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UNIDADE II O Processo de Tomada de Decisão dos Gestores Me. Marcio Lopes Cançado Dr. Ricardo Gonçalves da Silva Drª. Sueli Menelau de Novais Processos Decisórios: Definição e Gerenciamento Aula 01 Prezado(a) estudante, bem-vindo a mais uma Unidade de Interação e Aprendizagem (UIA) da disciplina Fundamentos da Administração Pública. Vamos estudar, a partir de agora, as definições de tomada de decisões no contexto da Administração Pública. Bons estudos! De�nição Processos Decisórios VÍDEO Assista ao vídeo sobre, o que é decisão? É interessante observar que, em nosso cotidiano particular, tomamos decisões a cada instante, sem que essas nos causem problemas, pois fazemos escolhas racionais frente às alternativas possíveis apresentadas, mesmo que conscientemente desconheçamos os critérios de julgamento. Nesse caso, sempre nos tornamos um decisor, ainda que não consigamos justificar nossa escolha. Contrariamente, os problemas com que nos deparamos, enquanto profissionais, têm de ser equacionados, e as alternativas apresentadas devem ser obtidas por meio de metodologias que melhor nos apoiem na elaboração e definição dos critérios adotados para apresentação de soluções das alternativas. Para responder a essas questões relativas ao equacionamento de problemas, a apresentação de justificativas de escolhas de critérios e de apresentações de alternativas que a teoria de tomada de decisão se desenvolveu. Para tanto, devemos estabelecer – no gerenciamento de tomada de decisões – um conjunto de pressupostos que nos auxilie na visualização das vantagens e desvantagens; na adequabilidade e na exequibilidade das alternativas; e, principalmente, na aceitabilidade de cada uma das soluções apresentadas, de modo que seja possível compará-las e decidir qual é mais aceitável. Na gestão pública, não podemos atritar com os problemas, adiar soluções ou julgar que esses serão resolvidas espontaneamente. Devemos tomar decisões racionais frente à demanda apresentada. Portanto, decidir envolve um processo de análise e escolha entre várias alternativas disponíveis para uma ação. Para Chiavenato (2000), é onde o indivíduo ou grupo deverá seguir no curso e na escolha conforme as alternativas se apresentem. Na colocação de Leitão: [...] decisão é um processo interativo – tanto no nível dos papéis exercidos como no nível da pessoa – nos quais os aspectos comportamentais interagem com os estruturais e culturais como se tudo fosse uma só coisa. ( LEITÃO, 1995, p. 117) Para Pereira e Fonseca (1997, p. 26), tomada de decisão é um ato contingencial que depende do contexto, pois o sujeito sofre influências internas e externas, ou seja, depende do ambiente e das configurações que influenciam, portanto não pode ser considerado um processo linear. Nas organizações, a habilidade dos gestores de resolver problemas e tomar decisões é considerada um dos atributos mais valiosos do profissional da área pública. Portanto, uma das variáveis valorizada nas organizações – e que mais se relaciona com o sucesso do gestor – é a sua capacidade de tomar decisões complexas. De uma forma geral, existem quatro grandes tipos de decisões a serem tomadas pelos gestores: Decisões individuais ou intrapessoais: são as decisões que afetam somente o nível pessoal, por exemplo, “devo casar agora ou após meu primeiro emprego?”. Decisões interpessoais: são as decisões que afetam não somente o indivíduo, mas aqueles que estão próximos desse, por exemplo, “devo ter um filho agora ou aguardar que meu parceiro se forme na faculdade?”. Decisões de grupo: são decisões que precisam ser tomadas por grupos de diferentes formas e tamanhos, por exemplo, “como devemos organizar nosso time de futebol?”. Decisões organizacionais: são decisões que devem ser tomadas por pessoas ou grupos, principalmente, as que apresentam melhor compreensão das metas organizacionais as quais impactam as organizações públicas e seus resultados. As pessoas em geral podem analisar um problema e escolher a aleatoriamente uma decisão informal. Elas possuem a tendência de tomar decisões que sejam satisfatórias, ao invés de optarem para decisões ótimas. Na literatura, isso é conhecido como racionalidade limitada. Gerenciando O Processo de Tomada de Decisão Nas organizações, de uma forma geral, os problemas e as decisões são muito mais amplos e complexos, sempre envolvendo riscos e incertezas, sob vários pontos de vista: financeiro, econômico, logístico, marketing, ou seja, na forma de gerir os ativos tangíveis e intangíveis da organização. Portanto, o processo de tomada de decisão organiza-se numa inter-relação de várias disciplinas do saber com a ação de priorizar os valores da sociedade na qual os gestores colocam em prática seu conhecimento para obter um resultado otimizado. O processo de decisão numa organização deve ser estruturado e formalmente discutido nos diversos níveis funcionais, com a participação dos colaboradores e, principalmente, de forma consistente e transparente. O mais condizente, na condução de sua estratégia, do ponto de vista das organizações públicas, é conhecer as alternativas possíveis de decisões, ou seja, a organização poderia optar entre as possibilidades apresentadas e escolher, no momento, não a mais fácil, mas a mais adequada para seus objetivos. Dessa forma, o gerenciamento de tomada de decisões deverá contar com profissionais bem formados, que, por meio de técnicas e análises de tomada de decisões, possam apresentar alternativas quando demandados para discussões de soluções viáveis para organização. A questão que se coloca é: O que se entende por gerenciamento de tomada de decisões? De uma forma sucinta, esse gerenciamento é um processo que auxilia direta ou indiretamente na escolha de pelo menos uma das diversas alternativas possíveis do problema levantado. Imaginemos que um gestor público recém-formado escolha trabalhar numa organização pública. Imaginemos, também, que tal instituição possua orçamento escasso. Nessa situação, caberia ao gestor elaborar propostas quanto a alocação dos recursos no que diz respeito a sua eficácia e eficiência. Nesse exemplo, ou em outros, a situação