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PRÁTICA SIMULADA 1 - AV2

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QUESTÃO 01 
 Jacinto por meio de sua microempresa individual celebrou contrato com a sociedade 
empresária Distribuição de Milho S.A. tendo como objeto a safra de milho que ainda seria 
plantada e posteriormente colhida no sítio de propriedade de Jacinto. A sociedade empresária 
teve perfeita ciência desses fatos. Com relação ao preço, ficou acordado que seria pago metade 
na assinatura do contrato e metade após a entrega da safra. Chegada a época do plantio, Jacinto 
dispensou todos os seus esforços no plantio, tendo comprado sementes de excelente qualidade 
e preparado a terra deforma adequada. Também durante o crescimento da plantação, Jacinto, 
diligentemente, tratou de observar todas as medidas adequadas para afastar as pragas. No 
entanto, dias antes da entrega da safra de milho à Distribuição de Milho S.A., uma nova praga 
surgiu no Brasil e devastou quase toda a plantação de Jacinto. Na data prevista, Jacinto entregou 
à sociedade empresária Distribuição de Milho S.A. apenas o que restou após a praga, 1/3 do 
total da safra de milho. Em contrapartida, a sociedade empresária negou-se a efetuar o 
pagamento da outra metade do preço, alegando que a quantidade entregue da safra de milho 
era menor do que a necessária para cumprir com seus compromissos perante seus clientes. Em 
virtude do não pagamento da segunda metade do preço, o microempreendedor Jacinto alega ter 
sofrido, além do dano material, dano moral. Havendo a propositura de uma ação em desfavor de 
Distribuição de Milho S.A., como deve ser calculado o valor da causa? Fundamente. 
R: 
 As partes celebraram o contrato onde haveria o risco do plantio, a sociedade 
empresária Distribuição de Milho S.A estava ciente de que a safra de milho ainda seria 
plantada, assumindo a responsabilidade do pagamento da segunda metade. Fazendo 
jus aos direitos de Jacinto, tendo em vista que se dispôs de todo seu esforço para o 
plantio, além de ter comprado sementes de qualidade e ter preparado a terra de forma 
adequada , o valor da causa deve se basear na dívida do pagamento da segunda parte, 
com acréscimo do juros de mora, e os danos morais por Jacinto ter feito todo o possível 
fisicamente para que o plantio rendesse o desejado entre as partes, onde as obrigações 
devem ser cumpridas pela sociedade, uma vez que não era sabido a quantidade exata 
a ser produzida e não havendo condição de negar o pagamento. 
QUESTÃO 02 
 Marcos estacionou seu automóvel diante de um prédio de apartamentos. Pouco depois, um 
vaso de plantas caiu da janela de uma das unidades e atingiu o veículo, danificando o para-brisa 
e parte da lataria. Não foi possível identificar de qual das unidades caiu o objeto. O automóvel 
era importado, de modo que seu reparo foi custoso e demorou cerca de dez meses. Dois anos e 
meio depois da saída do automóvel da oficina, Marcos ajuíza ação indenizatória em face do 
condomínio do edifício. De acordo com o caso narrado, você, como advogado (a) do condomínio, 
pode alegar qual prejudicial de mérito em sede de contestação ? Responda fundamentadamente. 
R: 
 A prejudicial de mérito que deve ser arguida nesse fato supracitado é a prescrição. 
Tendo em vista que o autor só está pleiteando a ação de indenização após 3 anos e 5 
meses do fato ocorrido com seu veículo, ficando extinto o processo sem resolução do 
mérito, de acordo com o artigo 206, § 3º, inciso V do Código Civil. 
 
