Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA 1 GESTÃO DA MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS Prof. Edson Roberto Ferreira Bueno 2 TEMA 1 – A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL 1.1 Histórico da manutenção industrial O grau de organização da manutenção reflete as particularidades da escala de desenvolvimento econômico e industrial de um país. A partir do momento de startup dos equipamentos e instalações, imediatamente começa a ocorrer o envelhecimento e então surge a necessidade de uma racionalização das técnicas e dos procedimentos de manutenção. O marco inicial da organização da manutenção é referenciado aos países europeus e norte-americanos onde a ideia da organização da manutenção surgiu, talvez devido à maior antiguidade do seu parque industrial, e onde também apareceu inicialmente o termo maintenance, manutention, manutenção. De uma forma geral, a manutenção constitui-se na conservação de todos os equipamentos, de forma que todos estejam em condições ótimas de operação quando solicitados ou, em caso de defeitos, estes possam ser reparados no menor tempo possível e da maneira tecnicamente mais correta. A partir de então, todas as grandes e médias empresas na Europa e América do Norte dedicaram grande esforço ao treinamento do pessoal nas técnicas de organização e gerenciamento da manutenção. No Brasil, no início do seu desenvolvimento industrial, a baixa qualidade e a produtividade industrial, a baixa taxa de utilização e os altos custos de operação e de produção refletiam justamente um baixo nível ou até inexistência quase total de organização na manutenção. No entanto, com o passar dos anos, com o amadurecimento industrial e a necessidade de sobrevivência, fez-se sentir a pesada necessidade de reestruturação, principalmente no nível e na filosofia da organização da manutenção industrial, de modo que, hoje, há um esforço maior nesse sentido, de tal forma que é possível afirmar que a manutenção ganha o seu destaque no processo produtivo, como não poderia deixar de ocorrer, em benefício próprio das empresas e indústrias. 3 1.2 Evolução da manutenção Nos últimos anos, a atividade de manutenção tem passado por mais mudanças do que qualquer outra. Dentre as principais causas, podemos citar: Rápido aumento do número e diversidade de itens físicos (instalações, equipamentos e edificações) que têm que ser mantidos; Projetos muito mais complexos; Novas técnicas de manutenção; Novos enfoques sobre a organização da manutenção e suas responsabilidades. Segundo Araújo e Santos (2012, p. 5), a ideia básica decorrente do destaque conferido à manutenção é que não basta investir e implantar um sistema produtivo; é necessário que o tempo de utilização anual do sistema em condições de produção próximas da máxima seja o maior possível e simultaneamente sejam otimizados a duração de vida útil e os custos. Segundo Groover (2011), os sistemas de manufatura ou processos de produção são mais importantes atualmente do que jamais foram. Atualmente as variáveis de processo são controladas com maior eficácia de modo a atender às demandas de qualidade e produtividade exigidas pelos processos. Dessa forma, o desenvolvimento e a necessidade de otimização da produção de um sistema requerem a existência de um grupo fortemente especializado na manutenção da empresa e implantado dentro do organograma num nível adequado de liderança que lhe permita plenas condições de trabalho. TEMA 2 – A FUNÇÃO DA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL A Figura 1 demonstra um diagrama com os principais blocos que representam os processos que integram a função manutenção. 4 Figura 1 – Processo da manutenção Fonte: Araújo; Santos, 2012. 2.1 Descrição das principais funções da área de manutenção 2.1.1 Gerenciar equipamentos O gerenciamento é um processo bem abrangente, que engloba desde o controle dos equipamentos industriais até máquinas e ferramentas utilizadas pela manutenção. Existem softwares de pequeno porte e específicos que atendem somente a um setor da empresa, até softwares médios que gerenciam todos os equipamentos, bem como outros mais abrangentes em que o processo de gerenciar equipamentos é um módulo deles. 2.1.2 Tratar solicitações de serviços Esse processo trata das solicitações que chegam à manutenção. Essas solicitações incluem os pedidos da área operacional, as recomendações de inspeção, os pedidos da preventiva e da preditiva. A programação de preventiva e/ou preditiva pode ser tratada como solicitação de serviços. No entanto existem softwares que já registram a carteira de preventivas e preditivas como serviço planejado e na fila de execução. É desejável realizar estatísticas de velocidade de atendimento de solicitações por prioridade e área (ou outro grupo qualquer). 