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Empreended rismo F a b i a n o C a x i t o F a b ia n o C a x ito E m p re e n d e d o ris m o ISBN 978-65-5821-090-0 9 786558 210900 Código Logístico I000374 Empreendedorismo Fabiano Caxito IESDE BRASIL 2021 © 2021 – IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e do detentor dos direitos autorais. Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa:Becris/ Trueffelpix /Peshkova/Shutterstock Todos os direitos reservados. IESDE BRASIL S/A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ C377e Caxito, Fabiano Empreendedorismo / Fabiano Caxito. - 1. ed. - Curitiba [PR] : IESDE, 2021. 142 p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-65-5821-090-0 1. Empreendedorismo. 2. Criatividade nos negócios. 3. Inovação. I. Título. 21-73783 CDD: 658.421 CDU: 005.342 Fabiano Caxito Mestre em Administração Estratégica pela Universidade Nove de Julho (Uninove). MBA em Recursos Humanos pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Pós-Graduado nos seguintes cursos: Business Intelligence, Big Data e Analytics, pela Universidade Anhanguera; Língua Portuguesa: redação e oratória, pela Universidade São Francisco; Filosofia, pela Universidade Estácio de Sá; e também em Educação Corporativa, Educação Financeira, Tecnologias e Educação a Distância, Antropologia, Sociologia Política e Urbana e Coaching pela Faculdade UniBF. Graduado em Administração Financeira pela Universidade Cidade de São Paulo (Unicid). Atuou em áreas comerciais, de logística, de recrutamento e seleção bem como de treinamento e desenvolvimento em diversas empresas de distribuição e venda de bebidas. Foi coordenador de cursos de pós-graduação lato sensu. Atualmente é professor universitário e influenciador digital. SUMÁRIO Agora é possível acessar os vídeos do livro por meio de QR codes (códigos de barras) presentes no início de cada seção de capítulo. Acesse os vídeos automaticamente, direcionando a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet para o QR code. Em alguns dispositivos é necessário ter instalado um leitor de QR code, que pode ser adquirido gratuitamente em lojas de aplicativos. Vídeos em QR code! SUMÁRIO Agora é possível acessar os vídeos do livro por meio de QR codes (códigos de barras) presentes no início de cada seção de capítulo. Acesse os vídeos automaticamente, direcionando a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet para o QR code. Em alguns dispositivos é necessário ter instalado um leitor de QR code, que pode ser adquirido gratuitamente em lojas de aplicativos. Vídeos em QR code! 1 Empreendedorismo e inovação 9 1.1 Empreendedorismo: conceitos e definições 10 1.2 Perfil do empreendedor 13 1.3 Empreendedorismo no Brasil 18 1.4 Inovação tecnológica e estratégia 22 1.5 Tipos de inovação 25 2 Novos modelos de negócios 34 2.1 Conceito de modelo de negócio 35 2.2 Modelos de negócios inovadores 39 2.3 Economia compartilhada 45 2.4 Economia circular 49 2.5 Startups 52 3 Planejamento estratégico e modelagem de negócios 59 3.1 Estratégia empresarial 60 3.2 Análise do ambiente externo 66 3.3 Plano de negócios 70 3.4 Ferramentas de modelagem de negócio 74 3.5 Business Model Canvas 76 4 Gestão financeira para o empreendedor 83 4.1 Fundamentos da administração financeira 84 4.2 Risco, retorno e custo de capital 90 4.3 Modalidades e fontes de financiamento 93 4.4 Gestão de custos 100 4.5 Estratégias de precificação 104 5 Gestão de negócios inovadores 112 5.1 Gestão da empresa inovadora 113 5.2 Indicadores de gestão 117 5.3 Marketing na empresa inovadora 120 5.4 Gestão das operações 126 5.5 Gestão de pessoas e empreendedorismo 130 Resolução das atividades 137 O empreendedorismo é um termo muito utilizado tanto no meio acadêmico quanto no cotidiano das empresas e nas discussões sobre economia, emprego, inovação e competitividade. Porém, nem sempre esse termo foi compreendido em toda a sua dimensão ou importância para a economia de um país e para o desenvolvimento de uma sociedade. O empreendedorismo está intimamente ligado à inovação, tanto em relação a produtos e serviços quanto ao desenvolvimento de novos modelos de negócio, que podem revolucionar não apenas o mercado no qual a empresa atua, mas também trazer mudanças significativas em comportamentos, relações sociais, legislação e até na forma de organização da sociedade. O primeiro capítulo discute o conceito de empreendedorismo e seus impactos sobre a sociedade e o indivíduo. As características do perfil do indivíduo empreendedor são apresentadas, e é traçada uma relação entre o desenvolvimento dessas características e a educação empreendedora. O capítulo também aborda as legislações, as ações, os programas e os indicadores relacionados ao empreendedorismo no Brasil. Para que se possa compreender o desenvolvimento de negócios inovadores, o segundo capítulo apresenta a evolução dos modelos de negócio e aprofunda a discussão sobre modelos de negócios inovadores, fundamentados no uso da tecnologia da informação e da comunicação, especialmente aqueles relacionados aos conceitos de economia compartilhada e economia circular. O capítulo também aborda as startups, modelos de negócio que unem empreendedorismo e inovação. Elas apresentam como características a replicabilidade e a escalabilidade, o que possibilita um rápido crescimento após seu lançamento. O desenvolvimento e a implantação da estratégia empresarial são temas do terceiro capítulo. Nele são discutidos os impactos que o ambiente externo causa à empresa, o que influencia e até mesmo redireciona suas estratégias, especialmente no contexto APRESENTAÇÃO Vídeo 8 Empreendedorismo das primeiras décadas do século XXI, no qual rápidas mudanças tecnológicas, comportamentais e culturais são observadas. O capítulo também trata das etapas de desenvolvimento dos planos de negócios, bem como das principais ferramentas que podem ser utilizadas no planejamento. O quarto capítulo é dedicado ao planejamento e à gestão financeira de uma empresa, desde a fase inicial de seu desenvolvimento até a implantação de seus processos de gestão, após o lançamento da empresa no mercado. Os principais indicadores financeiros, as metodologias de gerenciamento de custos e de formação de preços e a gestão de riscos e incertezas relacionados ao processo de empreendedorismo são discutidos em profundidade. Por fim, o quinto capítulo aborda a gestão das diversas áreas que compõem uma empresa. Os indicadores de desempenho, relacionados à gestão dos recursos, dos objetivos e das metas da empresa, assim como as estratégias de marketing e distribuição são temas das diversas partes do capítulo, que se encerra com uma parte dedicada à gestão de pessoas, recurso fundamental para o sucesso de uma nova empresa. Ao fim da obra, espera-se que o leitor tenha condições de compreender os diversos conceitos, estratégias, metodologias e ferramentas utilizados no contexto do empreendedorismo e da formação de novas empresas, preparando-o para atuar profissionalmente como empreendedor ou como colaborador em uma empresa em desenvolvimento. Empreendedorismo e inovação 9 1 Empreendedorismo e inovação Apesar de ser um termo bastante utilizado, tanto no contexto empre- sarial quanto na mídia que aborda questões relacionadas à economia, entre os especialistas, o empreendedorismo é um conceito em contínua construção, já que as práticas empreendedoras vão além do significado do termo e abrangem a diversidade, especificidade e pluralidade do mundo dos negócios. De modo semelhante, o termo inovação é muitas vezes mal compreendido e utilizado erroneamente no contexto acadêmi- co, bem como no meio empresarial.O objetivo deste capítulo é abordar esses conceitos fundamentais, desde sua origem até as abordagens mais utilizadas atualmente. A pri- meira parte terá como foco o empreendedorismo e os impactos da ação empreendedora sobre a sociedade e o indivíduo. Na segunda parte do capítulo serão descritas, com base em estudos e pesquisas realizadas em diversos países, as características que fazem parte do perfil do indivíduo empreendedor, que podem ser desenvolvidas e fortalecidas por meio da educação empreendedora. Já a terceira parte abordará o empreendedo- rismo no Brasil, mostrando legislações, ações, programas e indicadores que elucidam a importância dessa atividade na economia do país. A intensificação do desenvolvimento tecnológico em diversas áreas tem causado intensas mudanças na forma como pessoas, empresas, paí- ses e culturas se relacionam. Assim, a quarta e a quinta partes do capítulo terão como foco a inovação e seus impactos sobre o empreendedor, as organizações, a economia e a sociedade. Ao fim do capítulo, espera-se que o leitor tenha condições de conhecer os conceitos fundamentais de empreendedorismo e inovação e perceber como esses conceitos interfe- rem em sua vida cotidiana e profissional. 