apresentada será um problema a ser resolvido, enquanto as alternativas serão as soluções possíveis. O processo de tomada de decisão apresenta três fases distintas e fundamentais para se obter o que é definido na literatura por racionalidade ótima, que são: reconhecimento: em que se identifica um problema ou uma oportunidade; concepção: em que se estuda os critérios e as alternativas; escolha: fase em que se avalia e se seleciona as melhores alternativas. Na fase de reconhecimento, devemos definir com clareza quais são os objetivos da decisão a ser tomada e os resultados esperados. Um dos problemas da tomada de decisão nas organizações é a falta de comunicação e de clareza dos objetivos a serem alcançados. Nessa fase, é necessário definir quais serão os participantes e a participação desses. Essa é uma fase importante, pois com o problema claramente equacionado e explanado, as demais fases tornam-se mais fáceis para o gerenciamento da tomada de decisão. Na fase de concepção, concentra-se o processo de apresentação de todas as informações necessárias para a análise das alternativas e dos critérios, os quais serão pontuados por ordem de prioridade. Nessa fase, é importante que se busque e se discuta as várias alternativas e critérios que não foram levadas em consideração, bem como se avalie os riscos e benefícios de cada alternativas. Na fase de escolha, é tomada a decisão propriamente dita. Isso se dá, por parte da gestão, com a apresentação de análise fundamentada. Resultando da sua implementação, a reflexão do impacto na estratégia da organização. Processos Decisórios: Aspectos Históricos Começaremos nossa reflexão observando o quanto a compreensão e a busca por entender a melhor opção entre as disponíveis, tanto a nível individual como coletivo, data dos tempos da pré-história, quando os homens consultavam os oráculos paratomarem decisões individuais ou coletivas até processos envolvendo questões heurísticas. Mas o marco teórico para esta disciplina foi o uso do termo "tomada de decisão", estabelecido em 1938, com o trabalho de Chester Barnard. Aula 02 Prezado(a) estudante, bem-vindo a nossa oitava aula. Aqui, nosso objetivo é estudar sobre os aspectos históricos relacionados aos diferentes processos decisórios. Fique atento e boa aula! SAIBA MAIS Não deixe de ler o texto “Uma breve história da tomada de decisão” e saber mais sobre o surgimento da expressão “tomada de decisão”. Acesse o texto clicando aqui. https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/EADG589/nova/documents/texto18U2E589.pdf Na história das organizações, foi com a ciência da Administração que a questão da tomada de decisão apareceu como ramo de estudo. No século XVIII, na Inglaterra, com o surgimento da Revolução Industrial, as organizações que atuavam com grandes empreendimentos foram as primeiras a demandar decisões envolvendo gestores. As indústrias, no final do século XIX, já tinham suas estruturas organizadas por departamentos em um embrião que conhecemos hoje, ou seja, departamentos de produção, vendas, financeiros etc. Os empresários perceberam que suas organizações não poderiam mais ser gerenciadas por habilidades pessoais, fazia-se necessário um gestor profissional e mais ainda havia necessidade de se colocar em prática o planejamento, a execução e o controle das atividades. Para isso, era necessário à compreensão da tomada de decisões. No início do século XX, Frederick Taylor, utilizando-se do método científico chamado hoje de abordagem clássica da administração, sugeriu que os gerentes deveriam estabelecer processos padronizados que permitissem o controle de operações fabris, bem como processos pelos quais os empregados envolvidos na produção deveriam aperfeiçoar suas aptidões para melhoria do desempenho. Revolução Industrial. Fonte: http://tinyurl.com/mewy7qm Em 1950, Henri Fayol lança a base da administração científica com sua ideia de que as funções de o administrador serem de planejamento, onde está a concepção de previsão, que mais tarde se transformaria em tomada de decisão. A chamada escola neoclássica da administração marcou presença na discussão da tomada da decisão, essa escola se diferenciava do princípio estabelecidos por Fayol, o da centralização. Essa escola argumentava que a delegação de responsabilidade era importante como forma de tomada de decisão. Argumentavam que a pulverização de decisão para os níveis mais baixos da organização gerava uma maior rapidez no processo e principalmente deixava os funcionários mais motivados; portanto, isso implicava em uma empresa mais rápida e com melhoria da qualidade daquilo que é decidido para ser ofertado ao consumidor. Em 1954, Peter Drucker lança o termo Administração por Objetivos (APO), que valoriza gerentes e subordinados de acordo com as metas e responsabilidades de cada um e com a necessidade da empresa. Assim, a temática desloca-se das atividades meio – o “como fazer” das escolas de administração anteriores –, para os objetivos e finalidades da organização – o “por que fazer”. Essa nova visão da administração elege critérios para a escolha (decisão) dos objetivos organizacionais. Tais objetivos, normalmente, são: posição competitiva no mercado, inovação dos produtos/serviços, eficiência, qualidade, retorno financeiro, responsabilidade social e satisfação do cliente. Entre outras, a base da APO ressalta a necessidade da tomada de decisão para os objetivos da organização. Henri Fayol. Fonte: http://tinyurl.com/lryced4 Com os estudos de Herbert Simon (1983), em seu livro Comportamento administrativo, o gerenciamento de tomada de decisão assume um caráter racional. Para Simon, há dois tipos de decisões: a estruturada e a não estruturada. A estruturada ocorre quando o gestor que toma a decisão é capaz de determinar os elementos relevantes à decisão ou ter uma base teórica dessa, já as decisões não estruturadas ocorrem quando não é possível descrever os elementos relevantes. Portanto, é com os estudos de Simon que, pela primeira vez, a tomada da decisão será abordada como um processo, considerando a determinação do que se deve fazer (decisão) como sendo o ponto principal da administração. Na sua visão, as escolas de