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Unidade 02 Sistema Tributário e a Responsabilidade Fiscal Orçamentos e Finanças Públicas Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria ÁDRIA OLIVEIRA SANTOS MACIEL AUTORIA Ádria Oliveira Santos Maciel Sou formada em Licenciatura em Química com mestrado em Educação em Ciências. Possuo experiência na área de docência há pelo menos 5 anos. Sou apaixonada pelo que faço e adoro auxiliar, com minha experiência de vida, aqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Lei de Responsabilidade Fiscal .............................................................12 Aspectos gerais da Lei de Responsabilidade Fiscal ............................................. 12 Antecipação de receita orçamentária .............................................................................. 14 Despesas com pessoal ............................................................................................................... 15 Relatório Resumido da Execução Orçamentária ..................................................... 16 Relatório de Gestão fiscal.......................................................................................................... 17 Limitação de empenho ............................................................................................................... 19 Orçamento: receita e despesa ............................................................. 22 Sistemas orçamentários ............................................................................................................22 Receita orçamentária ...................................................................................................................24 Etapas da receita orçamentária ............................................................................................27 Procedimentos contábeis orçamentários .....................................................................28 Deduções da receita orçamentária ................................................................28 Receita orçamentária por baixa de dívida ativa inscrita ..................29 Tributação e gasto público......................................................................32 Sistema tributário nacional .......................................................................................................33 Princípios gerais ............................................................................................................35 Código Tributário Nacional ................................................................................... 36 Limitações no poder de tributar .......................................................................................... 39 Reforma tributária .......................................................................................................................... 39 Tipificação das despesas e a máquina pública ............................. 42 Categorias econômicas ..............................................................................................................42 Natureza da despesa ...................................................................................................................44 Classificação orçamentária ..................................................................................................... 46 Estágios de execução da despesa .....................................................................................47 Tipos de empenho ..................................................................................................... 48 9 UNIDADE 02 Orçamentos e Finanças Públicas 10 INTRODUÇÃO Você sabia que a área da Administração Pública apresenta diversas nuances interessantes que estão bem presentes em seu cotidiano? Você já deve ter assistido a muitas informações no noticiário apresentando, por exemplo, a importância da transparência pública e de outros tantos assuntos inerentes ao orçamento e às finanças públicas. Apesar de nem sempre ser totalmente esclarecido, toda a população deveria conhecer todos os encaminhamentos e decisões tomadas pelo Estado em suas mais diversas esferas, sobretudo no que se refere às finanças, uma vez que a base das receitas provém da população. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva, você vai mergulhar nesse universo! Orçamentos e Finanças Públicas 11 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Interpretar e aplicar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). 2. Discernir sobre os conceitos de receita e despesa, estabelecendo relações com os sistemas orçamentários. 3. Compreender o sistema tributário brasileiro, bem como sua relação com a política fiscal, atividade econômica e finanças públicas. 4. Tipificar as despesas no âmbito da gestão orçamentária pública. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Orçamentos e Finanças Públicas 12 Lei de Responsabilidade Fiscal OBJETIVO: Caro estudante, ao longo deste novo capítulo, você estudará sobre os fundamentos da Administração Pública. A partir desse conhecimento, você será capaz de compreender, de forma contextualizada, a importância e a necessidade de aplicações da Lei de Responsabilidade Fiscal para o âmbito da Administração Pública, momento em que faremos considerações relevantes sobre os limites estabelecidos pela referida Lei. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Então vamos lá. Avante! Aspectos gerais da Lei de Responsabilidade Fiscal Inicialmente, é importante que você compreenda que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é muito importante para garantir que o país possua condições mínimas necessárias para ser considerado sustentável em seus aspectos financeiros e orçamentários. Para isso, é importante estabelecer alguns limites de gastos e dívidas, por exemplo. SAIBA MAIS: A Lei de Responsabilidade Fiscal trata-se da Lei complementar nº 101 de 4 de maio de 2000 e, por meio dela, são estabelecidas normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. Durante o nosso estudo, faremos menção a alguns trechos dessa lei. Portanto, sugerimos que você comece a se familiarizar com ela. Acesse-a aqui. É muito comum que as pessoas adquiram algumas dívidas ao longo de suas vidas, principalmente por meio de empréstimos. Algumas delas são importantes para a aquisição de bens e serviços dos maisvariados Orçamentos e Finanças Públicas http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm 13 tipos. Porém é importante haver uma limitação a fim de que essa dívida não seja tão grande a ponto de que uma pessoa não seja capaz de pagá- la. Por isso, muitas pessoas optam pela utilização de tabelas e anotações diversas para garantir essa organização. A dívida jamais pode ser tão grande a ponto de se tornar uma algema. Figura 1 – Algema da dívida Fonte: Pixabay. No caso do Estado, deve ser seguida essa mesma linha de pensamento: é possível e, por vezes, necessário que algumas dívidas sejam contraídas durante um exercício. Mas esse endividamento é saudável e sustentável? Outro aspecto importante deve ser a organização a longo prazo. De nada adianta um controle