10 Empreendedorismo 1.1 Empreendedorismo: conceitos e definições Vídeo Para melhor compreender o empreendedorismo, é importante re- fletir sobre o contexto econômico e social que propicia o impulsiona- mento das práticas empreendedoras. Nesse sentido, o cenário que se apresenta de maneira mais favorável ao empreendedorismo é aquele que estimula a existência de empresas que tenham autonomia para atuar em um mercado de livre competição, ou seja, um ambiente de economia liberal, no qual as práticas empreendedoras são fomenta- das pelos desafios e pelos riscos da competição, criação e enfrenta- mento das incertezas impostas aos indivíduos com características empreendedoras. Como destaca Foucault (2008), em uma economia saudável, é in- dispensável a coexistência de organizações empresariais privadas de diversos tamanhos: as formas “empresa” que não devem, justamente, ser concentra- das na forma nem das grandes empresas de escala nacional ou internacional, nem tampouco das grandes empresas do tipo do Estado. É essa multiplicação da forma “empresa” no interior do corpo social que constitui, a meu ver, o escopo da política neoli- beral. (FOUCAULT, 2008, p. 203) O empreendedorismo não pode ser confundido com inovação ou com a capacidade inventiva de um indivíduo. É muito comum encon- trar o ineditismo inventivo em práticas inovadoras de mercado e vice- -versa. Entretanto, conforme aponta Tometich (2020): O que difere o empresário empreendedor do inventor é a capacidade de atribuir valor econômico à invenção. Enquanto a atividade empreendedora tem como um fator definidor a criação de valor econômico, as invenções não necessariamente agre- gam valor econômico. O empreendedorismo passou a ser estudado a partir do século XVIII, tendo Jean-Baptiste Say (1767-1832) como um dos primeiros au- tores a abordar o tema. Segundo Lago (2018), Say defendia a ideia de que os empreendedores, no papel de agentes econômicos, tinham a atribuição de promover o equilíbrio do mercado equalizando a oferta de produtos e serviços às crescentes demandas do mercado. Apresentar a evolu- ção do conceito de empreendedorismo. Objetivo de aprendizagem Empreendedorismo e inovação 11 O autor mais significativo no desenvolvimento dos estudos do empreendedorismo sob a luz da economia é o austríaco Joseph Alois Schumpeter (1883-1950), que dedicou grande parte dos seus estudos ao tema e chegou ao entendimento de que é natural do empreendedor assumir riscos e inovar com vistas a tirar proveito das oportunidades ocultas no mercado. Tometich (2020) afirma que o empreendedorismo ainda não é bem compreendido e que buscar o discernimento do seu significado conceitual é fundamental para que se possa estudar o tema e apro- fundar as discussões sobre as características e as competências do empreendedor. Diversos autores conceituam o empreendedorismo com base em pontos de vista diferentes. Hisrich, Peters e Shepherd (2014) acredi- tam que o empreendedor é um indivíduo que está disposto a assu- mir riscos, utilizando recursos diversos para criar soluções inovadoras que possam atender às demandas ou aproveitar a oportunidade de mercado. Já Weyermüller (2017, p. 4) enfatiza a importância da gestão dos fa- tores de risco enfrentados pelas empresas nos diversos ambientes em que elas estão inseridas como elemento-chave do empreendedorismo: “Diversos são os fatores de risco para as atividades econômicas, tais como conjunturais, políticas fiscais, legais e ambientais. As empresas, sejam elas de ramos tradicionais ou criativos, precisam manter um abrangente ferramental de gestão do conjunto de riscos aos quais es- tão sujeitos”. Para Tometich (2020), embora o conceito de empreendedorismo tenha sua origem na economia, não há nessa área um acervo literário abundante acerca do tema, talvez pela dificuldade encontrada pelos economistas em harmonizar as características empreendedoras co- nhecidas com os seus modelos teóricos. Sob a perspectiva da administração, Drucker (2005) defende a rela- ção incondicional entre o empreendedorismo e as práticas inovadoras, o que sob a ótica administrativa distingue o empreendedorismo dos demais tipos de negócio, uma vez que, independentemente do setor, o empreendedorismo está comprometido com a busca por mudanças e com a agregação de valor ao negócio como sendo uma forma de tirar proveito das oportunidades. O livro Empreendedorismo Estratégico: criação e ges- tão de pequenas empresas trata dos principais con- ceitos de empreendedo- rismo e discute exemplos práticos da criação e gestão de pequenas e médias empresas. Os autores também abordam ferramentas importantes relacionadas ao empreendedorismo, como planos de negócios, legislações e organização da empresa. FARAH, O. E.; CAVALCANTI, M.; MARCONDES, L. P. (org.). 2. ed. São Paulo: Cengage, 2018. Livro 12 Empreendedorismo Tendo como prisma o foco na oportunidade de mercado, na que- bra de paradigmas quanto à oferta de produtos e serviços e na conse- quente criação de uma nova estrutura organizacional para apoderar-se dessa ocasião, surgiu o olhar mais abrangente sobre a conceituação de empreendedorismo defendida por Bygrave e Zacharakis (2008), que entendem que o empreendedorismo se dá quando há a criação de uma organização específica para alcançar a oportunidade inicialmente identificada. Por outro lado, Caxito (2020a) destaca a possibilidade de o em- preendedorismo ocorrer dentro de organizações e empresas já estabe- lecidas. O intraempreendedorismo ocorre quando um profissional com características inovadoras e empreendedoras desenvolve novas ideias e projetos e busca colocá-los em prática na empresa em que atua. O entendimento de que o empreendedorismo consiste em criar um empreendimento para perseguir uma oportunidade de mercado é apoiado pelo movimento Global Entrepreneurship Monitor (GEM), cria- do em 1999 pelas instituições de pesquisa e ensino Babson College e London Business School. O GEM serve para monitorar e identificar os motivos que levam o empreendedorismo a ser mais ativo em um país do que em outro, considerando aqueles que fazem parte desse movi- mento – do qual o Brasil é integrante. O GEM procura medir condições nacionais que julga serem capazes de estimular, favorecer (ou dificultar) o processo em- preendedor como: apoio financeiro; políticas e programas governamentais; educação e capacitação; pesquisa e desenvol- vimento; infraestrutura comercial e profissional; acesso ao mer- cado; abertura e barreiras para entrada no mercado; acesso à infraestrutura física; normas culturais; proteção aos direitos de propriedade intelectual. (TOMETICH, 2020, p. 12) Seja sob a luz da economia ou da administração, os conceitos de empreendedorismo estão intimamenterelacionados às características individuais e ações do indivíduo que é responsável pela administração do negócio. Para Tometich (2020), a relação entre as características do empreendedor e a ação empreendedora pode ser identificada no con- ceito de intraempreendedorismo, também chamado de empreendedo- rismo corporativo. Para a autora, o empreendedorismo internalizado nas corporações pode ser entendido como uma resposta das empresas que, ao identi- ficarem características latentes do perfil empreendedor em seus cola- No vídeo João Appolinário – Palestra de Empreende- dorismo – FIESP, do canal Empreender é inovar!, Appolinário – presidente, proprietário e fundador da Polishop – discute experiências práticas do empreendedorismo, mos- trando que, mais do que desenvolver uma ideia inovadora, o empreende- dor precisa reunir uma sé- rie de características para desenvolver, implementar ações efetivas e lidar com as diversas situações que se colocam à sua frente para desenvolver um negócio viável. Disponível em: https://www. youtube.com/watch?v=5n_ R2K9h6ws. Acesso em: 12 ago. 2021. Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=5n_R2K9h6ws https://www.youtube.com/watch?v=5n_R2K9h6ws https://www.youtube.com/watch?v=5n_R2K9h6ws boradores, percebem a possibilidade de explorar esse potencial por meio de programas motivacionais e do estabelecimento de parâme- tros determinantes de tempo de dedicação, espaço, investimentos e níveis de riscos e erros aceitáveis pela empresa. Caxito (2020a) aponta que mesmo em organizações públicas é possível promover o intraem- preendedorismo, apesar da ideia de que as características burocráticas e hierárquicas do setor público prejudiquem a inovação. O empreendedorismo não se restringe ao ambiente das empresas privadas. Ações e projetos empreendedores podem ser desenvolvidos nas mais diversas áreas, sendo exemplos disso o empreendedorismo cultural, criativo, institucional, social, sustentável e ecológico. Discutir as característi- cas e as competências que formam o perfil empreendedor. Objetivo de aprendizagem 1.2 Perfil do empreendedor Vídeo As características e competências apresentadas pelo indivíduo considerado empreendedor são um tema frequente de estudos e pesquisas. De maneira semelhante ao que ocorre com o próprio conceito de empreendedorismo, também podem ser obser- vadas algumas divergências e convergências teóri- cas acerca das características do empreendedor, principalmente em relação aos critérios que motivam as ações e os resultados perseguidos pelo indivíduo para identificá-lo como empreendedor. Uma vez que os fatores ambientais, econômicos, mercadológicos e culturais nos quais as empresas estão inseridas podem ser favoráveis ou não para o desenvolvimento do empreendedorismo, como apontam Mota et al. (2017), também podem ser observados reflexos no compor- tamento dos indivíduos, propiciando um terreno fértil para o desper- tar do empreendedor. Assim, os movimentos da economia liberal e o consequente fortalecimento da concorrência Figura 1 Empreendedorismo na prática Como salienta Tavares (2018), a opção pelo empreendedorismo muitas vezes não representa uma ação deliberada de um indivíduo que busca realizar seus sonhos, mas surge como alternativa ao desemprego e à necessidade econômica. M ic he li Ri na ld i/S hu tte rs to ck Empreendedorismo e inovaçãoEmpreendedorismo e inovação 1313 14 Empreendedorismo favorecem o surgimento e a ampliação de novas atividades empresa- riais em um movimento de coexistência interdependente. O empreendedorismo por necessidade foi, inclusive, objeto de estudo do GEM, que identificou em suas pesquisas uma parcela rele- vante de empreendedores que iniciou seus negócios por não encontrar outra forma de emprego ou colocação profissional. Nesse contexto, Yurrebaso, Cruz e Pato (2018) acreditam que mesmo aqueles indiví- duos detentores de algumas habilidades inatas ainda merecem ser lapidados academicamente, outros menos afortunados certamente precisarão de maior apoio para formação e desenvolvimentos das suas competências. Para os autores, a área acadêmica exerce um pa- pel fundamental na capacitação desses profissionais como futuros empreendedores. O movimento de migração dos trabalhadores para a constituição do seu próprio negócio como forma de sobrevivência econômica não re- presenta, por si só, o perfil do empreendedor. Para Tometich (2020), é preciso cautela nessa caracterização, visto que a falta de precisão con- ceitual sobre o empreendedorismo pode sugerir equívocos: O fato de ser dono do seu próprio negócio, se submetendo aos riscos da insegurança – quanto ao retorno financeiro em troca da força de trabalho – como próprio patrão, não caracteriza o indivíduo como empreendedor. A proposta de empreendedorismo ainda reivindica a geração de mais-valia (conceito desenvolvido por Karl Marx, é a base do sistema econômico capi- talista; representa a diferença entre o preço final de um produto e os custos dos meios de produção e da mão de obra empregada na sua manufatura) por meio de inovação sob o risco da incerteza do negócio. Para Yurrebaso, Cruz e Pato (2018), o surgimento de cursos aca- dêmicos voltados para formação de empreendedores, no início da década de 1990, tem como uma de suas origens a necessidade de atender à demanda daqueles que buscaram o empreendedorismo por necessidade. Os estudos do indivíduo empreendedor passam pela observação psicológica dos seus aspectos comportamentais, de personalidade, crenças, valores e padrões de cognição com o objetivo de traçar um perfil do empreendedor. Já Santos et al. (2021, p. 348) acreditam que as características empreendedoras são influenciadas pelo ambiente externo: Empreendedorismo e inovação 15 A personalidade de um indivíduo é um fator de suma impor- tância que pode explicar até que ponto os comportamentos empreendedores são derivados de características das personali- dades, em conjunto com os fatores sociais e ambientais, agentes responsáveis por incentivar os motivos ocultos e a interpretação das disposições mentais em padrões de comportamento. Para Lima e Freitas (2010), os traços de personalidade empreen- dedora são percebidos no indivíduo que demonstra mais propensão para assumir riscos e manifesta com mais frequência comportamentos proativos, além da necessidade de ter o controle da situação. Hurtz e Donovan (2000) corroboram essa ideia e acrescentam que a capacida- de de decisão em meio a um cenário de incertezas e riscos também é um traço importante na personalidade do empreendedor. Para além do entendimento comum, alguns autores apontam que traços de personalidade com características de autoeficácia, tolerância à ambiguidade, proatividade, disposição para assumir riscos, necessi- dade de realização e lócus de controle são os pontos mais frequente- mente encontrados nas pesquisas com empreendedores, entendidos como determinantes para o sucesso do empreendimento. Yurrebaso, Cruz e Pato (2018) apontam que somente o traço de per- sonalidade não basta para afirmar categoricamente que o indivíduo terá sucesso ao empreender, sendo necessário conciliar o conjunto de fatores ambientais para resultar no êxito do empreendedorismo, eco- nomicamente falando. Filion (2019) elencou 24 traços de personalida- des empreendedoras, apresentados na figura a seguir: Figura 2 Características mais comuns atribuídas aos empreendedores Fonte: Adaptado de Filion, 2003 apud Yurrebaso; Cruz; Pato, 2018, p. 81. Orientação para os resultados Inovação Liderança Tomada de riscos Independência Criatividade Energia Perseverança Originalidade Otimismo Flexibilidade Desenvoltura Autoconfiança Iniciativa Agressividade Necessidade de realização Lócus interno de controle Compromisso a longo prazo Tolerância à ambiguidade e à incerteza Capacidade de aprendizagem Capacidade de utilização eficiente