soluções químicas ligarem- se com as moléculas de proteínas presentes na matéria orgânica, não ficando livres para ligarem-se aos microrganismos nas proporções necessárias, dando uma “falsa segurança” no manuseio do material como descontaminado. Além disso, o uso desses agentes na prática da descontaminação causa uma aderência de precipitado de matéria orgânica no artigo, prejudicando sobremaneira a posterior limpeza (ANVISA, 2000, p. 11). O termo desinfecção deverá ser entendido como um processo de eliminação ou destruição de todos os microrganismos na forma vegetativa, independentemente de serem patogênicos ou não, presentes nos artigos e objetos inanimados. A destruição de algumas bactérias na forma esporulada também pode ocorrer, mas não se tem o controle e a garantia desse resultado no seu espectro de ação, a desinfecção de alto nível deve incluir a eliminação de alguns esporos, o bacilo da tuberculose, todas as bactérias vegetativas, fungos e todos os vírus (ANVISA, 2000; RAMOS, 2009; MAMIKUSA; HIRATA, 2002). Quando se fala em processo de desinfecção, subentende-se o uso de agentes químicos, cujos princípios ativos permitidos pelo Ministério da Saúde, através da Portaria número 15, de 1988, são: os aldeídos, fenólicos, quaternário de amônia, compostos orgânicos liberados de cloro ativo, iodo e derivados, álcoois e glicóis, biguanidas e outros, desde que atendam à legislação específica (ANVISA, 2000). O agente mais comumente utilizado para desinfecção de alto nível é o glutaraldeído. Na desinfecção de nível intermediário não é esperada ação sobre os esporos bacterianos e ação média sobre vírus não lipídicos, mas que seja tuberculicida, elimine a maioria dos fungos e atue sobre todas as células vegetativas bacterianas. Cloro, iodóforos, fenólicos e álcoois pertencem a este grupo. Os desinfetantes desta classificação, juntamente com os de baixo nível, são tipicamente usados para artigos que entrarão em contato somente com a pele íntegra ou para desinfecção de superfícies (RAMOS, 2009; MAMIKUSA; HIRATA, 2002; ROMÃO, 1996). 88 BIOSSEGURANÇA EM ESTÉTICA Na desinfecção de baixo nívelnão há ação sobre os esporos ou bacilo da tuberculose, podendo ter ou não ação sobre vírus não lipídicos e com atividade relativa sobre fungos, mas capaz de eliminar a maioria das bactérias em forma vegetativa. Compostos com quaternário de amônia são exemplos de desinfetantes de baixo nível. Quando se fala em processo de desinfecção, subentende-se o uso de agentes químicos, cujos princípios ativos permitidos pelo Ministério da Saúde, através da Portaria número 15, de 1988, são: os aldeídos, fenólicos, quaternário de amônia, compostos orgânicos liberados de cloro ativo, iodo e derivados, álcoois e glicóis, biguanidas e outros, desde que atendam à legislação específica (ANVISA, 2000; MAMIKUSA; HIRATA, 2002; RAMOS, 2009). Apesar da grande oferta de produtos químicos no mercado, a escolha do mais adequado não é uma tarefa simples. Várias características devem ser consideradas nesta seleção: amplo espectro de ação antimicrobiana; inativar rapidamente os microrganismos; não ser corrosivo para metais; não danificar artigos ou acessórios de borracha, plásticos ou equipamento ótico; sofrer pouca interferência, na sua atividade, de matéria orgânica; não ser irritante para a pele e mucosas; possuir baixa toxicidade; tolerar pequenas variações de temperatura e de pH; ter ação residual sobre superfícies quando aplicado no ambiente; manter sua atividade mesmo sofrendo pequenas diluições; ser um bom agente umectante; ser de fácil uso; ser inodoro, ou ter odor agradável; ter baixo custo; ser compatível com sabões e detergentes; ser estável quando concentrado ou diluído (ANVISA, 2000; SANTOS, 2008). Quadro 7 – Exemplos de agentes microbianos e sua eficiência EFICIÊNCIA, ANTIMICROBIANA DE ALGUNS AGENTES QUÍMICOS DESINFETANTES FRENTE A AGENTES MICROBIANOS: B A C TÉ R IA S VÍ RU S LI PO FÍ SI CO S VÍ R U S H ID R O - FÍ SI C O S M IC O B A C TÉ - R IA S FU N G O S ES PO R O S B A C TE R IA N O S ETANOL + + - + V - FORMALDEIDO + + + + + + GLUTARALDEIDO + + + + + + COMP. CLORO + + + + + + FENOIS + + - + + - QUATERNÁRIOS AMÔNIA + + + - + - IODÓFOROS + + + - + - Fonte: Laboratório Oswaldo Cruz (s.d.). 