que, depois de algumas décadas, pode fazer com que essa dívida reapareça de maneira descontrolada, tornando-a insustentável. Por isso, a trajetória em si precisa também ser sustentável. É nesse sentido que a LRF busca estabelecer critérios para que isso não aconteça, acompanhando o crescimento de receitas e despesas, para ser formada a meta fiscal. É a relação entre a quantidade de receitas e despesas primárias e o estabelecimento da diferença (déficit e superávit) tolerável para a garantia dessa sustentabilidade. Esse valor é aprovado no Congresso Nacional. Caso as receitas sejam menores do que o planejado e os gastos sejam maiores, devem-se realizar modificações nos déficits (com aprovação no Congresso Nacional), a fim de garantir que os serviços básicos para a população não fiquem comprometidos. Orçamentos e Finanças Públicas 14 Conforme temos visto, o principal objetivo da LRF é promover o equilíbrio do orçamento público, mas não é só isso: por meio da LRF, será necessário garantir o acompanhamento das metas bimestrais, tanto de arrecadação como de gastos. Antecipação de receita orçamentária A antecipação de receita orçamentária (ARO) trata-se de uma operação de crédito e faz parte do que se chama de dívida flutuante ou débito de tesouraria. Mas quando será necessária a utilização da ARO? Quando os recursos disponíveis em caixa forem considerados insuficientes. Trata-se, portanto, de uma espécie de empréstimo. No entanto, este só poderá ser utilizado em condições e situações bem específicas. Figura 2 - Contratação Fonte: Pixabay. A seguir, veremos alguns requisitos para a contratação de uma ARO: a. Quando houver insuficiência de caixa. b. Limitação de datas para contratar e liquidar: a contratação só poderá ocorrer a partir de 10 de janeiro e deverá ser liquidada até 10 de dezembro do mesmo ano. Orçamentos e Finanças Públicas 15 c. Não poderá ocorrer no último ano do mandado Executivo: o chefe do Poder Executivo é o único agente que poderá contratar a ARO em nome de um ente. d. Uma nova ARO só poderá ser contratada caso a anterior esteja liquidada. e. Não poderão ser utilizadas taxas pós-fixadas, apenas pré-fixadas (firmadas antes do contrato, a partir de juros estabelecidos pelo banco) e indexadas (associadas a algum índice oficial utilizado no Brasil, tal como a taxa SELIC, por exemplo). f. Custos adicionais: não será permitida a adição de possíveis custos no empréstimo, além do próprio valor e das respectivas taxas de juros. Despesas com pessoal Antes de iniciarmos o estudo desta seção, cabe a definição do que seriam essas despesas com pessoal. Para isso, utilizamos como auxílio o excerto do art. 18 da LRF, que retrata o seguinte: Para os efeitos desta Lei Complementar, entende- se como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência. (BRASIL, 2000) Em outras palavras, as despesas com pessoal são aquelas relacionadas aos servidores, incluindo os inativos, ativos e pensionistas, bem como militares e cargos eletivos. De acordo com o art. 20 da LRF, define-se um percentual de cada órgão ou Poder a ser destinado para despesas com pessoal. Esse percentual é baseado na receita líquida da Administração Pública. Orçamentos e Finanças Públicas 16 É bastante comum alguns servidores públicos se manifestando em busca de repasses de aumentos salariais e demais demandas. No entanto, para que isso ocorra, esse aumento deve estar previamente planejado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e deve haver dotação orçamentária para que essa demanda seja atendida. Exatamente por isso, para a execução de tais despesas, são estabelecidos limites: • União: 50%. • Estados: 60%. • Municípios: 60%. Relatório Resumido da Execução Orçamentária O Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO), trata- se de um documento cuja previsão está nos arts. 52 e 53 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Esse é um documento que deve ser publicado a cada 30 dias após cada bimestre. Serão responsáveis pelo relatório todos os Poderes e o Ministério Público, e ele será composto pelas seguintes informações: • Balanço orçamentário, identificando detalhadamente receitas e despesas. • Demonstrativo da execução. • Acompanharão o RROE os seguintes demonstrativos: • Apuração da receita corrente líquida. • Receitas e despesas previdenciárias. • Resultados nominal e primário. • Despesas com juros. Orçamentos e Finanças Públicas 17 Relatório de Gestão fiscal O Relatório da Gestão Fiscal (RGF) trata-se de um documento que encontra-se previsto no art. 54 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Esse relatório deverá ser publicado ao final de cada quadrimestre e será emitido pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além dos órgãos assemelhados pela LRF, tais como o Ministério Público, Tribunal de Contas, entre outros. IMPORTANTE: De acordo com a LRF, em caso de municípios cuja população seja inferior a 50 mil habitantes, existirá a possibilidade de o Relatório de Gestão Fiscal ser publicado semestralmente. São obrigados a emitir o Relatório de Gestão Fiscal: União, estados, Distrito Federal e municípios, e ele será assinado pelos seguintes responsáveis: a. Poder Executivo: chefe do Poder Executivo. b. Poder Legislativo: presidente e demais membros da mesa diretora ou órgão decisório equivalente. c. Poder Judiciário: presidente de tribunal e demais membros do conselho de administração ou órgão decisório equivalente. d. Ministério Público: chefe do Ministério Público, da União e dos estados. O gestor possui um prazo de 30 dias após o término do quadrimestre para publicar o respectivo relatório correspondente. Geralmente, quando esse prazo não é respeitado, haverá a incidência de uma penalidade por meio de multa. Além disso, é possível que o ente fique impedido de receber transferências voluntárias, além de realizar contratação de operações de crédito. Orçamentos e Finanças Públicas 18 SAIBA MAIS: O Relatório de Gestão Fiscal (RGF) é um documento público e que deve ser de fácil acesso à população para garantir a transparência das informações. Assim, fica permitido aos gestores, controladores e sociedade em geral o acompanhamento da gestão das despesas públicas. Para que você possa visualizar como esses documentos são apresentados, sugerimos que acesse o site. Nele, estão disponíveis os RGF desde o ano de 2002. Disponível aqui. O RGF apresenta um conjunto de informações, as quais se encontram previstas no art. 55. Conforme estudamos anteriormente, a LRF aponta alguns limites de despesas em geral. Assim, nesse documento de relatório,o objetivo é realizar um comparativo entre o que foi estabelecido na respectiva LRF e o montante executado. Para isso, são avaliados e comparados os seguintes aspectos: • Despesas de pessoal. • Limites das dívidas consolidadas imobiliárias. • Concessão de garantias e contragarantias. • Operações de crédito. Para os casos em que, após o relatório, seja evidenciado que o valor excede o proposto na LRF, devem ser tomadas medidas que possibilitem a correção a fim de que esses valores sejam reduzidos. No próprio relatório, serão indicadas as medidas caso esses limites estabelecidos