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Tutoria 5 - Módulo 1 - Fibromialgia

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Anna Déborah Martins – Medicina - FITS – 5º Período 
Anna Déborah Martins – Medicina - FITS – 5º Período 
 
Tutoria 5 – Módulo 1 
Fibromialgia 
1. Entender a dor fibromialgia (definição, 
fisiopatologia e quadro clínico) 
 Definição: 
o É uma síndrome álgica 
musculoesquelética crônica, de duração 
superior a 3 meses, generalizada, na 
qual existe um distúrbio do 
processamento dos centros aferentes, 
causando dor. De natureza não 
autoimune e não inflamatória, sua 
etiologia permanece desconhecida. 
o Se caracteriza por dor generalizada, 
pontos dolorosos, distúrbios do sono e 
fadiga extrema. A dor sempre é 
percebida na musculatura e está 
relacionada com a sensibilização das 
vias de transmissão da dor no SNC. 
o Caracterizada pela presença de dor 
difusa, generalizada e crônica – duração 
maior que três meses, associada a 
fadiga e sono não repousante. Acomete 
principalmente mulheres (9 mulheres 
para 1 homem), apresenta distribuição 
universal e pode ser encontrada em 
todos os grupos étnicos, em todos os 
climas e em todas as culturas. 
o É a segunda maior causa de consultas a 
reumatologistas, logo após a 
osteoartrite. 
 Fisiopatologia: 
Mecanismos fisiológicos postulados: ( 
o Sensibilização central: 
Portadores de fibromialgia estão em um 
estado de centralização da dor, o que 
significa que eles sentem mais dor do 
que o esperado para certo estímulo 
nociceptivo. Algumas alterações do 
sistema nervoso central interpretam 
esse estímulo como sensações 
desagradáveis e os traduzem em dor, 
além de amplificá-los. 
As fibras da dor (fibras C 
desmielinizadas) são estimuladas 
repetida, rápida e prolongadamente – 
em um somatório temporal dos impulsos 
neurais. Isso amplifica os potenciais de 
ação nos neurônios do corno posterior 
da medula. E essa hiperestimulação 
causa despolarização dos receptores N-
metil-D-aspartado (NMDA), gerando 
alterações da transcrição que afetam o 
processamento da dor. 
Além disso, há uma inibição das vias 
descendentes inibitórias da dor. Essas 
vias modulam a resposta medular aos 
estímulos dolorosos e estão 
prejudicadas em portadores de 
fibromialgia, o que potencializa a 
sensibilização central. 
Os níveis de neurotransimissores estão 
implicados na percepção da dor pelo 
indivíduo, facilitando ou dificultando a 
transmissão do estímulo. Esses 
transmissores também controlam o 
sono, humor, memória e atenção, e por 
isso pacientes com fibromialgia muito 
frequentemente também apresentam 
alterações do padrão do sono, humor, da 
memória e da atenção, como veremos 
adiante nas manifestações clínicas. 
o Alterações musculares: 
Foram observadas, por técnicas de 
imunohistoquímica, atrofia muscular de 
fibras tipo II, bem como fibras 
reticulares, maior quantidade de 
lipídeos e de mitocôndrias. Essas 
alterações são secundárias à redução da 
microcirculação local, causando hipóxia 
e reduzindo a energia disponível. Como, 
na contração, há maior necessidade de 
oxigênio, isso acaba causando hipóxias 
focais cronicamente. Esse processo 
ativa os receptores adenosina A2, 
sensibilizando fibras nervosas não 
mielinizadas. Além disso, há 
desregulação vascular, aumento de 
substância P nos músculos, de 
interleucina-1 (IL-1) no tecido cutâneo e 
fragmentação do DNA de fibras 
musculares. Todos esses processos 
parecem estar implicados também na 
fisiopatologia da fibromialgia. 
o Alterações neuro-hormonais e 
autonômicas: 
Anna Déborah Martins – Medicina - FITS – 5º Período 
Anna Déborah Martins – Medicina - FITS – 5º Período 
 