5 2.1.3 Planejar serviços Este processo é quase instantâneo para serviços simples, mas pode demandar até meses, no caso de planejamento de uma complexa parada de manutenção. Assim, para melhor entendê-lo, convém analisar os processos internos de que ele é composto. Mas antes, é importante reforçar o significado da palavra serviço no contexto aqui estudado: Um serviço é um conjunto de atividades inter-relacionadas, com um objetivo bem definido e que, como um todo, incorpora um benefício de valor e para o qual se deseja um controle de recursos consumidos (também denominado empreendimento). Dessa forma, um serviço pode ser considerado uma ou várias ordens de trabalho e pode possuir as seguintes características: 2.1.3.1 Definição de etapas de um serviço Numa visão macro, um serviço é composto de vários serviços menores, até que, na menor unidade de serviço, tenhamos a tarefa (em alguns softwares, denominada de item ou etapa). Uma tarefa é caracterizada como uma atividade contínua, executada por uma mesma equipe, com início e fim definidos no tempo. Em softwares de planejamento de paradas, por exemplo, o conceito de Work Breakdown Structure (WBS) é uma espécie de subdivisão de serviços até chegar ao conceito de tarefa. Existem softwares que contêm serviços padrão (ou ordens de serviço Padrão) em que é permitido gerar as tarefas com base em itens dos serviços padronizados, de acordo com a facilidade ou dificuldade para realizar esta operação. 2.1.3.2 Definição de interdependência entre tarefas Para a execução de serviços mais complexos, é necessário um número razoável de tarefas. Torna-se também necessário definir a sequência que as tarefas devem ser executadas. Para isso, é necessário definir quais etapas devem ser executadas primeiro, e qual é o tipo de vinculação entre elas. O Quadro 1 apresenta as vinculações possíveis entre duas tarefas. 6 Quadro 1 – Vinculações entre tarefas Vinculação Descrição Término-Início Uma tarefa só inicia quando sua antecessora é concluída. Início-Início Uma tarefa só pode iniciar quando outra a ela vinculada também inicia. Término-Início/retardo Uma tarefa só inicia após X intervalos de tempo do término de outra etapa (ou antes, de outra terminar em X intervalos de tempo). Início-início/retardo Uma tarefa só inicia após ter decorrido X intervalos de tempo do início de outra tarefa. Os sistemas utilizados para gerenciamento de serviços têm como objetivo prover serviços e processos de manutenção com qualidade, sempre alinhados às necessidades específicas de cada negócio. A principal vinculação das atividades, nesses sistemas, relaciona normalmente o início e o término de cada tarefa. Já mais especificamente para a manutenção se utilizam sistemas mais atuais que operam com os 4 tipos de vinculações relacionadas no Quadro 1, com a possibilidade de utilização em outras áreas de engenharia, como projetos, por exemplo. 2.1.3.3 Microplanejamento de tarefas Microplanejamento é um tipo de planejamento ligado à execução da tarefa, ou seja, trata doplanejamento executivo. Quando se fala em planejamento, é usual associá-lo ao cronograma, a uma rede de precedência, enfim, a ferramentas de planejamento, porém o planejamento tem que estar presente também na execução. Além disso, o microplanejamento abrange o estudo e planejamento das atividades inerentes a uma dada tarefa (ferramentas, materiais, procedimentos, instruções específicas). Obviamente, para associar essas facilidades ao serviço planejado, o sistema deve dispor de um módulo que contemple todas as ações fundamentais à execução do trabalho, não devendo se restringir às tarefas de manutenção, mas também às de apoio ou acompanhamento (inspeção, segurança, acesso, etc.). 2.1.3.4 Determinação de níveis de recurso do serviço O planejamento deve ser a única característica da manutenção que contempla todos os recursos (pessoal, serviços, equipamentos, ferramentas, materiais, procedimentos especiais, etc.) e atividades (operação, inspeção, 7 manutenção, infraestrutura, recursos humanos, SMS etc.) envolvidos no processo denominado, parada de manutenção. Esse processo deve considerar fatores de impacto na produtividade, buscando a sua mitigação se for o caso: Clima (chuva, vento, calor etc.); Acesso (altura, espaço etc.); Absenteísmo em períodos especiais. Esta ação determina os recursos necessários e o tempo em que um ou mais serviços podem ser executados. É muito usado no planejamento de paradas de manutenção, sendo chamado de nivelamento de recursos. As metodologias mais usadas para esse processo são o PERT e o CPM. Existem sistemas que determinam o nível de recursos (ou histograma de recursos) também na programação de serviços rotineiros. Outros sistemas executam apenas a programação mecanizada de serviços em função de recursos definidos. 