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Empreendedorismo e Inovação

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Empreended rismo
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ISBN 978-65-5821-090-0
9 786558 210900
Código Logístico
I000374
Empreendedorismo 
Fabiano Caxito
IESDE BRASIL
2021
© 2021 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e do 
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa:Becris/ Trueffelpix /Peshkova/Shutterstock
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
C377e
Caxito, Fabiano
Empreendedorismo / Fabiano Caxito. - 1. ed. - Curitiba [PR] : IESDE, 
2021.
142 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5821-090-0
1. Empreendedorismo. 2. Criatividade nos negócios. 3. Inovação. I. 
Título.
21-73783 CDD: 658.421
CDU: 005.342
Fabiano Caxito Mestre em Administração Estratégica pela Universidade 
Nove de Julho (Uninove). MBA em Recursos Humanos 
pela Fundação Instituto de Administração (FIA). 
Pós-Graduado nos seguintes cursos: Business 
Intelligence, Big Data e Analytics, pela Universidade 
Anhanguera; Língua Portuguesa: redação e oratória, 
pela Universidade São Francisco; Filosofia, pela 
Universidade Estácio de Sá; e também em Educação 
Corporativa, Educação Financeira, Tecnologias e 
Educação a Distância, Antropologia, Sociologia Política 
e Urbana e Coaching pela Faculdade UniBF. Graduado 
em Administração Financeira pela Universidade Cidade 
de São Paulo (Unicid). Atuou em áreas comerciais, de 
logística, de recrutamento e seleção bem como de 
treinamento e desenvolvimento em diversas empresas 
de distribuição e venda de bebidas. Foi coordenador 
de cursos de pós-graduação lato sensu. Atualmente é 
professor universitário e influenciador digital.
SUMÁRIO
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
em QR code!
SUMÁRIO
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
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1 Empreendedorismo e inovação 9
1.1 Empreendedorismo: conceitos e definições 10
1.2 Perfil do empreendedor 13
1.3 Empreendedorismo no Brasil 18
1.4 Inovação tecnológica e estratégia 22
1.5 Tipos de inovação 25
2 Novos modelos de negócios 34
2.1 Conceito de modelo de negócio 35
2.2 Modelos de negócios inovadores 39
2.3 Economia compartilhada 45
2.4 Economia circular 49
2.5 Startups 52
3 Planejamento estratégico e modelagem de negócios 59
3.1 Estratégia empresarial 60
3.2 Análise do ambiente externo 66
3.3 Plano de negócios 70
3.4 Ferramentas de modelagem de negócio 74
3.5 Business Model Canvas 76
4 Gestão financeira para o empreendedor 83
4.1 Fundamentos da administração financeira 84
4.2 Risco, retorno e custo de capital 90
4.3 Modalidades e fontes de financiamento 93
4.4 Gestão de custos 100
4.5 Estratégias de precificação 104
5 Gestão de negócios inovadores 112
5.1 Gestão da empresa inovadora 113
5.2 Indicadores de gestão 117
5.3 Marketing na empresa inovadora 120
5.4 Gestão das operações 126
5.5 Gestão de pessoas e empreendedorismo 130
 Resolução das atividades 137
O empreendedorismo é um termo muito utilizado tanto 
no meio acadêmico quanto no cotidiano das empresas e nas 
discussões sobre economia, emprego, inovação e competitividade. 
Porém, nem sempre esse termo foi compreendido em toda a sua 
dimensão ou importância para a economia de um país e para 
o desenvolvimento de uma sociedade. O empreendedorismo 
está intimamente ligado à inovação, tanto em relação a produtos 
e serviços quanto ao desenvolvimento de novos modelos de 
negócio, que podem revolucionar não apenas o mercado no qual 
a empresa atua, mas também trazer mudanças significativas em 
comportamentos, relações sociais, legislação e até na forma de 
organização da sociedade. 
O primeiro capítulo discute o conceito de empreendedorismo 
e seus impactos sobre a sociedade e o indivíduo. As características 
do perfil do indivíduo empreendedor são apresentadas, 
e é traçada uma relação entre o desenvolvimento dessas 
características e a educação empreendedora. O capítulo também 
aborda as legislações, as ações, os programas e os indicadores 
relacionados ao empreendedorismo no Brasil. 
Para que se possa compreender o desenvolvimento de 
negócios inovadores, o segundo capítulo apresenta a evolução 
dos modelos de negócio e aprofunda a discussão sobre 
modelos de negócios inovadores, fundamentados no uso da 
tecnologia da informação e da comunicação, especialmente 
aqueles relacionados aos conceitos de economia compartilhada 
e economia circular. O capítulo também aborda as startups, 
modelos de negócio que unem empreendedorismo e inovação. 
Elas apresentam como características a replicabilidade e a 
escalabilidade, o que possibilita um rápido crescimento após seu 
lançamento. 
O desenvolvimento e a implantação da estratégia empresarial 
são temas do terceiro capítulo. Nele são discutidos os impactos 
que o ambiente externo causa à empresa, o que influencia e até 
mesmo redireciona suas estratégias, especialmente no contexto 
APRESENTAÇÃO
Vídeo
8 Empreendedorismo
das primeiras décadas do século XXI, no qual rápidas mudanças tecnológicas, 
comportamentais e culturais são observadas. O capítulo também trata das 
etapas de desenvolvimento dos planos de negócios, bem como das principais 
ferramentas que podem ser utilizadas no planejamento. 
O quarto capítulo é dedicado ao planejamento e à gestão financeira de 
uma empresa, desde a fase inicial de seu desenvolvimento até a implantação 
de seus processos de gestão, após o lançamento da empresa no mercado. 
Os principais indicadores financeiros, as metodologias de gerenciamento de 
custos e de formação de preços e a gestão de riscos e incertezas relacionados 
ao processo de empreendedorismo são discutidos em profundidade. 
Por fim, o quinto capítulo aborda a gestão das diversas áreas que compõem 
uma empresa. Os indicadores de desempenho, relacionados à gestão dos 
recursos, dos objetivos e das metas da empresa, assim como as estratégias 
de marketing e distribuição são temas das diversas partes do capítulo, que se 
encerra com uma parte dedicada à gestão de pessoas, recurso fundamental 
para o sucesso de uma nova empresa.
Ao fim da obra, espera-se que o leitor tenha condições de compreender 
os diversos conceitos, estratégias, metodologias e ferramentas utilizados 
no contexto do empreendedorismo e da formação de novas empresas, 
preparando-o para atuar profissionalmente como empreendedor ou como 
colaborador em uma empresa em desenvolvimento.
Empreendedorismo e inovação 9
1
Empreendedorismo e inovação
Apesar de ser um termo bastante utilizado, tanto no contexto empre-
sarial quanto na mídia que aborda questões relacionadas à economia, 
entre os especialistas, o empreendedorismo é um conceito em contínua 
construção, já que as práticas empreendedoras vão além do significado 
do termo e abrangem a diversidade, especificidade e pluralidade do 
mundo dos negócios. De modo semelhante, o termo inovação é muitas 
vezes mal compreendido e utilizado erroneamente no contexto acadêmi-
co, bem como no meio empresarial.O objetivo deste capítulo é abordar esses conceitos fundamentais, 
desde sua origem até as abordagens mais utilizadas atualmente. A pri-
meira parte terá como foco o empreendedorismo e os impactos da ação 
empreendedora sobre a sociedade e o indivíduo. Na segunda parte do 
capítulo serão descritas, com base em estudos e pesquisas realizadas em 
diversos países, as características que fazem parte do perfil do indivíduo 
empreendedor, que podem ser desenvolvidas e fortalecidas por meio da 
educação empreendedora. Já a terceira parte abordará o empreendedo-
rismo no Brasil, mostrando legislações, ações, programas e indicadores 
que elucidam a importância dessa atividade na economia do país.
