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História crítica da arquitetura moderna - resumo livro thau

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História crítica da arquitetura moderna. 
Kenneth Frampton (p. 1-38)
 A arquitetura neoclássica parece ter surgido de duas evoluções diferentes, que transformam o contato do homem com a natureza. A primeira foi o aumento da capacidade humana de possuir o controle sobre a natureza, e a segunda foi uma mudança na natureza da consciência humana que resultaram em uma nova mudança cultural, que produzia novas categorias de conhecimento. 
 Sendo um período seguinte dos excessos do Rococó, juntamente com os ideais iluministas, fizeram os arquitetos da época buscarem por um novo estilo, por meio de uma reavaliação da Antiguidade, mas não os copiando, e sim se baseando em seus ideais. 
 Não sei sabiam ao certo qual cultura eles se baseariam, se eram a egípcia, etrusca, grega ou romana.
Uma das primeiras consequências da reavaliação da Antiguidade foi ampliar o roteiro para além das fronteiras de Roma para estudar, de acordo com Vitruvio, no que a arquitetura romana se baseava. A descoberta e escavação nas cidades romanas em Herculano e Pompéia, fizeram com que se chegassem em sítios mais distantes, e com isso chegaram a sítios gregos antigos na Sicília e na Grécia. 
 A obra de Piranesi Della Magnificenza ed Architettura de Romani (Da magnificência e da arquitetura dos romanos) dizia que não apenas os etruscos eram anteriores aos gregos, mas que junto com seus sucessores, os romanos elevaram a arquitetura a seu mais alto nível de refinamento. Como provas da existência dos etruscos, as únicas coisas que eles podiam apresentar eram as poucas esculturas – túmulos e obras de engenharia - que sobraram após as devastações da Roma.
 Na Inglaterra, onde o Rococó nunca foi totalmente aceitos, começou uma era no Paladianismo para redimir os excessos do Barroco. No final da década de 1750 os britânicos já buscavam se instruir na Roma, onde entre 1750 e 1760, os principais expoentes de Neoclassicismo estão sendo criados vindo do pró-romano e pró-etrusco.
 Com o florescimento do Neoclássico na França, Claude Perrault questionou as proporções vitruvianas, criando sua tese de beleza positiva - padronização e perfeição - e beleza arbitrária – função expressiva que possa ser requerida por uma circunstância ou uma característica especial -. Esse questionamento vitruviano, foi codificado por Cordemoy em seu Nouveau Traité de toute l’architecture (Novo tratado de toda a arquitetura, 1706) que substituiu os conceitos vitruvianos da arquitetura – utilitas, firmitas e venustas (utilidade, solidez e beleza) – por sua trindade própria – ordonnance, distribution e bienséance (ordem, distribuição e conveniência).
 Cordemoy se preocupava com a pureza geométrica, que ao contrário dos barrocos possuíam colunata irregular, frontões quebrados e colunas torcidas. Também se preocupava com que a ornamentação tinha que ser submetida à adequação, onde dizia que as construções não pediam nenhum ornamento, e sim tinha preferência pela alvenaria sem colunas ou pilastras e com estruturas ortogonais. Para ele, a coluna livre, sem ornamentos, era sinônimo de uma arquitetura pura.
 Foi proposto por Laugier, depois de reinterpretar Cordemoy, uma arquitetura “natural” universal, tendo origem nas ideias da cabana primitiva, com quatro troncos de árvore sustentando um telhado rústico em vertente. Essa forma primitiva é base de uma espécie de estrutura gótica, não havendo arcos, pilastras, pedestais e nem qualquer outro tipo de articulação formal. 
 Ledoux desenvolveu um projeto da fábrica de sal para Luís XVI, ampliando a forma semicircular desse projeto no núcleo representativo de sua cidade ideal de Chaux. Essa fábrica de sal semicircular – que ele transformou no centro oval de sua cidade) pode ser considerada como um dos primeiros experimentos da arquitetura industrial, por ter integrado unidades produtivas e alojamentos operários. 
 Os galpões para evaporação de sal dessa fábrica – situados no eixo - possuíam o teto alto como os edifícios agrícolas, com acabamento de pedras lisas com adornos rústicos, enquanto a casa do diretor – situada no centro – tinha teto baixo e frontões, era revestida de pedra bruta e embelezada com pórticos clássicos. 
 