dos recursos Sensibilidade perante os outros Tendência para inspirar confiançaCapacidade de reinvestir o dinheiro na empresa O vídeo Como avaliar seu perfil empreendedor, desenvolvido pelo Sebrae Minas em parceria com a Associação Brasileira de Franchising, apresenta uma ferramenta de análi- se de perfil que possibilita identificar característi- cas essenciais do perfil empreendedor. Disponível em: https://youtu. be/Hybz7gF709g. Acesso em: 12 ago.2021. Vídeo https://youtu.be/Hybz7gF709g https://youtu.be/Hybz7gF709g 16 Empreendedorismo Na tentativa de se chegar a uma aproximação mais assertiva acerca do perfil do empreendedor, surgiram também as pesquisas focadas no comportamento do indivíduo para somar essa variável aos traços de personalidade. Constatou-se que há vantagens mais frequentes na aplicação dessa variável, uma vez que se nota uma relação mais evi- dente com as diversidades socioculturais. Dentre os diversos estudos que buscam identificar as características e os comportamentos empreendedores, Nakao et al. (2018) destacam o rea- lizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), que reúne as características do indivíduo empreendedor em três diferentes conjuntos, como mostra a figura a seguir: Figura 3 Conjunto de características empreendedoras Yu m m yp ho to s/ ku ro ks ta /S hu tte rs to ck Conjunto de realização I. Busca de oportunidades e iniciativa II. Persistência III. Cálculo de riscos IV. Exigência de qualidade e eficiência V. Comprometimento Conjunto de planejamento I. Busca de informações II. Estabelecimento de metas III. Planejamento e monitoramento sistemáticos Conjunto de poder I. Persuasão e rede de contatos II. Independência e autoconfiança Fonte: Adaptado de Nakao et al., 2018. A revisão literária desempenhada por Yurrebaso, Cruz e Pato (2018) apontou seis comportamentos característicos do empreendedor no uso das suas competências empíricas: Desenvolver novas oportunidades de negócios e novos produtos. Desenvolver um ambiente inovador. Estabelecer relações com investidores. 1 2 3 (Continua) Empreendedorismo e inovação 17 Estabelecer os objetivos do negócio. Saber como atuar em desafios inesperados. Estabelecer os recursos humanos necessários à implementação do negócio. 4 5 6 Como é possível perceber, a exemplo do que se pode verificar na conceituação do que é empreendedorismo, aqui também não há uma nítida e específica definição de um perfil comum a todos em- preendedores, nem mesmo para que se possa enquadrar uma parte significativa dos indivíduos que conquistam esse posto no mercado empresarial. A diversidade do fator humano é o principal obstáculo para se chegar a um consenso absoluto sobre o perfil do empreendedor. Entretanto, são exatamente as questões psicológicas reagindo aos impulsos ambientais que contribuem para moldar o perfil empreen- dedor em maior ou menor grau de agressividade. Entre os fatores psicológicos observados como forma de distin- ção nos comportamentos empreendedores está o modelo mental implícito na capacidade de analisar as situações e, com isso, formar padrões decisórios precisos para mover suas ações. Em paralelo, enxergar e tirar proveito das mudanças percebidas no ambiente, vendo-as como oportunidades mercadológicas, é uma característica importante dentre os empreendedores bem-sucedidos. O artigo Do homo empreendedor ao empreendedor contemporâneo: evolução das características empreendedoras de 1848 a 2014, dos autores Fernando Filardi, Filippe Delarissa Barros e Adalberto Américo Fischmann, apresenta o estudo bibliométrico de 288 artigos publicados e aponta que os empreen- dedores contemporâneos apresentam um perfil mais relacional, com com- petências interpessoais e sociais, focando demandas do ambiente externo, evidenciando o perfil autocentrado, soberano, autônomo e independente. Acesso em: 12 ago. 2021. https://www.redalyc.org/pdf/3312/331232580010.pdf Artigo https://www.redalyc.org/pdf/3312/331232580010.pdf 18 Empreendedorismo 1.3 Empreendedorismo no Brasil Vídeo Diversos órgãos públicos e privados desenvolvem estudos e regular- mente apresentam estatísticas sobre o empreendedorismo no Brasil. Várias dessas informações serão apresentadas nesta parte do capítulo e, em alguns casos, os números oferecidos podem divergir. Esse fato ocorre devido à própria definição de empreendedorismo utilizada em cada um dos estudos desenvolvidos por diferentes organizações. Maia et al. (2021) sinalizam que, nas últimas décadas, o mundo as- sistiu ao fenômeno da globalização, acelerado principalmente pelo desenvolvimento de tecnologias de comunicação e de informação que facilitaram as relações entre consumidores e fornecedores. Os efeitos da globalização reverberam direta e indiretamente no empreendedorismo brasileiro, apresentando aspectos positivos, como: • criação de oportunidades para empresas que passam a ter a chance de entrar em novos mercados; • eliminação de barreiras comerciais e a integração econômica entre países; • acesso a ideias, experiências, conhecimentos e tecnologias desen- volvidas em outros mercados. E também aspectos negativos, como: • alta competitividade de mercado; • concorrentes que podem estar sediados em países com melhores condições tecnológicas ou econômicas para competir globalmente; • dificuldade de sobreviver às pressões da concorrência (no caso de pequenas e médias empresas). Conhecer o desenvol- vimento do empreen- dedorismo no Brasil e apresentar estatísticas sobre o empreendedoris- mo no país. Objetivo de aprendizagem Figura 4 Comércio que vai além das barreiras geográficas. Como reflexo desse comércio global, os autores (MAIA et al., 2021) apontam que é possível, para um consumidor brasileiro, ao buscar atender às suas necessidades e desejos, encontrar um produto ou serviço idealizado nos Estados Unidos da América, industrializado na China e comercializado por uma empresa europeia. Ki te _ri n/ Sh ut te rs to ck 1818 EmpreendedorismoEmpreendedorismo Empreendedorismo e inovação 19 Caxito (2020b) aponta que, enquanto a produção industrial vem perdendo peso na economia brasileira nas últimas décadas, o setor de serviços cresce de maneira consistente e acelerada, como mostra o gráfico a seguir: Gráfico 1 Evolução da composição do Produto Interno Bruto (PIB) por setores, em % 1995 2000 2005 2010 2015 2019 Fonte: Adaptado de Alvarenga, 2019, com base em Ibre/FGV, com base em dados do IBGE. 0 25% 5% 73,5% 5,8% 67,2% 27,2% Pico da indústria 29,1% Nível de pré-recessão 24,7% 65,4% 70,1% 5,5% 5,2% 21,5% 1995 2005 1º Trimestre 2014 1º Trimestre 2019 50% 75% 100% Indústria Serviços Agropecuária Essa mudança na estrutura do PIB do país é causada pela migração da produção industrial para outros países e tem como resultado uma diminuição do emprego industrial. Uma parte significativa desses trabalhadores acaba por buscar um caminho profissional no empreendedorismo, em especial na área de prestação de serviços. Uma das características marcantes do setor de serviços é ser composto por grande número de empresas de pequeno porte que geram grande quantidade de postos de trabalho. O setor apresenta: pouca concentração em grandes empresas, com exceção de al- gumas áreas específicas, como os transportes dutoviário (99,7%), aéreo (92,2%), ferroviário/metroviário (82,0%), bem como correio 20 Empreendedorismo ou outras atividades de entrega (81,6%). A grande maioria das empresas prestadoras de serviço que atuam na economia bra- sileira pode ser enquadrada em dois grupos: empresas especia- lizadas em serviços prestados principalmente às famílias (ex.: escolas, clubes, cabeleireiros etc.), que totaliza mais de 450 mil empresas registradas, e as empresas especializadas em serviços profissionais, administrativos e complementares (ex.: empresas de contabilidade,empresas de locação de equipamentos