A intensificação do desenvolvimento tecnológico em diversas áreas 
tem causado intensas mudanças na forma como pessoas, empresas, paí-
ses e culturas se relacionam. Assim, a quarta e a quinta partes do capítulo 
terão como foco a inovação e seus impactos sobre o empreendedor, as 
organizações, a economia e a sociedade. Ao fim do capítulo, espera-se 
que o leitor tenha condições de conhecer os conceitos fundamentais de 
empreendedorismo e inovação e perceber como esses conceitos interfe-
rem em sua vida cotidiana e profissional.
10 Empreendedorismo
1.1 Empreendedorismo: conceitos e definições 
Vídeo Para melhor compreender o empreendedorismo, é importante re-
fletir sobre o contexto econômico e social que propicia o impulsiona-
mento das práticas empreendedoras. Nesse sentido, o cenário que se 
apresenta de maneira mais favorável ao empreendedorismo é aquele 
que estimula a existência de empresas que tenham autonomia para 
atuar em um mercado de livre competição, ou seja, um ambiente de 
economia liberal, no qual as práticas empreendedoras são fomenta-
das pelos desafios e pelos riscos da competição, criação e enfrenta-
mento das incertezas impostas aos indivíduos com características 
empreendedoras.
Como destaca Foucault (2008), em uma economia saudável, é in-
dispensável a coexistência de organizações empresariais privadas de 
diversos tamanhos:
as formas “empresa” que não devem, justamente, ser concentra-
das na forma nem das grandes empresas de escala nacional ou 
internacional, nem tampouco das grandes empresas do tipo do 
Estado. É essa multiplicação da forma “empresa” no interior do 
corpo social que constitui, a meu ver, o escopo da política neoli-
beral. (FOUCAULT, 2008, p. 203)
O empreendedorismo não pode ser confundido com inovação ou 
com a capacidade inventiva de um indivíduo. É muito comum encon-
trar o ineditismo inventivo em práticas inovadoras de mercado e vice-
-versa. Entretanto, conforme aponta Tometich (2020):
O que difere o empresário empreendedor do inventor é a capacidade de 
atribuir valor econômico à invenção.
Enquanto a atividade empreendedora tem como um fator definidor 
a criação de valor econômico, as invenções não necessariamente agre-
gam valor econômico.
O empreendedorismo passou a ser estudado a partir do século 
XVIII, tendo Jean-Baptiste Say (1767-1832) como um dos primeiros au-
tores a abordar o tema. Segundo Lago (2018), Say defendia a ideia de 
que os empreendedores, no papel de agentes econômicos, tinham a 
atribuição de promover o equilíbrio do mercado equalizando a oferta 
de produtos e serviços às crescentes demandas do mercado.
Apresentar a evolu-
ção do conceito de 
empreendedorismo.
Objetivo de aprendizagem
Empreendedorismo e inovação 11
O autor mais significativo no desenvolvimento dos estudos do 
empreendedorismo sob a luz da economia é o austríaco Joseph Alois 
Schumpeter (1883-1950), que dedicou grande parte dos seus estudos 
ao tema e chegou ao entendimento de que é natural do empreendedor 
assumir riscos e inovar com vistas a tirar proveito das oportunidades 
ocultas no mercado.
Tometich (2020) afirma que o empreendedorismo ainda não é 
bem compreendido e que buscar o discernimento do seu significado 
conceitual é fundamental para que se possa estudar o tema e apro-
fundar as discussões sobre as características e as competências do 
empreendedor.
Diversos autores conceituam o empreendedorismo com base em 
pontos de vista diferentes. Hisrich, Peters e Shepherd (2014) acredi-
tam que o empreendedor é um indivíduo que está disposto a assu-
mir riscos, utilizando recursos diversos para criar soluções inovadoras 
que possam atender às demandas ou aproveitar a oportunidade de 
mercado.
Já Weyermüller (2017, p. 4) enfatiza a importância da gestão dos fa-
tores de risco enfrentados pelas empresas nos diversos ambientes em 
que elas estão inseridas como elemento-chave do empreendedorismo: 
“Diversos são os fatores de risco para as atividades econômicas, tais 
como conjunturais, políticas fiscais, legais e ambientais. As empresas, 
sejam elas de ramos tradicionais ou criativos, precisam manter um 
abrangente ferramental de gestão do conjunto de riscos aos quais es-
tão sujeitos”.
Para Tometich (2020), embora o conceito de empreendedorismo 
tenha sua origem na economia, não há nessa área um acervo literário 
abundante acerca do tema, talvez pela dificuldade encontrada pelos 
economistas em harmonizar as características empreendedoras co-
nhecidas com os seus modelos teóricos.
Sob a perspectiva da administração, Drucker (2005) defende a rela-
ção incondicional entre o empreendedorismo e as práticas inovadoras, 
o que sob a ótica administrativa distingue o empreendedorismo dos 
demais tipos de negócio, uma vez que, independentemente do setor, o 
empreendedorismo está comprometido com a busca por mudanças e 
com a agregação de valor ao negócio como sendo uma forma de tirar 
proveito das oportunidades.
O livro Empreendedorismo 
Estratégico: criação e ges-
tão de pequenas empresas 
trata dos principais con-
ceitos de empreendedo-
rismo e discute exemplos 
práticos da criação e 
gestão de pequenas 
e médias empresas. 
Os autores também 
abordam ferramentas 
importantes relacionadas 
ao empreendedorismo, 
como planos de negócios, 
legislações e organização 
da empresa.
FARAH, O. E.; CAVALCANTI, M.; 
MARCONDES, L. P. (org.). 2. ed. São 
Paulo: Cengage, 2018.
Livro
12 Empreendedorismo
Tendo como prisma o foco na oportunidade de mercado, na que-
bra de paradigmas quanto à oferta de produtos e serviços e na conse-
quente criação de uma nova estrutura organizacional para apoderar-se 
dessa ocasião, surgiu o olhar mais abrangente sobre a conceituação 
de empreendedorismo defendida por Bygrave e Zacharakis (2008), que 
entendem que o empreendedorismo se dá quando há a criação de 
uma organização específica para alcançar a oportunidade inicialmente 
identificada.
Por outro lado, Caxito (2020a) destaca a possibilidade de o em-
preendedorismo ocorrer dentro de organizações e empresas já estabe-
lecidas. O intraempreendedorismo ocorre quando um profissional com 
características inovadoras e empreendedoras desenvolve novas ideias 
e projetos e busca colocá-los em prática na empresa em que atua.
O entendimento de que o empreendedorismo consiste em criar 
um empreendimento para perseguir uma oportunidade de mercado 
é apoiado pelo movimento Global Entrepreneurship Monitor (GEM), cria-
do em 1999 pelas instituições de pesquisa e ensino Babson College e 
London Business School. O GEM serve para monitorar e identificar os 
motivos que levam o empreendedorismo a ser mais ativo em um país 
do que em outro, considerando aqueles que fazem parte desse movi-
mento – do qual o Brasil é integrante.
O GEM procura medir condições nacionais que julga serem 
capazes de estimular, favorecer (ou dificultar) o processo em-
preendedor como: apoio financeiro; políticas e programas 
governamentais; educação e capacitação; pesquisa e desenvol-
vimento; infraestrutura comercial e profissional; acesso ao mer-
cado; abertura e barreiras para entrada no mercado; acesso à 
infraestrutura física; normas culturais; proteção aos direitos de 
propriedade intelectual. (TOMETICH, 2020, p. 12)
Seja sob a luz da economia ou da administração, os conceitos de 
empreendedorismo estão intimamenterelacionados às características 
individuais e ações do indivíduo que é responsável pela administração 
do negócio. Para Tometich (2020), a relação entre as características do 
empreendedor e a ação empreendedora pode ser identificada no con-
ceito de intraempreendedorismo, também chamado de empreendedo-
rismo corporativo.
Para a autora, o empreendedorismo internalizado nas corporações 
pode ser entendido como uma resposta das empresas que, ao identi-
ficarem características latentes do perfil empreendedor em seus cola-
No vídeo João Appolinário 
– Palestra de Empreende-
dorismo – FIESP, do canal 
Empreender é inovar!, 
Appolinário – presidente, 
proprietário e fundador 
da Polishop – discute 
experiências práticas do 
empreendedorismo, mos-
trando que, mais do que 
desenvolver uma ideia 
inovadora, o empreende-
dor precisa reunir uma sé-
rie de características para 
desenvolver, implementar 
ações efetivas e lidar com 
as diversas situações que 
se colocam à sua frente 
para desenvolver um 
negócio viável.
Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=5n_
R2K9h6ws. Acesso em: 12 ago. 
2021.
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=5n_R2K9h6ws
https://www.youtube.com/watch?v=5n_R2K9h6ws
https://www.youtube.com/watch?v=5n_R2K9h6ws
boradores, percebem a possibilidade de explorar esse potencial por 
meio de programas motivacionais e do estabelecimento de parâme-
tros determinantes de tempo de dedicação, espaço, investimentos e 
níveis de riscos e erros aceitáveis pela empresa. Caxito (2020a) aponta 
que mesmo em organizações públicas é possível promover o intraem-
preendedorismo, apesar da ideia de que as características burocráticas 
e hierárquicas do setor público prejudiquem a inovação.
O empreendedorismo não se restringe ao ambiente das empresas 
privadas. Ações e projetos empreendedores podem ser desenvolvidos 
nas mais diversas áreas, sendo exemplos disso o empreendedorismo 
cultural, criativo, institucional, social, sustentável e ecológico.
Discutir as característi-
cas e as competências 
que formam o perfil 
empreendedor.
Objetivo de aprendizagem
1.2 Perfil do empreendedor 
Vídeo As características e competências apresentadas 
pelo indivíduo considerado empreendedor são um 
tema frequente de estudos e pesquisas. De maneira 
semelhante ao que ocorre com o próprio conceito 
de empreendedorismo, também podem ser obser-
vadas algumas divergências e convergências teóri-
cas acerca das características do empreendedor, principalmente em 
relação aos critérios que motivam as ações e os resultados perseguidos 
pelo indivíduo para identificá-lo como empreendedor.
Uma vez que os fatores ambientais, econômicos, mercadológicos e 
culturais nos quais as empresas estão inseridas podem ser favoráveis 
ou não para o desenvolvimento do empreendedorismo, como apontam 
Mota et al. (2017), também podem ser observados reflexos no compor-
tamento dos indivíduos, propiciando um terreno fértil para o desper-
tar do empreendedor. Assim, os movimentos 
da economia liberal e o consequente 
fortalecimento da concorrência 
Figura 1
Empreendedorismo na prática
Como salienta Tavares (2018), a opção 
pelo empreendedorismo muitas vezes não 
representa uma ação deliberada de um 
indivíduo que busca realizar seus sonhos, mas 
surge como alternativa ao desemprego e à 
necessidade econômica.
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Empreendedorismo e inovaçãoEmpreendedorismo e inovação 1313
14 Empreendedorismo
favorecem o surgimento e a ampliação de novas atividades empresa-
riais em um movimento de coexistência interdependente.
O empreendedorismo por necessidade foi, inclusive, objeto de 
 estudo do GEM, que identificou em suas pesquisas uma parcela rele-
vante de empreendedores que iniciou seus negócios por não encontrar 
outra forma de emprego ou colocação profissional. Nesse contexto, 
Yurrebaso, Cruz e Pato (2018) acreditam que mesmo aqueles indiví-
duos detentores de algumas habilidades inatas ainda merecem ser 
lapidados academicamente, outros menos afortunados certamente 
precisarão de maior apoio para formação e desenvolvimentos das 
suas competências. Para os autores, a área acadêmica exerce um pa-
pel fundamental na capacitação desses profissionais como futuros 
empreendedores.
O movimento de migração dos trabalhadores para a constituição do 
seu próprio negócio como forma de sobrevivência econômica não re-
presenta, por si só, o perfil do empreendedor. Para Tometich (2020), é 
preciso cautela nessa caracterização, visto que a falta de precisão con-
ceitual sobre o empreendedorismo pode sugerir equívocos:
O fato de ser dono do seu próprio negócio, se submetendo aos riscos da 
insegurança – quanto ao retorno financeiro em troca da força de trabalho 
– como próprio patrão, não caracteriza o indivíduo como empreendedor. A 
proposta de empreendedorismo ainda reivindica a geração de mais-valia 
(conceito desenvolvido por Karl Marx, é a base do sistema econômico capi-
talista; representa a diferença entre o preço final de um produto e os custos 
dos meios de produção e da mão de obra empregada na sua manufatura) 
por meio de inovação sob o risco da incerteza do negócio.
Para Yurrebaso, Cruz e Pato (2018), o surgimento de cursos aca-
dêmicos voltados para formação de empreendedores, no início da 
década de 1990, tem como uma de suas origens a necessidade de 
atender à demanda daqueles que buscaram o empreendedorismo por 
necessidade.
Os estudos do indivíduo empreendedor passam pela observação 
psicológica dos seus aspectos comportamentais, de personalidade, 
crenças, valores e padrões de cognição com o objetivo de traçar um 
perfil do empreendedor. Já Santos et al. (2021, p. 348) acreditam que 
as características empreendedoras são influenciadas pelo ambiente 
externo:
Empreendedorismo e inovação 15
A personalidade de um indivíduo é um fator de suma impor-
tância que pode explicar até que ponto os comportamentos 
empreendedores são derivados de características das personali-
dades, em conjunto com os fatores sociais e ambientais, agentes 
responsáveis por incentivar os motivos ocultos e a interpretação 
das disposições mentais em padrões de comportamento. 
Para Lima e Freitas (2010), os traços de personalidade empreen-
dedora são percebidos no indivíduo que demonstra mais propensão 
para assumir riscos e manifesta com mais frequência comportamentos 
proativos, além da necessidade de ter o controle da situação. Hurtz e 
Donovan (2000) corroboram essa ideia e acrescentam que a capacida-
de de decisão em meio a um cenário de incertezas e riscos também é 
um traço importante na personalidade do empreendedor.
Para além do entendimento comum, alguns autores apontam que 
traços de personalidade com características de autoeficácia, tolerância 
à ambiguidade, proatividade, disposição para assumir riscos, necessi-
dade de realização e lócus de controle são os pontos mais frequente-
mente encontrados nas pesquisas com empreendedores, entendidos 
como determinantes para o sucesso do empreendimento. 
Yurrebaso, Cruz e Pato (2018) apontam que somente o traço de per-
sonalidade não basta para afirmar categoricamente que o indivíduo 
terá sucesso ao empreender, sendo necessário conciliar o conjunto de 
fatores ambientais para resultar no êxito do empreendedorismo, eco-
nomicamente falando. Filion (2019) elencou 24 traços de personalida-
des empreendedoras, apresentados na figura a seguir:
Figura 2
Características mais comuns atribuídas aos empreendedores
Fonte: Adaptado de Filion, 2003 apud Yurrebaso; Cruz; Pato, 2018, p. 81. 
Orientação para os resultados
Inovação
Liderança
Tomada de riscos
Independência
Criatividade
Energia
Perseverança
Originalidade 
Otimismo
Flexibilidade
Desenvoltura
Autoconfiança
Iniciativa
Agressividade
Necessidade de realização
Lócus interno de controle
Compromisso a longo prazo
Tolerância à ambiguidade e à incerteza
Capacidade de aprendizagem
Capacidade de utilização eficiente dos recursos
Sensibilidade perante os outros
Tendência para inspirar confiançaCapacidade de reinvestir o dinheiro na empresa
O vídeo Como avaliar 
seu perfil empreendedor, 
desenvolvido pelo Sebrae 
Minas em parceria com a 
Associação Brasileira de 
Franchising, apresenta 
uma ferramenta de análi-
se de perfil que possibilita 
identificar característi-
cas essenciais do perfil 
empreendedor.
Disponível em: https://youtu.
be/Hybz7gF709g. Acesso em: 12 
ago.2021.
