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CONTRATOS: DICAS DE COMO ANALISAR E ELABORAR ESPÉCIES DE CONTRATOS A primeira dica é que o contrato sofrerá variações, de acordo com o ramo do direito que regula. É o primeiro alerta, uma vez que, um contrato que afronta a legislação é nulo ou anulável, o que pode causar diversas consequências práticas. Ex1: A cláusula de um contrato de trabalho em que o trabalhador renuncia ao pagamento de horas extras é nula. Isso porque, trata-se de um direito trabalhista irrenunciável. Ex. 2: Um contrato de trabalho de prestação de serviços pode configurar vínculo empregatício, caso ocorra os requisitos previstos no artigo 3º da CLT. Ex.3: O artigo 51 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) descreve diversas hipóteses em que uma cláusula é “nula de pleno direito”. Ex.4: A cláusula de um contrato de locação que prevê multa compensatória integral é inválida, uma vez que a lei do inquilinato determina a multa proporcional. Ex.5: É anulável o negócio em que o pai vende um imóvel para o filho, sem o consentimento dos demais herdeiros (CC, art. 496). Os exemplos são inúmeros. No entanto, basta alertar que, o contrato demandará conhecimento da respectiva legislação, de acordo com a relação que ele pretende regular. Segue exemplos: a) Relação de Trabalho: CLT (Decreto-Lei nº. 5.452/1943); b) Relação de Consumo: Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90); c) Locação comercial ou residencial: Lei do Inquilinato (Lei 8.245/91); d) Representantes comerciais autônomos (Lei nº 4.886/65) etc. Outrossim, há relações que envolvem diversos ramos do direito, como por exemplo, o contrato de financiamento, como por exemplo, o contrato de financiamento imobiliário. É comum que tais contratos demandem uma análise do CDC, do direito imobiliário e do direito bancário, simultaneamente. O QUE NÃO PODE FALTAR EM UM CONTRATO? Qualificação completa das partes: Os dados são importantes para que seja possível localizar os contratantes se necessário. Além disso, em algumas relações jurídicas é essencial saber a profissão e o estado civil das partes. À título de exemplo, na compra e venda de imóveis, a parte que for casada dependerá da autorização do cônjuge para realizar o negócio. Objeto do contrato: Deve haver a especificação clara do objeto do contrato, evitando expressões vagas (obrigações assumidas). Valor: Se possível, é recomendável que se determine a forma de pagamento (cheque, espécie, operações bancárias), além de eventuais parcelamentos. Multas: E se uma das partes “quebrar o contrato”? É essencial que seja prevista uma sanção ao inadimplente ou culpado pelo descumprimento. O contrato pode conter multa compensatória, indenizatória e moratória. Registro em cartório e testemunhas: Nem sempre é necessário, mas a cautela não faz mal a ninguém. VALIDADE DO CONTRATO (NEGÓCIO JURÍDICO) Para ser considerado válido, o contrato deve cumprir os requisitos previstos no artigo 104, do Código Civil: I – agente capaz; II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III – forma prescrita ou não defesa em lei. QUEM ASSINA? É quase inacreditável, mas há pessoas que utilizam um contrato perfeito, assinado por que não tem a mínima legitimidade para contratar. Ex. 1: Há compradores que assinam um contrato de compra e venda com alguém que não é o proprietário do imóvel. O contrato é bem redigido, mas quem assina como vendedor não tem a propriedade do imóvel. Eu posso vender algo que não é meu? Não! Logo, o contrato é imprestável quando quem assina não tem a devida legitimidade. Ex. 2: Se uma empresa é contratante, o contrato deve ser assinado pelo seu representante legal. Deve-se examinar o contrato social da empresa, para saber se aquele sócio tem poderes, ou não, para entabular contratos. Se quem assina não é o sócio com poderes de representação, a assinatura é inútil.
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