A cronicidade da dor e alterações nos 
mecanismos nociceptivos no SNC geram 
uma hipersecreção do hormônio ACTH 
(adenocorticotrópico). Essa 
hipersecreção ocasiona uma resposta 
sustentada ao estresse pelo eixo 
hipotálamo-hipófise-suprarrenal (HHS). 
Estudos mostram aumento dos níveis de 
ACTH em nível basal e em estresse, 
além de níveis elevados de cortisol – 
particularmente no fim do dia – e de 
ciclo cicardiano interrompido. Altos 
níveis de ACTH aumentam os níveis do 
hormônio somatostatina, que, por sua 
vez, inibe o GH. Esse hormônio também 
é produzido na fase IV do sono, fase 
esta que é interrompida nos pacientes 
fibromiálgicos. Logo, os níveis de GH 
nesses indivíduos é reduzido, 
particularmente durante o sono. 
Alterações na frequência cardíaca de 
repouso, diminuição da variabilidade 
desta ao longo do dia e hipotensão 
ortostática sugerem uma 
hiperreatividade persistente do 
sistema nervoso autônomo (SNA) em 
pacientes com fibromialgia. Um aumento 
do tônus simpático durante o sono foi 
sugerido como possível explicação para 
a fragmentação do sono, além de pode 
explicar fadiga, rigidez matinal, 
distúrbios do sono, ansiedade e 
irritabilidade nesses pacientes. Com 
relação às alterações do sono, um 
aspecto importante do sono desses 
indivíduos é a presença de sono alfa-
delta. Mas o que seria isso? 
O sono não REM possui quatro fases. À 
medida que essas fases progridem e o 
sono mais profundo é alcançado, a 
frequência das ondas cerebrais diminui. 
Na vigília com olhos fechados, as ondas 
possuem uma frequência entre 8Hz e 
13Hz – chamadas de ondas alfa. A fase 
I é uma transição da vigília e, no 
eletroencefalograma, se associa a ondas 
teta (4 a 7Hz); já a fase IV é 
constituído majoritariamente por ondas 
delta (<4Hz). É a fase IV, formada pelas 
ondas delta, a responsável pelo sono 
reparador e recuperador da energia 
física. 
Em pacientes com fibromialgia, há 
redução da eficiência do sono, com 
pequenos despertadores noturnos 
frequentes, diminuição da duração de 
sono de ondas lentas e intrusão de ondas 
alfa nas fases do sono profundo. Esse 
padrão é chamado de sono alfa-deta e 
está presente em cerca de 90% dos 
pacientes. No entanto, o sono alfa-delta 
não é específico da fibromialgia, 
podendo estar presente em outras 
condições e até em indivíduos normais. 
 
 Quadro clínico: 
o Fadiga; 
o Distúrbios do sono; 
o Baixa tolerância aos exercícios físicos; 
o Adormecimentos; 
o Pontadas; 
o Queimação; 
o Cãibras; 
o Edema de membros; 
o Tontura; 
o Palpitações; 
o Alterações cognitivas; 
o Ansiedade; 
o Humor deprimido; 
 
 Fatores de risco: 
As mulheres apresentam mais dores 
musculares que os homens, além de maiores 
respostas à dor aplicada por pressão, ou 
injeção de substância álgica na 
musculatura (Dannecker et al., 2008). A 
fibromialgia acomete as mulheres em um 
número bem maior que os homens 
(Bjorkegren et al., 2009). 
Um fator importante a respeito da 
fibromiagia é a sua provável história 
familiar, visto que os parentes de primeiro 
grau de um portador possuem uma 
propensão 8 vezes maior de desenvolver os 
sintomas (Smith et al., 2011), além de 
maior prevalência de tender points, 
indicando forte potencial de caráter 
hereditário (Goldenberg et al., 2008). No 
indivíduo geneticamente predisposto, a 
fibromialgia pode ser desencadeada por 
Anna Déborah Martins – Medicina - FITS – 5º Período 
Anna Déborah Martins – Medicina - FITS – 5º Período 
 
fatores como traumas físicos e psíquicos, 
mudanças climáticas, sedentarismo, 
ansiedade, depressão e falta de lazer 
(Valim et al., 2003). O estresse emocional 
também é responsável por agravar ou 
precipitar o quadro (Mcloughlin et al., 
2011). Existem outros fatores que podem 
desencadear a fibromialgia, como excesso 
de atividades físicas, excesso da jornada 
de trabalho, pouco apoio para as atividades 
profissionais nas empresas, excesso de 
atividade mental em trabalhos monótonos, 
utilização inadequada de material de 
trabalho ou materiais inadequados para a 
realização das atividades profissionais, 
posturas incorretas para a realização das 
tarefas, ambientes impróprios e insalubres 
de trabalho, estresse, pouco apoio familiar 
e solidão (Sikes et al., 2008). 
Recentemente, dois fatores estão 
chamando a atençãodos reumatologistas 
com relação a fibromialgia, que são a 
obesidade e a falta de atividade física 
(Williams e Arnold, 2011). Mulheres que se 
exercitam quatro vezes por semana 
apresentaram um risco 29% menor de 
desenvolver fibromialgia, em comparação 
com as mulheres fisicamente inativas. O 
IMC (índice de massa corporal) elevado 
(acima de 30) também é um fator de risco 
forte para o desenvolvimento da doença 
(Sprouse-Blum et al., 2010). 
 