administração anteriores se preocupavam muito com o processo de execução e negligenciavam o processo de decisão. Desse modo, o autor usa a expressão “teoria da decisão” para explicar o comportamento humano nas organizações, como se cada pessoa fosse um sistema de decisões na empresa. Esse autor conceituava a decisão como sendo um processo de análise e escolha entre alternativas disponíveis de cursos de ação que os indivíduos poderiam optar. Os estudos de Simon contribuíram muito para o conceito e utilização da tomada de decisão nas organizações. Novas teorias foram acrescentadas (discutiremos mais adiante), apesar de VÍDEO Não deixe de assistir ao vídeo disponível e aprender mais sobre a importância de Peter Drucker para a Administração moderna. VÍDEO Assista ao vídeo, no qual Herbert Alexander Simon, autor do livro Comportamento Administrativo, fala do processo de tomada de decisão nas organizações e dos limites da racionalidade. muitos gestores que tomam parte nas decisões ainda não se darem conta de que seguem uma teoria que vem sendo discutida e aperfeiçoada a décadas. Caro(a) estudante, o que essa pequena introdução histórica nos mostra é que, atualmente, o processo decisório passou por várias etapas e a concepção de gerenciamento de tomada de decisão nas organizações segue a vertente de um processo coletivo mais amplo, com base na decisão de um conselho ou de um colegiado nomeado, para apresentar as propostas em pauta que irão nortear o planejamento das organizações. Na aula seguinte, nos concentraremos nos aspectos práticos e as técnicas para a melhor tomada de decisão. Procedimentos Para a Tomada de Decisão Prezado(a) estudante, bem-vindo a mais esta aula. Para que possamos prosseguir, é preciso entendermos os conceitos e os critérios na gestão de tomada de decisões. Assim, a questão que se coloca é a seguinte: O que entendemos por decisão? Decisão é o processo de escolha de pelo menos uma entre diferentes alternativas que nos permitem dar resposta a um determinado problema. Nas organizações, as habilidades de seus gestores são vistas quando estes possuem qualidades como liderança, habilidade de negociação, pró-atividade e gerenciamento. Nas organizações, soluções rápidas são demandadas, e, nessa situação, frequentemente a decisão é feita por um grupo que tenha conhecimento do problema, para isso um checklist deve ser elaborado: Qual é realmente o problema que se esta tentando resolver? Ter clareza sobre o problema, mantendo um distanciamento de eventuais envolvimentos emocionais. Coletar todas as informações possíveis relevantes ao problema. Ter um comprometimento ético e moral ante o compromisso. Explicar os critérios adotados. Aula 03 Processar as informações tendo como parâmetro os critérios. Gerar as alternativas viáveis mais amplamente possíveis. Efetuar uma análise dos resultados obtidos e produzir recomendações para cada uma delas. Para essa tarefa, há necessidade de se definir os principais participantes envolvidos na gestão de tomada de decisões e a função que cada um desempenha. São eles: O tomador de decisão: representa o responsável último pela tomada de decisão, poder ser um único elemento, mas aconselha-se que seja por um conjunto de indivíduos envolvidos no processo pertencente a organização. O agente de decisão: formado por um indivíduo ou grupo que direta ou indiretamente estabelece os critérios a serem adotados com base em recomendações éticas e morais. O analista da decisão: um agente que domina as tarefas de gestor e é capaz de analisar, processar e recomendar as alternativas obtidas. Para que o processo seja efetuado com sucesso, é preciso definir as característicasbásicas do profissional que administrará o processo. Essa característica é conhecida pela sigla de CHA, ou seja, Conhecimentos, Habilidades e Atitudes. Essas características devem estar interligadas às necessidades da organização. O gestor encarregado de administrar o processo decisório tem que ter vasto domínio teórico e prático do processo, que normalmente é conhecido como analista de O&M, ou seja, analista de organização e métodos. Portanto, existem técnicas que auxiliam a tomada de decisão chamadas técnicas qualitativas. Estas são estruturadas e têm como parâmetro os critérios de qualidade, diferentemente das técnicas quantitativas que se baseiam em critérios numéricos. Técnica de Brainstorming Também conhecida como tempestade de ideias, é uma técnica utilizada para auxiliar um grupo a criar ou imaginar tantas ideias quanto possível em torno do problema proposto ou de um assunto a ser resolvido. O grupo é geralmente formado por um coordenador e um assistente para cada cinco pessoas, sendo que é indicado no mínimo cinco e no máximo quinze participantes. O grupo ou grupos em torno do assistente têm a possibilidade de oferecer as alternativas mais criativas possíveis, após um tempo determinado de criatividade, os mesmos são orientados a votarem nas mais exequíveis possíveis. Existem duas formas de se utilizar a técnica de brainstorming: Estruturada: em cada grupo, todos os presentes devem dar uma ideia a cada rodada, podendo ser definido no início do processo a possibilidade de “passar” até a próxima rodada, isso para não inibir a espontaneidade da ideia. Não estruturada: os membros do grupo podem dar ideias sem seguir uma ordem de rodada, isso para deixar o grupo mais à vontade em sua criatividade. Veja agora as vantagens e desvantagens de se utilizar a técnica de brainstorming: Vantagens: não pressupõe necessariamente que os membros do grupo sejam especialistas no assunto em pauta. As ideias de todos são levadas em consideração. Desvantagens: se não houver um líder que estimule a participação, haverá com certeza inibição de alguns. Técnica Matriz de Prioridade Também conhecida como matriz de impacto, essa técnica prioriza as alternativas com base em critérios. É utilizada quando se estabelece hierarquia entre as alternativas. Essa técnica exige que os participantes tenham um conhecimento do assunto ou do problema, pois é constituída por um somatório das matrizes. O número de participantes ideal é de cinco a quinze. Vantagem: permite estabelecer prioridade nas alternativas