etc.), com mais de 400 mil empresas. (CAXITO, 2020b, p. 16) Os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Con- tínua (PNAD contínua), que mostram a distribuição das atividades em- preendedoras por setor, indicam que o setor de serviços registra os maiores crescimentos nos últimos anos, saltando de 32,80% em 2015 para 40,31% em 2019, conforme visto na figura a seguir. Figura 5 Brasil: empreendedorismo por empresa e setor econômico (2019) SERVIÇO 40,21% 13,60%22,99% 13,23% 9,87% CONSTRUÇÃOCOMÉRCIO AGRONEGÓCIO INDÚSTRIA Fonte: Adaptado de IBGE, 2019. As mudanças na dinâmica global da produção e comercialização de produtos e serviços fazem parte do ambiente econômico e social que im- pactam tanto no surgimento de novos concorrentes como no intercâm- bio de conhecimento fundamental às inovações. Em resposta a essas mudanças, Sarfati (2013) aponta que, desde a década de 1980, o governo brasileiro vem dedicando esforços para fomentar o surgimento de pe- quenas e médias empresas como forma de gerar emprego, renda para população e arrecadação de tributos para os cofres públicos, além, sem dúvida, de provocar o aquecimento da economia nacional. Nessa linha, várias ações de políticas públicas surgiram com o intui- to de abranger os mais variados tipos de negócio, sejam voltados para indústria, comércio, serviço ou agronegócio, abrangendo empresas geradoras de emprego diretos, profissionais liberais ou legalização de atividades até então não profissionalizadas, inclusive tributariamente. Disso resulta o surgimento das seguintes categorias jurídicas: O PIB é um indicador econômico que mostra a soma dos bens e serviços produzidos durante um determinado período – mês ou ano, por exemplo – por um país, estado ou cidade. Como é calculado sobre os preços finais pa- gos pelos consumidores pelos produtos e serviços, o PIB também inclui em seu valor os impostos pagos pelas indústrias e pelo comércio. O PIB não representa a riqueza de um país, mas sim o fluxo de produção de novos bens e serviços em um determinado período. As- sim, mesmo um país com grandes riquezas pode ter um PIB baixo em um dado período. Saiba mais Empreendedorismo e inovação 21 • MEI (Microempreendedor Individual); • ME (Microempresa); • EPP (Empresa de Pequeno Porte); • EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Social). Para integrar o recolhimento de tributos e contribuições dessas categorias, foi criado o Simples Nacional, como apontam Costa et al. (2015) e Machado, Barros Filho e Pereira (2015). Dados coletados na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério da Economia (BRASIL, 2021b), mostram que o número de em- pregos gerados pelas ME e EPP em 2018 somavam 54,19% dos empre- gos no Brasil, enquanto as médias empresas respondiam por 13,96% e as grandes empresas, por 31,85% dos cargos ocupados, corroborando a visão de Caxito (2020b) sobre a importância da pequena empresa na gera- ção de empregos, bem como as afirmações de Otto e Vieira (2020) sobre o crescimento do empreendedorismo no Brasil. No ano de 2021, foi promulgada a Lei Complementar n. 182 (BRASIL, 2021a), que institui um novo marco legal para o desenvolvimento de empresas ligadas à inovação. Conhecida como o marco legal das star- tups e do empreendedorismo inovador, a lei define parâmetros para as empresas baseadas em inovação tecnológica, tanto com relação a pro- dutos e serviços quanto ao modelo de negócios. Segundo Otto e Vieira (2020), a política pública de facilitação do pro- cesso de abertura de empresas e a simplificação dos recolhimentos de impostos e tributos foram formas desenvolvidas pelo governo federal para incentivar o empreendedorismo e a formalização de empresas. O crescimento do número de empreendedores formais no Brasil no período de 2015 a 2019 foi bastante significativo, com um aumento de 2,04 milhões de novos empresários. A partir do ano de 2020, muitas empresas tiveram que fechar de- vido à quarentena causada pela Pandemia da Covid-19, aumentando assim o desemprego. Por outro lado, o número de novas empresas abertas teve um crescimento acelerado. Segundo dados do Sebrae (SE- BRAE, 2021), somente no primeiro quadrimestre do ano de 2021, cerca de 1 milhão de novas empresas foram registradas. No mesmo período, Simples Nacional: regime tributário criado em 2006 para atender e beneficiar micro e peque- nas empresas — incluindo os microempreendedores individuais (MEIs), visando reduzir a burocracia e os custos de pequenos empresários, criando um sistema unificado de recolhimento de tributos, simplificando declarações, entre outras facilidades. Saiba mais Considerado um dos mais importantes empresários e empreendedores do Brasil, no vídeo Abílio Di- niz: o futuro está nas mãos do jovem empreendedor, do canal Endevor Brasil, ele fala, em palestra du- rante o Congresso Global do Empreendedorismo (GEC), sobre aprendizado e liderança como fatores fundamentais para o su- cesso do empreendedor Disponível em: https:// www.youtube.com/ watch?v=9TW6STqalxo. Acesso em: 12 ago. 2021. Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=9TW6STqalxo https://www.youtube.com/watch?v=9TW6STqalxo https://www.youtube.com/watch?v=9TW6STqalxo 22 Empreendedorismo cerca de 360 mil empresas foram fechadas. Esse crescimento da quan- tidade de novas empresas é explicado pelo Sebrae como um reflexo do desemprego, que leva muitas pessoas a empreender por necessidade. 1.4 Inovação tecnológica e estratégia Vídeo A inovação tecnológica está intrinsecamente relacionada ao concei- to do empreendedorismo e tem, segundo Karpinski, Guerner e Martins (2019), papel preponderante nas estratégias empresariais como com- ponente determinante na criação de valor agregado na forma de di- ferenciais competitivos, tanto no surgimento de novos produtos ou serviços como na melhoria dos produtos e serviços já existentes. Segundo a Lei n. 10.973, que dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo, inovação é definida como: Art. 2º parágrafo IV - inovação: introdução de novidade ou aper- feiçoamento no ambiente produtivo e social que resulte em novos produtos, serviços ou processos ou que compreenda a agregação de novas funcionalidades ou características a produto, serviço ou processo já existente que possa resultar em melhorias e em efetivo ganho de qualidade ou desempenho. (BRASIL, 2004) Balbino et al. (2020) destacam a importância da inovação tecnoló- gica no desenvolvimento econômico e social de uma nação. Para os autores, o que marca a inovação é a criação de algo novo que possa ser revertido em resultados que movimentem a economia e disso se obte- nham ganhos sociais efetivos, como a geração de emprego, a produ- tividade, a arrecadação tributária e a melhoria de indicadores sociais: “inovação é a forma de se produzir outras coisas, ou as mesmas de outras maneiras, combinando diferentes materiais e forças, com vistas a realizar novas combinações” (BALBINO et al., 2020, p. 6). Já Grizendi (2011) afirma que a criação, a melhoria ou o desenvolvi- mento de novas características em um produto ou serviço podem ser considerados uma inovação. O autor também destaca a importância do retorno econômico e social obtido com base na implantação de uma inovação, corroborando as afirmações de Balbino et al. (2020). Explicar os conceitos de inovação tecnológica e sua relação com a estraté- gia empresarial. Objetivo de aprendizagem Série A corrida pelo desenvolvi- mento rápido de uma va- cina para combater uma das maiores pandemias que assolou a humanida- de nos últimos séculos, Covid-19, é o tema da série Por um respiro, com- posta por cinco episódios e que mostra como a inovação tecnológica foi fundamental para que diversos países e empre- sas tenham conseguido desenvolver as vacinas em tempo recorde. Direção: Álvaro Pereira Júnior. Brasil: OceanFilmes, 