o Neuropatia diabética – esta é uma 
forma de dano nervoso que pode 
acontecer em pessoas com diabetes. 
 Diagnóstico: 
Geralmente, o exame físico é normal ou 
fornece poucos achados, a não ser pelo 
dolorimento difuso, o qual é avaliado pelos 
tender points ou pela palpação digital. O 
exame físico é extremamente importante 
pois ajuda na determinação da 
hipersensibilidade dolorosa, assim como no 
auxílio de diagnósticos diferenciais e 
comorbidades. Ainda no exame, as 
articulações devem ser examinadas e 
pesquisadas quanto à presença de edema, 
dolorimento, amplitude dos movimentos e 
crepitação. Os pacientes devem ser 
avaliado quanto à presença de geradores 
periféricos de dor (artrite reumatóide, 
osteoartrite, tendinopatias). Fraqueza e 
força muscular precisam ser 
objetivamente pesquisadas. O achado de 
outras afecções evocadoras de dor não 
exclui, nem elimina o diagnóstico de 
fibromialgia. 
Um acho típico nessa doença é o padrão 
postural flexor típico. Doze dos dezoito 
tender points padronizados pela ACR para 
a caracterização da fibromialgia se 
localizam em músculos eretores e outros 
dois, em articulações esternais, estruturas 
sobrecarregadas nas posição fletida. 
Indivíduos com fibromialgia têm tendência 
a apresentar maior tensão em músculos 
posturais como o trapézio e o infraespinal, 
e menor resposta durante atividades 
dinâmicas quando comparados com 
controles livre de dor. Mesmo que os 
tender points representem sensibilidade 
aumetada, não há evidência de que os 
tecidos dolorosos sejam histolófica ou 
funcionalmente anormais. 
o Classificação para a síndrome: 
Presença de dor difusa pelo corpo 
(acima e abaixo da cintura, do lado 
direito e esquerdo do corpo) por mais de 
3 meses; 
Detecção de onze pontos dolorosos á 
palpação, os tender points. Deve-se 
aplicar a esses locais uma pressão de, 
aproximadamente 4 kg/cm2 (aplicar 
força de pressão digital suficiente para 
que o leito ungueal do examinador se 
torne branco) e, a partir daí, indíviduos 
normais passam a indicar se o local é 
doloroso. Se a pessoa tiver fibromialgia 
aponta dor com pressões bem menores 
que as toleradas por indivíduos normais. 
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o No entanto, essa classificação limitava 
a investigação da doença na medida em 
que não levava em consideração 
alterações do sono, fadiga e distúrbios 
cognitivos. Assim, em 2010, a American 
College of Rheumatology mais uma vez 
se reuniu e elaborou os critérios de 
2010, utilizando o índice de dor 
generalizada (IDG) e a escala de 
gravidade dos sintomas (EGS). 
 IDG: 
Solicita-se ao paciente que relate o 
local de qualquer dor que tenha 
sentido durante a última semana em 
dezenove área, incluindo ombros, 
braços, quadris, pernas, mandíbula, 
peito, abdome, costas e pescoço. 
 
 EGS: 
Leva em conta a gravidade dos 
sintomas na última semana, os quais 
são graduados por uma escala de zero 
à três, na qual zero corresponde a 
ausente; um, a sintomas leves ou 
intermitentes; dois, em grau 
moderado ou frequentemente 
presente e três, grave e contínuo. 
Marcar a gravidade dos seguintes 
sintomas nos últimos 7 dias: 
• Fadiga (cansaço ao executar 
atividades): (0) (1) (2) (3) 
• Sono não reparador (acordar 
cansado): (0) (1) (2) (3) 
• Sintomas cognitivos (dificuldade de 
memória, concentração): (0) (1) (2) 
(3). 
Sendo que: 0 = ausente; 
1 = leve ou intermitente; 
2 = moderado: intensidade moderada, 
sintoma geralmente presente; 
3 = grave: sintoma persistente, 
contínuo, com prejuízo da qualidade 
de vida e funcionalidade. 
Subtotal:___________ (máximo de 
9) 
Sintomas somáticos: responder às 
seguintes questões: 
 Você apresentou um desses 
sintomas nos últimos 6 meses? 
Dor abdominal: Não (0) Sim (1) 
Cefaleia: Não (0) Sim (1) 
Depressão: Não (0) Sim (1) 
Total do EGS: _____________ 
(máximo de 12) 
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Total do IDG e EGS: 
_____________ (máximo de 18 
pontos) 
O paciente preenche os critérios de 
fibromialgia quando apresenta sintomas 
por mais de 3 meses, com IDG e EGS>5 
ou IDG de 3 a 6 e EGS>9, e não possui 
outra doença que explique a dor. 
o 
 
2. Conhecer os tratamentos farmacológicos e 
não farmacológicos da fibromialgia. 
A adoção de medidas que levem em conta as 
peculiaridades de cada paciente é fator 
determinante para a eficácia do tratamento. 
Antes da prescrição ou da recomendação de 
qualquer tratamento, cabe ao médico não só 
promover trabalho educativo, esclarecendo a 
natureza do quadro e confirmando que ele não 
acarreta incapacidade física ou 
deformidades, como também estimular o 
paciente a procurar identificar os principais 
fatores precipitantes e perpetuadores de 
suas crises de piora da dor. 
Cabe, também, ao médico orientar seu 
paciente quanto a métodos para minimização 
da dor, seja pelo uso de medicamentos, seja 
pela adoção de métodos alternativos, visto 
que, raramente, uma única modalidade de 
tratamento é suficiente para a solução de 
todos os sintomas de fibromialgia. 
Recentemente, a Sociedade Brasileira de 
Reumatologia elaborou um consenso sobre o 
tratamento da fibromialgia após realizar 
reunião e ampla discussão sobre o assunto, da 
qual participaram tanto reumatologistas, 
como especialistas de outras áreas médicas 
com conhecimento dessa síndrome. 
 