sejam ultrapassados. No último quadrimestre, o relatório elaborado terá uma abordagem diferenciada, uma vez que deverá apresentar um demonstrativo que apresente: • A disponibilidade de caixa em 31 de dezembro. • Inscrição em restos a pagar. Orçamentos e Finanças Públicas https://www.gov.br/cgu/pt-br/assuntos/auditoria-e-fiscalizacao/avaliacao-da-gestao-dos-administradores/relatorio-de-gestao-fiscal 19 SAIBA MAIS: Acerca da inscrição em restos a pagar, apesar de haver uma definição na própria LRF, a partir do Decreto nº 9.428 de 28 de junho de 2018. Caso você tenha interesse em aprofundar, sugerimos o estudo do respectivo decreto. Disponível aqui. Figura 3 – Acompanhamento das finanças Fonte: Pixabay. Podemos evidenciar que o principal objetivo desse documento é permitir a transparência da gestão fiscal do Poder ou Órgão realizado no período, sobretudo porque permite a verificação do cumprimento frente às metas estabelecidas na LRF. Limitação de empenho Ao longo do art. 9 da LRF, é estabelecida a limitação de empenho. Tal limitação é necessária, sobretudo, porque, uma vez realizado o planejamento, serão analisadas as receitas que estão programadas para entrar, bem como aquelas despesas já previstas em lei. E, quando esse equilíbrio já dá indícios de que não será alcançado, isto é, de que as metas não serão atingidas, deve-se, portanto, impedir ou limitá-las. Essa é a limitação do empenho. Trata-se de uma alternativa para impedir que problemas futuros ocorram. De acordo com o referido artigo, tem-se a seguinte redação: Orçamentos e Finanças Públicas http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9428.htm 20 Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. (BRASIL, 2000) IMPORTANTE: Conforme estabelecido no artigo em questão, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) estabelecerá os critérios de empenho e movimentação financeira. Em outras palavras, caso os gestores verifiquem que, ao final de um bimestre, as receitas não serão suficientes para cumprir as metas de, exclusivamente, resultados nominal e primário, nos próximos 30 dias, será necessário realizar a limitação de empenho. Então a LDO será responsável por definir os caminhos para essa realização. Aqui é importante pontuar que não será qualquer modificação no equilíbrio de contas que tornará necessária essa limitação de empenho, mas apenas aquelas que afetarem os resultados nominal e primário. O mesmo artigo define algumas situações que não poderão sofrer limitação de empenho: • As obrigações constitucionais ou previstas em lei. • Os pagamentos dos serviços das dívidas. • Aquelas ressalvadas pela LDO. Um aspecto importante é apontado no art. 65 da LDF, em que se afirma que, em algumas situações, poderá haver dispensa da necessidade de alcance de resultados fiscais, bem como da limitação de empenho. Os casos especificados são: • Calamidade pública. • Estado de defesa. • Estado de sítio. Orçamentos e Finanças Públicas 21 RESUMINDO: Caro estudante, que alegria que você chegou ao fim desta seção de estudos! Neste capítulo, obtivemos juntos diversos conhecimentos sobre os orçamentos e finanças da Administração Pública. Conforme estudamos juntos, esse é um conhecimento bastante abrangente. Agora você já sabe que existem diversas limitações para o gasto público, a depender do Órgão e do Poder. Portanto, os gastos não são aleatórios e não podem estar em desacordo com as receitas. Deve-se sempre garantir um equilíbrio entre ambos. Para complementar seus estudos, indicamos que você acesse o material que disponibilizamos ao longo do capítulo. Consideramos que esses conhecimentos são fundamentais para o exercício pleno da sua profissão. Bons estudos! Orçamentos e Finanças Públicas 22 Orçamento: receita e despesa OBJETIVO: Caro estudante, ao longo deste novo capítulo, você estudará sobre os fundamentos da Administração Pública. A partir desse conhecimento, você será capaz de discernir sobre os principais conceitos de receita e despesa, estabelecendo relações com os sistemas orçamentários. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Então vamos lá. Avante! Sistemas orçamentários Ao longo de um tempo, os sistemas orçamentários passam por diversas modificações, com o objetivo de promover as melhorias demandadas no contexto, além de: • Assegurar controle de gastos. • Promover a estabilidade da economia. • Promover a eficiência na prestação de serviços. Analise o esquema a seguir, o qual evidencia alguns dos tipos de modelos de orçamentos: Figura 4 – Modelos de orçamentos Fonte: Bahia (2012). Orçamentos e Finanças Públicas 23 No esquema, temos apresentados apenas alguns modelos orçamentários, mas existem outros. Normalmente, os países utilizam como base o modelo orçamentário dos Estados Unidos. O Brasil, por exemplo, também segue algumas dessas metodologias. Vejamos alguns modelos de sistemas orçamentários: a. O Orçamento tradicional surgiu na Inglaterra e tinha como objetivo conhecer o objeto do gasto. Na Inglaterra, o principal objetivo era limitar os poderes do rei. Por isso, o foco, basicamente, era com base no controle político. b. O Orçamento-desempenho possui como foço a organização. Para isso, o trabalho era com base em objetivos e propósitos. Suas dimensões eram voltadas para o objeto e programa de trabalho. c. O Orçamento-programa é marcado pelo planejamento, progra- mação (ou priorização) e orçamentação. Por isso, no Brasil, são utilizadas algumas leis importantes para planejar e priorizar: Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orça- mentária Anual (LOA). Cada uma dessas leis representa os pilares desse modelo orçamentário. Por isso, a ênfase desse modelo é atuar como instrumento de planejamento. SAIBA MAIS: Para aprofundar seus conhecimentos sobre o orçamento- programa, sugerimos a leitura do artigo “O orçamento- programa no contexto da gestão pública” (NUNES; OLIVEIRA; BEÚ, 2015). O artigo faz uma análise da capacidade de o orçamento-programa ser efetivamente empregado como ferramenta a serviço de uma gestão pública. Disponível aqui. d. Orçamento base zero é um dos modelos mais complexos e foi aplicado no estado da Geórgia e tinha como foco ser instrumento da administração. Entre seus elementos básicos, destacam-se os seguintes: unidades e pacotes de decisão. Esse modelo assegura que todas as despesas necessitam ser justificadas em todos os ciclos orçamentários. Orçamentos e Finanças Públicas https://periodicos.ufsm.br/reget/article/download/18883/pdf 24 e. Orçamento incremental são os ajustes marginais, os quais são marcados, justamente, pela falta de planejamento. Receita orçamentária Podemos definir a receita, na esfera da Administração Pública, como sendo a entrada de recursos nos cofres públicos. No entanto, você já deve saber que existem outros recursos que também apresentam entrada nesses cofres, mas que não podem ser consideradoscomo receitas, tais como as meras entradas que, ao fim de um período deverão ser devolvidas. Estes, portanto, não são parte da receita. Assim, a receita será definida como a entrada definitiva de recursos no cofre público, isto é, de caráter não devolutivo. IMPORTANTE: As meras