em termos numéricos, buscando eliminar a subjetividade. Permite estabelecer uma prioridade nas alternativas apresentadas. Desvantagem: exige que os participantes tenham um conhecimento antecipado da questão. Com isso, muitos já têm um prejulgamento do assunto. A ordenação numérica das alternativas pode ocasionar uma falta de visão global do contexto a ser debatido. Técnica do Diagrama de Espinha de Peixe Também conhecida como diagrama de Ishikawa, por ter sido desenvolvida pelo professor Kaoru Ishikawa. Essa técnica permite visualizar melhor o contexto do problema ou do assunto, isso porque é construído um diagrama no qual as causas vão sendo cada vez mais discriminadas. Sua utilização é bem simples, pois se baseia na estrutura do esqueleto de um peixe, no qual a estrutura horizontal é o problema a ser tratado e as espinhas são causas ou os efeitos que influenciam no problema. O número ideal de participante é de cinco a quinta. Vantagem: permite uma visualização mais clara das causas do problema em questão, podendo ser agrupados por fatores. Desvantagem: para que a técnica produza em um resultado satisfatório é necessário a presença de pelo menos um especialista no problema ou no assunto e, pelo menos, um seja especialista na técnica. Técnicas Matemáticas de Tomada de Decisão É por meio de modelos matemáticos que se fazem simulações de situações futuras e avaliação da probabilidade de sua ocorrência. As mais utilizadas são: Probabilidade Estatística; Programação Linear; Teoria dos Jogos; Teoria das Filas; Teoria dos Grafos e Pesquisa Operacional. Para a teoria administrativa, a pesquisa operacional é a mais utilizada. Vantagem: permite manipular simultaneamente as complexas situações reais por meio de simplificações da realidade. Desvantagem: essa teoria foca a abordagem quantitativa, ou seja, foca na abordagem matemática. Dessa forma, processos gerenciais e tomada de decisões, são complexos por si só, visto que os seres humanos estão inseridos em um contexto social, tanto familiar como organizacional, e as decisões se confrontam a partir do convívio e são influenciados pelo ambiente e pelo sistema. Todo sistema consiste em um conjunto organizado de partes que se inter-relacionam, trocando energia, recursos, informações internas e externas, em um processo de interdependência mútua. Portanto, as funções do gestor: planejar, organizar, liderar e controlar; estão em estreita relação com assunto desta disciplina, Fundamentos da Administração Pública. Assim, a tomada de decisão pode ser entendida como sinônimo de administrar. VÍDEO O objetivo do vídeo disponível é explicar o que é uma tomada de decisão e sua importância. Não deixe de assisti-lo! VÍDEO Para saber mais, assista ao vídeo, que apresenta uma discussão com Bernt Entschev sobre tomadas de decisão. A Tomada de Decisão no Contexto de Uma Estrutura Organizacional Prezado(a) estudante, iremos abordar a tomada de decisão e sua integração à gestão de processo, além de observarmos os fundamentos, componentes e aspetos gerais, será possível correlacionar os sistemas integrados de gestão da organização na tomada de decisão com o processo gerencial. Boa aula! Aula 04 Fundamentos da Estrutura e dos Processos Organizacionais Prezado(a) estudante, iremos abordar a tomada de decisão e sua integração à gestão de processo, além de observarmos os fundamentos, componentes e aspetos gerais, será possível correlacionar os sistemas integrados de gestão da organização na tomada de decisão com o processo gerencial. Anteriormente, vimos que a maneira empírica de tomada de decisão não atende às necessidades das organizações atuais, principalmente pela sua complexidade e pela quantidade de informações disponíveis em um mundo globalizado. Os gestores constantemente se deparam com um volume contínuo e crescente de informações e, muitas vezes, essas informações não são portadoras de conhecimentos úteis para as decisões gerenciais mais complexas. Portanto, o processo de tomada de decisão organizacional se apresenta para os gestores como a essência das habilidades gerenciais, visto que esses têm de decidir em um curto espaço de tempo e optarem pela escolha da melhor alternativa possível, sendo dado o contexto e o problema a ser solucionado. Sabemos que os gestores são demandados a tomarem decisões em sua maior parte envolvendo questões econômicas e financeiras, ou seja, a base da decisão são estritamente elementos quantitativos representados por valores monetários. Nesse sentido, a estrutura organizacional deve ser vista como um instrumento gerencial resultante da identificação, análise, ordenação e agrupamento das atividades e dos recursos das organizações, que em nossa unidade deverá também estabelecer e utilizar os níveis dos processos decisórios, visando ao alcance dos objetivos estabelecidos pelos gestores das organizações. Uma estrutura organizacional, atualmente, se apresenta bastante dinâmica, principalmente quando são considerados seus aspectos informais, provenientes da caracterização dos processos utilizados e da demanda rápida por resultados, bem como da formação do seu quadro de colaboradores que são responsáveis pelo seu esquema de funcionamento. O papel do gestor na tomada de decisão está intrinsecamente ligado à estrutura da organização sendo que esse deve assumir responsabilidades envolvendo o ambiente externo e interno da organização e deve propor um equilíbrio dinâmico com eficiência e eficácia. De acordocom Maximiano (2007) a função do gestor abrange três responsabilidades principais: 1. Desenvolver e manter um sistema de comunicação com a organização informal, como estratégia para possibilitar a eficácia da organização formal. 2. Promover a formação e manutenção de um sistema de recursos humanos, incluindo a motivação das pessoas, por meio de incentivo eficazes. 