 Tratamento farmacológicos: 
O uso de analgésicos comuns, como 
paracetamol ou anti-inflamatórios não 
esteroides (AINES), não é efetivo no 
tratamento de sensibilização central, mas 
esses fármacos são importantes para 
tratar bursites, degeneração discal, 
artrites inflamatórias e outros. 
Alguns autores defendem o uso de 
analgésicos opioides desde que restrito 
aos períodos de exacerbação da dor. 
Evidências mostram diminuição da 
disponibilidade de receptores de 
receptores opioides na fibromialgia, talvez 
secundariamente ao aumento da ocupação 
dos receptores opioides, visto os elevados 
níveis de opioides endógeno encontrado na 
fibromialgia. Isso justificaria a baixa 
eficácia desses medicamentos no quadro 
álgico desses pacientes. Ressalta-se, 
porém, que opioides são uma boa opção no 
tratamento pós-operatório de 
fibromiálgicos. 
o Antidepressivos: 
Principal tratamento. 
Os antidepressivos tricíclios e seus 
derivados, os inibidores de recaptação 
de serotonina, bem como os inibidores 
de receptação de serotonina e 
norepinefrina, são os principais 
fármacos prescritos. 
O uso desse tipo de medicamento para a 
fibromialgia advém da experiência com 
o tratamento de dor crônica. 
Possuem ação antinociceptiva nas vias 
descendentes da medula espinal, a 
partir da inibição da receptação de 
monoaminas, principalmente serotonina 
e norepinefrina, ou pela inibição de sua 
degradação. 
Associado aos seguintes sintomas: 
melhora da dor, depressão, fadiga, 
distúrbios do sono e qualidade de vida 
dos pacientes com fibromialgia. 
- Amitriptilina: em doses que não 
ultrapassam 50 mg/dia mostrou-se 
efetiva no tratamento de sintomas como 
dor, fadiga e melhora do sono, mas 
possui efeito anticolinérgico que, por 
vezes, limita sua utilização. 
Os antidepressivos tricíclicos possuem 
grau de recomendação A e nível de 
evidência Ib no tratamento da doença. 
- Fármacos que agem na receptaçãode 
serotonina como a fluoxetina, o 
citalopram e a paroxetina têm sido 
utilizados com resposta favorável, 
assim como os antidepressivos com ação 
dual na receptação de serotonina e de 
norepinefrina, como a duloxetina e a 
milnaciprana. 
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o Relaxantes musculares: 
- Ciclobenzaprina: é medicamento 
destaque devido a sua estrutura e ação 
que são semelhantes às dos 
antidepressivos tricíclicos, associadas à 
sua ação miorrelaxante em nível do 
tronco e da medula espinal por inibição 
do potencial eferente para os músculos 
esqueléticos. Quando utilizada em doses 
baixas melhora o padrão do sono na 
fibromialgia. 
- A tiazidina reduz os níveis da 
substância P algogênica no LCR, 
induzindo diminuição da dor e da 
sensibilidade dolorosa. 
o Hipnóticos: 
Bloqueiam o reflexo nociceptivo espinal 
e diminui o potencial evocado 
somatossensorial primário que a modula 
a percepção da dor. Porém, apresentam 
poder para acarretar dependência 
química, o que torna seu uso restrito a 
curtos intervalos. 
- benzodiazepínicos atuam como 
sedativo, anticonvulsivante, ansiolítico e 
possuem potente ação miorrelaxante; 
- Aprazolam é utilizado no início do 
tratamento, devido ao seu efeito 
ansiolítico. 
- Não diazepínicos: zolpidem e o 
zoplicone podem ser utilizados para 
alívio dos distúrbios do sono 
o Anticonvulsivantes: 
- Pregabalina e gabapentina: benéficos 
para redução da dor e na melhora do 
padrão de sono em situações de dores 
crônicas como na fibromialgia. Exercem 
seus efeitos no SNC e no periférico, 
pela redução da liberação de glutamato 
e da substância P algogênica nas vias 
ascendentes da medula, como pela 
diminuição da excitabilidade 
neurogênica por aumento da atividade 
GABA. 
Efeito colaterais: tontura, sonolência e 
ganho de peso. 
 Tratamento não farmacológico: 
o Exercícios físicos: 
Pacientes possuem dificuldade para se 
manterem ativos em função da 
percepção de que a atividade física pode 
ser geradora de dor. 
Sedentarismo é muito comum entre os 
acometidos pela doença, então é comum 
a prescrição de exercícios físicos. 
Estudos mostram que os pacientes 
toleram a intervenção com ganho de 
condicionamento aeróbico e força 
muscular sem piorar os sintomas da 
doença. Além disso, mostram melhora 
em parâmetros de dor, qualidade de vida 
mediada por meio de diferentes 
instrumentos, humor e contagem de 
pontos sensíveis e diminuição dos 
sintomas fibromiálgicos. 
O condicionamento aeróbico foi a 
modalidade mais estudada e possui nível 
de evidência I, com grau A de 
recomendação. Diversas modalidades 
podem ser sugerida, sendo aquática ou 
no solo e apresentam resultados 
semelhantes. Antes, o que se procurava 
era condicionamento cardiovascular, 
mas, atualmente, reconhece-se que 
exercícios de alongamento ou 
relaxamento, treino de força, ou 
caminhada possuem efeito benéfico no 
tratamento, desde que sejam 
individualizados e respeitem as 
limitações do paciente. 
O condicionamento cardiovascular com 
exercícios aeróbicos não é capaz de 
melhorar apenas a condição 
cardiovascular, mas também de induzir 
melhoras significativas nos parâmetros 
da dor. 
Inicialmente, deve ser prescrito 
exercícios suaves e progressivos de 
alongamento muscular, seguidos por 
sessões de relaxamento, incluindo 
trabalho de conscientização postural e 
corporal. É importante iniciar com 
exercícios de baixo impacto para evitar 
contrações musculares excêntricas. A 
intensidade deve ser aumentada lenta e 
gradativamente. É importante deixar 
claro para o paciente que os exercícios 
fazem parte do arsenal terapêutico e 
são até mais necessários que os 
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medicamentos, para que eles tenham em 
mente a importância. 
 