entradas ou meros ingressos ou ainda os fluxos de caixa são recursos que são repassados para a Administração, mas que, por força de lei, deverão ser devolvidos, tais como as cauções ou depósitos, por exemplo. Figura 5 – Contas públicas Fonte: Pixabay. Orçamentos e Finanças Públicas 25 Mas, então, quais seriam os recursos que podem ser classificados como receita? Vejamos: os casos de recolhimento de tributos ou valores decorrentes da alocação de um bem público, entre outras possibilidade de receita, serão considerados como receitas, pois são ingressos definitivos no cofre. O principal objetivo da receita é fazer uma cobertura das despesas. Esse aspecto precisa ficar muito esclarecido. Assim, receita e despesa estão amplamente relacionadas. SAIBA MAIS: A classificação das receitas e despesas pode ser melhor compreendida a partir do estudo do vídeo Orçamento fácil – Classificações orçamentárias. Ao assistir ao vídeo, você compreenderá que as classificações realizadas pelo Governo são fundamentais para auxiliar na análise orçamentária. Disponível aqui. As receitas podem ser classificadas em dois grupos, os quais estudaremos neste capítulo. a. Classificação econômica/legal: Essa é uma classificação que considera as despesas que as receitas financiarão. Por isso, ao estudar sobre as despesas, essa classificação será retomada a fim de auxiliar a compreensão. Observe: • Receitas correntes: aquelas destinadas ao atendimento de despesas correntes. Essas receitas são destinadas a cobrir receitas com aspectos de continuidade, tais como aquelas utilizadas para o próprio custeio da máquina pública. São aqueles resultados de atividades próprias do Estado (receitas tributárias e patrimoniais). • Receitas de capital: aquelas destinadas ao atendimento de despesas de capital. São destinadas a cobrir despesas que não se caracterizam pela continuidade, tais como os investimentos, por exemplo. Orçamentos e Finanças Públicas https://www.youtube.com/watch?v=lB6ofoyonxc 26 b. Classificação conforme a origem: • Receita originária: trata-se da receita que deriva do patrimônio próprio, tais como aquelas provenientes de aluguéis do bem público. • Receita derivada: trata-se da receita que deriva do patrimônio do particular. A principal receita desse tipo é aquela proveniente da tributação. • Receitas transferidas: tratam-se das receitas arrecadadas por um ente e transferidas para outro, seja de forma voluntária ou ainda obrigatória, por meio da força de lei (estabelecidas em Constituição). c. Classificação quanto ao orçamento: • Orçamentária: trata-se de toda receita pública que não possui caráter devolutivo, conforme estudamos anteriormente, e que pertence ao exercício em questão. Ainda que o valor arrecadado não esteja previsto, pode também ser considerado como receita orçamentária. Assim, a receita orçamentária será aquela proveniente de arrecadação. • Extraorçamentária: são as receitas que não estavam previstas na Lei Orçamentária Anual (LOA) e que, em algum momento, deverão ser devolvidas. O Estado atua como um agente depositário. Podemos citar como exemplo de extraorçamentário os seguintes: a. Valores de agentes financeiros e outras entidades. b. Restos a pagar do exercício. c. Valores arrecadados de forma transitória. d. Depósitos diversos. e. Salários de servidores não reclamados. Orçamentos e Finanças Públicas 27 IMPORTANTE: Lembre-se de que cada ente federativo possui seu próprio orçamento. Consequentemente, cada ente possui sua própria receita. Em sentido amplo, os ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado denominam-se receitas públicas, registradas como receitas orçamentárias, quando representam disponibilidades de recursos financeiros para o erário, ou ingressos extraorçamentários, quando representam apenas entradas compensatórias. (BRASIL, 2019, p. 35) Etapas da receita orçamentária O orçamento público passa por um ciclo. Ele será elaborado pelo Poder Executivo. Posteriormente, será encaminhado para ser aprovado no Poder Legislativo. Após aprovação, o Executivo tem a possibilidade de executar o orçamento, a fim de que ele seja avaliado pelo Poder Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas. De forma análoga, para que as receitas ocorram, existem também algumas etapas a serem realizadas: a. Prever as receitas: trata-se de um momento dedicado ao planejamento. b. Lançar as receitas: trata-se da verificação da ocorrência de um fato gerador, identificando o devedor e subscrição do débito do devedor em questão. Dessa forma, é criado o crédito da Fazenda Pública (direito de receber). Nesse momento, ainda é apenas de lançamento. Sendo assim, ainda não podemos considerar como sendo uma receita. c. Arrecadar as receitas: trata-se do momento em que o contribuinte efetua o pagamento em uma instituição bancária/financeira previamente autorizada. É nessa fase que há o reconhecimento de que a receita, de fato, ocorreu. Orçamentos e Finanças Públicas 28 d. Recolher as receitas: é a fase em que o recurso será, de fato, recolhido da instituição bancária/financeira para chegar até os cofres públicos. Figura 6 – Tribunal de Contas do Distrito Federal Fonte: Wikimedia Commons. IMPORTANTE: Podemos considerar que a fase de previsão de receitas trata-se apenas da etapa de planejamento, enquanto as demais (lançamento, arrecadação e recolhimento) são parte do processo de execução da receita. Note que a ordem das etapas da receita não ocorre aleatoriamente, mas obedece à ordem da ocorrência dos fenômenos e com base no modelo orçamentário utilizado no Brasil. Procedimentos contábeis orçamentários Deduções da receita orçamentária Basicamente, a dedução da receita orçamentária é uma conta retificadora da receita realizada. Essa conta retificadora será necessária para os seguintes casos (BRASIL, 2019): Orçamentos e Finanças Públicas 29 • Repartição tributária: trata-se da repartição realizada pela União do imposto de renda para o Fundo de Participação dos Estados (21,5%) e poderá ser contabilizada como dedução da receita ou despesa orçamentária. • Restituição de tributos recebidos a maior ou indevidamente: deve saber se há recurso (no caso da restituição do imposto de renda) ou se a receita foi extinta. Caso seja alguma dessas situações, a receita será considerada extraorçamentária e não haverá necessidade de dedução. • Retificações: são ajustes necessários para casos de dados incorretos, como sobrenome e CPF, por exemplo. Então o ressarcimento é realizado para um posterior pagamento em que dados estejam corretos. Será necessária a dedução. • Renúncia de receita orçamentária: deve ser considerada na LOA ou durante a execução da LOA. Receita orçamentária por baixa de dívida ativa inscrita A dívida ativa é, basicamente, a execução do direito de cobrar um crédito vencido e que não foi pago. É muito comum que seja associada a uma dívida, no entanto trata-se de um valor cobrado de um terceiro. Em outras palavras: Dívida ativa é o conjunto de créditos tributários e não tributários em favor da Fazenda Pública, não recebidos no prazo para pagamento definido em lei ou em decisão proferida em processo regular, inscrito pelo órgão ou entidade competente, após apuração de certeza e liquidez. É uma fonte potencial de fluxos de caixa e é reconhecida contabilmente no ativo. Não se confunde com a dívida pública, uma vez que esta representa as obrigações do ente público com terceiros e é reconhecida contabilmente no passivo. (BRASIL, 2019, p. 357) Será aplicado para a Administração Direta, bem como autarquiase fundações públicas. Além disso, é importante que você saiba que Orçamentos e Finanças Públicas 30 existem 4 órgãos responsáveis pela cobrança no âmbito da União. São os seguintes: a. Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. b. Procuradoria Geral Federal. c. Procuradoria do Banco Central (BACEN). d. Procuradoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A inscrição ou registro da dívida poderá ser realizado por dois caminhos. Vejamos (BRASIL, 2019): • Realizar o registro apenas no momento da inscrição dos valores da dívida. Indica-se sua utilização nos casos em que houver maior dificuldade de integrar as unidades pertencentes ao processo em questão. • Utilizar contas para realizar o acompanhamento durante o processo de inscrição da dívida. Nesse caso, é preciso haver maior integração entre as etapas e unidades pertencentes ao processo. Existem dois passos importantes para a inscrição da dívida: 1º Identificar o crédito fiscal devido. 2º Realizar a inscrição da dívida ativa pelo órgão responsável, momento em que serão verificadas: a liquidez, a certeza e a exigibilidade. Esses pontos são relativos, pois podem ser contestados posteriormente. 3º Realizar a cobrança: essa cobrança poderá ser realizada de forma amigável, quando houver acordo entre o contribuinte e a Fazenda, ou não amigável, quando for realizada pelas vias judiciais. Neste último caso, será necessária a emissão da Certidão da Dívida Ativa (CDA). IMPORTANTE: A Certidão da Dívida Ativa trata-se de um documento ou título extrajudicial. Orçamentos e Finanças Públicas 31 RESUMINDO: Caro estudante, que alegria que você chegou ao fim desta seção de estudos! Neste capítulo, obtivemos juntos diversos conhecimentos sobre os orçamentos e finanças da Administração Pública. Neste estudo, focamos nossa atenção nas receitas orçamentárias e suas classificações. Você deve ter compreendido que as classificações orçamentárias são importantes para organização e análise sob diversas perspectivas. Para complementar seus estudos, indicamos que você acesse o material que disponibilizamos ao longo do capítulo. Consideramos que esses conhecimentos são fundamentais para o exercício pleno da sua profissão. Bons estudos! Orçamentos e Finanças Públicas 32 Tributação e gasto público OBJETIVO: Caro estudante, ao longo deste novo capítulo, você estudará sobre os fundamentos da Administração Pública. A partir desse conhecimento, você será capaz de compreender o sistema tributário brasileiro, bem como sua relação com a política fiscal, a atividade econômica e as finanças públicas. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Então vamos lá. Avante! É muito comum que os brasileiros saibam que existem diversos impostos embutidos em compras de bens e que esses impostos devem ser utilizados como retorno para o país, seja na construção de hospitais, reformas de escolas e outras melhorias para a sociedade. No entanto, é de consentimento geral que a educação pública e o sistema de saúde não correspondem à qualidade que deveria haver. Fato é que o sistema tributário é demasiadamente complexo, elevado e os brasileiros pouco compreendem como ele é organizado. No ano de 2013, por exemplo, a carga tributária compreendeu 36% do Produto Interno Bruto (PIB); Em 2019, correspondeu a 33% do PIB. Podemos comparar, por exemplo, com a carga tributária de outros países com o mesmo potencial de desenvolvimento, e essa carga é equivalente a países desenvolvidos, ou seja, é muito maior que países com o mesmo nível de desenvolvimento. SAIBA MAIS: Para conhecer melhor sobre o sistema tributário, sugerimos que você assista ao vídeo “Por que a tributação na América Latina é tão injusta?”. Disponível aqui. Orçamentos e Finanças Públicas https://www.youtube.com/watch?v=zcDPraZLkgo 33 Sistema tributário nacional O Sistema tributário nacional trata-se de um conjunto de normas que permitem uma orientação para a arrecadação. Em geral, o sistema tributário brasileiro é abordado na Constituição Federal de 1988, entre os artigos 145 e 162 (título VI), sobretudo no que se refere aos seguintes aspectos: • Repartição de receitas. • Imunidades. • Competências tributárias. • Princípios. IMPORTANTE: A primeira Constituição brasileira a prever expressamente, com capítulo próprio, o Sistema Tributário foi a Constituição Federal de 1967. Por exemplo, a constituição na época do Brasil Império apenas dispensava um único artigo para tratar sobre os tributos. Ao longo desse processo histórico, as demais constituições foram começando a prever normativas mais específicas. Na Constituição de 1988, podemos encontrar quais são os tributos e as limitações do poder de tributar. Tais limitações são importantes a serem consideradas pelo Estado, sobretudo pela necessidade de levantamento de fundos para seu devido funcionamento e tais aspectos precisam ser baseados em princípios, tais como: legalidade, não confisco, irretroatividade das leis, uniformidade, entre outros. Esses princípios trazem restrições expressas. Orçamentos e Finanças Públicas 34 Figura 7 – Constituição Federal Fonte: Wikimedia Commons. A Constituição aponta ainda as competências quanto aos impostos entre os entes federados. Além disso, a distribuição das rendas também é definida. Alguns deles, por exemplo, são distribuídos entre os entes União e estados. O imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) é um exemplo de imposto distribuído, o qual é um imposto estadual, mas também é dividido com o município no qual o veículo está licenciado. Essa repartição encontra-se prevista no sistema tributário nacional. SAIBA MAIS: Para aprofundar seus estudos, sugerimos a leitura aprofundada do Sistema Tributário Nacional, o qual se encontra disponível no Título VI da Constituição Federal. Esse é um estudo fundamental para compreender o sistema tributário, pois a Constituição é a base para essa compreensão, visto que se trata das normas mais específicas. Disponível aqui. Orçamentos e Finanças Públicas http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm 35 Figura 8 – Teoria dos círculos concêntricos UNIÃO ESTADO MUNICÍPIO Fonte: Elaborada pela autora (2021). Basicamente, seguindo a teoria dos círculos concêntricos, indica- se que o ente da unidade federativa maior tem o dever de, após receber a arrecadação, repassar ao ente da unidade federativa menor. Assim, a arrecadação recebida pela União, deverá ser repassada, em partes, para os estados e municípios. Consequentemente, o que for recebido pelos estados, deve ser repassado para os municípios correspondentes. Princípios gerais A legislação do Sistema Tributário Nacional possui algumas bases estruturais. Vejamos: a. Poder de tributar: trata-se de um aspecto da expressão da soberania, uma vez que os cidadãos não possuem a opção de não realizarem