Vídeo
https://youtu.be/Hybz7gF709g
https://youtu.be/Hybz7gF709g
16 Empreendedorismo
Na tentativa de se chegar a uma aproximação mais assertiva acerca 
do perfil do empreendedor, surgiram também as pesquisas focadas 
no comportamento do indivíduo para somar essa variável aos traços 
de personalidade. Constatou-se que há vantagens mais frequentes na 
aplicação dessa variável, uma vez que se nota uma relação mais evi-
dente com as diversidades socioculturais.
Dentre os diversos estudos que buscam identificar as características e 
os comportamentos empreendedores, Nakao et al. (2018) destacam o rea-
lizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) 
e pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento 
(UNCTAD), que reúne as características do indivíduo empreendedor em 
três diferentes conjuntos, como mostra a figura a seguir:
Figura 3
Conjunto de características empreendedoras
Yu
m
m
yp
ho
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s/
ku
ro
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hu
tte
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ck
Conjunto de realização
I. Busca de oportunidades 
e iniciativa 
II. Persistência 
III. Cálculo de riscos
IV. Exigência de qualidade 
e eficiência 
V. Comprometimento
Conjunto de 
planejamento 
I. Busca de informações 
II. Estabelecimento de 
metas 
III. Planejamento e 
monitoramento 
sistemáticos 
Conjunto de poder
I. Persuasão e rede de 
contatos 
II. Independência e 
autoconfiança 
Fonte: Adaptado de Nakao et al., 2018.
A revisão literária desempenhada por Yurrebaso, Cruz e Pato (2018) 
apontou seis comportamentos característicos do empreendedor no 
uso das suas competências empíricas:
Desenvolver novas oportunidades de negócios e novos produtos.
Desenvolver um ambiente inovador. 
Estabelecer relações com investidores. 
1
2
3
(Continua)
Empreendedorismo e inovação 17
Estabelecer os objetivos do negócio. 
Saber como atuar em desafios inesperados. 
Estabelecer os recursos humanos necessários à implementação do negócio. 
4
5
6
Como é possível perceber, a exemplo do que se pode verificar 
na conceituação do que é empreendedorismo, aqui também não há 
uma nítida e específica definição de um perfil comum a todos em-
preendedores, nem mesmo para que se possa enquadrar uma parte 
significativa dos indivíduos que conquistam esse posto no mercado 
empresarial.
A diversidade do fator humano é o principal obstáculo para se 
chegar a um consenso absoluto sobre o perfil do empreendedor. 
Entretanto, são exatamente as questões psicológicas reagindo aos 
impulsos ambientais que contribuem para moldar o perfil empreen-
dedor em maior ou menor grau de agressividade.
Entre os fatores psicológicos observados como forma de distin-
ção nos comportamentos empreendedores está o modelo mental 
implícito na capacidade de analisar as situações e, com isso, formar 
padrões decisórios precisos para mover suas ações. Em paralelo, 
enxergar e tirar proveito das mudanças percebidas no ambiente, 
vendo-as como oportunidades mercadológicas, é uma característica 
importante dentre os empreendedores bem-sucedidos.
O artigo Do homo empreendedor ao empreendedor contemporâneo: evolução 
das características empreendedoras de 1848 a 2014, dos autores Fernando 
Filardi, Filippe Delarissa Barros e Adalberto Américo Fischmann, apresenta o 
estudo bibliométrico de 288 artigos publicados e aponta que os empreen-
dedores contemporâneos apresentam um perfil mais relacional, com com-
petências interpessoais e sociais, focando demandas do ambiente externo, 
evidenciando o perfil autocentrado, soberano, autônomo e independente. 
Acesso em: 12 ago. 2021.
https://www.redalyc.org/pdf/3312/331232580010.pdf
Artigo
https://www.redalyc.org/pdf/3312/331232580010.pdf
18 Empreendedorismo
1.3 Empreendedorismo no Brasil 
Vídeo Diversos órgãos públicos e privados desenvolvem estudos e regular-
mente apresentam estatísticas sobre o empreendedorismo no Brasil. 
Várias dessas informações serão apresentadas nesta parte do capítulo 
e, em alguns casos, os números oferecidos podem divergir. Esse fato 
ocorre devido à própria definição de empreendedorismo utilizada em 
cada um dos estudos desenvolvidos por diferentes organizações.
Maia et al. (2021) sinalizam que, nas últimas décadas, o mundo as-
sistiu ao fenômeno da globalização, acelerado principalmente pelo 
desenvolvimento de tecnologias de comunicação e de informação que 
facilitaram as relações entre consumidores e fornecedores. 
Os efeitos da globalização reverberam direta e indiretamente no 
empreendedorismo brasileiro, apresentando aspectos positivos, como:
• criação de oportunidades para empresas que passam a ter a chance 
de entrar em novos mercados;
• eliminação de barreiras comerciais e a integração econômica entre 
países;
• acesso a ideias, experiências, conhecimentos e tecnologias desen-
volvidas em outros mercados.
E também aspectos negativos, como:
• alta competitividade de mercado;
• concorrentes que podem estar sediados em países com melhores 
condições tecnológicas ou econômicas para competir globalmente;
• dificuldade de sobreviver às pressões da concorrência (no caso de 
pequenas e médias empresas). 
Conhecer o desenvol-
vimento do empreen-
dedorismo no Brasil e 
apresentar estatísticas 
sobre o empreendedoris-
mo no país.
Objetivo de aprendizagem
Figura 4
Comércio que vai além das barreiras geográficas.
Como reflexo desse comércio global, os autores 
(MAIA et al., 2021) apontam que é possível, para 
um consumidor brasileiro, ao buscar atender 
às suas necessidades e desejos, encontrar 
um produto ou serviço idealizado nos Estados 
Unidos da América, industrializado na China e 
comercializado por uma empresa europeia.
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1818 EmpreendedorismoEmpreendedorismo
Empreendedorismo e inovação 19
Caxito (2020b) aponta que, enquanto a produção industrial vem 
perdendo peso na economia brasileira nas últimas décadas, o setor 
de serviços cresce de maneira consistente e acelerada, como mostra o 
gráfico a seguir: 
Gráfico 1
Evolução da composição do Produto Interno Bruto (PIB) por setores, em %
1995 2000 2005 2010 2015 2019
Fonte: Adaptado de Alvarenga, 2019, com base em Ibre/FGV, com base em dados do IBGE.
0
25%
5%
73,5%
5,8%
67,2%
27,2%
Pico da 
indústria
29,1%
Nível de 
pré-recessão
24,7%
65,4% 70,1%
5,5% 5,2%
21,5%
1995
2005
1º Trimestre
2014
1º Trimestre 2019
50%
75%
100%
Indústria
Serviços
Agropecuária
Essa mudança na estrutura do PIB do país é causada pela migração 
da produção industrial para outros países e tem como resultado uma 
diminuição do emprego industrial.
Uma parte significativa desses trabalhadores acaba por buscar um 
caminho profissional no empreendedorismo, em especial na área de 
prestação de serviços. Uma das características marcantes do setor de 
serviços é ser composto por grande número de empresas de pequeno 
porte que geram grande quantidade de postos de trabalho. O setor 
apresenta:
pouca concentração em grandes empresas, com exceção de al-
gumas áreas específicas, como os transportes dutoviário (99,7%), 
aéreo (92,2%), ferroviário/metroviário (82,0%), bem como correio 
20 Empreendedorismo
ou outras atividades de entrega (81,6%). A grande maioria das 
empresas prestadoras de serviço que atuam na economia bra-
sileira pode ser enquadrada em dois grupos: empresas especia-
lizadas em serviços prestados principalmente às famílias (ex.: 
escolas, clubes, cabeleireiros etc.), que totaliza mais de 450 mil 
empresas registradas, e as empresas especializadas em serviços 
profissionais, administrativos e complementares (ex.: empresas 
de contabilidade,empresas de locação de equipamentos etc.), 
com mais de 400 mil empresas. (CAXITO, 2020b, p. 16)
Os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Con-
tínua (PNAD contínua), que mostram a distribuição das atividades em-
preendedoras por setor, indicam que o setor de serviços registra os 
maiores crescimentos nos últimos anos, saltando de 32,80% em 2015 
para 40,31% em 2019, conforme visto na figura a seguir.