o Tratamento não convencional: 
Estratégias como massagens, banhos 
quentes, acupuntura, ioga, 
musicoterapia, entre outras, apesar de 
não ter evidência cientifica de eficácia, 
podem ser sugeridas como meio de 
integração e socialização. 
o Acupuntura: 
Mesmo com diversos estudos sobre o 
uso para a fibromialgia os resultados 
são muito conflitantes. A partir da 
identificação de cinco de qualidade, 
três demonstraram efeitos benéficos, 
mas de curta duração, e, em dois, não 
houve benefício. 
Mesmo oferecendo alivio de curta 
duração não há nível de evidência que 
subsidie sua recomendação. 
o Massoterapia: 
É um recurso eficaz em várias 
publicações, com resultados que 
mostram reduções significativas nos 
níveis de dor e depressão, além de 
diminuição no uso de analgésicos pelos 
pacientes submetidos a esse tipo de 
abordagem. Massagem pode ser um 
fator de analgesia imediata. 
o Medidas educacionais: 
- Alteração do sono: medidas básicas de 
higiene do sono devem ser orientadas. 
Manter uma rotina no que diz respeito a 
fixar o horário para ir dormir e acordar, 
manter o quarto ventilado e escuro, não 
fazer uso de bebidas cafeinadas e 
evitar exercícios vigorosos próximo da 
hora de dormir. 
- Psicoterapia de apoio pode ser 
necessária, em alguns casos, já que 
pacientes com fibromialgia 
demonstram baixos graus de 
satisfação em suas relações 
familiares, profissionais, recreacionais, 
cívicas e em seu círculo de amizade, 
o que demonstra, nitidamente, a 
influência de sua doença em suas 
atividades sociais. Programa 
reeducacional deve enfatizar ao 
paciente a sua responsabilidade e 
participação ativa no controle de seus 
sintomas e eles devem ser estimulados 
a redescobrir aspectos de suas vidas 
que lhes tragam satisfações pessoais. 
- Esclarecer que fibromialgia não é 
uma afecção que acarreta 
deformidades ou incapacidades como 
a artrite reumatoide ou a esclerose 
múltipla também é de auxílio ao 
paciente que se sente incapacitado 
por seus sintomas álgicos. Não é 
necessário minimizar ou ignorar os 
sintomas da fibromialgia, mas, como 
essa síndrome não é uma afecção 
deformante ou fisicamente 
incapacitante, é importante salientar 
esse aspecto positivo. Como muitas 
outras condições, principalmente da 
área da reumatologia, ela nem sempre é 
curável, mas pode ser administrada. E, 
como em tantas outras doenças 
crônicas, os pacientes devem enfocar 
o bem-estar e necessitam participar 
ativamente do tratamento. 
3. Identificar os diagnósticos diferenciais da 
fibromialgia. 
É essencial que a síndrome dolorosa 
miofascial não seja confundida com a 
fibromialgia, que é uma síndrome dolorosa 
difusa associada aos tender points (pontos 
dolorosos). Entretanto, apesar de distintas, a 
SDM pode coexistir com a fibromialgia. 
 
A fibromialgia possui também uma ampla 
gama de diagnósticos diferenciais, 
principalmente aqueles que cursam com dor 
crônica. Dentre os principais, temos: 
osteoartrite, artrite reumatoide, 
espondiloartrites, hipotireoidismo, 
deficiência de vitamina D/osteomalácia, 
polimialgia reumática, miopatias 
inflamatórias, distrofias musculares, 
parkinsonismo, hipopotassemia, uso de 
certos medicamentos (estatinas, 
bloqueadores de H2) ou drogas ilícitas 
(cocaína, cannabis). 
Alguns exames complementares podem 
auxiliar no diagnósitco diferencial: reagentes 
de fase aguda (VHS e PCR), função 
Anna Déborah Martins – Medicina - FITS – 5º Período 
Anna Déborah Martins – Medicina - FITS – 5º Período 
 