o pagamento de tributos, mas são obrigados pelo poder do Estado, o qual necessita de receita para atingir os objetivos gerais, entre os quais se encontra a redução das desigualdades sociais. O poder de tributar é considerado como um instrumento para arrecadação de receita, a qual é classificada como derivada, pois é derivada da receita de outras pessoas. IMPORTANTE: A soberania está relacionada ao poder que a população possui e entrega ao Estado a fim de manter a organização em sociedade. Orçamentos e Finanças Públicas 36 b. Competência tributária: é a competência destinada na Constituição Federal para promover a instituição de tributos. Apenas os entes da federação possuem a competência tributária (União, estados, municípios e Distrito Federal). Código Tributário Nacional No Código Tributário Nacional, em seu art. 3º, define-se como tributo: “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividadeadministrativa plenamente vinculada.” Podemos inferir duas informações importantes: todo tributo é obrigatório e somente poderá ser instituído por meio de lei. Em geral, para instituir tributos, são criadas as leis ordinárias, mas poderá haver exceções e, nesses casos, encontra-se a lei complementar. SAIBA MAIS: Como possibilidade de aprofundamento do seu estudo, sugerimos que você conheça o Código Tributário Nacional pela Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Disponível aqui. As espécies de tributos são apontadas na Constituição Federal. São as seguintes: • Impostos: todo imposto será considerado como não vinculado, isto é, não existe uma contraprestação específica. Assim, o imposto pago é para que o ente aja na coletividade, podendo ser utilizado como julgar conveniente. • Taxas: são consideradas um tributo vinculado ao que está previsto na Constituição Federal, destinadas ao exercício do poder de polícia ou à prestação do serviço público. Assim, os serviços gerais não podem ser instituídos por meio de taxas. Por isso, não haverá taxa para iluminação pública, segurança e outros. Orçamentos e Finanças Públicas http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm 37 • Contribuições de melhoria: estão vinculadas a uma atividade administrativa pública de melhoria bastante específica, inerente à obra. A partir dessa obra, deve ser possível comprovar que emergirá uma valorização imobiliária. Assim, essas contribuições só devem ser cobradas após a realização da obra, pois comprovar a valorização do imóvel só é possível após sua finalização. IMPORTANTE: A cobrança pela contribuição de melhoria poderá ser cobrada por qualquer ente, seja União, estados, municípios ou Distrito Federal, bastando a comprovação de que, após a obra, surgiu valorização mobiliária. Figura 9 – Construção imobiliária Fonte: Wikimedia Commons. • Empréstimos compulsórios: trata-se de um tributo de cobrança motivada que é exclusivo da União por meio de lei complementar para, especificamente, três situações: a. Calamidade pública. b. Guerra externa. c. Investimento público. Dessa forma, ao finalizar uma das situações a seguir, devem-se cessar as cobranças, passando a ser considerada como uma cobrança Orçamentos e Finanças Públicas 38 inconstitucional. Além disso, outro ponto importante é que os valores recebidos deverão ser devolvidos. • Contribuições especiais: são os tributos de receitas vinculadas. Nesse caso, o ente é obrigado a dar uma destinação específica para essa receita. Essas contribuições espaciais encontram-se previstas no Art. 149/149-A da Constituição Federal/88. De acordo com o Art. 149, tem-se que: Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. (BRASIL, 1988) Entre as espécies de contribuições mencionadas, tem-se as seguintes: • Sociais: quando a contribuição paga e sua receita for destinada para a entrega de um direito social. Esses direitos sociais são mencionados no art. 6º da Constituição Federal/1988. São eles: educação, saúde, previdência, fomento ao trabalho, amparo à maternidade, entre outros. • Profissionais/Econômicas: são aquelas destinadas aos conselhos profissionais de fiscalização, tais como: Conselho Regional de Medicina (CRM), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) e outros. Assim, a anuidade paga pelos profissionais possui caráter tributário na categoria profissional ou econômica. IMPORTANTE: No caso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a contribuição paga pelos profissionais não possui natureza tributária. Assim, a receita da OAB não é considerada uma receita pública. Orçamentos e Finanças Públicas 39 Figura 10 – Ordem dos Advogados do Brasil Fonte: Wikimedia Commons. Limitações no poder de tributar Conforme vimos anteriormente, somente os entes da federação (União, estados, municípios e Distrito Federal) possuem o poder de tributar. Esse poder é autorizado pela Constituição e, por ser uma autorização, o ente impõe os tributos caso seja de seu interesse. A instituição de tributos ocorrerá por meio de lei própria (ordinária), podendo ser federal, estadual, municipal ou distrital. É preciso recordar que a Constituição Federal apenas autoriza. Reforma tributária O sistema tributário precisa acompanhar o potencial de crescimento do país. Caso contrário, esse sistema pode ser um agente limitante desse crescimento e, nesse sentido, pode ser necessária a sua reformulação. De acordo com os economistas, o sistema tributário brasileiro apresenta alguns problemas. Vejamos alguns deles: • Eficiência econômica: quando o sistema tributário faz com que a economia funcione com baixa eficiência, processo que impede que a economia do país avance como deveria, isto é, considerando seu potencial de crescimento. • Distributiva: permite que pessoas com renda elevada paguem menos impostos, fazendo com que o sistema tributário seja um tanto regressivo, uma vez que os cidadãos com renda mais baixa acabam pagando maior quantidade de impostos. Orçamentos e Finanças Públicas 40 Considera-se que, para ultrapassar esses problemas, deve- se considerar o alcance da modificação dos tributos em suas diversas categorias: sobre bens e serviços, renda, folhas de salário e patrimônio. Todas essas situações acabam gerando instabilidade econômica internacional o que, consequentemente, reduz os possíveis investimentos para o país. Vamos imaginar a seguinte situação: uma empresa possui o interesse em montar um centro de distribuição. Em uma situação natural, essa empresa faria isso em um local em que os custos com logística fossem mais reduzidos. No entanto, no Brasil, a empresa tende a montar esse centro de distribuição onde possui o melhor benefício em termos de tributação. Nesse caso, o que é um benefício para a empresa acaba não sendo para o país, visto que, buscando a economia de impostos, ela acaba gastando mais por precisar aumentar os custos com logística (caminhões, combustíveis, profissionais, etc.), a fim de levar a mesma quantidade de produtos para um consumidor final. Para o país, isso é uma perda de produtividade. Figura 11 - Logística Fonte: Pixabay. Orçamentos e Finanças Públicas 41 SAIBA MAIS: Para melhor compreender a importância da reforma tributária e seus impactos, sugerimos que