 
 
 
QUESTÃO 03 
 Avelino, Ferdinando e Tábata, engenheiros recém-formados, resolveram iniciar em 
conjunto um negócio, sem constituir pessoa jurídica, cujo objeto seria a reforma de 
imóveis usados. Para dar início à empreitada, os três se utilizaram de financiamento 
bancário, assumido em caráter solidário, com prazo de pagamento de dois anos. O 
negócio se desenvolveu bem, mostrando-se lucrativo, e os três engenheiros foram 
compondo uma reserva financeira que se destinaria a pagar o empréstimo. A quantia 
necessária acaba por ser amealhada com seis meses de antecedência a Avelino, 
responsável pela gestão econômico-financeira do empreendimento, decidiu manter o 
dinheiro aplicado até o vencimento da dívida, em vez de antecipar o pagamento. Ocorre 
que Avelino esqueceu de pagar a dívida, razão pela qual, Ferdinando e Tábata, 
receberam interpelação do banco credor, exigindo o pagamento imediato da dívida, 
acrescida da multa contratual e dos juros de mora. Com vistas a evitar maiores 
constrangimentos e na impossibilidade de se comunicar com Avelino, um deles, 
Ferdinando, resolveu quitar, com recursos próprios, a dívida toda. Com base no caso 
narrado, se Ferdinando fosse citado pelo banco, em ação de cobrança ajuizada sob o 
procedimento comum, poderia ele, na peça processual cabível, promover a inclusão dos 
demais devedores na relação processual, a fim de exigir-lhes o que de direito nos 
mesmos autos? De que forma? 
R: 
 Sim, nesse caso há o litisconsórcio passivo, onde os codevedores são responsáveis 
solidários tal como o devedor que foi citado na ação de cobrança, conforme artigo 130, 
inciso III do Código de Processo Civil. Se Fernandinho pagar a dívida por completo, 
ficam obrigados os outros devedores há pagar sua parte correspondente a dívida, 
acrescentando multa e juros. 
 
QUESTÃO 04 
 Ademar adquiriu um aparelho televisor de última geração da marca Negativa em uma 
loja da rede Casas Rio Grande, especializada em eletroeletrônicos. Tão logo chegou à 
sua residência, ligou o aparelho na tomada e foi surpreendido com uma forte fumaça 
vinda do interior do produto, que, logo em seguida, explodiu, causando-lhe queimaduras 
severas e, ao final, um dano estético permanente. Inconformado, Ademar ajuizou uma 
ação indenizatória em face da Negativa Eletrônicos Ltda. e das Casas Rio Grande Ltda., 
em litisconsórcio passivo. A primeira ré permaneceu revel, ao passo que a segunda ré 
negou, em contestação, a existência de qualquer defeito no produto. Diante do caso 
narrado, a defesa apresentada pelas Casas Rio Grande beneficia necessariamente a 
primeira ré, a despeito de esta ter permanecido revel? Fundamente. 
R: 
 Sim, neste caso, como há a pluralidade de réus, não irá acarretar os efeitos da revelia 
para a primeira ré, tendo em vista que a contestação apresentada pela Casas Rio 
Grande, irá beneficiá-la pelo ocorrido em comum, no caso, a alegação de não existência 
do defeito no produto, conforme previsto no artigo 345, inciso I do Código de Processo 
Civil. 
 
 
QUESTÃO 05 
 Guilherme efetuou a compra do televisor de seu amigo Marcelo, que estava em 
dificuldades financeiras. Todavia, após02 (dois) meses de uso por Guilherme, o referido 
bem passou a apresentar problemas. Registre-se, ainda, que, no momento da venda, 
Marcelo já tinha ciência da existência do problema, tendo-se omitido quanto ao fato, eis 
que sabia que o mesmo só seria conhecido por Guilherme em momento posterior. 
Suponha que Guilherme tenha ingressado coma medida judicial cabível logo após o 
aparelho apresentar defeito e que Marcelo, ao apresentar contestação, alegue a 
decadência como preliminar de mérito ao direito invocado por Guilherme, uma vez que 
foi ultrapassado o prazo de 30(trinta) dias previsto no Código Civil. No caso ora 
analisado, o argumento de Marcelo procede? Se sim, como deve ser o resultado do 
julgamento da ação? 
R: 
Nesse caso supracitado, o argumento de Marcelo não procede, pois nos casos de vício 
oculto, só passará a contar o prazo a partir do momento em que o comprador tiver 
ciência dele. Guilherme terá o prazo estendido, de 180 dias, para pleitear a ação em 
face de Marcelo, conforme exposto do artigo 445, inciso I do Código Civil.

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