2021. Empreendedorismo e inovação 23 O rápido desenvolvimento de tecnologias relacionadas à informa- ção e às comunicações, conhecidas como TIC, bem como os impactos trazidos para o cotidiano das empresas, pessoas, governos e socieda- de, muitas vezes leva à percepção de que o conceito de inovação tec- nológica ocorre apenas no desenvolvimento desse tipo de tecnologia. Como apontam Reina, Thomaz e Magalhães (2021), os avanços tec- nológicos não se limitam apenas à TIC, principalmente ao se pensar em estratégias empresariais. Por exemplo, todos os investimentos em pesquisas e desenvolvimentos envolvidos na solução para descobrir a vacina contra a covid-19 são considerados inovações tecnológicas. Rozenfeld et al. (2006) afirmam que a inovação é essencial para a sobrevivência das empresas ao longo da sua trajetória em uma prática contínua e replicável. Para os autores, a inovação constante depende de um adequado modelo de gestão da inovação. Paiva et al. (2018) com- pletam assinalando que o empreendedor, por sua natureza inata ou desenvolvida, é capaz de assumir os riscos e as incertezas da inovação. Já Gavira et al. (2007) ressaltam a inovação como meio encontra- do pelas empresas para enfrentar o “ambiente extremamente compe- titivo” entre as organizações e acentuam que a verdadeira conquista competitiva está no ganho de velocidade no processo de inovação, não somente na implantação do que será inovador. A ideia da gestão da inovação tecnológica é estruturada, com uma atenção no nível estratégico, as subfunções, as ferramen- tas, os processos e as rotinas que precisam funcionar como orga- nização periodicamente e previsibilidade para que inovação não seja algo espontâneo. Há desde ferramentas de planejamento e prospecção de atividades até ferramentas de avaliação. (GAVIRA et al., 2007, p. 80) Dada a importância da inovação para o crescimento das empresas, Rozenfeld et al. (2006) apontam que muitas delas passaram a inves- tir na sistematização do processo inovador como forma de permitir a gestão controlada da inovação, esta que é componente integrante do mercado e necessariamente contida em maior ou menor escala nos processos das empresas, cada qual com suas metodologias de proje- O livro Estratégia em- presarial: o desafio das organizações apresenta uma profunda refle- xão sobre a estratégia empresarial, destacando o papel da inovação na busca dos objetivos da empresa e na perenidade da organização. O texto é fundamental para quem busca entender como a estratégia empresarial deve ser claramente definida para orientar os esforços e investimentos da empresa. GONÇALVES, C. A.; GONÇALVES FILHO, C.; REIS NETO, M. T. São Paulo: Saraiva, 2012. Livro 24 Empreendedorismo tos em maior ou menor grau de know-how. Bueno e Balestrin (2012) exemplificam esse conceito por meio do modelo de inovação aberta da empresa Natura, que pode ser visto na figura a seguir. Figura 6 Inovação aberta Fonte: Adaptada de Bueno; Balestrin, 2012, p. 520. Pesquisa Desenvolvimento Novo mercado Mercado atual Limites da empresa Ideias e projetos Para Gavira et al. (2020), um componente importante em direção à melhor organização dos processos de inovação é o alinhamento dos processos de desenvolvimento de produtos, mercadológicos e tecnoló- gicos às estratégias de negócios das empresas. Rocha, Olave e Ordonez (2020) concordam com essa visão e afirmam: “Não basta apenas que as organizações reconheçam a importância da inovação para o sucesso e sobrevivência de seus negócios, é preciso também que estejam atentas e aptas à seleção e implementação das melhores estratégias de inova- ção” (ROCHA; OLAVE; ORDONEZ; 2020, p. 87). Heidenreich e Kraemer (2016) consideram que a inovação tecno- lógica é fundamental para as empresas, tanto para ampliar sua par- ticipação nos mercados em que já atuam quanto para atingir novos mercados – por meio de novos produtos, serviços e processos produ- tivos –, e afirmam que não é possível separar as ações de inovação tecnológica das estratégias de negócio das empresas. De modo complementar, Sanches e Machado (2014) acreditam que o planejamento organizacional é utilizado como ferramenta de apoio know-how: palavra usada no meio empresarial para se referir aos conheci- mentos sobre técnicas, processos, informações e procedimentos neces- sários para atuar em um determinado mercado ou realizar uma atividade profissional. Glossário Empreendedorismo e inovação 25 às decisões estratégicas das empresas que em suas propostas de negó- cio integram as inovações alinhadas ao lançamento de novos produtos, serviços e o envolvimento em novos mercados. Rocha, Olave e Ordonez (2020) apresentam diversas formas que as empresas utilizam para colocar em prática sua estratégia de inovação, como parcerias com outras organizações e com clientes, internacionalização e parcerias com institutos de pesquisa e organi- zações públicas. O que se busca na parceria com outras organizações é o intercâm- bio de soluções para resolução de problemas existentes e potenciais; já os clientes são grande fonte de informação de desejos implícitos em suas necessidades; quanto à internacionalização, o que se pretende é trazer novas tecnologias para melhorar o processo produtivo para ganho de escala; e com os stakeholders a ideia é a troca de conheci- mentos adicionados ao know-how do parque tecnológico da empresa objetivando originar soluções inovadoras. Não é possível afirmar que há uma tipologia de estratégia melhor ou pior, ficando a diferença de performance e consequentes resulta- dos dependentes da eficiência em adotá-las de maneira aderente às estratégias globais da empresa, uma vez que todas são direcionadas aos processos de inovação e objetivam o crescimento sustentado nos resultados gerais da empresa. O vídeo Tecnologia e inovação, desenvolvido pela ONG Contato e a Companhia de Desenvol- vimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG), discute possibilidades de uso das tecnologias digitais como uma forma de gerar inovação e trazer impactos econômicos e sociais. Disponível em: https://www. youtube.com/watch?v=3_ KCMvCIcPw. Acesso em: 12 ago. 2021. Vídeo Stakeholders: indivíduos, grupos, organizações e instituições que apresen- tam alguma relação e inte- resse sobre determinada empresa (empresários, investidores, funcionários, fornecedores, clientes, governo e a comunidade). Glossário 1.5 Tipos de inovação Vídeo Conhecer os tipos de inovação existentes é fundamental para ter um arsenal de recursos possíveis, no sentido de optar por aquele que possa trazer resultados mais significativos para a organização. Cardoso (2020) destaca a influência que a cultura da organização exerce sobre a escolha do tipo de inovação mais frequentemente utili- zada – empiricamente ou sistematicamente –, o que explica a diferença entre os resultados obtidos por empresas com características seme- lhantes, mas que, por apresentarem diferenças culturais, não atingem o mesmo desempenho inovador. Restringir os tipos de inovação apenas ao desenvolvimento de produtos ou tecnologias limita os processos de criação. Hekkert et al. (2020) destacam que o processo de inovação parte da observação do Apresentar os tipos de inovação que podem ser aplicados nas empresas. Objetivo de aprendizagem https://www.youtube.com/watch?v=3_KCMvCIcPw https://www.youtube.com/watch?v=3_KCMvCIcPw https://www.youtube.com/watch?v=3_KCMvCIcPw 26 Empreendedorismo ambiente no qual a organização está inserida e tem como objetivo res- ponder às demandas dos clientes e da sociedade. A inovação, segundo os autores, ocorre dentro de um contexto que envolve a conjuntura econômica, política, cultural, educacional, e também questões sociais e ambientais. Um exemplo foi o grande salto de investimentos em inovação nas mais diversas áreas ocorrido no mundo a partir de 