tireoideana, avaliação do metabolismo ósseo 
(cálcio, paratormônio e vit. D), potássio sérico 
(uso de diuréticos), dosagem sérica de 
enzimas musculares (CPK e aldolase), 
eletroforese de proteínas séricas e 
sorologias (HCV, HBV, HIV, citomegalovírus, 
toxoplasmose parvovirose). 
Os reagentes de fase aguda estão 
geralmente ausentes na fibromialgiae 
aumentados em condições inflamatórias, 
como polimialgia reumática, miopatias 
inflamatórias e doenças articulares 
inflamatórias (artrite reumatoide e 
espondiloartrites). Lembre-se que a 
fibromialgia não é uma condição inflamatória, 
logo, provas inflamatórias não estão 
tipicamente alteradas. 
Exames de autoanticorpos, como fator 
anti-nuclear (FAN) e fator reumatoide (FR), 
podem ajudar a excluir lúpus eritematoso 
sistêmico e artrite reumatoide – pois o FAN 
e o FR estão presentes na maioria dos casos 
dessas doenças, respectivamente, ao passo 
que sua positividade não é característica ou 
fala a favor da fibromialgia. 
No entanto, esses exames devem ser 
feitos com cautela, pois a fibromialgia pode 
ocorrer concomitantemente a outras doenças 
reumáticas. Nesse caso, a dor difusa 
crônica, fadiga e distúrbios do sono falam 
a favor da fibromialgia; lesões cutâneas, 
nódulos subcutâneos, acometimento 
pulmonar e renal – comuns no lúpus ou na 
artrite reumatoide – não compõem o quadro 
da fibromialgia. 
 Exames hormonais tireoideanos ajudam 
a excluir tireoideopatia como possível causa, 
e exames de enzimas musculares são 
normais na fibromialgia – ao passo que podem 
estar aumentados em doenças musculares 
inflamatórias. Outro dado que pode auxiliar 
na diferenciação entre fibromialgia e 
polimialgia reumática é a epidemiologia: 
nesta, frequentemente a doença surge a 
partir dos 50 anos, enquanto naquela o 
diagnóstico é mais provável em idade mais 
jovem. 
A anamnese também pode ajudar no 
diagnóstico diferencial ao questionar o uso de 
medicamentos e de drogas – como cocaína e 
cannabis. 
4. Entender a síndrome miofascial. 
 Definição: 
A síndrome dolorosa miofascial é uma 
síndrome dolorosa regional associada à 
presença de trigger points (pontos 
gatilho), que são pontos hipersensíveis em 
uma banda muscular tensa palpável. 
Quando localizados e submetidos à 
pressão digital, estes pontos contraem-se 
e desencadeiam a dor (local ou irradiada). 
 
Caracteriza-se por bandas de tensão 
musculares e pontos dolorosos em seu 
interior. As bandas de tensão são um 
conjunto de fibras musculares, dentro 
dos limites do músculo, que se 
contraem. Desse modo, tais fibras, 
além de dolorosas, apresentam 
consistência aumentada à palpação. O 
tecido muscular ao redor da banda tensa 
apresenta tônus normal. Ao longo dessa 
banda, constatam-se áreas localizadas de 
dolorimento muscular profundo à 
palpação, que podem ser de dois tipos: 
ponto de dolorimento e ponto-gatilho. O 
ponto-gatilho recebe essa nomenclatura 
porque sua palpação provoca dor a 
distância. As zonas de dor referida 
encontram-se em locais predeterminados 
e previsíveis. Já a palpação dos pontos de 
dolorimento desencadeia, ao contrário, 
apenas dor local. A palpação digital 
sobre o ponto-gatilho ou sobre o ponto 
de dolorimento reproduz o quadro 
doloroso. Interessante notar que o 
espasmo muscular também é 
diagnosticado por dor e por aumento 
da consistência muscular à palpação. 
Entretanto, esses achados se estendem 
por todo o músculo e não se limitam, 
apenas, a um grupo de fibras musculares, 
como nas bandas de tensão. 
A SDM pode permanecer não 
diagnosticada ou não detectada se o 
clínico for incapaz de identificar a 
existência de pontos-gatilho miofasciais. 
o 
 Etiologia: 
Anna Déborah Martins – Medicina - FITS – 5º Período 
Anna Déborah Martins – Medicina - FITS – 5º Período 
 
Pode estar associada a fenômenos 
artríticos, traumáticos, degenerativos, 
neuropáticos e, até mesmo, viscerais. 
Quando ocorre de maneira isolada, a 
SDM primária pode ser causada por 
fenômenos de sobrecarga muscular 
aguda, traumatismos ou 
microtraumatismos de repetição sobre 
as estruturas do aparelho locomotor. O 
excesso do uso (assim como a 
permanência do músculo em posição 
biomecânica desfavorável, seja em 
encurtamento, seja em estiramento 
prolongado), a isquemia muscular e a 
radiculopatia podem ativar o ponto de 
dolorimento. Doenças articulares, 
viscerais e o estresse emocional também 
podem ativar os pontos. 
A ativação de nociceptores musculares 
pode ocorrer em virtude de lesão direta 
aguda ou de sobrecarga repetida e 
persistente. Trabalhadores que realizam 
exercício vigoroso diário, durante o 
trabalho, apresentam menor 
probabilidade de desenvolver 
pontos-gatilho ativos que os que realizam 
atividade sedentária e episódios de 
atividade física exagerada. 
 Pontos de gatilho: 
O ponto gatilho corresponde a um nódulo 
hipersensível, dentro de uma banda tensa, 
composto microscopicamente por nós de 
contração. Este ponto pode ser 
classificado quanto a sua atividade, a sua 
localização e à presença de outros pontos. 
 