2.1.3.5 Orçamento de serviços A utilização de sistemas interligados e conectados a sites de fornecedores pode ser muito útil aos processos de manutenção porque possibilita o acesso rápido às informações técnicas dos produtos e orçamentos prévios de serviços com facilidade e flexibilidade. Além das informações que viabilizam o processo de orçamento, é necessário que os recursos (humanos e de máquinas) tenham os custos atualizados assim como também os custos de materiais e os custos de execução por terceiros. Outra questão a ser considerada num processo de orçamento se refere ao custo indireto que engloba o custo da folha das chefias, do staff técnico e administrativo. Este custo normalmente é contabilizado por um percentual de acréscimo aos custos diretos. 2.1.4 Gerenciar recursos De acordo com Araújo e Santos (2012, p. 6): 8 O processo de gerenciamento dos recursos da manutenção contempla o controle de disponibilidade de recursos humanos e sua distribuição pelas diversos setores e plantas da fábrica. O controle de disponibilidade significa saber quantas pessoas de cada função estão disponíveis a cada dia nas diversas plantas. Significa também controlar quem está afastado e porque motivo, além do controle da quantidade e especialização de equipes contratadas. O processo abrange também o controle de setores específicos e de máquinas especiais. Já o controle de materiais é objeto de outra característica e processo denominado "Administração de Estoques". Este processo é importante quando se utilizam sistemas de programação automatizada de serviços, que exigem exatidão da informação de recursos disponíveis. 2.1.5 Programar serviços A execução das atividades de manutenção, salvo as emergências, deve obedecer a uma programação definida diariamente ou dentro de um período determinado em que se apontam as tarefas que serão executadas no dia seguinte o no próximo período, em função de recursos disponíveis e da facilidade de liberação dos equipamentos. As tarefas definidas em função de sua importância no processo recebem uma atribuição de prioridade para facilitar a programação, conforme demonstra o Quadro 2. Quadro 2 – Prioridades de função A B C D Emergência Urgência Normal operacional Normal não operacional Para uma programação de manutenção adequada, Araújo e Santos (2012, p. 6) afirmam que: Primeiro programa-se os serviços com prioridade mais alta, depois os da segunda prioridade e assim por diante, até esgotar a tabela de recursos. Cabe lembrar que muitos serviços podem ter a data marcada para sua execução, e outros não podem ser programados por impedimentos (ou bloqueios) diversos (falta material, faltam ferramentas, necessita de mais planejamento, não pode liberar). Esta teoria é adotada pelos sistemas que determinam a programação automatizada de serviços. Outros sistemas não calculam a programação automatizada, mas fornecem subsídios para o usuário montar rapidamente uma programação de boa qualidade. Fornecem tabelas com os serviços classificados em ordem decrescente de prioridade, e o usuário rapidamente assinala quais serviços serão feitos em sequência. Caso o usuário assinale mais serviços do que os recursos disponíveis, o sistema emite um alerta. Outros sistemas simplesmente não fazem nada relativo a este processo. O usuário marca o dia que deseja os serviços sejam programados, e, chegado o momento, o sistema lista estes serviços. 9 Se o usuário programou mais serviços do que a disponibilidade de recursos, na hora de executá-los, descobrirá que muitos não foram iniciados por absoluta falta de recursos. Agora cabe uma pergunta: – Qual o melhor sistema, o que tem programação automatizada ou o que o usuário define todos os serviços? A experiência tem mostrado que onde há poucas pessoas para gerenciar muitos serviços, o ideal é um sistema com programação automatizado. De preferência que permita fazer pequenos ajustes manuais na programação. Já, para estruturas simples de manutenção, ou estruturas totalmente descentralizadas, com volume de serviços (e equipes) pequeno em cada posto (até umas 15 a 20 pessoas no total), não há necessidade de programação automatizada. Um sistema semiautomatizado agiliza bastante as atividades. Em estruturas muito enxutas ou com pequena diversidade de serviços não há necessidade de apoio de informática para definir a programação. Nas estruturas que boa parte da manutenção foi terceirizada, dependendo como foi elaborado o contrato, a contratada elabora a sua própria programação, o problema passa a ser dela. Caso contrário, dependendo do porte da estrutura, pode até ser recomendável a programação de serviços automatizada. 