2020, com o adven- to da pandemia global causada pelo vírus da covid-19.Além dos inves- timentos na busca por vacinas e tratamentos, as empresas precisaram buscar novas formas de organização de trabalho, novos processos de fabricação, de atendimento e de prestação de serviços, bem como pre- cisaram incluir inovações em seus produtos e serviços para atender às regras sanitárias. O impacto da quarentena imposto pela pandemia global causada pela covid-19 sobre o mercado de hotelaria e o uso da inovação como uma forma de resposta estratégica à queda da demanda pelos serviços de hospedagem é o foco do artigo Enfrentando a crise da pandemia de Covid-19: a inovação se- ria um caminho possível aos meios de hospedagem?. Os autores Raphael Lean- dro Fernandes Moreira, Daniel Paulino Teixeira Lopes e Daniela Maria Rocco Carneiro abordam como as restrições sanitárias impactaram o modelo de negócios dos hotéis e analisam as ações tomadas pelas empresas do ramo. Acesso em: 12 ago. 2021. https://www.researchgate.net/profile/Daniel-Lopes-4/publication/341763408_Enfrentando_a_crise_ da_pandemia_de_COVID-19_A_inovacao_seria_um_caminho_possivel_aos_meios_de_hospedagem/ links/5edbf5a2299bf1c67d4ac424/Enfrentando-a-crise-da-pandemia-de-COVID-19-A-inovacao-seria-um- caminho-possivel-aos-meios-de-hospedagem.pdf Artigo Muller, Välikangas e Merlyn (2005) destacam a importância de a empresa investir em uma gama variada de tipos de inovação, que não se limitem às dimensões de produtos e tecnologia, mas também incluam inovações em processos e em modelos de negócios aderen- tes às competências naturais da organização conforme a sua cultura organizacional. Sawhney, Wolcott e Arroniz (2006) ampliam esse conceito e enten- dem que as empresas precisam olhar para maiores possibilidades de inovação. Os autores sugerem um radar de inovação que contém 12 dimensões e indica a necessidade de a empresa se concentrar, no má- ximo, em cinco delas, sob risco de comprometer sua capacidade de conseguir vantagens competitivas significativas devido à dispersão dos esforços, assim como mostra o quadro a seguir. https://www.researchgate.net/profile/Daniel-Lopes-4/publication/341763408_Enfrentando_a_crise_da_pandemia_de_COVID-19_A_inovacao_seria_um_caminho_possivel_aos_meios_de_hospedagem/links/5edbf5a2299bf1c67d4ac424/Enfrentando-a-crise-da-pandemia-de-COVID-19-A-inovacao-seria-um-caminho-possivel-aos-meios-de-hospedagem.pdf https://www.researchgate.net/profile/Daniel-Lopes-4/publication/341763408_Enfrentando_a_crise_da_pandemia_de_COVID-19_A_inovacao_seria_um_caminho_possivel_aos_meios_de_hospedagem/links/5edbf5a2299bf1c67d4ac424/Enfrentando-a-crise-da-pandemia-de-COVID-19-A-inovacao-seria-um-caminho-possivel-aos-meios-de-hospedagem.pdf https://www.researchgate.net/profile/Daniel-Lopes-4/publication/341763408_Enfrentando_a_crise_da_pandemia_de_COVID-19_A_inovacao_seria_um_caminho_possivel_aos_meios_de_hospedagem/links/5edbf5a2299bf1c67d4ac424/Enfrentando-a-crise-da-pandemia-de-COVID-19-A-inovacao-seria-um-caminho-possivel-aos-meios-de-hospedagem.pdf https://www.researchgate.net/profile/Daniel-Lopes-4/publication/341763408_Enfrentando_a_crise_da_pandemia_de_COVID-19_A_inovacao_seria_um_caminho_possivel_aos_meios_de_hospedagem/links/5edbf5a2299bf1c67d4ac424/Enfrentando-a-crise-da-pandemia-de-COVID-19-A-inovacao-seria-um-caminho-possivel-aos-meios-de-hospedagem.pdf Empreendedorismo e inovação 27 Quadro 1 Doze dimensões do radar de inovação Dimensão Inovação Oferta Criar e desenvolver produtos e/ou serviços valorizados pelo cliente. Plataforma Explorar o “poder do que é comum”: usar a constituição modular para criar um con- junto diversificado de ofertas, de modo mais rápido e barato do que se fossem itens independentes. Soluções Explorar a variedade de seleção e a profundidade da integração dos diferentes elementos para criar valor para os clientes. Clientes Descobrir novos segmentos de clientes (não atendidos) e/ou encontrar necessidades não atendidas e/ou desarticuladas dos clientes. Experiência do cliente Redesenhar as interações com os clientes em todos os pontos e momentos de contato, de modo a melhorar a experiência antes, durante e após o consumo. Captura de valor Redefinir a maneira como a empresa é paga, seja por meio da criação de novos fluxos de receita inexplorados, do desenvolvimento de novos sistemas de preços ou da expan- são da capacidade de captura de valor das interações com os stakeholders. Processos Rever os principais processos operacionais de modo a obter maior eficiência, melhor qualidade ou ciclo mais curto (maior eficácia) e realocar processos ou dissociar interfa- ces nos seus elementos constituintes. Organização Repensar o alcance das atividades da empresa, redefinir a função e as responsabilida- des da organização e alterar a forma da sua atividade, alinhando recursos operacionais. Cadeia de abastecimento Reequacionar o fornecimento e o atendimento de modo a otimizar o fluxo de informa- ções, a estrutura organizacional ou a colaboração entre participantes da cadeia de valor. Presença Criar pontos de presença ou utilizar os existentes de maneira criativa, garantindo a pre- sença nos locais onde o cliente-alvo compra. Networking Melhorar a rede que cria ofertas inteligentes e integradas, aumentando o valor da oferta da empresa. Marca Alavancar criativamente a marca para novos domínios. Fonte: Adaptado de Cardoso, 2020, p. 8. Cardoso (2020) sugere atrelar as análises da cultura da organização à proposta do “radar de inovação” como mecanismo de identificação dos melhores meios para concentrar as ações e os investimentos de/em ino- vação, visando atingir resultados mais consideráveis e duradouros. Segundo Kon (2018), a inovação de produto, que conceitualmente se aplica também aos serviços, tem a intenção de atender às demandas originadas dos usuários dos produtos ou serviços oferecidos pelas em- presas. Pazmino (2015) aponta que se enquadra nesse tipo de inovação toda implementação proposta para um produto novo ou até mesmo o incremento de alguma característica nova em um produto já existen- te que tenha como intenção oferecer uma experiência inédita para os consumidores. 28 Empreendedorismo A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), organismo internacional que reúne cerca de 40 países, publi- cou, no ano de 1990, o Manual de Oslo com o objetivo de organizar e padronizar a coleta e o uso de dados sobre inovação. Segundo o ma- nual, as inovações em produtos ou serviços “incluem melhoramentos significativos em especificações técnicas, componentes e materiais, softwares incorporados, facilidade de uso ou outras características fun- cionais” (OECD, 1997, p. 57). Já a inovação em processo, segundo Calazans e Silva (2016), diz res- peito à instalação de nova prática nas rotinas de produção dos pro- dutos ou na prestação de serviços. O foco desse tipo de inovação é o processo de produção, e não o produto ou serviço em si, que pode manter suas características, mas ser produzido de outra forma. O Manual de Oslo define a inovação em processos como: “a implemen- tação de um método de produção ou distribuição novos ou significati- vamente melhorados. Incluem-se mudanças significativas em técnicas, equipamentos e/ou softwares” (OECD, 1997, p. 58). As inovações organizacionais são aquelas que, segundo Cardoso (2020), modificam ou alteram os parâmetros funcionais e fluxos de tra- balho no âmbito das práticas operacionais e gerenciais. O Manual de Oslo (OCDE, 1997) considera que a inovação organizacional também tem papel importante para a melhoria contínua no ambiente de tra- balho, pois possibilita que a empresa integre seus conhecimentos com outras organizações e desenvolva novos conhecimentos e tecnologias. Um exemplo de inovação organizacional são as Fintechs, que, segun- do Siegl