3. Formular e definir os propósitos, objetivos e fins da organização, o que inclui a doutrinação dos funcionários operacionais com os propósitos gerais e as grandes decisões, de modo que eles permaneçam coesos e capazes de tomar as decisões finais, que são detalhadas, de maneira coerente. (MAXIMINIANO, 2007, p. 98) As situações de decisão, bem como as incertezas daí resultantes e que são apresentadas aos gestores e às organizações, também passam por mudanças e se atualizam com o tempo. Desse modo, o planejamento da tomada de decisão deve também se atualizar e se atualiza, já que, hoje, muitas instituições já adotam um paradigma pós-moderno (descentralizador) em oposição ao moderno (centralizador). Modelo ou padrão de como as coisas devem ser feitas. Fonte: Adaptado de Moraes (2001, p. 35) Portanto, o processo no qual o gestor está envolvido constantemente é o de tomada de decisão que pode ocorrer em situações de certezas ou incertezas. As primeiras, são aquelas em que existe maior probabilidade de se exercer o controle de suas variáveis e influenciar as decisões, pois estão ligadas ao ambiente interno da organização, não esquecendo que mesmo estas estão sujeitas às variáveis não controladas. As segundas, por outro lado, são caracterizadas pela ausência, quase que completa, do controle das variáveis, geralmente estão ligadas ao ambiente externo da organização. Planejamento e Tomada de Decisão Organização Modernidade Organização Pós- Modernidade Tarefa exclusiva dos gerentes (centralização) Planos táticos detalhados Colaboração da equipe (descentralização) Planos conjuntos SAIBA MAIS Não deixe de ler o texto indicado, disponível no acervo da disciplina e acessando o link a seguir: “Tomada de decisão, do modelo racional ao comportamental: uma síntese teórica” https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/EADG589/nova/documents/Texto5U2E589.pdf As organizações podem ser vistas como um conjunto integrado de centros de decisão com níveis e hierarquias distintos, onde devem ser levadas em consideração as situações de certezas e incertezas. Para se ter uma ideia do processo decisório dentro da organização, basta imaginar a estrutura organizacional e seus vários departamentos, cada qual com autonomia relativa, que vai de um extremo de tomada de decisão rotineira (estruturadas) ao outro, de tomada de decisão não rotineira (não estruturada). Para Dubrin (1998) DUBRIN, A. J. Princípios de Administração. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1998. a tomada de decisão seria a escolha de uma entre as várias alternativas, seria também um importante componente do planejamento necessário à função do gestor. Sob circunstâncias ideais, a administração de alto nível se preocupa quase que exclusivamente com decisões não-rotineiras, e a administração de nível inferior lida com as rotineiras. Na verdade, os executivos tomam decisões pequenas e programadas, além das não-programadas. Alguns altos executivos assinam relatórios de despesas e respondem a correspondência de rotina, por exemplo. Os administradores dos níveis médio e inferior geralmente tomam decisão tanto de rotina quanto não-rotineiras, e os administradores de nível operacional tomam uma proporção maior de decisões de rotina. Uma organização bem administrada estimula todos os gerentes a delegarem o máximo de decisões não programadas. (DUBRIN, 1998, p. 79, grifo nosso.) Principais Tipos de Estruturas Organizacionais: Melhorando a Tomada de Decisão Nível Hierárquico Gerencial Nível Hierárquico não Gerencial Decisões não rotineiras Decisões rotineiras (não estruturada) (estruturada) Decisões não programadas Decisões programadas Maior grau de incerteza Menor grau de incerteza Para que o gestor possa se pautar em situações ambíguas e complexas na tomada de decisão, ele deve ter uma visão geral da organização e entender quais os componentes disponíveis no momento. Isso porque as decisões devem ser eficientes ante os dados fornecidos e consistentes, uma vez que, na maioria dos casos, o gestor estará sobre pressão. Portanto, o papel dos gestores na tomada de decisão é administrativo, e eles necessitam planejar, organizar, liderar e controlar o processo. Nesse sentido, gerenciar é decidir constantemente em um quadro de incerteza. A tarefa de administrar é incerta e desafiadora, pois lida com mudanças, inovações e transformações rápidas e situações ambíguas, além de problemas cada vez mais diferentes e complexos. Eventos externos e internos as organizações fornecem informações contraditórias que dificultam o diagnostico para solução de problemas, tais como: exigências diferentes da sociedade, dos clientes e dos fornecedores, desafios dos concorrentes e expectativas da alta administração e dos acionistas. (MORAES, 2001, p. 16). Nesse sentido, os gestores necessitam compreender melhor a estrutura organizacional e trabalhar com os conflitos materiais e de valores, devendo alcançar entendimento e objetividade na utilização da função da organização. Isso é feito a fim de propor soluções às disputas organizacionais, tanto interna como externa, e tendo em vista que, devido à diferença de opiniões que se apresentam, o gestor deverá criar soluções agindo com ética e responsabilidade. A figura abaixo ilustra a função do gestor e possíveis decisões a serem tomadas. Fonte: Adaptado de Maximiano (2007, p. 5) Acrescenta-se à função do gestor a preocupação com os objetivos que se quer atingir. Essa forma de pensar aparece em Drucker (1998), quando o autor discute o conceito de Administração por Objetivos (APO), que valoriza as metas e responsabilidades que os gestores e subordinados devem assumir de acordo com a estrutura organizacional. Com a gestão assumindo o conceito de APO, os gestores incorporam a questão do planejamento estratégico, que na sua estrutura organizacional deve ser tratada como uma questão de tomada de decisão, sendo composta, nos objetivos organizacionais, pelas análises externa (ambiente da organização) e interna (matriz de oportunidades), que analisam as ameaças e as forças que servirão de base para a formulação das alternativas a serem consideras no processo decisório. (DUBRIN, 1998). Funções do Gestor Possíveis Decisões Planejar Quais as estratégias da Organização. Quais os objetivos a longo e a curto prazo da Organização. Organizar Quais os colaboradores que deverão responder ao processo. Qual o grau de centralidade e quais os departamentos envolvidos. Quando a organização poderá e deverá implantar as decisões. Liderar Como motivar os colaboradores. Como