Figura 5
Brasil: empreendedorismo por empresa e setor econômico (2019)
SERVIÇO
40,21% 13,60%22,99% 13,23% 9,87%
CONSTRUÇÃOCOMÉRCIO AGRONEGÓCIO INDÚSTRIA
Fonte: Adaptado de IBGE, 2019. 
As mudanças na dinâmica global da produção e comercialização de 
produtos e serviços fazem parte do ambiente econômico e social que im-
pactam tanto no surgimento de novos concorrentes como no intercâm-
bio de conhecimento fundamental às inovações. Em resposta a essas 
mudanças, Sarfati (2013) aponta que, desde a década de 1980, o governo 
brasileiro vem dedicando esforços para fomentar o surgimento de pe-
quenas e médias empresas como forma de gerar emprego, renda para 
população e arrecadação de tributos para os cofres públicos, além, sem 
dúvida, de provocar o aquecimento da economia nacional.
Nessa linha, várias ações de políticas públicas surgiram com o intui-
to de abranger os mais variados tipos de negócio, sejam voltados para 
indústria, comércio, serviço ou agronegócio, abrangendo empresas 
geradoras de emprego diretos, profissionais liberais ou legalização de 
atividades até então não profissionalizadas, inclusive tributariamente. 
Disso resulta o surgimento das seguintes categorias jurídicas:
O PIB é um indicador 
econômico que mostra a 
soma dos bens e serviços 
produzidos durante um 
determinado período – 
mês ou ano, por exemplo 
– por um país, estado ou 
cidade. Como é calculado 
sobre os preços finais pa-
gos pelos consumidores 
pelos produtos e serviços, 
o PIB também inclui em 
seu valor os impostos 
pagos pelas indústrias e 
pelo comércio. O PIB não 
representa a riqueza de 
um país, mas sim o fluxo 
de produção de novos 
bens e serviços em um 
determinado período. As-
sim, mesmo um país com 
grandes riquezas pode ter 
um PIB baixo em um dado 
período.
Saiba mais
Empreendedorismo e inovação 21
 • MEI (Microempreendedor Individual);
 • ME (Microempresa);
 • EPP (Empresa de Pequeno Porte);
 • EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Social).
Para integrar o recolhimento de tributos e contribuições dessas 
categorias, foi criado o Simples Nacional, como apontam Costa et al. 
(2015) e Machado, Barros Filho e Pereira (2015).
Dados coletados na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do 
Ministério da Economia (BRASIL, 2021b), mostram que o número de em-
pregos gerados pelas ME e EPP em 2018 somavam 54,19% dos empre-
gos no Brasil, enquanto as médias empresas respondiam por 13,96% e 
as grandes empresas, por 31,85% dos cargos ocupados, corroborando a 
visão de Caxito (2020b) sobre a importância da pequena empresa na gera-
ção de empregos, bem como as afirmações de Otto e Vieira (2020) sobre o 
crescimento do empreendedorismo no Brasil.
No ano de 2021, foi promulgada a Lei Complementar n. 182 (BRASIL, 
2021a), que institui um novo marco legal para o desenvolvimento de 
empresas ligadas à inovação. Conhecida como o marco legal das star-
tups e do empreendedorismo inovador, a lei define parâmetros para as 
empresas baseadas em inovação tecnológica, tanto com relação a pro-
dutos e serviços quanto ao modelo de negócios.
Segundo Otto e Vieira (2020), a política pública de facilitação do pro-
cesso de abertura de empresas e a simplificação dos recolhimentos de 
impostos e tributos foram formas desenvolvidas pelo governo federal 
para incentivar o empreendedorismo e a formalização de empresas. 
O crescimento do número de empreendedores formais no Brasil no 
período de 2015 a 2019 foi bastante significativo, com um aumento de 
2,04 milhões de novos empresários.
A partir do ano de 2020, muitas empresas tiveram que fechar de-
vido à quarentena causada pela Pandemia da Covid-19, aumentando 
assim o desemprego. Por outro lado, o número de novas empresas 
abertas teve um crescimento acelerado. Segundo dados do Sebrae (SE-
BRAE, 2021), somente no primeiro quadrimestre do ano de 2021, cerca 
de 1 milhão de novas empresas foram registradas. No mesmo período, 
Simples Nacional: 
regime tributário criado 
em 2006 para atender e 
beneficiar micro e peque-
nas empresas — incluindo 
os microempreendedores 
individuais (MEIs), visando 
reduzir a burocracia e 
os custos de pequenos 
empresários, criando 
um sistema unificado de 
recolhimento de tributos, 
simplificando declarações, 
entre outras facilidades.
Saiba mais
Considerado um dos mais 
importantes empresários 
e empreendedores do 
Brasil, no vídeo Abílio Di-
niz: o futuro está nas mãos 
do jovem empreendedor, 
do canal Endevor Brasil, 
ele fala, em palestra du-
rante o Congresso Global 
do Empreendedorismo 
(GEC), sobre aprendizado 
e liderança como fatores 
fundamentais para o su-
cesso do empreendedor
Disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=9TW6STqalxo. Acesso em: 
12 ago. 2021.
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=9TW6STqalxo
https://www.youtube.com/watch?v=9TW6STqalxo
https://www.youtube.com/watch?v=9TW6STqalxo
22 Empreendedorismo
cerca de 360 mil empresas foram fechadas. Esse crescimento da quan-
tidade de novas empresas é explicado pelo Sebrae como um reflexo do 
desemprego, que leva muitas pessoas a empreender por necessidade.
1.4 Inovação tecnológica e estratégia 
Vídeo A inovação tecnológica está intrinsecamente relacionada ao concei-
to do empreendedorismo e tem, segundo Karpinski, Guerner e Martins 
(2019), papel preponderante nas estratégias empresariais como com-
ponente determinante na criação de valor agregado na forma de di-
ferenciais competitivos, tanto no surgimento de novos produtos ou 
serviços como na melhoria dos produtos e serviços já existentes.
Segundo a Lei n. 10.973, que dispõe sobre incentivos à inovação e 
à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo, inovação é 
definida como:
Art. 2º parágrafo IV - inovação: introdução de novidade ou aper-
feiçoamento no ambiente produtivo e social que resulte em 
novos produtos, serviços ou processos ou que compreenda a 
agregação de novas funcionalidades ou características a produto, 
serviço ou processo já existente que possa resultar em melhorias 
e em efetivo ganho de qualidade ou desempenho. (BRASIL, 2004)
Balbino et al. (2020) destacam a importância da inovação tecnoló-
gica no desenvolvimento econômico e social de uma nação. Para os 
autores, o que marca a inovação é a criação de algo novo que possa ser 
revertido em resultados que movimentem a economia e disso se obte-
nham ganhos sociais efetivos, como a geração de emprego, a produ-
tividade, a arrecadação tributária e a melhoria de indicadores sociais: 
“inovação é a forma de se produzir outras coisas, ou as mesmas de 
outras maneiras, combinando diferentes materiais e forças, com vistas 
a realizar novas combinações” (BALBINO et al., 2020, p. 6).
Já Grizendi (2011) afirma que a criação, a melhoria ou o desenvolvi-
mento de novas características em um produto ou serviço podem ser 
considerados uma inovação. O autor também destaca a importância 
do retorno econômico e social obtido com base na implantação de uma 
inovação, corroborando as afirmações de Balbino et al. (2020).
Explicar os conceitos de 
inovação tecnológica e 
sua relação com a estraté-
gia empresarial.
Objetivo de aprendizagem
Série
A corrida pelo desenvolvi-
mento rápido de uma va-
cina para combater uma 
das maiores pandemias 
que assolou a humanida-
de nos últimos séculos, 
Covid-19, é o tema da 
série Por um respiro, com-
posta por cinco episódios 
e que mostra como a 
inovação tecnológica foi 
fundamental para que 
diversos países e empre-
sas tenham conseguido 
desenvolver as vacinas 
em tempo recorde.
Direção: Álvaro Pereira Júnior. Brasil: 
OceanFilmes, 2021.