89 Limpeza, Desinfecção e Esterilização Capítulo 4 Atividade de Estudos: 1) Quais são os aspectos fundamentais a serem considerados no processo de desinfecção? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2) Qual é o conceito de limpeza e por que ela deve preceder os procedimentos de desinfecção e esterilização dos artigos? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ • Esterilização Para a prevenção da ocorrência de infecções causadas pela utilização de instrumentos não esterilizados em salões de beleza, é de suma importância a adoção de métodos adequados e eficientes de esterilização, principalmente em se tratando de materiais perfurocortantes (RAMOS, 2009; ANVISA, 2000). Dentre os processos de esterilização de materiais por agentes físicos, destaca-se o uso do calor, seja sob a forma seca, em estufas de ar quente, ou através do calor úmido operacionalizado em autoclaves, sendo o desempenho do calor úmido em autoclaves um processo rápido e mais eficiente. Entretanto, existem fatores que podem afetar a eficácia da esterilização, possibilitando a exposição do profissional de beleza e seus clientes a risco de contaminação (AZEVEDO; MOREIRA, 2017). A presença de matéria orgânica no instrumental a ser esterilizado é um desses fatores. Por isso, toda esterilização deve ser precedida da lavagem prévia 90 BIOSSEGURANÇA EM ESTÉTICA do artigo para haver a remoção dos detritos ou sujidades, podendo ser feita de maneira mecânica, através de aparelhos ou de limpadores enzimáticos, os quais facilitam o procedimento de lavagem. Quanto ao calor úmido, existem vários tipos de autoclaves, que diferem entre si pelo modelo, tamanho e tempo, pela temperatura e pressão empregadas. A esterilização através da autoclave convencional é feita a 121º C com o tempo de exposição de 15 a 30 minutos. Outros modelos empregam temperatura e pressão mais elevadas e um tempo de exposição menor. A penetração do vapor d’água no material a ser esterilizado garante maior nível de destruição dos microrganismos. Por esse motivo, autoclavação é um método mais rápido que o calor seco (AZEVEDO; MOREIRA, 2017; RAMOS, 2009). Figura 18 – Modelo de autoclave Fonte: Multimed (s.d.). O calor úmido atua através de desnaturação e coagulação de proteínas vitais para os microrganismos, ocorrendo em temperatura e tempo de exposição menor do que os requeridos para a oxidação em estufas. Em ambos os métodos é importante realizar o monitoramento do ciclo da esterilização, assegurando a eficácia dos processos utilizados antes da liberação de cada artigo. Essa validação poderá ser feita utilizando-se indicadores físicos, químicos e biológicos. A eficácia do processo de esterilização deve ser constantemente monitorada, sendo obrigatória a utilização dos seguintes indicadores: • Indicador químico externo (fita crepe zebrada). Tem sua coloração alterada na exposição à temperatura. Deve ser utilizado externamente em todos os pacotes que passam pela autoclave. 91 Limpeza, Desinfecção e Esterilização Capítulo 4 Figura 19 – Embalagem e monitoramento biológico para autoclaves Fonte: Cipamed (s.d.). Acesse o site <https://www.cristofoli.com/biosseguranca/vitale- class-cd-como-usar-video/> e assista ao vídeo sobre como manusear uma autoclave. Aproveite também este tempo e assista ao vídeo muito interessante sobre o empacotamento de artigos críticos na autoclave. Acesse o site: <https://www.youtube.com/watch?v=6vtjD0F_TsM>. Já a esterilização pelo calor seco em estufas é realizada em temperaturas de 170ºC por 1 hora ou a 160ºC por duas horas. A temperatura interior é controlada por um termostato, possuindo um termômetro bimetálico. A esterilização é gerada por meio do aquecimento e da irradiação do calor, que é menos penetrante e uniforme que o vapor saturado, sendo necessário um tempo maior de exposição e maiores temperaturas (RAMOS, 2009; OLIVEIRA; QUARESMA, 2010). • Indicador biológico com a frequência mínima semanal. Colocados dentro de pacotes em locais de maior dificuldade de penetração do vapor, simulam a morte microbiana. 