não afetar a produtividade dos colaboradores ante novos desafios. Qual o momento correto para estimular os colaboradores. Controlar Quais as atividades que necessitam maior controle na organização. Quais os mecanismos de controle para as atividades. Quais as informações gerenciais deverão estar disponíveis. Aspectos Gerais Sobre a Tomada de Decisão e Sua In�uência Sobre os Processos Organizacionais O gestor deve fazer clara distinção entre resolução de problema e tomada de decisão, embora a resolução de problema e a tomada de decisão possam ser consideradas um processo ordenado. No entanto, nem sempre a solução efetiva é produto de um processo ordenado ou de decisão, mas sim somente a resolução de um problema. Os gestores tomam melhores decisões quando encaram problemas complexos. O propósito da tomada de decisão é buscar uma alternativa entre as várias propostas, ou seja, uma solução para vários problemas. Portanto, há necessidade de se analisar os problemas antes da tomada de decisão, pois o propósito final da tomada de decisão é impulsionara organização e trazer soluções para que ela atinja seus objetivos estabelecidos ou propostos. Conforme Santos e Wagner (2008), os gestores sempre vão se encontrar em situações difíceis para a tomada de decisão, porém deverão levar em conta os fatores organizacionais que influenciam as decisões. Em relação ao modelo administrativo de tomada de decisão, Daft (1997) descreve como os gerentes atualmente tomam decisões em situações difíceis, como aquelas caracterizadas como decisões não-programadas, de incerteza e de ambiguidade. Este modelo se apoia nas diferentes suposições do modelo clássico e focaliza os fatores da organização que influenciam as decisões individuais. É mais realista do que o modelo clássico para decisões complexas e não-programadas. De acordo com o modelo administrativo: 1. As metas de decisão são frequentemente vagas, conflitantes, e não há consenso entre os gerentes. Os gerentes frequentemente não estão a par dos problemas e oportunidades que existem na organização. 2. Os procedimentos racionais não são usados sempre e, quando são, estão restritos a uma visão simplista do problema que não capta a complexidade real dos eventos organizacionais. 3. A busca dos gerentes por alternativas é limitada por causa das restrições de pessoas, de informações e de recursos. 4. A maioria dos gerentes acomoda-se com uma solução satisfatória em vez maximizar as soluções. Isso se deve em parte porque eles têm informação limitada e também porque têm somente um critério vago do que constitui maximizar uma solução. (SANTOS; WAGNER, 2008) Sistemas Integrados de Gestão na Tomada de Decisão Como foi visto anteriormente, há vários modelos ou técnicas de tomada de decisão, que vão depender do gestor ou das características das alternativas. Entretanto, o que irá pesar mais sobre essa escolha serão as influências sobre a tomada de decisão, uma vez que cada gestor tem uma habilidade em particular, já que cada um, em sua individualidade, levará em consideração os fatores que influenciam a decisão que é visualizada. Veja alguns fatores que influenciam sobre a tomada de decisão do gestor. (DUBRIN, 1998, p. 83). Crise: pode ser individual, sendo originada por fatores de estresse no ambiente de trabalho, ou pode ser organizacional, por exemplo, quando a organização não pode oferecer o produto ou serviço adequadamente, uma crise financeira que atinja a organização, ou a falta de colaboradores que possuam conhecimento necessário para lidar com o problema. Intuição: a intuição pode ser definida como o conhecimento e a habilidade de um gestor baseado em sua experiência de vida na qual o mesmo utiliza de ponderações inconsciente e geralmente automáticas. Aula 05 Prezado(a) estudante, nesta aula, estudaremos os sistemas integrados de gestão na tomada de decisão. Fique atento aos conteúdos estudados anteriormente. Eles servem de pré-requisito para os novos conteúdos que serão estudados aqui. Boa aula! Personalidade e inteligência: são características dos gestores que durante a tomada de decisão influenciam na obtenção de propostas efetivas ao problema proposto. A personalidade pode ser entendida como mais conservador ou mais de vanguarda, mais otimista ou mais pessimista. A inteligência pode ser entendida como o comportamento que alguns classificam como inteligência emocional, que se concretiza no fator liderança ao se transmitir bem o foco do problema e das tarefas. Qualidade e acessibilidade da informação: o tomador de decisão deve ter claro que há uma diferença entre dados e informação, por isso o gestor deve estar capacitado para distinguir uma da outra. A acessibilidade pode ser caracterizada pelo grau de rapidez em que o gestor acessa as informações de qualidade que fazem parte da solução do problema proposto, por exemplo, onde fazer a pesquisa e obter as informações relevantes de forma rápida que possam direcionar a organização frente aos concorrentes. Considerações políticas: de maneira geral, as decisões organizacionais são tomadas com base no mérito e nos objetivos, porém muitas decisões são tomadas tendo em consideração o parâmetro político. Isso diz respeito não somente à gestão pública, mas também à gestão empresarial. Por exemplo, na gestão pública: onde alocar primeiro a distribuição de medicamento, sendo que toda a população deve ser atendida, mas por falta de estoque há que se dar prioridade a certo tipo da população. Na gestão privada: qual o local de distribuição do produto sem atender a interesses particulares. Nível de incerteza: para visualizar o nível de incerteza, o gestor deve levar em consideração que todas tomadas de decisões têm três categorias; certeza, risco, incerteza. Antes de analisar o problema o tomador de decisão deverá fazer uma análise a fim de avaliar em qual categoria citada a informação se enquadra. Portanto, o gestor deverá analisar com detalhes todas as características apresentadas. Valores: em última instância, todas as decisões são baseadas em valores e esses fazem parte das características de cada gestor, portanto é importante que os gestores cada vez mais tenham consciência dos valores éticos, sociais, ambientais