Empreendedorismo e inovação 23
O rápido desenvolvimento de tecnologias relacionadas à informa-
ção e às comunicações, conhecidas como TIC, bem como os impactos 
trazidos para o cotidiano das empresas, pessoas, governos e socieda-
de, muitas vezes leva à percepção de que o conceito de inovação tec-
nológica ocorre apenas no desenvolvimento desse tipo de tecnologia.
Como apontam Reina, Thomaz e Magalhães (2021), os avanços tec-
nológicos não se limitam apenas à TIC, principalmente ao se pensar 
em estratégias empresariais. Por exemplo, todos os investimentos em 
pesquisas e desenvolvimentos envolvidos na solução para descobrir a 
vacina contra a covid-19 são considerados inovações tecnológicas.
Rozenfeld et al. (2006) afirmam que a inovação é essencial para a 
sobrevivência das empresas ao longo da sua trajetória em uma prática 
contínua e replicável. Para os autores, a inovação constante depende 
de um adequado modelo de gestão da inovação. Paiva et al. (2018) com-
pletam assinalando que o empreendedor, por sua natureza inata ou 
desenvolvida, é capaz de assumir os riscos e as incertezas da inovação.
Já Gavira et al. (2007) ressaltam a inovação como meio encontra-
do pelas empresas para enfrentar o “ambiente extremamente compe-
titivo” entre as organizações e acentuam que a verdadeira conquista 
competitiva está no ganho de velocidade no processo de inovação, não 
somente na implantação do que será inovador.
A ideia da gestão da inovação tecnológica é estruturada, com 
uma atenção no nível estratégico, as subfunções, as ferramen-
tas, os processos e as rotinas que precisam funcionar como orga-
nização periodicamente e previsibilidade para que inovação não 
seja algo espontâneo. Há desde ferramentas de planejamento e 
prospecção de atividades até ferramentas de avaliação. (GAVIRA 
et al., 2007, p. 80)
Dada a importância da inovação para o crescimento das empresas, 
Rozenfeld et al. (2006) apontam que muitas delas passaram a inves-
tir na sistematização do processo inovador como forma de permitir a 
gestão controlada da inovação, esta que é componente integrante do 
mercado e necessariamente contida em maior ou menor escala nos 
processos das empresas, cada qual com suas metodologias de proje-
O livro Estratégia em-
presarial: o desafio das 
organizações apresenta 
uma profunda refle-
xão sobre a estratégia 
empresarial, destacando 
o papel da inovação na 
busca dos objetivos da 
empresa e na perenidade 
da organização. O texto é 
fundamental para quem 
busca entender como a 
estratégia empresarial 
deve ser claramente 
definida para orientar os 
esforços e investimentos 
da empresa.
GONÇALVES, C. A.; GONÇALVES 
FILHO, C.; REIS NETO, M. T. São 
Paulo: Saraiva, 2012.
Livro
24 Empreendedorismo
tos em maior ou menor grau de know-how. Bueno e Balestrin (2012) 
exemplificam esse conceito por meio do modelo de inovação aberta da 
empresa Natura, que pode ser visto na figura a seguir.
Figura 6
Inovação aberta 
Fonte: Adaptada de Bueno; Balestrin, 2012, p. 520.
Pesquisa Desenvolvimento 
Novo mercado 
Mercado atual
Limites da empresa
Ideias e projetos
Para Gavira et al. (2020), um componente importante em direção à 
melhor organização dos processos de inovação é o alinhamento dos 
processos de desenvolvimento de produtos, mercadológicos e tecnoló-
gicos às estratégias de negócios das empresas. Rocha, Olave e Ordonez 
(2020) concordam com essa visão e afirmam: “Não basta apenas que as 
organizações reconheçam a importância da inovação para o sucesso e 
sobrevivência de seus negócios, é preciso também que estejam atentas 
e aptas à seleção e implementação das melhores estratégias de inova-
ção” (ROCHA; OLAVE; ORDONEZ; 2020, p. 87).
Heidenreich e Kraemer (2016) consideram que a inovação tecno-
lógica é fundamental para as empresas, tanto para ampliar sua par-
ticipação nos mercados em que já atuam quanto para atingir novos 
mercados – por meio de novos produtos, serviços e processos produ-
tivos –, e afirmam que não é possível separar as ações de inovação 
tecnológica das estratégias de negócio das empresas.
De modo complementar, Sanches e Machado (2014) acreditam que 
o planejamento organizacional é utilizado como ferramenta de apoio 
know-how: palavra usada 
no meio empresarial para 
se referir aos conheci-
mentos sobre técnicas, 
processos, informações 
e procedimentos neces-
sários para atuar em um 
determinado mercado 
ou realizar uma atividade 
profissional.
Glossário
Empreendedorismo e inovação 25
às decisões estratégicas das empresas que em suas propostas de negó-
cio integram as inovações alinhadas ao lançamento de novos produtos, 
serviços e o envolvimento em novos mercados.
Rocha, Olave e Ordonez (2020) apresentam diversas formas que 
as empresas utilizam para colocar em prática sua estratégia de 
inovação, como parcerias com outras organizações e com clientes, 
internacionalização e parcerias com institutos de pesquisa e organi-
zações públicas.
O que se busca na parceria com outras organizações é o intercâm-
bio de soluções para resolução de problemas existentes e potenciais; 
já os clientes são grande fonte de informação de desejos implícitos em 
suas necessidades; quanto à internacionalização, o que se pretende 
é trazer novas tecnologias para melhorar o processo produtivo para 
ganho de escala; e com os stakeholders a ideia é a troca de conheci-
mentos adicionados ao know-how do parque tecnológico da empresa 
objetivando originar soluções inovadoras.
Não é possível afirmar que há uma tipologia de estratégia melhor 
ou pior, ficando a diferença de performance e consequentes resulta-
dos dependentes da eficiência em adotá-las de maneira aderente às 
estratégias globais da empresa, uma vez que todas são direcionadas 
aos processos de inovação e objetivam o crescimento sustentado nos 
resultados gerais da empresa.
O vídeo Tecnologia e 
inovação, desenvolvido 
pela ONG Contato e a 
Companhia de Desenvol-
vimento Econômico de 
Minas Gerais (CODEMIG), 
discute possibilidades 
de uso das tecnologias 
digitais como uma forma 
de gerar inovação e trazer 
impactos econômicos e 
sociais. 
Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=3_
KCMvCIcPw. Acesso em: 12 ago. 
2021.
Vídeo
Stakeholders: indivíduos, 
grupos, organizações e 
instituições que apresen-
tam alguma relação e inte-
resse sobre determinada 
empresa (empresários, 
investidores, funcionários, 
fornecedores, clientes, 
governo e a comunidade).
Glossário
1.5 Tipos de inovação 
Vídeo Conhecer os tipos de inovação existentes é fundamental para ter 
um arsenal de recursos possíveis, no sentido de optar por aquele que 
possa trazer resultados mais significativos para a organização.
Cardoso (2020) destaca a influência que a cultura da organização 
exerce sobre a escolha do tipo de inovação mais frequentemente utili-
zada – empiricamente ou sistematicamente –, o que explica a diferença 
entre os resultados obtidos por empresas com características seme-
lhantes, mas que, por apresentarem diferenças culturais, não atingem 
o mesmo desempenho inovador.
Restringir os tipos de inovação apenas ao desenvolvimento de 
produtos ou tecnologias limita os processos de criação. Hekkert et al. 
(2020) destacam que o processo de inovação parte da observação do 
Apresentar os tipos de 
inovação que podem ser 
aplicados nas empresas.
Objetivo de aprendizagem
https://www.youtube.com/watch?v=3_KCMvCIcPw
https://www.youtube.com/watch?v=3_KCMvCIcPw
https://www.youtube.com/watch?v=3_KCMvCIcPw
26 Empreendedorismo
ambiente no qual a organização está inserida e tem como objetivo res-
ponder às demandas dos clientes e da sociedade. A inovação, segundo 
os autores, ocorre dentro de um contexto que envolve a conjuntura 
econômica, política, cultural, educacional, e também questões sociais 
e ambientais.