você assista à reportagem “Entenda a importância da reforma tributária para o Brasil”. Disponível aqui. RESUMINDO: Caro estudante, que alegria que você chegou ao fim desta seção de estudos! Neste capítulo, obtivemos juntos diversos conhecimentos sobre os orçamentos e finanças da Administração Pública. Você estudou as principais teorias relacionadas à instituição de tributos. Até o momento, é importante que você tenha compreendido que os tributos são muito importantes para o desenvolvimento da sociedade em sua coletividade. A instituição desses tributos encontra-se autorizada na Constituição Federal pelos entes federativos, e devem ser realizados por meio de lei própria. Um outro aspecto importante é que os entes não são obrigados à cobrança de tributos e, assim, fazem-no se julgarem necessário. Para complementar seus estudos, indicamos que você acesse o material que disponibilizamos ao longo do capítulo. Esperamos que você tenha compreendido a amplitude do sistema tributário brasileiro, bem como sua relação com a política fiscal, atividade econômica e finanças públicas. Consideramos que esses conhecimentos são fundamentais para o exercício pleno da sua profissão. Bons estudos! Orçamentos e Finanças Públicas 42 Tipificação das despesas e a máquina pública OBJETIVO:Caro estudante, ao longo deste novo capítulo, você estudará sobre os fundamentos da Administração Pública. A partir desse conhecimento, espera-se que você seja capaz de tipificar as despesas no âmbito da gestão orçamentária pública, bem como ampliar sua visão sobre os processos envolvidos nessas etapas. Abordaremos alguns casos bem específicos para que você compreenda, na prática, como essas despesas são organizadas. Consideramos que esse seja um aspecto importante para sua profissão. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Então vamos lá. Avante! Categorias econômicas A classificação por categorias econômicas dá-se com base na Lei nº 4320 de 1964. De acordo com a referida lei, as categorias econômicas são subdividas em dois grandes grupos: a. Despesas correntes: são as despesas que não contribuem para a formação de um bem de capital, tais como pagamentos de água, energia, internet, manutenções de equipamentos, telefone, entre outas. Estas, por sua vez, podem ser classificadas em dois grupos. Vejamos: • Custeio: é aquela que busca atender os serviços anteriormente criados e despesas com manutenção (conservação e adaptação) de imóveis. • Transferências correntes: é aquela que busca realizar o aten- dimento de despesas correntes que não exijam contraprestação direta em bens ou serviços. Nesse caso, os recursos podem ser transferidos para terceiros, para que sejam prestados serviços vol- tados para o social, tais como ONGs, por exemplo. Orçamentos e Finanças Públicas 43 Figura 12 – Construção de escola Fonte: Pixabay. Aqui é importante que você se atente ao fato de que o pagamento de aposentados e pensionistas não representa uma despesa de manutenção de custeio, pois essas pessoas já foram servidores públicos e já atenderam à Administração Pública. E, ao se aposentarem, não são mais consideradas como despesas correntes, mas, sim, de custeio, pois os gastos não são mais utilizados para manter as atividades do Estado. b. Despesas de capital: são as despesas que tendem a aumentar o patrimônio do Estado, tais como a construção de hospitais e escolas, por exemplo. Algumas classificações: • Investimento: está relacionado ao planejamento e execução de obras, aquisição de imóveis para a realização de obras e aquisição de instalação, equipamentos permanentes. Todo investimento é algo novo, que acrescenta no Produto Interno Bruto (PIB). • Inversão financeira: aquisição de imóveis ou de bens de capital já em utilização. Um exemplo é quando o Estado adquire um prédio (pronto) para utilizar o espaço como escola, creche ou afins. • Transferências de capital: é aquela que busca atender despesa de capital que não exija contraprestação direta. Orçamentos e Finanças Públicas 44 SAIBA MAIS: Para aprofundamento dos estudos sobre a classificação das despesas públicas em despesas correntes e despesas de capital, sugerimos que assista ao vídeo a seguir publicado e produzido pelo Trilhante. Disponível aqui. Com base nesses apontamentos, conseguimos responder ao seguinte questionamento: por que o Estado se endivida? Basicamente, as dívidas correntes que o Estado já possui não são suficientes, considerando a receita arrecadada, para aquisição de bens e, exatamente por isso, assim como na maioria dos cidadãos, o Estado precisa optar por empréstimos de diversos tipos. Figura 13 – Empréstimo para aquisição de bens Fonte: Pixabay. Natureza da despesa No que se refere às despesas do orçamento da Administração Pública, diversas são as classificações para esse fim. De acordo com a portaria interministerial nº 163 de 4 de maio de 2001 em seu art. 3º: “Entende-se por grupos de natureza de despesa a agregação de elementos de despesa que apresentam as mesmas características quanto ao objeto de gasto”. Orçamentos e Finanças Públicas https://www.youtube.com/watch?v=jqHH0qMc2dk 45 Existem seis grupos de natureza da despesa e cada um deles possui uma identificação numérica: Figura 14 – Natureza da despesa Fonte: Elaborado pela autora (2021). A seguir, veremos o alcance de cada código apresentado no esquema anterior (Figura 14), com base na portaria nº 163 de 2001. Vejamos a seguir: 1. Pessoal, encargos sociais: são as despesas com pessoal ativo, inativo, salários, gratificações aposentadorias, benefícios assistenciais, pensões e outras. 2. Juros e encargos da dívida: são as despesas com pagamento de juros, operações de créditos, dívida pública mobiliária e outros. 3. Outras despesas correntes: são as despesas relacionadas a consumo, diárias, alimentações e outras. 4. Investimentos: são as despesas com aquisição de imóveis, instalações, equipamentos e outras. 5. Inversões financeiras: despesas com aquisição de imóveis ou bens de capital, entre outras, desde que não signifique o aumento de capital. 6. Amortização e refinanciamento da dívida: são as despesas com pagamento ou ainda com refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária. Orçamentos e Finanças Públicas 46 SAIBA MAIS: Para aprofundar seus conhecimentos sobre a natureza da despesa, sugerimos que você assista ao vídeo “Informação Complementar – Natureza da Despesa”. Disponível aqui. Classificação orçamentária Os orçamentos recebem uma classificação. A seguir, veremos alguns deles. a. Despesa orçamentária: são os gastos já previstos em orçamentos e que necessitam de aprovação prévia do Poder Legislativo para serem executados. Aqui é importante que você esteja atento ao fato de que o recebimento da dívida ativa, caso já esteja previamente estabelecido em orçamento, corresponderá a uma despesa orçamentária. Por exemplo: caso um ente não tenha arrecadado os tributos e tenha recebido posteriormente, uma vez que já estava previamente estabelecido, então é uma dívida ativa, isto é, são os impostos de outros exercícios, os quais não foram arrecadados a tempo. b. Despesa extraorçamentária: é a despesa que não consta na Lei do