e morais. Em uma sociedade como a nossa, onde muitos valores deixaram de ser respeitados, uma retomada desses e dos seus significados levariam a uma sociedade mais justa e igualitária e com menos desigualdade. Portanto, faz parte dos elementos na tomada de decisão os valores de um. Procrastinação: é um termo empregado para caracterizar o tomador de decisão que se deixa levar pelo adiamento, pela inércia ou pela busca de informações que delongam na tomada de decisão. Por exemplo, o gestor interromper a tomada de uma decisão importante durante a reunião para requisitar ou exigir que café e água sejam servidos. O processo de tomada de decisão envolve a estrutura organizacional e a formação do gestor. A percepção de fatores subjetivos, decorrente deste e externos àquela, apontam para um processo gerencial mais dinâmico, com ações mais flexíveis e que conta com a participação de colaboradores, de onde se obtém o consenso nas decisões como resultado de uma gestão descentralizada. Conforme Etzioni (2001), em seu artigo “A Tomada de Decisões Ponderadas”, argumenta que atualmente é necessária outra visão da tomada de decisão, que possa quebrar paradigmas, levando em considerações não somente as grandes tendências, mas também os menores detalhes de influenciam o problema. Todas as unidades da organização devem fazer parte do processo e de decisão em conjunto. A antiga maneira de se tomarem decisões não atende às necessidades de um mundo com tamanho volume de informações e tão pouco tempo. A assim chamada tomada de decisão racional, que já foi a ideal, demanda um entendimento completo de todas as facetas de um problema, o que é quase impossível nos dias de hoje. Um dos mais recentes modelos de tomada de decisão, o incrementalismo, desencoraja a compreensão e, ao contrário, concentra-se nas menores unidades de mudança possível – sem nenhuma intenção de ser um projeto grandioso. ETZIONI, 2001 p. 47) Com isso podemos perceber que a decisão tomada de forma mais flexível e descentralizada, da qual tomaram parte a maioria dos gestores, tenderá a oferecer uma melhor resposta, já que valores e intuições são somados para se chegar a uma solução objetiva. Nas organizações com gestões mais modernas, as decisões são tomadas com base no conjunto de indivíduos, como em colegiados, assembleias ou reunião de conselheiros. Dado o exposto, a integração do processo de decisão deve ser levada de forma sistêmica. De maneira geral, podemos dizer que o processo de tomada de decisão é uma atividade coordenada, com os objetivos e metas organizacionais e que envolve as pessoas, os procedimentos e a tecnologia. Dessa forma, a integração do processo deve incluir não somente as tarefas a serem executadas, mas também as decisões que devem ser tomadas quanto ao número de colaboradores envolvidos, a distribuiçãodas tarefas entre eles (respeitando suas capacidades), a tecnologia empregada e a análise dos indicadores de eficiência e os resultados esperados, a fim de se alcançar os objetivos organizacionais. Para Hammond, Keeney e Raiffa (2004) o problema esta colocado nos objetivos a serem alcançados e coloca: Porque são os objetivos importantes? Eles formam a base de avaliação para as alternativas existentes. São, em outras palavras, seus critérios de decisão. Ao identificar os objetivos, evita-se tomar uma decisão irrefletida – a que, por exemplo, considera as implicações financeiras, mas esquece a satisfação pessoal. Além disso, dispor de um conjunto de objetivos pode ajudá-lo a elaborar novas e melhores alternativas, examinando além das escolhas imediatamente perceptíveis. (HAMMOND; KEENEY; RAIFFA, 2004, p. 39) Portanto, as atividades essenciais da organização – atividades críticas para alcançar os objetivos da empresa – podem ser vistas como processos que envolvem um conjunto de atividades operacionais envolvendo diversos níveis organizacionais, utilizando as melhores práticas da organização. Ou seja, são processos que devem ser executados para cumprir o papel da organização e este deve estar integrado com o processo de tomada de decisão, pois a organização que conseguir integrar melhor esses dois fatores irá se posicionar de maneira mais eficiente ante a demanda da sociedade. Nesse sentido, podemos afirmar que a questão essencial na tomada de decisão é a sua interação como a estrutura organizacional. A organização nessa perspectiva deve ser vista como uma entidade dinâmica, em que seus fatores e componentes se integram na configuração das relações entre gestores, possibilitando que as decisões sejam apresentadas como fluxos que identificam e apreendem não somente o processo, mas também o produto. A gestão de tomada de decisão implica em um conhecimento prévio das condições básicas da organização e de seu ambiente (interno e externo), bem como uma avaliação das consequências advindas das decisões tomadas em uma primeira etapa, visando dar resultado a sua estratégia. Na prática, trata-se de um modelo de difícil gestão, principalmente, pelo aspecto dinâmico do mercado, mas o gestor qualificado tem condições de trabalhar com o maior número de informações possíveis. Racionalizando os Processos de Decisão Prezado(a) estudante, a partir desta aula, iremos abordar as questões de metodologia e as ferramentas para gestão do processo decisório nas organizações, principalmente no contexto da administração pública. Boa aula! O gerenciamento de uma organização, principalmente no século XXI, aporta uma série de fatos novos, como a globalização, a competitividade mundial, a mudança de paradigma tecnológico, a utilização ampliada da tecnologia da informação, as questões de responsabilidades sociais e ambientais, entre outras. Assim, a atividade de gerenciamento vem requerendo de seus gestores uma maior habilidade e conhecimento das estruturas e dos modelos de tomada de decisão como ferramenta estratégica. Isso significa que, no âmbito organizacional, as decisões constituem o núcleo de responsabilidade dos gestores públicos, cabendo aos mesmos selecionar entre as várias alternativas a ação que lhe pareça mais adequada no momento frente à complexidade e a dinâmica dos fatores interno e externo nas organizações. Aula 