2.1.6 Gerenciar o acompanhamento dos serviços O gerenciamento do acompanhamento aborda o processo de execução diária de serviços em que se evidencia que determinadas atividades não poderão ser realizadas. Quando isso ocorre, esses serviços são considerados como impedidos. Os serviços classificados como impedidos são frequentemente monitorados e avaliados visando à possibilidade ou não de execução. Além disso, é necessário ponderar a situação em função da quantidade de serviços e da disponibilidade das equipes. Quando o acompanhamento é realizado com sucesso, para os serviços concluídos acontece a apropriação de serviços. 2.1.7 Registrar serviços e recursos De acordo com ETC (S.d., p.7), o processo de registrar serviços e recursos na manutenção compreende: a “apropriação” de serviços e recursos e o registro de informações sobre o que foi feito e em que equipamento. Existem várias formas de se “apropriar” serviços. A apropriação mais comum informa o tipo de executante utilizado, quantos HH (Hora Homem) foram utilizados no serviço e se o mesmo foi concluído ou não. Se tivermos o valor do custo unitário do HH, podemos levantar o custo real de mão de obra. Numa “apropriação” detalhada, informa-se o código do serviço e etapa, as matrículas dos executantes e hora de início e fim do trabalho de cada executante. Indica-se que materiais foram utilizados, o valor gasto com subcontratadase outras informações relevantes para o serviço. É interessante também a existência de uma interface com o processo “Gerenciar Equipamentos” para o registro de informações úteis para o 10 histórico de manutenção, quando for o caso. Aqui é crucial a facilidade de operação com a tela (acesso a instruções, orientação quanto a códigos a preencher, consistência de valores, devido ao grande número de pessoas que podem registrar informações nesta tela). 2.1.8 Administrar contratos/carga de serviços A administração de contratos na área de manutenção é responsável pelo processo de elaboração, fiscalização e controle de qualidade dos serviços até o acompanhamento orçamentário da manutenção. Também gerencia a carga de serviços por meio da análise frequente dos indicadores, observando os desvios em relação ao planejamento, aos tempos médios para iniciar o atendimento, para atender, prioridade, local etc. além da quantificação de benefícios incorporados à organização em função da execução de serviços. Na prática, a administração é denominada de processo de informações gerenciais. Na visão de Araújo e Santos (2012, p. 6), a viabilidade da administração de contrato é verificada e avaliada pelas seguintes atividades: • Acompanhamento orçamentário - previsto x realizado (por conta, centro de custo, área, etc.). • Duração prevista x executada dos serviços (por tarefa / OT, por área, por planta e outras categorias). • Tempo médio entre o pedido e início do atendimento das OTs por prioridade. • Duração média dos serviços. • Carga de serviços futuros (backlog independente e condicionado) • Estatísticas variadas (Percentual de serviços por prioridade, por área, por planta, etc.). • Outros indicadores de manutenção. 2.1.9 Controlar padrões de serviços A padronização de serviço rotineiro da manutenção é importante, pois é considerada uma ferramenta para a diminuição de custos e melhoria dos processos na empresa. Basicamente visa controlar os serviços rotineiros de forma automática, utilizando uma metodologia padronizada, principalmente para os serviços de baixa complexidade A padronização cria procedimentos denominados Ordem de Trabalho (OT), em que as atividades, tarefas ou serviços são geradas a partir de uma especificação padrão, de cada tarefa que pode ser associada a um determinado procedimento. Para diminuir o tempo de operação do sistema, recomenda-se a elaboração de um conjunto de ordens de trabalho padronizado que agrupe os serviços mais repetitivos de manutenção. 11 Já para as situações mais tecnológicas e complexas, é necessário implementar e associar às OTs, grupos de atividades denominados pacotes de serviço. 