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Classificação dos Crimes no Direito Penal: · Quanto ao sujeito ativo Crime comum: Pode ser praticado por qualquer pessoa. Ex: qualquer pessoa pode praticar um furto. Crime próprio: Exige uma qualidade ou condição especial do sujeito ativo. Ex: só funcionário público pode praticar o crime de peculato (Art. 312 CP). Crime de mão própria: Só pode ser praticado pela pessoa expressamente indicada no tipo penal como testemunha, perito... (Art. 342 CP). Crime material: O resultado do termino (consumação) do delito só é atingida com a produção do resultado naturalístico. Ex: homicídio. A consumação se dá com o resultado morte, caso contrário, o agente responderá pelo crime na modalidade de tentativa. Crime formal: Não exige a produção do resultado para a consumação do delito. Também são chamados de crimes de consumação antecipada. Não há que se falar em tentativa. Ex: crime de ameaça. Crime de mera conduta: O comportamento não está vinculado ao resultado. Ex: violação de domicílio. Crime de dano: O injusto penal configura-se com o dano efetivo, ou seja, concreta lesão ao bem jurídico tutelado (protegido pela norma penal). Ex: o crime de vilipêndio a cadáver (Art. 212 CP). *Crime de perigo: é aquele que, para que se considere consumado, exige apenas que o bem seja exposto a perigo. EX. omissão de socorro. ·Quanto à forma da conduta Crime comissivo: O agente faz algo que está proibido, o agente pratica uma ação proibida por lei. Ex: Homicídio (Art.121) Furto (Art. 155) ambos do CP. Crime omissivo: Deixa de fazer algo que estava obrigado. Omissivo próprio: Conduta negativa (não fazer) o agente não tem o poder/dever de agir. Ex: omissão de socorro a pessoa desconhecida. • Descreve a omissão; • Não admite tentativa; • São sempre dolosos. Omissivo improprio: A conduta é positiva, só que praticada via omissão por quem estava na posição de garantidor para evitar o resultado. • Tipo descreve a ação; • Não admite tentativa; • Culposo ou doloso. Crime de conduta mista: É um tipo penal composto de ação seguida de omissão, ou seja, a norma penal exige do sujeito ative dois comportamentos, um comissivo (que ocorre antes) e outro omissivo (que deverá ocorrer depois). Ex: acha alguma coisa perdida e se apropriar dessa coisa, sem procurar o verdadeiro dono ou entregar as autoridades competentes... (Art. 169, parágrafo único, inciso II CP) Crime de esquecimento ou de “olvido”: Tratam-se crimes omissivos impróprios, de natureza culposa, caso em que resta caracterizada a culpa inconsciente ou sem previsão do sujeito ativo. É caso em que o agente não prevê o resultado que era previsível ao caso concreto. Ex: Pai esquece o filho dentro do carro, causando-lhe a morte. · Quanto ao tempo da consumação Crime instantâneo: Aquele cuja consumação ocorre imediatamente, em um instante definido. Ex: furto. Crime permanente: Aquele cujo momento consumativo se prolonga no tempo, por vontade do agente. Ex: extorsão mediante sequestro. Crime instantâneo de efeitos permanentes: Aquele cuja se consuma imediatamente, em um momento determinado no tempo, mas seus cujos efeitos se prolongam no tempo e são irreversíveis. Ex: Aborto. Crime a prazo: É aquele que depende de determinado prazo para sua consumação, como o de apropriação de coisa achada (art. 162, inciso II, do CP). · Quanto à unicidade ou não do tipo penal Crime simples: Apresenta um tipo penal único. Ex: Homicídio. Crime complexo: Resulta da fusão entre dois ou mais tipos penais. Ex: latrocínio = roubo + homicídio. · Quanto à dependência de outro crime para existir Crime principal: São aqueles que não dependem de qualquer outra infração penal para que se configurem, ou seja, são independentes. Ex: Furto, Homicídio . Crime acessório: Depende de um crime anterior, a ele ligada pelo dispositivo penal que, no tipo, faz referência àquela. O crime de receptação (art. 180), por exemplo, só existe se antes foi cometido outro delito (furto, roubo, estelionato etc). De fusão, de conexão ou de anexação: São aqueles que se relacionam a outro crime cometido anteriormente por terceiro, como o favorecimento pessoal, o favorecimento real e a receptação. · Quanto à forma de utilização do princípio da consunção Crime progressivo: O agente, pretendendo produzir o resultado mais grave desde o início, pratica sucessivas violações ao bem jurídico. Ex: Homicídio. Progressão criminosa: Ocorre a mutação do dolo do agente, que inicialmente realiza um crime menos grave e após realiza a consumação decide praticar outro delito mais grave. · Quanto ao número de atos exigidos para sua consumação Crime unissubsistente: é aquele que se realiza com um único ato, como o desacato ou a injúria, ambos praticados verbalmente. A conduta não pode ser fracionada. Ex injúria verbal e, para parte da doutrina, art. 178 do CP. Crime plurissubsistente: É aquele que exige mais de um ato para sua