06 Metodologias de Racionalização de Processos Decisórios: Identi�cação do Processo Nesse sentido, podemos compreender a tomada de decisão como um processo que busca contextualizar a organização em um cenário de longo prazo. Isso demanda dos gestores uma antecipação necessária à preparação da organização para novas situações; logo, esse gestor deverá estar aberto, contando com um bom número de participantes proativos. Assim, devemos considerar os objetivos estabelecidos pela organização, que devem guiar o processo decisório da amplitude das alternativas à análise da escolha da opção final. Devemos ter em mente que, se o gestor perceber que o processo decisório está sendo obstruído ou desviando do seu curso planejando, este deve voltar a reanalisar os objetivos. Na visão de Hammond, Keeney e Raiffa, (2004, p. 45), é no processo de decisão que os objetivos devem ser bem definidos e claros, pois os mesmos auxiliam em: quais as informações devem ser obtidas; justificar a decisão perante a equipe de gestores e estabelecer a importância de uma escolha, do tempo e do esforço dedicado à tarefa. A Tomada de Decisão e as TICs Dessa maneira, a utilização de tecnologias avançadas, sejam elas software ou tecnologias de informação (TICs), servirão de suporte para o gerenciamento. Contudo, não deve ser deixado de lado o grau de conhecimento e as experiências dos gestores, ou seja, no contexto atual o gerenciamento do conhecimento é um agregador de valor estratégico para as organizações. Senge (1998, p. 56) “cada vez mais, as organizações bem-sucedidas estão conseguindo vantagens competitiva com a criação e a troca contínua de novos conhecimentos”. A decisão de utilizar as TICs em gerenciamento na tomada de decisão tem sido, nas ultimas décadas, alvo de grande discussão por parte dos gestores, principalmente pela dificuldade de quantificar os benefícios advindos dessa técnica. No entanto, os gestores concordam que nenhuma forma de utilização das TICs será satisfatória e atenderá às expectativas das organizações sem haver um alinhamento com as novas técnicas de gestão no processo decisório. As organizações têm uma grande necessidade de tomada de decisão com informações controladas e planejadas, pois é preciso que todos os envolvidos na organização possam ter conhecimento e lidar com dados mais próximos possíveis da realidade. Isso implica na utilização de indicadores de desempenho, que são um conjunto de informações capazes de favorecer as atividades organizacionais e assegurar um sistema de mensuração de desempenho. Se houver uma ausência desse sistema, o desempenho global das organizações pode estar afetado em sua estratégia. O tratamento analítico das informações é tão crucial quanto a própria qualidade das informações. Estas devem ser detalhadas, escolhidas e comunicadas para o grupo envolvido, pois a finalidade de ter acesso às informações é agregar valor ao processo decisório. O sucesso da tomada de decisão em uma organização depende da disponibilidade da informação ótima, ou seja, informação certa, no tempo certo, lugar certo e na forma desejada. Assim, a informação deve ter as seguintes características para servir de base para a tomada de decisão: deve ser completa: todos os fatos relevantes devem estar contidos nela; deve ser econômica: o custo para obtê-la deve ser relativamente econômico (o gestor deve analisar sempre o custo/benefício do valor da informação em relação a sua produção); deve ser precisa: não deve conter erros (a informação se torna imprecisa por causa de dados incorretos ou vagos no processo de transformação); idealmente flexível: possa ser utilizada em outras situações; deve ser confiável: a fonte e o método de coleta de dados devem ser confiáveis para que a informação também o seja; deve ser relevante: não basta obter-se informação, ela deve ser útil e importante; deve ser obtida em tempo hábil; deve ser validada: checada para garantir a sua confiabilidade. As informações que a organização opera para tomada de decisão devem estar, de preferência, totalmente integradas. Essa integração deverá ser utilizada por meio de software de tecnologia da informação (TI), que possibilita a todos os agentes envolvidos o acesso aos dados mais recentes da organização. Lembramos que até os melhores softwares estão sujeitos a falhas: é aqui que o gestor/decisor dever estar atento para corrigi-las. Segundo Shimizu (2001), os sistemas de informações englobam: Levantamento de Informações Para a Melhor Tomada de Decisão 1. sistemas de apoio à decisão; 2. sistemas de informação gerencial; 3. sistemas especialistas; 4. sistemas de apoio à decisão emgrupo; 5. sistemas de informação para executivos; e 6. sistemas especialistas para suporte. As informações nos dão base para dissipar as incertezas que, por ventura, possam surgir no processo de tomada de decisão. Assim, evitamos o surgimento de dúvidas. O decisor deve levar em conta que – mesmo com todas as informações disponibilizadas em tempo real, ou seja, controladas e planejadas, por exemplo, por softwares baseados em TI – ainda estará sujeito a algum erro de julgamento. Portanto, a tomada de decisão terá sempre que contar com o discernimento do gestor para a decisão final. Cabe ao decisor assegurar que as decisões tomadas serão precisas e que as alternativas e propostas e recomendadas serão as que mais estão adequadas à estratégia da organização. Dessa forma, a interatividade entre o software e decisor proporcionará uma maior transparência nas decisões tomadas. O decisor deverá responder à seguinte pergunta, segundo Shimizu (2001), “What-If?”, ou seja, “O que aconteceria com a decisão escolhida, se o panorama ou as condições fossem outras?”. Em geral, o decisor deve levar para análise as decisões que precisam ser tomadas para um objetivo específico da organização. E, se não forem bem analisadas todas as alternativas, o resultado poderá trazer consequências mais complexas para a organização. Dessa forma, todo o processo decisório deverá ser mensurado com parâmetros estabelecidos pelos gestores. capa2 capa-modelo1 Aula 2-1 Aula 2-2 Aula 2-3 Aula 2-4 Aula 2-5 Aula 2-6
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