Orçamento Anual (LOA). São exemplos de despesas extraorçamentárias: • Devolução dos valores de terceiros: o Estado é o agente depositário, mas terá que devolver em algum momento, indicando que os recursos estão nos cofres públicos. • Restos a pagar do exercício em questão. • Recolhimento de consignações/retenções. • Pagamentos das operações de crédito por antecipação de receitas (ARO). Orçamentos e Finanças Públicas https://www.youtube.com/watch?v=EN-97OepLAQ 47 Estágios de execução da despesa Para que as despesas sejam efetivadas, existem algumas etapas/ estágios que deverão ser respeitados. Observe: a. Empenho: emerge uma obrigação potencial e o crédito será consumido. De acordo com o art. 58 da Lei 4.320 de 14 de março de 1964, o empenho “é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição”. No estágio de empenho, a obrigação de pagamento ainda é potencial e só será efetiva no estágio de liquidação. No empenho, há a criação de um vínculo, o qual será efetivado na liquidação e somente nesse estágio é que passa a ser uma obrigação, uma vez que o serviço acordado foi executado. Em geral, toda despesa orçamentária passa pelo estágio de empenho e, a cada empenho, será emitida uma nota de empenho, exceto para os casos de despesa com o pessoal. Nessa nota, devem conter: • O valor empenhado. • O crédito disponível após o empenho (valor remanescente): no momento do empenho, o crédito passa a ser consumido. • O objeto. • O fornecedor. b. Liquidação: quando surge a obrigação efetiva. O art. 63 da Lei 4.320 aponta que “A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito”. Assim, nesse estágio, serão verificados pelo servidor fiscal de contrato para, posteriormente,atestarem-se: • O objeto: a origem. • A quem se deve pagar. • O valor a ser pago. Orçamentos e Finanças Públicas 48 Os documentos comprobatórios mencionados são: • O contrato ou acordo ou ajuste. • Nota de empenho: em alguns casos, essa nota pode substituir o contrato como forma de comprovação para liquidar. • Comprovante de entrega do material. c. Pagamento: momento em que ocorre a movimentação financeira a fim de quitar uma obrigação. De acordo com o art. 64 da mesma lei, o pagamento ”é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga”. IMPORTANTE: É fundamental que você saiba que a fase de pagamento somente poderá ocorrer após a liquidação, ainda que, em alguns casos, essas etapas ocorram muito próximas umas das outras, é importante garantir a execução em etapas. Figura 15 - Pagamento Fonte: Pixabay. Tipos de empenho Para compreendermos os tipos de empenho, julgamos necessário retomar o conceito apresentado anteriormente, de acordo com o art. 58 da Lei 4.320 de 14 de março de 1964. Vejamos: “é o ato emanado de Orçamentos e Finanças Públicas 49 autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição”. A seguir, veremos os tipos de empenho e suas principais características, sobretudo no que se refere à estimativa de valor e à (im) possibilidade de o pagamento ser parcelado. Observe: Quadro 1 – Tipos de empenho Fonte: Elaborado pela autora (2021). O empenho por estimativa é amplamente utilizado na Administração Pública. Vamos considerar a seguinte situação: no início do mês de abril, foi realizado um empenho por estimativa para pagamento de custos com manutenção dos veículos de uma prefeitura no valor de R$ 15.000,00. No entanto, devido à necessidade de reparos maiores, o valor final ficou em R$ 18.000,00. Nesse caso, não há a necessidade de cancelamento de empenho. O manual de contabilidade indica que deve ser realizado um reforço de empenho. E, para os casos em que o valor real seja menor que o empenhado, deverá ser realizada uma anulação parcial de empenho. Isso ocorre pois, no empenho por estimativa, é natural que essas alterações ocorram. Orçamentos e Finanças Públicas 50 IMPORTANTE: Caso seja detectado algum erro em dados do fornecedor, como o nome, quantidade de produto, CPF etc., é possível realizar o cancelamento do empenho para fazer um novo com as alterações necessárias. Não há prejuízos. No entanto, no caso mencionado acima, a única coisa que foi alterada foi o valor, mas os dados estão todos corretos. Por isso, para esse tipo de situação, especificamente, não deve ser realizado o cancelamento do empenho. RESUMINDO: Caro estudante, que alegria que você chegou ao fim desta seção de estudos! Neste capítulo, obtivemos juntos diversos conhecimentos sobre os orçamentos e finanças da Administração Pública. Até o momento, é importante que você tenha compreendido que as despesas podem apresentar diversas classificações e todas elas são importantes para que a análise seja a mais completa possível. Estudamos ainda as fases ou estágios da despesa, a qual passa pelo empenho, liquidação e, por fim, a etapa de pagamento. Assim, para que o pagamento ocorra, as demais etapas precisam ser respeitadas. Para complementar seus estudos, indicamos que você acesse o material que disponibilizamos ao longo do capítulo. Esperamos que você tenha compreendido a amplitude dessa temática e consiga tipificar as despesas no âmbito da gestão orçamentária pública. Consideramos que esses conhecimentos são fundamentais para o exercício pleno da sua profissão. Bons estudos! Orçamentos e Finanças Públicas 51 REFERÊNCIAS BAHIA. Manual de introdução aos conceitos orçamentários. Salvador: Secretaria de Planejamento do Estado da Bahia, 2012. Disponível em: http://www2.uesb.br/proreitorias/asplan/wp-content/uploads/ Manual-de-Introducao-aos-Conceitos-Orcamentarios-Governo-do- Estado.pdf. Acesso em: 06 jan 2022. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicao.htm Acesso em: 4 abr. 2020. BRASIL. Manual de Contabilidade aplicada ao Setor Público. 8. ed. Brasília, DF: Secretaria do Tesouro Nacional, 2019. Disponível em: https:// sisweb.tesouro.gov.br/apex/f?p=2501:9::::9:P9_ID_PUBLICACAO:31484. Acesso em: 06 jan 2022. CASTRO, R. P. A. Lei de Responsabilidade Fiscal: Ensaios em Comemoração aos 10 anos da Lei Complementar nº 101/00. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2010. CREPALDI, G. S.; CREPALDI, S. A. Orçamento público: Planejamento, elaboração e controle. São Paulo: Saraiva, 2013. GIACOMONI, J. Receitas vinculadas, despesas obrigatórias e rigidez orçamentária: Orçamentos públicos e direito financeiro. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011. Orçamentos e Finanças Públicas Lei de Responsabilidade Fiscal Aspectos gerais da Lei de Responsabilidade Fiscal Antecipação de receita orçamentária Despesas com pessoal Relatório Resumido da Execução Orçamentária Relatório de Gestão fiscal Limitação de empenho Orçamento: receita e despesa Sistemas orçamentários Receita orçamentária Etapas da receita orçamentária Procedimentos contábeis orçamentários Deduções da receita orçamentária Receita orçamentária por baixa de dívida ativa inscrita Tributação e gasto público Sistema tributário nacional Princípios gerais Código Tributário Nacional Limitações no poder de tributar Reforma tributária Tipificação das despesas e a máquina pública Categorias econômicas Natureza da despesa Classificação orçamentária Estágios de execução da despesa Tipos de empenho