Quanto a sua atividade o ponto gatilho 
pode ser: 
• Ativo – ponto gatilho que desencadeia 
sintomas, como a manifestação de dor 
local, irradiada ou referida ou parestesia. 
• Latente – ponto gatilho de paciente 
assintomático, mas que gera dor ao ser 
pressionado. 
Quanto à localização: 
• Central – ponto gatilho que se encontra 
no meio da fibra muscular. 
• De inserção – ponto gatilho localizado na 
área de inserção tendínea. 
Quanto à presença de outros pontos 
gatilho: 
• Primário – ponto gatilho que 
isoladamente é o responsável por toda a 
dor regional do paciente. 
Geralmente, após o tratamento, os 
sintomas cessam. 
• Secundário – ponto gatilho concomitante 
a outro ponto, localizado numa 
musculatura sinérgica ou antagonista 
àquela que tem o ponto primário. 
• Satélite – ponto gatilho em uma área de 
dor referida, mas que não é responsável 
pela dor daquela região. 
 Fisiopatologia: 
A síndrome dolorosa miofascial, 
geralmente, é precedida por algum evento 
desencadeador. Logo, um trauma, por 
exemplo, leva a banda muscular a ficar 
tensa e a desenvolver pontos gatilho, que 
inicialmente são latentes. Estes podem se 
encaminhar para a recuperação 
espontânea, persistir sem progressão ou 
evoluir para pontos gatilho ativos, quando 
submetidos a algum tipo de estresse: 
fatores ergonômicos, posturais ou, até 
mesmo, estresse emocional. 
O ponto gatilho ativo, quando submetido a 
fatores perpetuadores, gera pontos 
gatilho adicionais e a cronicidade, uma vez 
que se torna um ciclo vicioso. Entre os 
fatores perpetuadores, está inclusa a 
reexposição ao trauma ou ao estresse e 
diversos outros fatores que podem ser 
observados na tabela 1. 
Anna Déborah Martins – Medicina - FITS – 5º Período 
Anna Déborah Martins – Medicina - FITS – 5º Período 
 
 
 
 
 Quadro clínico: 
O paciente com SDM cursa com dor 
regional, referida ou irradiada para áreas 
adjacentes ou distantes. Essa dor é 
reproduzida com a compressão do ponto 
gatilho durante o exame físico. 
Ademais, a SDM pode gerar também 
sinais sensoriais, como parestesia 
(sensação de formigamento) ou 
lacrimejamento, a depender da localização 
do ponto gatilho. Associado a este quadro, 
comumente, o paciente refere restrição 
da amplitude de movimento articular e 
fraqueza muscular. 
 Fatores de risco: 
 Diagnóstico: 
O diagnóstico da síndrome dolorosa 
miofascial é clínico e consiste na 
associação entre: 
• História de dor referida com padrão 
miofascial. 
• Identificação do ponto gatilho e 
aplicação dos critérios diagnósticos 
(tabela 2). Para a constatação positiva, 
deve-se ter os cinco critérios maiores e, 
pelo menos, um menor. 
• Identificação dos fatores 
perpetuadores e amplificadores. 
 
 
Os exames complementares, como 
elastografia ressonância magnética e 
sonoelastografia com imagem por 
ultrassom, são usados somente a nível de 
pesquisa, não sendo utilizado na prática 
Anna Déborah Martins – Medicina - FITS – 5º Período 
Anna Déborah Martins – Medicina - FITS – 5ºPeríodo 
 
clínica para o diagnóstico de SDM, que é 
meramente clínico. 
Na elastografia, identificam-se tecidos 
de densidades variáveis e na 
sonoelastografia, verifica-se a presença 
de bandas musculares tensas, onde pode 
haver pontos gatilho. 
 Tratamento: 
Os objetivos do tratamento da SDM são: 
• Inativação dos pontos gatilho; 
• Restaurar o comprimento muscular; 
• Eliminar os fatores desencadeantes e 
perpetuadores. 
Visando alcança-los, é essencial uma 
terapia combinada, que pode envolver 
tratamento farmacológico e não 
farmacológico, invasivo e não invasivo. 
o Tratamento farmacológico 
 Para a analgesia podem ser usados: 
• Antidepressivos duais ou tricíclicos; 
• Relaxantes musculares; 
• Opioides fracos; 
• Gabapentinoides; 
• Anti-inflamatórios não esteroidais; 
• Analgésicos simples; 
• Benzodiazepínicos. Estes trazem 
maiores benefícios para as pessoas que 
têm o estresse emocional como fator 
perpetuador da SDM. 
Entretanto, a terapia farmacológica não 
deve ser usada a longo prazo, apenas 
como ponte até o efeito dos tratamentos 
não farmacológicos, invasivos ou não 
invasivos. 
o Tratamento não farmacológico: 
Este tipo de tratamento tem por 
objetivo eliminar os fatores 
desencadeantes, estressores e 
perpetuadores da SDM e restaurar o 
tamanho das fibras musculares. Nele 
se inclui: 
• Modificação postural mecânica e 
ergonômica; 
• Exercício físico, consistindo em 
alongar e fortalecer os músculos; 
• Aplicação de gelo sobre o local; 
• Cinesioterapia: melhora a 
flexibilidade, a funcionalidade e reduz 
a dor. Trabalha com alongamento, 
fortalecimento, propriocepção e 
resistência muscular; 
• Meditação ou terapia cognitivo-
comportamental: redução do estresse 
emocional. 
o Tratamentos invasivos 
Entre os tratamentos invasivos se 
encontram: 
• Acupuntura; 
• Agulhamento com anestésico 
local; 
• Infiltração com toxina botulínica; 
• Agulhamento a seco. 
Todas estas técnicas inativam os 
pontos gatilho, mas devem ser 
associadas a exercícios físicos para 
serem eficazes por maior período de 
tempo. O agulhamento a seco é a 
técnica mais usada, gera dor local após 
injeção, mas possui efeito mais 
duradouro que o agulhamento com 
anestésico local. 
o Tratamentos não invasivos 
• Kinesio taping ou bandagem fun- 
cional (figura 5); 
• Ultrassom; 
• Estimulação elétrica nervosa 
transcutânea (TENS); 
• Estimulação elétrica funcional (FES); 
• Liberação miofascial manual. 
 