2.1.10 Administrar estoques Atualmente o setor de logística nas empresas demanda informações rápidas e precisas, o que o torna um exemplo de organização para outros setores, inclusive para a área de manutenção no tocante à dinâmica do controle de estoque. Talvez devido ao baixo número de componentes, muitas empresas ainda não visualizaram a importância desse controle e o benefício decorrente dessa prática. TEMA 3 – A GESTÃO DO CONHECIMENTO NA ÁREA DE MANUTENÇÃO 3.1 Benefícios da gestão do conhecimento A gestão do conhecimento (Knowledge Managemen – KM) é aplicável irrestritamente em todas as áreas, inclusive de forma abrangente e transversal em toda a engenharia de manutenção. Esta modalidade de gestão denota estudos sobre parâmetros que prescrevem a competitividade das organizações, os quais têm sido enriquecidos nos últimos anos com novos fatos e teorias inovadoras. O conceito de gestão do conhecimento é normalmente amplo e variável, portanto, quando da sua utilização, é sempre necessário um processo de adequação em função do novo contexto. Dessa forma, neste momento é necessário abordar primeiramente o conceito de conhecimento. Para uma melhor compreensão, distingue-se o termo conhecimento conforme apresentado na Figura 2. 12 Figura 2 – Abordagem sobre conhecimento Fonte: Francisco; Góes; Souza, 2008. A gestão do conhecimento vem por muitos anos despertando o interesse de pesquisadores da área e de empresários, na busca por seus benefícios. O conhecimento é considerado uma fonte de vantagem competitiva (Gray; Meister, 2006). Oliveira, Goldoni e Constantino (2006) em seu artigo relacionam alguns tópicos pouco explorados na literatura, associando-os com as fases da gestão do conhecimento e seus elementos (processos, tecnologia e individuo), conforme mostra o Quadro 3. Quadro 3 – Tópicos sobre gestão do conhecimento a serem estudados Fases Processo Tecnologia Individuo Criação Aprendizado por meio do cliente; Alianças com fornecedores; Informações de competidores. Formas de auxiliar na criação. Competências dos empregados; Pressão do tempo. Armazenamento Política de atualização. Qualidade da informação; Tipos de tecnologia. Definição de responsabilidades. Disseminação Condições propícias para a disseminação. Adoção de múltiplos métodos. Competitividade; Incentivo ao compartilhamento. Utilização Práticas para utilização e reutilização do conhecimento. Integração com os demais sistemas. Motivação. Measurement Relação com o desempenho organizacional; Indicadores. Ferramenta para mensuração. Indicadores. Todas as fases Alinhamento com os objetivos de negócio da organização; Inovação; Estrutura organizacional; Vantagem competitiva; Fatores estratégicos para a implementação. Gestão da informação; Tipos de sistemas de informação; Gestão de projetos Cultura; Aprendizado; Práticas e políticas de gestão de pessoas; Suporte da alta administração. Fonte: Oliveira; Goldoni; Constantino, 2006. 13 TEMA 4 – A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO PARA O PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO 4.1 A qualidade das informações Para o sucesso de uma empresa, não basta apenas coletar informações e guardá-las em um banco de dados; é necessário saber a aplicabilidade dessas. Num processo produtivo, as informações certas no momento certo refletem diretamente na escala de produtividade e na qualidade geral das atividades. Francisco, Góes e Souza (2008) também afirmam, nesse sentido, que, para gestão da manutenção, seja no planejamento ou no controle das atividades, várias são as possibilidades de captura de informações, que, quando trabalhadas e refinadas, podem proporcionar à equipe de manutenção planejar e programar a manutenção de uma forma mais rápida e racional, além de permitir o envolvimento de uma quantidade expressiva de clientes. 4.2 Ferramentas para captura e manipulação de informações O Quadro 4 demonstra algumas das principais ferramentas utilizadas na manutenção e que podem ser usadas para a captura e manuseio de informações. Quadro 4 – Ferramentas de captura de informações na manutenção Ferramentas Descrição Tagueamento Ferramenta que permite a organização planejar, programar a manutenção, além de permitir a extração de informações estratificadas do processo. Fluxogramas de serviço Normalmente após o processo de tagueamento é definido o fluxo de serviços de manutenção, ou seja, estabelecimento das regras organizacionais que canalizam os serviços com as devidas informações. Ordem de manutenção São instruções declaradas e geradas a partir dos planos de manutenção enviada as equipes e que define um trabalho a ser executado pela manutenção. Matriz de prioridade São ferramentas para facilitar a tomada de decisão, que consiste na combinação da criticidade do equipamento e o nível de urgência do serviço. Histórico da manutenção São reportes das informações concernentes aos serviços de manutenção de grande importância no gerenciamento de um processo produtivo, principalmente se gerenciado por um banco de dados da organização. Acervo técnico- bibliográfico Devido as possibilidades de ocorrência demudanças ou reparos nos equipamentos e maquinaria os desenhos e catálogos são ferramentas importantes para futuros estudos e encaminhamentos técnicos na organização. FMEA É uma ferramenta para análise de falhas em processos e produtos, com objetivo de prever efeitos indesejados, facilitando a tomada de decisão de forma antecipada, identificando e priorizando ações que impeçam a existência efetiva destes efeitos. Fonte: Francisco; Góes; Souza, 2008. 