et al. (2018), são empresas inovadoras que atuam no sistema financeiro, prestando serviços bancários sem contar com as estruturas físicas dos bancos convencionais. Segundo Harel, Schwartz e Kaufmann (2021), as inovações emmarketing têm a intenção de proporcionar novas experiências ao cliente, mesmo que não haja inovação no produto em si, mas na sua embala- gem, no ponto de entrega, na forma de degustação e uso, na criação de valor à marca, entre outras propostas. Segundo o Manual de Oslo, a ino- vação nas dimensões do marketing é focada nos conceitos do composto do mix de marketing que é amplamente discutido e explorado nos meios acadêmicos e organizacionais como 4Ps: “a preparação para a introdu- ção de novos métodos de marketing na concepção ou na embalagem de A série documental Make it work é composta por quatro episódios que mostram como a inovação pode gerar mu- danças significativas na sociedade e na economia. Em cada episódio são apresentadas experiên- cias inovadoras que mostram que mesmo as ideias mais simples po- dem ser revolucionárias. Direção: Kip Konwiser; Kern Konwiser. Konwiser Brothers; EUA: Legendary Entertainment, 2017. Filme A entrevista Como a inovação de processos pode aumentar a produtividade?, realizada pela Federação de Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), com a empreendedora Camila Farani, presidente da G2 Capital, fundo de investimentos especia- lizado em empresas inovadoras, explica o conceito da inovação em processos e dá exemplos práticos de como esse tipo de inovação pode revolucionar empresas e mercados. Disponível em: https:// www.youtube.com/ watch?v=OXBW8AQ71yE. Acesso em: 12 ago. 2021. Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=OXBW8AQ71yE https://www.youtube.com/watch?v=OXBW8AQ71yE https://www.youtube.com/watch?v=OXBW8AQ71yE Empreendedorismo e inovação 29 um produto; nos métodos de formação de preços; no posicionamento do produto; e na promoção do produto” (OECD, 2006, p. 110). MIX DE MARKETING Tr ue ffe lp ix /S hu tte rs to ck Figura 7 Os 4 Ps Produto Preço Lugar Promoção As inovações, sejam elas de produtos, serviços, processos, organi- zacionais, de modelos de negócios ou de marketing, podem ocorrer de maneira incremental ou disruptiva, como mostra a figura a seguir. Figura 8 Tipos de inovação Incremental Disruptiva Sustentação Radical Melhoria contínua Ruptura Fonte: Adaptada de Audy, 2017, p. 77. Segundo Audy (2017), a inovação incremental está relacionada a melhorias implementadas nos produtos, serviços, processos e mode- los de negócio, que têm por objetivo manter a empresa atualizada com as tecnologias disponíveis e gerar ganhos de desempenho ou redução de custos. Já a inovação disruptiva está ligada a alterações radicais, como o lançamento de produtos e serviços, o desenvolvimento de no- vas tecnologias e novos modelos de negócio que tragam impacto tanto na empresa quanto no mercado no qual atua e que podem substituir totalmente o padrão de consumo e de tecnologia existente. O desenvolvimento de telefones celulares, a internet, o modelo de negócios desenvolvido pela empresa Uber e a educação a distância são exemplos de inovações disruptivas que alteraram os mercados e até mesmo a sociedade. 30 Empreendedorismo CONSIDERAÇÕES FINAIS Empreendedorismo e inovação são conceitos intimamente ligados e cada vez mais importantes em um contexto tecnológico e econômico global no qual novos produtos, serviços e modelos de negócios têm re- volucionado os processos produtivos, os padrões de consumo e a forma de organização da sociedade. Conhecer com profundidade os conceitos relacionados ao empreendedorismo, ao perfil do empreendedor, bem como os diversos tipos de inovação e processos de desenvolvimento de inovações, é fundamental para o profissional que busca se destacar no mercado. ATIVIDADES Atividade 1 Explique a diferença entre empreendedorismo, inovação e capacidade inventiva de um indivíduo. Atividade 2 Comente a diferença entre empreendedorismo e intraempreendedorismo. Atividade 3 Conceitue inovação de produto e inovação de processo. REFERÊNCIAS ALVARENGA, D. Com três trimestres de queda, indústria perde peso no PIB e vê recuperação mais distante. G1 Economia, 27 ago. 2019. Disponível em: https://g1.globo. com/economia/noticia/2019/08/27/com-tres-trimestres-de-queda-industria-perde-peso- no-pib-e-ve-recuperacao-mais-distante.ghtml. Acesso em: 11 ago. 2021. AUDY, J. A inovação, o desenvolvimento e o papel da Universidade. Estudos avançados, São Paulo, v. 31, n. 90, p. 75-87, maio/ago. 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/ rtKFhmw4MF6TPm7wH9HSpFK/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 11 ago. 2021. BALBINO, C. M. et al. Inovação tecnológica: perspectiva dialógica sob a ótica do Joseph Schumpeter. Research, Society and Development, Vargem Grande Paulista, v. 9, n. 6, abr. 2020. Disponível em: https://www.rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/3593. 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Para que se possa compreender o desenvolvimento de negócios inovadores, na primeira parte deste capítulo será apresentado o con- ceito de modelos de negócio, desde as primeiras abordagens até o entendimento contemporâneo de como se estruturam os modelos de negócio em um ambiente econômico, social e tecnológico em constan- te mutação e evolução. Na segunda parte, o foco será direcionado para os modelos de negó- cios inovadores, tendo como base o uso das tecnologias da informação e da comunicação, as quais facilitam o acesso a informações sobre inova- ções, mercados, desejos e demandas dos consumidores e possibilitam o intenso relacionamento com os clientes e os consumidores, o que permi- te à empresa inovar constantemente. A economia compartilhada, que tem modificado profundamente o panorama de áreas importantes da economia, em especial o setor de ser- viços, será abordada na terceira parte do capítulo, que além de apresen- tar os conceitos da economia compartilhada, apresentará exemplos de empresas que utilizam o modelo para realizar seus negócios. O conceito de economia circular, que se relaciona com a economia compartilhada e inclui a preocupação com a preservação do meio ambiente no desenvolvi- mento dos modelos de negócios, será o tema da quarta parte. Por fim, na última parte do capítulo, será abordado um dos conceitos mais importantes e atuais relacionados ao empreendedorismo e à ino- vação: as startups, modelo de negócios em geral fundamentado em uma tecnologia inovadora, que tem a capacidade de ser rapidamente replicável e escalável, possibilitando um rápido crescimento com seu lançamento. Os tipos, as características, as limitações e os diferenciais do modelo de negócios das startups serão apresentados e discutidos em profundidade. Novos modelos de negócios 35 2.1 Conceito de modelo de negócio Vídeo O rápido desenvolvimento das tecnologias da informação e de co- municação, na segunda metade do século XX e nas primeiras décadas do século XXI, possibilitou, de acordo com Comini, Rosolen e Fischer (2019), uma grande transformação na forma de se realizar as ativida- des de produção, distribuição e comercialização de produtos e serviços. Segundo De Sordi (2017), o impacto da inovação tecnológica sobre os negócios não é uma novidade. O uso de computadores e sistemas de informação na gestão dos processos de produção, a partir das dé- cadas de 1950 e 1960, trouxe grandes ganhos de produtividade e de- sempenho nas linhas de produção, o que possibilitou o aumento da quantidade e da qualidade dos produtos produzidos. Rifkin (2021) aponta que a partir da década de 1990 o desenvol- vimento das tecnologias de informação e a criação da rede mundial de computadores – a internet – incentivaram o processo
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