realização, a conduta do agente pode ser fracionada, possibilitando a interrupção da execução, por circunstâncias alheias à vontade do agente, e, com isso, a punição do conatus (modalidade tentada do crime) Ex: Estelionato (art. 171). · Quanto à necessidade de mais de um sujeito ativo Crime unissubjetivo, monossubjetivo ou de concurso eventual: Podem ser cometidos por uma só pessoa ou várias. * Crime plurissubjetivo ou de concurso necessário: Exige a pluralidade de sujeitos ativos como requisito típico. · Quanto à exigência de forma específica para sua prática Crime de forma livre: Não prevê uma forma específica de realização do núcleo do tipo, como o furto. Crime de forma vinculada: Tem forma de realização do núcleo do tipo especificamente previstas em lei. É o caso do curandeirismo, que possui algumas formas previstas nos (incisos do art. 284 CP) · Quanto ao lugar Crime à distância ou de espaço máximo: São aqueles com ação no Brasil e resultado fora do Brasil, ou ação fora e resultado no Brasil. Aqui se aplica o princípio de ubiquidade, previsto no (art.6 CP). Crime plurilocal: Ocorre por completo dentro do território nacional, ou seja, uma parte ocorre na cidade “A” e uma outra parte do delito ocorre na cidade “B”. Por ocorrer totalmente em território Nacional, nós crimes plurilocais, não se discute a jurisdição, mas sim a competência, previstos nos (art. 70 e seguintes, CPP). · Quanto aos vestígios Crime de fato transeunte (delicta facti transeuntis): É a expressão criada pela doutrina para referir-se ao crime que não deixa vestígios, sendo desnecessária, portanto, a realização de exame de corpo de delito. Ex: crime de injúria praticado verbalmente (CP, art. 140). Crime de fato permanente (delicta facti permanentis): É o crime que deixa vestígios, sendo imprescindível, assim, a realização de exame de corpo de delito (CPP, art. 158), muito embora esse laudo, frise-se, não vincula o juiz, que pode aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte (CPP, art. 182). Ex: crime de homicídio (CP, art. 121). · Quanto à condição objetiva de punibilidade Crime condicionado: É aquele que depende de uma condição objetiva de punibilidade, como no caso dos crimes tributários do artigo 1º da Lei 8.137/90. Crime incondicionado: Delitos que não demandam qualquer espécie de condição para processamento/ Punibilidade. · Quanto à natureza dos crimes militares Crime militar próprio: É aquele que está previsto somente no CPM, a conduta não está prevista em outra lei ou código penal. Em regra, só pode ser cometido por militar. Ex: praticar violência contra superior (art.157 CPM) Crime militar impróprio: É aquele que está previsto tanto no CPM quanto em outras leis, podem ser praticados por civis e militares. EX: homicidio (art.205/ CPM). · Quanto ao sujeito passivo Crime vago: É aquele em que figura como sujeito passivo uma entidade destituída de personalidade jurídica, como a família ou a sociedade. Exemplo: tráfico de drogas (Lei 11.343/2006, art. 33, caput), no qual o sujeito passivo é a coletividade. Crime de dupla subjetividade passiva: É aquele que possui mais de um sujeito passivo imediato. É o caso do aborto sem consentimentoda gestante (artigo 125 do CP). · Quanto ao número de bens jurídicos atingidos Crime mono-ofensivo: É aquele crime que ofende ou expõe a perigo de lesão apenas um bem jurídico. Exemplo: crime de homicídio (CP, art. 121), cuja infração penal provoca lesão na bem jurídica “vida”. Crime pluriofensivo: É aquele crime que ofende ou expõe a perigo de lesão mais de um bem jurídico. Exemplo: crime de latrocínio (CP, art. 157, § 3º, parte final), cuja infração penal provoca lesão nos bens jurídicos “vida” e “patrimônio”. · Quanto a elementos subjetivos impróprios: Crimes de intenção: são os crimes que exigem elemento subjetivo especial do tipo. No caso do furto, exige-se a intenção de apropriação para além da mera subtração. Pode ser subdividido em duas classes de crimes: De tendência interna transcendente de resultado cortado (separado): Segundo Roxin, o segundo resultado posterior deve ser produzido como consequência da ação típica, sem uma conduta adicional do sujeito ativo. De tendência interna transcendente mutilado (atrofiado) de dois atos: É aquele em que agente comete um crime com intenção de obter uma vantagem, utilizandose, posteriormente, do resultado obtido com o crime anterior. Crimes de tendência, também chamados de delitos de tendência interna peculiar ou intensificada: O delito possui um elemento subjetivo que é inerente a um elemento típico ou determina a classe do crime, segundo Roxin[12]. De forma mais simples, a doutrina os conceitua como aqueles cuja intenção do agente determina se o fato é típico ou atípico. Crimes de expressão: Se caracteriza por ser cometido por meio de atividade intelectiva do autor, que processa a informação que recebe e se expressa inveridicamente. É o caso do falso