14 Além das ferramentas citadas no Quadro1, Viana (2002) aborda sobre seis indicadores muito comuns que são utilizados pela manutenção, chamados de índices ou indicadores de classe mundial. Essa denominação encontra justificativa no fato de que a maioria dos países do ocidente os utiliza com a seguinte nomenclatura: a. MTBF (mean time between failures), no Brasil conhecido como TMEF (tempo médio entre falhas); b. MTTR (mean time to repair), ou TMR (tempo médio de reparo); c. TMPF (tempo médio para falha); d. Disponibilidade física da maquinaria; e. Custo de manutenção por faturamento; f. Custo de manutenção por valor de reposição. TEMA 5 – A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO E DO CONTROLE DA MANUTENÇÃO 5.1 Características do planejamento e do controle de manutenção O planejamento e controle da manutenção (PCM) são primordiais para o desempenho da organização. Enquanto a manutenção industrial cuida da empresa, o PCM organiza e viabiliza a melhoria desta empresa, tornando-a mais competitiva. A implantação dessa metodologia organizacional se torna mais imediata a uma empresa, e as novas perspectivas advindas com a evolução das tecnologias da informação. Nesse cenário se observa também que a área de manutenção é evidenciada como um departamento estratégico e gerencial com grau de importância organizacional semelhante ao de um departamento de produção. Observando o organograma da Figura 3, verifica-se que o PCM está postado como suporte para a manutenção e operação, reportando informações diretamente à diretoria, o que o evidencia como um departamento estratégico na organização. 15 Figura 3 – Posicionamento departamental do PCM Fonte: Francisco; Góes; Souza, 2008. Por meio do planejamento da manutenção, Francisco, Góes e Souza (2008) afirmam que: [...] podemos programar os serviços com transferências de tecnologia para todas as equipes de trabalho, para desenvolvimento do planejamento da rotina, plano de manutenção, especificação de material e sobressalente e de serviços e escopo de contratação com foco em resultado. Este modelo de gerenciamento garante minimizar as perdas para reduzir custos de forma sistêmica, aumentando a eficácia produtiva e a capacitação dos colaboradores. Qualquer que seja a metodologia ou o tipo de manutenção aplicada ao processo, sempre há a necessidade de planejamento e controle das atividades. Os planos de manutenção estabelecem quais devem ser os ciclos de manutenção para cada bem (ou componente do bem), quais os procedimentos de manutenção para cada intervenção, quais as metas a serem realizadas. 16 REFERÊNCIAS ARAÚJO I. M.; SANTOS C. K. S. Manutenção elétrica industrial. Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Centro de Tecnologia – Departamento de Engenharia Elétrica, 2012. Disponível em: <http://www.dee.ufrn.br/~joao/manut/>. Acesso em: 23 set. 2018. ETC – Escola Técnica. Curso Técnico em Mecânica. Módulo III. Planejamento e Controle da Manutenção. São Paulo: ETC, S.d. FRANCISCO A. C. de; GÓES M. A. T.; SOUZA J. B de. Gestão do conhecimento (GC) compartilhado ao planejamento e controle da manutenção (PCM) – um requisito estratégico. CONGRESSO INTERNACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO – GESTÃO ESTRATÉGICA NA ERA DO CONHECIMENTO, Anais... Ponta Grossa, 8 a 12 set. 2008. Disponível em: <http://pg.utfpr.edu.br/dirppg/ppgep/ebook/2008/ CONGRESSOS/Internacionais/2008%20-%20aDM/6.pdf>. Acesso em: 23 set. 2018. GRAY, P. H.; MEISTER, D. B. Knowledge sourcing methods. Information & Management. v. 43, p. 142-156, 2006. GROOVER, M. Automação industrial e sistemas de manufatura. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. OLIVEIRA, M.; GOLDONI, V.; CONSTANTINO, F. Gestão do conhecimento: pesquisas realizadas e novas oportunidades. XXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. Anais... Fortaleza, 9 a 11 de outubro de 2006. VIANA, H. R. G. PCM, planejamento e controle de manutenção. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. XENOS, H. G. P. Gerenciando a manutenção produtiva: o caminho para eliminar falhas nos equipamentos e aumentar a produtividade. São Paulo: Falconi, 2014. _____. Gerenciando a manutenção produtiva. Minas Gerais: INDG – Editora de Desenvolvimento Gerencial, 1998.
Compartilhar