Um exemplo foi o grande salto de investimentos em inovação nas 
mais diversas áreas ocorrido no mundo a partir de 2020, com o adven-
to da pandemia global causada pelo vírus da covid-19.Além dos inves-
timentos na busca por vacinas e tratamentos, as empresas precisaram 
buscar novas formas de organização de trabalho, novos processos de 
fabricação, de atendimento e de prestação de serviços, bem como pre-
cisaram incluir inovações em seus produtos e serviços para atender às 
regras sanitárias.
O impacto da quarentena imposto pela pandemia global causada pela 
covid-19 sobre o mercado de hotelaria e o uso da inovação como uma forma 
de resposta estratégica à queda da demanda pelos serviços de hospedagem 
é o foco do artigo Enfrentando a crise da pandemia de Covid-19: a inovação se-
ria um caminho possível aos meios de hospedagem?. Os autores Raphael Lean-
dro Fernandes Moreira, Daniel Paulino Teixeira Lopes e Daniela Maria Rocco 
Carneiro abordam como as restrições sanitárias impactaram o modelo de 
negócios dos hotéis e analisam as ações tomadas pelas empresas do ramo.
Acesso em: 12 ago. 2021.
https://www.researchgate.net/profile/Daniel-Lopes-4/publication/341763408_Enfrentando_a_crise_
da_pandemia_de_COVID-19_A_inovacao_seria_um_caminho_possivel_aos_meios_de_hospedagem/
links/5edbf5a2299bf1c67d4ac424/Enfrentando-a-crise-da-pandemia-de-COVID-19-A-inovacao-seria-um-
caminho-possivel-aos-meios-de-hospedagem.pdf
Artigo
Muller, Välikangas e Merlyn (2005) destacam a importância de 
a empresa investir em uma gama variada de tipos de inovação, que 
não se limitem às dimensões de produtos e tecnologia, mas também 
incluam inovações em processos e em modelos de negócios aderen-
tes às competências naturais da organização conforme a sua cultura 
organizacional.
Sawhney, Wolcott e Arroniz (2006) ampliam esse conceito e enten-
dem que as empresas precisam olhar para maiores possibilidades de 
inovação. Os autores sugerem um radar de inovação que contém 12 
dimensões e indica a necessidade de a empresa se concentrar, no má-
ximo, em cinco delas, sob risco de comprometer sua capacidade de 
conseguir vantagens competitivas significativas devido à dispersão dos 
esforços, assim como mostra o quadro a seguir.
https://www.researchgate.net/profile/Daniel-Lopes-4/publication/341763408_Enfrentando_a_crise_da_pandemia_de_COVID-19_A_inovacao_seria_um_caminho_possivel_aos_meios_de_hospedagem/links/5edbf5a2299bf1c67d4ac424/Enfrentando-a-crise-da-pandemia-de-COVID-19-A-inovacao-seria-um-caminho-possivel-aos-meios-de-hospedagem.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Daniel-Lopes-4/publication/341763408_Enfrentando_a_crise_da_pandemia_de_COVID-19_A_inovacao_seria_um_caminho_possivel_aos_meios_de_hospedagem/links/5edbf5a2299bf1c67d4ac424/Enfrentando-a-crise-da-pandemia-de-COVID-19-A-inovacao-seria-um-caminho-possivel-aos-meios-de-hospedagem.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Daniel-Lopes-4/publication/341763408_Enfrentando_a_crise_da_pandemia_de_COVID-19_A_inovacao_seria_um_caminho_possivel_aos_meios_de_hospedagem/links/5edbf5a2299bf1c67d4ac424/Enfrentando-a-crise-da-pandemia-de-COVID-19-A-inovacao-seria-um-caminho-possivel-aos-meios-de-hospedagem.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Daniel-Lopes-4/publication/341763408_Enfrentando_a_crise_da_pandemia_de_COVID-19_A_inovacao_seria_um_caminho_possivel_aos_meios_de_hospedagem/links/5edbf5a2299bf1c67d4ac424/Enfrentando-a-crise-da-pandemia-de-COVID-19-A-inovacao-seria-um-caminho-possivel-aos-meios-de-hospedagem.pdf
Empreendedorismo e inovação 27
Quadro 1
Doze dimensões do radar de inovação
Dimensão Inovação
Oferta Criar e desenvolver produtos e/ou serviços valorizados pelo cliente.
Plataforma
Explorar o “poder do que é comum”: usar a constituição modular para criar um con-
junto diversificado de ofertas, de modo mais rápido e barato do que se fossem itens 
independentes.
Soluções
Explorar a variedade de seleção e a profundidade da integração dos diferentes 
elementos para criar valor para os clientes.
Clientes
Descobrir novos segmentos de clientes (não atendidos) e/ou encontrar necessidades 
não atendidas e/ou desarticuladas dos clientes.
Experiência 
do cliente
Redesenhar as interações com os clientes em todos os pontos e momentos de contato, 
de modo a melhorar a experiência antes, durante e após o consumo.
Captura de valor
Redefinir a maneira como a empresa é paga, seja por meio da criação de novos fluxos 
de receita inexplorados, do desenvolvimento de novos sistemas de preços ou da expan-
são da capacidade de captura de valor das interações com os stakeholders.
Processos
Rever os principais processos operacionais de modo a obter maior eficiência, melhor 
qualidade ou ciclo mais curto (maior eficácia) e realocar processos ou dissociar interfa-
ces nos seus elementos constituintes.
Organização
Repensar o alcance das atividades da empresa, redefinir a função e as responsabilida-
des da organização e alterar a forma da sua atividade, alinhando recursos operacionais.
Cadeia de 
abastecimento
Reequacionar o fornecimento e o atendimento de modo a otimizar o fluxo de informa-
ções, a estrutura organizacional ou a colaboração entre participantes da cadeia de valor.
Presença
Criar pontos de presença ou utilizar os existentes de maneira criativa, garantindo a pre-
sença nos locais onde o cliente-alvo compra.
Networking
Melhorar a rede que cria ofertas inteligentes e integradas, aumentando o valor da oferta 
da empresa.
Marca Alavancar criativamente a marca para novos domínios.
Fonte: Adaptado de Cardoso, 2020, p. 8.
Cardoso (2020) sugere atrelar as análises da cultura da organização à 
proposta do “radar de inovação” como mecanismo de identificação dos 
melhores meios para concentrar as ações e os investimentos de/em ino-
vação, visando atingir resultados mais consideráveis e duradouros.
Segundo Kon (2018), a inovação de produto, que conceitualmente 
se aplica também aos serviços, tem a intenção de atender às demandas 
originadas dos usuários dos produtos ou serviços oferecidos pelas em-
presas. Pazmino (2015) aponta que se enquadra nesse tipo de inovação 
toda implementação proposta para um produto novo ou até mesmo o 
incremento de alguma característica nova em um produto já existen-
te que tenha como intenção oferecer uma experiência inédita para os 
consumidores.
28 Empreendedorismo
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico 
(OCDE), organismo internacional que reúne cerca de 40 países, publi-
cou, no ano de 1990, o Manual de Oslo com o objetivo de organizar e 
padronizar a coleta e o uso de dados sobre inovação. Segundo o ma-
nual, as inovações em produtos ou serviços “incluem melhoramentos 
significativos em especificações técnicas, componentes e materiais, 
softwares incorporados, facilidade de uso ou outras características fun-
cionais” (OECD, 1997, p. 57).
Já a inovação em processo, segundo Calazans e Silva (2016), diz res-
peito à instalação de nova prática nas rotinas de produção dos pro-
dutos ou na prestação de serviços. O foco desse tipo de inovação é 
o processo de produção, e não o produto ou serviço em si, que pode 
manter suas características, mas ser produzido de outra forma. O 
Manual de Oslo define a inovação em processos como: “a implemen-
tação de um método de produção ou distribuição novos ou significati-
vamente melhorados. Incluem-se mudanças significativas em técnicas, 
equipamentos e/ou softwares” (OECD, 1997, p. 58).