testemunho. · Quanto ao tratamento diferenciado da tentativa: Crimes que só admitem a forma tentada: É aquele em que o agente inicia a execução, mas não consuma por razões alheias a sua vontade (art. 14, II, CP). E como regra, conforme o parágrafo único do mesmo artigo 14, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. Crimes de atentado ou de empreendimento: A consumação do delito se equipara à tentativa no que diz respeito à pena cominada. Então, se o sujeito não conseguiu consumar o delito ficando só́ na tentativa a pena será́ a mesma, não havendo a redução do artigo 14, p.u. do Código Penal. · Quanto ao Núcleo do Tipo: Crime de ação simples: é o crime que possui apenas um núcleo do tipo, consistente no verbo principal que descreve a conduta típica. Ex: homicídio. Crime de ação múltipla, de ação plurinuclear, de conteúdo variado ou tipo misto: É o crime que possui mais de um núcleo do tipo, podendo ser dividido em alternativo ou cumulativo: Crime de tipo misto alternativo: É o crime que possui mais de um núcleo do tipo, sendo que a prática de apenas um deles é suficiente para a sua consumação e a prática de mais de um deles, no mesmo contexto, configura crime único. Crime de tipo misto cumulativo: É o crime que possui mais de um núcleo do tipo, sendo que as condutas não são fungíveis entre si. Estão no mesmo tipo penal por opção do legislador, mas poderiam estar em tipos penais diversos. A prática de cada um deles configura um delito diverso. É o caso do crime do artigo 242 do CP. • Quanto à pena prevista Infrações penais de menor potencial ofensivo: Art. 61. Lei 9.099/95 Consideramse infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. Infrações penais de médio potencial ofensivo: É a infração penal com pena máxima superior a 2 anos, mas cuja pena mínima seja igual ou inferior a um ano. Para tais delitos, é cabível a suspensão condicional do processo. Infrações penais de maior potencial ofensivo: É a infração penal com pena máxima superior a 2 anos e pena mínima superior a um ano, são os crimes para os quais não são cabíveis a transação penal nem a suspensão condicional do processo. · Outras Classificações Crime subsidiário: Um crime é subsidiário em relação a outro quando descreve um grau menor de violação do bem jurídico. A análise, este caso, é feita em concreto, relação de minus e de plus, ou seja, de maior ou menor intensidade. Crime multitudinário: É aquele praticado pela multidão em tumulto. A lei não diz o que se entende por “multidão”, razão pela qual sua configuração deve ser examinada no caso concreto. Exemplo: agressões praticadas em um estádio por torcedores de um time de futebol. No Direito Canônico da Idade Média, exigiam-se ao menos 40 pessoas. Crime de opinião (ou de palavra): é a expressão criada pela doutrina para referirse ao crime praticado por intermédio da manifestação abusiva e exagerada do pensamento, quer de forma escrita quer oralmente. Exemplo: crime de difamação (CP, art. 139). ⠀⠀ ⠀ Crime habitual: O crime Habitual, é, portanto, aquele que somente se consuma com a prática reiterada e uniforme de vários atos que revelam um estilo de vida do agente. Ex: casa de prostituição Crime profissional: O crime profissional é qualquer delito praticado por aquele que exerce uma profissão, utilizando-se dela para a pratica ilícita. Ex: O aborto praticado por médico. Crime mercenário: é o crime cometido com intuito de lucro. Crime gratuito: Expressão criada pela doutrina para referir-se ao crime cometido sem motivo, ou seja, sem qualquer razão. É o crime com ausência de motivação. Crime de ímpeto: é aquele cometido no calor da emoção, sem premeditação. É o que ocorre no caso de homicídio cometido sob o domínio de violenta emoção. Crime funcional: Refere-se a crimes praticados por funcionário público, previsto no Art 327 CP, ele pode ser: Próprio: quando, afastada a qualidade de funcionário público, o fato torna-se atípico. Ex: prevaricação Improprio: quando, a falra de qualidade especial poderá configurar outro deliro. Ex: peculato-furto. Crime de ação violenta: Praticado com emprego de força física ou com grave ameaça. Ex: estupro (art.213 CP). Crime de ação astuciosa: Praticado por meio de astúcia, de uma fraude ou um engodo. Ex: estelionato (art. 171 CP) Crime de circulação: é o crime praticado na condução de veículo automotor Crime internacional ou mundial: é o crime que o Brasil se obrigou a reprimir no Direito Internacional, por meio de tratado ou convenção, como o tráfico internacional de entorpecentes e o tráfico internacional de pessoas para fins de exploração sexual. Crime obstáculo: São crimes que tipificam atos preparatórios de outros crimes. Ex: petrechos para falsificação de moeda. (art.291 CP). Crime remetido: é o delito cuja definição faz remissão ou referência a outro tipo penal. É o caso do crime de uso de documento falso
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