 
 
 
 
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5. Explicar o questionário FIQ: 
Em 1991, Burckhardt et al(4) propuseram e 
testaram um instrumento para avaliação da 
qualidade de vida específico para FM, o 
Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ). 
Este questionário envolve questões 
relacionadas à capacidade funcional, situação 
profissional, distúrbios psicológicos e 
sintomas físicos. É composto por 19 questões, 
organizadas em 10 itens. Quanto maior o 
escore, maior é o impacto da fibromialgia na 
qualidade de vida. Os autores concluíram que 
o FIQ é válido para ser utilizado em situações 
clínicas e de pesquisa. Diversos estudos 
subsequentes, com pacientes com FM, 
utilizaram este instrumento e verificaram 
através dele o impacto negativo causado pela 
FM. 
 
Este questionário é específico para pacientes 
com fibromialgia e envolve questões 
relacionadas à capacidade funcional, situação 
profissional, distúrbios psicológicos e 
sintomas físicos. Em grande parte das 
questões, o maior escore indica maior impacto 
da fibromialgia na qualidade de vida (Bennett 
et al., 2007). Desde então o instrumento tem 
sido utilizado em situações clínicas e de 
pesquisa. O FIQ foi criado a partir do 
diagnóstico da fibromialgia, sendo um 
instrumento que avalia a gravidade da doença, 
a capacidade funcional e a qualidade de vida. 
 
No Brasil, ainda não há uma proposta do FIQ 
validada. Embora amplamente utilizado, 
existem apenas traduções do referido 
instrumento, porém sem a preocupação de 
haver uma adaptação para a cultura 
brasileira. As adaptações socioculturais são 
de fundamental importância para que se possa 
aproveitar todas as questões do instrumento, 
visando a análise da qualidade de vida em 
pacientes com FM, podendo ser utilizada 
como auxílio no diagnóstico e tratamento da 
doença. 
 
 
 
 
 
Anna Déborah Martins – Medicina - FITS – 5º Período 
Anna Déborah Martins – Medicina - FITS – 5º Período 
 
 
 
6. Descrever os impactos da fibromialgia na vida 
do paciente: 
O principal sintoma da fibromialgia é a dor 
crônica generalizada, com a presença de 
sintomas associados ao sono, fadiga muscular, 
disfunção cognitiva e uma variedade de 
sintomas somáticos que podem estar 
presentes em vários graus dependendo de 
cada paciente. É esta combinação de sintomas 
que contribui para o sofrimento dos pacientes 
com fibromialgia e diminuição da qualidade de 
vida. 
Pacientes com fibromialgia têm a sua 
qualidade de vida afetada negativamente em 
idade produtiva ou na velhice (Wallace et al., 
2009). Além da dor, a paciente desenvolve 
outros sintomas como: rigidez muscular, falta 
de habilidade e dificuldade em realizar 
tarefas diárias, ansiedade, depressão e 
fraqueza (Santos et al., 2006). Estes 
sintomas repercutem principalmente em sua 
vida pessoal, familiar, profissional e social 
(Alane et al., 2006) 
 
7. Referências: 
https://www.scielo.br/j/rbr/a/VbJNBxFTfp
n6PTTMwhpDBpB/?lang=pt&format=pdf 
http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/bitstrea
m/tede/2997/1/GESNER%20JOSE%20DE%
20ALMEIDA%20FILHO.pdf 
 
 
 
 
 
https://www.scielo.br/j/rbr/a/VbJNBxFTfpn6PTTMwhpDBpB/?lang=pt&format=pdf
https://www.scielo.br/j/rbr/a/VbJNBxFTfpn6PTTMwhpDBpB/?lang=pt&format=pdf
http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/bitstream/tede/2997/1/GESNER%20JOSE%20DE%20ALMEIDA%20FILHO.pdf
http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/bitstream/tede/2997/1/GESNER%20JOSE%20DE%20ALMEIDA%20FILHO.pdf
http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/bitstream/tede/2997/1/GESNER%20JOSE%20DE%20ALMEIDA%20FILHO.pdf

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