As inovações organizacionais são aquelas que, segundo Cardoso 
(2020), modificam ou alteram os parâmetros funcionais e fluxos de tra-
balho no âmbito das práticas operacionais e gerenciais. O Manual de 
Oslo (OCDE, 1997) considera que a inovação organizacional também 
tem papel importante para a melhoria contínua no ambiente de tra-
balho, pois possibilita que a empresa integre seus conhecimentos com 
outras organizações e desenvolva novos conhecimentos e tecnologias.
Um exemplo de inovação organizacional são as Fintechs, que, segun-
do Siegl et al. (2018), são empresas inovadoras que atuam no sistema 
financeiro, prestando serviços bancários sem contar com as estruturas 
físicas dos bancos convencionais.
Segundo Harel, Schwartz e Kaufmann (2021), as inovações emmarketing têm a intenção de proporcionar novas experiências ao cliente, 
mesmo que não haja inovação no produto em si, mas na sua embala-
gem, no ponto de entrega, na forma de degustação e uso, na criação de 
valor à marca, entre outras propostas. Segundo o Manual de Oslo, a ino-
vação nas dimensões do marketing é focada nos conceitos do composto 
do mix de marketing que é amplamente discutido e explorado nos meios 
acadêmicos e organizacionais como 4Ps: “a preparação para a introdu-
ção de novos métodos de marketing na concepção ou na embalagem de 
A série documental 
Make it work é composta 
por quatro episódios 
que mostram como a 
inovação pode gerar mu-
danças significativas na 
sociedade e na economia. 
Em cada episódio são 
apresentadas experiên-
cias inovadoras que 
mostram que mesmo as 
ideias mais simples po-
dem ser revolucionárias.
Direção: Kip Konwiser; Kern 
Konwiser. Konwiser Brothers; EUA: 
Legendary Entertainment, 2017.
Filme
A entrevista Como a 
inovação de processos pode 
aumentar a produtividade?, 
realizada pela Federação 
de Indústrias do Estado 
do Rio de Janeiro (Firjan), 
com a empreendedora 
Camila Farani, presidente 
da G2 Capital, fundo de 
investimentos especia-
lizado em empresas 
inovadoras, explica o 
conceito da inovação em 
processos e dá exemplos 
práticos de como esse 
tipo de inovação pode 
revolucionar empresas e 
mercados.
Disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=OXBW8AQ71yE. Acesso 
em: 12 ago. 2021.
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=OXBW8AQ71yE
https://www.youtube.com/watch?v=OXBW8AQ71yE
https://www.youtube.com/watch?v=OXBW8AQ71yE
Empreendedorismo e inovação 29
um produto; nos métodos de formação de preços; no posicionamento 
do produto; e na promoção do produto” (OECD, 2006, p. 110).
MIX DE MARKETING
Tr
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to
ck
Figura 7
Os 4 Ps
Produto Preço Lugar Promoção
As inovações, sejam elas de produtos, serviços, processos, organi-
zacionais, de modelos de negócios ou de marketing, podem ocorrer de 
maneira incremental ou disruptiva, como mostra a figura a seguir.
Figura 8
Tipos de inovação
Incremental Disruptiva 
Sustentação Radical 
Melhoria contínua Ruptura 
Fonte: Adaptada de Audy, 2017, p. 77.
Segundo Audy (2017), a inovação incremental está relacionada a 
melhorias implementadas nos produtos, serviços, processos e mode-
los de negócio, que têm por objetivo manter a empresa atualizada com 
as tecnologias disponíveis e gerar ganhos de desempenho ou redução 
de custos. Já a inovação disruptiva está ligada a alterações radicais, 
como o lançamento de produtos e serviços, o desenvolvimento de no-
vas tecnologias e novos modelos de negócio que tragam impacto tanto 
na empresa quanto no mercado no qual atua e que podem substituir 
totalmente o padrão de consumo e de tecnologia existente.
O desenvolvimento de telefones celulares, a internet, o modelo de 
negócios desenvolvido pela empresa Uber e a educação a distância são 
exemplos de inovações disruptivas que alteraram os mercados e até 
mesmo a sociedade.
30 Empreendedorismo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Empreendedorismo e inovação são conceitos intimamente ligados 
e cada vez mais importantes em um contexto tecnológico e econômico 
global no qual novos produtos, serviços e modelos de negócios têm re-
volucionado os processos produtivos, os padrões de consumo e a forma 
de organização da sociedade. Conhecer com profundidade os conceitos 
relacionados ao empreendedorismo, ao perfil do empreendedor, bem 
como os diversos tipos de inovação e processos de desenvolvimento de 
inovações, é fundamental para o profissional que busca se destacar no 
mercado.
ATIVIDADES
Atividade 1
Explique a diferença entre empreendedorismo, inovação e 
capacidade inventiva de um indivíduo.
Atividade 2
Comente a diferença entre empreendedorismo e 
intraempreendedorismo.
Atividade 3
Conceitue inovação de produto e inovação de processo.
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34 Empreendedorismo
2
Novos modelos de negócios
Ao desenvolver uma nova empresa, o empreendedor pode inovar tan-
to nos produtos e serviços que oferecerá ao mercado, diferenciando-os 
em relação aos ofertados por empresas concorrentes, quanto no próprio 
modelo de negócio por meio do qual a empresa atenderá às demandas 
dos clientes.
Para que se possa compreender o desenvolvimento de negócios 
inovadores, na primeira parte deste capítulo será apresentado o con-
ceito de modelos de negócio, desde as primeiras abordagens até o 
entendimento contemporâneo de como se estruturam os modelos de 
negócio em um ambiente econômico, social e tecnológico em constan-
te mutação e evolução.
Na segunda parte, o foco será direcionado para os modelos de negó-
cios inovadores, tendo como base o uso das tecnologias da informação e 
da comunicação, as quais facilitam o acesso a informações sobre inova-
ções, mercados, desejos e demandas dos consumidores e possibilitam o 
intenso relacionamento com os clientes e os consumidores, o que permi-
te à empresa inovar constantemente.
A economia compartilhada, que tem modificado profundamente o 
panorama de áreas importantes da economia, em especial o setor de ser-
viços, será abordada na terceira parte do capítulo, que além de apresen-
tar os conceitos da economia compartilhada, apresentará exemplos de 
empresas que utilizam o modelo para realizar seus negócios. O conceito 
de economia circular, que se relaciona com a economia compartilhada e 
inclui a preocupação com a preservação do meio ambiente no desenvolvi-
mento dos modelos de negócios, será o tema da quarta parte.
Por fim, na última parte do capítulo, será abordado um dos conceitos 
mais importantes e atuais relacionados ao empreendedorismo e à ino-
vação: as startups, modelo de negócios em geral fundamentado em uma 
tecnologia inovadora, que tem a capacidade de ser rapidamente replicável 
e escalável, possibilitando um rápido crescimento com seu lançamento. 
Os tipos, as características, as limitações e os diferenciais do modelo de 
negócios das startups serão apresentados e discutidos em profundidade.
Novos modelos de negócios 35
2.1 Conceito de modelo de negócio 
Vídeo O rápido desenvolvimento das tecnologias da informação e de co-
municação, na segunda metade do século XX e nas primeiras décadas 
do século XXI, possibilitou, de acordo com Comini, Rosolen e Fischer 
(2019), uma grande transformação na forma de se realizar as ativida-
des de produção, distribuição e comercialização de produtos e serviços.
Segundo De Sordi (2017), o impacto da inovação tecnológica sobre 
os negócios não é uma novidade. O uso de computadores e sistemas 
de informação na gestão dos processos de produção, a partir das dé-
cadas de 1950 e 1960, trouxe grandes ganhos de produtividade e de-
sempenho nas linhas de produção, o que possibilitou o aumento da 
quantidade e da qualidade dos produtos produzidos.
Rifkin (2021) aponta que a partir da década de 1990 o desenvol-
vimento das tecnologias de informação e a criação da rede mundial 
de computadores – a internet – incentivaram o processo

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