92 BIOSSEGURANÇA EM ESTÉTICA Figura 20 – Modelos de estufa (calor a seco) para esterilização Fonte: Hair Beauty cosméticos (2018). Os invólucros indicados para esterilização pelo calor a seco (forno de Pasteur) são as caixas metálicas, os instrumentais contidos em seu interior devem ter um limite de volume que proporcione a circulação do calor e todas as caixas deverão ser fechadas com tampa. O invólucro recomendado para esterilização em autoclave é o papel grau cirúrgico, que já possui os indicadores químicos de processo, podendo ser encontrados na forma de envelopes prontos, ou rolos de diferentes tamanhos e larguras. Se utilizados em rolo, deverão ser selados a quente com seladoras próprias, de forma que a selagem fique íntegra e sem rugas (MOREIRA; SILVA, 2017; RAMOS, 2009). A utilização de caixas não é obrigatória, porém protege os instrumentais e a integridade da embalagem, uma vez que muitos são perfurocortantes. A esterilização deve ser repetida se o pacote estiver danificado (rasgado, furado, aberto), se apresentar umidade, ou se o indicador deprocesso não estiver com a cor alterada. As embalagens de papel grau cirúrgico são de uso único, podendo ser descartadas junto com os resíduos do grupo D (MOREIRA; SILVA, 2017; RAMOS, 2009). É aconselhável que os equipamentos e os processos de esterilização estejam em uma sala adequada a estes procedimentos. Deve haver uma pia, de preferência de material aço inoxidável, luvas para serem usadas nos processos de limpeza e desinfecção dos artigos, máquina seladora para os invólucros, e instalação elétrica adequada para autoclave e estufas. É aconselhável que os equipamentos e os processos de esterilização estejam em uma sala adequada a estes procedimentos. 93 Limpeza, Desinfecção e Esterilização Capítulo 4 Figura 21 – Sala de esterilização Fonte: Flickr (s.d.). Figura 22 – Tipos de invólucros – para autoclave e para estufa Fonte: Nogueira (2015). Atividades de Estudos: 1) Correlacione respectivamente os artigos críticos, semicríticos, não críticos, descartáveis e perfurocortantes descartáveis, usados na estética, assinalando a alternativa de acordo com as letras C, SC, NC, D, PD. ( ) alicates de unha. ( ) pincéis de maquiagem. ( ) escova para cabelo. 94 BIOSSEGURANÇA EM ESTÉTICA ( ) cumbucas para coloração. ( ) pinças de metal. ( ) esponjas de maquiagem. ( ) toalhas de algodão. ( ) pentes para cabelo. ( ) espátulas de metal para manicure. ( ) brocas de metal para podologia. ( ) lâminas para navalha. ( ) agulhas. ( ) luvas, máscara e gorro. 2) A eficácia no processo de esterilização depende de quais procedimentos? _______________________________________________________ _______________________________________________________ ______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ 3) Por que os artigos críticos devem ser esterilizados e os semicríticos apenas sofrer processo de desinfecção? _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ • Cuidados de manuseio de equipamentos de risco potencial Em diversas atividades desenvolvidas pelos profissionais de estética são utilizados equipamentos eletroterápicos. Estes aparelhos por vezes possuem acessórios que entram em contato com a pele do cliente, esteja ela íntegra ou não íntegra. Neste caso, estes artigos são considerados não críticos ou, em alguns casos, semicríticos, requerendo o processo de limpeza e desinfecção após o uso em cada cliente (RAMOS, 2009). 95 Limpeza, Desinfecção e Esterilização Capítulo 4 Borges (2006) relaciona alguns dos equipamentos utilizados na área da estética, como: radiofrequência, lipocavitação, luz intensa pulsada, vacuoterapia, fototerapia, laser e LED, alta frequência, aparelho de ultrassom, vapor de ozônio, eletroestimulação, entre outros, os quais devem passar pelo processo de limpeza e desinfecção dos seus acessórios após o seu uso. Ramos (2009, p. 85) descreve os procedimentos corretos para o manejo do equipamento nestes processos: − Com o equipamento desligado, desconectar a parte que entrou em contato com a pele da cliente. − Se o acessório não puder ser imerso em água para limpeza, passar um pano limpo e umedecido com água. − Secar com um pano limpo. − Friccionar etanol 70ºGL com auxílio de uma gaze ou papel absorvente. − Guardar em local fechado, limpo e seco (gavetas ou armários) a fim de evitar deposição de poeira e aerossóis. − Se preferir, embalar os artigos em sacos plásticos vedados, abrindo-os na frente do cliente. Temos aqui uma questão polêmica. Acesse o site <https:// www.youtube.com/watch?v=7walNdeG4Us> e assista ao vídeo. Após assistir a ele, vamos discutir um pouco a questão sobre os procedimentos do microagulhamento em um de nossos fóruns. 