 Em meados do século XIX, o neoclássico se dividiu em duas linhas de desenvolvimento: o Classicismo Estrutural de Labrouste e o Classicismo Romântico de Schinkel. Ambas tiveram a tarefa de criar novos tipos de edifícios. Os classicistas estruturais davam ênfase à estrutura – linha de Cordemoy, Laugier e Soufflot -, enquanto os classicistas românticos ressaltavam, o caráter fisionômico da própria forma – linha de Ledoux, Boullée e Gilly. 
 A essência da arquitetura, para Choisy, é a construção, e todas as transformações etilisticas são consequências lógicas do desenvolvimento técnico. Era na sugestão da construção que o arquiteto ds grandes épocas artísticas encontravam suas mais autenticas inspirações. 
 Choisy ilustrava a determinação estrutural com projeções axonométricas que possuíam a essência de um tipo de forma numa só imagem gráfica, que compreendia planta, corte e elevação. Essas ilustrações representam à pura abstração, e isso que as tornava tão apreciadas pelos pioneiros do Movimento Moderno na virada do século.
Capítulo 2. Transformações territoriais: evolução urbana, 1800-1909
 
 Com o desenvolvimento dos meios de comunicação cada vez mais abstratos, a comunicação é substituída por novos sistemas – ferrovia, imprensa diária e o telégrafo - permitindo à população maior mobilidade e proporcionando informações mais precisa e sincronizada. 
 A cidade finita foi totalmente transformada pela interação de uma quantidade de forças técnicas e socioeconômicas sem precedentes, muitas das quais apareceram pela primeira vez na segunda metade do século XVIII, como a produção em massa de trilhos de ferro, a partir de 1767, inventada por Abraham Darby; e a semeadeira mecânica para plantio, criada por Jethro Tull.
 Essas inovações produtivas tiveram muitas repercussões. Na metalurgia, a produção de ferro inglesa se multiplicou por quarenta anos, e no caso da agricultura, a lavoura ineficiente foi substituída pelo sistema de quatro colheitas. Enquanto uma foi valorizada pelas guerras napoleônicas, a outra foi pela necessidade de alimentar a população industrial que crescia rapidamente. 
 A indústria têxtil domestica ajudou a sustentar a economia agrária da primeira metade do século XVII, se transformou, primeiro pela máquina de fiar (James Hargreaves, 1764), depois pelo tear a vapor (Edmund Cartwright, 1784). O tear a vapor estabeleceu a produção têxtil como indústria em grande escala e levou de imediato a invenção da fábrica de vários pavimentos e à prova de fogo. Logo, a manufatura foi forçada a abandonar sua base rural e a concentrar o trabalho e a fábrica, primeiro perto de cursos d’água, depois perto de jazidas de carvão. 
 Esse processo de enraizamento, era chamado de enra cinement, que mais tarde foi acelerado pelo uso da tração à vapor no transporte (locomotiva rodando em trilhos de ferro fundido). Isso levou o aumento das migrações europeias para as Américas, África e Austrália, desenvolvendo a economia dos territórios coloniais e ocupando as cidades de planta quadriculada do Novo Mundo. 
 O crescimento populacional transformou os velhos bairros em áreas miseráveis e, também, à construção de moradias baratas e cortiços, que tinham a finalidade de proporcionar, de forma menos onerosa possível, a máxima quantidade de alojamentos rudimentares. Com isso, essas habitações tinham condições inadequadas de luz e ventilação, carências de espaços abertos, péssimas instalações sanitárias e despejos de lixo em qualquer lugar. Com essas precariedades e com manutenção inadequada, acabou levando à acumulação de excrementos, lixos e inundações, o que naturalmente provocou uma alta incidência de doenças, como a tuberculose e a cólera.
 Com essas epidemias foram colocadas em prática algumas leis mais antigas sobre a construção e a manutenção de conturbaçõesdensas. Essas leis tornavam as autoridades locais legalmente responsáveis pelo esgoto, coleta de lixo, fornecimento de água, vias públicas, a inspeção de matadouros e o enterro dos mortos. E como resultado dessa legislação na Inglaterra, a sociedade se tornou consciente da necessidade de melhorar a habitação de classe operária. 
 A Sociedade para a Melhoria das Condições das Classes Trabalhadoras, inspirada por Chadwick, patrocinou a construção dos primeiros apartamentos operários em Londres em 1844, com projeto do arquiteto Henry Roberts, que projetou um prédio operário prototípico de dois andares e quatro apartamentos (dois em dois em torno de uma escada).

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