96 BIOSSEGURANÇA EM ESTÉTICA Figura 23 – Técnica de microagulhamento Fonte: Guarasemin (2016). Para realizar o microagulhamento é utilizado um pequeno instrumento em forma de rolo, composto por 190 a 540 microagulhas de aço inoxidável e estéreis alinhadas de modo simétrico em fileiras. O comprimento da agulha varia de 0,25mm a 2,5mm. (LIMA; LIMA; TAKANO, 2013). A técnica consiste em deslizar o rolo nos sentidos vertical, horizontal e diagonal na média de 10 a 15 vezes em cada sentido, com uma pressão moderada, provocando escoriações na pele (LIMA, 2015). O tratamento consiste em provocar uma lesão superficial na epiderme, causando um processo inflamatório, levando ao estímulo de produção de fibroblastos. Destaca-se aqui que este equipamento se classifica como perfurocortante descartável, sendo PROIBIDA sua reutilização após o seu uso. Mas acreditamos que você já deva ter assistido nos canais da internet a vídeos caseiros, onde pessoas fazem em si mesmas, além de guardarem o roller, reutilizando-o mais que uma vez. Antes do procedimento, nos vídeos é apresentado (sugerido) que o roller fique imerso no álcool 70ºGL antes do seu uso. Lembre-se de que o uso do equipamento é de uma única seção, devendo ser descartado no lixo de material perfurocortante (ver Capítulo 5). 97 Limpeza, Desinfecção e Esterilização Capítulo 4 Estamos quase terminando o capítulo, mas ainda tenho uma parte importante que não deve deixar de ser mencionada: o cuidado com a limpeza e desinfecção do ambiente e mobiliário. Vamos então a uma leitura complementar. Acesse o link: <http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve- centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/infeccao- hospitalar/aulas/ih08_manual.pdf>. Manual de Prevenção de Infecções Associadas a Procedimentos Estéticos – Capítulo Limpeza ambiental – página 22, autor Sílvia Alice Ferreira, e veja como você pode orientar os prestadores de serviço na correta limpeza e desinfecção do ambiente de trabalho. Algumas Considerações A prática da limpeza, desinfecção e esterilização de artigos, equipamentos, ambiente e mobiliário deve ser feita de forma sistematizada, para ter como resultado a prevenção e minimização das infecções cruzadas em ambientes de trabalho, seja na área da saúde como na estética. É de responsabilidade do estabelecimento prestador de serviço elaborar um plano padrão de operacionalização de cada atividade realizada para que os profissionais possam manter um padrão de atendimento de qualidade. Treinar e orientar é outra tarefa necessária para que todos que trabalham na empresa tenham a informação correta e a forma de realização destes procedimentos. Disponibilizar materiais, equipamentos e produtos para que os processos de limpeza, desinfecção e esterilização sejam realizados dentro da legislação sanitária vigente e adequar-se a cada necessidade também faz parte obrigatória dos responsáveis pelo estabelecimento prestador de serviço. Entretanto, o objetivo maior dos processos de limpeza, desinfecção e esterilização é evitar ou minimizar a propagação de doenças infectocontagiosas, principalmente as hepatites, AIDS e infecções fúngicas, através dos processos que acabamos de estudar. Conscientizar o profissional e supervisionar a realização das boas práticas nos estabelecimentos de estética é uma obrigação de todos nós. 98 BIOSSEGURANÇA EM ESTÉTICA Vamos então para o próximo capítulo, lá conheceremos onde e como deve ser feito o descarte correto dos resíduos gerados nos estabelecimentos da Estética e como o gerenciamento correto destes resíduos pode impactar em processos de sustentabilidade e meio ambiente.Referências ANDRADE, A. Normas básicas para prevenção de infecção. In: ANDRADE et al. Manual de prevenção de infecções associadas a procedimentos estéticos. São Paulo: Retec, 2008. 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